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O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, anunciou no sábado, 29, que a bancada do partido na Câmara votará contra o Projeto de Lei das Fake News. O movimento de Pereira, que é vice-presidente da Casa, ocorre para conter uma crise na legenda - após a maioria da bancada ter votado a favor da tramitação do texto em regime de urgência - e cria dificuldades para o Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta com a aprovação do projeto na próxima terça-feira. A proposta estabelece a regulação das plataformas digitais e obrigações aos provedores de redes sociais, mas sofre forte oposição das chamadas big techs, como Google e Tik Tok, e também do segmento evangélico.

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O Republicanos tem ligações com a Igreja Universal do Reino de Deus, e muitos de seus parlamentares são evangélicos.

O partido também abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como possível candidato à sucessão de Lula, em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fique inelegível.

Cabo de Guerra

Na prática, a votação do Projeto de Lei das Fake News virou um cabo de guerra entre aliados do governo e oposição. O argumento oficial para que evangélicos sejam contra a proposta é o de que há ali "censura" à liberdade religiosa.

Nos últimos dias, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto, fez várias mudanças no texto, na tentativa de conter resistências. Incluiu, por exemplo, um trecho segundo o qual a lei deve observar "o livre exercício da expressão e dos cultos religiosos (...) e a exposição plena dos seus dogmas e livros sagrados". Além disso, retirou da proposta a criação de uma agência reguladora de supervisão das plataformas digitais, batizado ironicamente pela oposição de "Ministério da Verdade".

Mesmo assim, a cúpula do Republicanos - que apoiou a reeleição de Bolsonaro, no ano passado - considerou as mudanças insuficientes. Nos bastidores, o partido negocia com o Planalto apoio a um projeto que amplia a isenção de impostos para igrejas.

"A decisão do Republicanos é votar não ao projeto das fake news", afirmou Pereira, que também é bispo licenciado da Universal. "Tem de ter, sim, uma regulamentação sobre o assunto (fake news nas redes sociais), mas não esta que está sendo proposta no momento (...). O texto continua ruim", emendou Pereira, em vídeo postado nas redes sociais.

Centrão

Com uma bancada de 42 deputados, o partido sempre compôs o núcleo duro do Centrão com o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o PL de Bolsonaro. Recentemente, porém, formou um bloco de 142 parlamentares com siglas como MDB e PSD, cada uma delas com três ministérios no governo. Pereira é pré-candidato ao comando da Câmara, em 2025.

A articulação do Republicanos fez Lira montar um grupo ainda maior - o chamado "blocão", com 174 deputados -, isolando o PT e o PL.

Agora, seis deputados dissidentes do União Brasil, partido que integra o "blocão" de Lira, querem migrar para o Republicanos. No grupo está a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que é deputada licenciada e entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se desfiliar do União Brasil sem perder o mandato.

Daniela pretende se filiar ao Republicanos, que poderá fazer parte da base aliada de Lula no Congresso. Atualmente, o partido se declara independente em relação ao Planalto.

Filiada ao Republicanos, a senadora Damares Alves (DF), disse não entender a urgência para votar o projeto das fake news. "Acho estranha a pressa. Será que querem nos calar durante a CPMI?", perguntou ela, numa referência à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar os atos golpistas de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.

Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, Damares defendeu mais tempo para a apreciação do projeto, alegando que o tema é muito delicado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Neste sábado (29), o presidente nacional do partido Republicanos, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), anunciou que a sigla votará contra a aprovação do chamado Projeto de Lei (PL) das Fake News. Em suas redes sociais, Pereira ressaltou que todos os parlamentares da legenda foram orientados a votarem contra o projeto.

"O texto final do projeto que trata das fake news foi apresentado e, apesar de ter agregado algumas das mudanças necessárias, não é o suficiente. Por esse motivo, eu e os demais parlamentares do Republicanos iremos votar contra o projeto", escreveu.

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A sigla votou na última terça-feira (25), majoritariamente a favor do requerimento de urgência para garantir a apreciação do PL 2630 sem precisar passar pelas comissões da Câmara dos Deputados. Marcos Pereira negou haver uma contradição do partido, justificando que a urgência é um rito do processo legislativo e que foi acordado em reunião de líderes, mas que "ninguém assumiu o compromisso de votar o projeto propriamente dito".

A orientação ocorre após a apresentação do relatório pelo deputado federal pelo estado de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB). Para o presidente do Republicanos, a questão precisa ser amplamente discutida. Ele ainda reconhece que é necessário que haja uma lei tratando do tema, mas não da maneira como está exposta no documento apresentado à Casa Legislativa.

Nascido da fusão do PSL com o DEM, em 2021, o União Brasil elegeu 59 deputados no ano passado e se tornou uma peça-chave na articulação do governo federal, que entregou três ministérios à legenda em uma tentativa de formar uma base sólida na Câmara.

Mas, apesar do espaço que ocupa na Esplanada, o partido enfrenta uma crise interna cada vez mais aguda, o que pode abrir caminho para que o Republicanos, do governador paulista, Tarcísio de Freitas, tenha o controle do Ministério do Turismo na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

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O União Brasil alega ter uma atuação independente no Congresso. A atual titular da pasta do Turismo, Daniela Carneiro, faz parte do grupo de dissidentes do Rio de Janeiro que acionou, no dia 6 de abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando o direito de migrar para o Republicanos sem que corram o risco de perder o mandato.

'Expediente autoritário'

Os congressistas alegam que estão sendo vítimas de um "expediente autoritário" por parte da cúpula do União Brasil. O caso não tem ainda previsão de julgamento. Uma resolução do TSE sobre fidelidade partidária determina que parlamentares só podem deixar seus partidos sem perder o mandato em caso de justa causa.

Lula está sendo pressionado pelo União Brasil a substituir a ministra do Turismo por um outro nome alinhado à ala governista do partido. De acordo com dirigentes da sigla, se o TSE permitir a mudança dos dissidentes, a deputada passaria a ser considerada da "cota pessoal" do presidente ou do próprio Republicanos.

O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), tem dito que o partido não será da base de Lula mesmo que o presidente ofereça um ministério à legenda.

Interlocutores do Palácio do Planalto estão em compasso de espera, aguardando que haja um desfecho do racha interno e o que chamam de uma prova de lealdade do União Brasil. Além do Turismo, o partido comanda as pastas da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes, e a das Comunicações, com Juscelino Filho.

Governistas

No mais novo capítulo da disputa partidária, os principais interlocutores do governo federal com o União Brasil - o deputado Luciano Bivar (PE), presidente da sigla, e o senador Davi Alcolumbre (AP) - divergem, agora, sobre a estratégia a ser adotada em relação ao grupo dos dissidentes.

Responsável pela indicação da ministra do Turismo, Alcolumbre defende a liberação de Daniela pelo União Brasil para que ela mude de partido, o que ampliaria a pressão sobre o Planalto. Bivar, por sua vez, diz que não abre mão dos mandatos dos insatisfeitos.

"Nós gastamos mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados. Não podemos abrir mão deles", já declarou o presidente do União Brasil. Bivar tem dito que irá até o fim para exigir "fidelidade partidária". Se a mudança for vetada pela Justiça Eleitoral, os dissidentes serão obrigados a ficar no União Brasil, mas sem cargos na Câmara ou relatorias até o fim do mandato.

Em conversa com jornalistas em Londres, na semana passada, durante o evento Lide Brazil Conference, Alcolumbre disse que a legenda vai "conversar" novamente com o governo. "Ninguém deve ficar em algum lugar contra a sua vontade", afirmou. O senador disse, ainda, que a Executiva do partido vai se reunir para tratar do assunto.

Cunha

O movimento dos filiados que tentam trocar o União Brasil pelo Republicanos é liderado, nos bastidores, pelo ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ), pai da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ).

O objetivo é assumir o controle da máquina partidária no Estado com vistas às eleições municipais do ano que vem. Essa articulação não teve sucesso no União Brasil. A mudança interessa ao prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos, o Waguinho, que apoiou Lula na disputa presidencial do ano passado e é marido de Daniela Carneiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, foi reconduzido para mais 4 anos à frente do partido. Em seu discurso nesta segunda-feira (24), falou em trabalhar para construir uma candidatura presidencial para as eleições de 2026.

O nome natural é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que estava na solenidade. Marcos Pereira quis transmitir proximidade com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que participou da cerimônia.

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Lira era o único político de fora do Republicanos sentado à principal mesa do evento. O Republicanos está em um bloco diferente do bloco de Lira na Câmara. Pereira disse que isso não significa distância do presidente da Casa.

Pereira é um provável candidato à sucessão de Lira na Câmara, em 2025. O grupo mais próximo do presidente atual, porém, tem Elmar Nascimento (União-BA) como nome mais forte.

Marcos Pereira disse que a sigla tem compromisso com a reforma tributária. É uma pauta prioritária do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PL), do qual o partido não é aliado.

O presidente reconduzido do Republicanos disse que a sigla é a única que cresce desde a fundação. Também reafirmou o caráter conservador do partido. Falou em defender a família, os costumes, a economia de mercado e outras pautas caras a esse grupo político.

No início do discurso, cumprimentou a "todos" e disse que isso contemplava as mulheres e demais pessoas. "No que depender de mim, a gramática e o bom senso serão preservados", declarou.

Ele também mencionou a proximidade do partido com os governos petistas e com a esquerda em seus primeiros anos. Disse que isso não foi um problema, mas que a legenda tinha "um caminho ideológico próprio a percorrer", afirmou.

No dia em que os extremistas exaltam o aniversário de 59 anos do golpe militar de 1964, o senador Hamilton Mourão (Republicanos) elogiou o regime de excessão e afirmou que a ditadura "dinamizou a sociedade brasileira". 

General do Exército e ex-vice-presidente do governo Bolsonaro, Mourão defendeu o golpe e o chamou de "Revolução de 31 de março". "Somam-se ataques às Forças Armadas desfechados nesta semana em mais um aniversário da Revolução de 31 de março de 1964", escreveu para o Correio Braziliense. 

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O senador entende que o período de ditadura, no qual civis foram torturados pelo Estado, foi positivo e desconsiderou totalmente o viés de golpe. "É praticamente impossível não encontrar os traços e antecedentes das reformas empreendidas naquele período, que dinamizaram sua sociedade e, principalmente, fortaleceram a democracia brasileira, que, pela primeira vez, teve um regime inaugurado sem golpe de Estado." 

O próprio Exército orientou oficiais a não comemorarem a data este ano, sob ameaça de punição. Mourão enfatizou que os militares "conhecem muito bem seu papel nessa democracia" e criticou o atual governo por se omitir com a segurança pública. "Quem parece não conhecer são os que, achando-se donos da história, querem dirigir o país com os olhos no retrovisor." 

O deputado Fábio Macedo (Pode-MA) foi eleito líder do bloco partidário formado por MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC e conta com 142 deputados.

“Este bloco parlamentar está unido em torno de bandeiras programáticas, entre elas a independência do Parlamento, a despolarização política, a busca por consensos, a defesa da democracia e o desenvolvimento do Brasil", disse Fabio Macedo, que foi deputado estadual no Maranhão na legislatura passada e exerce seu primeiro mandato como deputado federal.

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Este é o único bloco partidário em funcionamento na Câmara. Foi formado no dia 1º de fevereiro para a eleição da Mesa Diretora, com 20 partidos e 496 deputados. Após a eleição, diversos partidos deixaram o bloco, que se consolidou agora com esses cinco partidos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), parabenizou o grupo. "Parabenizo os líderes do Republicanos, PSD, PSC, Podemos e MDB pela formação do bloco para atuação na Câmara dos Deputados. Sempre defendi a unidade para reduzirmos o número de partidos, fortalecendo-os e dando à sociedade confiança no nosso sistema partidário. Dessa forma, reafirmamos o compromisso com a democracia e o Parlamento brasileiros", disse ele em suas redes sociais.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após curtir e comentar fotos sensuais de um modelo gay no Instagram, o vice-governador do Tennessee, Randy McNally, anunciou que vai dar um tempo das redes sociais. Aos 79 anos, o político conservador é um dos líderes do partido Republicano e apoiou a lei que limitou o local dos shows de drag queens, além de ser favorável ao financiamento de orfanatos que impedem a adoção por famílias LGBTQIA+. 

Franklyn Superstar, de 20 anos, costuma publicar fotos picantes e, em algumas delas, recebeu elogios e emojis de fogo e corações de McNally. "Você pode transformar um dia chuvoso em arco-íris e brilho do sol", escreveu o conservador. 

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Com a interação do político nos conteúdo em que o jovem aparece com roupas íntimas e partes do corpo à mostra, ele passou a ser chamado de hipócrita. 

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McNelly anunciou que a pausa em suas nas redes para "refletir e receber mais orientações sobre o uso das mídias sociais". 

A senadora e ex-ministra do governo Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos-DF), quer ser a líder das discussões sobre os direitos dos indígenas no Senado por conhecer “índio”. 

Damares disse, ao Correio Braziliente, que gostaria de uma sinalização positiva do Republicanos, partido o qual integra, para liderar as discussões na Casa. “Eu conheço índio, sou mãe de índia. Queria muito de forma muito madura ficar à frente desse tema, afastando as ideologias em torno dos indígenas”, afirmou. 

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Ao ser questionada sobre como vai se defender das recentes denúncias de devastação do povo Yanomami, ocorrida durante a sua gestão à frente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a senadora disse que irá apresentar documentos e relatórios de que não houve culpa.

Ela foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o órgão julgar legítima a denúncia recebida por parlamentares do Partido dos Trabalhadores, que a acusam de conveniência com os ataques de garimpeiros no território, que levou à morte de pelo menos 570 crianças durante o governo Bolsonaro. 

 

O senador e presidente do PP Ciro Nogueira anunciou, neste sábado (28), a criação de um bloco no Senado Federal em parceria com o Partido Liberal e o Republicanos em apoio à candidatura do senador Rogério Marinho (PL), à Presidência da Casa. 

No anúncio, Nogueira destacou que “não é uma união contra ninguém, mas, sim, a favor do Senado, do Brasil e dos cidadãos de bem do nosso País”. 

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O deputado estadual do Rio de Janeiro Anderson Moraes (PL), em comentário na publicação do Twitter, parabenizou a união. Ele afirmou que é preciso ter “consciência de que qualquer divisão da direita ou de políticos sensatos que repudiam a nítida deterioração da democracia devido ao enfraquecimento do Senado é entregar a vitória ao Pacheco”. 

A oficialização da formalização do bloco dos partidos também foi oficializada neste sábado pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. “Vamos unir os três partidos: PP, Republicanos e PL”. A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu mão de indicar um nome à vice-presidência da Câmara e cedeu a cadeira ao Republicanos em troca do apoio à candidatura de Marinho à presidência do Senado. 

Por sua vez, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, afirmou que a eleição à presidência do Senado não é um “terceiro turno” das eleições presidenciais, tendo em vista o fim do pleito em 30 de outubro de 2022. “Esta união que se consolida hoje do PL, do PP e do Republicanos para o apoio à eleição do meu amigo, também meu irmão, Rogério Marinho, não é um terceiro turno como alguns têm dito”. 

 

O PP, PL e Republicanos anunciaram, nesta quarta-feira, 25, a formação de bloco no Senado a favor da candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) à presidência da Casa. O anúncio será formalizado em encontro na sede do PL em Brasília no próximo sábado (28), às 11h.

De acordo com nota enviada pelo PL na noite de quarta, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, se reuniu com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, com senadora eleita e futura líder do PP, Tereza Cristina, e com Marinho para decidir sobre a formação de apoio.

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"O bloco PL/PP/Republicanos dá musculatura política a Rogério Marinho que deseja resgatar a independência e o protagonismo do Senado Federal, se eleito", declarou a nota.

Conforme mostrou o Estdaão/Broadcast, Costa Neto articulava nos bastidores apoio, além do PL, do Republicanos e do PP para Marinho. O principal adversário de Marinho é o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), favorito na corrida. Até o momento, o atual presidente do Senado soma apoio de sete partidos: PSD, PT, Rede, Cidadania, PSB, Pros e PDT.

A oposição republicana assume, nesta terça-feira (3), o controle da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, determinada a confrontar o presidente democrata Joe Biden, mas deve, primeiro, resolver as divisões em suas próprias fileiras.

Eleitos nas "midterms" em novembro passado, os novos representantes (deputados) se reúnem às 12h locais (14h em Brasília) para posse. O mandato é de dois anos.

Pela primeira vez em seu governo, Biden vai lidar com um Parlamento dividido. Seu partido manteve o controle do Senado, mas a oposição republicana conseguiu conquistar uma maioria — ainda que estreita — na Câmara.

“Os americanos estão prontos para a mudança, após dois anos calamitosos sob a liderança do Partido Democrata”, afirmam os representantes republicanos, que prometeram investigações sobre a gestão da pandemia por parte de Biden, ou sobre a retirada americana do Afeganistão.

Antes dessas batalhas, porém, precisam chegar a um acordo para eleger o presidente da Câmara — o que não é fácil, devido às divisões do partido.

- McCarthy enfraquecido -

A eleição do presidente da Câmara, a terceira figura mais importante da política americana depois do presidente e do vice, será decidida nesta terça-feira por maioria simples.

Sete anos após sua primeira tentativa, Kevin McCarthy, que lidera desde 2014 a bancada republicana na Câmara, espera uma revanche.

Ele está, no entanto, fragilizado pelos maus resultados dos republicanos nas eleições de novembro, já que a "onda vermelha" prevista pelos conservadores não se concretizou.

O Partido Republicano tem 222 assentos, e McCarthy precisa de 218 votos para ser eleito presidente.

Um pequeno grupo de congressistas muito próximos de Donald Trump já avisaram que vão apresentar condições antes de apoiá-lo. Eles criticam-no por não defender suficientemente o ex-presidente. Três disseram, inclusive, que vão votar contra.

"Kevin não acredita em nada, não tem ideologia", disse o representante Matt Gaetz.

McCarthy parece disposto a dar garantias aos rebeldes, mas, ao mesmo tempo, não pode desagradar aos republicanos moderados.

Embora sua margem de manobra seja mínima, ele não tem nenhum rival à vista. Steve Scalise é mencionado como uma possível alternativa, mas não parece ter muita chance.

- Contra Biden -

Com os republicanos no controle da Câmara dos Representantes, Biden e os democratas perderam poder para aprovar novas iniciativas. O mesmo acontecerá com os republicanos no Senado, onde os democratas são maioria.

A questão agora é: vão-se entrincheirar em uma oposição sistemática? Para isso, teriam de agir como um bloco unido.

Na votação do orçamento antes do Natal, por exemplo, os republicanos ficaram ao lado dos democratas e evitaram o "shutdown" (paralisia) do governo federal.

A eleição do presidente da Câmara também servirá, portanto, para medir a capacidade de atacar Biden. Enfrentar uma Câmara hostil pode lhe dar alguma vantagem, se confirmar sua intenção de concorrer à reeleição em 2024, decisão que deve anunciar ainda no início deste ano.

No caso de um impasse legislativo, sem dúvida culpará os republicanos, na esperança de virar a situação a seu favor.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu nesta sexta-feira, 25, excluir o PP e Republicanos da ação que determinou multa de R$ 22,9 milhões à coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) por litigância de má-fé.

Agora, a multa precisará sair exclusivamente dos cofres do PL, que pediu para o TSE invalidar os votos registrados em 279 mil urnas sem provas de fraude.

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O ministro também havia determinado a suspensão dos fundos partidários dos três partidos até o pagamento da multa - medida que também será aplicada apenas ao PL.

Na quinta, o PP e o Republicanos recorreram ao TSE se descolando da ação do partido de Bolsonaro. "Ocorre que os partidos Progressistas - PP e Republicanos, apesar de coligados com o Partido Liberal - PL jamais foram consultados sobre o ajuizamento da presente representação", escreveram na ação.

O PP e o Republicanos, partidos que integraram a coligação que patrocinou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro nessas eleições, afirmaram ao Tribunal Superior Eleitoral que 'jamais foram consultados' sobre a ação em que o PL, legenda do chefe do Executivo, pediu a anulação de parte dos votos do segundo turno do pleito. As siglas sustentam terem reconhecido publicamente a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

O pedido liminar feito pelos partidos, mais urgente, versa sobre o desbloqueio de recursos do Fundo Partidário. Ao rechaçar as alegações do PL contra as urnas, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, viu 'má-fé' no ajuizamento da ação e aplicou multa de R$ 22,9 milhões à coligação que lançou a candidatura de Bolsonaro - portanto, atingindo o PP e o Republicanos.

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No mérito, as legendas querem ser excluídas da ação - ou seja, não constem mais como responsáveis pelo requerimento que alegou suposto 'mal funcionamento' de 279,3 mil urnas. Além disso, o documento pede que seja reconhecida a ausência de má-fé do PP e do Republicanos. O argumento é o de que os partidos 'não tiveram a intenção de propor a demanda e dela discordam'.

Como mostrou o Estadão, os presidentes do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e do PP, deputado Cláudio Cajado (BA) já haviam anunciado que os partidos não foram consultados sobre a ação do PL. Ao TSE, as legendas reiteram a declaração, argumentando que o processo eleitoral já foi encerrado, com a proclamação dos eleitos e assim a coligação que os unia ao PL foi dissolvida.

Nessa linha, sustentam que Valdemar da Costa Neto, presidente da legenda do presidente Jair Bolsonaro, não seria representante do grupo e tampouco poderia ter ajuizado ação em nome da coligação, 'muito menos sem a anuência dos demais partidos coligados'. O PP e o Republicanos dizem que 'estão sendo penalizados por uma ação exclusiva do PL, mas que usa o nome da coligação'.

"A Coligação, ora autora, sequer era parte legítima para propor a presente demanda, sendo que desfeita a Coligação após as eleições não poderiam Progressistas - PP e Republicanos ser penalizados por atos que não anuíram ou sequer tinham conhecimento", argumentam.

Os presidentes do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e do PP, deputado Cláudio Cajado (BA), afirmaram, nesta quinta-feira (24), que os partidos não foram consultados sobre a ação do PL que pede a anulação de votos de determinadas urnas no segundo turno da eleição presidencial. As três siglas formaram uma coligação para lançar o presidente Jair Bolsonaro à reeleição.

"Não fomos consultados. Reconheci o resultado publicamente às 20:28 do dia da eleição", declarou Pereira ao Estadão. Cajado, que administra interinamente o PP enquanto Ciro Nogueira exerce o cargo de ministro da Casa Civil, foi na mesma linha. "Não fui consultado e eles falavam em nome do PL e não em nome da coligação", declarou.

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Além do PL, a ação foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em nome da coligação eleitoral de Bolsonaro, da qual Republicanos e o PP também faziam parte. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, solicitou que a solicitação também incluíssem as urnas de primeiro turno, quando o PL elegeu 99 deputados e oito senadores, mas o partido se recusou a fazer isso.

Em resposta, Moraes considerou que a coligação e o partido acionaram a Justiça indevidamente e determinaram o pagamento de multa e o bloqueio das contas das três legendas enquanto ela não fosse paga. Os presidentes do Republicanos e do PP disseram que vão entrar com um recurso para excluir seus partidos do bloqueio. "Será protocolado hoje ainda", afirmou Pereira. "Faremos em conjunto", completou Cajado.

Para reforçar sua posição de distância da iniciativa adotada pelo PL de Valdemar Costa Neto, condenado pelo escândalo do Mensalão no governo de Lula, mas hoje aliado de Bolsonaro, o presidente do Republicanos divulgou um vídeo gravado logo após o resultado da eleição de segundo turno.

"Tivemos a eleição do ex-presidente Lula. Reconhecemos o resultado. Apoiamos o presidente Bolsonaro até o último minuto, trabalhamos, mas as urnas, o povo escolheu, as urnas são soberanas. Não há porque duvidar do resultado das urnas, não há porque questioná-los", declarou ele.

Contrariando a ação do PL, que visa apenas questionar o resultado presidencial do primeiro turno, Pereira reconhece que não dá para dissociar a disputa que Lula venceu das outras, inclusive as que os candidatos do Republicanos venceram. "Se não, nós teríamos que questionar a eleição do Tarcísio (eleito governador de São Paulo pelo Republicanos), a eleição do senador Mourão, a eleição da senadora Damares, a eleição do nosso governador, que foi reeleito em primeiro turno lá em Tocantins, Wanderley Barbosa, a eleição dos 41 deputados federais", enumerou. "Não, o resultado está aí, nós não apoiamos o candidato eleito, mas agora precisamos continuar trabalhando em prol do Brasil", completou.

Já o presidente interino do PP chamou a atenção para fato de Ciro Nogueira comandar a transição para o governo Lula pelo lado do atual governo. De acordo com o dirigente, é "claro" que o partido reconhece a vitória de Lula. "Se o chefe da transição pelo atual governo é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, e que já praticou os atos da transição, sim, claro (o PP reconhece o resultado da eleição)".

O Republicanos declarou que vai adotar postura de independência durante o próximo governo Lula, sem se classificar como base ou oposição. Já o PP ainda não decidiu a postura que será tomada.

O republicano Kevin McCarthy foi eleito nesta terça-feira (15) líder de seu partido na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, deixando-o em posição privilegiada para se tornar o presidente da Casa se seu partido recuperar o controle como esperado após as eleições de meio de mandato.

O congressista da Califórnia, de 57 anos, que ocupa altos cargos na Câmara Baixa desde 2014, foi eleito por voto secreto, superando Andy Biggs, membro do influente Freedom Caucus, de extrema direita.

Mas possíveis deserções da extrema direita ainda podem complicar seu caminho quando o plenário da Câmara votar em janeiro.

Após falhar em arrancar o controle do Senado dos democratas do presidente Joe Biden nas eleições de 8 de novembro, os republicanos estão agora a caminho de retomar o controle da Câmara.

McCarthy começa o que deve ser uma campanha extenuante para vencer a votação no plenário em 3 de janeiro, quando os 435 membros recém-eleitos da Câmara dos Representantes escolhem seu presidente, o terceiro maior posto político dos EUA depois do presidente e vice-presidente.

O alto líder republicano se viu enfraquecido pelo baixo desempenho dos republicanos nas eleições, já que a "onda vermelha" republicana prevista pelos conservadores não se concretizou.

Democratas do partido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemoraram neste domingo a manutenção do controle do Senado nas eleições de meio de mandato, um resultado que abala seus rivais republicanos, enquanto Donald Trump se prepara para uma possível nova candidatura presidencial em 2024.

"É motivo de comemoração", disse uma sorridente Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara dos Representantes, à CNN, depois que a reeleição da senadora Catherine Cortez Masto no estado de Nevada foi anunciada no sábado.

"Quem teria pensado há dois meses que aquela 'onda vermelha' se tornaria uma gota muito pequena", brincou Pelosi, referindo-se à cor do Partido Republicano.

Diante da alta inflação e da impopularidade de Biden, líderes republicanos chegaram a prever um "tsunami" vermelho durante a votação de 8 de novembro.

Trump, onipresente na campanha, tinha como objetivo surfar a onda republicana para fortalecer sua nova candidatura à Casa Branca. Um "grande anúncio" ainda é esperado nesta terça-feira, mas seu humor mudou.

- Irritação -

Neste domingo, Trump atribuiu a derrota a Mitch McConnell, líder dos republicanos no Senado, um forte aliado durante seu mandato, mas de quem se distanciou desde o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por partidários do magnata.

"Ele estragou a eleição e todos o desprezam", disse o ex-presidente republicano em sua rede social, a Truth Social, criticando McConnell por não gastar o suficiente na campanha de Blake Masters, o candidato apoiado por Trump no Arizona.

A derrota de Masters, assim como de outra das fichas de Trump em Nevada, permite que os democratas mantenham 50 assentos dos 100 no Senado e, portanto, lhes dá o domínio da Câmara alta, já que a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de desempate.

Esse resultado ilumina o horizonte de Biden. "Sinto-me bem e estou esperançoso com os próximos dois anos", disse o presidente de Phnom Penh, no Camboja, onde se encontrou com líderes asiáticos antes de viajar para a cúpula do G20 em Bali.

Os democratas começam até a sonhar em manter sua maioria na Câmara dos Representantes.

"Ainda achamos que temos chances de vencer", afirmou Pelosi, enquanto os resultados ainda são aguardados em cerca de vinte distritos eleitorais.

De acordo com a CNN e a ABC, os republicanos detêm atualmente 211 dos 218 assentos necessários para garantir uma maioria, enquanto os democratas teriam entre 204 e 206.

- "Cansado de perder" -

Entre os republicanos, Trump não é o único incomodado.

"O velho partido está morto, é hora de enterrá-lo", tuitou o senador Josh Hawley, uma figura republicana de direita, que pediu "a construção de algo novo".

No dia anterior, outros aliados de Trump pareciam querer desafiar os líderes do partido no Congresso, cujos cargos estarão em disputa em breve.

Entre os moderados, o governador de Maryland, Larry Hogan, apresentado como possível adversário de Trump em 2024, atribui o fiasco ao bilionário republicano.

"Esta é a terceira eleição consecutiva que Donald Trump nos fez perder", criticou Hogan no domingo à CNN. "Estou cansado de perder", disse ele, retomando um pouco da retórica que ganha força nos últimos dias na mídia conservadora.

Trump, um magnata do setor imobiliário de 76 anos, ainda assim mantém uma popularidade inegável com parte do eleitorado republicano e as pesquisas até agora mostram que ele ainda venceria uma primária republicana.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, reeleito triunfalmente e uma nova estrela da extrema direita, aparece logo atrás nas pesquisas e pode vencer se os problemas legais do ex-presidente acabarem por desqualificá-lo.

Trump é alvo de várias investigações por seu papel no ataque à sede do Congresso e por sua gestão dos arquivos secretos da Casa Branca. No entanto, um anúncio de candidatura, o que deve acontecer na terça-feira, tornaria uma possível acusação mais sensível.

Após o resultado das eleições deste ano, o Republicanos e o PT são os que mais irão governar o maior número de habitantes a partir de 2023. Ao todo, serão 48,2 milhões de habitantes em dois estados comandados pelo Republicanos: São Paulo e Tocantins. Já o PT estará à frente de quatro estados, onde moram 31 milhões de pessoas: Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

Para fazer o cálculo é considerado as projeções populacionais do IBGE e o resultado das eleições deste ano. Seguindo a linha do número maior de habitantes, o terceiro partido da lista é o PL, que possui 24,8 milhões de pessoas que vivem nos dois estados que elegeram governadores da sigla: Rio de Janeiro e Santa Catarina.

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Já em quarto lugar aparece o PSDB, que elegeu três governadores que comandarão uma população de 23,9 milhões no Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.

 

Dos 28 partidos e federações que concorreram nas últimas eleições, apenas 12 conseguiram alcançar a cláusula de desempenho prevista para o pleito deste ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São eles: as federações PT/PCdoB/PV, PSDB/Cidadania e Psol/Rede, bem como os partidos MDB, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, Republicanos e União.

Ao atingir a cláusula, vão continuar recebendo recursos do Fundo Partidário e permanecerão com acesso a tempo de propaganda em rádio e televisão durante os próximos quatro anos. 

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Dos 16 partidos que não alcançaram a cláusula, segundo o TSE, sete elegeram deputados federais: Avante, PSC, Solidariedade, Patriota, PTB, Novo e Pros. Os demais partidos que não atingiram a cláusula foram: Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP.  Esses partidos têm diversas alternativas, como se fundir, ser incorporadas ou ainda constituir federações com outros partidos que tiveram melhor desempenho nas urnas. Do contrário, não terão acesso a recursos públicos nem a tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. 

Partidos e candidatos têm cláusula de desempenho na eleição para a Câmara Conforme a Emenda Constitucional 97, de 2017, só terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:  • tiverem elegido pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos 9 estados; ou  • obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 9 estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles. 

A cláusula de desempenho passou a ser aplicada a partir das eleições gerais de 2018 e será reajustada de forma escalonada em todos os pleitos federais até atingir o ápice nas eleições gerais de 2030.

  *Da Agência Câmara de Notícias

Em sessão plenária nesta segunda-feira (29), o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) julgou procedente o pedido de impugnação de candidatura a deputado estadual de Glauco Matias de Souza, pelo Republicanos. Contra ele, há uma decisão de demissão dos quadros do Tribunal de Justiça (TJPE) após um processo administrativo constatar irregularidades na atuação do então servidor. É o primeiro caso de impugnação de candidatura acatada pelo tribunal nas Eleições de 2022. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

À unanimidade, a corte seguiu o voto do relator do caso, o desembargador eleitoral Carlos Gil Rodrigues Filho, que acolheu os argumentos levantados pela Procuradoria Regional Eleitoral de que o pretenso candidato é inelegível por 8 anos em razão da sua demissão – ela se efetivou em fevereiro de 2017.

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Além de considerar a gravidade da condenação, o tribunal também não acatou o argumento do pretenso candidato, de que havia ajuizado ação judicial anulatória em face do processo administrativo que redundou com a sua demissão. “Tão e somente o ajuizamento de uma ação de natureza anulatória não suspende os efeitos da penalidade aplicada ao pretenso candidato. É necessária uma decisão judicial que assim o faça”, destacou o relator, Carlos Gil Rodrigues Filho.

Prestação de Contas

Na mesma sessão, o tribunal indeferiu o registro de outra candidatura a deputado estadual do Republicanos, a de José Humberto da Silva, por ele não estar quite com sua prestação de contas de candidato em 2020, quando concorreu ao cargo de vereador. 

“A Resolução TSE nº 23.609/2019, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidatas e candidatos para as eleições, traz, em seu art. 28, § 2º o preceito de que a quitação eleitoral, para fins de registro de candidatura, deve abranger a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remetidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral (art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97)”, afirmou o relator do caso, o desembargador eleitoral Carlos Gil Rodrigues Filho, no que foi acompanhado à unanimidade pelos demais desembargadores.

Por unanimidade, o TRE Pernambuco cassou, em sessão plenária deste sexta-feira (19), por fraude à cota de gênero, a chapa de candidatos a vereador do partido Republicanos de Itambé (Mata Norte) que disputou as eleições de 2020. Os desembargadores seguiram o voto da relatora, a desembargadora Iasmina Rocha, e consideraram como “figurativas” três candidatas inscritas pelo partido, entendendo que elas apenas cumpriram formalmente o percentual mínimo de 30% de candidaturas de gênero, mas não tinham o intuito real de competir.

Com isso, o tribunal considerou fraude à cota de gênero e cassou toda a chapa inscrita pela legenda, levando à cassação de dois vereadores eleitos: Evaldo Arruda de Melo e Everton Manoel Pontes do Nascimento. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a decisão pelas perdas dos mandatos tem aplicação imediata. 

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O tribunal considerou como figurativas as candidaturas de Deyna Soares de Alcântara Borba, Lais Alcântara Borba e Tassiana Mendes Rodrigues por vários fatores, um deles foi a votação ínfima. A candidata Deyna Soares de Alcântara Borba obteve apenas um voto e as candidatas Laís Alcântara Borba e Tassiana Mendes Rodrigues, nenhum voto. A decisão levou em consideração também o fato de  as candidatas Laís e Deyna Borba serem, respectivamente, filha e esposa do também candidato a vereador Bruno Borba Ribeiro. 

 Também ficou comprovado no processo que elas não realizaram atos de campanha em prol das respectivas candidaturas. No caso da candidata Deyna Borba, ela fez atos promocionais nas redes sociais em favor do marido, que foi candidato a vereador e seu concorrente. Também não houve, por parte delas, gastos relativos às suas campanhas eleitorais. 

“As circunstâncias fáticas, somadas às provas documentais acostadas nos autos, revelam que as candidaturas das investigadas não passaram de uma ficção jurídica para preenchimento do percentual de gênero exigido legalmente. Os fatos aqui analisados nos levam às seguintes perguntas: O que levaria uma candidata a requerer seu registro, mas não divulgar sua candidatura nem mesmo nas suas redes sociais pessoais? Como pretende concorrer a um cargo sem praticar nenhum ato de propaganda para si, mas divulgar apoio a outro candidato? Qual o propósito de uma candidatura não noticiada aos eleitores? No caso sob luzes, não há como responder essas questões sem ventilar o total desinteresse em candidatar-se de fato, mas apenas de completar o percentual legal e viabilizar as candidaturas masculinas”, afirmou a relatora, em seu voto, acompanhado pelos demais integrantes do tribunal. 

Este é o quarto caso julgado pelo TRE com condenação à fraude na cota de gênero de chapas inscritas nas eleições de 2020. Anteriormente, o tribunal havia cassado chapas a vereador nas cidades de Lajedo, Flores e São Lourenço da Mata.

*Da assessoria do TRE-PE

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