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A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) busca uma solução para a fila de assessores parlamentares que se formou na Casa na tarde desta terça-feira (21), se estendeu pela madrugada e permanece na manhã desta quarta-feira (22), em busca de vagas para protocolar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e apresentar projetos.

A assessoria do presidente André do Prado (PL) informou que ele convocou colégio de líderes para reunião ainda na manhã desta quarta e que tentará um acordo para desfazer a aglomeração nos corredores. Os líderes de todos os partidos participarão da reunião, que ocorrerá a portas fechadas.

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Segundo a assessoria do presidente, a tentativa de acordo vai na direção de ordenar a apresentação de proposituras e, assim, anular a necessidade da fila. O Estadão revela que pelo menos 48 assessores parlamentares "acamparam" e passaram a noite na Alesp em busca de garantir um lugar para os deputados no rito de protocolo de requerimentos, que ocorrerá na sexta-feira (24).

A disputa se deve ao fato de a Casa permitir o funcionamento de no máximo cinco CPIs simultaneamente, o que leva parlamentares da oposição e da base a se apressarem para propor a instauração de investigações de interesse próprio ou de aliados. As CPIs têm início por ordem de protocolo.

Na noite de terça-feira (21), a Alesp afirmou em nota que não cabe à Mesa Diretora cercear a liberdade dos deputados de formar uma fila na Casa, mas o que presidente está pessoalmente incomodado com a situação e quer resolvê-la, segundo a sua assessoria. A primeira tentativa de solucionar o caso foi distribuindo senhas para os assessores parlamentares, mas a fila continuou, já que representantes de outros deputados poderiam tomar os primeiros lugares à porta do plenário e pedir anulação das senhas.

A Assembleia tem um sistema online para receber protocolos que, em tese, tornaria desnecessária a fila. Contudo, um terço dos deputados da nova legislatura são novos na Casa e nem todos ainda têm acesso ao sistema.

Foi realizada nesta quarta-feira, 15, a primeira sessão de 2023 da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em que foram empossados os 94 deputados estaduais eleitos e reeleitos para a 20ª legislatura.

A Alesp passou por uma renovação de 42%. Dos 94 deputados empossados esta quarta-feira, 15, 60 fazem parte da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que fez questão de prestigiar presencialmente a cerimônia de posse do novo corpo legislativo paulista.

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No seu discurso, o governador prestou homenagens aos novos parlamentares e disse que deposita toda confiança na capacidade dos eleitos em contribuir para aprovação dos projetos do Executivo em prol da população de São Paulo e em especial dos mais pobres.

"Espero que cada deputado possa fazer a diferença. São muitos os desafios do nosso Estado. Nós temos a questão das pessoas em situação de rua, das pessoas em áreas de riscos, das pessoas que dependem do SUS e os nossos jovens que precisam de educação de qualidade para ingressar no mercado de trabalho", disse o governador.

Tarcísio falou também dos desafios econômicos e para o desenvolvimento. Ele disse que São Paulo precisa aproveitar a oportunidade de se reindustrializar e assumir o protagonismo de trazer a economia marrom para uma economia verde.

Por fim Tarcísio afirmou aos deputados que a sede do governo paulista está aberta aos parlamentares para o diálogo.

Dois anos após obter 12 mil votos em sua tentativa frustrada de eleger-se vereador na capital paulista, Bruno Zambelli (PL), de 44 anos, mudou a estratégia e viu sua votação disparar em busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. A dobradinha com a irmã, a deputada federal Carla Zambelli (PL), resultou em 235 mil votos no Estado. No próximo dia 15, Bruno assume o mandato com as mesmas bandeiras de Carla: defender os valores cristãos, "praticar o bolsonarismo" e combater o governo Lula. Nas redes sociais ele se apresenta como empresário, cristão e defensor dos valores da família.

Bruno foi nomeado duas vezes para cargos comissionados no Ministério da Agricultura durante a gestão Bolsonaro. Na primeira, ficou na função por apenas dez dias, saindo a pedido após suspeita de nepotismo cruzado - em 2019, Carla havia nomeado em seu gabinete Mauricio Nabhan Garcia, irmão de Nabhan Garcia, então secretário especial de Assuntos Fundiários da pasta. Em 2021, Bruno foi novamente nomeado e passou a trabalhar como chefe de gabinete da secretaria, recebendo salário de R$ 10,3 mil por mês. Deixou o posto para se candidatar, em 2022, a deputado estadual.

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O mandato será iniciado, no entanto, com as contas de campanha reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O órgão identificou irregularidades que se referem a despesas com pessoal, como contratos que não detalharam os locais de trabalho dos prestadores de serviço. Bruno, no entanto, foi diplomado e poderá tomar posse no dia 15, já que a decisão não impede o exercício do mandato.

Cabe ao Ministério Público abrir investigação sobre os casos em que julgar haver crime eleitoral grave e decidir se pede a cassação do mandato. Partidos políticos também podem acionar a Justiça com o mesmo objetivo. Procurado pela reportagem, Bruno preferiu não dar entrevista.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou o projeto de lei (PL) Menstruação sem Tabu, que previa a distribuição de absorventes gratuitos em escolas, presídios e para pessoas em situação de vulnerabilidade no estado. O PL 1177, de 2019, foi proposto pela bancada feminina da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e aprovado no final do ano passado.

“O PL buscava acesso a absorventes higiênicos não só em lugares públicos, mas onde realmente precisam estar. A falta de informação e de recursos para enfrentar a menstruação pode causar traumas e constrangimentos desnecessários, e é por isso que esse projeto era tão essencial”, apontou em nota a deputada estadual Marina Helou.

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A proposta ampliava o impacto da política pública que existia parcialmente com a distribuição de absorventes em escolas do estado. Esse foi um dos argumentos para o veto do governo estadual.

“O Programa Dignidade Íntima também promove a formação dos profissionais da escola e estudantes a respeito da pobreza menstrual e saúde da mulher, assim como o acesso à informação sobre e higiene menstrual, por meio de ações ou campanhas educativas”, diz o texto do veto.

A justificativa do governo, publicada no Diário Oficial, também pontua que o projeto prevê a adoção de mecanismos de renúncia fiscal pelo estado, para redução do preço dos absorventes higiênicos aos consumidores finais, mas não foi feita a estimativa do impacto orçamentário e financeiro decorrente da medida.

Além de Marina Helou, o projeto era assinado por deputadas de diferentes espectros políticos: Delegada Graciela, Janaina Paschoal, Beth Sahão, Edna Macedo, Leci Brandão e Patrícia Gama.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma entre dez estudantes no mundo tem dificuldades para manter a higiene íntima, com impactos importantes na vida escolar. Além disso, pelo menos 500 milhões de meninas e mulheres no mundo não conseguem ter um período menstrual seguro e higiênicos por falta de apoio e recursos.

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, nessa terça-feira (20), um Orçamento de R$ 317 bilhões para SP em 2023, confirmando o maior orçamento estadual do país no primeiro ano de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A proposta foi aprovada com 41 votos favoráveis e 8 contrários (todos do PT).

O texto final aprovado considerou a compilação de 21,3 mil emendas parlamentares, resultados de dezenas de audiências públicas realizadas ao longo do ano e também prioridades do governo eleito.

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Entre as mudanças solicitadas pela equipe de transição, a principal foi a destinação de R$ 200 milhões para o programa Bolsa do Povo Estudante, destinado a garantir a permanência na escola de alunos da rede pública estadual. Na área da Saúde, foi aprovado o direcionamento de R$ 30 milhões adicionais para os atendimentos do programa Mutirões de Saúde.

O documento final aprovado pela Alesp contou também com alterações decorrentes de leis aprovadas recentemente pelo Legislativo. Entre as mudanças estão as modificações devido ao aumento das emendas que deputadas e deputados estaduais puderam indicar para 2023, que subiu de 0,30% para 0,45% da receita corrente líquida do Orçamento.

Divisão por áreas

- Educação: Valor destinado: R$ 49,3 bilhões, tendo quase R$ 1 bilhão direcionado para a implementação da educação integral na rede estadual, R$ 8,4 bilhões para a USP, R$ 4,1 bilhões para Unicamp e R$ 4 bilhões para a Unesp.

- Saúde: Valor destinado: Aproximadamente R$ 29 bilhões.

- Segurança Pública: Valor destinado: R$ 27,3 bilhões, sendo R$ 430 milhões destinados para melhoria dos equipamentos da Polícia Militar e R$ 58 milhões para seleção e formação de novos policiais civis.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira, 29, por 56 votos a 6, reajuste que concede um aumento de 50% nos salários do governador, do vice-governador e dos secretários estaduais. O aumento tem efeito cascata em todo o funcionalismo que recebe o teto pago pelo Estado.

O projeto agora vai a sanção do governador Rodrigo Garcia (PSDB). Segundo o próprio chefe do Executivo paulista, a medida pode gerar um custo estimado de R$ 1,5 bilhão ao ano.

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O reajuste concedido foi o dobro da inflação do período, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o último aumento havia sido concedido em março de 2019.

Com a mudança o salário, o salário do governador passa de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil a partir de 2023 na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os rendimentos do vice-governador passam de R$ 21,9 mil para R$ 32,9 mil e dos secretários vão de R$ 20,7 mil para R$ 31,1 mil.

Ricardo Mellão (Novo), Janaína Paschoal (PRTB), Patrícia Gama (PSDB), Carlos Giannazi (PSOL), Mônica Seixas (PSOL) e Adriana Borgo (Agir) votaram contra.

"Estávamos tentando construir aqui um reajuste salarial digno para todos os servidores. O entendimento da bancada do PSOL é que o reajuste de 50% apenas para o servidores que ganham o teto tira a possiblidade orçamentária de reajuste futuro para servidores que ganham menos", afirma Mônica.

"Esse aumento que define o teto constitucional eleva o salário dos servidores que já ganham mais. Servidores públicos que ganham um salário mínimo não terão aumentam nenhum. Não é que as pessoas não mereçam. Mas tem que ter uma visão sistemática", diz Janaína Paschoal.

Para o presidente da Comissão de Orçamento da Alesp, Gilmaci Santos (Republicanos), o impacto do projeto já está previsto e não deve gerar problemas no Orçamento estadual. "Categorias de auditores, fiscais e policiais não tinham um aumento desde 2019", argumentou o deputado. "Poderia ser menos? Poderia. Mas isso dá argumento para outras categorias terem aumento no futuro."

O projeto foi apresentado pela Mesa Diretora da Alesp e teve o empenho do Delegado Olim (PP) na proposta, pressionada por delegados e auditores-fiscais. Garcia é favorável à medida. A aprovação vem em meio às discussões na Alesp para alterações na Lei Orçamentária de 2023 que será enviada pelo governador eleito à Casa.

O deputado Gilmaci prevê um impacto de R$ 4 bilhões nos investimentos no próximo ano, parte deste valor por conta do aumento do teto.

Os deputados que comandam a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tentam votar em ritmo acelerado um projeto de lei que concede o dobro da inflação para os salários do governador, do vice-governador, dos secretários estaduais e de todo o funcionalismo que recebe o teto pago pelo Estado. Se aprovada, a medida pode gerar um custo estimado de R$ 1,5 bilhão ao ano.

Pela proposta assinada e apoiada pelos líderes dos principais partidos representados na Casa, o subsídio do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, teria alta de 50% e chegaria a R$ 34,5 mil a partir de janeiro. Hoje, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) recebe R$ 23 mil. Se fosse aplicada a inflação sobre o último reajuste, feito em março de 2019, o salário ficaria em R$ 28,7 mil, ou seja, 24,7% maior que o atual, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período.

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O texto propõe os mesmos índices de aumento para o vice-governador eleito, Felício Ramuth (PSD), e para os próximos secretários estaduais a serem anunciados. Os valores passariam de R$ 21,9 mil para R$ 32, 8 mil e de R$ 20, 7 mil para R$ 31,1 mil, respectivamente.

O impacto, no entanto, seria muito maior, já que o teto do funcionalismo estadual, pago a auditores fiscais e procuradores, por exemplo, é determinado pelo salário do governador. Quando há aumento para o líder do Executivo, o efeito é cascata. O projeto de lei não determina qual o montante dessa alta para o orçamento, mas, segundo deputados estimam, ela pode ser de R$ 1,5 bilhão ao ano ou mais.

Sem dar publicidade ao tema - o projeto passou a tramitar no dia 19 de outubro, em meio ao segundo turno das eleições -, a mesa diretora da Alesp já tentou aprovar a medida em duas oportunidades, na terça, 8, e na quarta, 9. Em ambos os casos, no entanto, não houve quórum necessário para a votação.

Na última tentativa, foram os partidos aliados a Tarcísio que mais votos favoráveis deram à proposta, com destaque para o PL e o Republicanos. O PT, apesar de assinar o projeto por meio de sua representante na Mesa Diretora, a deputada Márcia Lia, se colocou em obstrução na sessão de quarta. A nova tentativa de levar o tema à pauta deve se dar na próxima quarta-feira, 16. São necessários 48 votos favoráveis.

Segundo afirmou o governador Rodrigo Garcia nesta sexta, 11, a iniciativa visa possibilitar o aumento do salário de diversas categorias que são limitadas ao valor pago ao governador do Estado. O tucano confirmou a estimativa de impacto em R$ 1,5 bilhão ao ano e justificou a medida afirmando que São Paulo tem base financeira para oferecer essa alta e que já reajustou os subsídios das demais categorias - em 10% para o funcionalismo geral e de 20% para professores e policiais.

"A decisão, no entanto, deve ser compartilhada com o novo governador, já que o impacto se dará a partir do ano que vem", disse Garcia. A assessoria de Tarcísio de Freitas afirmou que a aprovação do projeto é uma "decisão que cabe aos deputados da Alesp. Tarcísio, como governador, acata o que for definido", informou.

Seguindo a linha das eleições para presidente e governador, a disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também foi marcada pela polarização nacional entre apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual, Jair Bolsonaro (PL). O partido do presidente foi o maior vencedor quando as urnas foram abertas no domingo, 2, com 19 parlamentares eleitos. O PT, no entanto, com 18 vencedores, encostou e disputará o domínio da Casa a partir de 2023 com mais força - em 2018, a sigla elegeu apenas dez. Do total de 84 eleitos, 25 são mulheres, número recorde.

Os números altos obtidos por ambos os partidos não indicam necessariamente renovação. Dos 19 eleitos do PL, por exemplo, 14 já ocupam uma vaga na Alesp. Parte deles se elegeu em 2018 pelo PSL, então partido de Bolsonaro, e outros fizeram a mesma migração do presidente neste ano. São nomes como Major Mecca, Gil Diniz, Tenente Coimbra, Agente Federal Danilo Balas e Capitão Conte Lopes.

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Entre os bolsonaristas mais votados estão Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal Carla Zambelli (PL), que teve 235 mil votos; e Major Mecca, com 224 mil. Candidatos que surfaram na popularidade do presidente, como Valéria Bolsonaro (PL) e Delegada Graciela (PL), também entraram.

Já entre os deputados associados à esquerda, destaque para Eduardo Suplicy (PT), o mais votado da Casa, com 807 mil votos; Carlos Giannazi (PSOL), com 276 mil; e Paula da Bancada Feminista (PSOL), com 259 mil. Deputados petistas que somam diversos mandatos conseguiram se reeleger, como Emídio de Souza, Professa Bebel, Enio Tatto, Luiz Fernando e Barba.

Assim como em 2018, a terceira maior bancada da Casa é do PSDB, que elegeu nove deputados estaduais - um a mais que na última eleição. A quarta posição é do União Brasil e do Republicanos, ambos com 8 representantes. A eleição paulista para a Alesp contou com mais de 21 milhões de votos. O partido que mais recebeu votos em relação ao todo foi o PL, com 17,40% dos válidos, seguido pelo PT, com 15,12%, e pelo PSDB, com 8,71%.

Renovação

Para os próximos anos, a Alesp verá uma diminuição no número de partidos na Casa: a representação partidária cairá de 24 siglas, em 2018, para 18, a partir do ano que vem. Por outro lado, 45% dos eleitos são novatos, ao menos na Casa. O parlamentar que obteve mais votos é o ex-senador e atual vereador pela capital Eduardo Suplicy (PT), que alcançou 807 mil votos, mas é bastante conhecido da população..

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) recebeu 8 representações contra o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) até a manhã desta quinta-feira (15). O parlamentar atacou a jornalista Vera Magalhães nos bastidores do debate da TV Cultura, na última terça-feira (13). Na abordagem, ele a hostilizou, repetindo acusações feitas anteriormente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e repetiu alegações falsas sobre o salário de Vera na emissora.

O Conselho de Ética informou que deve notificar o deputado nesta quinta. A partir do recebimento do e-mail, o parlamentar terá o prazo de 5 sessões legislativas para apresentar sua defesa prévia sobre o episódio.

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Até o momento, estes são os autores das representações contra o deputado:

- Emidio de Souza e Paulo Fiorilo (PT)

- Marcia Lia (PT) e Leci Brandão (PCdoB)

- Isa Penna (PCdoB)

- Patrícia Bezerra (PSDB)

- Mônica Seixas (PSOL)

- Luiz Fernando (PT)

- Vinicius Camarinha (PSDB)

- Carla Morando (PSDB)

A tendência é que as representações sejam apensadas (reunidas) para que a tramitação aconteça de forma unificada, como ocorreu no caso do ex-deputado Arthur do Val, cassado em maio. O Conselho de Ética se reúne para avaliar a admissibilidade do processo após o deputado apresentar sua defesa prévia. As punições possíveis vão de advertência até cassação. Apenas as duas sanções mais graves, suspensão do mandato e cassação, precisam ser votadas em plenário.

Veja qual é o rito para a cassação de um parlamentar da Alesp:

- O deputado estadual tem cinco sessões legislativas para apresentar sua defesa prévia;

- Uma vez apresentada a defesa prévia, será marcada uma reunião para que o Conselho de Ética avalie a admissibilidade do processo; se admitido, a presidente do Conselho, Maria Lúcia Amary (PSDB) deve nomear um relator para o caso;

- O relator apresenta seu parecer com uma das quatro penalidades possíveis: advertência, censura verbal ou escrita, suspensão do mandato ou cassação;

- Os dez deputados do Conselho de Ética votam o parecer; em caso de empate, a presidente dá o voto de desempate;

- Se for aprovada a perda temporária ou a cassação, o parecer vai a plenário para ser votado pelos demais deputados; para aprovar as punições mais graves, é necessário que se forme maioria simples, ou seja, de 48 parlamentares.

Douglas também é alvo de uma representação da candidatura coletiva Bancada Feminista do PSOL, mas como a peça não é de autoria de deputados, não é encaminhada para o Conselho de Ética. Em vez disso, segue para apreciação da Mesa Diretora da Alesp. Procurado pelo Estadão, o parlamentar ainda não se manifestou.

A desembargadora Cristina Zucchi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, acolheu pedido da Procuradoria-geral de Justiça de São Paulo e autorizou a abertura de um procedimento de investigação criminal contra o deputado estadual Murilo Berbet Avigo Felix após uma denúncia de supostos 'aluguéis fantasmas'. A apuração se debruça sobre três imóveis locados no interior paulista, dois em Limeira e um em Torrinha - cidades a cerca de 400 e 280 km da capital paulista, respectivamente - que seriam usados como gabinete político pelo parlamentar.

A magistrada considerou que os elementos apresentados pelo Ministério Público paulista, após diligências preliminares, 'permitem a verificação de verossimilhança' de denúncia anônima encaminhada à Promotoria de Justiça de Limeira. Em despacho dado na segunda-feira passada, 6, a desembargadora disse aguardar as 'providências' tomadas pela Procuradoria e eventual pedido de prosseguimento do procedimento.

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Antes de o procedimento ser aberto, o deputado negou, à Procuradoria-Geral de Justiça, 'qualquer irregularidade nas práticas de seu ofício', afirmando que 'locou imóveis para constituição de seu gabinete de trabalho'.

O pedido de abertura da apuração foi encaminhado pelo procurador Mario Antonio De Campos Tebet à Justiça no início de maio, visando a 'realização de diligências para a completa elucidação dos fatos'. A Procuradoria-Geral de Justiça considerou que os esclarecimentos do deputado estadual, prestados após diligências preliminares do órgão, não eram suficientes para evitar a necessidade de prosseguimento das investigações.

No documento, a Procuradoria narra que recebeu uma denúncia anônima de que o deputado estaria 'se beneficiando de aluguéis' de um imóvel na cidade, uma casa que teria sido alugada pela Assembleia Legislativa de São Paulo para servir como gabinete estendido do Deputado'. Além disso, a denúncia anônima citou outro imóvel alugado em favor do parlamentar, que também serviria aos fins a que pretendidos'.

A denúncia ainda atribuía ao parlamentar supostos desvios envolvendo assessores parlamentares, mas a Procuradoria-Geral de Justiça considerou que não foram apresentados elementos suficientes que permitissem a instauração de investigação sobre tais alegações, "Não havia nenhum indício ou fato objetivo que o justificasse, além da mera alegação do anônimo representante. Falta-lhe, portanto, a plausibilidade e verossimilhança necessárias, ao menos para a instauração de investigação de natureza criminal", ponderou a PGJ sobre o tema.

Já a alegação de desvio de verbas por meio de aluguel de imóveis chamou atenção da Procuradoria-Geral de Justiça, que indicou que, somente em dezembro de 2021, na prestação de contas do gabinete de Félix constou o pagamento de R$ 22,1 mil referente a contratos de locação de bens imóveis.

Em um primeiro momento, o procurador confirmou o aluguel da casa citada na denúncia anônima, por R$ 7.241,66 ao mês. Além disso, a PGJ afirmou não ter encontrado, nem no perfil de Facebook nem no site do deputado, 'qualquer referência a endereço de escritório ou gabinete na cidade de Limeira'. O órgão ainda apura possibilidade de sobrepreço - aluguel acima do valor de mercado.

Foi então que a Procuradoria realizou uma diligência preliminar no imóvel citado na denúncia anônima, visitando a casa e indicando que não foi observado nenhum indício de existência de escritório político no local e que o imóvel está registrado em nome de terceiros. Em seguida, a Procuradoria instou o deputado Murilo Berbet Avigo Felix a se manifestar sobre o caso.

O parlamentar alegou ao MP que 'não promoveu qualquer irregularidade nas práticas de seu ofício', que 'locou imóveis para constituição de seu gabinete de trabalho' e que todos eles 'foram efetivamente utilizados para essa finalidade'. O deputado também argumentou que os 'os contratos não representaram qualquer descompasso mercadológico'. À Procuradoria-Geral de Justiça, o deputado apresentou contratos de locação dos imóveis, laudos de vistoria e fotos dos locais.

"É inaceitável e insustentável a elocubração de emprego de um 'imóvel fantasma' por parte do peticionário, que sempre pautou todas suas ações, seja na esfera pública ou privada, pelo princípio da moralidade", registrou petição encaminhada pela defesa ao Ministério Público.

Com relação a um dos imóveis citados na denúncia anônima, o deputado questionou o endereço, informando que a casa por ele locada era outra. O parlamentar argumentou o aluguel do imóvel foi acertado em R$ 7,9 mil e que foi fechado um acordo com o dono da propriedade para que Felix gerenciasse 'breve obra de adaptação do imóvel' e, em troca os valores fossem 'absorvidos' no aluguel.

No entanto, a PGJ apontou que não consta no contrato a obrigação de realização pelo locador das obras necessárias e que o laudo de vistoria de entrada do imóvel registrou que o imóvel estava em bom estado.

Assim a avaliação foi a de que 'foi alugado um galpão em estado de conservação questionável, com necessidade de reforma (ao final custeada pelo Poder Público, já que o seu preço foi incluído no valor do aluguel), para uso e ocupação por apenas 7 meses, no auge da quarentena em razão da Covid-19', sendo que 'ao menos por ora, não se pode afirmar demonstrado "o corriqueiro desenvolvimento das atividades parlamentares"' no local.

Evidentemente, não se está aqui, ainda, a fazer afirmação peremptória sobre a correção dos valores, em especial considerando que não há nos autos, sequer, o tamanho ou a área do imóvel alugado. Mas tão somente mostrar a necessidade do prosseguimento das investigações.

A Procuradoria ainda viu indicativo de 'possível desvio e ilegalidade na locação' ao observar que foi alugado pelo mesmo parlamentar outro imóvel para a projeção de gabinete na mesma cidade. A casa foi alugada para funcionar como gabinete estendido por R$ 6,4 mil, montante que, segundo alegado pelo deputado, 'não encontra qualquer descompasso com "um valor de aluguel mensal no centro de Limeira"'.

Há ainda um terceiro imóvel sob apuração do Ministério Público de São Paulo, localizado em Torrinha. Segundo as informações prestadas por Felix, a casa foi alugada por R$ 7,8 mil, entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. O parlamentar justificou o valor do aluguel na existência, no local, de equipamentos de mídia, cuja locação teria sido computada no contrato'. No entanto, para a Procuradoria, apesar de laudo de vistoria fazer menção à 'aparelhagem completa para filmagem e edição de vídeo', não há comprovação da propriedade de tais bens.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO DEPUTADO

As acusações anônimas disparadas contra o Deputado Murilo Felix são completamente emancipadas da realidade, representando mera manobra política em seu desfavor. Por meio de sua defesa técnica, o parlamentar prestou os esclarecimentos solicitados pela investigação, anexando ainda a documentação comprobatória pertinente.

Conforme também foi informado para a autoridade investigativa, o Deputado Murilo Felix permanece à disposição do Ministério Público para prestar qualquer tipo de informação adicional que eventualmente se requeira, confiante e tranquilo acerca de sua inocência.

Antes do pedido de procedimento investigatório ser elaborado pelo MP-SP, Felix sustentou à Procuradoria-Geral de Justiça que 'não existe qualquer lastro fatual' nas alegações da denúncia anônima apresentada contra ele, ressaltando que 'todos os imóveis locados para funcionarem como gabinetes do peticionário foram efetivamente utilizados para essa finalidade'. "Em mesma medida, os contratos não representaram qualquer descompasso mercadológico, inexistindo qualquer fato relevante para o prosseguimento das investigações", argumentou a defesa do deputado.

As deputadas Monica Seixas e Erica Malunguinho, ambas do PSOL, estão acionando o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo contra os parlamentares Welligton Moura, Gilmaci Santos e Douglas Garcia (Republicanos) por episódios de alegadas violência política de gênero, transfobia e injúria racial.

As representações assinadas por Mônica Seixas, contra Moura (violência política e injúria racial) e Santos (violência e machismo) já foram protocoladas na Alesp, sendo que a parlamentar prepara representação a ser apresentada no Ministério Público Eleitoral contra o primeiro. Já Malunguinho está elaborando a representação contra Garcia (violência política de gênero e transfobia), documento que deve ser apresentado à casa legislativa ainda nesta semana.

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Mônica Seixas chegou a lavrar boletim de ocorrência contra Gilmaci e Garcia por injúria e calúnia. Segundo a parlamentar, Gilmaci disse que ela era 'louca' e Garcia alegou ter sido agredido por ela. Depois, o registro foi complementado pela defesa de Malunginho, relatando o episódio envolvendo as declarações de Garcia na Alesp. A deputada também indicou que, nas redes, Garcia disse que ela 'deu um tapa em seu braço', mas sustenta que 'nada disse e apenas encostou para chamá-lo'.

Os casos que motivaram as iniciativas das deputadas ocorreram nas últimas terça e quarta-feira, 17 e 18. O primeiro ocorreu durante sessão da Alesp que culminou na cassação do deputado Arthur do Val em razão da declaração machista de que mulheres ucranianas 'são fáceis porque são pobres'.

Na ocasião, o deputado Douglas Garcia subiu à tribuna para alegar que a deputada Erica Malunguinho, uma mulher trans, seria 'agressiva' 'quando defende que um homem que se sente mulher'.

Mônica Seixas reagiu a fala de Garcia, ressaltando que transfobia é crime. Em seguida, o deputado Gilmaci Santos chamou a deputada de 'louca', com o dedo em riste, chegando a 'tocar em seu nariz', segundo narra o boletim de ocorrência.

No dia seguinte, durante a votação de perda do mandato do deputado Frederico D'Ávila - que xingou o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida de 'vagabundos', 'safados', 'pedófilos' e 'canalhas' - Welligton Moura afirmou que iria 'colocar um cabresto' na boca de Mônica Seixas.

A declaração se deu após a parlamentar discursar sobre saúde pública, depois de a votação sobre o caso de D'Ávila ser adiada. O presidente da Alesp, Carlão Pignatari, interrompeu a deputada, afirmando que Mônica estava falando de um assunto diverso ao tema da sessão. Foi então Moura que falou sobre o cabresto.

A deputada chegou a reagir, falando que o colega não iria 'calar sua boca'. Em seguida, ouviu de Moura: "Vou sim".

COM A PALAVRA, O DEPUTADO GILMACI SANTOS

Até a publicação deste texto, a reportagem tentou contato, por e-mail, com o gabinete do deputado, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO WELLIGTON MOURA

Até a publicação deste texto, a reportagem tentou contato, por e-mail, com o gabinete do deputado, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO DOUGLAS GARCIA

Não houve transfobia nas falas do Deputado Douglas Garcia, que foi agredido com um tapa pela Deputada Erica Malunguinho, que está sendo representada no Conselho de Ética por esse motivo.

A fala do Deputado Douglas Garcia é a defesa do direito das mulheres e a exposição da contradição de quem diz defender as mulheres e, ao mesmo tempo, acha justo transexuais lutarem boxe ou MMA contra mulheres. Além disso, o Deputado Douglas Garcia já foi absolvido criminal e civilmente por se manifestar contrariamente ao uso de banheiros femininos por transexuais.

Foi publicado no Diário Oficial de São Paulo deste sábado (21), a perda do mandato do deputado Arthur do Val (União Brasil). Ele foi cassado na última terça-feira (17) em decisão unânime tomada pelo plenário da Assembleia Legislativa do estado. Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, fica inelegível pelo período de oito anos. 

 Em abril deste ano, Arthur do Val renunciou ao cargo após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da assembleia ter aprovado o relatório que pedia sua cassação. Apesar da renúncia, ele ainda teve que enfrentar o processo que o tornou inelegível. Pelas regras do legislativo paulista, a renúncia ao mandato não interrompe o processo de cassação. 

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Entenda o caso

O então deputado Arthur do Val foi à fronteira entre a Eslováquia e a Ucrânia, país em situação de guerra, para, segundo ele, ajudar os ucranianos contra a Rússia. Ele enviou áudios a amigos, divulgados posteriormente pela imprensa, em que elogiava a beleza das refugiadas ucranianas e dizia que as mulheres de lá são “fáceis” por serem pobres. 

“Assim que essa guerra passar, eu vou voltar pra cá. Detalhe: elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas, e é inacreditável a facilidade”, disse Arthur do Val em um trecho do áudio enviado em um grupo privado no WhatsApp. 

Após os áudios terem ganhado enorme repercussão nas redes sociais e na imprensa, o Conselho de Ética começou a receber dezenas de representações de parlamentares pedindo a cassação do mandato do deputado. 

 Defesa

Ontem (20), antes da votação e das manifestações dos parlamentares na Assembleia Legislativa, o advogado Paulo Henrique Franco Bueno subiu ao plenário para a defesa do cliente. O advogado reclamou que as formalidades legais não foram cumpridas durante o processo de cassação. O advogado disse ainda que os atos de Arthur do Val foram praticados fora do país e criticou o fato de ele estar sendo julgado mesmo já tendo renunciado ao cargo.

O ex-deputado federal Arthur do Val, o Mamãe Falei, teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por unanimidade, com 73 votos favoráveis e nenhum contrário ou abstenção. Com isso, ele se torna inelegível por oito anos.

Arthur renunciou ao mandato em abril, e a atitude foi vista pelos seus opositores como manobra para evitar a continuidade do processo, que continuou ainda assim. Ele passou a enfrentar o pedido de cassação após o vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas. 

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Antes de abrir mão do cargo ele chegou a admitir a possibilidade de ser cassado, mas garantiu que iria “cair atirando”. 

O primeiro e, até então, único caso de cassação analisado pelo Conselho de Ética da Alesp ocorreu em 1999, com o então deputado Hanna Garib, que teve o mandato extinto após ser acusado de envolvimento em esquemas de corrupção na administração da cidade de São Paulo.

 

Falas machistas

Em viagem à fronteira da Ucrânia em março deste ano, para, de acordo com o ex-deputado, prestar apoio aos refugiados que estavam saindo do País por conta dos ataques da Rússia, Mamãe Falei disse, em um áudio enviado num grupo, que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”. 

Na ocasião, ele reconheceu as frases como “repulsivas” e “grotescas”. Ele chegou a pedir judicialmente ao Conselho de Ética que fosse realizada uma perícia nos áudios vazados para identificar se houve alteração, mas a solicitação foi negada. Além do próprio parlamentar, a sua ex-namorada, Giulia Blagitz, também prestou depoimento ao Conselho e confirmou que os áudios eram de Arthur.

O bolsonarista e ex-jogador de vôlei Maurício Souza vai receber a maior honraria oferecida para personalidades que contribuíram para o desenvolvimento social, cultural e econômico do Estado de São Paulo. A honraria vai ser entregue na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O jogador causou desavenças depois de fazer comentários homofóbicos nas redes sociais. A Honra ao Mérito Legislativo será entregue ao jogador no dia 9 de maio deste ano.

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Segundo o Metrópoles, a deputada estadual Letícia Aguiar (Progressista) será a responsável pela entrega. Para ela, Souza foi corajoso ao se posicionar "contra ideologia de gênero e sexualização das crianças". O ex-jogador de vôlei deve concorrer ao cargo de deputado estadual por São Paulo. 

 

A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) entrou, nessa segunda-feira (25), com uma representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação do deputado Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar. Olim afirmou que a colega, vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada, numa referência à projeção que teria conquistado após o caso.

Além da perda de mandato, Isa Penna também requer o afastamento preventivo de Olim da posição que exerce no Conselho de Ética. Ela protocolou ainda uma notícia-crime no Ministério Público de São Paulo em que pede instauração de procedimento de investigação criminal contra o deputado.

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Olim foi o relator do processo de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho da Alesp e responsável pelo parecer que pede a cassação do ex-deputado pelos áudios com falas sexistas sobre mulheres ucranianas. Na declaração contestada por Penna, ele se referia a um episódio de dezembro de 2020, em que câmeras da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios de Isa Penna. Punido internamente na Casa, Cury foi suspenso de suas atividades por 180 dias.

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse Olim, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA na última quarta-feira, 20. Um dia após a declaração, o deputado ainda afirmou à TV Globo que Isa Penna tem o direito de se incomodar com sua fala e acrescentou que a indignação daria a ela "mais cinco minutos de fama".

"O jeito que eu coloquei, que eu errei, de expressar. Então ela está no direito dela e tudo bem, mais cinco minutos de fama, sem problema nenhum", afirmou.

Na ocasião, Olim também publicou nota em que disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

Caso Cury

Durante a entrevista ao podcast, Olim também minimizou a atitude de Cury, a quem chamou de "um cara do bem", e disse que o colega estava bêbado no dia em que assediou Isa Penna.

Com base na declaração, a deputada também solicitou que o Conselho de Ética apure "eventual suspensão ou impedimento" de Olim no processo que culminou na punição de Fernando Cury.

Na ocasião, o primeiro voto de Olim no colegiado foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses de afastamento, que a definida posteriormente em plenário.

"Tal conduta é necessária para que haja a garantia da regularidade dos processos éticos-disciplinares com julgadores imparciais, o que parece, não foi o caso de julgamento pregresso e que concluiu com penalidade mais branda a Fernando Cury", escreveu a defesa de Isa Penna.

"Delegado Olim é um deputado que, depois do assédio, já tentou me intimidar e falou de forma irônica sobre o caso com outros parlamentares. Só que, desta vez, ele fez isso em público", alegou, em nota, a deputada.

Em entrevista ao Estadão um dia após as declarações de Olim, a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), criticou a postura do deputado. "A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou. Ela lembrou ainda que, em caso de processo contra o parlamentar, ele não deverá votar enquanto membro do Conselho.

Procurada, a assessoria de imprensa de Olim não retornou até a publicação desta reportagem.

O deputado estadual Delegado Olim (PP), relator do processo de cassação de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), disse que a deputada Isa Penna (PCdoB), vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada e que o caso vai contribuir com a reeleição da parlamentar. Questionado pela fala, o parlamentar alegou que se "expressou mal", mas que os dois casos de importunação sexual "não podem ser comparados".

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA nesta quarta-feira (20).

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Em 21 de dezembro de 2020, as câmeras do circuito interno da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios da colega. Punido internamente na Casa, ele foi suspenso de suas atividades por 180 dias. Na ocasião, o primeiro voto de Olim no Conselho de Ética foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses.

Perguntado sobre a diferença entre as penas de Cury, que sofreu apenas o afastamento, e de Arthur, que pode ser cassado, Olim argumentou que o integrante do MBL já tinha advertências anteriores na Casa. Ele também minimizou a atitude de Cury no Plenário.

"Ele (Cury) bebeu. Ele é um cara do bem, todo mundo adora. O que fez ali nunca vai esquecer". "Não dá para falar que são coisas meio parecidas", afirmou.

No Twitter, Isa Penna disse que irá pedir o afastamento de Olim de seu cargo no Conselho de Ética e que avalia entrar com uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar. "É inaceitável o que você disse ao meu respeito no podcast Inteligência Ltda, e eu irei até as últimas consequências", escreveu

Em nota, Olim disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

"A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou ao Estadão a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary. Se houver representação contra Olim, o rito da Casa pede que a solicitação seja objeto de um parecer, que não pode ser votado pelo deputado enquanto membro do Conselho.

Ao votar favorável à cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), mais conhecido como Mamãe Falei, em processo por quebra de decoro parlamentar por áudios vazados sendo machista e misógino com mulheres ucranianas, a deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL) pontuou que o caso relata uma violência simbólica contra as mulheres. 

“Isso é uma construção histórica baseada numa lógica de poder, no qual as mulheres são sempre o lado mais frágil da corda. Isso, o que parece muito bobo, papo de homem, demonstra o exercício de poder e é necessário que a gente estanque e corte o mal pela raiz”, afirmou a deputada. 

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Malunguinho destacou a relativização do processo por parte da população e pela defesa de Arthur do Val. “O meu posicionamento não é nenhum tipo de afeto ou desafeto, porque eu nunca nutri nenhum tipo de sentimento pelo deputado Arthur do Val. Diante disso, quero afirmar que essa violência que aconteceu a partir da fala de Arthur do Val, por mais que muita gente tente relativizar o processo dizendo que ele teve um ato falho e que não era passível de cassação, é como se a gente estivesse fingindo e colocando para debaixo do tapete algo muito maior”. 

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Com relação ao conteúdo do áudio vazado, tendo uma das partes que o deputado afirma que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”, Erica ressalta a violência estrutural. “Não estou falando apenas dessa fala pontual, estou falando de uma história de violência, estrutura e lógica de poder do homem. Isso, uma ‘fala banal’ é o que gera estupro e feminicídio, ou vocês acham que a pessoa acorda e fala ‘vou matar a minha mulher hoje’?”, questionou.

A deputada comentou da vez que sofreu LGBTQIA+fobia na Alesp, assim que tomou posse, e ressaltou que a “política brasileira não pode mais ser palco para violência”. “Lembro da vez que [o deputado] Douglas Garcia, assim que entrei nesta Casa, falou no microfone que tiraria uma mulher trans e travesti às tapas do banheiro e chamaria a polícia. Eu não estou falando isso para te lembrar [direcionada ao deputado] que não vou esquecer, mas para dizer que não estou aqui por palanque político. Tenho vergonha e fico triste com o que está acontecendo. Todas as pessoas não devem superar a razão de que há um problema histórico estrutural dentro desta instituição e que precisa ser tratado com o rigor cabível a este lugar. A política brasileira não pode mais ser palco para a violência”. 

Em votação nesta terça-feira (12), o então deputado federal Arthur do Val (União Brasil), mais conhecido como Mamãe Falei, teve a aprovação da cassação do seu mandato por unanimidade pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo. Agora, o processo por quebra de decoro parlamentar segue para ser votado em plenário e perde o mandato definitivamente se a maioria dos 94 parlamentares votarem a favor do projeto. 

Todos os nove membros do Conselho acataram o parecer do relator Delegado Olim (PP), contra Arthur do Val após o vazamento de áudios machistas e misóginos sobre as refugiadas ucranianas, que ele dizia que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. 

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“Eu errei, ponto final”, disse do Val ao se defender. “Quero pedir desculpas aqui, principalmente às mulheres ucranianas que estão aqui e às pessoas que verdadeiramente se ofenderam com os meus áudios. Eu apareço o tempo todo quando acerto, quando erro vou vir aqui assumir o meu erro, falar, ouvir e merecer algumas palavras que foram ditas aqui”, disse. 

Em seguida, Mamãe Falei apontou que o processo de cassação não era pelo conteúdo do áudio vazado, “é porque sou eu”. “Eu não tenho dúvidas de que vai ser 10 a zero. A gente viu o pessoal correndo com uma urgência que está fora do regimento, que foi atropelado. Isso está acontecendo porque todos aqui me odeiam, e falo isso sempre. Além de toda a minha conduta, que já irrita todo mundo, agora, eu ser o responsável por não conseguirem aumentar R$ 4 mil por mês para alugar carro, sei que isso incomodou muita gente”. 

Ele também apontou vários parlamentares e falou sobre o PT. “Esse processo é pelas minhas virtudes, que eu não sou como o PT, que tem que ser escravo do Lula. Vocês são escravos dessas pessoas; eu também bato de frente com o governo, a verdade é que eu não tenho ninguém aqui pra por um guarda chuva quando eu erro, e eu errei”. 

“Isso claramente não é um processo sobre machismo. Vamos ver o relator Olin, no caso do Fernando Cury, deputado que assediou a Isa Pena de verdade, não mandou um áudio, ele fez. Se fosse ele, eu duvido que seria cassado. Ao falar do relatório do deputado Cury, disse: ‘eu acho que estamos com uma pressa muito rápida, acho que temos que olhar com muita calma, não estou entendendo porque essa pressa. Qualquer coisa prorroga o prazo, ninguém vai deixar de cumprir o que tem que ser feito. Correria, coisa muito na rapidez, não funciona’”, alegou Arthur do Val, ao apontar antigas falas de deputados. 

Ele falou, ainda, sobre a pretensão em disputar ao governo de São Paulo antes de todo o burburinho do áudio vazado e da cassação. “Esse ano eu ia disputar o governo de São Paulo, a minha chance de ganhar era muito alta? Acho que não. O que seria o Arthur do Val nesse mesmo período do ano que vem? A minha força, meu propósito, a minha motivação e a replicação do meu trabalho não vem da atividade legislativa. Isso aqui é só um sintoma de uma causa maior que está aí fora, olha quantas pessoas me apoiam e vocês são testemunhas disso”. 

 

Está marcada para esta terça-feira (12), no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a votação do relatório que pede a cassação do deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei (União Brasil), em razão de mensagens em áudio, gravadas pelo parlamentar, com declarações sexistas sobre mulheres ucranianas. O texto, feito pelo deputado estadual Delegado Olim (PP-SP), será lido em sessão marcada para às 14h.

Nos áudios atribuídos ao deputado há declarações de que as mulheres ucranianas são fáceis de pegar por serem pobres. “Elas olham e vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres, e aqui a minha carta do Instagram cheia de inscritos funciona demais. É inacreditável a facilidade. Essas minas em São Paulo, você dá bom dia e elas vão cuspir na tua cara, e aqui elas são super simpáticas, super gente boa”, diz parte do áudio.

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Ainda de acordo com Arthur, à época, pré-candidato ao governo paulista, a fila de refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas que “a melhor balada do Brasil na melhor época”. Mamãe Falei é alvo de 21 representações por causa de seus comentários, datados em março deste ano.

Para que Arthur do Val perca o mandato é necessário que a maioria simples do Conselho concorde com o parecer antes da sessão plenária decidir. Além de contar com o relator, a cúpula é formada por outros oito membros efetivos. Caso haja decisão do colegiado pela perda de mandato, temporária ou permanente, a Mesa Diretora da Casa deverá aprovar a resolução.

Em seguida, o caso segue para o plenário da Alesp, onde será necessário o voto da maioria dos deputados para que Arthur do Val perca o cargo. A Assembleia Legislativa de São Paulo conta com 94 deputados.

A ex-namorada de Arthur do Val, Giulia Passos Blagitz, prestou depoimento na última semana ao Conselho de Ética, como testemunha de defesa do deputado. Eles terminaram o relacionamento logo após a polêmica. Passos condenou a atitude do ex-companheiro e a descreveu como “falta de respeito”. Outros assuntos foram abordados com a testemunha, mas não foram divulgados.

 

O deputado estadual Arthur do Val (sem partido) apresentou, nessa sexta-feira (25), a sua defesa de mérito contra as 21 representações aceitas pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que pedem sua cassação. Acusado de quebra de decoro parlamentar por áudios de cunho sexista enviados sobre mulheres ucranianas, o parlamentar alega que a censura, mais branda, seria "suficiente para cumprir a função jurídica da pena".

Segundo o Código de Ética da Alesp, a censura é uma advertência mais grave, verbal ou escrita, aplicada pelos presidentes da Casa e do Conselho.

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A defesa assinada pelo advogado Paulo Bueno entende que Arthur não violou os preceitos que levariam a uma cassação. Ele afirma que o parlamentar não abusou das prerrogativas constitucionais, não houve vantagem indevida e prática de irregularidades.

Também disse que as mensagens são "repulsivas e repugnantes", mas não seriam graves a ponto de levar à perda de mandato.

O advogado ainda retomou o caso do deputado Fernando Cury, flagrado apalpando os seios da deputada Isa Penna (PSOL) no plenário da Alesp em dezembro de 2020, que recebeu pena de suspensão de mandato por seis meses.

Além de questionar o mérito, Paulo Bueno também retomou a defesa anterior em que cita o Código Penal. Afirmou que os tribunais brasileiros não teriam competência para analisar o caso dada a "presunção de privacidade", ao ter áudios privados divulgados sem consentimento, e ao fato do suposto ilícito ter sido praticado fora do Brasil. Para isso, equiparou a fala do parlamentar a um "crime de opinião".

Dez testemunhas foram apresentadas como "prova oral" a serem ouvidas pelo Conselho de Ética, entre elas a ex-namorada de Arthur, Giulia Passos Blagitz, que terminou a relação após a divulgação dos áudios.

Com a defesa protocolada, a deputada Maria Amary (PSDB), presidente do Conselho, deve nomear o deputado Delegado Olim (PP) como relator do processo. Ele terá 15 dias para apresentar um relatório, a ser votado no Conselho. Se aprovado, leva a questão a plenário. Clique aqui para entender o andamento do processo.

Para aprovar a cassação, é necessário o apoio de 48 deputados, além de relatório favorável do Conselho. Conforme o Estadão mostrou, ao menos 40 parlamentares já pediram a cassação de Arthur do Val por meio de representações.

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