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Quatro policiais foram indiciados e dois deles detidos no âmbito das investigações sobre o espancamento de um produtor musical negro em Paris, um caso de violência policial em meio ao debate sobre um projeto de lei de segurança global.

O juiz de instrução acusou três dos quatro policiais de "violência voluntária por parte de pessoa depositária da autoridade público" e de "mentir em documento público", como solicitou o Ministério Público de Paris.

Os acusados são os três policiais que aparecem em um vídeo divulgado na quinta-feira (26) e que foi gravado pelas câmeras de segurança do estúdio musical: as imagens mostram os agentes espancando o produtor Michel Zecler, um ato que foi chamado de "vergonha" pelo presidente Emmanuel Macron.

O policial suspeito de lançar gás lacrimogêneo no estúdio foi indiciado por "violência voluntária" contra o produtor musical, assim como contra outros nove jovens que estavam no subsolo do estúdio.

O MP havia solicitado a detenção provisória dos três primeiros e uma medida de controle judicial para o quarto, mas o juiz decidiu pela detenção de dois e por deixar os outros sob controle judicial.

Os advogados de três deles, Anne-Laure Compoint (que defende dois policiais) e Jean-Christophe Ramadier, se recusaram a comentar a decisão do juiz após uma audiência que terminou na madrugada de segunda-feira.

A detenção dos agentes deve "evitar o risco de que façam algum tipo de acordo" entre eles ou "pressionem testemunhas", argumentou o promotor Rémy Heitz ao explicar o pedido de prisão provisória.

Os três principais acusados admitiram à polícia especial que "a agressão não tinha justificativa e que reagiram principalmente por medo", segundo o promotor. Alegaram "pânico" pelo sentimento de que estavam presos na entrada do estúdio de Zecler, que resistia, segundo eles.

Os policiais negaram "ter dirigido palavras racistas", como assegura Zecler, que declarou ter sido chamado de "negro sujo", um insulto que também foi ouvido por um dos jovens que estava no subsolo do estúdio. Os agentes também rejeitam o caráter "mentiroso da declaração".

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, prometeu na quinta-feira o afastamento dos policiais que "mancharam o uniforme da República", enquanto a "justiça apura os fatos".

O caso, que veio à tona graças à divulgação dos vídeos gravados pelas câmeras de segurança do local, parece ter dado argumentos aos opositores da lei de segurança global, cuja principal medida é limitar a possibilidade de filmar as forças de segurança.

Mais de 130.000 pessoas protestaram no sábado (28), segundo o ministério do Interior, e mais de 500.000 segundo os organizadores, contra a lei em toda a França. Em Paris foram registrados confrontos violentos com agentes de segurança.

- Controvérsia -

O balanço do ministério do Interior indica que 98 policiais foram feridos e 81 pessoas foram detidas. Em Paris. um fotógrafo independente sírio, colaborador da AFP, foi ferido no rosto.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram policiais sendo agredidos por manifestantes, um ato que o ministro Darmanin chamou de "violência inaceitável".

Em uma semana a controvérsia sobre o projeto de lei de segurança global, criticado por jornalistas e defensores da liberdade pública, ganhou força.

A evacuação brutal de um campo de migrantes em pleno centro de Paris na segunda-feira passada e a divulgação do vídeo de espancamento de Zecler provocaram indignação e elevaram o tom do debate. Os vídeos dos dois casos foram assistidos milhões de vezes nas redes sociais.

Macron pediu ao governo que apresente rapidamente propostas para "lutar de modo mais eficaz contra todas as discriminações".

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi indiciado nesta sexta-feira, 16, por suspeita de associação criminosa. Sarkozy é acusado pela Justiça francesa de ter recebido financiamento do governo líbio - à época, dirigido pelo ditador Muammar Kadafi - em sua campanha de 2007. De acordo com o jornal francês Le Figaro, o ex-presidente foi ouvido nas últimas semanas por juízes responsáveis pelo caso.

Essa não é a primeira investigação contra Sarkozy. O ex-líder francês foi indiciado em março de 2018 por corrupção passiva, ocultação de desvio de fundos públicos e financiamento ilegal de campanha, sendo colocado sob supervisão judicial. Uma denúncia complementar abriu caminho para o agravamento do caso. Durante a sua última audiência, em junho de 2019, Nicolas Sarkozy se declarou "totalmente inocente neste caso", denunciado uma "conspiração". (Com agências internacionais).

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Um ginecologista de 67 anos foi indiciado por assédio sexual contra duas técnicas de enfermagem e importunação sexual contra paciente. O suspeito atuava profissionalmente há cerca de 40 anos em Campo Grande-MS.

A delegada responsável pelas investigações, Maíra Pacheco, acredita que possam ter mais vítimas. "Os depoimentos das mulheres relatam situações muito similares da conduta do suspeito que nos levam a acreditar que possam ter mais vítimas que vivenciaram a mesma situação, mas ainda não procuraram a Polícia Civil", conta a investigadora.

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Durante as investigações, a polícia intimou pacientes e colegas médicos do ginecologistas. Elas detalharam como ocorriam os assédios. O médico ficou calado durante o interrogatório.

Segundo a delegada, o Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul recebeu informações sobre comportamentos e atitudes dele dentro da área hospitalar e médica ainda em 2013. No caso mais recente em que a polícia tem registro, a paciente teria sido beijada pelo médico, que a chamou de 'gostosa' e se ofereceu para dar uma 'carona maravilhosa'.

A investigação aponta que os crimes ocorriam tanto em hospitais quanto no consultório particular. A delegada também foi informada de uma outra vítima que foi examinada pelo ginecologista e considerou que o procedimento foi feito de uma forma não comum. A suposta vítima ainda não prestou queixa.

A Polícia Civil de Santa Catarina encaminhou ao Ministério Público investigação contra um homem de 36 anos acusado de estuprar a enteada, de 11 anos, em Otacílio Costa, na região serrana do Estado. Ela descobriu estar grávida de 8 meses após ser levada pela mãe até uma unidade de saúde. A menina está sob proteção do Estado e recebe acompanhamento médico e psicológico.

O homem foi preso durante a investigação, após os policiais verificarem que já havia contra ele mandado de prisão aberto em outro inquérito sigiloso. "É um caso delicado e que exige cuidado para que essa criança não sofra ainda mais violência. Nós encaminhamos o inquérito ao Ministério Público, que deverá tomar as providências cabíveis, e encaminhar novo pedido de prisão", disse o delegado Silvio Dantas, que presidiu o inquérito, ao Estadão.

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Segundo a coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de SC, delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, com o isolamento causado pela pandemia e a falta de convívio de crianças violentadas com estruturas do Estado, como é o caso da escola, dificultam investigações como esta, que só foi descoberta no oitavo mês da gestação.

"Só se soube da gravidez e do crime contra a dignidade sexual da criança quando a mãe da menina de 11 anos levou ela no posto de saúde. São casos muito difíceis de a polícia agir, porque são situações em que vítimas e agressores normalmente convivem juntos, e com a pandemia também estão reclusos juntos, na mesma casa", explicou.

Ainda segundo a delegada, durante o inquérito foram colhidas todas as provas possíveis que indicaram a autoria do crime contra o padrasto e como se trata de um caso de nascimento, não de aborto, segundo destaca a delegada, para segurança da mãe e do bebê o exame de DNA só será realizado após o nascimento da criança.

"Foram realizadas buscas, colhidos depoimentos e todos os demais meios de provas possíveis que demonstram a autoria. Agora, se estuda a melhor forma de fazer o parto, poderá haver antecipação de parto, e só depois que se fará exame DNA", explicou.

A reportagem acionou o Ministério Público que confirmou o recebimento do caso, mas não divulgou mais informações devido ao sigilo previsto por lei. O nome do padrasto também não foi divulgado para resguardar a identidade e a segurança da criança.

O inquérito da Polícia Civil que investiga o assassinato do pastor Anderson do Carmo concluiu que a mandante do crime foi a esposa dele, a deputada federal Flordelis.

De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.

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Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.

Nesta manhã, a polícia e o Ministério Público Estadual (MPRJ) realizam a Operação Lucas 12, que visa cumprir nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra onze envolvidos na morte do pastor. Os endereços são no Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e em Brasília.

Parlamentar é indiciada

Flordelis foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Cópia do inquérito será encaminhado à Câmara dos Deputados para a adoção de medidas administrativas. 

O pastor Anderson do Carmo foi assassinado no dia 16 de junho do ano passado, dentro da própria casa, no bairro Badu, em Niterói. Na ocasião, Flordelis relatou que o pastor teria sido morto durante um assalto, após o casal ter sido seguido por elementos suspeitos em uma moto. Ele foi atingido por tiros na garagem, quando retornou ao carro para buscar algo que tinha esquecido.

O delegado Allan Duarte dará mais detalhes da investigação em entrevista coletiva às 10h de hoje, na Cidade da Polícia, no Rio.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou, na quinta-feira (23), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) sob a acusação de ter recebido R$ 11,3 milhões da Odebrecht de forma irregular para financiar suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Após a divulgação da denúncia, o ex-governador paulista deixou o posto de coordenador do plano de governo da pré-campanha do prefeito Bruno Covas (PSDB) à reeleição.

Alckmin nega ter cometido qualquer ato ilícito, afirmou que o pedido da Promotoria é "infundado" e que não foi ouvido. A denúncia será, agora, analisada pela Justiça. Se for aceita, o ex-governador vira réu e passa a responder a um processo.

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Alckmin e Covas conversaram pela manhã, logo após a confirmação de que a denúncia havia sido protocolada. "Ele mesmo pediu para se afastar da campanha para que possa focar na sua defesa. Tenho certeza que ele vai comprovar sua inocência", afirmou o prefeito, no fim da manhã, durante visita a obras de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona sul da capital paulista. "Depois de 42 anos de vida pública, Alckmin tem um patrimônio menor do que quando começou suas atividades", disse Covas.

A denúncia contra Alckmin acontece 20 dias após o senador José Serra (PSDB-SP) ser acusado formalmente pelo Ministério Público por ter recebido dinheiro da Odebrecht de forma irregular quando foi governador, entre 2006 e 2007. Serra nega as acusações. As investigações contra os tucanos deram ânimo para o grupo ligado ao governador João Doria (PSDB) voltar a pedir o afastamento da sigla dos quadros mais antigos e a construção de um novo "PSDB".

Crimes

Para o MP-SP, Alckmin cometeu os crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao receber, da Odebrecht, R$ 2 milhões para a campanha de 2010 em dinheiro vivo e R$ 9,3 milhões para a reeleição. "Os recursos não foram registrados nas prestações de contas do candidato (falsidade ideológica), que solicitou e recebeu vantagem indevida (corrupção passiva), pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do uso de ‘doleiros’, com o fim de ocultar a origem dos valores e dificultar seu rastreio (lavagem de dinheiro)", afirmou a Promotoria em nota.

Segundo os promotores, a construtora pretendia, em troca manter influência junto ao governo do Estado. Nos dois anos em que teriam ocorrido as doações, a Odebrecht não poderia enviar dinheiro para as campanhas eleitorais, pois tinha contratos vigentes com o governo do Estado: a companhia controla a concessionária que administra a Rodovia Dom Pedro I e participou do consórcio da linha 6-Laranja do Metrô.

Também foram denunciados ontem o tesoureiro da campanha de 2014, Marcos Antônio Monteiro, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento, Sebastião Eduardo Alves de Castro. Ambos foram acusados de fazer a ponte entre a campanha e a empreiteira. Quatro anos antes, o papel coube, segundo a denúncia, a Adhemar César Ribeiro, cunhado do ex-governador.

Ele não foi alvo da ação penal porque tem mais de 70 anos e os crimes prescreveram. A defesa de Castro informou que a denúncia é "fruto de um trabalho de investigação atabalhoado e com conclusões prematuras". Os advogados de Monteiro e Ribeiro não foram localizadas.

Outros sete denunciados são delatores: Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Luiz Antônio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares, todos da Odebrecht, - e o doleiro Álvaro Novis. Além das delações, os promotores citaram, como evidências de crime, planilhas com a programação de pagamentos da Odebrecht, trocas de mensagens e quebra de sigilo. Na planilha da Odebrecht, o dinheiro destinado a Alckmin foi relacionado com os apelidos "Belém", "colônia", "pastel" e "presépio", de acordo com o MP-SP.

O indiciamento do ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin pela Polícia Federal por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro ocorreu no momento em que a cúpula do PSDB paulista se preparava para anunciar que o tucano seria o coordenador do plano de governo da candidatura do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), à reeleição.

Nos bastidores, o grupo ligado ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já resistia ao nome de Alckmin antes do indiciamento nessa quinta-feira (16). Agora, a expectativa até entre interlocutores e auxiliares do prefeito é de que o ex-governador tome a iniciativa de desistir do posto.

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Procurado, Alckmin não respondeu até o fechamento desta reportagem. Na quinta-feira, a defesa do ex-governador classificou o indiciamento de "injustificável" e "precipitado".

Os desdobramentos das investigações no âmbito da Operação Lava Jato sobre Alckmin e o senador José Serra (PSDB), denunciado pelo Ministério Público Federal no começo de julho, juntamente com a filha, Verônica, por lavagem de dinheiro transnacional, deixaram tucanos apreensivos. O temor é de que as acusações tenham impacto nas campanhas do PSDB para prefeituras em todo o Estado.

Diferentemente do que ocorreu com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de um pedido de expulsão do partido pelos diretórios municipal e estadual após ser flagrado em um áudio pedindo dinheiro emprestado aos empresários da JBS, Serra e Alckmin têm sido poupados pela burocracia da legenda.

"Isso é a tentativa permanente de criminalizar a política feita por órgãos do Estado. É o mesmo padrão lavajatista, mas agora feito pelo aparelho do Estado. Nunca vão incriminar o Geraldo", disse José Aníbal, ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota, o Diretório Estadual do PSDB disse que tem "absoluta confiança" na idoneidade do ex-governador. "A história do governador Geraldo Alckmin não deixa dúvidas sobre a sua postura de retidão, coerência e compromisso com o rigor da lei."

Sobre Serra, o partido afirmou: "O PSDB acredita no sistema judicial do País e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do senador José Serra e nos devidos esclarecimentos dos fatos."

Nas trincheiras de Doria, no entanto, a estratégia é isolar Alckmin e Serra e classificá-los como a "velha guarda" da sigla.

O discurso de um "novo" PSDB virou a palavra de ordem do governador e símbolo do partido estampado em banners e bandeiras na sede da legenda na Rua Estados Unidos, nos Jardins.

Doria chegou a defender até a mudança do nome do partido, mas a ideia não prosperou.

A Polícia Federal indiciou nesta quinta, 16, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o ex-secretário de Planejamento do tucano, Sebastião Eduardo Alves de Castro e o ex-tesoureiro de campanha Marco Monteiro por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. As investigações foram conduzidas pela Lava Jato a partir de delações do grupo Odebrecht.

Além das colaborações, a PF obteve cópia do sistema de informática da empreiteira, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas por Skype e ligações telefônicas de Mesa de Operações e documentos que indicariam a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel, além de oitivas de testemunhas.

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou o policial militar (PM) reformado Ronnie Lessa - que está preso acusado de participação nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes - pelo crime de tráfico internacional de armas. Uma filha de Lessa também foi indiciada.

Segundo o delegado Marcus Amim, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), Ronnie Lessa e sua filha traficaram peças de armas da China para serem montadas no Brasil. As transações teriam ocorrido a partir de 2014.

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As investigações apontam que o PM reformado comprava as peças no país asiático pela internet. Após isso, ele encaminhava o material para os Estados Unidos, onde sua filha morava. Ela, então, ficava responsável por trocar as embalagens originais, colocando em outras com o título "peças de metal" para enganar a fiscalização aeroportuária e facilitar a entrada das peças no Brasil.

Ainda de acordo com o delegado, quando as peças chegavam ao País, Ronnie Lessa montava as armas e as vendia para narcotraficantes e milicianos.

Defesa

A reportagem tenta contato com a defesa de Ronnie Lessa. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Federal (PF) indiciou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por crime eleitoral na campanha de 2018. Ele é acusado de omitir, na prestação de contas, valores desviados em esquema de candidaturas "laranjas".

De acordo com relatório da PF, recursos destinados a duas mulheres foram usados para pagar cabos eleitorais do então candidato. Kadija de Almeida Guimarães e Psicóloga Dolores Moreira Costa Ferreira, ambas do MDB, receberam juntas cerca de R$ 1,08 milhão e declararam os gastos. A maioria dos recursos veio dos fundos eleitoral e partidário, compostos de dinheiro público. A investigação concluiu que os prestadores de serviços trabalharam, na verdade, para Ibaneis, que não informou as despesas. Kadija teve 403 votos e Dolores teve 551.

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A previsão é que o inquérito, que ainda não foi finalizado, siga até agosto e, sequência, seja enviado ao Ministério Público Eleitoral.

Defesa

Advogado de Ibaneis, o criminalista Cleber Lopes afirma que a denúncia é um "grande equívoco". O defensor argumenta que, na campanha, o candidato era recém-chegado na sigla e não tinha poder de decisão no partido ou ingerência sobre a divisão dos recursos. "Quando o governador passa a ser favorito para ganhar a eleição, é natural que todo mundo queira trabalhar para eleger quem vai ganhar. Mas de, qualquer modo, o governador não era responsável pela destinação de recursos", disse.

A Polícia Civil de São Paulo indiciou e pediu a prisão preventiva de Hércules Cordeiro Torres por tentativa de extorsão ao governador do Estado João Doria (PSDB). O relatório final do inquérito indica que Hércules tentou "de maneira sórdida" tirar R$ 5 milhões do chefe do Executivo paulista.

Segundo o documento, Hércules tentou extorquir Doria por meio de mensagens de texto enviadas por uma conta no Instagram - @opdoriajr - e depois insistiu enviando áudios. Perícia realizada no celular do indiciado apontou a existência das gravações no aparelho.

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As mensagens encaminhadas à primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, diziam que o assassinato do governador teria sido encomendado por R$ 3 milhões e cobrava, para que não houvesse a execução, R$ 5 milhões.

A Polícia considerou que há "robustos indícios de autoria, inclusive (e principalmente), confissão do indiciado". "Não convence a versão de que 'queria apenas assustar' as vítimas", registrou o delegado ao indiciar Hércules Torres.

O relatório final do inquérito cita ainda a prisão temporária de Torres, no dia 15 de maio, em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Ele foi alvo de mandado de prisão no âmbito de investigação da Polícia Civil da Paraíba sobre tentativa de extorsão do ex-governador Ricardo Coutinho. Em tal caso, a extorsão se baseava em ameaças de morte ao filho do ex-governador caso não fosse paga a quantia de R$ 3 milhões.

À época, os investigadores apontaram que o celular de Hércules Torres foi utilizado para a prática do crime. Ele e sua namorada prestaram depoimento. Torres negou os delitos.

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, "ponto fulcral" da investigação foi identificar que a namorada de Hércules Torres utilizava o sinal de internet de sua vizinha, sendo que um dos pontos de acesso da conta que enviou as ameaças a Bia Doria foi justamente tal rede.

Defesa

A reportagem busca contato com o indiciado. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Federal concluiu, nesta quarta-feira (10), o inquérito da Operação Escobar e indiciou seis pessoas, entre elas Andrea Neves, irmã do deputado federal e ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB/MG), por obstrução de justiça. A irmã do parlamentar, braço direito do tucano durante, pelo menos, seus dois governos em Minas Gerais, é apontada como beneficiária de informações privilegiadas sobre investigações envolvendo Aécio que teriam sido repassadas por integrantes da própria PF.

Em nota, o advogado Fábio Tofic, que defende Andrea, argumentou que a finalização da investigação foi precipitada e que contraria as provas obtidas no inquérito.

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Além de Andrea, foram indiciados dois policiais federais e dois advogados pela prática dos crimes de violação de sigilo funcional, corrupção passiva e ativa, integrar organização criminosa e embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Um empresário que teria se utilizado do esquema para obter informações de inquéritos da PF também foi indiciado hoje, pelo mesmo crime que Andrea, obstrução de Justiça.

A Escobar foi desencadeada para apurar o vazamento de informações sigilosas levantadas pela PF. No relatório final da corporação, que indicia Andrea Neves, a corporação informa que no dia 11 de dezembro de 2018, durante busca e apreensão dentro de outra operação, a Ross, foi encontrado na casa da irmã do deputado cópias de peças de inquéritos policiais que tramitam sob segredo de Justiça na Delegacia Especializada de Combate à Corrupção. Entre os documentos estava depoimento do empresário Joesley Batista.

A Operação Ross foi articulada para apurar suposto pagamento de propina do grupo J & F a Aécio Neves entre 2007 e 2014. Conforme a corporação, as peças não haviam sido retiradas dos autos, mas, segundo as investigações, teriam sido retiradas diretamente do sistema operacional da Polícia Federal.

Além disso, entre os documentos que foram encontrados na casa da irmã do deputado estavam informações referentes à Operação Capitu, em que foram presos o empresário Joesley Batista do JBS e o então vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade. A Operação Capitu investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no governo Dilma.

Também ao longo das apurações foi constatado, por conversas de aplicativo de mensagens eletrônicas, que os dois escrivães e os dois advogados "agiam de forma coordenada no sentido de revelar o andamento das investigações policiais e de dar conhecimento, inclusive com fornecimento de cópias de documentos sigilosos, de fatos que deveriam permanecer em segredo".

A PF afirma que a atuação do grupo tangenciavam fatos e personagens relacionados a Aécio Neves e que, por isso, teria ficado evidente o interesse de Andrea nos documentos sigilosos irregularmente obtidos na Superintendência Regional da Polícia Federal de Minas Gerais e encontrados em sua residência. Ainda segundo a corporação, os documentos são peças de inquéritos em andamento com informações de colaboradores com os quais poderiam ser implementadas medidas cautelares para apurar atos praticados por Aécio Neves.

Para a PF, ao buscar ou obter acesso sabidamente indevido àqueles documentos sigilosos a irmã de Aécio visava impedir ou embaraçar investigação. Se condenada, Andrea Neves pode pegar pena que varia de três a oito anos de prisão.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO FÁBIO TOFIC, QUE DEFENDE ANDREA NEVES

" A defesa de Andrea Neves manifesta a sua perplexidade com a finalização precipitada da investigação feita pela autoridade policial que contraria, inclusive, as provas obtidas no próprio inquérito.

Andrea Neves foi chamada a prestar depoimento em julho do ano passado, tendo ficado acertado que prestaria seus esclarecimentos assim que, como determina a Lei, tivesse acesso à integralidade dos documentos relacionados à investigação. Essa nova intimação jamais ocorreu. As investigações demonstram que Andrea nunca solicitou qualquer documento a quem quer que seja e nunca teve contato com qualquer agente público.

Os documentos que se encontravam em sua residência já tinham o seu conteúdo amplamente divulgado pela imprensa, sendo, portanto, estapafúrdia a hipótese de que poderiam ser usados para qualquer ato de obstrução de justiça. É preocupante que a autoridade policial faça uma ilação dessa gravidade sem apontar qualquer ato praticado por Andrea que pudesse ser interpretado como obstrução de justiça.

No mais, registre-se a ironia de que um inquérito instaurado para apurar vazamento tenha tido a sua conclusão vazada antes que as partes pudessem ter conhecimento de seu conteúdo"

A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou três pessoas que agrediram enfermeiros que participavam de um ato pacífico em homenagens aos colegas mortos pela Covid-19 no dia 1º de maio, na Praça dos Três Poderes. Os indiciados são duas mulheres, de 20 e 45 anos, e um homem, de 57. Os três vão responder por crimes contra a liberdade individual. O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi instaurado no 5ªDP (Asa Norte). Os envolvidos podem aguardar a decisão em liberdade.

Os indiciamentos estão no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e serão encaminhados para o Ministério Público, que tomará as medidas que entender adequadas. A assessoria de imprensa da Polícia Civil não divulgou os nomes dos envolvidos.

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O ato dos enfermeiros reuniu 60 profissionais da saúde, que pediam melhores condições de trabalho e a manutenção do isolamento social. Eles estavam vestidos de jaleco e com máscaras de proteção e se posicionaram em fileiras, segurando cruzes e respeitando o distanciamento recomendado de pelo menos um metro entre cada um.

A manifestação pacífica foi interrompida por um homem e uma mulher carregando uma bandeira do Brasil. A dupla agrediu física e verbalmente enfermeiras que participavam do ato. Uma delas foi empurrada violentamente pelo agressor.

Na ocasião, o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) emitiu nota que afirmava que "o episódio retrata a triste realidade de milhares de profissionais da Enfermagem, que trabalham para salvar vidas e sofrem violência nos hospitais do país, caladas e calados, sem chance de se defender".

O ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) e seu ex-secretário da Fazenda, José Afonso Bicalho Beltrão da Silva, foram indiciados por peculato e desvio pela Polícia Civil do Estado. Eles são acusados de não repassar descontos de crédito consignado na folha de pagamento de servidores públicos às instituições financeiras. Pimentel governou o Minas de 2015 a 2018. Segundo as investigações, o valor total não repassado foi de R$ 924 milhões, em operações envolvendo pelo menos 280 mil servidores.

As denúncias sobre a retenção dos recursos começaram a surgir no final de 2017, por parte de sindicatos. Servidores tiveram os nomes enviados ao serviço de proteção ao crédito.

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O governo Pimentel foi marcado por grave crise econômica. O delegado responsável pelo inquérito, Gabriel Ciriaco Fonseca, afirmou ter ficado constatado que o governador e o secretário imputaram a falta do repasse dos recursos à crise financeira.

"Mas temos em decisões judiciais que essa questão envolvendo empréstimos consignados não se trata de verba pública, que pode ser afetada por crise financeira." Segundo ele, do total não repassado, cerca de R$ 500 milhões só foram pagos pelo atual governo.

Pimentel disse, em nota, que não conhece o inquérito e sequer foi ouvido. "E, o que é mais absurdo, estou sabendo disso pela imprensa. Infelizmente, essa prática se tornou corriqueira no País, o que certamente deve contribuir muito para o fenômeno definido pelos cientistas políticos como 'criminalização da política'. Levou o Brasil à triste situação de hoje: elegeu-se um presidente que opera abertamente contra o Estado Democrático de Direito." A reportagem não localizou Bicalho.

A pena por peculato é de dois a 12 anos de prisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia indiciou um motorista de aplicativo por estupro de uma universitária de 20 anos durante a corrida. Imagens de câmeras de segurança derrubaram a versão do motorista de 47 anos - que, segundo a polícia, disse ter sido "seduzido pela jovem e, como homem, não teria resistido".

O caso aconteceu na madrugada do último dia 26, por volta das 4h da manhã. A estudante tinha acabado de sair de uma festa, em um bar da zona oeste, quando chamou o serviço de aplicativo da 99 Táxi.

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O carro que fez o atendimento foi um Honda City. A corrida seria até a Mooca, na zona leste, bairro em que a vítima mora.

Conforme a própria passageira relatou para polícia, ela tinha consumido álcool e estava embriagada. O que aconteceu durante a corrida ela só conseguiu se recordar por meio de lampejos. E entre esses lampejos estaria a cena em que ela tinha sido violentada (ela se recorda do homem parar o carro e ir para o banco de trás com as calças abaixadas).

No dia seguinte, além dos flashes de violência sexual, a estudante notou que o valor e o tempo da corrida não correspondiam ao habitual. Normalmente, naquele horário, o trajeto da zona oeste até a Mooca não daria muito mais de meia hora. Já aquela corrida tinha durado cerca de 5 horas e custado mais de R$ 100. Ela também declarou ter sentido dores na região genital.

No último domingo, dia 1, o motorista se apresentou a polícia - com a versão de que teria sido seduzido pela garota. Segundo a polícia, ele teria dito que a passageira também estava no banco da frente e que, de comum acordo, teria pulado para o banco de trás, onde o ato sexual teria se consumado.

"As imagens de segurança desmontam a versão do motorista. Elas mostram e que ele parou o carro, saiu e foi para o banco de trás", falou o delegado Roberto Monteiro de Andrade Junior, titular da 1ª Delegacia Seccional da Capital. "Ao invés de ajudar a passageira, levando-a para um hospital ou para a casa dela, ele decidiu cometer o abuso", completou.

O caso foi registrado como estupro de vulnerável na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. A estudante passou por exames no hospital Pérola Byington e terá que tomar um coquetel de remédios pra evitar doenças sexualmente transmissíveis.

A EMPRESA

Em nota, a 99 afirmou que baniu o motorista da plataforma e mobilizou uma equipe "que manteve contato com a passageira para oferecer todo o acolhimento e suporte necessários".

A empresa está disponível para colaborar com as investigações da polícia.

"A plataforma lamenta profundamente o caso e reitera que repudia veemente esse tipo de violência. Temos uma política de tolerância zero em relação a isso. Por isso, dedicamos nossos esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres."

Ainda de acordo com o aplicativo, "passageiras e motoristas que tenham sofrido esse tipo de violência devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app, ou no telefone 0800-888-8999.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamoto, que é presidente do Instituto Lula, o ex-ministro Antônio Palocci e Marcelo Odebrecht foram indiciados nesta última terça-feira (24), pela Polícia Federal por conta das doações feitas pela empresa Odebrecht ao Instituto do ex-presidente petista. Os recursos foram transferidos sob rubrica de "doações", mas eram abatidas por uma espécie de conta corrente informal, de acordo com a PF.

A polícia indicia Lula pelo repasse de R$ 4 milhões feitos pela Odebrecht entre dezembro de 2013 e março de 2014. Segundo publicação do O Globo, os valores foram repassados para o Instituto Lula de forma oficial, sob a alegação de serem consideradas doações feitas pela empreiteira. No entanto, a Polícia Federal acredita que os milhões vieram de uma conta informal de propinas que o ex-ministro Antônio Palocci mantinha com a Odebrecht - em favor do PT.

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Lula, Paulo Okamotto e Antônio Palocci estão sendo indiciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - já marcelo Odebrecht foi indiciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil do Rio descartou crime de homofobia no caso de agressão a Karol Eller e poderá indiciar a youtuber bolsonarista por denunciação caluniosa. Após ouvir Karol, sua namorada, o agressor e outras testemunhas, a delegada Adriana Belém concluiu que foi a youtuber quem iniciou as agressões.

A informação foi divulgada na noite desta quinta-feira (19) pelo Jornal Nacional. Além dos depoimentos, a delegada teve acesso a câmeras do entorno do quiosque onde ocorreu a briga, na orla da Barra da Tijuca.

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Assim como declarou o acusado das agressões durante o depoimento prestado na noite de terça-feira, os funcionários do quiosque informaram que foi Karol quem iniciou a confusão. A briga teria começado após uma crise de ciúmes.

A delegada Adriana Belém informou que o agressor deverá responder por lesão corporal. Karol Eller e sua namorada serão ouvidas novamente e, após isso, poderão ser indiciadas por denunciação caluniosa.

O jornal O Estado de S. Paulonão conseguiu contato com a defesa de Karol Eller.

A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Spoofing e apresentou à 10ª Vara Federal em Brasília, na noite desta quarta-feira, 18, relatório indiciando os seis investigados pelo hackeamento de dispositivos de mais de mil pessoas, entre elas autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa. A PF enquadrou os seis hackers por organização criminosa, e quatro deles também por invasão de dispositivos móveis.

A Polícia Federal decidiu ainda abrir uma nova investigação para saber se houve financiamento para que o grupo praticasse as invasões. Nesta próxima etapa, os investigadores vão apurar as informações apresentadas na delação de um dos hackers, Luiz Molição.

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Em setembro, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que a investigação sobre invasões de aplicativos de comunicação de altas autoridades da República apontava a prática de crime contra a Lei de Segurança Nacional, na modalidade de espionagem.

O grupo é suspeito de ter invadido as comunicações via Telegram de Moro e Deltan no auge da Operação Lava Jato. Diálogos atribuídos ao ex-juiz federal e ao procurador indicariam suposta combinação na condução na maior operação já deflagrada no País contra a corrupção.

A investigação prendeu em julho, Gustavo Henrique Santos, o DJ de Araraquara, sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques, além de Walter Delgatti Neto, apontado como o líder do grupo.

Conhecido como "Vermelho", Delgatti confessou o hackeamento e afirmou ter mantido contato com o jornalista Glenn Grenwald, do site The Intercept Brasil, que tem divulgado os diálogos atribuídos a Moro, a Deltan e a outros procuradores da Lava Jato. O hacker também disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.

Além dos quatro, a Spoofing investigou o estudante de direito Luiz Henrique Molição e o programador Thiago Martins, o "Chiclete". Os dois foram presos na segunda fase da operação.

No início do mês, o juiz Vallisney Oliveira da 10ª Vara Federal de Brasília homologou o acordo de delação de Molição. A Polícia Federal indicou que vai abrir uma nova investigação exclusivamente para avaliar as informações prestadas pelo estudante.

Atualmente, dois dos investigados estão soltos: Suellen, que deixou a prisão após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e Molição, que está solto por ordem do juiz Vallisney Oliveira, mas utiliza tornozeleira eletrônica.

A Polícia Federal (PF) apresentou relatório cobrando o indiciamento do deputado Paulinho da Força (SD-SP) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no inquérito que apura repasses de R$ 1,8 milhão da Odebrecht para o parlamentar em 2014. As investigações tiveram como base a delação premiada do ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis e áudios da transportadora da empreiteira, a Transnacional.

Paulinho da Força era investigado desde abril de 2017, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, abriu inquérito para apurar acusações feitas por Reis contra o parlamentar. O executivo afirmou ter repassado R$ 1 milhão para o deputado em duas parcelas de R$ 500 mil, em 2014. Anos depois, mudou a versão e afirmou que os pagamentos chegaram a R$ 1,8 milhão.

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"Para a empresa seria importante ter um aliado nas 'fileiras trabalhistas', mormente um ocupante de cargo legislativo influente, Presidente da Força Sindical e de importante partido de defesa dos direitos trabalhistas (Solidariedade). Em contrapartida, o parlamentar receberia regulares contribuições financeiras para atender aos anseios da empresa", afirma a Polícia Federal, em relatório.

O documento foi encaminhado para vistas da Procuradoria-Geral da República, que pode denunciar o parlamentar ou arquivar o inquérito.

Em depoimento, Paulinho da Força negou ter recebido os valores assim como ter prometido qualquer tipo de contrapartida em decorrência de doações feitas pelo grupo Odebrecht. O parlamentar admitiu que se reuniu com executivos da empreiteira no contexto de sua campanha eleitoral em 2014, ocasião em que ficou acertada doação eleitoral de Marcelo Odebrecht.

Segundo Paulinho da Força, o seu partido, o Solidariedade, recebeu R$ 2 milhões de empresas ligadas à empreiteira, sendo que sua candidatura recebeu aproximadamente R$ 180 mil. Os valores, afirma, foram devidamente declarados à Justiça Eleitoral.

A Polícia Federal, no entanto, declarou que a versão apresentada pelo deputado "não encontra guarida" nas provas coletadas no inquérito. "A versão apresentada por Paulinho da Força não encontra guarida quando confrontada com os indícios e provas dos autos, mormente ante a robusta comprovação das entregas, de maneira dissimulada, utilizando-se senhas, códigos, terceiros interpostos, etc., num complexo e arriscado sistema de ocultação de numerário, sem arrimo nas transações bancárias, tão seguras e céleres", afirma.

A delação de Fernando Reis aponta que o dinheiro era contrapartida por Paulinho da Força ter intermediado o fim da greve da Embraport, em 2013, e de uma invasão à sede da empreiteira em 2014. Segundo o empresário, a solicitação das vantagens indevidas partiu do próprio deputado para financiar sua campanha eleitoral daquele ano.

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) concedeu habeas corpus que cancela o indiciamento, pela Polícia Federal, das quatro ex-candidatas do PSL-MG suspeitas de terem atuado como "laranjas" nas eleições do ano passado. A decisão, na noite de terça-feira (12), foi por 4 votos a 2. A defesa das ex-candidatas alegou irregularidade da PF na condução do inquérito.

O esquema, afirma o Ministério Público Eleitoral, teria objetivo de desviar recursos de fundo público reservado a candidaturas femininas. Apontado por investigadores como participante do esquema, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, à época presidente do PSL-MG, continua indiciado. O ministro nega as acusações.

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A decisão não impede que prossiga a denúncia contra as quatro pelo MPE. São elas: Débora Gomes, Naftali Tamar, Camila Fernandes, que disputaram vaga na Câmara, e Lílian Bernardino, que tentou cadeira na Assembleia Legislativa. O indiciamento da PF, em 4 de outubro, foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. "O habeas corpus foi para coibir ilegalidades cometidas pela autoridade policial no curso do inquérito, especificamente quanto ao indiciamento das quatro ex-candidatas", disse a advogada, Fernanda Lage Martins.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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