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O Paraguai estava em alerta após um aumento do número de casos de Covid-19 - coincidindo com a chegada do inverno -, com dois mortos e mais de duas centenas de infectados em um dia, a maioria em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil.

"Estes números representam uma bandeira vermelha para todos", disse neste domingo o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni. O Paraguai é o país com menor número de vítimas fatais da pandemia, totalizando 15. O número de infectados chega a cerca de 2 mil.

Mazzolino alertou para o desinteresse paulatino da população em manter os protocolos: "Ao vir para meu gabinete hoje, reparei que metade das pessoas não usavam máscara."

As aglomerações são a principal forma de contágio, segundo autoridades sanitárias, que anunciaram 231 casos nas últimas 24 horas. A Igreja Católica (80% da população) celebrou missas hoje com as pessoas dentro de seus carros, para preservar o distanciamento.

"Queremos dar uma resposta à necessidade dos fiéis de comunhão direta, o que não conseguem há 100 dias devido à pandemia", disse o arcebispo de Assunção, monsenhor Edmundo Valenzuela. Os interessados em comungar acenderam os faróis de seus carros e padres se aproximaram dos veículos, reunidos em um estacionamento do aeroporto internacional Silvio Pettirossi para uma missa.

Nos ultimos dias uma nuvem de gafanhotos assustou a Argentina e o Brasil que estava na rota dos animais. Apesar de um ou outro caso isolado de aparecimento emm solo brasileiro, que chegou a virar meme, nada foi comparado aos milhares flagrados no país vizinho. Mas por aqui a população segue muito interessada nos animais. O Google registra desde terça-feira (23) uma grande procura sobre 'como fritar gafanhotos'.

Já fazem cinco dias que o Google apresenta alta na busca pelo tema, que teve maior foco na região de São Paulo segundo consta na plataforma. O aumento na procura foi de 1200%.

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O tema "nuvem de gafanhotos" foi outro muito procurado pelos internautas nos últimos dias. Com a possibilidade de vir para o Brasil, a busca foi grande tendo foco maior no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, Estados mais próximos da Argentina e em tese os primeiros a serem atingidos.

Cerca de 2.200 caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai foram apreendidas dentro quatro caminhões nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Paraná. Em uma operação que durou todo fim de semana, as autoridades capturaram os quatro motoristas e calcula um prejuízo de R$ 6 milhões aos criminosos.

Já à disposição da Justiça, eles podem responder por contrabando e receber a pena de 2 a 5 anos de prisão. A Polícia Federal explica que a prática é resultado de uma rede criminosa ligada à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos.

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Para este ano, é esperado que o mercado ilegal movimento R$ 370 milhões, o que representa uma perda de R$ 250 milhões na arrecadação. Enquanto no Brasil, o imposto sobre o produto pode atingir 90%, no Paraguai é cobrado apenas 18%.

Em Pernambuco, a última apreensão ocorreu em um depósito no bairro de Beberibe, na Zona Norte do Recife. No local foram encontrados 745 pacotes de cigarro de fabricação chinesa e um suspeito, de 44 anos, foi preso. Segundo o IBOPE, 57% dos cigarros vendidos em Pernambuco em 2019 foram de origem ilegal.

Grandes vitoriosos da guerra memeal (uma guerra fictícia sobre quem tem os melhores memes da internet), os brasileiros estão provando da própria piada. E quem está fazendo chacota são nossos vizinhos paraguaios. Nos últimos dias, circulam na internet vários memes, feitos por internautas do país Sul-Americano, acusando brasileiros de serem os responsáveis por levar o novo coronavírus ao Paraguai. 

Alguns usuários chegam a brincar que o grande número de pessoas que vieram do Brasil infectadas com a Covid-19, deu-se como vingança pelo ex-jogador Ronaldinho Gaúcho. O brasileiro foi preso no Paraguai ao tentar entrar no país com passaporte falso, mesmo que o nosso vizinho sequer exija o documento para a entrada de brasileiros.

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Brincadeira com fundo de verdade

Porém, apesar do tom de bom humor adotado pelos paraguaios, a crítica é baseada em um dado real. De acordo com dados do Ministério da Saúde do Paraguai, divulgados na última quinta-feira (7), dos 196 casos de novo coronavírus confirmados na primeira semana de maio, 170 são procedentes do Brasil. Ou seja, cerca de 86,7% dos diagnósticos no início do mês foram "importados" por pessoas que estiveram em solo brasileiro. Por conta dos riscos, a fronteira entre os dois países permanece fechada. 

A ausência de medidas rígidas no Brasil levou a Argentina e o Paraguai a apertarem o cerco para conter a disseminação do coronavírus por caminhoneiros brasileiros. Autoridades dos dois vizinhos só autorizaram o trânsito de caminhões de cargas. Apesar da passagem livre, porém, os transtornos são frequentes.

Na Argentina, caminhoneiros estrangeiros não têm liberdade para circular e parar em qualquer lugar.

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Uma espécie de corredor rodoviário foi estabelecido com a demarcação de postos de combustíveis para os motoristas que abastecem e fazem refeições, diz Gladys da Vinci, diretora da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI).

Segundo ela, no início da quarentena argentina, a situação era tensa e houve casos de caminhoneiros brasileiros discriminados. Na cidade de Salta, noroeste da Argentina, há empresas que evitam receber cargas de transportadoras do Brasil. "Na Argentina, os caminhoneiros descarregam e vão embora. Eles não podem circular nas cidades", explica.

Elogiado pelas medidas contra a covid-19, o Paraguai obriga os motoristas que cruzam a Ponte da Amizade, entre Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este, a dormir nos caminhões, caso entrem no país no fim de semana, quando o despacho nas aduanas é interrompido.

"Tem de dormir no caminhão de sexta a segunda-feira", disse ao Estadão o caminhoneiro Clóvis Zilio. Antes da pandemia, os motoristas podiam passar as noites no Brasil e retornar a pé pela ponte para pegar o caminhão e seguir viagem. Assim como na Argentina, os veículos que entram no Paraguai também passam por desinfecção.

No Rio Paraná, na altura da Ponte da Amizade, a Marinha paraguaia usa embarcações e uma aeronave para monitorar a fronteira e evitar o trânsito entre os dois países. As medidas duras do Paraguai atingem até mesmo os cidadãos do próprio país. Temendo o contágio de paraguaios que estão no Brasil, o governo determinou que eles só podem voltar após cumprir quarentena em albergues e serem testados para saber se estão infectados.

O Ministério da Saúde do Paraguai instalou 45 albergues em diferentes cidades para a quarentena obrigatória, 15 deles destinados para quem testa positivo para a covid-19. Até sexta-feira, 1.936 pessoas haviam sido instaladas nos locais, sendo que 177 tiveram o resultado positivo - boa parte estava no Brasil.

No fim da passarela de pedestres da Ponte da Amizade, do lado paraguaio, foi colocado um portão para impedir o fluxo de quem volta ao país. Oficiais da Marinha vigiam o local 24 horas. Periodicamente, os paraguaios também fazem uma desinfecção do local usado pelas pessoas que aguardam autorização de entrada.

Quando não há vagas nos albergues do governo, os paraguaios passam a noite ao relento, na ponte. Os próprios integrantes da Marinha e voluntários brasileiros ajudam com comida e cobertores. A maioria dos paraguaios que volta trabalha no setor de confecções em São Paulo, cidade com mais casos de contágios do Brasil.

Quase todos os dias, ônibus fretados chegam a Foz do Iguaçu com trabalhadores, alguns lotados de mulheres e crianças. Edgar Ascurra, paraguaio de 25 anos, enfrentou a viagem. No fim de abril, quando chegou à fronteira, ele e um grupo de outros paraguaios foram obrigados a passar três noites na passarela da Ponte da Amizade antes de entrarem no país.

Ascurra era costureiro no Bom Retiro, centro da capital paulista, há mais de 6 anos e deixou a cidade porque ficou sem emprego e dinheiro para bancar o aluguel. Hoje, ele está em um abrigo do governo, em Luque, região de Assunção, cumprindo quarentena para poder, em breve, encontrar a família na cidade de Curuguaty.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nas últimas 24 horas, o Paraguai contabilizou 126 novos casos do novo coronavírus no país. Desses, 124 (98%) são de pessoas que vieram do Brasil, divulgou o Ministério da Saúde e do Bem Estar Social do Paraguai. 

Dos casos restantes, um não tem relação com o Brasil e outro ocorreu por transmissão local. Os infectados foram colocados em quarentena obrigatória, segundo o ministro Julio Mazzoleni. 

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Na primeira semana de maio, 87,6% dos casos confirmados do novo coronavírus eram procedentes do Brasil.

 O governo do país vizinho avalia que muitos paraguaios estão retornando após perderem o emprego em São Paulo. As fronteiras com o Brasil estão fechadas e o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, já disse que não cogita reabri-las.

 Até este sábado (9), o Paraguai registrou 689 casos, 10 mortes e 155 pessoas recuperadas da Covid-19.

As aulas presenciais em todos os estabelecimentos de ensino do Paraguai ficarão suspensas até dezembro, como medida preventiva pela pandemia da COVID-19 - anunciou o presidente Mario Abdo Benítez, nesta segunda-feira (27).

"Sabemos que é uma decisão sem precedentes. Peço a colaboração de pais, mães e professores", declarou Benítez à imprensa.

"Uma capacidade diferente será construída, usando a tecnologia", acrescentou Abdo, ressaltando que as autoridades educacionais vão trabalhar no desenvolvimento de aulas virtuais.

O Paraguai começará a abandonar a quarentena obrigatória, gradualmente, a partir de 4 de maio. Até o momento, estão autorizados a funcionar apenas supermercados, farmácias, bancos e empresas financeiras.

O confinamento atual está em vigor desde 10 de março, data em que a atividade escolar também foi suspensa.

Com uma população de pouco mais de 7 milhões de habitantes, esse país sul-americano registrou, até domingo, 228 casos de Covid-19, nove óbitos e 93 pacientes recuperados da doença. Com isso, está entre os menos afetados da região.

Segundo o governo, os menores não são um grupo particularmente vulnerável ao coronavírus, mas o volume de pessoas que circulam nas comunidades educacionais é um fator de disseminação.

O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, apontou ainda a proximidade do inverno, época em que a circulação de vírus respiratórios que geram estresse no sistema de saúde é normalmente registrada.

"Isso envolverá aumento de risco no contexto da epidemia", enfatizou.

"Apesar de ser um grupo teoricamente menos vulnerável, as crianças ainda podem ser infectadas, e isso é um risco, especialmente para aqueles que têm uma doença prévia", explicou.

Passados quase dois meses depois que foi preso no Paraguai por ter tentado entrar no país com documentos falsos, Ronaldinho Gaúcho falou pela primeira vez sobre tudo o que está passando desde então em Assunção. Em entrevista ao jornal paraguaio ABC Color, o ex-jogador brasileiro relatou como foram os 32 dias de confinamento em um presídio da capital do país, onde tinha a companhia do irmão Roberto de Assis. Desde o último dia 7, eles cumprem prisão domiciliar em um hotel de luxo em Assunção, após terem pago fiança.

"Foi um duro golpe. Nunca imaginei que passaria por uma situação dessas. Durante toda a minha vida, busquei atingir o mais alto nível profissional e trazer alegria às pessoas com o meu futebol", disse Ronaldinho Gaúcho, que contou que viajou ao Paraguai para o lançamento de um cassino online e também de um livro.

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"Tudo o que fazemos é a partir de contratos gerenciados por meu irmão, que é meu representante. Nesse caso, participamos do lançamento de um cassino online, conforme especificado no contrato, e do lançamento do livro 'Craque da Vida', organizado com uma empresa no Brasil que tem o direito de explorar o livro no Paraguai", afirmou o ex-jogador, que mostrou enorme surpresa ao ser abordado no aeroporto de Assunção com documentos falsos.

"Ficamos surpresos ao saber que os documentos não eram originais. Desde então, nossa intenção tem sido colaborar com a Justiça para esclarecer o fato, como temos feito desde o início. Desde esse momento até hoje, explicamos tudo e facilitamos tudo o que a Justiça solicitou de nós", relatou.

A investigação tributária conduzida por autoridades paraguaias busca determinar em que contexto os documentos falsificados foram emitidos e qual o objetivo de seu uso no país, ambos - Ronaldinho Gaúcho e Assis - tendo processado a sua própria documentação brasileira.

No presídio de Assunção, Ronaldinho Gaúcho virou uma atração. Chegou a interagir com outros presos, distribuiu autógrafos, gravou vídeos a pedidos dos demais detentos e participou até de um campeonato interno de futebol. Teve até fotos com policiais e funcionários do local.

"Todas as pessoas me receberam com bondade. Jogar futebol, dar autógrafos, estar em fotos, tudo isso faz parte da minha vida, não tenho motivos para parar de fazê-lo, muito mais com pessoas que estão passando por um momento difícil como eu estava", completou o brasileiro.

Dalia López, foragida pela Justiça do Paraguai desde o dia 7 de março, apresentou nessa quinta-feira (16), através de seu advogado, um pedido de habeas corpus preventivo ao juiz Rolando Duarte. A empresária foi responsável pela chegada de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, à cidade de Assunção. Os dois ex-jogadores continuam presos no Paraguai há mais de um mês. Atualmente, estão em regime de prisão domiciliar em um hotel.

"Entrei com a ação porque estou em perigo iminente de ser privada da minha liberdade física", justificou sua defesa no documento. Dalia López havia contratado o ex-jogador brasileiro para a realização de uma ação promocional. A imagem de Ronaldinho Gaúcho seria utilizada no lançamento de um livro. No entanto, tanto ele quanto seu irmão foram presos por portar passaportes e outros documentos de identificação adulterados.

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Diversos fatores levantam maiores suspeitas em relação à conduta de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, já que não havia necessidade de adentrar no país com passaporte devido à integração do Mercosul, na qual Brasil e Paraguai fazem parte. A polícia paraguaia suspeita que o ex-jogador brasileiro e seu irmão fazem parte de um esquema de lavagem de dinheiro.

Até que a conclusão do caso não for apresentada, Ronaldinho Gaúcho e Assis não poderão deixar o Paraguai. Agora, pelo menos, eles poderão desfrutar de condições melhores em um hotel. Enquanto permaneceu preso em presídio de Assunção, o ex-meia fez amizade com outros detentos, jogou futebol, vôlei e futevôlei e até mandou recados em celulares para familiares desses novos amigos. Recentemente, começou a comer a mesma comida dos demais detentos.

O juiz penal de garantias Gustavo Amarilla, do Paraguai, decidiu que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis Moreira, mediante uma fiança de 1,6 milhão de dólares, pudessem cumprir prisão domiciliar. A decisão foi tomada nesta terça-feira (7) em caráter de urgência devido à pandemia do coronavírus.

Em outras duas ocasiões, a tentativa de conseguir a liminar para cumprirem prisão domiciliar foi negada pela justiça paraguaia. Mas na tentativa desta terça, a resposta foi positiva. Ronaldinho e Assis pagaram 1 milhão e 600 mil dólares, sendo 800 mil cada um. Em reais, o valor ultrapassa a casa dos oitos milhões. Apesar da decisão, os acusados não poderão deixar o Paraguai e ficarão em um hotel, segundo informações da rádio paraguaia Universo 970 Am. 

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Os dois foram presos portando passaportes falsos. Ambos chegarem ao Paraguai no dia 4 de março, mas a detenção aconteceu no dia 5 no hotel em que Ronaldinho estava hospedado.

María de los Ángeles Arriola Ramírez é, desde o último dia 6, a nova diretora do Departamento de Imigrações do Paraguai, responsável pelo controle de entrada e saída de estrangeiros no país. Ela assumiu o cargo dois dias depois de Ronaldinho Gaúcho e o seu irmão, Assis, entrarem no país com passaportes falsos e de o antigo diretor, Alexis Penayo, renunciar ao cargo sem dar explicações.

Ángeles foi promovida ao posto pelo presidente Mario Abdo Benítez com a missão de "colocar a casa em ordem". Nesta entrevista ao Estado, ela diz que dois funcionários do órgão estão sendo investigados pelo Ministério Público para saber o motivo de terem liberado a entrada de Ronaldinho Gaúcho mesmo ciente de que os documentos eram falsos.

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Segundo Ángeles, outro funcionário que trabalhava em um posto na fronteira com a Argentina é investigado por ter manejado os documentos originais antes da fraude. A diretora evita dizer que Ronaldinho Gaúcho faz parte de uma organização criminosa, como o MP apura, mas afirma que o brasileiro deveria pelo menos desconfiar do passaporte que recebeu. O ex-jogador e o irmão estão presos desde o dia 6 em presídio de segurança máxima, em Assunção.

O que a apuração interna no Departamento de Imigrações descobriu sobre os fatos ocorridos no último dia 4, quando Ronaldinho e o irmão entraram no Paraguai com passaportes falsos?

O caso Ronaldinho trata-se de um documento autêntico com conteúdo falso. Ronaldinho e seu irmão não deram entrada em nenhum trâmite no Departamento de Imigrações. Dois funcionários que receberem Ronaldinho e o irmão no aeroporto estão sendo investigados pelo Ministério Público para saber o motivo de terem liberado a entrada de ambos se sabiam que os documentos eram falsos. Os funcionários viram os documentos e notaram que eram falsos. Um deles disse que, quando viu muita gente no aeroporto, se emocionou com o Ronaldinho e acreditava que tratava-se de uma cidadania honorífica.

Por qual razão não seria possível Ronaldinho Gaúcho ter passaporte paraguaio?

Uma naturalização significa que Ronaldinho não seria mais brasileiro. O Paraguai não tem acordo de dupla cidadania com o Brasil. O documento que ele portava diz que Ronaldinho é paraguaio naturalizado. O funcionário alega que viu muitas pessoas com Ronaldinho no aeroporto, inclusive crianças. Então, ele imaginou que Ronaldinho teria algum tipo de tratamento especial das autoridades paraguaias para entrar no país como cidadão paraguaio naturalizado. Mas, para conseguir a naturalização, é preciso viver no mínimo três anos no nosso país e só somente a Corte Superior de Justiça dá essa autorização.

Há uma quadrilha especializada em falsificação de documentos infiltrada no Departamento de Imigração? A senhora acredita que Ronaldinho Gaúcho e o irmão possam fazer parte desse suposto grupo?

Não creio, mas é uma opinião particular. Não posso dizer se algum funcionário tenha lucrado com alguma má intenção porque é uma opinião muito delicada. Mas, acredito que, se Ronaldinho recebeu um documento que diz que ele foi naturalizado paraguaio, isso deveria ter chamado a sua atenção. Eu, como paraguaia, se alguém dissesse que eu seria naturalizada brasileira sem nenhum trâmite, eu não aceitaria. Ronaldinho, sendo a figura que foi e que ainda é, provavelmente imaginou que isso não tivesse problema. O Paraguai tem algumas deficiências, mas temos autoridade e mecanismos de segurança.

Além desses dois funcionários há outro servidor que está sendo investigado?

Um inspetor imigratório que prestava serviço no posto de Jose Falcon, na fronteira com Clorinda, na Argentina. Foi ele quem operou os documentos originais. Mas, não foi encontrado nenhum elemento que vincule o Departamento de Imigração a Ronaldinho. Não há uma organização criminosa dentro do departamento, e o caso Ronaldinho foi um ato particular.

Por qual razão o seu antecessor no comando do departamento renunciou um dia depois de o caso Ronaldinho tornar-se público?

Não sei os motivos ou se tem ligações com Ronaldinho porque foi uma decisão particular. Assumi a pedido do presidente da República, que me solicitou colocar a casa em ordem, elucidar a situação do Ronaldinho e verificar se havia algum vínculo da instituição com esse caso. O ministro do Interior ordenou uma intervenção no departamento e o resultado foi de que a Imigração não produziu aqui dentro nenhum documento para Ronaldinho e seu irmão. Mas, se há uma rede de falsificações, é o Ministério Público que está investigando. Eles nos solicitaram vários documentos de movimentos imigratórios e passamos tudo a eles.

Foto: MP Paraguai

Começaram a circular nas redes sociais na noite desta sexta-feira fotos e vídeos de uma partida de futebol disputada na Agrupación Especializada da Polícia Nacional do Paraguai, presídio de segurança máxima localizado em Assunção, com a participação de Ronaldinho Gaúcho. O ex-jogador e seu irmão, Assis, estão detidos no local desde o dia 6, acusados de usarem passaportes falsos para entrar no país.

Segundo a ABC TV, do Paraguai, Ronaldinho aceitou participar de uma partida de futebol na cadeia. Ele teria atuado no time de Fernando Gonzalez Karjallo, ex-dirigente do Sportivo Luqueño preso por lavagem de dinheiro. De acordo com relatos de policiais que assistiram ao jogo, a equipe de Ronaldinho venceu por 11 a 2, com cinco gols e seis assistências do brasileiro.

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Também nesta sexta-feira, um tribunal de apelação rejeitou recurso apresentado no dia anterior pelos advogados de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão para que ambos fossem transferidos para prisão domiciliar. Para justificar a permanência dos dois na cadeia, o júri argumentou que há risco de fuga. Outro ponto questionado foi o fato de a defesa ter apresentado como garantia um imóvel sem relação direta com os brasileiros.

A decisão desta sexta-feira representa mais uma derrota para os brasileiros na Justiça paraguaia. Na terça-feira, o juiz Gustavo Amarilla já havia decidido manter a prisão preventiva de Ronaldinho e seu irmão. O magistrado determinou que eles precisavam permanecer detidos durante a investigação - o inquérito pode durar até seis meses para ser concluído, de acordo com as leis paraguaias.

Diversos países sul-americanos anunciaram a suspensão de voos para a Europa, Ásia e Estados Unidos nas últimas 24 horas como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, informou que firmou um decreto que proíbe por 30 dias voos para países afetados pela nova doença o que, além dos países europeus, inclui a China, o Irã, o Japão, os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

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Em um mensagem divulgada por rádio e televisão, o chefe de Estado informou que a medida entrará em vigor a partir da próxima terça-feira (17) e que, até então, as companhias áreas poderão operar para permitir o retorno dos cidadãos desses países à sua terra natal. Até o momento, são 21 casos confirmados no país.

Já a presidente interina da Bolívia, Jeanine Anez, anunciou uma série de medidas para evitar a possibilidade de expansão do vírus, entre as quais, a suspensão dos voos de e para a Europa a partir de sábado (16). Além disso, o governo anunciou um aumento da fiscalização sanitária tanto nos postos de fronteiras como nos aeroportos para quem entra e sai da nação até o dia 31 de março.

Anez ainda proibiu a "realização de eventos públicos de massa com a participação de mais de mil pessoas, entre os quais, concertos de música, eventos culturais e similares". No momento, a Bolívia tem três casos de contágio da Covid-19.

Por sua vez, uma comissão especial criada pelo presidente peruano, Martin Vizcarra, para combater a expansão do coronavírus no país anunciou a suspensão de voos que tem como proveniência a Europa e a Ásia. Segundo um decreto publicado nesta quinta-feira (13), as novas ações de prevenção, controle e proteção dos cidadãos será feita em uma parceria com a Superintendência das Migrações, o Instituto Nacional de Defesa Civil e representantes de governos regionais. São 22 casos de contaminação do Sars-CoV-2 no país.

No Paraguai, a partir deste sábado, também estão suspensos tanto voos que chegam quanto que partem para a Europa. Conforme comunicado do ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, no momento não serão fechadas as fronteiras, mas a medida pode ser tomada conforme o andamento da crise. No momento, há seis pacientes com Covid-19 no país.

Da Ansa

Preso desde a última quarta-feira (4) em Assunção, no Paraguai, o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho continua recebendo a admiração de torcedores. Nessa terça (10), imagens de Ronaldinho Gaúcho autografando uma camisa do Flamengo viralizaram na internet. 

O autógrafo foi concedido a um fã que estava com uma camisa de treino do time Rubro-Negro. Depois disso, o rapaz posou para a foto já com a camisa assinada pelo craque. 

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Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis foram detidos no Paraguai por portarem documentos falsos. Enquanto já estavam hospedados em um hotel, os irmãos foram identificados com os documentos adulterados.

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, preso no Complexo de Tacumbú, no Paraguai, acusado de falsificar o passaporte para entrar no país sul-americano, não terá chance de participar de um torneio de futsal realizado nesta segunda-feira (9) no presídio. 

Apesar de não poder apresentar sua habitual qualidade com a bola nos pés no torneio de futsal, Ronaldinho Gaúcho poderá assistir às partidas em companhia do seu irmão, Roberto de Assis, que também está detido. A informação foi confirmada pelo diretor do presídio Blas Vera para a Rede Record. 

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Desde a última sexta-feira (6), Ronaldinho e seu irmão Roberto estão presos acusados de entrarem no país portando documentos falsos. A dupla está à disposição da justiça paraguaia. Ainda na manhã desta segunda-feira, a defesa do ex-jogador entrou com pedido de prisão domiciliar, o que deve ser definido nesta terça-feira (10). 

Os advogados de defesa do ex-meia Ronaldinho Gaúcho entraram com um recurso na manhã desta segunda-feira no Paraguai com o pedido para que o pentacampeão mundial e o seu irmão, Assis, deixem a cadeia e passem a cumprir prisão domiciliar em Assunção. O objetivo é que ambos saiam o quanto antes da prisão e depois disso seja negociado uma forma deles retornarem ao Brasil.

A definição sobre este tema será na manhã desta terça-feira. O juiz Gustavo Amarilla e os advogados de Ronaldinho Gaúcho e Assis terão uma audiência. Se o pedido da defesa for aceito, a dupla terá de continuar no Paraguai, mas poderá deixar a cadeia e permanecer em alguma casa na capital do país, Assunção. Depois disso, o próximo passo será tentar um novo recurso para conseguir a liberação para ambos voltarem ao Brasil.

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Os dois irmãos estão presos desde a sexta-feira passaram por utilizarem documentos falsos ao entrarem no país dois dias antes para participarem de um evento. Após virarem alvo de investigação, os dois chegaram a ser inocentados, porém na sexta tiveram a prisão preventiva solicitada para que o trabalho de apuração da polícia não sofresse interferência.

No fim de semana, os advogados de defesa dos dois tentaram alguns recursos, mas a juíza Clara Ruíz Díaz decidiu manter a prisão para evitar que a dupla fugisse para o Brasil. A polícia paraguaia aguarda a apresentação da empresária Dalia López, considerada a responsável por levar Ronaldinho Gaúcho ao país. Dalia tem ordem de prisão emitida pelo Ministério Público local.

Quem também está preso é o empresário brasileiro Wilmondes de Souza Lira, que também estava envolvido no convite enviado a Ronaldinho Gaúcho para viajar ao Paraguai. "Os irmãos têm documentos vigentes do Brasil para poder ir a qualquer parte do mundo, não necessitavam documentos paraguaios. Souza Lira entregou os documentos no Brasil, não lembro da data, mas faz 20 ou 20 dias", disse o advogado de defesa dos irmãos, Adolfo Marín, ao jornal paraguaio ABC Color.

O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, passaram a segunda noite presos em uma cela especial da Agrupação Especializada da Polícia Nacional, em Assunção, Paraguai. O Ministério Público do Paraguai pede ampliação das investigações para saber se o ex-jogador teria cometido outros crimes como lavagem de dinheiro.

Ronaldinho e Assis estão presos em caráter preventivo, a pedido do Ministério Público paraguaio, que temia que os dois deixassem o país antes das autoridades esclareceram porque os dois ingressaram no Paraguai usando documentos paraguaios com dados falsos. Caso não seja revertida, a prisão preventiva pode durar até seis meses.

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O ex-atleta e seu irmão chegaram ao Paraguai na manhã da última quarta-feira (4). Embora cidadãos brasileiros possam ingressar no país vizinho apenas apresentando o documento de identidade brasileiro, Ronaldinho e Assis entregaram aos agentes da imigração um passaporte paraguaio preenchido com seus dados pessoais, como se fossem cidadãos naturalizados paraguaios.

Apesar de estranharem o fato, os agentes autorizaram o ingresso da dupla. Horas mais tarde, os dois foram alvos de uma operação que levou promotores do Ministério Público e policiais a vasculharem os quartos do resort em que Ronaldinho e Assis estavam hospedados e apreenderem os passaportes e as cédulas de identidade paraguaias que os dois portavam.

Segundo o promotor Federico Delfino, do MP paraguaio, Ronaldinho e Assis disseram ter viajado a convite do dono do cassino Il Palazzo, o brasileiro Nelson Belotti, e que, já no país, foram procurados por representantes de uma fundação de assistência, a Fraternidade Angelical, para participar de eventos beneficentes. Ainda de acordo com o promotor, os documentos são autênticos, mas foram preenchidos com informações falsas.

Na quinta-feira (5), promotores da Unidade Especializada em Crime Organizado, do MP paraguaio, propuseram que o ex-jogador de futebol e seu empresário fossem liberados por colaborarem com as investigações. Com base nisto, Ronaldinho e Assis prestaram novos depoimentos na sexta-feira (6) à tarde, já preparados a deixar o país. Mas após cerca de seis horas de audiência, o juiz Mirko Valinotti indeferiu o argumento do MP, estabelecendo um prazo de dez dias para que os promotores responsáveis pelo caso reavaliassem a situação.

O MP, então, voltou atrás em sua manifestação. Um novo promotor, Osmar Legal, da Unidade Especializada em Delitos Econômicos, foi designado para o caso, sugerindo que as autoridades locais investigam também a hipótese de lavagem de dinheiro. Ainda na sexta-feira, o MP recomendou que Ronaldinho e Assis fossem presos em caráter preventivo.

Detidos, os dois brasileiros foram conduzidos para a cela especial da Polícia Nacional, onde passaram a noite de sexta para sábado, quando se apresentaram perante a juíza Penal de Garantias, Clara Ruiz Díaz, que manteve a prisão preventiva por considerar graves os fatos investigados. Segundo o MP, a defesa de Ronaldinho e de Assis ainda tentaram converter a medida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado. “Os advogados pediram a prisão domiciliar, mas [Ronaldinho e seu irmão] não tem endereço fixo [no Paraguai]”, comentou o promotor.

Além de Ronaldinho e de Assis, também estão presos por suposto envolvimento no caso o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, apontado como representante legal do ex-jogador no Paraguai, e as paraguaias María Isabel Gayoso e Esperanza Apolonia Caballero. O MP pediu também determinou a prisão da empresária Dalia López Troche.

De acordo com informações divulgadas pelo MP paraguaio, Ronaldinho e seu irmão afirmam que após viajarem à convite de Belotti, receberam o convite de Dalia participar de eventos beneficentes. O ex-jogador e seu irmão também afirmam ter recebido os documentos falsificados do empresário Wilmondes Sousa Lira – que, por sua vez, responsabiliza a Dalia.

Já María Isabel e Esperanza Apolonia são investigadas porque, segundo a Polícia Nacional, os documentos encontrados com os brasileiros foram emitidos para as duas, que os solicitaram em janeiro deste ano.

O ministro da Saúde Pública do Paraguai, Julio Mazzoleni, confirmou neste sábado (8) o primeiro caso do novo coronavírus no país, de acordo com mensagem divulgada pelo Twitter. "Informo que hoje (sábado), depois do meio-dia, o Laboratório Central (do Ministério de Saúde Pública) confirmou o primeiro caso de 'Covid19' no Paraguai", tuitou.

"Mais informações serão dadas em breve, em entrevista coletiva", acrescentou Mazzoleni, pedindo à população que mantenha a calma. "Os protocolos já ensaiados e aprovados pela OMS estão sendo aplicados", reforçou. Ontem, o ministro Mazzoleni anunciou que havia suspeitas de um caso, envolvendo uma pessoa recém-chegada da Itália.

O último informe sobre o novo coronavírus no Paraguai relatou que sete possíveis casos foram descartados e que 70 pessoas que ingressaram no país recentemente continuavam sendo monitoradas.

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho chegou algemado, na manhã deste sábado (7), para prestar depoimento no Palácio da Justiça, do Paraguai,  à juíza Clara Ruiz Días, que determinará se vai conceder ou não a liberdade provisória para ele. O ex-craque da seleção brasileira está preso desde a noite dessa sexta-feira (6).

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Ronaldinho, ao chegar ao local da audiência, tentou esconder as algemas com um pano rosa. Ele e o irmão Roberto de Assis foram acusados de falsificar documentos. Os dois portavam passaportes falsos e estão impedidos de deixar o Paraguai durante as investigações.

Foto: Norberto DUARTE / AFP

Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis Moreira ficarão à disposição da Justiça do Paraguai por tempo indeterminado, segundo afirmou nesta quinta-feira (5) o promotor Federico Delfino, responsável pela investigação contra os dois ex-jogadores por porte de documentos falsos. O promotor foi elegante ao não afirmar que o ex-jogador brasileiro, com história no Grêmio, Paris Saint-Germain, Barcelona e seleção brasileira, está proibido de deixar o país até que tudo seja esclarecido.

O astro do futebol e o irmão, que gerencia sua carreira há anos, foram detidos nesta quarta-feira e passaram a noite sob custódia das autoridades paraguaias após operação policial na suíte presidencial do Hotel Resort Yacht y Golf Club, em Lambaré, vizinho a Assunção. Os brasileiros entraram no país com passaportes autênticos, mas conteúdos falsos. Ronaldinho disse em depoimento que os documentos eram "presentes".

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Nesta quinta-feira pela manhã, ambos prestaram depoimento na sede do Ministério Público paraguaio, localizada em Assunção. Em seguida, o ex-jogador foi encaminhado para o Departamento de Crime Organizado do país, onde também terá de dar explicações. "Foi checada a documentação, que chamou a nossa atenção. Para ter a nacionalidade paraguaia, ser paraguaio naturalizado, tem de estar vivendo há algum tempo no país e ter um trabalho fixo, essas coisas. Ronaldinho é uma pessoa de fama mundial... Já verificamos que os números de passaporte pertencem a outras pessoas. São passaportes originais, mas com dados apócrifos. Esses passaportes foram tirados em janeiro deste ano", informou o promotor Federico Delfino.

O paraguaio explicou que ambos saíram de São Paulo e desembarcaram no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi por volta das 9h05, onde receberam os passaportes e cédulas de identidade falsos. Portanto, eles não teriam saído do Brasil com os documentos paraguaios. Ainda de acordo com Delfino, os documentos foram expedidos e retirados no Paraguai entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. As cédulas de identidades eram de 2019. As numerações corresponderiam a de outras duas pessoas, que não tiveram as identidade reveladas, assim como não foi informado se estão enquadradas como suspeitas ou vítimas.

Ronaldinho afirmou, em depoimento, segundo o promotor, que identidades e passaportes foram presentes de uma pessoa que o convidou para visitar o Paraguai, sem revelar seu nome. Na noite de quarta, o brasileiro Wilmondes Sousa foi detido no hotel onde estavam os brasileiros. O dia de Ronaldinho na cidade foi bom. Ele foi tratado pelos paraguaios quase como um chefe de Estado. Andou em uma luxuosa picape, que contava com custódia policial pelas ruas da capital. A virada começou mais à noite, quando a polícia e setores de investigação de imigração receberam uma denúncia e fizeram uma batida onde ele estava hospedado.

O terceiro preso é apontado como a pessoa que entregou os documentos a Ronaldinho logo depois do desembarque no aeroporto paraguaio, antes de irem para o controle de migração. Ronaldinho e Assis chegaram nesta quarta-feira e passaram sem problemas por toda a fiscalização. Fontes do Ministério do Interior do Paraguai explicaram à imprensa local que o Departamento de Identificação informou ao de Migrações que os passaportes não estavam registrados no sistema.

Em uma das cédulas, ele era o cidadão paraguaio número 3.122.656. Era um documento feito na década passada pelos órgãos competentes do Paraguai. Portanto, autêntico. Mas Ronaldinho não era seu primeiro dono. Sobre ser um cidadão paraguaio, a Constituição do país estabelece que qualquer pessoa nessa condição deve ser filho de paraguaios nascidos no estrangeiro ou ter cinco anos de residência no país e um emprego fixo. Ronaldinho não se encaixa em nenhuma destas condições.

PRESENTE - O comissário Gilberto Fleitas, diretor de investigação criminal da Polícia Nacional, afirmou que Ronaldinho disse a ele que recebeu os documentos falsos das mãos do empresário Wilmondes Sousa Lira, também preso na operação, em sua residência no Brasil. Mas essa versão se contradiz com o que informou o promotor Federico Delfino, da unidade de luta contra o crime organizado do MP Paraguaio. Ele relatou em entrevista que os documentos foram entregues a Ronaldinho num salão VIP do aeroporto internacional Silvio Pettirossi quando se deu sua chegada ao Paraguai. E que os passaportes eram verdadeiros, mas pertenciam a outras duas pessoas paraguaias. Estavam adulterados.

A promotoria e a polícia paraguaia trabalham agora na checagem dos fatos com as informações recebidas. Os órgãos competentes têm 24 horas para apresentar um relatório, e uma possível pena para Ronaldinho e seu irmão. "Dentro da lei, vamos ver que medidas tomaremos", disse o promotor, após informar que a denúncia foi feita pela Policia Nacional.

OUTRO LADO - O advogado de Ronaldinho, em Assunção, Adolfo Marín, disse que seu cliente está sendo extorquido e que "não entende o que aconteceu". Disse ainda que sua primeira missão é tirar Ronaldinho e Assis da condição de cidadãos presos no Paraguai. Eles não podem deixar o país por tempo indeterminado. "Não entendo por que eles usaram esses documentos se podiam entrar no Paraguaio com qualquer RG do Brasil. Não entendo de documentos, mas acho que deram a eles por uma cortesia, um presente." O advogado informou ainda que Ronaldinho usaria sua imagem em um cassino da cidade.

O senador Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai e membro de uma coalizão de esquerda no país, disse que o episódio com Ronaldinho demonstra a existência de uma máfia dedicada a vender documentos falsos no Paraguai. "Não é uma coisa nova. Na década de 1970, tinha gente da Brigada Vermelha com passaporte paraguaio na Europa. Depois, veio a Máfia da Migração e tudo isso segue funcionando no país."

RONALDINHO E A JUSTIÇA - O ex-jogador fechou acordo em setembro de 2019 com o Ministério Público do Rio Grande do Sul para liberar o seu passaporte brasileiro, que estava retido pela Justiça, o que o impedia de realizar viagens internacionais. Ele fez o pagamento, em valor que não foi revelado e acertado em acordo, que permitiu a liberação do documento. Estima-se que tenha sido R$ 6 milhões.

Anteriormente, Ronaldinho e seu irmão Assis haviam sido condenados por crime ambiental em Porto Alegre, em área protegida, no Lago Guaíba. A condenação os multou em cerca de R$ 8,5 milhões. E como não havia feito o depósito do valor, o passaporte do craque havia sido retido pela Justiça, assim como o de Assis.

No ano passado, o ex-jogador foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro como embaixador do Turismo. No fim de outubro, já com o passaporte liberado, viajou para disputar partida festiva em Israel. Desta vez, ele entrou no Paraguai com um passaporte supostamente falso, mesmo com o país vizinho aceitando o RG brasileiro como documento para entrada.

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