Tópicos | jornalista

A polícia de Las Vegas, no oeste dos Estados Unidos, informou na quarta-feira que prendeu, pela morte de um jornalista, um homem que a mídia local apontou como sendo um político cuja gestão o repórter havia denunciado.

Jeff German estava trabalhando em uma série de matérias para o Las Vegas Review-Journal sobre supostas irregularidades do administrador público do condado de Clark, Robert Telles, segundo o jornal.

German, de 69 anos, foi encontrado morto em frente à sua casa no sábado, com a mídia local informando que ele havia sido esfaqueado várias vezes.

"O suspeito do homicídio ocorrido em 2 de setembro de 2022 foi levado sob custódia", informou o Departamento da Polícia Metropolitana de Las Vegas em um breve comunicado.

O Review-Journal identificou o suspeito como sendo Telles, de 45 anos, citando o xerife do condado de Clark, Joe Lombardo.

Os registros da prisão do condado de Clark mostram que Telles estava detido em conexão com uma investigação de assassinato em andamento.

Mais cedo, na quarta-feira, a emissora local KTNV informou que a polícia havia revistado a casa do funcionário público.

O Review-Journal disse que German estava informando sobre a gestão de Telles há vários meses.

Seus artigos relatavam queixas contra Telles por intimidação, favoritismo e outros supostos delitos em um escritório do governo local que administra as propriedades de pessoas que morrem sem deixar testamento.

"Estamos aliviados que Telles está sob custódia e indignados que um colega aparentemente foi morto por reportar sobre um funcionário eleito", declarou o editor executivo do jornal, Glenn Cook.

German havia recentemente apresentado pedidos de acesso a registros públicos de comunicações entre Telles e três outros funcionários do condado, informou o Review-Journal.

Telles deve comparecer ao tribunal na tarde desta quinta-feira, de acordo com documentos da prisão do condado de Clark.

Nesta quarta-feira (7), a repórter esportiva Jéssica Dias, da ESPN, foi assediada por um torcedor enquanto fazia uma transmissão ao vivo minutos antes da partida entre Flamengo e Vélez Sarsfield, pela semifinal da Copa Libertadores. O homem foi detido e teve a prisão preventiva decretada após passar pelo Juizado Especial Criminal. O vídeo do assédio teve repercussão nas redes sociais.

Enquanto a jornalista passava informações sobre a expectativa dos torcedores para a partida importante para os rubro-negros cariocas, o homem, sem o consentimento dela, lhe deu um beijo. Após o ato, o torcedor tentou ir embora, mas foi contido pelo cinegrafista e o auxiliar da emissora. 

##RECOMENDA##

Segundo informações da também jornalista Isabelle Costa, da S1 Live, que acompanhou o caso de perto, além do beijo criminoso, o torcedor também passava a mão em Jéssica por trás das câmeras. 

Visivelmente constrangida, a repórter recebeu apoio dos colegas que apresentavam o programa do estúdio e de outras emissoras e times de futebol.

O Vasco, rival do Flamengo no Rio, prestou solidariedade à jornalista da ESPN. Outros veículos esportivos, como SporTV, TNT Sports e Globo Esporte, também saíram em defesa da repórter e repudiaram a atitude do torcedor rubro-negro. O torcedor terá de responder criminalmente.

“Nossa solidariedade e apoio à jornalista Jéssica Dias, da ESPN, que foi assediada por um torcedor do Flamengo, no Maracanã. Que o assediador seja punido e que as mulheres possam trabalhar em paz”, tuitou o Vasco da Gama.

O próprio Flamengo também foi às redes sociais repudiar a atitude do acusado que teve sua prisão preventiva decretada pela justiça do Rio de Janeiro: “O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam”, postou.

Por Joice Silva

Amigos, família, artistas e vizinhos são a fonte inspiradora de "A Distância", novo livro da escritora e jornalista Laura Vasconcelos. A obra contém 35 crônicas com temas do cotidiano, como experiências pessoais, filmes, músicas, novelas, términos de relacionamento, sentimentos durante a pandemia, entre outros. O lançamento será neste sábado (3), na 25ª Feira do Livro e das Multivozes, no Hangar Centro de Convenções e Feiras, em Belém.

Além de "A Distância", a escritora publicou outro livro de crônicas: "Fugacidade dos dias", lançado em 2020 – o primeiro livro de Laura –, possui uma linguagem mais leve, com doses de comédia. "A Distância" é um livro mais denso e foi escrito quase durante toda a pandemia.

##RECOMENDA##

“O ‘Fugacidade dos dias’ foi um livro que eu escrevi meio que no impulso, escrevi muito rápido e logo publiquei. Esse livro ["A Distância"] demorou mais um pouco. Está pronto desde junho de 2020, mas como tudo estava parado ele levou mais tempo para existir. Além de ser um livro mais melancólico, mais sentimental, o que eu acho que não poderia ser tão diferente percebendo o momento em que ele foi escrito”, conta.

 O fascínio pela escrita começou em 2010, quando Laura tinha 16 anos. Ela relembra que sempre gostou de ler e escrever. “Minha mãe é professora e muitas vezes me levava para a escola quando ia trabalhar e me deixava com acesso livre à biblioteca, aí peguei gosto pela leitura e pela escrita”, relata.

 Com textos curtos, linguagem simples, abordando temas comuns do dia a dia, a crônica é um gênero textual que tem como principal objetivo provocar a reflexão sobre o assunto abordado. A jornalista fala o porquê da escolha. “A crônica é um universo de infinitas possibilidades. Ela te deixa livre para você escrever o que quiser, do jeito que quiser, quando quiser e tudo pode virar uma crônica”, explica.

 “Meu cronista preferido diz que: ‘A crônica é botar uma lupa num grão de arroz’, ou seja, é transformar algo simples e trivial em algo extraordinário, enxergar alguma coisa em um assunto que outras pessoas não conseguem. Acho que essa liberdade que me encantou e me fez escrever crônicas”, complementa Laura.

 Em seu Instagram, Laura publicou que estava quase desistindo e brincou ao chamar o livro de "teimoso" pela insistência em existir. Ela comenta que foram três anos de produção, escrita, edição e impressão até a publicação. “Já tinha escrito outro porque estava quase sem esperanças. Até que a editora me mandou finalizado; quando reli, eu percebi que ele tinha que existir”, relembra.

 A escritora descreve a sensação de estar publicando sua segunda obra e acredita que teve o seu dever cumprido. “Eu espero que as pessoas se sintam mais próximas das histórias que estão no livro. A principal mensagem do livro é que sempre vai ter alguém que pode estar passando ou pensando igual, e se sentir menos sozinho”, destaca.

Laura conclui aconselhando pessoas que têm vontade de se aventurar na escrita do primeiro livro: “Escreva. O que faz de você um escritor é escrever, mesmo que sejam textos só para desabafar. Viva experiências novas, aventuras e leia muito. Tudo isso ajuda muito”, incentiva.

Por Even Oliveira, Isabella Cordeiro e Matheus Silva (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

O candidato ao governo do Piauí, Silvio Mendes (União Brasil), fez um comentário de teor racista para a jornalista Katya Dangeles, durante uma sabatina na TV Meio Norte, na noite da quarta-feira (31). Ao responder a uma pergunta sobre seus projetos para as minorias sociais, o postulante começou a fala dizendo que conhece Katya há alguns anos e que sabe que ela é “quase negra na pele, mas é inteligente”, e, por isso, conseguiu abraçar as oportunidades que recebeu.  

[@#video#@] 

##RECOMENDA##

"Eu que te conheço há tantos anos imagino quantas discriminações você não sofreu", pontuou Mendes. Como a entrevista era transmitida ao vivo, a repercussão entre os espectadores logo chegou às redes sociais e muitos consideraram a fala do candidato como “racista” e “infeliz”.

A assessoria de Silvio se pronunciou sobre a declaração e afirmou que o candidato reconheceu o erro e já havia pedido desculpas diretamente à jornalista (íntegra abaixo). Katya, que se identifica como uma mulher negra, não quis se manifestar sobre o caso. 

Silvio Mendes é médico, já foi prefeito de Teresina, capital do Piauí, e agora tenta o Governo do Estado com o apoio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Sua proposta é a de tirar o Partido dos Trabalhadores do poder, após sete anos de domínio. Atualmente, o executivo estadual é gerido por Regina Sousa (PT), vice de Wellington Dias (PT), que se afastou do cargo em março deste ano para concorrer ao Senado Federal.

Abaixo, leia a íntegra da nota assinada pela assessoria do candidato: 

Devido a repercussão em torno de um trecho da entrevista do candidato a governador Sílvio Mendes à TV Meio Norte, esclarece-se: 

Sílvio tem profunda admiração, respeito e carinho à jornalista Katya Dangeles, quem considera uma amiga desde os tempos que ela trabalhava no jornal Diário do Povo cobrindo matérias políticas quando ele era prefeito de Teresina. Após a entrevista, Silvio entrou em contato com Katya e pediu suas sinceras desculpas, reconhecendo o erro.

O Ministério Público da Rússia pediu nesta terça-feira (30) a sentença de 24 anos em prisão ao jornalista investigativo Ivan Safronov, especialista em assuntos militares, acusado de alta traição e preso desde 2020.

"O representante do Ministério Público pediu que Safronov fosse declarado culpado de alta traição e que seja imposta uma pena de 24 anos de prisão em uma colônia penal de regime severo" indica o tribunal municipal de Moscou, citado pela agência estatal TASS após uma audiência a portas fechadas.

Safronov, de 32 anos, um conhecido especialista em defesa, foi preso em julho de 2020 em meio à crescente pressão contra a imprensa independente.

Seu caso foi denunciado por seus antigos colegas como uma vingança por seus artigos sobre incidentes ou fracassos dentro das forças armadas russas.

Desde abril ele está sendo julgado a portas fechadas por se tratar de um processo de espionagem e traição da pátria. Na abertura do julgamento, o jornalista proclamou sua inocência e denunciou o "extremo cinismo" da justiça.

A jornalista e escritora Iaci Gomes vai relançar o seu livro “Nem te conto” na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. A obra reúne 14 contos de terror com toques de realismo fantástico e apresenta cenários paraenses, como as margens do rio Trombetas, o Parque do Utinga e a praia do Chapéu Virado, em Mosqueiro.

A escritora relatou que sempre foi uma leitora assídua, e que a Feira do Livro era um evento indispensável para sua família. Logo, ter uma obra autoral apresentada na feira é de uma sensação indescritível. “É muito legal eu poder me inserir nesse cenário e ser vista como uma pessoa que escreve sobre o sobrenatural no Pará”, disse a jornalista.

##RECOMENDA##

 Iaci diz também que o gênero terror sempre foi a sua escolha principal de leituras desde a infância. “Sempre me fascinou muito, eu gosto muito desses contos, então quando eu pensei em escrever alguma coisa, tinha que ser o terror...realmente a possibilidade de sair daquilo que a gente já vive e poder imaginar outros cenários é algo que eu gosto muito”, disse Iaci.

Além dos 14 contos, o livro também conta com uma série de ilustrações para ajudar os leitores a entrarem no clima de terror. “Quando eu fiz o 'Nem te conto' eu sempre visualizei ilustrações que pudessem retratar o que eu estava escrevendo”, contou a escritora. O time de ilustradores conta com Magno Brito, Renata Segtowick e Márcio Alvarenga, que ajudam ainda mais a apurar o toque sobrenatural da obra.

Antes do relançamento, a autora também participará, às 17h30 desta terça-feira (30), de um bate-papo sobre o imaginário sobrenatural no Pará, na companhia do escritor e advogado Fernando Gurjão Sampaio, conhecido nas redes sociais como Tanto Tupiassu.

A 25ª Feira do Livro e das Multivozes está aberta de 9 às 21 horas, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém, até o dia 4 de setembro. A entrada é gratuita. 

Por Caio Brandão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

A Polícia Federal prendeu neste sábado três suspeitos de ajudarem na ocultação dos corpos do indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, assassinados em junho deste ano no Vale do Javari. De acordo com a PF, os três são familiares de Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", que confessou ter cometido o crime.

Além do envolvimento no homicídio de Bruno e Dom, os detidos também são investigados pela associação com o indivíduo conhecido como "Colômbia" na pesca ilegal na região. Inicialmente tido como peruano, a PF o identificou neste sábado como Ruben Dario da Silva Villar, um cidadão de fato colombiano que usava documentos de identidade falsos do Brasil e do Peru.

##RECOMENDA##

Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão na região dos municípios amazonenses de Atalaia do Norte e Benjamin Constant.

"Com o avanço das investigações, a PF identificou fortes indícios de que 'Colômbia' seria líder e financiador de uma associação criminosa armada dedicada à prática da pesca ilegal na região do Vale do Javari, responsável por comercializar grande quantidade de pescado que era exportado para países vizinhos", destacou a Polícia Federal, em nota. "As investigações prosseguem para o total esclarecimento do caso", completou.

A jornalista Pupi Rosenthal, da Folha de Pernambuco, foi agredida pelo ex-vereador de Petrolina Cícero Freire, durante a convenção partidária que oficializou a candidatura do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), ao Governo de Pernambuco. O evento aconteceu no domingo (31), no Clube Internacional do Recife, Zona Norte da cidade.

A repórter foi impedida pelo ex-vereador de se aproximar do palco, na área reservada à imprensa, que acabou sendo invadida pela militância com a chegada de Miguel Coelho ao local. “Em um certo momento, fui tentar encostar no palco e pedi licença ao homem - que não sabia que era - e disse que estava precisando trabalhar. Ele respondeu que aquela era a hora da convenção e que eu deveria fazer meu trabalho depois. Quando eu disse que o espaço tinha sido invadido, ele começou a gritar que eu que estava invadindo", relatou a jornalista.

##RECOMENDA##

Ao tentar ocupar outro local, Cícero começou a empurrá-la, por baixo, com o cotovelo, até que Pupi reclamou e foi chamada de doida. "Uma segurança do evento chegou ao local e perguntou o que estava acontecendo. Enquanto eu falava, ele me xingou com palavras de baixo calão e, na frente da segurança, ainda fez gestos obscenos em minha direção", disse. O assessor de comunicação de Miguel Coelho chegou depois e retirou o homem do local, que ainda saiu xingando a repórter. 

Em nota enviada à Folha de Pernambuco, o candidato ao Governo repudiou a atitude e demonstrou solidariedade à jornalista. "É inaceitável qualquer tipo de violência, menos ainda a uma jornalista mulher que cumpria apenas seu trabalho. Em horas assim é preciso se posicionar com firmeza. Repudio totalmente tamanha agressão e ao mesmo tempo reforço minha solidariedade a Pupi Rosenthal e todas as mulheres e profissionais da imprensa que indiretamente se sentiram agredidas ao ver a cena lamentável", disse o documento.

Nesta segunda-feira (1º), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e a Fenaj emitiram nota em repúdio à agressão sofrida pela jornalista. "O Sinjope e a Fenaj acreditam na liberdade de imprensa como forma de fortalecimento da democracia, porque é a base para todo o Estado Democrático. Casos como esses só mostram que jornalistas estão sim correndo risco na cobertura das eleições deste ano. Exigimos respeito e atenção das autoridades governamentais". O sindicato disponibilizou a assessoria jurídica para Pupi Rosenthal, e informou que acompanharia o caso de perto.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) destratou uma repórter mais uma vez, nesta sexta-feira (22), em coletiva. A repórter Alice Cravo, do jornal O Globo, perguntou se Bolsonaro entregaria a faixa presidencial caso perdesse o pleito em outubro, tendo em vista os ataques feitos por ele ao sistema eleitoral brasileiro. 

“O sistema do jeito que está, que o senhor diz que não é transparente.. O senhor entrega a faixa presidencial caso perca a eleição?”, perguntou a repórter, que teve como resposta do presidente uma pergunta rude, “você tá louca que eu fale mal, né?”. “Você tá louca.. meu Deus… Manchete. Pelo amor de Deus. Você também não leu o inquérito? Mas que vergonha para vocês. Que vergonha para vocês.. O inquérito de poucas páginas, né”, disse o presidente, com ar de desdém, sem responder a pergunta e mudar de assunto. 

##RECOMENDA##

Alice Cravo, por sua vez, não se intimidou e insistiu: “Mas eu não estou falando do inquérito”. Bolsonaro disse querer transparência no sistema eleitoral e, ao ver insistência da repórter, ameaçou ir embora. “Por que abriu inquérito? Se abre inquérito tem uma motivação, um fato. Por que houve inquérito? Você não sabe, mas que vergonha. O que vai dizer se algo é justo ou não é o inquérito. Será que é tão difícil entender, será que a ‘ordi’ é bater na mesma tecla o tempo todo?”, expressou Bolsonaro, antes de encerrar a coletiva e ir embora. 

“Bolsonaro Chiliquento” foi parar nos Trending Topic (TT) do Twitter nesta sexta, após a divulgação do vídeo da coletiva. 

[@#video#@]

A Polícia Federal em Manaus cumpriu nesta sexta-feira, 22, mandado de busca e apreensão contra Rubens Dario da Silva Villar, o 'Colômbia' - apontado como financiador da pesca ilegal no Vale do Javari e citado em meio às investigações do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips.

De acordo com os investigadores, a diligência foi realizada no âmbito da investigação que apura uso de documento falso - Colômbia foi preso em flagrante ao apresentar documento falso aos policiais quando compareceu à delegacia da PF para 'negar envolvimento' com o assassinato de Bruno e Dom.

##RECOMENDA##

Durante a busca, os agentes encontraram 'inúmeros documentos com locais de nascimento e nacionalidades diversas', além de um 'Registro Administrativo de Nascimento de Índio (RANI) onde o investigado afirma ter nascido na Comunidade Indígena Boa Vista, Terra Indígena Boa Vista, tribo indígena Kokama', diz a PF.

"Os fatos denotam que o nacional se utiliza deliberadamente da falsificação de documentos para obter benefícios diversos", registrou a corporação em nota.

O mandado de busca contra 'Colômbia' foi cumprido no mesmo dia em que a Justiça Federal no Amazonas colocou no banco dos réus Amarildo da Costa Oliveira, 'Pelado', Oseney da Costa de Oliveira, 'Dos Santos', e Jefferson da Silva Lima, 'Pelado da Dinha', pelos assassinatos a tiros de Bruno e Dom.

Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, os tiros disparados pelos acusados destinavam-se ao ex-servidor da Funai e a morte do britânico se deu para 'assegurar a impunidade de tal crime'.

Em uma peça de 23 páginas, a Procuradoria indicou que a decisão de matar Bruno 'decorreu do fato de a vítima ter tirado fotografia de Amarildo e de sua embarcação, afirmando que aquela era a 'embarcação do invasor' - informações que constam da confissão do pescador. "Motivo fútil, portanto", indica a denúncia em referência a primeira qualificadora dos crimes de homicídio imputados ao trio acusado.

No entanto, segundo cota apresentada junto à denúncia as investigações sobre o caso seguem, 'a fim de esclarecer a autoria e participação dos demais agentes na prática da ocultação dos cadáveres e do próprio homicídio'.

Foi determinada a transferência, de Tabatinga para Manaus, de 'Pelado', 'Dos Santos' e 'Pelado da Dinha'. A Justiça Federal atendeu um pedido da Polícia Federal, com parecer favorável do Ministério Público Federal, apontando que, em Tabatinga, há 'problemas variados, não só falta de vagas, mas também resgates possíveis'. Além do trio denunciado pelo MPF, a decisão também atingiu 'Colômbia'.

De acordo com a PF, 'Dos Santos' e 'Pelado da Dinha' serão transferidos para Manaus neste sábado, 23, com previsão de chegada às 13h30.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça denúncia contra três suspeitos por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver no caso das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, tornaram-se réus após a Justiça Federal de Tabatinga (AM) receber a denúncia do MPF, apresentada na quinta-feira (21). O juiz responsável também abriu o sigilo dos autos.

O MPF argumenta que tanto Amarildo quanto Jefferson confessaram o crime. Já a participação de Oseney foi considerada após depoimentos de testemunhas. Segundo os procuradores, havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena.

##RECOMENDA##

No documento, o MPF explica que a razão do crime teria sido o fato de Bruno pedir para Dom fotografar o barco dos acusados, motivação considerada 'fútil' pelo Ministério Público Federal, o que pode agravar a pena.

De acordo com a denúncia, Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles pelas costas. Já Dom foi assassinado por estar acompanhando Bruno na visita ao Vale do Javari (AM). O documento mostra a reprodução de conversas e cita laudos periciais, como análise dos corpos e objetos encontrados durante as investigações.

O documento foi elaborado pela procuradora Nathália di Santo, de Tabatinga, e por Samir Nachef Júnior, Edimilson da Costa Barreiro Júnior, Bruno Silva Domingos e Ricardo Pael Ardenghi, integrantes da Câmara Criminal do MPF, que auxilia nas apurações de crimes contra a vida.

Bruno e Dom

O jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira foram assassinados na manhã de 5 de junho, domingo, enquanto faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e o município de Atalaia do Norte, no Amazonas.

Bruno sofria repetidas ameaças por trabalhar com os indígenas isolados do oeste do Amazonas e em defesa da manutenção de áreas ambientais. Antes de atuar junto à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o indigenista trabalhou na Funai como coordenador de povos isolados e foi exonerado do cargo durante a pandemia.

Já o jornalista estrangeiro, colaborador do jornal The Guardian e de outros veículos da imprensa internacional, acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever sobre a preservação da Amazônia.

No início de julho, a Polícia Federal (PF) prendeu Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, citado em meio às investigações do assassinato de Bruno e Dom. Ele é apontado como financiador da pesca ilegal na região e tem ligação com Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado.

Colômbia não foi incluído na denúncia do Ministério Público, acatada na quinta-feira pela Justiça Federal no Amazonas. Ele foi preso por outra razão. As autoridades ainda avaliam se houve um mandante para o crime e sua eventual vinculação ao caso.

Após ter comparecido espontaneamente à sede da corporação em Tabatinga a fim de prestar esclarecimentos sobre o assassinato da dupla, ele foi preso por porte ilegal de documento. Colômbia negou participação no crime, mas segue preso pela PF até que sua identidade seja verificada, e porque a polícia teme que ele fuja do País.

O novo entrevistado do Podcast TrianOn é o jornalista recifense Rogério Medeiros, pesquisador em cultura e também autor do livro ‘Valsa dos Cogumelos (A psicodelia recifense 1968/1981’, que está em fase de pré-lançamento. A entrevista, direcionada pelo anfitrião Geraldo Fraga, foi ao ar nesta terça-feira (12) e abriu espaço para discussões acerca da música psicodélica em Pernambuco e na capital. 

Rogério explica sua relação com a música e com o jornalismo, ainda durante os tempos de universitário, e detalha o processo dos trabalhos que resultaram no seu Trabalho de Conclusão de Curso, em 2004, o que posteriormente auxiliou na materialização do seu primeiro livro publicado. 'Valsa dos Cogumelos' faz alusão à música do disco Satwa, composta por Lailson e Lula Côrtes, lançada em 2005.

##RECOMENDA##

[@#video#@] 

Na entrevista, ele comenta uma fase muito peculiar da música pernambucana, que reúne nomes como Ave Sangria, Lula Côrtes, Flaviola, Marconi Notaro, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Robertinho de Recife, Aratanha Azul, Ricardo Uchôa, Zé da Flauta, Laboratório de Sons Estranhos e Nuvem 33.

A juíza Jacinta Silva dos Santos, da Comarca de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas, remeteu para a Justiça Federal o processo sobre os homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, na região do Vale do Javari, no dia 5 de junho. A decisão atendeu um pedido do Ministério Público do Estado, que pediu declínio de competência para o âmbito federal.

Ao analisar o relatório das investigações realizadas pelas Polícias Civil e Federal, Jacinta considerou que a motivação dos assassinatos de Bruno e Bom está diretamente ligada com os direitos indígenas, 'cuja análise da matéria jurídica é de competência da Justiça Federal', informou o Tribunal de Justiça do Amazonas.

##RECOMENDA##

"Essas informações não constavam anteriormente nos autos, o que permitia, portanto, a atuação do Juízo estadual nesse processo", disse a juíza.

O declínio de competência será analisado pela Justiça Federal, que vai verificar se fica com o caso. Caso aceite processar a investigação, o juízo federal vai analisar o pedido da Polícia para a conversão da prisão dos três principais investigados em preventiva - quando não há data para a prisão acabar.

Os três suspeitos presos por suposta participação no assassinato de Bruno e Dom são Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o crime e indicou o local onde os corpos foram enterrados; o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos; e Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, que se entregou ontem na Delegacia de Atalaia do Norte. Eles tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça do Amazonas.

A PF ainda investiga a suposta participação de mais cinco pessoas na ocultação dos corpos.

Ops, escapuliu! Murilo Benício foi um dos jurados da final do Dança dos Famosos, ao lado de Paolla Oliveira. Super discreto, o ator, que está fazendo o maior sucesso em Pantanal como Tenório, teve a sua vida amorosa exposta pelo apresentador Luciano Huck.

Animado com a presença do artista, Luciano começou falando que ter o ator em seu programa é como uma declaração de amor. "Vou reforçar que ele estar aqui hoje é uma declaração de amor, de amizade que eu estou recebendo hoje. Porque ele é um ermitão", começou.

##RECOMENDA##

Em seguida, Huck confirmou que Benício está namorando a jornalista da Rede Globo, Cecília Malan. "Ele sai só para gravar e vai namorar lá em Londres quando pode. Mas eu falei: Murilo, com esse sucesso de Pantanal, vem aqui fazer um carinho no amigo, ao vivo", encerrou.

Vale pontuar que nem Murilo e nem Cecília se pronunciaram sobre a relação.

Um ato reuniu manifestantes na Lapa, região central do Rio, na tarde deste domingo (26), para pedir justiça pelas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e o do indigenista Bruno Pereira, assassinados no Amazonas. O protesto reuniu cerca de 50 pessoas nos Arcos da Lapa, antigo aqueduto que é um dos cartões postais do Centro da capital fluminense.

Vestidos de verde e empunhando cartazes, os manifestantes lembraram as mortes de Dom e Bruno, do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado no Acre na década de 1980, e pediram providências contra os crimes contra os povos indígenas.

##RECOMENDA##

"Eu não aceito que outro jornalista como Dom morra, como aconteceu. Isso não pode se repetir", diz Victor Silva, jornalista freelancer.

A indígena Tereza Kaiowá lembrou que os povos indígenas estão sendo alvo de ataques na Amazônia e em outras regiões do País por causa de disputas por terra.

"Querem tirar nossos direitos aos nossos territórios. A não demarcação gera a criminalidade. Nós viemos fazer uma homenagem ao Dom e ao Bruno, mortos por defender a floresta", disse.

Os ativistas estenderam uma bandeira com os rostos de Dom e Bruno nos Arcos da Lapa e participaram de uma ação para protestar contra as mortes do jornalista, do indigenista e contra os crimes ambientais nas florestas do país.

Mais cedo neste domingo (26), familiares e amigos de Dom se reuniram no cemitério Parque da Colina, em Niterói, região metropolitana do Rio, para se despedir do jornalista.

O velório foi acompanhado pela família brasileira e britânica do jornalista, além de amigos e ativistas. Alessandra agradeceu ao empenho dos envolvidos nas buscas dos corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira, à imprensa e aos povos indígenas.

Pereira e Phillips percorriam a região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. Pereira orientava moradores da região a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever.

"Seguiremos atentos a todos os desdobramentos das investigações, exigindo Justiça", disse Alessandra Sampaio, viúva do jornalista inglês Dom Phillips, assassinado no Vale do Javari, no Amazonas, durante velório neste domingo em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Familiares e amigos de Dom se reuniram no cemitério Parque da Colina para se despedir do jornalista, que será cremado.

##RECOMENDA##

"Seguiremos atentos a todos os desdobramentos das investigações, exigindo Justiça no significado mais abrangente do termo. Renovamos nossa luta para que nossa dor e da família de Bruno Pereira não se repita, como também a de outras famílias de jornalistas e defensores do meio ambiente que seguem em risco. Seguem em risco. Descansem em paz, Bruno e Dom", disse Alessandra.

O velório foi acompanhado pela família brasileira e britânica do jornalista, além de amigos e ativistas. Alessandra agradeceu o empenho dos envolvidos nas buscas dos corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira, à imprensa e aos povos indígenas.

"Agradeço imensamente a imprensa e aos amigos jornalistas que têm sido fundamentais nos esforços de apuração do caso, na cobrança por transparência nas investigações e na mobilização que permitiu que chegássemos todos até aqui. Eu também agradeço de coração a todas as pessoas que se solidarizaram com Dom, com Bruno, com nossas famílias e amigos, aqui no Brasil e em outros países", agradeceu Alessandra. Segundo ela, Dom "será cremado no país que amava".

"Hoje, Dom será cremado no país que amava, seu lar escolhido Brasil. O dia de hoje é de luto. Dom era uma pessoa muito especial, não apenas por defender aquilo que acreditava como profissional, mas também por ter um coração enorme e um grande amor pela humanidade", disse em pronunciamento.

No pronunciamento, a irmã de Dom, Sian Phillips, afirmou que o irmão foi morto "por tentar contar ao mundo o que acontecia com a floresta e seus habitantes".

"Dom era um brilhante jornalista, comprometido em dividir histórias sobre a diversidade brasileira, habitantes de favelas e indígenas da Amazônia. Ele foi morto pois tentou contar ao mundo o que está acontecendo com a floresta e seus habitantes, sobre o impacto das atividades ilegais nessa floresta. Ele foi morto tentando ajudar indígenas", disse Sian.

Os corpos de Bruno e Dom foram encontrados a 3 km do rio Itaquaí, em Atalaia do Norte, em uma área de igarapé. Eles foram identificados após a Polícia Federal levar um dos suspeitos de envolvimento no crime ao local das buscas, onde apontou o ponto da mata em que ocultou os corpos. Dois dias antes, as autoridades disseram ter coletado material biológico próximo ao rio, na mesma região em que também acharam uma mochila com pertences de Dom e Bruno. O barco usado pelo indigenista e pelo jornalista foi identificado no domingo, 19.

Dom Phillips e Bruno Pereira eram profissionais reconhecidos em suas áreas e compartilhavam a paixão pela Amazônia e pela preservação da natureza e dos povos originários da região. Dom era um jornalista freelancer e colaborador do jornal The Guardian. O inglês tinha 57 anos e vivia no Brasil desde 2007, onde publicou diversas reportagens sobre política e meio ambiente em veículos como Financial Times, New York Times, Bloomberg e Washington Post.

Bruno Pereira era natural de Recife, tinha 41 anos e ingressou na Funai como agente em indigenismo em setembro de 2010. Dois anos depois, ele passou a integrar a coordenação regional da Funai de Atalaia do Norte - área em que foi visto pela última vez. Ele deixou o cargo em 2016 e, em 2018, voltou a prestar serviço para a Funai como coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial.

Pereira e Phillips percorriam a região do Vale do Javari. Pereira orientava moradores da região a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro, que pretendia escrever.

A ONU afirmou nesta sexta-feira (24) que a jornalista Shireen Abu Akleh, do canal Al-Jazeera, foi morta por um tiro das forças israelenses, embora Israel negue a validade desse relatório e garanta que é "impossível" determinar a origem do disparo.

"Todas as informações que conseguimos - incluindo as do exército israelense e do procurador-geral palestino - corroboram que os tiros que mataram Abu Akleh e feriram seu colega Ali Sammoudi vieram das forças de segurança israelenses e não de tiroteios indiscriminados de palestinos armados", afirmou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani.

"Não encontramos nenhuma informação que sugira que houve qualquer atividade de palestinos armados perto dos jornalistas", destacou Shamdasani, que considerou "profundamente inquietante que as autoridades israelenses não tenham aberto nenhuma investigação judicial".

Nas últimas semanas, as apurações jornalísticas também apontaram ao exército israelense.

Este respondeu imediatamente com um cópia de seus comunicados anteriores, nos quais rejeita a versão apresentada pela ONU. O ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, afirmou que se trata de uma investigação "sem fundamento".

A jornalista da emissora do Catar "não foi assassinada intencionalmente por um soldado israelense e é impossível determinar se foi baleada por um homem armado palestino que disparava indiscriminadamente na zona em que estava ou inadvertidamente por um soldado israelense", apontou o Exército em um comunicado.

- Jornalistas claramente marcados -

Abu Akleh usava um colete à prova de balas com a palavra "imprensa" e um capacete, mas o tiro a atingiu pouco abaixo desta peça de proteção.

Ela estava nas imediações do campo de refugiados de Jenin, reduto das facções armadas palestinas, onde as forças israelenses estavam em uma operação.

"Nossas conclusões indicam que nenhuma advertência foi feita e que não aconteceram tiroteios indiscriminados naquele momento e local", afirmou Shamdasani, antes de recordar que os jornalistas usavam equipamentos de proteção claramente marcados.

"A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, continua pedindo às autoridades israelenses que iniciem uma investigação criminal sobre a morte de Abu Akleh e sobre todas as outras mortes ou ferimentos graves cometidos pelas forças israelenses na Cisjordânia e no âmbito das operações de manutenção da ordem em Gaza".

"As normas internacionais de direitos humanos exigem uma investigação rápida, exaustiva, transparente, independente e imparcial de qualquer uso da força que provoque morte ou lesões graves. Os autores devem prestar contas", destacou Shamdasani.

"De acordo com a metodologia mundial de vigilância dos direitos humanos, nosso gabinete inspecionou material fotográfico, vídeo e áudio. Também visitou local, consultou especialistas, examinou as comunicações oficiais e entrevistou testemunhas", destacou a porta-voz.

Benny Gantz nega e afirma que o exército "foi alvo dos tiros sustentados durante os eventos que levaram à morte de Shireen e respondeu adequadamente".

"O que vai acontecer agora?" Quantos relatórios precisamos para responsabilizá-los?", questionou no Twitter Lina Abu Akleh, sobrinha da jornalista, sobre as autoridades israelenses.

O exército de Israel reiterou na sexta-feira seu pedido para que a Autoridade Palestina entregue a bala fatal.

Segundo ele, esta é a única forma de conseguir realmente determinar quem fez o disparo.

De acordo com o promotor palestino, se trata de uma bala de 5,56 mm disparada de um fuzil semiautomático Ruger Mini-14.

A Autoridade Palestina se nega a devolver a bala e pede aos israelenses que os entreguem a arma.

Um homem que diz ter envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips se apresentou nesta quinta-feira, 23, à Polícia de São Paulo. Gabriel Pereira Dantas prestou depoimento e foi detido no 77º Distrito Policial, na região central da capital paulista. O relato dele ainda não foi confirmado pela Polícia Federal e pela força tarefa no Amazonas, responsáveis pela investigação do caso.

Ainda não se sabe se o homem é um dos cinco suspeitos identificados pela Polícia Federal. Os três presos na região do crime são Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", seu irmão Oseney da Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima.

##RECOMENDA##

Em depoimento à Polícia Civil, Gabriel afirmou que, no dia do assassinato, estava bebendo com "Pelado". Ele diz que estava na mesma embarcação do outro suspeito quando eles avistaram Bruno e Dom passarem de lancha pelo rio. Logo, teriam partido atrás do indigenista e do jornalista, afirmou.

Segundo Gabriel, "Pelado" puxou uma espingarda calibre 16 e apontou para Bruno e Dom, tendo primeiro atirado no jornalista e depois no indigenista, a uma distância de cerca de três metros. O local do crime teria sido o Rio Madeira, próximo à comunidade Santa Isabel. Ele ainda disse que conhecia "Pelado" havia apenas uma semana.

Gabriel afirmou à polícia que ficou responsável por esconder os pertences dos mortos na floresta, enquanto "Pelado" teria saído para buscar ajuda de moradores ribeirinhos e "dar destino aos corpos". Depois dos crimes, o novo preso disse ter fugido para Santarém (PA), depois Manaus (AM), Rondonópolis (MT) e por fim para a capital paulista, onde relatou que estava morando nas ruas.

Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito afirmou que "não aguentava mais a situação" e que carregava "um sentimento de peso e culpa nas costas" por ter filhos pequenos. Uma entrevista coletiva em São Paulo deve esclarecer mais detalhes sobre o novo depoimento e a prisão.

Os peritos do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, concluíram nesta quarta-feira (22) os exames nos restos mortais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os corpos serão entregues nesta quinta-feira (23) aos familiares.

A Polícia Federal (PF) reiterou que todos os testes realizados confirmaram a identidade de Bruno e de Dom. Em nota, a corporação também confirmou que não há restos mortais de outra pessoa.

##RECOMENDA##

"Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso", diz o comunicado.

Os corpos ficaram seis dias em Brasília. As perícias foram concluídas em prazo bem mais curto que o padrão para procedimentos semelhantes. Geralmente, os testes duram entre 30 e 60 dias.

Os peritos fizeram exames de DNA, impressão digital e antropologia forense - método que analisa características físicas, como estrutura óssea.

Com a liberação dos corpos, as famílias poderão finalmente organizar as despedidas ao indigenista e ao repórter. O transporte será feito de avião pela PF.

Até o momento, os investigadores identificaram oito suspeitos de envolvimento nos assassinatos. Três deles estão presos temporariamente.

O trabalho de investigação continua em duas frentes. No Amazonas, o comitê de crise criado para encontrar Bruno e Dom continua em busca de elementos que possam ajudar a esclarecer a dinâmica do crime. O próximo passo é a análise da embarcação usada pelo indigenista e pelo repórter quando eles foram assassinados. O barco, afundado pelos criminosos, foi encontrado na noite do último domingo (19). Em Brasília, os peritos examinam as provas colhidas a partir dos exames nos restos mortais.

O Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, trabalha em um modelo 3D da cena do crime que vitimou, no início deste mês, na Amazônia, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips. Elaborado com base em escaneamento do local onde os corpos foram encontrados, o modelo tenta esclarecer a dinâmica dos acontecimentos.

Um exame de antropologia forense, que pode estimar a data das mortes de Bruno e Dom e a que distância os disparos foram feitos, tem previsão de ficar pronto na próxima semana. O laudo do local, que agrega todas as provas submetidas à perícia, no entanto, deve demorar no mínimo 30 dias para ser concluído, em razão de seu nível de detalhamento.

##RECOMENDA##

O documento, que pode contar com vídeos 3D, vai testar as versões relatadas até agora pelos três pescadores presos temporariamente por suspeita de envolvimento no duplo homicídio - Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado"; Oseney Oliveira, o "Dos Santos"; e Jeferson Lima, o "Pelado da Dinha" -, além das cinco pessoas que teriam ajudado a ocultar os corpos de Bruno e Dom na região do Vale do Javari, no Amazonas. O pescador Pelado entrou em contradição ao prestar informações aos investigadores (mais informações nesta página).

O diretor do INC, Ricardo Guanaes Cosso, disse que o barco usado por Bruno e Dom, encontrado no domingo passado, 19, a 20 metros de profundidade no Rio Itaquaí, também será levado "para dentro" do laudo completo sobre o caso. Peritos de Brasília irão hoje para o Amazonas para realizar trabalho de campo no local do crime, inclusive com o escaneamento da embarcação.

"Tudo, tanto os corpos, o local do crime todo, o local central onde foram encontrados os corpos, e as adjacências, a gente transforma em um modelo 3D", afirmou Cosso. "Então a gente consegue estudar a cena do crime. Praticamente, a gente consegue entrar na cena do crime virtualmente. Com óculos e tudo."

Detalhes

Segundo o diretor do INC, o escaneamento 3D preserva digitalmente o local e permite estudar mais detalhadamente a dinâmica dos acontecimentos. "É tão detalhista que, se você põe um óculos 3D, é como se você estivesse na cena de novo. Inclusive se você quiser medir alguma coisa, olhar alguma coisa que você não tenha visto na hora, visualmente e fisicamente daria para traçar alguma medida, alguma variável que não se tenha observado", disse Cosso.

Com o estudo antropológico forense, que deve ficar pronto na próxima semana, será possível confirmar a distância e a angulação dos tiros. "Levando isso para o modelo 3D, a gente consegue colocar a arma no local dela, com relação ao corpo, com uma precisão boa", disse o diretor do INC.

Em reconstituição, suspeito se contradiz

O pescador Amarildo Oliveira, o "Pelado", entrou em contradição durante a reconstituição dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, a afirmar que participou apenas da ocultação dos corpos, e acusar Jeferson Lima, o "Pelado da Dinha" de ser o autor dos disparos. Em depoimento à Polícia Federal, ele havia confessado a autoria dos tiros.

Durante a reconstituição, um delegado da PF narra que Bruno e Dom desciam o rio Itaquaí no barco quando foram avistados por Amarildo e Jeferson. Segundo Amarildo, Bruno e Jeferson começaram a discutir. Ao ser questionado se viu a hora em que Jeferson atirou, Amarildo confirma, e diz que Bruno, que tinha porte de arma, teria revidado.

Neste momento, ele entra em nova contradição. No início, diz que viu a discussão a distância. Depois, admite que estava no barco com Jeferson. Bruno foi atingido por três tiros e Dom foi morto por um disparo. O vídeo da reconstituição foi revelado anteontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando