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A Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por envolvimento em um suposto esquema de candidaturas laranjas do PSL de Minas Gerais. O auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é apontado no relatório da PF apresentado ao Ministério Público como o líder do esquema. 

Marcelo Álvaro Antônio foi indiciado sob a suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. 

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O relatório da PF foi entregue nesta sexta-feira (4) e agora cabe ao MP decidir se oferece ao não a denúncia à Justiça. O ministro do Turismo ainda não se pronunciou sobre o assunto. 

A denúncia do esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais no PSL foi feita em uma matéria do jornal Folha de São Paulo, em fevereiro deste ano. De acordo com a reportagem, a direção nacional do PSL, após indicação da direção do partido em Minas - presidido na época pelo ministro - repassou R$ 279 mil para quatro candidaturas de mulheres no Estado. 

Contudo, mesmo estando entre as 20 que mais receberam recursos do partidos, elas juntas conquistaram pouco mais de 2 mil votos. As quatro já foram indiciadas pela Polícia Federal. O ministro já chegou a negar qualquer irregularidade. 

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que apura o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho pede o indiciamento do presidente da mineradora à época da tragédia, Fábio Schvartsman, e da diretoria da multinacional brasileira por homicídio com dolo eventual, em que se assume o risco de matar, por 270 vezes, número de mortos e desaparecidos do desastre, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. O texto foi lido em sessão e aprovado por unanimidade.

O relatório afirma que a Vale sabia que a barragem operava com fator de segurança abaixo do previsto pelas normas internacionais do setor. Conforme a CPI, o fator de segurança da barragem era de 1.09, enquanto o mínimo admitido era de 1.30.

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O texto diz ainda que a mineradora não deu a "atenção devida" à entrada de água na barragem de nascente próxima à represa.

"Ocorreu cegueira deliberada da Vale", afirmou o relator da CPI, deputado André Quintão (PT), durante a leitura do relatório.

Houve ainda, segundo o documento, "omissão consciente e voluntária de medidas de segurança", por parte da Vale e da Tüv Süd, empresa de consultoria que emitiu laudo de estabilidade da barragem.

A CPI durou cerca de seis meses. O relatório tem aproximadamente 340 páginas. Foram realizadas 31 reuniões e prestados 149 depoimentos.

O pedido de indiciamento será enviado ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), que, por sua vez, decide se encaminha a solicitação à Justiça. A Vale ainda não se posicionou sobre o relatório.

Até o momento foram confirmados 249 mortos no rompimento da barragem. Outras 21 pessoas estão desaparecidas.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados.

A Polícia Federal indiciou criminalmente onze investigados da Operação Esperança Equilibrista por supostas fraudes e desvios na implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, em Belo Horizonte. A operação foi deflagrada em dezembro de 2017 para investigar irregularidades no projeto financiado pelo Ministério da Justiça, em 2009 (governo Lula), e executado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O custo inicial do projeto era de pouco mais de R$ 5 milhões. Após seis aditivos, o projeto superou a quantia de R$ 28 milhões, dos quais mais de R$ 19 milhões foram efetivamente pagos, tendo sido destinados R$ 6,7 milhões à produção da Exposição de Longa Duração; e o restante, para a obra.

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Assinado há dez anos, o projeto prevê duas ações - reforma do edifício histórico denominado Coleginho, localizado no bairro Santo Antônio, e construção de prédios anexos e de uma praça de convivência, além da produção de uma Exposição de Longa Duração no Coleginho reformado.

Segundo a PF, as investigações referentes à segunda ação avançaram em ritmo mais adiantado que a apuração sobre a obra, "a ponto de o conjunto probatório reunido até o momento possibilitar a sua conclusão".

A PF informou que as investigações sobre as obras vão continuar.

Sobre a ação de pesquisa de conteúdo e produção da Exposição de Longa Duração, os investigadores constataram, "fortes indícios" da prática de crimes de associação criminosa, uso de documentos ideologicamente falsos, desvio de verba pública, concussão, estelionato e prevaricação. As penas previstas para esses crimes, somadas, chegam a 32 anos de reclusão.

A PF descobriu que a maioria dos estudantes e dos pesquisadores que recebiam bolsas para desenvolver pesquisas de conteúdo para a Exposição de Longa Duração foi instada a repassar parte de suas bolsas para alguns investigados.

"Em outra situação, ao induzir bolsistas a engano, alguns investigados obtiveram parte da remuneração dos pesquisadores", destaca a investigação.

O inquérito da PF mostra que recursos do projeto "foram gastos com despesas estranhas ao seu escopo, beneficiando fornecedores e colaboradores".

A PF informou que as provas reunidas no inquérito policial "demonstram tentativas de esconder o descontrole e o desvio dos gastos por meio de prestação de contas com dados falsos".

Defesa

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da universidade, por e-mail, mas ainda não obteve retorno.

Quando a Operação Esperança Equilibrista foi deflagrada, em dezembro de 2017, a Universidade Federal de Minas, em nota, informou que "membros da comunidade universitária foram levados para prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Belo Horizonte, em inquérito policial".

"Dada a transparência com que lida com as questões de natureza institucional, a UFMG torna público que contribuirá, como é sua tradição, para a correta, rápida e efetiva apuração do caso específico", ressaltou a universidade, na ocasião.

A modelo Najila Trindade compareceu à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, para prestar depoimento sobre um inquérito em que o jogador Neymar é acusado de divulgar imagens íntimas dela na internet.

A divulgação ocorreu em 1º de junho, um dia depois que Najila denunciou Neymar à Polícia Civil de São Paulo acusando o jogador de tê-la estuprado, em um hotel em Paris, em 15 de maio. O vídeo em que Neymar se defende inclui imagens íntimas da modelo e foi publicado enquanto o atleta estava em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, treinando com a seleção brasileira para a Copa América. Por isso coube à Polícia Civil do Rio investigar esse suposto crime.

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A acusação a Neymar por estupro foi arquivada pela Polícia Civil de São Paulo, que na terça-feira indiciou Najila por denunciação caluniosa, extorsão e fraude processual.

O inquérito sobre a divulgação de imagens íntimas prossegue. Najila chegou à delegacia, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho (zona norte do Rio), às 14h15 e ficou até as 15h. No depoimento, ela respondeu a quatro perguntas: se era ela a pessoa que figura nas fotos divulgadas por Neymar; se ela autorizou que as imagens e as conversas fossem divulgadas por outra pessoa; se a pessoa que manteve a conversa divulgada por Neymar era ela; e como ficou sabendo do vazamento dos diálogos.

Ao sair, Najila afirmou que sua vida está "devastada": "Já conseguiram provar que eu não fui violentada nem nada, mas não conseguiram indiciar ele por esse crime que ele fez. Ele está trabalhando igual no futebol: driblando e caindo", ironizou. "É um crime óbvio que ele cometeu na frente de todos, esse crime de exposição, para me humilhar. Eu não autorizei nada e jamais imaginei que ele (Neymar) fosse capaz de fazer isso", concluiu.

NEYMAR - Em depoimento prestado em 6 de junho à mesma DRCI, Neymar afirmou que um integrante de sua assessoria e um técnico em informática foram os responsáveis por divulgar as imagens da modelo. O jogador teria gravado um depoimento, mas não teria feito a edição que inclui imagens íntimas de Najila. Neymar admitiu ter liberado o teor da conversa para que sua equipe usasse no vídeo, mas disse ter orientado seus auxiliares a preservar as partes íntimas da mulher.

A Polícia Federal (PF) indiciou um vendedor de 25 anos, na quinta-feira (29), por assediar criança de 9 anos em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Usando uma foto da Minnie e o nome Maria Juliana no Facebook, o acusado solicitava que a menor exibisse as partes íntimas, além de enviar para ela uma foto de seu órgão genital.

O indiciamento do suspeito ocorreu dentro da Operação Help VIII. A operação foi deflagrada após o pai da criança ter acionado a Polícia Federal. Ele contou ter resolvido criar um perfil para filha por insistência da mesma.

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No mesmo dia em que a criança adicionou 'Maria Juliana' tiveram início os assédios através de conversas libidinosas. O homem perguntava, por exemplo, se a menina era safada e como era a calcinha que ela usava. Todos os diálogos foram acompanhados pelos pais.

A PF cumpriu três mandados de busca e apreensão, dois em Caruaru e um em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Esses foram os locais em que o suspeito usou internet para entrar em contato com a menor de idade. O celular do suspeito foi apreendido e passará por perícia técnica.

Segundo a PF, o suspeito é natural de Boa Vista, Roraima, e não possui antecedentes criminais. Ele foi intimado a comparecer na delegacia de Caruaru, onde ocorreu o indiciado. O suspeito vai responder ao procesos em liberdade. No interrogatório, o homem confirmou ter usado o perfil Maria Juliana e enviado a foto do órgão genital, mas afirmou não saber que se tratava de uma menor de idade. 

Quase dois meses após o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza, marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), dois filhos dela foram indiciados pela Polícia Civil nesta quarta-feira, 14. Flávio dos Santos Rodrigues, que tem 38 anos e é filho de Flordelis e de seu primeiro marido, e Lucas Cezar dos Santos de Souza, de 18 anos, filho adotado por ela e pela própria vítima, são acusados de homicídio qualificado.

O inquérito foi encaminhado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) ao Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), que vai decidir se denuncia os dois, arquiva o caso ou pede que a investigação prossiga. Também foi pedida a prisão preventiva dos dois acusados, que estão presos desde 17 de junho na carceragem da própria Delegacia de Homicídios.

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Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da especializada, o inquérito foi desmembrado e agora será dado início à segunda fase da investigação, cujo objetivo é identificar a participação de eventuais coautores no crime.

Quarenta e quatro manifestantes detidos durante as manifestações em Hong Kong serão indiciados por envolvimento em distúrbios, anunciou nesta terça-feira (30) à AFP um oficial da polícia.

Se forem condenados pelas acusações, os réus poderão ser sentenciados a até 10 anos de prisão.

"Estamos prestes a indiciá-los. Um comunicado à imprensa será publicado ao anoitecer", disse a fonte que pediu anonimato.

A delegada Juliana Lopes Bussacos, titular da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo, decidiu não indiciar o atacante Neymar por estupro e agressão. A investigação estava em andamento desde 31 de maio, quando a modelo Najila Trindade registrou boletim de ocorrência acusando o jogador.

O Ministério Público ainda pode denunciar (fazer acusação formal contra Neymar), pedir o arquivamento ou requisitar novas diligências. O MP tem até 15 dias para se manifestar. A delegada concederá entrevista coletiva na manhã desta terça-feira para explicar a conclusão das investigações.

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As investigações tiveram início em 31 de maio, quando Neymar foi acusado de estupro por Najila Trindade. Após o boletim de ocorrência, o atacante divulgou conversas com a modelo e fotos e passou a ser investigado também por crime digital.

Neymar e Najila se conheceram pelo aplicativo de fotos e mensagens Instagram. Ela contou que viajou a Paris a convite do jogador e disse que, durante uma visita dele ao quarto que estava hospedada, o atacante fez sexo sem consentimento. O atleta confirmou a viagem, mas negou a acusação.

Najila chegou a gravar o segundo encontro que teve com Neymar em Paris. No vídeo, a modelo agride o jogador. Ela alegou que queria uma prova do encontro e que as agressões foram uma reação ao que teria sofrido no dia anterior.

Nesta terça-feira, a delegada Juliana Lopes Bussacos concederá entrevista coletiva ao lado do diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Albano David Fernandes, e do delegado titular da 6ª Seccional, Cosmo Stikovics Filho.

A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira, 1º, as quatro mulheres apontadas como candidatas-laranja do PSL nas eleições de 2018. Em depoimentos ao longo das investigações, todas permaneceram em silêncio. O indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. O inquérito será agora enviado para o Ministério Público, para apresentação, ou não, de denúncia.

O esquema foi denunciado pela Folha de S.Paulo. Conforme as investigações da Polícia Federal, o partido, que à época tinha como presidente em Minas Gerais o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. As ex-candidatas indiciadas são Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100.

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Na última quinta-feira, 27, a Polícia Federal, também no âmbito das investigações sobre o esquema, prendeu o assessor especial de Marcelo Álvaro no ministério, Mateus von Rondon, e dois coordenadores da campanha do hoje ministro a deputado federal no ano passado, Roberto Soares, conhecido como Robertinho, e Haissander Souza de Paula. Os dois trabalhavam, respectivamente, em Ipatinga e Governador Valadares. No sábado, 29, os três tiveram pedido de prisão negado pela Justiça Eleitoral em Belo Horizonte.

O ministro do Turismo nega qualquer participação no esquema. A reportagem entrou em contato com o diretório do PSL em Minas e aguarda retorno. Nas investigações, ficou comprovado, entre outros pontos, que uma gráfica utilizada no suposto esquema já não funcionava dois anos antes das eleições. A Polícia Federal apurou ainda que a empresa pertencia a um irmão de Roberto Soares.

Segundo a Polícia Federal, a relação custo por voto entre as mulheres que teriam sido usadas como laranjas no esquema era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições. O custo médio entre os que venceram era de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300.

As penas máximas para os três crimes são de 9 anos e três meses de prisão. O Ministério Público de Minas Gerais também investiga o suposto esquema de desvio de recursos do fundo eleitoral.

Filha do ex-deputado federal Pedro Corrêa, condenado no caso do Mensalão e na Lava Jato, a ex-deputada Aline Corrêa foi nomeada para um cargo de gerência na Prefeitura do Recife. Aline agora é gerente de Trabalho e Qualificação Profissional da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do município.

O posto é um cargo em comissão e o secretário responsável pela pasta é Antonio Júnior. A nomeação de Aline foi publicada no Diário Oficial do Recife no último dia 14.

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Ex-deputada federal por São Paulo, em dois mandatos, Aline Corrêa chegou a ser indiciada pela Polícia Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato em novembro de 2017.

Na época, a PF justificou que Aline teria “aderido à conduta criminosa de Pedro Corrêa, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, e tendo provido os meios materiais para a ocultação/dissimulação de recursos, recebendo recursos em espécie por determinação de seu pai, e tendo atuado para recebimento de recursos inclusive em benefício de sua campanha eleitoral de 2010 (no caso das doações realizadas por UTC e Constran)”. O marido dela, Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani também já foi preso pela operação.

No ano passado, Aline já havia voltado para Pernambuco e se candidatou a deputada estadual pelo PR nas eleições de 2018. Ela conquistou 12.315, mas não foi eleita.

O LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura do Recife para sabe se a gestão se posicionaria sobre o assunto, mas até o fechamento desta matéria não obteve respostas.  

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luís Cláudio, por supostos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A investigação, que é abastecida pela delação da Odebrecht, mira pagamentos à empresa de marketing esportivo Touchdown, de propriedade de Luís Cláudio. Segundo a PF, a empresa teria recebido R$ 10 milhões em alguns anos "apesar de seu capital social de R$ 1 mil".

As informações foram reveladas pelos repórteres Bruno Tavares e Robinson Cerântula, da TV Globo, e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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A juíza da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, Bárbara de Lima Issepi, remeteu o caso para uma das varas especializadas em lavagem de dinheiro.

A investigação tem origem na delação de executivos ligados à Odebrecht. Eles afirmam que Lula teria mantido contato com a empreiteira para beneficiá-la no governo Dilma Rousseff, e, "como contrapartida, a empresa ficaria responsável por financiar projetos pessoais de seu filho, Luis Cláudio".

Consta nos autos que "a partir disso, Alexandrino Alencar (Odebrecht) teria procurado a empresa 'Concept', com o intuito de beneficiar a empresa de Luis Claudio, Touchdown, a desenvolver o futebol americano no Brasil".

"Adalberto Alves, representante da Concept, por sua vez, afirmou que a empresa foi principalmente remunerada pela Odebrecht, contudo prestou serviços para a empresa Touchdown: segundo consta, a Odebrecht teria arcado com valor aproximado de R$ 2 milhões, ao passo que a Touchdown teria desembolsado aproximadamente R$ 120 mil".

A juíza anota que "apesar das expressivas quantias pagas, não houve sequer a formalização de qualquer contrato".

"Por sua vez, a empresa Touchdown teria comprovado o pagamento de aproximadamente R$ 150 mil. A autoridade policial ainda aponta outros elementos que, no seu entendimento, possuem severas inconsistências."

Segundo a PF, "a empresa Touchdown recebeu ao longo dos anos vultuosas quantias (mais de R$ 10 milhões) de grandes patrocinadores, apesar de seu pequeno capital social, de apenas R$ 1 mil (fl. 317); os serviços prestados pela empresa Concept estão aproximadamente 600% acima do valor de mercado, haja vista que, segundo afirmado por Adalberto, os custos da atividade realizada seriam em torno de R$ 300/400 mil".

"Há indícios de utilização de intermediários ('laranjas') para o pagamento de valores suspeitos. A esse respeito, destaque-se o pagamento de R$ 846 mil, apenas no ano de 2013, a empresa com capital social de R$ 1,00, cujo objeto social diz respeito à animação de festas (recreação, e fabricação de doces e salgados). Segundo a Autoridade Policial, a representante desta empresa (Roseane Matos), antes de começar a receber valores da Touchdown, possuía renda mensal de apenas um salário mínimo". Conforme a Autoridade Policial, a própria Confederação Brasileira de Futebol Americano (fl. 474) nunca obteve um patrocínio anual, tampouco investimentos que se protraíssem por anos, de expressivos valores, e sem ter havido sequer formalização por meio de contrato, caso dos benefícios que teriam sido auferidos pela Touchdown", afirma a PF.

Consta nos autos que a "Receita Federal viu indícios de irregularidade nas transações em questões, entendendo caracterizada possível omissão de receitas pela Touchddown".

A juíza anota que "causou estranheza à Autoridade Policial que a Touchdown comprove pagamentos apenas a partir de 03/12/2012, ao passo que os serviços já eram prestados ao menos desde 16/03/2012, bem como, desde 02/05/2012, a Odebrecht já estar realizando pagamentos à Concept".

"No caso dos autos, haveria, ao menos em tese, condutas destinadas a ocultar ou dissimular a origem de valores provenientes de infração penal, tais como pagamentos parciais com a intenção de oferecer aparência de licitude, triangulação de valores, utilização de interpostas pessoas, entre outras práticas", escreve a magistrada.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que "o relatório produzido pela autoridade policial não tem qualquer implicação processual e muito menos afasta a garantia constitucional da presunção de inocência em favor do ex-Presidente Lula e de seu filho Luis Claudio.

Trata-se de mero documento opinativo, com enorme fragilidade jurídica e distanciamento da realidade dos fatos, que dá sequencia ao 'lawfare' praticado contra Lula e seus familiares.

Lula jamais solicitou ou recebeu, para si ou para terceiros, qualquer valor da Odebrecht ou de outra empresa a pretexto de influir em ato da ex-Presidente Dilma Rousseff ou de qualquer outro agente público. Tampouco teve qualquer atuação nas atividades da TOUCHDOWN, empresa de titularidade de seu filho Luis Claudio que organizava um campeonato nacional de futebol americano.

Luis Claudio, por seu turno, comprovou serem mentirosas as afirmações de delatores da Odebrecht. A empreiteira jamais suportou os custos de fornecedores da TOUCHDOWN. Especificamente no caso do grupo CONCEPT, referido por tais delatores, Luis Claudio apresentou o contrato de prestação de serviços firmado com a TOUCHDOWN e comprovou ter feito todos os pagamentos dos honorários contratados e das despesas incorridas durante a prestação dos serviços.

Espera-se que o Ministério Público Federal de São Paulo, a quem cabe a análise do material, siga a lei e encerre o caso em relação ao ex-Presidente Lula e a Luis Cláudio, tendo em vista que eles não praticaram qualquer ato ilícito."

A Polícia Federal (PF) divulgou o indiciamento de um ambulante acusado de atos de vandalismo nos trilhos do metrô do Recife. O homem de 19 anos colocou dormentes de madeira sobre os trilhos com o objetivo de causar um desastre ferroviário, concluiu a PF. O ambulante vai responder em liberdade.

O inquérito policial foi instaurado no dia 7 de novembro de 2018 com o objetivo identificar e responsabilizar comerciantes que, em agosto, teriam tentado paralisar o sistema de metrô após uma ação dos agentes de segurança da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) contra a venda de mercadorias em local impróprio. O ambulante, identificado apenas como Richard, foi indiciado na última quinta-feira (24).

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Segundo a PF, cada dormente pesa 100 kg e são necessárias quatro pessoas para carregar. No dia da confusão, o maquinista precisou parar o trem entre as estações Joana Bezerra e Recife para evitar um acidente.

Em depoimento, Richard afirmou que agiu com outros ambulantes após terem suas mercadorias apreendidas. Ele contou também que não foi sua a ideia de colocar as madeiras nos trilhos. O ambulante já foi apreendido quando era menor de idade por lesão corporal.

Richard foi indiciado pela prática do crime de perigo de desastre ferroviário, em virtude de impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro, colocando obstáculo na linha. Caso seja condenado, o vendedor poderá pegar penas que variam de dois a cinco anos de reclusão. Não se descarta a possibilidade de solicitação de prisão preventiva. A PF segue as investigações para identificar os demais envolvidos.

O médium João de Deus e sua mulher, Ana Keyla Teixeira, foram indiciados por posse ilegal de armas pela Polícia Civil de Goiás. A informação foi confirmada pela delegada Karla Fernandes durante coletiva de imprensa em Goiânia nesta quinta-feira (10).

A medida encerra a força-tarefa da polícia. Todos os procedimentos sobre o médium, segundo a delegada, foram encaminhados ao Poder Judiciário. Ela também informou que o médium foi indiciado por violação sexual mediante fraude por um crime cometido há três anos contra uma vítima que mora em São Paulo.

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"A força-tarefa da Polícia Civil encerrou todos os seus procedimentos porque já foram indicados por posse ilegal de arma tanto o João de Deus, como a esposa dele, Ana Keyla, uma vez que ambos moram na mesmas residências", disse Karla.

As armas foram encontradas na residência de João de Deus em Abadiânia (GO), espalhadas no quarto do médium, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no dia 18 de dezembro. Na ocasião, as autoridades apreenderam dois revólveres de calibre 32, um de calibre 38, uma pistola 380, com capacidade para 12 tiros, e uma garrucha calibre 22, que tinha a numeração raspada.

Nesta quarta-feira, 9, o médium foi ouvido no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde está preso desde o dia 16 de dezembro. De acordo com a delegada Karla Fernandes, João de Deus alegou que as armas estavam sob sua posse porque ele estava fazendo um "bem para a comunidade".

Entre as justificativas, ele sustentou que pegou uma das armas de uma pessoa que ia se suicidar; outra de uma mulher que pretendia matar o marido e a amante; outra teria sido trocada por pedras em um garimpo; e outra teria sido entregue a ele por um garimpeiro. Sobre a quinta arma, alegou não se recordar da origem.

Também nesta quarta-feira, João de Deus virou réu em ação no qual é acusado por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Neste caso específico, ele foi denunciado pelo cometimento dos crimes contra quatro vítimas.

O Ministério Público, contudo, já recebeu cerca de 600 denúncias de todo o País e do exterior contra o médium.

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes de Almeida, afirmou nesta quarta-feira (26) que Ana Keyla Teixeira Lourenço, de 40 anos, mulher do médium João de Deus, poderá ser indiciada como coautora dos crimes de posse ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.

Ana Keyla prestou depoimento em Goiânia e negou qualquer conhecimento de ação ilegal do médium envolvendo abuso sexual, armas ou dinheiro dos fiéis. "Mas as investigações demonstram que há indícios de que ela (Ana Keyla) tinha conhecimento das armas e do dinheiro. É difícil uma pessoa não ver uma arma que está em uma gaveta de roupas íntimas", disse Almeida.

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Em buscas na casa do médium acusado de abuso sexual, a polícia encontrou armas irregulares e grande quantidade de dinheiro em espécie. Procurada pela reportagem, a defesa de João de Deus não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma jovem que não tinha carteira de habilitação foi indiciada pelo acidente que matou uma família de Campinas, interior de São Paulo, no mês passado na Rodovia BR-050, na região do Triângulo Mineiro. O inquérito foi finalizado nesta quinta-feira, 8, sendo a motorista Estefânia Andrade Resende, de 21 anos, indiciada por três homicídios qualificados.

De acordo com o que foi apurado, ela havia saído de uma festa em Uberlândia (MG), em que teria consumido álcool com duas amigas, e seguia pela rodovia. No caminho, testemunhas teriam visto o veículo meio descontrolado na pista até que houve a colisão com o carro da família que foi parar em uma ribanceira.

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O acidente ocorreu no dia 7 de outubro, mas as vítimas foram localizadas somente dois dias depois, no dia 9. Isso após o único sobrevivente, Benjamin Monare, de 6 anos, escalar a parede da cratera e chegar à rodovia, onde foi resgatado por um caminhoneiro.

A família voltava de uma passeio em Caldas Novas (GO) e um irmão do menino, além do pai e da mãe, morreram no local. Já o outro carro seguiu sem dar socorro, mas investigações levaram à identificação da motorista. Ela reside em Araguari (MG), mas a reportagem não conseguiu localizá-la na cidade.

Nesta sexta-feira, 9, a Procuradoria da República em Uberlândia anunciou que vai acionar a MGO Rodovias, concessionária responsável pelo trecho, por descumprir as normas de segurança viária. Para o procurador Cléber Eustáquio Neves, o local do acidente deveria contar com defensas metálicas.

A MGO Rodovias informou que está à disposição do Ministério Público Federal, mas que não comentaria a questão.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (23) negar um pedido da defesa do presidente Michel Temer para anular o indiciamento do presidente feito pela Polícia Federal no âmbito do inquérito dos Portos. Para o ministro, não há fundamento válido para vedar a possibilidade de a PF indiciar autoridades com prerrogativa de foro.

"O indiciamento é ato expressamente previsto em lei, que não ressalva de sua incidência os ocupantes de cargos públicos. Impedir o indiciamento apenas de uma classe de pessoas, sem fundamento constitucional ou legal, configuraria uma violação aos princípios da igualdade e da República, ao conferir um privilégio exclusivo e injustificado a determinadas autoridades", avaliou Barroso.

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A PF indiciou Temer pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na investigação sobre o favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017.

A alegação dos advogados do presidente da República é a de que o ato da PF é ilegal já que a corporação não teria competência para indiciar quem tem foro por prerrogativa, como é o caso de Temer. O presidente e mais dez pessoas foram indiciadas pela PF nas investigações. A corporação também pediu o bloqueio de bens de todos os indiciados, incluindo Temer, e a prisão preventiva de quatro deles: coronel Lima e sua mulher, além de Carlos Alberto Costa e Almir Martins Ferreira, que atuaram, respectivamente, como sócio e contador do coronel.

A defesa do presidente sustenta que a jurisprudência do STF é "pacífica" sobre a incompatibilidade de a PF indiciar quem tem foro perante o STF, argumento rechaçado por Barroso.

"A questão aqui versada, ao contrário do que alega a defesa, jamais foi objeto de deliberação pelo plenário desta Corte", observou Barroso em sua decisão. Isso porque o plenário da Corte já decidiu que é nulo o indiciamento de autoridade com prerrogativa de foro quando a investigação não tenha sido previamente autorizada pelo STF. No caso do inquérito dos Portos, a apuração teve - desde o início - a supervisão da Suprema Corte.

Barroso frisou que a investigação de Temer foi "integralmente supervisionada" e todas as provas, incluindo a quebra dos sigilos bancários e fiscal e o interrogatório do presidente foram colhidas mediante autorização e controle judicial do Supremo.

"O indiciamento somente ocorreu quando completamente finalizada a investigação, por ocasião da apresentação do Relatório Conclusivo da Polícia Judiciária. Não há, portanto, risco algum à preservação da competência do Supremo Tribunal Federal relacionada às autoridades com prerrogativa de foro, nem houve qualquer diligência investigatória realizada sem o controle desta Corte", sustentou o ministro.

Barroso ressaltou que cabe ao delegado de Polícia fazer o indiciamento, ao Ministério Público apresentar denúncia e ao Poder Judiciário dar a sentença, "sendo vedada a interferência recíproca nas atribuições alheias, sob pena de subversão do modelo acusatório, baseado na separação entre as funções de investigar, acusar e julgar".

Barroso lembrou ainda que neste ano o STF decidiu reduzir o alcance do foro privilegiado para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo, no caso de deputados federais e senadores. "Com maior razão, deve esta Corte impedir a criação de novos privilégios que nem sequer possuem amparo constitucional ou legal", concluiu o ministro.

A Polícia Federal (PF) apontou, no relatório final do inquérito dos portos, indícios de que o presidente Michel Temer recebeu R$ 5,9 milhões de propina das empresas Rodrimar, Grupo J&F e Libra. Segundo a investigação, os repasses teriam sido realizados em doações oficiais e em espécie.

Temer, sua filha Maristela e outras nove pessoas foram indiciados na terça-feira (16) pelo delegado Cleyber Malta em relatório encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A PF concluiu que Temer editou o Decreto dos Portos, em maio de 2017, com "desvio de finalidade, favorecendo indevidamente empresas e empresários do setor". Seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB) é apontado como "interlocutor" do emedebista nas supostas negociações com as empresas. O militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, próximo a Temer, também foi indiciado e é apontado como "gerente" de uma "estrutura montada" para receber "benefícios financeiros por alguns desses empresários". A PF pediu ainda a prisão do coronel.

Segundo a PF, a estrutura da empresa Argeplan, de Lima, foi colocada à disposição de Temer e bancou uma reforma em um imóvel de Maristela. Na conclusão do relatório, o delegado afirma que o decreto visou a "honrar compromissos com um setor" do qual Temer "se beneficiou com recebimento de recursos indevidos durante quase 20 anos".

Malta ainda aponta na conclusão do relatório a existência de "contatos atípicos" que aparentam "ocorrência fora da sua regularidade" entre Rocha Loures e o procurador da República Alexandre Camanho, secretário-geral na gestão de Raquel Dodge que assumiu a Procuradoria-Geral da República em setembro de 2017. Em mensagens de 2016, Camanho trata com Loures da futura composição do governo Temer.

Defesas

A defesa de Temer disse que não se manifestaria. O advogado Maurício Silva Leite, defensor do coronel Lima, reiterou que o pedido de prisão da PF é descabido e que confia na análise ponderada e técnica do STF. Camanho informou que, quando era presidente da ANPR, iniciou contato com o então vice-presidente Temer para tratar de questões corporativas e manteve após deixar a associação.

O criminalista Fábio Tofic Simantob, responsáveis pela defesa dos executivos da Rodrimar, disse que o relatório se "contradiz com outro elaborado anteriormente pela própria PF em que reconhece que a Rodrimar não foi beneficiada pelo Decreto dos Portos".

O advogado Cézar Bittencourt, defensor de Rocha Loures, também disse que não teve acesso ao relatório policial e, portanto, "não há como se manifestar globalmente". A J&F não se manifestou sobre o caso. O Grupo Libra informou que seus advogados ainda não tiveram acesso ao relatório da PF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro de Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse, nesta quarta-feira, 17, que o presidente Michel Temer está "abalado" e "indignado" com o indiciamento feito pela Polícia Federal no âmbito do inquérito dos Portos. Marun demonstrou irritação principalmente pelo fato da filha do presidente, Maristela, também ter sido envolvida no caso, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Temer e a filha estariam envolvidos, segundo o relatório, em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Marun disse que, mesmo que os fatos apontados pela Polícia Federal fossem verdadeiros, o que ele nega, "não haveria prática criminosa por parte da filha do presidente". "Preocupa nisso uma situação que tem se tornado constante que é a tentativa de envolvimento de familiares daqueles que se quer atingir. Parece que para abalar o ânimo que quer se atingir se vai atrás de algum parente. Essa é uma prática que tem que ser abolida. Vários são os casos de parentes que são envolvidos e depois fica o dito pelo não dito", afirmou.

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Um dos principais aliados de Temer, Marun disse ainda que o inquérito dos portos "não deveria ter existido", pois "o crime não existiu". "São mil páginas (no relatório) de um festival de ilações. Nessas mil páginas não existe nada de concreto em relação a atitude ilícita do presidente da República. Deveria ter terminado no momento em que se fez a leitura e ficou evidente que a Rodrimar não era beneficiada pelo decreto", disse.

Ele também criticou o fato do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter autorizado a quebra de sigilo bancário de Temer desde 2013. Marun considera que Barroso agiu "no mínimo de forma equivocada" e que há uma "perseguição" contra Temer.

"Eu sempre disse que era absurdo que, em um inquérito que investiga uma questão de 2017 se rompe o sigilo bancário de alguém desde 2013. Quer dizer, se deixa de investigar o fato e começa a perseguir a pessoa. Mesmo assim, não existe nenhuma prova nesse inquérito, principalmente de qualquer atitude indevida praticada pelo presidente no exercício do seu mandato", defendeu.

Marun descartou a possibilidade de ser apresentada uma terceira denúncia contra Temer este ano. "Não trabalhamos com a hipótese de uma terceira denúncia, trabalhamos sim com a indignação em função de tudo isso (...) Não podemos perder a esperança nas pessoas."

Mais cedo, um aliado de Temer contou que Temer estava "particularmente chocado", mas que isso não vai abatê-lo e que ele vai continuar cumprindo suas agendas. No Planalto, há um questionamento sobre o presidente Temer não ter sido ouvido antes do indiciamento. O argumento é que não foi dado direito ao contraditório.

Na conclusão do inquérito dos Portos, o delegado da Polícia Federal Cleyber Malta solicita a abertura de um novo inquérito para a apurar as revelações feitas pelo ex-executivo da Engevix José Antunes Sobrinho em acordo de colaboração premiada. O acordo de Sobrinho foi homologado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e aborda o suposto pagamento de propina da Engevix para políticos do MDB, com a anuência do presidente Michel Temer, relacionado ao contrato para obra da usina de Angra 3 assinado com a Eletronuclear.

De acordo com a PF, Sobrinho fala em seu acordo sobre "pagamentos indevidos que somam 1,1 milhão de reais, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear". Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, que tem o coronel Lima, amigo de Temer, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.

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A solicitação de abertura do novo inquérito está entre os pedidos complementares elencados pelo delegado Cleyber Malta. Ele também solicita a abertura de uma nova investigação sobre a contratação do consórcio Argeplan/Concremat pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Para o investigador, o material coletado no inquérito dos Portos aponta "indícios de não execução de alguns serviços e superfaturamento de outros, em contrato avaliado em cerca de 100 milhões de reais".

Outro requerimento feito por Malta é a abertura de inquérito policial para apurar os fatos relatados pelo advogado Flávio Calazans. Em seu acordo de colaboração, o advogado diz ter recebido, por meio de contrato fraudulento, R$ 375 mil da Pérola S.A, empresa que tem a Rodrimar como sócia minoritária. Como mostrou o Estado, os valores repassados pela Pérola foram parar nas contas de uma empresa de fachada utilizada para escoar propina a integrantes do MDB.

Defesas

Procurada pela reportagem, a defesa do presidente Temer informou que só vai se manifestar após concluir a leitura do relatório.

Em nota, a defesa do ministro Moreira Franco afirmou que "não vai por ora se manifestar sobre essa inverdade, mas pretende tomar as medidas jurídicas necessárias quanto à esta invenção, tão logo, conheça a dita colaboração processual".

O advogado Maurício Silva Leite, defensor de João Baptista Lima Filho, reiterou que o pedido de prisão da Policia Federal é descabido e não tem respaldo legal. A defesa confia na análise ponderado e técnica do Supremo Tribunal Federal.

A defesa do presidente Michel Temer pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso a anulação do indiciamento promovido na terça-feira (16) pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A na edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado em maio do ano passado pelo presidente. 

Em manifestação enviada a Barroso, que é o relator do caso no STF, os advogados do presidente alegam que, devido ao foro por prerrogativa de função garantido ao presidente da República, a PF não tem competência para indiciar Temer.

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Para os advogados, o indiciamento é ilegal e provoca repercussão na honorabilidade de Temer e “reflexos na estabilidade da nação".

"Chamou a atenção da defesa, a decisão da autoridade policial de proceder diretamente o indiciamento do requerente, sem qualquer autorização de Vossa Excelência [Barroso], ou mesmo pedido neste sentido por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), usurpando a competência exclusiva desta Suprema Corte", argumentou a defesa.

Na mesma petição, o advogado afirmou que Temer não praticou os fatos que lhe foram atribuídos no relatório final da investigação, enviado ontem pela PF ao ministro Barroso.

“A referida peça conta com mais de 800 laudas, de forma que a defesa não teve tempo de analisar o seu inteiro teor. Ainda assim, reafirma neste momento que o senhor presidente da República não praticou qualquer dos delitos que lhe foram atribuídos e que, seguramente, não há elementos suficientes para justificar a conclusão lá exposta.", concluíram os advogados.

Além de Temer, mais dez pessoas foram indiciadas no inquérito. Os crimes citados são de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 Após receber o documento, Barroso pediu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá 15 dias para se manifestar sobre eventual denúncia contra os acusados e os pedidos de bloqueio de bens e de prisão de quatro dos 11 indiciados.

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