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Após o dramático ano de 2016, com o aumento drástico de casos de microcefalia, Pernambuco comemora a redução de cerca de 90% de pessoas notificadas com dengue, chikungunya e zika em 2017. A maior redução das notificações foi de zika (93,2%), com 782 ocorrências suspeitas, contra 11.482 do ano anterior. Em seguida vem chikungunya (92,1%) e dengue (85,3%).

Para Daniela Bandeira, técnica do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a diminuição de casos de arboviroses envolve vários fatores. "Entre eles destacamos o empenho dos órgãos públicos e de toda a sociedade na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti", ela afirma.

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O verão é o clima ideal para o mosquito se proliferar. O Governo de Pernambuco diz que permanece em alerta e mantém um comitê permanente com diversos entes da sociedade. Também é responsabilidade do Estado reforçar as ações dos municípios através do bloqueio de transmissão, que se dá por meio da aplicação de inseticidas com nebulização espacial a frio. O procedimento é indicado apenas em locais com alta incidência de registro.

Em 2018, estão previstos: Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses, para padronizar as informações e agilizar o fechamento dos casos suspeitos; campanha educativa focada nos alunos da rede estadual de ensino; e parceria com a secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, para aquisição de um aplicativo que auxilie o trabalho dos agentes de endemias.

Dados de 2017

Dengue

Notificados: 16.826

Confirmados: 5.106

Descartados: 7.768

Municípios notificadores: 181

Dados de 2016: No mesmo período, foram 114.375 casos suspeitos (redução de 85,3% em relação aos dados de 2017).

Chikungunya

Notificados: 4.829

Confirmados: 988

Descartados: 2.893

Municípios notificadores: 144

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 61.138 casos (redução de 92,1% em relação aos dados de 2017).

Zika

Notificados: 782

Confirmados: --

Descartados: 380

Municípios notificadores: 102

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 11.482 casos (redução de 93,2% em relação aos dados de 2017).

Óbitos pelas arboviroses

Notificados: 120

Confirmados: 3 (sendo 2 dengue e 1 chikungunya)

Descartado: 57

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 414 óbitos suspeitos.

O Governo de Pernambuco confirmou a primeira morte por chikungunya em 2017, nesta quarta-feira (22). O óbito aconteceu no mês de junho, no município de Belo Jardim, Agreste de Pernambuco.

Neste ano, já foram três mortes por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os outros dois óbitos foram causados pela dengue. O governo computou 113 notificações de óbitos, com 45 descartes e os demais casos em investigação.  

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O levantamento da Secretaria de Saúde do Estado também aponta que 132 municípios estão em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 44 em situação de risco de surto e 88 em situação de alerta. Outros 50 apresentaram índices satisfatórios, o melhor resultado deste ano. 

Até o dia 18 de novembro, Pernambuco notificou 15.097 casos de dengue (4610 confirmados e 6354 descartados), 4456 de chikungunya (1082 confirmados e 2386 descartados) e 712 de zika (334 descartados. 

Febre amarela - Ainda em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde iniciou a vigilância sentinela de macacos para averiguar possíveis causas para mortes de primatas, que podem ser por doenças como raiva, febre amarela ou outras zoonoses. A vigilância é uma estratégia para detecção precoce do vírus da febre amarela, já que os macacos doentes funcionam como sentinelas da doença.

Até o momento, foram notificadas 31 ocorrências de óbitos envolvendo macacos. Em nenhum caso houve diagnóstico com febre amarela. Pernambuco não registra a enfermidade desde a década de 1930.

A cidade de Guarulhos, localizada em São Paulo, entrou em estado de alerta para infestações do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Segundo a prefeitura, um estudo realizado durante o mês de outubro constatou que a cada cem residências inspecionadas uma possuí focos e larvas do mosquito. De acordo com o Ministério da Saúde, os números apresentados no município já são suficientes para a os moradores ficarem atentos aos riscos.

Dos 39.825 imóveis visitados em Guarulhos, 16.009 estavam fechados, em 1.557 deles houveram recusa dos moradores para a entrada dos agentes de saúde e somente 22.259 foram efetivamente fiscalizados.

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Denominado de Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o estudo é elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios. Feita por amostragem, a pesquisa incluiu toda a cidade e revelou que os grandes vilões para a proliferação do vetor ainda são os vasos e pratinhos de plantas, depósito de água sem a devida proteção, ralos, calhas, bebedouro de animais, garrafas retornáveis, latas e frascos.

Para a secretária adjunta de Saúde de Guarulhos, Graciane Dias Figueiredo Mechenas, “a população precisa fazer a sua parte, porque as larvas estão dentro das residências e o poder público, sozinho, não consegue combater todos os focos”.

As regiões com índices elevados de infestação foram Vila Augusta (com 3,1 casas com larvas para cada 100 vistoriadas), Jardim Vila Galvão (2,8), Gopoúva (2) e Vila Barros (2). De acordo com a prefeitura, após os resultados a Secretaria de Saúde intensificará as ações nos locais com maior quantidade de focos encontrados.

Armadilhas de garrafa PET, bactéria, aplicativo de celular e até uma tinta para paredes estão entre as novas estratégias para combater o Aedes aegypti, famigerado mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.

Trazida pelo Brasil pelo empresário Roberto Lucena, uma tinta desenvolvida pela empresa espanhola Inesfly promete ser uma arma fatal para os mosquitos. O produto está na reta final dos trâmites de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve chegar às prateleiras neste ano.

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"É uma tinta inseticida", resume Lucena. "Em viagens e contatos feitos na Espanha, fui apresentado ao produto e convidado a representá-lo no País. Acreditei imediatamente, não só pela eficácia mas também pelo apelo no combate dos vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya."

Apesar de novidade por aqui, a tinta existe há mais de dez anos e já é utilizada em 12 países - muitos deles africanos, onde a ênfase é no combate aos mosquitos do gênero Anopheles, transmissores da malária. A tinta é composta por microcápsulas em suspensão, que contêm inseticidas e reguladores do crescimento de insetos. Esses ingredientes são liberados de modo gradual no ambiente.

Lucena acredita que, se o produto for bem recebido, em breve a empresa deve fabricá-lo no Brasil. "Não tenho dúvidas de que este será o próximo passo", afirma. "Já tenho sido procurado por redes de lojas de tinta interessadas em contar com o produto tão logo ele seja lançado." A tinta poderá ser aplicada em um procedimento comum, por qualquer pintor. A ideia é que o produto chegue ao mercado com preço sugerido de R$ 526,10 (lata de 4 litros).

Armadilhas

E esta não é a única novidade para a próxima temporada das chuvas. Um projeto experimental lançado em Rio Branco no início do ano pela organização não governamental WWF-Brasil deve chegar ao Recife até o fim do ano. A ideia é engajar a população para a produção de armadilhas para o mosquito. São simples, feitas de garrafa PET. No interior, uma infusão de grama serve como atrativo para que fêmeas depositem ali seus ovos.

Uma vez recolhidos, os ovos são fotografados e contados. Em seguida, tudo vai para um aplicativo, o Aetrapp. "Conforme vamos expandindo o projeto, esperamos que se torne como o Waze ou o Tinder do Aedes", compara Marcelo Oliveira, especialista em conservação do WWF-Brasil.

Então, as pessoas poderão saber, por geolocalização, qual o nível da presença do inseto na sua vizinhança. "Sem falar que os ovos recolhidos são descartados, ou seja, diminui a reprodução do Aedes na natureza", afirma o especialista.

Na nova fase do projeto, o app estará conectado às redes sociais. "As pessoas gostam de mostrar engajamento no Facebook", comenta Oliveira. "Esperamos que, assim, mais gente se anime a participar do projeto."

O projeto Eliminar a Dengue, esforço internacional no Brasil capitaneado pela Fundação Oswaldo Cruz, também chega a uma nova fase. Depois de espalhar mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia pipientis em regiões do Rio no ano passado, agora a ideia é que até o fim de 2018 tais insetos estejam em uma região mais abrangente, habitada por 2,5 milhões no Estado.

Presente em mais de 70% dos insetos do mundo, a bactéria Wolbachia não é infecciosa nem é capaz de infectar vertebrados, incluindo humanos. Mas cientistas da Austrália demonstraram que ela consegue bloquear a transmissão do vírus da dengue no Aedes. No mosquito infectado por ela, o vírus da dengue não se estabelece. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o desejo de ajudar o bairro onde vivem, Jardim Brasil, no município de Olinda (PE), estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Desembargador Renato Fonseca usaram a tecnologia para promover uma caça ao mosquito Aedes aegypti na região. 

Com a ajuda de uma ferramenta online, Jeovani Cipriano, de 19 anos, criou um aplicativo de celular para que as pessoas denunciassem focos de reprodução do inseto transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Os alunos, então, organizam mutirões para acabar com o problema.

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O embrião do projeto surgiu em 2014, quando muitos alunos e professores da escola estavam faltando. Incomodados com isso, o grupo de estudantes se juntou à professora Jorgecy Cabral, que coordena a biblioteca da instituição, para visitar a casa dos faltosos e verificar se o surto de dengue que atingia a região era o culpado pelas faltas. Perceberam que sim.

“Encontramos o problema, vimos o que estava acontecendo. Fizemos mapeamento ao redor da escola para saber se havia foco de dengue. Para nossa surpresa, havia atrás, ao lado, em todos os lugares. Começamos então a fazer mutirões nas ruas”, diz a professora. A escola passou a ser uma referência na comunidade. Muitas pessoas procuraram o local para denunciar focos de reprodução do Aedes. Foi aí que surgiu a ideia do aplicativo.

Cipriano quebrou a cabeça por cerca de duas semanas e, por meio de uma ferramenta online de criação de aplicativos, desenvolveu a plataforma Caça ao Aedes em Jardim Brasil. “Ninguém tinha conhecimento na área. Fui estudando e fiz”, afirma o estudante.

Na pesquisa porta a porta feita pelo alunos na época do surto, eles identificaram um aumento de 300% dos casos. Agora eles trabalham em novos dados. Segundo Jorgecy Cabral, a pesquisa não está finalizada, mas ela garante que houve redução de infecções no bairro de Jardim Brasil.

Então estudante do terceiro ano do ensino médio, Cipriano, que agora cursa jornalismo em uma faculdade particular, diz também que o aplicativo já recebeu denúncias de focos em outros estados. “Quando é feita em Olinda a gente tenta resolver. Quando é em outra cidade a gente encaminha as informações para a secretaria municipal da localidade”, conta.

O aplicativo é simples e contém informações sobre sintomas de viroses transmitidas por mosquitos (arboviroses) e dicas para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Há um espaço para fazer uma denúncia, por escrito, e um mapa onde estão marcados alguns pontos com água parada. Por dificuldades de funcionalidade, não foi possível marcar uma denúncia no mapa, mas a comunicação do bairro pode ser facilitada pelo app. Ele pode ser baixado no Google Play e pelo site.

Vaquinha virtual

A iniciativa foi premiada como Destaque em Iniciação à Pesquisa na feira Ciência Jovem 2016, evento realizado anualmente pelo Espaço Ciência, museu ligado à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. O reconhecimento rendeu uma participação na Teccien Schöenstatt, uma feira estudantil de tecnologia e ciências promovida pelo colégio Nuestra Señora de Schöenstatt, do Paraguai, de onde os estudantes também saíram premiados.

Foi lá que conheceram a organização da Feira Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, outro evento estudantil do colégio Santa Fé, da Colômbia. Os organizadores convidaram os estudantes brasileiros a expor o projeto entre os dias 13 e 17 deste mês.

Para custear a viagem, o grupo abriu uma vaquinha virtual. As passagens de três pessoas – a professora e mais dois alunos – foram dadas pelo governo de Pernambuco, mas ainda é preciso pagar hospedagem, alimentação e deslocamento da na cidade. Segundo Cipriani, o embarque é no dia 12.

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A Secretaria de Saúde do Estado divulgou nesta quarta-feira (2) um levantamento mostrando que as doenças provocadas por mosquitos tiveram redução de 94,78% de 1º de janeiro a 15 de julho de 2017 na Paraíba. Neste período, foram notificados 2.239 casos suspeitos de dengue na Paraíba; em 2014, 2015 e 2016, no mesmo período, foram registrados, respectivamente, 5.661, 23.221 e 42.931 casos suspeitos da doença.

Até a 28ª semana epidemiológica deste ano, 106 notificações de casos suspeitos de infecção pelo Zika vírus foram notificadas. Apontando uma redução de 97,77% comparada ao mesmo período de 2016, quando foram registrados 4.761 casos. Em relação às notificações de suspeita de chikungunya foram registrados 905 casos suspeitos de 1º de janeiro a 15 de julho de 2017. Mostrando uma redução de 95,36% comparada ao mesmo período de 2016, em que foram notificados 19.512 casos suspeitos.

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Também foram notificadas 16 mortes com suspeita de causa de arboviroses nos municípios de Bayeux (2), João Pessoa (2), Conceição (1), Caaporã (1), Santa Rita (2), Cabedelo (1), Massaranduba (1), Bom Jesus (1), Boqueirão (1), Santa Luzia (1), Sousa (1), Piancó (1) e Esperança (1). Entre as 16 mortes, duas foram confirmadas como infecção por arbovirose, uma em Bayeux e outra em Caaporã, e quatro foram descartadas.

Como destacado pelo boletim epidemiológico, óbitos com suspeita de arboviroses devem ser informados imediatamente, ou seja, no período de até 24 horas, conforme Portaria 204 de 17 de fevereiro de 2016. Já que a notificação dos casos de doença aguda pelo vírus Zika é essencial para nortear as ações de combate ao Aedes aegypti.

Foram realizados pelos municípios paraibanos, no período de 3 a 7 de julho de 2017, o 3º LIRAa (Levantamento de Índices Rápido do Aedes aegypti) e o LIA (Levantamento de Índices Amostral do Aedes aegypti). Segundo os resultados enviados pelos 223 municípios, 82 (36,8%) municípios apresentaram índices que demonstram situação de risco para ocorrência de surto, 120 (53,8%) encontra-se em situação de alerta e 21 (9,4%) municípios estão em situação satisfatória; destes seis (2,7%) apresentaram Índice de Infestação Predial zero.

Uma pesquisa realizada no Recife avaliará a persistência do zika vírus em fluidos de seres humanos. O vírus já foi detectado em sangue, urina, sêmen, fluidos cerebrais e espinhais, saliva e líquido amniótico. O estudo será realizado pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz-PE) com o financiamento e coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Intitulada ZikaBRA, a pesquisa mapeará por quanto tempo o zika vírus pode ficar ativo no organismo, podendo provocar a transmissibilidade da doença entre humanos e se o vírus pode permanecer inativo e reaparecer em uma fase superior. O zika é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti, responsáveis por transmitir também dengue e chikungunya. 

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Os pacientes diagnosticados com a arbovirose pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá e por postos de saúde dos bairros da Várzea e Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife, terão uma agenda de coleta de seus fluidos no HC para o acompanhamento da pesquisa. “A transmissibilidade sexual, por exemplo, já está comprovada. Mas por quanto tempo o vírus atua? É importante avaliar o impacto dessa doença ao longo do tempo”, explica o professor da UFPE e médico do Hospital das Clínicas Carlos Brito, coordenador da parte clínica do projeto no Recife.

Os fluidos corporais serão recolhidos durante 24 meses. O resultado do levantamento está previsto para meados de 2019. Além do Recife, a pesquisa será feita em Manaus e Rio de Janeiro. 

Com informações da assessoria

Cientistas chineses identificaram uma mutação no zika vírus que pode ter contribuído para a rápida propagação do vírus nos últimos anos.

A descoberta, divulgada hoje (17) pela revista Nature, ajuda a explicar o porquê de o vírus ter provocado epidemias maiores a partir de 2013, quando um surto foi registrado na Polinésia Francesa. Pesquisadores da Universidade Tsinghua, em Pequim, já haviam identificado uma proteína produzida pelo zika vírus, chamada NS1, capaz de acentuar a capacidade de infecção dos mosquitos Aedes aegypti pelo vírus.

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Gong Cheng, líder da pesquisa em Pequim, afirma que a mutação, que surgiu no vírus asiático, aumentou ainda mais o potencial nocivo contra os humanos. “As linhagens asiáticas do vírus podem ter evoluído para atingir humanos com maior infectividade”, diz. 

A mutação na NS1 foi causada por uma substituição de aminoácidos na proteína. “A substituição da alanina por valina na posição 188 melhorou ainda mais a eficácia de transmissão do vírus da zika de humanos para mosquitos, aumentando sua prevalência em mosquitos”, completa o cientista.

Preocupado com os perigos oriundos do mosquito Aedes aegypti, um agente de saúde do Recife resolveu conscientizar o público de uma forma bastante criativa. Torcedor do Sport, Lamartine Gonçalves compareceu à Arena de Pernambuco, na tarde deste domingo (5), vestido justamente de mosquito. A ideia é incentivar o Rubro-Negro e ao mesmo tempo fazer um alerta para a torcida leonina.

“Fantasiado, passo uma mensagem de combate às doenças arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Por incrível que pareça e apesar de diversas campanhas, ainda tem gente que relaxa e deixa água parada. Como sou agente de saúde, eu sei dos riscos e por isso procuro ajudar a população”, contou o torcedor, em entrevista ao LeiaJá.

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Outros torcedores que foram à Arena neste domingo, onde o Sport enfrenta o Náutico pelo Campeonato Pernambucano, aprovaram a iniciativa de Lamartine. O “mosquito” até fez questão de conduzir o grito de guerra do Leão. Confira no vídeo a seguir:

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Um aplicativo criado em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), para combater os focos de criação do mosquito Aedes aegypti atravessou as fronteiras de Pernambuco e agora será apresentado ao Ministério da Saúde (MS), em Brasília, nesta sexta-feira (27). A plataforma foi desenvolvida por estudantes para facilitar o mapeamento e a denúncia dos pontos onde há focos do inseto que transmite doenças como a dengue e zika.

O estudante Jeovani Cipriano, de 18 anos, um dos envolvidos na iniciativa, conta que o projeto partiu da vontade de transformar e melhorar a comunidade. "Decidimos fazer o aplicativo porque a tecnologia facilita o acesso à população. Mas não sabíamos como criar o serviço e nem tínhamos condições financeiras de pedir para alguém fazer. Por isso, passei madrugadas em claro assistindo tutoriais e, depois de muito esforço, conseguimos bolar esse aplicativo", explica o jovem.

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Gratuito, o aplicativo estimula a população a reservar um tempo para denunciar possíveis focos de criação do mosquito. Ainda por meio da ferramenta, os interessados podem receber informações sobre os sintomas das doenças transmitidas pelo inseto, como a dengue, a zika e a chikungunya.

Mas o trabalho dos estudantes não para por aí. Após receberem uma denúncia pelo aplicativo, o grupo de jovens vai até o local do registro para levantar informações sobre o imóvel e repassar os dados para o poder público. Segundo os criadores do serviço, a adesão à ferramenta já ultrapassou os primeiros mil usuários e por isso registra denúncias até de outros estados, como Paraíba, Goiás e Piauí.

"É muito gratificante ver que o aplicativo, que foi construído à princípio para a nossa comunidade, já é utilizado em outros estados. Mas como não podemos nos deslocar para conferir todas as denúncias de perto, repassamos as informações para o poder público de cada município", conta Jeovani Cipriano. 

O sucesso do aplicativo foi tão grande que chamou a atenção do Ministério da Saúde (MS) e deverá ser utilizado por todos os agentes de saúde de Pernambuco como mais um aliado no combate a dengue e outras arboviroses. O grupo também vai representar o Brasil na Feira de Tecnologia de Assunção, no Paraguai, em junho. O serviço está disponível na loja Google Play.

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Pelo menos 794 pessoas morreram no Brasil em decorrência das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e chikungunya. A maior parte das mortes, 629, foi provocada pela dengue. Os dados são do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, registados até 24 de dezembro de 2016.

Dengue

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Ao todo, foram notificados 1.496.282 casos prováveis de dengue no país, totalizando uma incidência 731 casos a cada 100 mil habitantes. Já em 2015, foram 1.677.013 casos prováveis. Segundo o boletim, mais 629 óbitos estão sendo investigados para serem cofirmados ou descartados quanto ao vírus.

Chikungunya

Em 2016, até a metade de dezembro, foram registrados 265.554 casos prováveis de febre chikungunya no país, com uma taxa de incidência de 129,9 casos para cada 100 mil habitantes. O número é cerca de seis vezes maior do que o de 2015, quando foram notificados 38.499 casos prováveis da doença. Ao todo, foram registrados no ano passado 159 óbitos pela doença, enquanto em 2015 foram 14.

Zika

Em 2016, até o meio de dezembro, foram registrados 214.193 casos prováveis de febre pelo vírus Zika no país (taxa de incidência de 104,8 casos/100 mil habitantes). Ao todo, foram confirmados laboratorialmente seis mortes por Zika. Em relação às gestantes, foram registrados 16.923 casos prováveis, sendo 10.820 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial. A notificação obrigatória de casos da doença pelo sistema de saúde passou a valer no começo de fevereiro de 2016.

Sintomas

De forma geral, as três doenças causam febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e exantema (rash cutâneo ou manchas vermelhas pelo corpo). No entanto, existem alguns sintomas marcantes que as diferem.

Os sintomas relacionados ao vírus Zika costumam se manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar infectado e não apresentar qualquer sintoma. Mas um sinal clínico que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é considerado como uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira.  O quadro de febre causado pelo vírus Zika costuma ser mais baixo e as dores nas articulações mais leves. A doença ainda traz como sintomas a hiperemia conjuntival (irritação que deixa os olhos vermelhos, mas sem secreção e sem coceira), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

As fortes dores nas articulações são a principal manifestação clínica de chikungunya. Essas dores podem se manifestar principalmente nas palmas dos pés e das mãos, como dedos, tornozelos e pulsos. Em alguns casos, a dor nas articulações é tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

Os quatro sorotipos da dengue causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O principal sintoma da doença é a febre alta acompanhada de fortes dores de cabeça. Dores nos olhos, fadiga e intensa dor muscular e óssea também fazem parte do quadro clássico da dengue. Outro sintoma comum é o rash, manchas avermelhadas predominantes no tórax e membros superiores, que desaparecem momentaneamente sob a pressão das mãos. O rash normalmente surge a partir do terceiro dia de febre. Diarreia, vômitos, tosse e congestão nasal também podem estar presentes no quadro e podem comumente levar à confusão com outras viroses.

O estado de São Paulo registrou três mortes por febre amarela desde o início do ano. Os casos aconteceram nas cidades de Américo Brasiliense e Batatais, na região de Ribeirão Preto, e na cidade de Santana de Parnaíba. Nesse último caso, a vítima havia viajado para Minas Gerais. Além desses, outras três casos de pessoas mortas, que voltaram recentemente da região com surto da doença, estão sendo investigados pela Secretaria da Saúde do estado.

No fim de 2016, um homem morreu, em decorrência da doença, na cidade de Ribeirão Preto. Ele vivia em uma região de mata densa, próximo de onde vivem macacos, que podem ser hospedeiros do vírus. Outra hipótese analisada é a de que uma variação de Aedes aegypti silvestres tenham transmitido a febre amarela para o homem.

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Apesar do aumento da procura por vacinas contra a doença, a Secretaria de Saúde e infectologistas não recomendam a vacinação de pessoas que não estão com suspeita de febre amarela ou que não irão viajar para os locais afetados nos próximos dias. Para aqueles que vão se deslocar até uma das áreas de risco (áreas florestais ou rurais), a vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência. Gestantes, menores de seis meses e maiores de 60 anos não devem se vacinar.

Um estudo brasileiro divulgado na quarta-feira (18), na revista científica internacional Scientic Reports, mostrou que o antiviral sofosbuvir, atualmente utilizado no tratamento da Hepatite C, trouxe bons resultados também contra o vírus zika, inibindo a replicação viral e protegendo as células da morte provocada pela infecção. Mais investigações ainda são necessárias antes da realização de ensaios com pacientes.

O efeito do medicamento foi verificado em testes com diferentes tipos de células, como as neuronais humanas e minicérebros, que são organoides produzidos a partir de células-tronco que reproduzem os estágios iniciais de formação do cérebro e são considerados um modelo para o estudo da microcefalia associada ao zika. Para os pesquisadores, os resultados apontam que o sofosbuvir tem potencial para se tornar uma opção no tratamento da doença.

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"Identificar a ação contra o vírus zika de uma droga que já é clinicamente aprovada é muito importante. Ainda não sabemos quando teremos uma vacina disponível contra o zika e o uso de um medicamento antiviral pode reduzir os danos provocados pela infecção. Dependendo dos resultados futuros, o tratamento poderia até ser considerado como medida profilática, como ocorre, por exemplo, no uso de certos medicamentos antirretrovirais no caso do HIV", avalia o pesquisador Thiago Moreno Lopes Souza, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).

Um dos motivos que levou os cientistas a testar o medicamento foi a semelhança entre o vírus da hepatite C e o vírus zika. Eles fazem parte da mesma família e apresentam similaridades em algumas de suas estruturas, como a enzima RNA polimerase, responsável pela replicação do material genético do vírus e alvo da ação do sofosbuvir. Segundo a Fiocruz, outros fatores levados em conta foram os efeitos colaterais reduzidos do produto para os pacientes com hepatite C, na comparação com outros antivirais, e a ausência de prejuízos para a gestão de acordo com estudos em modelos animais.

Os estudos utilizaram uma linhagem do vírus zika em circulação no Brasil. Com resultados positivos observados em estudos com diferentes linhagens celulares, os cientistas decidiram testar o medicamento em modelos mais parecidos aos cérebros dos bebês quando afetados pelo zika na fase da gestação. 

A Fiocruz explica que as células-tronco neurais de pluripotência são produzidas em laboratório a partir de células humanas extraídas da pele e são semelhantes às células que originam os principais tipos celulares do cérebro no início do desenvolvimento dos embriões.

Nos experimentos, o sofosbuvir reduziu drasticamente a replicação do vírus zika tantos nas células-tronco neurais como nos minicérebros, protegendo as células dos danos. "Observamos proteção mesmo quando as células foram submetidas a títulos elevados de vírus", destaca Thiago.

O sofosbuvir é um medicamento lançado em 2013, tendo chegado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento da hepatite C em dezembro de 2015. O medicamento não está disponível nas farmácias e sua utilização só pode ser feita com acompanhamento médico. Em maio de 2016, a Fiocruz e o consórcio BMK assinaram um acordo para produzir o remédio no Brasil.

Já o estudo da relação do sofosbuvir com o vírus zika foi realizado por pesquisadores da CDTS/Fiocruz, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Inovação em Doenças Negligenciadas (INCT/IDN) e consórcio BMK.

Com informações da assessoria

O presidente Michel Temer participou na manhã desta sexta-feira (2) de uma videoconferência, no Centro Nacional de gerenciamento de riscos e desastres, para tratar de ações do Dia Nacional de Combate ao Mosquito Transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya, o "Zika Day".

Na saída, Temer disse ter "absoluta convicção" que as ações repercutirão positivamente e fez um "apelo" para que a sociedade se engaje na campanha. "Basta que cada criança na escola e cada adulto chegando em casa ou no seu trabalho verifique se não há água empoçada, que é o fator gerador da larva e depois do mosquito", disse.

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Temer destacou que do ano passado para cá houve redução de 5% nos casos dengue. "Esperamos dizer no ano que vem que esse índice aumentou substancialmente", afirmou.

Na reunião, que durou cerca de meia hora, além de uma fala do presidente, houve apresentações de governadores e representantes dos Estados do Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio Grande do Norte. Também participam da reunião secretários de saúde e ministros.

Temer repete uma fórmula usada pela presidente cassada Dilma Rousseff no início deste ano quando ministros de Estado e outras autoridades federais visitaram as diferentes capitais do País. Hoje a ação se repete com o intuito de conscientizar a população sobre a importância do engajamento de todos na luta contra o Aedes aegypti.

Militares das Forças Armadas, agentes de saúde e de defesa civil, além de outras autoridades, também estarão nas ruas para promover o enfrentamento ao mosquito.

Além do "Zika Day", o governo investiu em uma campanha de publicidade, com o mote "Um simples mosquito pode marcar uma vida. Um simples gesto pode salvar". A propaganda será veiculada em TV, rádio, internet, redes sociais e mobiliários urbanos, inicialmente, até o dia 23 de dezembro.

Além da necessidade de combate ao mosquito, a campanha chama a atenção para as consequências das doenças causadas pela Aedes aegypti: chikungunya, zika e dengue.

Política

O presidente não quis responder perguntas relacionadas ao pacote anticorrupção aprovado com muitas alterações na Câmara dos Deputados nesta semana e que foi o centro de uma polêmica envolvendo o Senado, quando o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) articulou para a apreciação do texto as pressas. "Eu estou falando de zika, por favor", rebateu aos jornalistas, aparentemente irritado.

Temer tem tentado deixar a polêmica em relação ao tema longe do Palácio do Planalto. Interlocutores do presidente argumentam que o pacote ainda vai demorar para chegar às mãos do presidente para eventual sanção ou vetos.

O Ministério da Saúde abre nesta quinta-feira (1º) pregão que vai definir a empresa fornecedora de repelentes para gestantes do programa Bolsa Família. A previsão indica que a compra beneficie 484 mil grávidas em situação de vulnerabilidade no âmbito do Plano de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à microcefalia.

Podem participar do processo empresas que estiverem previamente credenciadas no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores, por meio da página www.comprasnet.gov.br. Além disso, os interessados devem encaminhar a proposta de preço por meio do sistema eletrônico até a data e horário marcados para abertura da sessão, às 9h.

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Menor preço

A empresa com a menor proposta de preço e, portanto, vencedora do processo eletrônico deverá distribuir o produto em até 15 dias após assinatura de contrato com o ministério. Os produtos podem ser fornecidos em forma de gel, loção, aerossol ou spray e devem oferecer, no mínimo, quatro horas de repelência. Serão adquiridas 3 bilhões de horas de proteção.

De acordo com o governo, a oferta do produto será realizada por meio do Programa de Prevenção e Proteção Individual de Gestantes contra o Aedes aegypti, que envolve o Ministério da Saúde e o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a quem caberá o crédito extraordinário de R$ 300 milhões.

O edital do pregão para compra de repelentes foi publicado no último dia 21 no Diário Oficial da União.

A terceira fase de testes da vacina contra a dengue foi iniciada pela Fiocruz Pernambuco. Um recrutamento está sendo feito em forma de visita às casas no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife. Uma equipe formada por enfermeira e pesquisadora visa recrutar 1.200 pessoas para tomarem a vacina, produzida pelo Instituto Butantan. 

Esta etapa consiste em teste de vacinas em pessoas, visto que, antes de chegarem ao mercado, precisam ser testadas em humanos. Os participantes do projeto passam por exame físico e uma entrevista. Caso esteja em conformidade com as determinações – idade de dois a 59 anos, saudável, histórico ou não de dengue -, o voluntário é vacinado e acompanhado por cinco anos.

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Primeiro, pessoas com idade entre 18 e 59 anos serão vacinadas. O segundo grupo será de voluntários entre sete e 17 anos e o terceiro crianças entre dois e seis anos. Após a aplicação da vacina, os participantes ficarão recebendo acompanhamento de uma equipe de saúde a fim de verificar o tempo de imunização.

Grupos

De acordo com a Fiocruz, dos voluntários, dois terços receberão a vacina e o restante receberá dosagem de placebo. Esta substância possui a mesma característica da vacina, mas não possui efeito de proteção. Ao todo serão 17 mil voluntários do Amazonas, Roraima, Rondônia, São Paulo, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. 

Um ano após declarar emergência nacional em saúde pública em razão do aumento de casos de microcefalia associados ao vírus Zika, o governo brasileiro decidiu manter a situação. A declaração foi dada hoje (18) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante coletiva de imprensa.

“O Brasil vai manter a situação de emergência, porque as consequências da microcefalia são muito graves. O Brasil está acumulando conhecimento muito amplo sobre o vírus Zika, por meio de inúmeras pesquisas que estamos financiando. E nós entendemos que, como somos o país com maior incidência, devemos manter ampla vigilância para dar segurança à população.”

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Barros pediu ainda que a população ajude no combate ao Aedes aegypti, sobretudo diante da iminência do verão brasileiro. A meta, segundo ele, é destruir focos do vetor. “É preciso que cada cidadão assuma sua responsabilidade e ajude a combater os focos do mosquito. É assim que podemos ter um melhor resultado para a toda a sociedade brasileira”.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quinta-feira, 3, que o governo fixou o dia 25 de novembro como Dia Nacional de Combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika vírus e chikungunya. "É uma determinação do presidente Temer que tenhamos uma força-tarefa de todos os ministérios", afirmou.

Segundo Barros, está prevista uma campanha publicitária a partir do dia 20 para conscientizar a população da necessidade de manter os cuidados com água parada para evitar a proliferação do mosquito. O ministro disse ainda que está sendo avaliada a possibilidade de a primeira-dama, Marcela Temer, ser uma espécie de madrinha da campanha. "Nós poderemos ter ela como madrinha da campanha, mas isso será ainda definido pelo Palácio do Planalto", afirmou.

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O modelo de Dia Nacional já foi adotado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que determinou que ministros participassem presencialmente da campanha, realizada em 13 de fevereiro deste ano.

Barros comandou hoje no Ministério da Saúde uma reunião com outros ministros e veio ao Planalto prestar contas ao presidente. Inicialmente, a reunião seria no Planalto, com Temer, que, no entanto, cancelou a agenda. Segundo o ministro, as ações contarão com o apoio do Ministério de Educação, que tem enfrentado o problema da ocupação de escolas.

"Estamos pedindo ao MEC que oriente as escolas para que os professores, na última aula do dia na sexta-feira, tirem 10 minutos para orientar e motivar sobre a eliminação dos focos do mosquito", disse. Ao ser questionado se as ocupações atrapalharia esta iniciativa, Barros disse esperar que os estudantes não impeçam a ação de agentes e sugeriu que eles também possam atuar no combate ao mosquito. "Vai ser um grande favor que prestam à sociedade".

Investimento

Barros disse que o governo já possui 160 mil pessoas treinadas para atender casos de microcefalia e que 500 mil agentes irão trabalhar para combater o aedes. Segundo ele, o governo já investiu R$ 200 milhões em pesquisas para vacinas e outros R$ 80 milhões em larvicidas e equipamentos de pulverização.

O ministro afirmou que as vacinas estão em fase de testes e que é possível que, no próximo verão, tanto as que pretendem imunizar contra dengue como contra a zika já estejam em produção.

A empresa inglesa Oxitec inaugurou nesta semana em Piracicaba, interior de São Paulo, a "primeira e maior fábrica de mosquitos geneticamente modificados do mundo", em um novo esforço para combater o Aedes aegypti, principal vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

Com capacidade para produzir 60 milhões de mosquitos transgênicos por semana, a fábrica foi aberta pouco mais de dois anos depois de que a Oxitec instalou laboratórios em Campinas e na Bahia para estudar a eficácia desta tecnologia. O objetivo é reduzir a população do Aedes aegypti através da propagação de mosquitos que vivem menos tempo devido a uma modificação genética.

Segundo a empresa, a população de mosquitos Aedes aegypti selvagens diminuiu em cerca de 90% após a liberação dos seus congêneres geneticamente modificados em cinco testes de campo entre 2011 e 2014, tanto na Bahia como fora do Brasil - no Panamá e nas Ilhas Cayman.

"Esta é a primeira e maior fábrica do mundo de mosquitos transgênicos, e sua produção será inteiramente para o Brasil. Por enquanto, só vamos comercializar em Piracicaba, mas estamos conversando com vários municípios e estados", declarou à AFP o presidente da Oxitec, Hadyn Parry, durante a inauguração.

Epidemias tropicais

Em março, autoridades dos Estados Unidos deram sinal verde provisoriamente para os ensaios de campo com estes mosquitos, mas o processo para os testes e uma eventual venda ainda têm um longo caminho pela frente.

No Brasil, a Oxitec ainda não obteve a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercializar os mosquitos, mas a prefeitura de Piracicaba já chegou a um acordo com a empresa, segundo o qual vai desembolsar 3,7 milhões de reais por um período de quatro anos. Em um primeiro momento, serão liberados 10 milhões de mosquitos por semana nessa cidade de 360.000 habitantes.

O processo tem início, porém, sem que se tenha realizado estudos epidemiológicos no Brasil para comprovar que a incidência de dengue ou de outras doenças transmitidas por esse mosquito - como o zika e a chikungunya - tenha diminuído. Segundo dados do Ministério da Saúde, até julho passado, o Brasil registrou 1,39 milhão de casos de dengue neste ano, após o recorde de 1,64 milhão em 2015.

Com quatro tipos diferentes de vírus, a dengue provoca febre alta, dor muscular e pode ser mortal na sua versão hemorrágica. Houve também 174.000 casos de zika após o surto do final do ano passado no Brasil, que se expandiu para o restante da América Latina. O vírus pode causar más-formações congênitas graves em fetos de mulheres infectadas, como a microcefalia, assim como a síndrome de Guillain-Barré - doença neurológica grave em adultos que pode provocar paralisia temporária.

Como funciona o mosquito transgênico?

As salas amplas da fábrica de Piracicaba reproduzem o ambiente ideal de calor e umidade para a proliferação de mosquitos, desde a obtenção de ovos, larvas e pupas. Os mosquitos que serão liberados são os machos da cepa "OX513A", desenvolvida pela Oxitec em 2002, enquanto as fêmeas serão guardadas para manter a reprodução. Na natureza, esses machos acasalarão com fêmeas selvagens, e a prole, longe do ambiente controlado dos laboratórios, vai morrer antes de chagar à vida adulta, sem ter se reproduzido.

Ambientalistas questionam o método, argumentando que não há estudos de longo prazo sobre a liberação de insetos transgênicos nem estudos epidemiológicos sobre sua eficácia, mas a bióloga Karla Tepedino da Oxitec minimiza essas críticas. "Um teste epidemiológico demora muito tempo", afirma à AFP.

"Há três fatores essenciais para a transmissão dessas doenças: os mosquitos, os vírus e os seres humanos. O que estamos fazendo aqui é eliminar o mosquito, que transmite o vírus. Acabamos com o vetor, acabamos com a doença", resume. No Brasil, também serão postas em prática outras novas formas de combate ao mosquito.

Governos e filantropos anunciaram na quarta-feira (26) um plano para liberar em áreas urbanas - entre elas, o Rio de Janeiro -, a partir do ano que vem, mosquitos injetados com bactérias Wolbachia, que reduzem significativamente sua capacidade de espalhar o vírus da dengue e da zika, entre outros.

O Aedes aegypti é um mosquito muito adaptado à vida das cidades e se reproduz em qualquer fonte de água parada. Muitos especialistas apontaram que o manejo deficiente desses focos no Brasil, assim como a precariedade dos serviços sanitários e o armazenamento de água nos locais mais pobres do país também contribuíram para o surto desses vírus.

A pulverização de substâncias químicas por aeronaves para conter doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti é inconstitucional por ofender a preservação do meio ambiente, além de trazer riscos à saúde humana, segundo entendimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.592, enviada ao Supremo Tribunal Federal.

Por haver perigo de danos imediatos aos ecossistemas e risco de intoxicação humana, Janot pede medida cautelar. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 21, no site da Procuradoria. A Lei 13.301/2016 dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde diante de situações de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da zika.

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A ação proposta por Janot volta-se contra o trecho da legislação que afirma ser fundamental a pulverização de produtos químicos para conter os mosquitos (artigo1º, §3º). Segundo Janot, além de ser "duvidosa a efetividade da medida, ela traz impactos negativos como contaminação do meio ambiente e intoxicação da população, podendo causar dores de cabeça, náuseas, dificuldades respiratórias e alergias na pele".

O procurador destacou que após a dispersão química, as substâncias acabam atingindo residências, escolas, creches, hospitais, clubes, feiras, comércio de rua e ambientes naturais, meios aquáticos, como lagos, lagoas e centrais de fornecimento de água para o consumo humano. Outro ponto abordado por Janot na ação é a questão da finalidade.

Janot alerta que a medida "não contribui efetivamente para o combate ao mosquito, que possui hábitos domiciliares, ao abrigo das pulverizações". "Não se admite previsão legal de medidas vãs do poder público, em respeito à carência de recursos materiais e humanos, e ao dinheiro recolhido compulsoriamente dos contribuintes", adverte.

O procurador-geral argumenta que não há certeza quanto à eficácia nem quanto à segurança da medida. "Pelo contrário, os estudos existentes indicam em sentido oposto, pela ineficácia e periculosidade da dispersão de produtos químicos por aeronaves. É incompatível com a ordem constitucional previsão legal que admita medida cujos efeitos positivos à saúde e ao meio ambiente não foram comprovados, mas que, bem ao contrário, a maior parte da informação disponível sugere que seja ineficiente e dano", sustenta.

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