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O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi submetido às pressas a uma cirurgia na tarde desta terça-feira (31), em Florianópolis. O parlamentar mineiro deu entrada no Hospital Baía Sul no fim da manhã de ontem, sentindo dores na região abdominal.

Após submetê-lo a exames clínicos, os médicos constataram uma inflamação do apêndice - órgão do sistema digestivo localizado entre o intestino grosso e o delgado. A inflamação, entretanto, pode levar a graves complicações, como infecção generalizada.

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Em nota, o diretor técnico do hospital, Rafael Klee de Vasconcellos, e o cirurgião Jeferson José Diel, informaram que Aécio foi submetido à cirurgia de apendicectomia videolaparoscópica, ou seja, à operação de retirada do apêndice, guiada por uma microcâmera.

Ainda segundo Vasconcellos e Diel, o deputado respondeu bem à intervenção cirúrgica e, após passar a noite internado, teve alta no início da tarde de hoje (1). A assessoria de Aécio informou que o parlamentar está em casa, e passa bem.

Eleito por Minas Gerais, Aécio tem passado parte do tempo entre Belo Horizonte e Florianópolis, onde a família de sua esposa, Letícia Weber, mora. De férias devido ao recesso parlamentar, o deputado decidiu passar o réveillon na capital catarinense.

 

Depois de impor uma derrota ao grupo do governador de São Paulo, João Doria, e conseguir em agosto 30 dos 35 votos da Executiva do PSDB contra sua expulsão do partido, o deputado Aécio Neves (MG) articula agora a eleição de um aliado para ser o novo líder tucano na Câmara.

Segundo relatos de parlamentares da sigla, Aécio está pedindo votos para o deputado Celso Sabino (PA), que foi autor do parecer contrário à representação feita pelos diretórios municipal e estadual da legenda, em São Paulo, que reivindicava a exclusão do ex-governador de Minas Gerais dos quadros do PSDB.

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A eleição da liderança será nesta quarta-feira (4), em Brasília e a bancada de 32 deputados está dividida. Dos cinco deputados de São Paulo (que são ligados a Doria), por exemplo, quatro apoiam o deputado Beto Pereira (MS). Apenas Bruna Furlan, que é próxima a Aécio, está ao lado de Sabino.

"Beto é um brilhante deputado e vai consolidar a maioria para liderar a bancada. Ter Doria como aliado colabora muito nesse processo", disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que é aliado do governador e integra a Executiva nacional tucana.

O movimento de Aécio tem o respaldo de parlamentares e caciques que querem conter o avanço de Doria na máquina partidária. Por outro lado, os "doristas" temem que o deputado mineiro contamine a sigla nas eleições municipais.

Ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e candidato derrotado do PSDB à Presidência em 2014, Aécio é réu por corrupção e obstrução da Justiça - foi acusado de receber propina no valor de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo J&F. O caso afastou o deputados dos holofotes, mas ele ainda cultiva uma relação próxima com a bancada. Boa parte dos deputados eleitos em 2018 contou com sua ajuda.

"Existe um grupo que Celso Sabino está comandado, do qual o Aécio faz parte, mas não vejo isso como anormal", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Beto Pereira. Procurado, Sabino não foi localizado até a publicação desta matéria. Aécio não quis comentar.

Pereira disse, porém, que a escolha do líder é uma decisão "interna" e que não há interferência do governador paulista. Procurado, Doria disse apenas que o Executivo "não interfere no Legislativo".

Pressão

A disputa pela liderança do partido na Câmara ocorre às vésperas do congresso nacional do PSDB, marcado para sábado, dia 7, em Brasília.

Aliados de Doria contam que detectaram uma articulação nos Estados para mobilizar militantes para vaiar o governador. Em resposta, os diretórios do PSDB da capital e de São Bernardo do Campo orçaram o aluguel de 13 ônibus e uma escola de samba para blindar o tucano. O caso chegou à Executiva da legenda, que tenta um acordo.

Entre 2013 e 2016 o nome da oposição no país era: Aécio Neves da Cunha. Um tucano que estava sempre nos holofotes da imprensa, fazia duros discursos contra a então presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado e foi um dos articuladores do processo de impeachment da petista. 

O quadro mudou em meados de 2017, quando ele apareceu em gravação pedindo uma propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. A partir daí, uma derrocada marcou a carreira política do mineiro. Ainda naquele ano, ele teve o mandato suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas retomou as atividades em um curto período de tempo.

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Já em abril de 2018, Aécio virou réu em uma ação penal pela prática de corrupção passiva e obstrução de Justiça no caso dos R$ 2 milhões, que ele alega ser um pedido de empréstimo e não de propina. Além disso, o tucano é investigado em, no mínimo, outras seis ações que tramitam no STF e na Justiça de Minas Gerais. 

As acusações pesaram, Aécio saiu do papel de protagonista de discursos ácidos e, inclusive, deixou de ser o candidato natural do tucanato para as eleições de 2018. Sua estadia constante nas manchetes por implicações em casos de corrupção o levaram não só a deixar de lado os planos para ocupar o Palácio do Planalto, como também não concorrer à reeleição no Senado e postular uma vaga na Câmara dos Deputados

Agora, como deputado federal, ele está tentando voltar a ativa sem a pecha de investigado por corrupção. Apesar dos curtos e quase imperceptíveis 13 discursos feitos na Câmara, o tucano primeiro, saiu vitorioso de um processo que pedia sua expulsão do PSDB e depois, com a poeira sobre o caso da JBS em baixa, conseguiu a relatoria de um projeto que o coloca em evidência e demanda articulação com prefeitos de todo o país. 

Aécio é o relator em uma comissão especial na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza deputados e senadores a repassarem recursos de emendas individuais diretamente para Estados e municípios, sem a necessidade de nenhum tipo de convênio ou instrumento similar com um órgão público intermediário.

Com isso, o deputado federal mineiro, que muitos indagavam sobre seu paradeiro - já que não estava mais entre os holofotes, está tentando galgar de volta espaços deixados de lado, mas isso não quer dizer que ele esteve longe das articulações nos bastidores da política. Inclusive, no dia da votação da reforma da Previdência no Senado, ele apareceu na Casa Alta e travou conversas com o presidente Davi Alcolumbre (DEM).

O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho (PE), disse que as declarações do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “são uma confissão de prevaricação”. 

Em entrevista ao Estadão e à revista Veja, Janot revelou que o agora deputado federal Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Michel Temer (MDB) tentaram cooptá-lo para barrar investigações que atingia a eles e seus aliados.

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Além disso, Janot pontuou ter certeza que Lula “é corrupto” e disse que teve a intenção de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, mas a “mão de Deus” o segurou. 

Na ótica de Daniel, “as declarações feitas pelo ex-chefe da PGR são uma confissão de prevaricação”. “Ele atesta ter participado, ter sabido e ter sido proposto a ele crimes a serem cometidos por autoridades. E preferiu o silêncio para revelá-los agora em um livro”, afirmou o deputado.

“É realmente estarrecedor que isto seja considerado normal: alguém que ocupou cargo tão importante na República brasileira ter a ciência de todos estes fatos e não ter revelado nenhum deles, guardando-os para a posteridade e, talvez, para criar uma polêmica para um livro a ser publicado”,  complementou o pernambucano. 

Prevaricação é retardar, deixar de praticar ou praticar indevidamente ato de ofício para satisfazer interesse pessoal.

Além de revelar que teve a intenção de matar Gilmar Mendes, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) chegou a convidá-lo, em 2017, para ser vice na chapa que concorreria às eleições em 2018. Aécio era senador na época e estava vendo o cerco se fechar contra ele diante das investigações sobre a Odebrecht. 

“Certo dia, em 2017, meu conterrâneo, o senador Aécio, sentiu que o clima estava aquecendo com as investigações sobre a Odebrecht e me convidou para ser ministro da Justiça quando ele fosse eleito presidente da República no ano seguinte. Eu, é claro, declinei”, afirmou em entrevista à revista Veja. 

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“Dias depois, ele voltou e me fez outra proposta: ‘Quero pedir desculpa. O convite não estava à sua altura. Eu acho que você podia ser o meu vice-­presidente. Você escolhe qualquer partido da base, filia-se e vai ser o meu vice-presidente. Isso vai ser um fato mundial. O vice-presidente chama embaixadores, representantes de Estado e ele vai para a cozinha cozinhar para essas pessoas. Eu sei que você gosta de cozinhar’. É óbvio que era uma tentativa de cooptação. As investigações da Odebrecht estavam andando e depois o caso JBS foi o tiro de misericórdia contra ele”, acrescentou Rodrigo Janot.

Aécio terminou virando centro de uma investigação sobre recebimento de propina e não concorreu à Presidência, mas a deputado federal por Minas Gerais e foi eleito.

Outro convite, que Janot disse ter recebido enquanto ainda era procurador, foi do ex-presidente Michel Temer. “Houve uma situação semelhante quando Michel Temer assumiu a Presidência da República. O ex-­ministro Eliseu Padilha me sondou para que eu partisse para um terceiro mandato como procurador-geral da República”, declarou.

A comissão especial que analisa a proposta sobre o repasse direto de emendas individuais para estados e municípios (PEC 48/19) realiza audiência pública hoje. O encontro atende a requerimento dos deputados Eduardo Bismarck (PDT-CE) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Foram convidados para a audiência:

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- o subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República, Marcelo Barros Gomes;

- o secretário federal de Controle Interno Adjunto da Controladoria-Geral da União, Gustavo de Queiroz Chaves;

- a vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Tatiana Thome de Oliveira; e

- representante do Ministério da Economia.

Os deputados acreditam que a audiência permitirá um melhor diagnóstico sobre os repasses federais a estados, ao Distrito Federal e aos municípios, bem como da eventual saída da Caixa Econômica Federal como interveniente nas transferências de recursos.

A audiência será realizada às 14h30, no plenário 11.

* Da Redação - RS

 

Considerado o atual líder-mor do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, defendeu que o deputado federal Aécio Neves (MG) se afaste ou seja afastado do partido. Segundo Doria, o afastamento das atividades partidárias beneficiaria Aécio. 

“A insistência na sua permanência vai levar ao PSDB a tomar uma atitude, talvez não seja aquela que vá ao anseio do deputado. Várias vezes o PSDB deu a ele a oportunidade para que ele fosse protagonista da sua decisão e não aquele que vai receber a decisão do partido”, observou o governador, em entrevista ao jornalista Josias de Souza. “Defendo que o deputado se afaste do PSDB ou seja afastado”, emendou.

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Nesta quarta-feira (21), a Executiva Nacional do PSDB se reúne para decidir se abrirá ou não o processo que poderá levar à expulsão de Aécio Neves. A reunião da cúpula está marcada para as 14h30, na sede do partido em Brasília. 

O ex-senador é réu por corrupção e obstrução de justiça. A acusação contra ele foi feita a partir de delações do empresário Joesley Batista que afirmou ter pago R$ 2 milhões de propina ao deputado.

Para João Doria, que disse respeitar a trajetória de Aécio, “para o seu bem e para o bem do PSDB ele deveria ter pedido sua licença, ou seja, seu afastamento temporário, confiante na sua inocência, sua defesa e na Justiça brasileira”. 

O deputado federal Aécio Neves (PSDB), que foi candidato à Presidência da República nas eleições de 2014, vem sendo motivo de discussões internas no partido. A maioria dos dirigentes da sigla defende que ele seja afastado.

O conselho de ética tucano deve julgar um processo contra o parlamentar nos próximos dias. De acordo com o partido, Neves precisa ser desvinculado imediatamente para evitar um maior desgaste da legenda.

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De acordo com o presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, a maior parte dos filiados e dirigentes, em todo o país, entendem que o Aécio deve ser afastado do partido até que ele seja julgado pela Justiça. 

Há quem acredite  que a melhor opção seria o próprio deputado solicitar seu afastamento, mas outros mais radicais levantam a bandeira da expulsão definitiva dele.

Aécio é réu em uma ação penal, acusado de corrupção e investigado em sete inquéritos. Segundo o código de ética do partido, os membros da sigla que são réus em algum processo penal estão sujeitos a sofrer sanções como advertência verbal ou escrita e suspensão do exercício de cargo partidário por um ano. 

Já a expulsão de filiados seria obrigatória apenas em casos de condenação, com sentença transitada em julgado por atos de corrupção, crimes dolosos ou discriminação.

A 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo reverteu decisão de primeira instância e negou a pretensão de direito de resposta de Andréa Neves por matéria veiculada na Revista Veja em 2017 com informações de que opera contas de titularidade de seu irmão, Aécio Neves, em Nova Iorque.

Andrea afirma que a notícia é ‘duplamente falsa’ e que a ação ‘busca repor a verdade’. "Simplesmente porque nem a conta nem a delação existem".

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De acordo com os advogados da Editora Abril, Alexandre Fidalgo e Juliana Akel, do Fidalgo Advogados, ‘a decisão de 23 páginas é de grande relevância para a atividade jornalística e também para o entendimento do instituto do direito de respostas’. "Isso porque a decisão da 9ª Câmara entendeu que de toda a documentação juntada nos autos não havia como afirmar haver uma falsidade publicada por VEJA".

A Desembargadora Angela Lopes ponderou que "há documento oficial que informa que parte do material colhido ainda está sob segredo de justiça, cujo conteúdo, portanto, se desconhece, mas que Veja alega acesso, por fontes sigilosas". E continuou a magistrada: "não é possível asseverar-se, com a segurança necessária, a inveracidade da matéria, vez que ainda há 2 inquéritos e 25 petições mantidos sigilosos".

A relatora ainda afirma. "Nota-se, assim, que o delator, especificamente a respeito de pagamentos internacionais realizados em favor do irmão da autora, esclareceu o esquema parcialmente descrito acima, que traz informação clara a respeito não apenas da existência de contas internacionais para recebimento de pagamentos não contabilizados, mas, inclusive, em Nova Iorque, o que foi negado pela ré em sua resposta, em diversas oportunidades".

"Ora, o exercício de direito de resposta da autora dependeria de prova contundente da inverdade do texto da revista, e, por conseguinte, da veracidade da resposta, inclusive em relação à inexistência de contas no exterior, certo que tal assertiva é parte substancial da pretensão autoral, que em diversas oportunidades nega a existência de contas internacionais", escreveu.

"Publicação desmentindo a própria existência de conta de Aécio Neves, no exterior, diante de indícios em sentido contrário, esvaziaria o jornalismo investigativo, absolutamente necessário aos pilares da democracia e à defesa da res publica", conclui a desembargadora.

Por fim, cabe outro destaque do acórdão: "em se tratando de investigação com objetivo de desmascarar esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro importa anotar que ‘quem disse’ sucumbe diante da veracidade ou da verossimilhança ‘do que se disse’.

COM A PALAVRA, ANDREA NEVES

Ao jornal Estado de S Paulo

A ação proposta busca repor a verdade em razão de matéria com informações falsas divulgada há cerca de 2 anos pela revista Veja.

A revista publicou em reportagem de capa que um delator teria afirmado que existiria uma conta em Nova York sob minha responsabilidade que recebera recursos ilegais.

A notícia era duplamente falsa.

Passados 2 anos, a publicação não apresentou qualquer dado em relação à suposta conta e nem a delação a que disse ter tido acesso com exclusividade e na qual a matéria teria se baseado.

Simplesmente porque nem a conta nem a delação existem.

O direito de resposta contra a falsa acusação foi concedido em primeira instância e negado em segunda. Essa decisão não entra no mérito se o conteúdo da reportagem é falso ou verdadeiro.

Continuaremos lutando para que a verdade prevaleça por mais que saibamos que os danos causados são

irreversíveis.

Andrea Neves

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), saiu mais uma vez em defesa da expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB) do partido. Nesta quarta-feira (10) Covas afirmou que a motivação da saída de Neves seria devido as acusações de corrupção que pesam contra ele.

Em um evento nesta quarta, o prefeito chegou a dizer que o PSDB teria que optar entre ambos. “Ou eu, ou ele. Já me manifestei diversas vezes no sentido da expulsão do deputado Aécio Neves do partido”, afirmou.

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Jornalistas perguntaram a Covas sobre o fato do PSDB em Belo Horizonte apoiar a permanência de Aécio no partido, mas Covas se contrapôs. “Recentemente, o diretório municipal aqui da capital, em São Paulo, também enviou ofício à direção nacional do partido, solicitando que fosse aberto um processo dentro do conselho de ética do PSDB”, disse.

Por fim, Covas pontuou que o partido pode ter que escolher entre os dois. “E, se o diretório do PSDB de Belo Horizonte quer a minha expulsão, essa é uma boa decisão, então que fica agora para o PSDB nacional: ou eu ou Aécio Neves no partido", alegou.

Com a imagem arranhada por escândalos de corrupção que atingiram dirigentes da sigla, o PSDB vai lançar na semana que vem um Código de Ética que prevê punição para filiados que se envolverem em ilegalidades. Desde sua fundação, é a primeira vez que o partido elabora um documento específico para essa finalidade que vai permitir, até mesmo, a expulsão de filiados.

As normas, entretanto, não atingem de imediato tucanos graúdos como o deputado federal Aécio Neves (MG), que é réu por corrupção passiva e obstrução da Justiça, acusado de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, da J&F. Ele nega.

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Como as denúncias contra o Aécio ocorreram antes da elaboração do Código de Ética, ele só poderá ser punido pelo partido caso condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou que o regulamento não foi feito para punir A ou B. "Não estamos analisando casos, mas estabelecendo regras", disse. "Não há nada parecido no Brasil em termos de rigor e elaboração com o Código de Ética do PSDB", complementou Alckmin.

Para o ex-governador de São Paulo, esse instrumento vai "aproximar o partido da sua militância e dos anseios da sociedade". "Será um partido moderno, que terá instrumentos ágeis de autocorreção e não apenas punição", afirmou o tucano. O fortalecimento dos partidos, segundo Alckmin, é uma forma de acabar com a crise política. "Muda o governo, mas a crise continua, porque o sistema político está equivocado", observou.

Em sete páginas, o Código de Ética do PSDB define sanções para casos de infidelidade, indisciplina e ferimento da ética partidária. O artigo 19 permite que a Comissão Executiva instaure um "procedimento sumaríssimo" contra filiados que cometerem atos com potencial de "causar dano irreparável ao partido". O texto não exemplifica quais atos.

A redação do Código de Ética foi apresentada pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) aos membros da Executiva Nacional da sigla, na quarta-feira passada, em Brasília. O texto estava previsto para ser aprovado na mesma reunião, mas não houve consenso. A previsão é de que seja analisado na próxima quinta-feira, um dia antes da convenção que pode eleger o ex-deputado Bruno Araújo presidente do PSDB no lugar de Geraldo Alckmin.

Uma das preocupações externadas na reunião era de que o PSDB, ao aprovar um código de ética rigoroso, estivesse cedendo a pressões das redes sociais para "fritar" seus filiados. Um tucano citou o exemplo do PT, que sempre poupou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso. Mesmo assim, o PT elegeu em 2018 a maior bancada da Câmara, enquanto o PSDB perdeu quase metade dos seus quadros. A bancada tucana tinha 54 deputados em 2014 e elegeu apenas 29 no ano passado. O PT elegeu 55 deputados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prisão do ex-presidente Michel Temer, na manhã desta quinta-feira (20), durante uma ação da Força-Tarefa da Lava Jato, já está dando o que falar nas redes sociais. Temer foi preso em São Paulo, através de um mandado expedido no Rio de Janeiro.

Internautas logo lançaram uma pergunta que se tornou um dos principais assuntos comentados no Twtitter. “E o Aécio?”, questionou milhares de pessoas através da rede social.

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A ação que prendeu o ex-presidente tenta, ainda, cumprir um mandado contra o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Porém, detalhes para a prisão de ambos ainda não foram repassados.

No Twitter, uma internauta afirmou que está “vivendo nesse mundo de ponta-cabeça que eles conseguiram prender até o Michel Temer e o Aécio continua solto”. Outro disse que “mesmo com gravação, filmagens e oito inquéritos Aécio continua conseguindo estar fora da cadeia”.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu bloquear bens do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e também da irmã dele, a jornalista Andrea Neves, no valor de R$ 1.686.600,00 para cada um deles. A medida está relacionada ao processo em que os irmãos foram denunciados e tornados réus por supostamente terem solicitado e recebido R$ 2 milhões em propina pagos por Joesley Batista, do grupo J&F, que controla a empresa JBS.

A maioria da turma, com votos dos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux, atendeu em parte ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que propôs originalmente o bloqueio de R$ 7,4 milhões ao todo - entre bens e multa. Eles divergiram do relator, Marco Aurélio Mello, que havia rejeitado o pedido liminarmente. O julgamento desta terça-feira, 12, foi do recurso da PGR.

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"Dos termos da denúncia se extrai, claramente, a certeza da materialidade do crime de corrupção passiva e indícios robustos de sua autoria por parte de Aécio e Andrea Neves", frisou Dodge no pedido.

Também ficou vencido no julgamento o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o magistrado, o bloqueio não deveria ser feito por enxergar que "não há indício de dissipação de bens". "Obviamente com a publicidade geral desse caso, as pessoas sendo figuras públicas, qualquer tentativa de dissipação seria imediatamente comunicada ao Ministério Público e ao juiz, e mesmo as pessoas não comprariam imóveis para dissipar patrimônio sabendo depois de possibilidade de anulação. Não há a meu ver requisitos legais necessários para a medida", disse.

O ministro Luís Roberto Barroso, no entanto, lembrou que a denúncia foi recebida pelo Supremo no caso e disse que há requisitos legais cumpridos. "No bloqueio, se não há intenção de se desfazer o patrimônio, não há prejuízo algum (ao final do processo). Se tiver, o bloqueio cumpre papel", disse.

Na ação penal, Aécio Neves também é acusado de obstrução da justiça, por tentar impedir as investigações da Operação Lava Jato. O então senador, hoje deputado, foi gravado por Joesley Batista em uma conversa em 2017. Esse foi um dos principais casos revelados nas delações do grupo J&F, que também originou denúncias contra o ex-presidente Michel Temer.

Defesa

Por meio de nota, o advogado de Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, disse que "O STF reconheceu o excesso do pedido do MPF, indeferindo grande parte do bloqueio requerido".

"Dois dos cinco ministros reconheceram o descabimento da medida, votando contra qualquer bloqueio. Registre-se ainda que o objeto da ação não envolveu dinheiro público tratando-se de uma relação entre privados. No mais, a defesa aguarda ter acesso ao inteiro teor do acórdão para, adotar as medidas cabíveis", disse o advogado.

Procurada, a defesa de Andrea Neves disse que só irá se manifestar nos autos.

A segunda fase da Operação Ross, que mira o senador Aécio Neves (PSDB-MG), foi deflagrada nesta quinta-feira (20) a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge. Ação teve como base em representação da Polícia Federal "a partir da descoberta de novos indícios de práticas criminosas".

Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), Raquel defendeu "a necessidade das buscas" em três endereços ligados ao tucano, inclusive no apartamento residencial da mãe dele, Inês Neves da Cunha, em Belo Horizonte, e de um primo do senador, Frederico Pacheco.

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A procuradora alertou sobre "riscos de eliminação de elementos de informação e que a medida é imprescindível para o aprofundamento da investigação, bem como para a correta delimitação da amplitude das pessoas investigadas".

As medidas foram determinadas pelo relator do inquérito no Supremo, ministro Marco Aurélio Mello. Outro objetivo das cautelares, destacou a Procuradoria, é "descortinar os envolvidos nos ilícitos perpetrados".

A Operação Ross investiga suposta propina do Grupo J&F ao senador, entre 2007 e 2014. A primeira fase foi deflagrada no dia 11 passado e fez buscas em endereços do próprio senador, da irmã dele, Andréa Neves, e do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP).

Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam R$ 100 milhões.

Segundo o Ministério Público Federal, em troca dos recursos financeiros, Aécio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) além de influência junto ao governo estadual de Minas, "neste caso, com o objetivo de viabilizar a restituição de créditos tributários".

A Procuradoria-Geral destacou que a investigação apura compra de apoio político por Aécio. Um dos objetivos da nova fase da Operação Ross "é delimitar a participação dos envolvidos no esquema".

Investigação

As investigações apuram a solicitação de vantagens indevidas por parte do senador tucano, o que teria ocorrido em pelo menos quatro ocasiões.

Ao todo, o Grupo J&F teria repassado cerca de R$ 110 milhões a Aécio, sendo que parte desse valor teve como destinatários finais 12 legendas que o apoiaram na disputa presidencial.

Ainda segundo as investigações, parte do dinheiro foi entregue, em espécie, ao senador. O restante dos repasses foi viabilizado por transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados. No inquérito, são investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em 2017, Aécio foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça no âmbito de outro inquérito que também apurou relações do político com o grupo J&F.

Na atual petição, informou a Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral, o objetivo "é dar continuidade à investigação das práticas de corrupção, que não é objeto da ação penal em curso, e de lavagem de dinheiro".

Defesa

"Recebemos com absoluta surpresa e indignação a notícia de busca na residência da mãe do Senador Aécio Neves, seja pela completa desnecessidade e descabimento da medida, seja pela total desvinculação de sua mãe com os fatos apurados", diz nota da defesa do tucano.

"A busca teria sido motivada por uma 'denúncia anônima' de que o imóvel teria recebido caixas com documentos no dia da operação Ross. Esse relato é mentiroso. É lamentável que a intimidade de uma senhora seja afrontada dessa forma, sem que haja nada que justifique".

"A empresa Albatroz foi fechada há vários anos, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca. No mais, como dissemos em reiteradas oportunidades, o Senador Aécio sempre esteve à disposição de todas as autoridades, sendo ele o maior interessado na elucidação dos fatos".

"Por fim, aguardamos a finalização célere das investigações para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusações feitas por criminosos confessos que ensejam esse inquérito". Assina a nota o advogado Alberto Zacharias Toron.

A cúpula do PSDB vai pressionar o senador Aécio Neves (MG) a se afastar do partido, mesmo que temporariamente. Uma das ideias em estudo para evitar a expulsão de Aécio, eleito deputado federal, é que ele peça uma licença partidária. Em conversas reservadas, dirigentes tucanos avaliam que, se ele não fizer isso, acabará sendo obrigado a deixar a sigla.

A estratégia para evitar que a crise envolvendo Aécio aumente ainda mais o desgaste do PSDB foi discutida nesta terça-feira (11), quando a Polícia Federal e o Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis de Aécio, no Rio e em Minas.

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Instalada pela PF, a Operação Ross investiga denúncia de que a JBS teria pago propina de R$ 128 milhões ao tucano e a seus aliados, de 2014 a 2017, tendo parte dessa cifra servido para alimentar a compra de apoio político na campanha eleitoral de quatro anos atrás. As delações do empresário Joesley Batista e de outros executivos do grupo J&F também indicam o pagamento de uma "mesada" de R$ 50 mil ao senador. Aécio nega e diz não poder aceitar que "delações de criminosos confessos e suas versões se sobreponham aos fatos".

Nos bastidores, deputados do PSDB asseguram que, se alguma representação contra Aécio der entrada no Conselho de Ética do partido, a tramitação será muito rápida e a expulsão, bastante provável porque os tucanos querem mostrar à sociedade que não compactuam com malfeitos. O colegiado foi criado há menos de duas semanas e é presidido pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que foi secretário da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin em São Paulo.

Diante desse cenário de revolta na bancada do PSDB, aliados de Aécio propõem como alternativa a licença partidária para que ele possa se explicar, evitando mais uma "contaminação" da legenda. A situação do senador é considerada "crítica" até mesmo por seus amigos. Desde as primeiras denúncias contra Aécio, que presidia o PSDB e foi obrigado a passar o bastão, no ano passado, o partido vem enfrentando um problema atrás do outro. Na esteira da crise, o ex-governador Alckmin, que comanda a legenda, perdeu a eleição para o Palácio do Planalto.

A Operação Ross, deflagrada na manhã desta terça-feira (11), pela Polícia Federal, aponta que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) liderou uma associação criminosa que teria como finalidade comprar apoio político para sua campanha presidencial nas eleições de 2014. De acordo com a PF, o Grupo J&F, dos irmãos Batista, pagou propina, a pedido de Aécio, de R$ 109,3 milhões ao senador, seu partido e outras legendas, como PTB, DEM e Solidariedade.

A operação, um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017, investiga ao todo um suposto pagamento direto e indireto de propina de R$ 128 milhões da J&F ao senador Aécio Neves e seu grupo político entre os anos de 2014 e 2017. De acordo com a PF, parte do valor foi repassado ao senador em espécie e outra por meio de depósitos bancários e pagamento de serviços simulados. São investigados os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antônio Anastasia (PSDB-MG), e os deputados federais Cristiane Brasil (PTB-RJ), Benito Gama (PTB-BA) e Paulinho da Força (SD-PR).

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As investigações mostram que o senador Aécio Neves teria recebido R$ 109,3 milhões para a campanha presidencial da coligação apoiadora do PSDB. O valor teria sido solicitado por Aécio em encontro com o empresário no início de 2014.

A PF aponta que outra parte da propina teria sido entregue a pedido de Aécio por meio de doações oficiais que totalizaram R$ 64,6 milhões a diretórios e candidatos do PSDB. Ao PTB, teria sido destinado R$ 20 milhões, mediante intermediação de Cristiane Brasil, Benedito Gama e Luiz Rondon, tesoureiro do partido. Ao Solidariedade, as doações teriam sido de R$ 15 milhões, por intermédio de Paulinho da Força e Marcelo Lima Cavalcanti.

O dinheiro também teria ido a outros partidos, como DEM, PTN, PSL, PTC, PSC, PSDC, PT do B, PEN, PMN, que, juntos, receberam R$ 10,3 milhões, para comprar apoio político para a campanha presidencial de 2014.

A investigação também aponta o pagamento de R$ 2 milhões para a campanha de Antônio Anastasia ao governo de Minas Gerais e que teria sido viabilizado mediante pedido de Aécio Neves. O senador também teria solicitado no primeiro trimestre de 2015 em novo encontro na residência de Joesley Batista, em São Paulo, R$ 18 milhões para a quitação de despesas eleitorais pendentes da campanha presidencial de 2014. De acordo com as investigações, o senador recebeu R$ 17,3 milhões por meio da compra do prédio do jornal "Hoje Em Dia", em Belo Horizonte (MG), pertencente a Flávio Jacques Carneiro.

As investigações mostram que entre julho de 2015 e junho de 2017, Aécio teria recebido R$ 1,35 milhão em 17 pagamentos de R$ 54 mil, por meio da Rádio Arco Íris Ltda., sediada em Belo Horizonte. O pagamento teria sido concretizado, de acordo com a PF, por meio de notas fiscais frias, alusivas a serviços fictícios em favor do Grupo J&F, o que caracteriza ciclo de lavagem de dinheiro. A rádio pertence a Andrea Neves e Inês Neves, irmã e mãe de Aécio Neves. O senador foi sócio da rádio até meados de 2016.

Em troca da propina, Aécio teria atuado em favor do grupo com o então governador do Estado de Minas Gerais Antônio Anastasia, o secretário da Casa Civil, Danilo de Castro, e o subsecretário de Fazenda, Pedro Meneguetti, para a restituição de créditos fiscais de ICMS que totalizou R$ 24 milhões - sendo R$ 12,6 milhões relacionados à JBS/AS (Couros) e R$ 11,5 milhões à empresa Dagranja (SEARA).

Ao autorizar buscas em endereços do senador, sua irmã e também contra o deputado Paulinho da Força, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, apontou "indícios de relação ilícita" do tucano com executivos do Grupo J&F, entre 2014 e 2017. A Polícia Federal foi às ruas nesta terça, 11, para cumprir 24 mandados de busca e apreensão na Operação Ross.

"O quadro revelado pela autoridade policial, na medida em que ratificado, em parte, pelo órgão acusador, demonstra a existência de indícios de relação ilícita entre o investigado Aécio Neves da Cunha e executivos do Grupo J&F, entre os anos de 2014 a 2017, caracterizada pelo alegado recebimento de quantias em dinheiro, pelo senador ou em seu favor, mediante mecanismos característicos de lavagem de capitais, via empresas e pessoas identificadas na investigação em curso", escreveu Marco Aurélio.

"Há mais: ficaram demonstrados indicativos da atuação do parlamentar, nessa qualidade, como contrapartida aos benefícios financeiros."

Defesas

Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o senador Aécio Neves, afirmou:

"O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados.

O inquérito policial baseia-se nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na justiça eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas".

Também em nota, Paulinho da Força afirmou que "a delação da JBS foi desmoralizada publicamente e a fraude realizada pelos delatores foi comprovada com a prisão dos dois empresários pelo Superior Tribunal Federal (STF). A acusação absurda de compra de apoio do partido Solidariedade para a candidatura à Presidência de Aécio Neves, em 2014, beira o ridículo.

Desde a sua criação, em 2013, o Solidariedade já apoiava o candidato Aécio Neves por acreditar em seus projetos para o país. De qualquer forma, o deputado federal Paulinho da Força se colocou à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos, desde que lhe seja facultado acesso ao processo previamente".

O senador José Agripino afirmou que "não foi alvo de busca e apreensão em nenhum dos seus endereços. Enquanto presidente nacional do Democratas, buscou, seguindo a legislação eleitoral vigente, doações para o partido. Doações que, solicitadas a diversas empresas, foram voluntariamente feitas sem que o ato de doação gerasse qualquer tipo de compromisso entre o doador e o partido ou qualquer dos seus integrantes. O senador permanece à disposição da Justiça para os esclarecimentos que se fizerem necessários".

O senador Antonio Anastasia afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que "desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido nessa história. Em toda sua trajetória, ele nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém".

Em nota, o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que defende Cristiane Brasil, afirmou: "Cristiane Brasil esclarece que à época dos fatos não era Deputada Federal, não conhecia os empresários do conglomerado J&F e seu papel nas eleições de 2014 foi exclusivamente o de ajudar a retirar o PTB da base de apoio do PT. A mesma somente recebeu doações oficiais e não tinha conhecimento nem acesso aos fatos a ela imputados.

As denúncias recebidas hoje pela deputada, com perplexidade, e a virulência das medidas propostas pelos investigadores só não foram adiante graças a serenidade da PGR e do STF, que negaram de pronto os pedidos de prisão e suspensão de mandato, dentre outros.

Cristiane Brasil está à disposição das autoridades e acredita na força da verdade e da justiça para provar a sua inocência".

A assessoria do deputado federal Benito Gama divulgou a seguinte nota de esclarecimento:

"Há um fato sendo investigado sobre a eleição presidencial de Aécio Neves em 2014. Na condição de presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em exercício à época, fui convidado hoje (11), para prestar testemunho sobre este fato que tem relação com a empresa JBS e a candidatura do Aécio Neves.

Não houve contra a mim nenhuma medida de busca e apreensão ou qualquer outra medida, como divulgado pela imprensa. Assim como em toda a minha trajetória, continuo sempre à disposição da justiça em qualquer investigação. O mesmo faz parte do estado democrático.

Repudio em absoluto qualquer ato de corrupção e tentativa de ser relacionado ao objeto das investigações da Lava Jato.

Reitero a minha lisura e conduta pautada na honestidade, seriedade e responsabilidade ao longo destes mais de trinta anos dedicados à de vida pública em prol da Bahia e do Brasil".

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido feito pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Ross, deflagrada na manhã desta terça-feira (11), para que fosse determinada a prisão domiciliar do senador Aécio Neves (PSDB-MG), de sua irmã, Andrea Neves, e dos deputados Cristiane Brasil (PTB-RJ), Paulinho da Força (Solidariedade-PR) e Benito Gama (PTB-PA).

A autoridade policial havia pedido ainda a suspensão do exercício dos mandatos dos parlamentares, também rejeitada pelo ministro.

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A decisão de Marco Aurélio, datada de 4 de dezembro, consta de petição vinculada a um inquérito instaurado pelo ministro em 21 de junho de 2017 para dar continuidade às investigações dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, supostamente cometidos por Aécio Neves.

O pedido de concessão da prisão domiciliar feito pela PF, na avaliação de Marco Aurélio, é uma impropriedade. "Relativamente ao investigado Aécio Neves da Cunha, não há dados concretos, individualizados, a demonstrarem a indispensabilidade das medidas pretendidas. Descabe partir-se da capacidade intuitiva, olvidando-se que a presunção é de postura digna, ante o fato de o investigado estar submetido aos holofotes da Justiça", escreveu.

Ao rejeitar o pedido feito pela PF em relação a Cristiane Brasil, Benito Gama e Paulinho da Força, Marco Aurélio citou o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade na qual o ministro do STF Alexandre de Moraes concluiu que a imposição de medidas cautelares a parlamentares "está situada no âmbito da excepcionalidade maior".

Marco Aurélio argumentou ainda que as medidas não poderiam ser atendidas porque os parlamentares não são formalmente investigados no inquérito no qual a petição está vinculada.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também era contra a solicitação da PF, por entender que, embora os fatos apurados sejam graves, não foram colhidos elementos concretos que justificassem a concessão da prisão domiciliar.

A Polícia Federal pediu ainda que fossem recolhidos os passaportes de Aécio, Cristiane Brasil, Benito Gama, Paulinho da Força, Pacheco de Medeiros e Andrea Neves e que os investigados não se deixassem o País. A solicitação foi rejeitada pelo ministro. Em sua decisão, em relação ao senador, escreveu que não há elementos que contribuam para uma eventual possibilidade de Aécio deixar o País.

"O investigado é brasileiro nato, chefe de família, deputado federal por quatro vezes, ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da República de 2014 - e está no cargo de senador da República", escreveu Marco Aurélio.

Em relação aos pedidos envolvendo Frederico Pacheco de Medeiros e Andrea Neves, que não são investigados no inquérito ao qual a petição em análise está vinculada, o ministro destacou que os dois não podem ser julgados perante o Supremo por não possuírem foro, "mostrando-se descabida a adoção das medidas pretendidas".

"Paga-se um preço por viver em um Estado de Direito. É módico e está, por isso mesmo, ao alcance de to respeito irrestrito às regras estabelecidas", escreveu o ministro.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (20) desarquivar o inquérito que trata das investigações sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), suspeito de participar de irregularidades em Furnas, subsidiária da Eletrobras em Minas Gerais. A decisão foi tomada por 3 votos a 2.

Com a decisão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá 60 dias para concluir diligências pendentes e também deverá se manifestar sobre o arquivamento da investigação.

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Os ministros julgaram um recurso da PGR contra decisão individual do ministro do STF Gilmar Mendes que determinou o arquivamento da investigação. A decisão divergiu do entendimento da procuradoria, que pediu a remessa do inquérito para a Justiça Federal do Rio de Janeiro.

O julgamento começou em setembro, quando houve um empate em 2 a 2 na votação, que foi suspensa por um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski. Ao retomar o caso nesta tarde, o ministro votou para que os autos sejam encaminhados à PGR.

Na sessão anterior, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli manifestaram-se pelo arquivamento e Edson Fachin e Celso de Mello, pelo envio do processo para a Primeira Instância da Justiça, como defendeu a PGR.

Ao determinar o arquivamento, Gilmar Mendes levou em conta um relatório da Polícia Federal (PF) que concluiu pela falta de provas da participação de Aécio Neves em um suposto esquema de corrupção na estatal do setor elétrico.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, após a tomada de depoimentos de políticos de oposição e delatores, foi possível concluir que “inexistem elementos que apontem para o envolvimento” do senador. “A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas", diz o relatório da PF.

A investigação foi aberta em 2016, a pedido do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para apurar o suposto cometimento dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Defesa

Em nota, a defesa do senador Aécio Neves afirmou que confia no arquivamento da investigação.

“Após dois anos de investigação, tanto a PF [Polícia Federal] como dois ministros da Turma entenderam inexistir qualquer elemento contra o senador, tendo se manifestado pelo arquivamento imediato do inquérito. A defesa confia que, ao final, a decisão pelo arquivamento irá prevalecer”, diz a nota.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes a prorrogação do inquérito aberto contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por mais 60 dias. O pedido foi feito no último dia 12. 

O inquérito apura o suposto recebimento de valores indevidos da empreiteira Odebrecht pelo parlamentar em 2014. De acordo com o Ministério Público Federal, os repasses teriam ocorrido de forma dissimulada e por meio de uma empresa de publicidade. 

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Para justificar o pedido, a PGR alegou que há diligências pendentes e necessárias para a investigação. Não dá previsão para uma decisão do relator, Gilmar Mendes. 

No inquérito, a defesa de Aécio Neves sustenta que o caso deve ser remetido para Justiça Eleitoral. Para os advogados, o caso trata de doações eleitorais, "não tendo correlação direta" com supostas contrapartidas" por parte do senador.

A procuradora-geral Raquel Dodge arquivou inquérito no qual o senador Aécio Neves (PSDB) era investigado por supostamente enviar registros bancários falsos à CPMI dos Correios, em 2005 e 2006. "Considerando que não há, no momento, suporte fático e jurídico para dar continuidade à investigação, ante a falta de elementos mínimos de materialidade e de autoria delitiva, com base no artigo 231-§4º do Regimento Interno do Supremo, promovo o arquivamento deste inquérito, ressalvando a possibilidade de revisão em caso de surgimento de novos elementos."

O inquérito foi aberto para apurar se Aécio e outros políticos teriam praticado crime durante os trabalhos da CPMI dos Correios e se teria havido conivência do então presidente da Comissão, o então senador Delcídio Amaral, "de modo a beneficiar Aécio Neves e Clésio de Andrade, governador e vice-governador de Minas, respectivamente, à época".

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A investigação teve base na delação premiada de Delcídio na Operação Lava Jato. Ele afirmou que o Banco Rural "operaria relações financeiras ilícitas entre Marcos Valério e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais". Aécio e Clésio, segundo Delcídio, temiam que tais informações fossem repassadas para a CPMI dos Correios.

Delcídio afirmou, ainda, que, durante a CPMI dos Correios, "foi procurado por Eduardo Paes, então secretário-geral do PSDB, que, na condição de emissário de Aécio Neves, solicitou-lhe a prorrogação do prazo concedido ao Banco Rural para que este modificasse as informações bancárias encaminhadas à CPMI de modo a impedir a vinculação de empréstimos fraudulentos realizados pelas empresas de Marcos Valério".

Ao arquivar o inquérito, a procuradora-geral enfatizou "ausência de justa causa para ação penal e inexistência de outras diligências úteis".

"O inquérito não coligiu provas da autoria e da materialidade dos crimes investigados. A autoridade policial delineia, no relatório final, suspeitas de ilicitude durante os trabalhos da CPMI dos Correios. Todavia, a autoridade policial não recolheu provas ou elementos de convicção suficientes para corroborar as declarações do colaborador (Delcídio) e permitir a instauração da ação penal."

No relatório final, a Polícia Federal afirma que, em meados de 2005, durante os trabalhos da CPMI dos Correios, Aécio e Clésio, via "pessoa não plenamente identificada", ofereceram ou prometeram, ainda que tacitamente, indevida e futura vantagem política para que Delcídio, na condição de presidente da CPMI, "praticasse ato de oficio contrário a seu dever legal, para evitar que autoridades públicas e a sociedade civil tivessem ciência e acesso aos indícios presentes".

"A autoridade policial apontou que não há mais diligências investigatórias possíveis de serem feitas", assinala Raquel. "Apurou fatos que não caracterizam crime de corrupção, mas poderia amoldar-se ao delito do artigo 317, §2º, cuja pena máxima cominada é de um ano e, por isso, já está prescrito."

Segundo a procuradora, a PF "não conseguiu identificar e comprovar a atuação desse 'emissário' de Aécio e Clésio". "Por isso, não se pode, livre de dúvidas, afirmar que a promessa de vantagem indevida ocorreu da forma como narrada pelo colaborador Delcídio", adverte Raquel. "Em realidade, sem que o inquérito tenha comprovado quem é o portador da mensagem com oferecimento de vantagem indevida, sequer é possível afirmar, com o nível de segurança exigido para oferecer denúncia, que tal oferecimento tenha ocorrido."

"Além disso, ante o tempo decorrido desde o ano 2005, quando os fatos teriam ocorrido, a autoridade policial não vislumbra outras diligências que lhe permitam elucidar os fatos e sua autoria, além das diversas medidas já adotadas, que eram potencialmente úteis ao avanço da apuração, mas não desvendaram os fatos em sua inteireza, como assinalado", segue a procuradora.

"Além das medidas adotadas pela autoridade policial, todas as diligências requeridas pela Procuradoria Geral da República e autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal foram cumpridas, não havendo mais linha investigativa a seguir. Nesse contexto, não há elementos suficientes para fundamentar a continuidade do inquérito e, por mais forte razão, a propositura da ação penal. A única providência a ser tomada na espécie, portanto, é o arquivamento do inquérito."

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