A tese do Grupo de Atuação Especial da Execução Penal do Ministério Público de Pernambuco (Gaep/MPPE) de que o Complexo Prisional do Curado, no Recife, deve ser gradativamente desativado foi rechaçada pelo secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Segundo ele, mesmo lotadas as unidades que compõem o presídio são administráveis e seguras.
“É um presídio seguro, tem que reduzir a população carcerária, mas desativar jamais”, cravou o auxiliar do governador Paulo Câmara (PSB). A argumentação do MPPE foi apresentada pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, durante a visita que ela fez nesta quarta-feira (19) ao complexo.
##RECOMENDA##“A competência da unidade é do Governo do Estado. Ela está super lotada, mas é administrável”, acrescentou o secretário, ao insinuar que a magistrada não poderia interferir na manutenção ou não do Complexo aberto.
O promotor Marcellus Ugiette, por sua vez, rebateu a argumentação de Pedro Eurico e disse que a transformação do Presídio Aníbal Bruno em Complexo do Curado “absolutamente piorou” o cenário da unidade. “Todas as vezes que entro aqui vejo que só tem uma solução: planejar a desativação do Complexo do Curado. O Estado não deve mais gastar tanto dinheiro público numa unidade prisional que não dá a esperança de melhoria. É um equívoco grande do governado do estado. O primeiro deles foi fatiar o Aníbal Bruno, que era uma coisa ruim, em três piores. É o gasto do dinheiro público sem que haja solução”, declarou.
“Não podemos abrir a porta do Complexo e colocar os presos para fora, mas poderíamos estar negociando unidades menores, com 500 presos, para que o Estado possa gerir. Espero estar errado no que eu digo, mas vamos transformar as unidades novas em locais como este se não mudarmos o planejamento”, acrescentou o promotor da Vara de Execuções Penais, citando os novos presídios em Itaquitinga e Palmares.
Ugiette informou ainda que está construindo um relatório para encaminhar ao CNJ, o Ministério da Justiça e o Governo do Estado com subsídios a tese de fechamento da unidade.
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