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O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, deu um sinal no início desta noite de quarta-feira (8) de quais são as apostas do governo para reverter entendimento do Supremo Tribunal Federal a respeito da inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins: a nova composição da Corte e a chegada de um novo ministro para ocupar o posto de Joaquim Barbosa.

Nesta tarde, o Supremo decidiu pela não incidência do imposto da base da Cofins, mas a decisão não tem repercussão geral e valeu apenas para o caso em discussão. Tramita na Corte, contudo, processo sobre o mesmo tema que tem repercussão geral e gera efeitos para todos os casos iguais. A Receita Federal calcula um prejuízo de R$ 250 bilhões caso o entendimento seja novamente contrário ao Fisco.

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Ao deixar o plenário do STF, Adams citou que o assunto ainda precisará "ser debatido à exaustão" pela Corte, já que a decisão de hoje começou a ser tomada em 1999 e três ministros que votaram contra o governo se aposentaram.

Se todos os ministros mantiverem as posições no novo caso, o placar da nova composição da Corte é de 4 a 1 contra a União. Restarão os votos dos ministros Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e do ministro que ainda será indicado.

Adams mencionou que ainda é preciso saber o entendimento dos ministros que não se pronunciaram sobre o assunto e de "quem virá na vaga do ministro Joaquim". Para o advogado-geral da União, o novo ministro já deve estar empossado quando o Supremo tiver que se debruçar novamente sobre a questão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (17) três ações que podem acabar com a guerra entre os Estados pelo recolhimento de ICMS em vendas pela internet. Os ministros analisaram três ações sobre o assunto e entenderam que o tributo deve ser recolhido no Estado de origem do produto quando há compra de forma não presencial - no comércio eletrônico, por exemplo - feita por consumidor final. A dúvida sobre o recolhimento do tributo nestes casos surgiu após a edição do Protocolo 21 no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em 2011.

A medida, que não foi assinada por todos os Estados, previa exigência do tributo nos locais de destino da mercadoria e valia inclusive nas operações realizadas em locais não signatários da proposta. O Supremo, por unanimidade, considerou o protocolo inconstitucional. O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que "em última análise cerca de 20 Estados fizeram a reforma tributária" por meio de protocolo.

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No início do ano, o ministro Luiz Fux concedeu liminar com o entendimento que foi referendado nesta tarde na Corte. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro eram maiores prejudicados com o protocolo, pois concentram grande parte das empresas cujas vendas são realizadas pela internet.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que ajuizou uma das ações contra a aplicação do protocolo, sustentou no Supremo que a Constituição estabelece que a alíquota final de ICMS em operação realizada por não contribuinte - ou seja, o consumidor final do produto - é a cobrada pelo Estado de origem. "Sempre se teve absolutamente claro que o vendedor no Estado X vende para consumidor final em Estado Y e a alíquota aplicada é a do Estado X. O protocolo criou uma nova incidência", afirmou o advogado da CNI Gustavo Amaral Martins.

Na prática, de acordo com o advogado, o tributo acabava sendo exigido duas vezes após a edição do protocolo. "O maior prejudicado nisso é quem gera emprego e renda no Brasil", sustentou Martins.

Os ministros deliberaram que para casos ocorridos a partir da concessão da liminar de Fux, de fevereiro deste ano, o entendimento adotado deve ser o do STF, respeitadas as ações em curso, que deverão ser analisadas caso a caso. Desta forma, não são abrangidos casos que ocorreram entre a edição do protocolo - 2011 - e a concessão da liminar - fevereiro de 2014 - que ainda não estejam em discussão na Justiça.

Os Estados que defendem a aplicação da regra sustentam que a medida é uma forma de assegurar a redução das desigualdades regionais. Para os defensores dos Estados, não havia como a Constituição estabelecer regra neste sentido, pois em 1988 o sistema de comunicações e internet não se configurava da forma como é hoje. "Nós temos uma letargia do Congresso Nacional em levar adiante uma reforma tributária", reclamou o procurador do Estado do Pará José Aloisio Campos.

Marco Aurélio Mello classificou como uma "cara de pau incrível" a edição do protocolo e recomendou que os Estados esperem a realização de uma reforma tributária. O entendimento da Corte é de que a Constituição determinou o recolhimento ao Estado de origem e, portanto, não caberia a um mero protocolo alterar a situação.

O Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) anunciou nesta terça-feira, 9, que vai pedir ao governo a revisão do cálculo dos valores de repasse do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O órgão argumenta que as instituições cresceram ao longo dos últimos anos e oferecem maior número de vagas e cursos. Atualmente, o porcentual é de 9,57% do total arrecadado - R$ 8,3 bilhões em 2013.

A proposta foi defendida após reunião com o Fórum das Seis - entidade que representa os sindicatos de funcionários e de professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As três instituições têm forte grau de comprometimento das receitas com a folha. A USP gastou 105,02% dos repasses de julho para pagar salários.

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As universidades já enfrentam 107 dias de greve. Funcionários e professores estão parados porque a USP propôs inicialmente reajuste zero - como a política salarial é conjunta, o movimento atingiu as três instituições.

Diante da crise, a proposta dos reitores não é de aumentar o atual porcentual, mas pedir modificações na forma como o valor é recebido, incluindo juros e multas do imposto.

A presidente do Cruesp, Marilza Vieira Rudge, que também é reitora da Unesp, não confirmou de que forma o pedido será feito nem quando haverá o diálogo com o governo. "Queremos fazer (o repasse) igual aos municípios", afirmou, referindo-se ao fato de que 25% do produto da arrecadação é recebido pelas cidades sem descontos.

A pauta é também uma reivindicação histórica das entidades sindicais, que alegam que o governo desconta da arrecadação os valores destinados aos programas habitacionais e à devolução de impostos da Nota Fiscal Paulista. Em documento entregue à reitoria da USP anteontem, os grevistas fazem um pedido para que a instituição tente negociar repasse de 10,5%.

Entrave

Reitores e grevistas não chegaram a um acordo sobre o pagamento do abono salarial referente aos meses de maio a setembro. A decisão sobre o índice de 28,6%, que poderia pôr fim à greve, foi delegada à administração de cada universidade, ao contrário do que esperavam os sindicalistas.

Com a decisão, as instituições deverão marcar uma data diferente para resolver o impasse. A USP levará a discussão ao Conselho Universitário no dia 16. A Unesp fará reunião na manhã de hoje. A Unicamp já havia cedido um abono de 21%, mas pode decidir por aumentar o valor. O abono discutido ontem foi proposto à USP pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que nesta quarta-feira, 10, volta a realizar, às 16 horas, audiência de conciliação. Unicamp e Unesp não ajuizaram ações contra a greve.

O reajuste salarial de 5,2% foi mantido e será pago em duas etapas de 2,57% cada - pagamentos em outubro e janeiro. Para Marilza, o reajuste foi um avanço em direção a um acordo. "A gente está próximo de uma negociação interessante", disse.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno Carvalho, afirmou que esperava uma solução para acabar com a paralisação. "Não tem outra saída, a greve continua." Cerca de cem manifestantes acompanharam o desfecho da reunião, ao lado de fora do Cruesp, na Bela Vista, na região central de São Paulo. O grupo chegou a fechar três faixas da Avenida Paulista, na altura do vão livre do Masp.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), desafiou, nesta sexta-feira (27), o seu principal adversário, o senador Armando Monteiro (PTB), a mostrar aos pernambucanos seu histórico na iniciativa privada. Nessa quinta (26), Monteiro chegou a declarar que Câmara nasceu para "ser liderado" e só foi treinado para administrar secretarias e pastas técnicas. 

“O povo de Pernambuco precisa saber. Ele tem o desafio nesta campanha de dizer o que administrou na iniciativa privada. Para mim, ele não precisa porque eu sei muito bem como ele atuou como gestor privado”, cravou o socialista durante entrevista em uma rádio local.

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Paulo esclareceu que seu adversário "nunca administrou nada público". Por outro lado, o pré-candidato da Frente Popular tem 22 anos de serviço público, já tendo passado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco - ele é auditor  -, Tribunal de Justiça e Governo de Pernambuco, onde atuou como secretário de Administração, Turismo e Fazenda. “Tenho uma experiência pública de gestor e de liderar equipes que o meu adversário não tem”, provocou.

Ao contrário do que tem dito o pré-candidato da oposição, Câmara também explicou que nos sete anos e três meses em que esteve no Governo do Estado nenhum projeto de lei foi enviado à Assembleia Legislativa aumentando alíquota de imposto. “Pelo contrário, mandamos vários para a Assembleia diminuindo o imposto de ICMS”, comentou.

Por fim, o candidato reforçou que fará uma campanha com muitas ideias e propostas. “Pernambuco vai reconhecer que temos uma experiência de gestão, de administrar o setor público; que temos condições e vamos fazer o processo de avanço. Pernambuco precisa continuar nesse caminho, sem arenga”, ressaltou Paulo Câmara, destacando que fará campanha “levando bons sentimentos, fazendo o bem e trabalhando muito por aqueles que mais precisam.

Estados e União concordaram em avançar na reforma do ICMS e na convalidação dos incentivos fiscais concedidos no passado para atrair investimentos. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) fechou nesta terça-feira, 10, por maioria, um acordo prevendo o fim da unanimidade do órgão para aprovarem a remissão dos benefícios concedidos no passado condicionada à redução gradual das alíquotas interestaduais de ICMS.

O texto aprovado será enviado até o início de julho ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator do projeto de lei complementar que permite a aprovação de um convênio no âmbito do Confaz para convalidar todos os incentivos fiscais concedidos pelos Estados sem aprovação do colegiado. Luiz Henrique deve incorporar a proposta do colegiado ao seu substitutivo que será votado pelo Senado.

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O presidente do Confaz e secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, informou que a proposta aprovada prevê a quebra da unanimidade do conselho para aprovação da convalidação dos incentivos fiscais existentes. Os convênios, garantindo a manutenção dos benefícios por até 15 anos, poderão ser aprovados por dois terços dos Estados em cada região do País.

A convalidação dos benefícios, no entanto, estará condicionada à aprovação da resolução do Senado que reduz as alíquotas interestaduais de ICMS, nos moldes da reforma apresentada pelo governo. Também será preciso votar o projeto de lei que garante a compensação pela União dos prejuízos dos Estados com o fim da chamada guerra fiscal. A unanimidade do Confaz continuará sendo exigida para aprovar novos incentivos.

"É um emaranhado de regras condicionadas umas às outras. Isso (a convalidação) não estava avançando porque o Confaz não tinha unanimidade. Essa mudança vai destravar o acordo no Confaz. Com base nisso, o Senado vai poder mexer nas alíquotas de ICMS. Eu acho que as coisas vão destravando aos poucos", afirmou Oliveira.

Sub judice

Estados e União têm pressa em resolver a insegurança jurídica a respeito dos incentivos tributários. O Supremo Tribunal Federal (STF) pode editar a qualquer momento uma súmula vinculante declarando ilegais todos os incentivos concedidos unilateralmente pelos Estados sem o aval do Confaz. Oliveira disse que 20 entre 24 Estados, entre eles São Paulo, concordaram com o acordo que será apresentado a Luiz Henrique. Três Estados não participaram da reunião ocorrida hoje.

Na semana passada, governo e representantes dos Estados estiveram reunidos com Luiz Henrique que concordou em esperar a decisão do Confaz para incorporá-la ao relatório que vai apresentar na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. "O que tiver consenso, eu endosso no meu parecer", afirmou o senador ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo Luiz Henrique, o Confaz deve ter uma nova reunião na próxima semana para aprovar a redação do texto que será encaminhado a ele.

No final de 2012, o governo encaminhou ao Congresso uma proposta de resolução unificando gradualmente as alíquotas do ICMS nas operações interestaduais e um projeto de lei criando os Fundos de Compensação e de Desenvolvimento Regional que irão compensar as perdas de arrecadação dos Estados com a redução do ICMS. As propostas, no entanto, não avançaram por falta de consenso entre os Estados.

Quase 100%

Segundo o cronograma proposto pelo governo, a alíquota de ICMS nas operações realizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste destinadas às regiões Sul e Sudeste cairá de 12% até atingir 7% em oito anos. Nas operações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste, destinadas às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a alíquota hoje de 7% ficará em 4%."Com isso, 90% das operações interestaduais ficarão com alíquota de 4%", afirmou Oliveira.

As operações entre os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste também ficarão com 4% de ICMS. As mudanças não se aplicam às operações interestaduais originadas na Zona Franca de Manaus (ZFM), bem como às operações interestaduais com gás natural, as quais serão tributadas com base na alíquota de 10%. Ao reduzir as alíquotas, o governo espera que os Estados não tenham mais espaço para promover a guerra fiscal.

A União, em troca, prometeu destinar até R$ 8 bilhões por ano para cobrir eventuais perdas de receita dos Estados com a redução da alíquota de ICMS. Além disso, o Fundo de Desenvolvimento Regional terá R$ 296 bilhões, durante um período de 20 anos, para atrair investimentos para os Estados menos desenvolvidos. O governo espera que o fundo substitua os incentivos tributários concedidos pela guerra fiscal. Os governadores usam a redução do ICMS para atrair a instalação de indústrias nos Estados.

A votação do processo contra o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) é o destaque do Plenário em sessão extraordinária marcada para a próxima quarta-feira (23), após a sessão ordinária. O parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomenda a suspensão do mandato do parlamentar por 90 dias. Leréia foi condenado pelo conselho em setembro de 2013, com parecer do deputado Sérgio Brito (PSD-BA), após os conselheiros terem rejeitado outro parecer, do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que recomendava a perda de mandato.

A suspensão aprovada pelo conselho se deve a suspeitas de ligação ilícita de Leréia com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal. Para ser aprovado, o parecer precisa do voto favorável da maioria absoluta da Casa (257), com voto aberto.

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Outras pautas da semana

Entre as matérias que podem ser votadas nas sessões ordinárias de terça (22) e de quarta-feira está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 197/12, do Senado, que fixa novas regras para incidência do ICMS nas vendas de produtos pela internet ou por telefone.

De acordo com o parecer do relator, deputado Márcio Macêdo (PT-SE), os estados de destino da mercadoria ou do serviço terão direito a uma parcela maior do tributo se o consumidor final for pessoa física. As novas regras, se aprovadas, valerão a partir de 1º de janeiro de 2015.

Também pode ser votada, em segundo turno, a PEC 290/13, da deputada Margarida Salomão (PT-MG), que muda vários dispositivos constitucionais para melhorar a articulação entre o Estado e as instituições de pesquisa com o objetivo de estimular o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação. A matéria foi aprovada, em primeiro turno, no dia 25 de março, por 399 votos a 1.

A pauta de 22 a 24 contém ainda vários outros projetos, que serão analisados pelos líderes partidários na busca de um acordo para votação. Entre essas propostas está o Projeto de Lei Complementar (PLP) 275/01, do Senado, que permite à mulher policial se aposentar voluntariamente com 25 anos de contribuição, desde que conte com, pelo menos, 15 anos de exercício de cargo de natureza estritamente policial.

Algumas matérias, entretanto, dependem da votação da Medida Provisória 637/13, que tranca os trabalhos. Essa MP abre crédito extraordinário de R$ 1,97 bilhão para nove ministérios. A maior parte dos recursos (R$ 1,31 bilhão) será para atender as populações vítimas de desastres naturais em regiões com situação de emergência ou calamidade pública.

*Com informações da Agência Câmara

O Supremo Tribunal Federal irá analisar, nos próximos dias, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a cobrança pelo Governo do Estado de Pernambuco do imposto de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na conta de luz.

A ação no STF foi protocolada pelo Partido Progressista (PP) em nome do deputado federal Eduardo da Fonte. De acordo com o progressista, o Governo de Pernambuco aumentou de forma ilegal o ICMS na conta de luz. A ilegalidade, segundo ainda o parlamentar, faz com que a população não sinta no bolso a redução de 20% na conta de luz dada pelo Governo Federal em janeiro de 2013. 

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“Não gostaríamos de seguir esse caminho para resolver o problema. Mas o Governo de Pernambuco deve usar o bom senso. Aumentar o ICMS na conta de luz para compensar a redução que o Governo Federal deu na energia elétrica é uma injustiça com o povo pernambucano. O Governo Federal deu com uma mão e o Governo de Pernambuco tirou com a outra”, ressaltou o deputado.

Da Fonte garantiu que encaminhou ao Governo do Estado, no dia 23 de dezembro de 2013, documento informando sobre a ilegalidade da cobrança. Porém, o governo ignorou o comunicado. O ministro relator da matéria será Dias Toffoli, indicado para o STF pelo ex-presidente Lula. A ação também atinge mais três estados: RS, MT e SP.

Com informações de assessoria

Seis governadores entrarão felizes no feriado do carnaval. Entre eles estão os líderes dos poderosos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Uma disputa federativa dramática, com possibilidade de perdas bilionárias para os seis Estados, foi resolvida por uma liminar concedida, na semana passada, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em ação solicitada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC), o ministro do STF decidiu que a tributação de comércio eletrônico pelo Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), o principal tributo estadual, deve permanecer como está - ou seja, com a cobrança do imposto na origem do produto negociado, e não no destino.

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Essa decisão faz com que apenas São Paulo deixe de perder R$ 2,1 bilhões por ano - caso a mudança na tributação do ICMS solicitada por 20 Estados, além do Distrito Federal (DF), fosse acatada pelo Supremo.

"O ministro Fux disse muito bem: um conjunto de Estados não pode alterar a Constituição", disse o coordenador adjunto da Coordenadoria de Administração Tributária do Estado de São Paulo, Osvaldo Santos. "Essa é uma questão delicada, e deveria ser resolvida após uma discussão maior, que envolva toda a legislação do ICMS", disse Santos, evocando o eixo principal da tese defendida pelas administrações de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Antônio Anastasia (PSDB-MG), Tarso Genro (PT-RS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Raimundo Colombo (PSD-SC) desde 2011.

Surpresa

Segundo o Estado apurou, tanto governadores quanto o Ministério da Fazenda, Guido Mantega, que acompanha de perto a "guerra fiscal" entre os Estados da Federação, foram pegos de surpresa pela liminar.

A guerra entre os Estados sobre o comércio eletrônico se acirrou nos últimos 10 anos, com o avanço do uso da internet e o desenvolvimento do sistema de pagamentos eletrônicos Brasil afora. Pela Constituição Federal de 1988, o recolhimento do principal tributo dos Estados - o ICMS - no comércio eletrônico deveria recair integralmente sobre o Estado de origem.

No caso do Estado de São Paulo, origem da maior parte dessas operações, a alíquota do ICMS é de 18%. Assim, a arrecadação de cada operação feita pela internet tendo São Paulo como origem rende 18% aos cofres estaduais - ou R$ 2,1 bilhões por ano. Os municípios ficam com 25% de cada operação registrada pelo ICMS. No caso da capital paulista, por exemplo, o comércio eletrônico rende R$ 125 milhões por ano. A cidade de Campinas, no interior paulista, fica com R$ 19,8 milhões anuais.

A história ganhou mais dramaticidade em 2011, quando 20 Estados e o DF assinaram um acordo, denominado Protocolo 21, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que permitia um entendimento distinto.

Prejuízo

Segundo esse acordo, os Estados poderiam cobrar no destino a diferença entre as alíquotas interestaduais de ICMS nas operações de comércio eletrônico. Assim, considerando a alíquota interna de 18%, o contribuinte deveria recolher de ICMS ao Estado de origem apenas 7% (ou 12%, a depender do caso) e o diferencial ao Estado de destino (11% ou 6%). "Este seria um prejuízo enorme para São Paulo. Teríamos de encontrar essa receita em outro alvo", disse Santos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pleno ano eleitoral, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prepara um aumento de tributos que vai reforçar o caixa do governo e ajudar no cumprimento da meta fiscal. Segundo fonte da área econômica, a primeira medida que deverá sair do forno será a elevação do PIS e da Cofins sobre as importações.

Segundo apurou o Estado, a medida pode garantir uma arrecadação adicional de R$ 1,5 bilhão neste ano. O governo também prepara a taxação com o PIS e a Cofins das distribuidoras coligadas dos fabricantes de cosméticos.

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A elevação do PIS e da Cofins nas importações deverá garantir um reequilíbrio da tributação depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, considerou inconstitucional a inclusão do ICMS na base de cálculo das importações. Assim, a Receita Federal foi obrigada a retirar o ICMS desse cálculo, mas, com a mudança, o produto nacional ficou em desvantagem em relação ao importado. Com a recalibragem das alíquotas dos importados, espera-se assegurar mais competitividade do produto nacional em relação ao importado. "É para logo", afirmou a fonte do governo.

Na tentativa de mostrar confiança no pacote fiscal anunciado na quinta-feira, que prevê um corte de R$ 44 bilhões nas despesas do Orçamento, o ministro Mantega deu a senha ontem para a necessidade de elevação da carga tributária, durante conferência para analistas econômicos internacionais: "O aumento de impostos pode ocorrer", afirmou.

Segundo ele, essa possibilidade é uma espécie de "reserva" que o governo tem para ser usada, se for necessário, para melhorar a arrecadação e alcançar a meta de superávit primário das contas públicas, fixada em 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Com aceno de alta de impostos, o governo procurou recuperar a confiança e mostrar que fará o que for necessário para garantir a meta, que já é considerada baixa pelos analistas.

Numa mudança de tom de discurso, Mantega chegou a afirmar que, para o governo, é mais importante manter a solidez fiscal do que fazer uma política de estímulos econômicos. Até agora, a estratégia do governo era na direção contrária: reduzir impostos para aumentar o consumo e desonerar setores econômicos - medidas que contribuíram para a queda da arrecadação e prejudicaram as contas públicas.

Reação

Líderes partidários da Câmara dos Deputados reagiram ao risco de aumento de impostos neste ano. "Aumento de impostos será difícil ser tratado em ano eleitoral. A carga tributária já está muito elevada", disse o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), insistiu que o governo precisa reduzir despesas e enxugar os 39 ministérios. O tucano lembrou que o governo vem batendo recordes de arrecadação e que aumento de impostos pune diretamente o contribuinte. "Ela (Dilma Rousseff) vai pelo caminho mais simples, que é sacrificar a população." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No discurso de abertura dos trabalhos do ano legislativo, em fevereiro, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, apesar da ansiedade para "precipitar 2014", o Parlamento tinha uma agenda de votações prementes para o País. Citou, entre outras, a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Ao final do ano, contudo, a mudança no sistema de tributação do ICMS empacou no Senado, com um resultado pior na agenda, na comparação com 2012. Este ano, o Senado tentou, sem sucesso, aprovar uma proposta que diminuísse as alíquotas do ICMS em operações interestaduais.

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Mas a pressão de governadores e empresas em cima de senadores - alguns deles com pretensões eleitorais no ano que vem - impediram a mudança no imposto. Ao contrário, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa aprovou em abril uma proposta que aumentava o atual número de alíquotas existentes.

A decisão fez com que a equipe econômica deixasse de dar apoio político ao projeto de resolução. Desde então, a proposta não foi apreciada pelo plenário do Senado, última etapa, regimentalmente, para as novas alíquotas começarem a vigorar. Com alarde, Renan promoveu uma sessão de debate do projeto no plenário com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e chegou a marcar para novembro a votação da proposta.

No ano passado, sob a gestão de José Sarney (PMDB-AP), o Senado aprovou duas importantes partes da reforma. Em abril de 2012, a Casa unificou em 4% a alíquota do ICMS interestadual para produtos importados, que já está em vigor e acabou com a chamada guerra dos portos.

Três meses depois, os senadores aprovaram uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as regras de tributação para o comércio eletrônico, que contempla também as vendas e compras não presenciais. Esse texto está na Câmara dos Deputados.

Travas - Além da falta de consenso sobre as alíquotas interestaduais, a reforma do ICMS não caminhou por outras duas travas. A primeira delas foi o fato de o governo não topar aumentar acima de 25% os recursos orçamentários do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), uma das duas "bolsas" previstas no pacote da reforma do ICMS para compensar e impulsionar os Estados com a redução do imposto.

O segundo empecilho é que alguns senadores querem aprovar uma convalidação dos incentivos fiscais já concedidos por Estados para atrair empresas, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) editar uma súmula vinculante declarando nulos todos os benefícios dados.

Há ainda um componente adicional na discussão da reforma do ICMS. Alguns parlamentares não topam aprovar o projeto de troca do indexador das dívidas de Estados e municípios com a União sem que a Câmara aprove antes a PEC do comércio eletrônico. Eles argumentam que, com a aprovação da troca do fator de correção das dívidas, poucos entes federativos, como a Prefeitura de São Paulo e os governos de Alagoas e Rio Grande do Sul, sairiam ganhando.

Para corrigir essa distorção, dizem que o ideal seria aprovar a PEC do e-commerce, que prevê uma redistribuição do ICMS: os Estados de destino ficariam com a maior parte do imposto nessas transações comerciais - atualmente todo o imposto é recolhido na origem e tem o Estado de São Paulo como o principal beneficiário do recurso.

Mesmo diante deste cenário, o presidente do Senado anunciou, no último dia de votações em plenário, que a apreciação do projeto que altera o indexador das dívidas será no dia 4 de fevereiro de 2014, na volta do recesso parlamentar. O líder do PT na Casa, Wellington Dias (PI), disse que espera fechar um acordo entre fevereiro e abril para chegar a um "entendimento" para votar a redução das alíquotas do ICMS.

Para o atual presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), falta apenas uma "decisão política" para a pauta avançar. "Nós estamos perdendo uma oportunidade para aprovar a reforma", afirmou Lindbergh. Um senador da base aliada com trânsito no Palácio do Planalto afirmou, reservadamente, que a reforma do ICMS "já era".

O senador petista Walter Pinheiro (BA), um dos que mais se envolveram na discussão das mudanças do imposto, tem se mostrado cético quanto à aprovação da matéria em 2014, um ano eleitoral. "Agora só em 2015", disse. Apesar do ceticismo, Pinheiro deve apresentar uma PEC na volta do recesso que prevê a criação dos fundos de desenvolvimento regional e de compensação, um dos nós da reforma.

O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) encaminhou, na última terça-feira (24), ao Governo do Estado ofício, cobrando o fim do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre o desconto de 20% dado pela presidente Dilma Rousseff na conta de luz.

“Essa cobrança está comprometendo o orçamento das famílias pernambucanas e afetando o esforço do Governo Federal para reduzir as tarifas de energia elétrica”, ressaltou o progressista.

O parlamentar foi o autor das cinco propostas acatadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) para baixar a conta de luz dos brasileiros. A redução já está em vigor em todo o País, com exceção de quatro estados: Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O progressista também prometeu acionar a justiça caso o Governo Estadual não se manifeste.

Com informações da assessoria.

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Com a nota máxima - 10 - o senador e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), foi eleito como o melhor senador do Brasil, pelo Ranking do Progresso da Revista Veja. De acordo com os organizadores, os critérios utilizados para a escolha dos senadores e deputados federais que mais trabalharam em 2013 foram o desempenho em eixos como: o trabalho por uma carga tributária menor e mais simples; mais infraestrutura; melhor gestão do gasto público; sistema educacional racional e eficiente. 

Como um dos defensores do fim da guerra fiscal, o senador frisou que "o grande desafio é mudar o ICMS”. "Nosso sistema tributário é anacrônico e disfuncional. Nós fazemos o absurdo de tributar investimentos, exportações. Uma reforma tributária ampla seria o ideal, mas infelizmente há muita disputa entre os entes federativos. A saída é promover mudanças pontuais. Tenho atuado para fazer a reforma e a diminuição dessas alíquotas interestaduais. É o primeiro passo para dar fim à guerra fiscal, que, hoje, é caótica", pontuou o parlamentar sobre um dos critérios de análise do ranking.

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Monteiro comentou ainda sobre a melhoria na gestão pública, que segundo ele está diretamente ligada ao custeio. "Precisamos dar um freio nos gastos de custeio. Impedir que o porcentual de crescimento se dê acima do porcentual de aumento do PIB. Se fizermos isso, poderemos em dez anos chegar a uma situação bem melhor do que agora. Desse jeito, poderemos ter recursos para investir em obras de infraestrutura. Mas isso tem de partir de uma vontade ampla da sociedade, passar pelo Executivo e pelo Congresso, claro", analisou. Completando que "a eleição é um bom momento para esse debate".

 

Um conflito responsável por 5 mil processos no Supremo Tribunal Federal (STF) foi tema permanente na pauta do Senado em 2013. O pacto federativo, desde a partilha de recursos entre União, estados e municípios à repactuação de obrigações dos entes federativos, esteve na agenda de debates das comissões e do Plenário.

A busca de saídas políticas para um problema levado à esfera judicial levou o Senado a estabelecer novas regras para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a tentar solução para a guerra fiscal em que se envolveram estados e municípios.

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No caso dos municípios, a solução foi mais simples: após análise favorável da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), foi a vez do Plenário aprovar projeto (PLS 386/2012-Complementar) do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que introduz ampla reforma no Imposto sobre Serviços (ISS).

Com a atualização da lista de serviços, o projeto enviado à Câmara dos Deputados atacou dois problemas ao mesmo tempo: a guerra fiscal entre municípios e a dependência financeira desses entes federados ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Reforma do ICMS

Em relação aos estados, a situação é tão complexa quanto o principal imposto cobrado por esses entes federados, o ICMS, que incide sobre a circulação de mercadorias e serviços. A complexidade começa pelo modelo de repartição desse imposto, entre estados de origem e de destino das mercadorias.

A reforma aprovada pela CAE e ainda não votada pelo Plenário (PLS 106/2013) consumiu grande parte do tempo da comissão responsável pelo exame das matérias econômicas em pauta na Casa. A reforma assenta-se em um tripé: a definição das alíquotas incidentes na circulação de mercadorias de um estado para outro; a compensação aos estados por perdas de arrecadação no novo arranjo; e a convalidação dos incentivos fiscais considerados inconstitucionais pelo STF.

A própria arquitetura da reforma é complexa, por exigir diferentes instrumentos normativos. A definição das alíquotas interestaduais é de competência exclusiva do Senado, requerendo apenas uma resolução da Casa, enquanto a compensação aos estados e a convalidação dos incentivos, por exigirem leis, precisam ser aprovadas pelas duas Casas do Congresso.

Depois de várias audiências públicas e prolongados debates, a CAE aprovou nova regra para as alíquotas interestaduais, por meio do Projeto de Resolução 1/2013, que nem chegou a ser incluída na ordem do dia do Plenário, devido à insatisfação de parte dos estados.

Na falta de acordo, a Medida Provisória 599/2012 usada para a compensação aos estados não foi votada e perdeu eficácia. Na tentativa de salvar a reforma, a CAE votou projeto de lei (PLS 106/2013) do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) que recria os mecanismos de compensação aos estados.

A convalidação dos incentivos esbarrou na falta de acordo e foi excluída pela Câmara dos Deputados do projeto de lei complementar (PLP 238/2013, que virou PLC 99/2013 no Senado) de iniciativa do Executivo.

Dívidas

Foi dessa forma que chegou ao Senado outro tema de grande impacto nas relações federativas: a dívida de estados e municípios (na versão original, o projeto tratava dos dois assuntos).

Reunião conjunta da CAE e da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, no dia 11 de dezembro, o projeto que deve repercutir nas finanças de estados e municípios (PLC 99/2013). A proposta, que pode ser votada pelo Plenário do Senado em fevereiro de 2014, troca o indexador dessas dívidas, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Além disso, reduz os juros anuais, dos atuais 6% a 9% para 4%, e define a taxa básica de juros (Selic) como limitador do pagamento dos encargos. Isso significa que, quando a fórmula IPCA mais 4% for superior à variação acumulada da Selic, a taxa básica de juros será o indexador.

A aplicação da Selic como limitador dos encargos será retroativa à data de assinatura dos contratos, usando-se a diferença para reduzir o saldo devedor.

No caso do Fundo de Participação dos Estados, a iniciativa do Senado foi fundamental para a solução de um problema que acabou indo para a Justiça. Como o Supremo Tribunal Federal havia considerado inconstitucional a regra prevista na Lei Complementar 62/1989, o Legislativo tinha que definir um novo rateio dos recursos que refletisse a realidade socioeconômica dos estados.

Após a decisão da Câmara de rejeitar a primeira proposta aprovada pelo Senado, os senadores elaboraram um novo projeto (PLS 240/2013-Complementar). Houve sucesso nessa segunda tentativa e, em 17 de julho de 2013, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 143/2013 com as novas regras de repasse para os estados.

*Com informações da Agência Senado

O senador e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), apresentou nesta segunda-feira (9) um breve balanço da sua atuação parlamentar em 2013 aos jornalistas, em um restaurante da Zona Norte do Recife. O petebista se firmou satisfeito com o ano legislativo e pontuou algumas ações como o fim da guerra fiscal e o início da reforma do código penal, além de destacar os prós e os contras do fim do voto secreto. 

"Foi um ano legislativo com um debate intenso e me considero feliz com o desempenho. Tivemos atuando muito nessa questão da guerra fiscal, tivemos uma vitória este ano, com o fim da chamada guerra dos portos. Um sistema que estava concedendo ICMS a produto importado, incentivando a produção de produtos fora do país", contou o senador. Outro ponto abordado por Armando foi a Reforma do Código Penal, "nós avançamos muito no que diz respeito ao esforço do trabalho da comissão, pois o Brasil tem o desafio de codificar a legislação penal, temos uma legislação dispersa", pontuou ao lembrar de alguns crimes que precisam ser inseridos no Código, como o cibernético. 

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"Estou numa comissão especial de segurança pública, esse é um tema que inquieta a sociedade brasileira e essa proposta da comissão especial foi muito pragmática e estamos discutindo coisas novas. Fizemos um inventário de todos os projetos que estão em curso nas duas Casas (Senado e Câmara Federal), verificando então em que áreas nós poderíamos agir para ver essa agenda avançar como os meios de financiamento da segurança, integração das polícias que é um tema muito presente", completou Monteiro.

Além das pautas parlamentares, o petebista enfatizou a questão do fim do voto secreto, que segundo ele é "demagógico" e foi "mal discutido" pelo Senado. "Ficou uma tradução muito estreita de que quem defende o voto secreto é contra a transparência, quando na realidade pode ser uma prerrogativa dos parlamentos. Foi algo criado para proteger o parlamento, porque você sempre teve uma relação desequilibrada entre o poder executivo, a época representado pelo monarca, e o parlamento. E curiosamente saber que o voto secreto no Brasil foi exatamente extinto ao longo da nossa trajetória nas constituições mais autoritárias como a de 64 (com a ditadura militar), pois interessa, em tese, aos autoritários conhecer o voto do parlamentar, isso inibe a manifestação deste. Então quando se passa a defender o voto aberto em todas as situações, eu acho, que nós estamos subtraindo as prerrogativas do parlamento e no caso do Senado isso é mais grave, porque o Senado vota autoridades", ressaltou o pré-candidato ao governo de Pernambuco.

 

 

O senador Armando Monteiro (PTB) conversou com a bancada do Nordeste nesta quarta-feira (13) sobre o projeto que busca pôr fim à guerra fiscal entre estados e altera as alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Na opinião dele, o modelo atual de uso do ICMS para conceder incentivos está exaurido. “Mesmo com o benefício do tributo, os desequilíbrios regionais se acentuaram”, salientou.

Armando também apresentou detalhes de seu relatório, aprovado nessa terça (12) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), que propõe a criação do Fundo de Compensação de Receita (FCR) para estados e municípios que perderão recursos com a redução do imposto.

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Segundo Armando, a dotação inicial do Fundo para prestação de auxílio financeiro foi estipulado em R$ 3 bilhões anuais, com teto máximo de R$ 8 bilhões. O senador argumenta que a proposta do fundo de compensação de receita é um seguro, ou seja, uma vez apurada a perda, ela será reposta aos estados.

“Procuramos com essa medida dar segurança e efetividade aos estados. É um seguro de receita, pois ninguém vai aceitar reduzir alíquotas para perder receita”, disse. O senador defendeu ainda a articulação pela União de uma política de desenvolvimento regional que passa pelo investimento em infraestrutura.

ATÉ 2021 – A atual proposta de reforma do ICMS, que está em discussão no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), pretende unificar gradualmente as alíquotas interestaduais em 4% até 2021, com exceção para os produtos da Zona Franca de Manaus e o gás natural, que teriam alíquota de 10%. Entretanto, aquelas operações com produtos agropecuários e manufaturados originados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, destinadas às regiões Sul e Sudeste terão alíquotas de 7%.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 12, por 12 votos a oito, projeto de lei complementar que prevê a criação dos fundos de compensação e de desenvolvimento regional para reduzir os impactos por conta da eventual redução das alíquotas do ICMS. A proposta, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), era um dos caminhos traçados pelos senadores para retomar a reforma do imposto. Ela está paralisada desde abril no plenário do Senado, quando o governo federal deixou de apoiar a mudança no sistema tributário porque, em vez de reduzir, aumentou o número de alíquotas.

A principal discussão nesta terça foi se a proposta era ou não constitucional. Senadores, como Ricardo Ferraço (PMDB-ES), sustentaram que apenas o governo federal tem competência legal para propor a criação de fundos. "Há vícios insanáveis de inconstitucionalidade no projeto", criticou Ferraço. Outros, contudo, rebatem tal reserva e dizem que parlamentares também podem legislar sobre o assunto.

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O senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator da matéria, disse ter pedido um parecer técnico-jurídico da Consultoria do Senado que permite a congressistas propor projetos de lei de criação de fundos. Durante os debates, Paulo Bauer, o autor da proposta, listou uma série de propostas de iniciativas de parlamentares aprovadas no Congresso que criaram os fundos. Os senadores aprovaram então essa proposta, mas o presidente da comissão, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), comprometeu-se a conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para cobrar que a proposta tramite antes na Comissão de Constituição e Justiça da Casa para avaliar a legalidade da matéria.

Sem mudanças

O relator não fez mudanças no texto já apresentado na CAE. O parecer de Monteiro manteve a elevação gradativa de recursos orçamentários de 25% para 40% em um prazo de 20 anos a partir do próximo ano no Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), uma das duas "bolsas" que o Executivo topa criar para compensar e impulsionar Estados com a redução das alíquotas do ICMS por conta da reforma do imposto. Mas o governo não aceita esse porcentual fixado pela comissão.

Um pedido de vista coletivo adiou a votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado do projeto de lei complementar que prevê a criação dos fundos de compensação e de desenvolvimento regional para reduzir os impactos por conta da eventual redução das alíquotas do ICMS. A proposta, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), era um dos caminhos traçados pelos senadores para retomar a reforma do imposto.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) apresentou parecer ao texto de Bauer. Monteiro propôs a elevação gradativa de recursos orçamentários de 25% para 40% em um prazo de 20 anos a partir do próximo ano. Por essa proposta, seriam ao final do período R$ 118,4 bilhões de verba vinda do orçamento da União. É uma conta de R$ 44,4 bilhões a mais para o governo federal bancar. Essa frente de atuação, contudo, pode parar na Justiça caso o Executivo questione a adoção dos fundos por meio de um parlamentar.

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Os senadores da base aliada articulam outra saída para aprovar a criação dos fundos. O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), defende incluir no projeto de renegociação das dívidas de estados e municípios com a União a criação dos dois fundos. Isso porque, como esse projeto foi enviado pelo Executivo Federal, ele não teria vício de iniciativa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que pretende votar até amanhã o projeto de renegociação de dívidas no plenário.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira, 24, que as disputas estaduais em torno do "problemático" ICMS chegaram a um ponto de exacerbação e que é preciso aprimorar a lei. Segundo ele, hoje há mais perdas do que ganhos para os entes da Federação com a guerra fiscal, com acumulação de crédito não pagos e incertezas jurídicas.

A proposta do governo inclui reduzir a alíquota interestadual gradualmente para 4%, 7% e 10% em até oito anos, a criação de fundo de compensação e de um fundo de desenvolvimento regional, com quase R$ 300 bilhões até 2020, sendo 25% de recursos do Orçamento da União, além de empréstimos. "Há um conflito crescente entre os Estados que recebem mercadorias de outro Estados e cobram novamente o ICMS. Isso vem se aprofundando. Se aprovássemos essa legislação, teríamos a redução da incerteza jurídica, que atrapalha os investimento e amedronta os empresários."

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Segundo o ministro, que participa de sessão temática sobre pacto federativo no Senado Federal, para concretizar a reforma do ICMS, é preciso um acordo de convalidação dos benefícios já dados pelos Estados pelo Confaz para que eles se tornem constitucionais. "O problema é que não temos conseguido um acordo geral com os Estados. Ao deixar muitos descontentes pelo caminho, depois surgirão críticas, divergências e acabaremos não tendo o benefício de uma nova estrutura tributária", afirmou. "É preciso um consenso que não deixe arestas."

Mantega afirmou também que os recursos para o fundo de desenvolvimento regional, de R$ 300 bilhões até 2020, não serão ultrapassados. Principalmente em relação ao Orçamento da União, que colocará R$ 75 bilhões (25% do total). "Já chegamos no nosso limite. Não dá para aumentar o valor. As contas fiscais não aguentam um comprometimento de mais recursos da União. Temos de conciliar desenvolvimento com solidez fiscal. Não é pouca coisa."

A Receita Federal vai excluir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS e da Cofins sobre a importação. A decisão está na Medida Provisória 615, sancionada pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (9). O subsecretário de Tributação e Contencioso Substituto da Receita Federal, Fernando Mombelli, informou, na tarde desta quinta (10), que será publicada na sexta (11), uma instrução normativa regulamentando a medida.

A Receita Federal perdeu um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma empresa que questionou a cobrança do PIS e da Cofins sobre as importações, incluindo o valor do ICMS. O STF decidiu que a tributação só pode incidir sobre o valor aduaneiro da mercadoria, antes do cálculo do ICMS.

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Mombelli informou que, assim que o julgamento na Suprema Corte transitar em julgado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) fará um parecer definindo os efeitos da decisão. Segundo ele, os passivos que estão sendo cobrados das empresas pelo Fisco serão cancelados. "É só uma questão de tempo", disse. A Receita informou não ter o cálculo da renúncia fiscal e do impacto no custo das importações.

Refis

Para Mombelli, é de "cunho político" a decisão de abertura dos três Refis de parcelamentos de débitos tributários - Refis da Crise, Refis dos Bancos e Refis das Coligadas. Segundo ele, o Congresso Nacional é o melhor lugar para essa decisão. Ele fez a declaração ao ser confrontado com o fato de o governo ter negociado o parcelamento de dois contenciosos tributários em que os resultados indicavam grande possibilidade de vitória da União na Justiça.

"O governo fez uma escolha entre encerrar (o litígio) e receber uma parcela ou esperar o trânsito em julgado da decisão", afirmou o subsecretário. Ele ressaltou que, mesmo depois de uma eventual vitória, o processo de cobrança poderia se arrastar.

O governo do Estado de São Paulo pretende isentar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) todos os equipamentos voltados para a geração de energia solar. A informação é do secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal. "Nossa expectativa é que possamos dar isenção integral de ICMS para a energia solar como já fazemos para as energias eólica e de biomassa", disse o secretário, durante o seminário "O Aproveitamento da Energia Solar - Painéis Fotovoltaicos", realizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O problema para o setor de energia solar, de acordo com o secretário, é que os aparelhos são quase todos importados. "Estamos adicionalmente fazendo esforço para estimular a produção destes equipamentos", disse.

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Três Irmãos

Aníbal criticou ainda o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), Mauricio Tolmasquim, que teria afirmado que o governo federal manteria a proposta de indenizar o governo do Estado de São Paulo pela não renovação da concessão da usina hidrelétrica Três Irmãos em apenas R$ 1,8 bilhão, porque a diferença entre o valor oferecido e os R$ 7 bilhões pedidos por São Paulo viria da falta de eficiência da usina. "Ele está por fora, querendo manter uma informação equivocada. É uma ignorância do Tolmasquim."

Segundo Aníbal, no caso de Três Irmãos, a condição foi fazer o Canal Pereira Barreto, a eclusa na usina e plantar uma fazenda para preservação de espécies. E estas obras não estão sendo consideradas. "Eles dizem que o valor é esse (R$ 1,8 bi). Queremos saber como se apurou esse valor", questionou, acrescentando que o leilão da concessão da usina deveria ser feito agora em setembro, mas o governo federal pode deixar para janeiro sob a alegação de que está estudando as metodologias.

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