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O setor de serviços depende do avanço da imunização da população contra a covid-19 para engatar uma recuperação mais consistente, apontou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na passagem de fevereiro para março, o volume de serviços prestados no País recuou 4,0%, após ter avançado 4,6% no mês anterior.

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"Dadas as medidas restritivas, dado o aumento de casos de covid e número de óbitos, ainda há algum tipo de impedimento de funcionamento das empresas de caráter presencial. Isso dificulta uma recuperação mais acelerada do setor de serviços nesse momento", justificou Lobo.

O pesquisador do IBGE lembra que o mês de março teve uma série de decretos com medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus, o que abalou o desempenho de segmentos de serviços de caráter presencial, como restaurantes, hotéis, transporte aéreo e transporte rodoviário coletivo.

"Todos esses serviços de caráter presencial trazem as perdas mais intensas desde abril de 2020", pontuou.

O destaque de março ante fevereiro foi o tombo de 27,0% nos serviços prestados às famílias, mas também houve perdas nos transportes (-1,9%) e nos serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,4%). Os avanços ocorreram nos setores de informação e comunicação (1,9%) e de outros serviços (3,7%).

"Um bom termômetro de como anda a parte de serviços presencial é olhar um pouco as atividades turísticas, que em março mostraram queda bastante acentuada", observou Lobo.

O agregado especial de atividades turísticas recuou 22,0% em março ante fevereiro, precisando crescer 78,7% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado, no pré-pandemia.

Na média global, o setor de serviços chegou a março 2,8% aquém do pré-pandemia, depois da melhora registrada em fevereiro. Lobo ponderou que a adaptação de empresas à crise sanitária limitou a magnitude das perdas recentes e que as restrições de março de 2021 foram mais suaves que as de março de 2020.

No entanto, a retomada mais consistente dos serviços "só vai acontecer quando tiver ao menos um porcentual maior de pessoas vacinadas", defendeu Lobo, lembrando que o avanço da imunização da população brasileira reduzirá a necessidade de medidas restritivas. "(A vacinação servirá) Para que os próprios consumidores desses serviços possam se sentir mais confiantes e usufruir novamente desse tipo de serviço", completou.

A diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Meiruze Freitas minimizou nesta sexta-feira (7), em Brasília, o conflito entre a agência e governadores de estados que já adquiriram mais de 66 milhões de doses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. No dia 26 de abril,  a Anvisa negou a autorização para a importação e o uso emergencial do imunizante russo.

"A Anvisa está sempre aberta ao diálogo. Ainda há processos em discussão, inclusive, com os importadores", disse Meiruze em audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, que debateu a aquisição de vacinas pelo Brasil.

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Aos senadores, o relator da matéria sobre a importação da Sputnik V na Anvisa, Alex Campos, lembrou que a agência trabalha com modalidade regulatória excepcional para vacinas com um rito mais acelerado.

Apesar disso, especificamente sobre o imunizante russo, Campos destacou que não foi apresentado relatório técnico da vacina à Anvisa, que notificou todos os importadores, enviando expediente para 62 países que aprovaram o uso emergencial da Sputnik para saber os motivos das aprovações. A garantia da eficácia, segurança e qualidade, indispensáveis ao processo, também não foi  apresentada à agência.

Governadores

Durante a audiência, o representante do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias, atribuiu o não cumprimento do plano estratégico de vacinação, elaborado pelos estados em 2020, a não aprovação do imunizante pela agência. O plano previa que, em 30 de abril deste ano, pelo menos 25% da população brasileira estariam vacinados.

"Estou aqui tratando, em nome das 27 unidades da Federação. Nós trabalhamos um plano estratégico, e o fato é que o plano furou. E quando um plano fura, ele tem efeitos. No caso do Brasil, uma tragédia”, disse.

Novo pedido

Também convidado para a discussão, o representante da União Química, Fernando Marques, responsável pelo imunizante russo no país  e por enviar os dados de eficácia e segurança da vacina para a Anvisa, disse que a farmacêutica vai apresentar um novo pedido para uso emergencial de mais 10 milhões de doses da Sputnik V.

"Já que não perdemos esses 10 milhões [de doses] que não pudemos importar no primeiro trimestre, conseguimos 10 milhões com o governo russo embarcando de lá. Ao mesmo tempo, o nosso processo industrial está caminhando. Os nossos técnicos estiveram em Moscou, os técnicos russos estiveram aqui, tivemos reuniões no Ministério da Saúde com os executivos russos, lá com o Programa Nacional de Imunização (PIN), eles esclareceram, fizeram as exposições, e nós demos seguimento ao nosso processo industrial, com vistas a cumprir o nosso contrato com o fundo soberano russo de produção da vacina para o Brasil e para demais países da América Latina” afirmou.

 

A agência de medicamentos da União Europeia (EMA) iniciou nesta terça-feira (4) o procedimento de "revisão contínua" da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Esse é o quarto imunizante sob análise da EMA neste momento, ao lado das fórmulas da americana Novavax, da alemã CureVac e da vacina russa Sputnik V. Além disso, a agência já autorizou o uso dos imunizantes da Biotech/Pfizer, Moderna, Oxford/AstraZeneca e Janssen.

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Normalmente, toda a documentação referente ao processo de aprovação de um medicamento é entregue à EMA de uma só vez. No entanto, no caso de uma "revisão contínua" ("rolling review", em inglês), a agência analisa os dados conforme eles vão sendo disponibilizados.

Após a EMA considerar que as informações já são suficientes, os fabricantes devem submeter um pedido formal de registro. A Coronavac é a vacina anti-Covid mais utilizada no Brasil devido a uma parceria da Sinovac com o Instituto Butantan, órgão ligado ao governo do estado de São Paulo.

A fórmula se baseia em uma versão inativada do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, e tem eficácia de pouco mais de 50% contra casos sintomáticos da doença e de 100% contra contágios graves.

Os atrasos na entrega de vacinas, especialmente por parte da AstraZeneca, aumentaram a pressão para a UE buscar outros imunizantes no mercado, já que, até o momento, o bloco comprou apenas produtos de laboratórios de países ocidentais.

Além das quatro vacinas já em uso em seus Estados-membros, a União Europeia tem contratos com CureVac e Sanofi/GSK, cujos imunizantes ainda não estão disponíveis.

Da Ansa

O Congresso Nacional fará na segunda-feira (19) sessão remota para votar 11 vetos do presidente da República a propostas aprovadas pelos parlamentares. Vetos relacionados à aquisição de vacinas, internet para estudantes de escolas públicas, auxílio a mulheres provedoras de família monoparental e pacote anticrime estão na lista. A votação dos deputados terá início às 10h e a dos senadores às 16h, ambas de forma remota. Às 19h, os deputados farão uma nova etapa de votação.

Entres os vetos que aguardam votação, dois são relacionados à aquisição de vacinas. Senadores e deputados podem manter ou derrubar o VET 8/2021 que determina o prazo de cinco dias para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder autorização temporária de uso emergencial para importação e distribuição de imunizantes. O prazo estava previsto em projeto de lei de conversão aprovado pelo Congresso que deu origem à Lei 14.121, de 2021. A norma autorizou o Brasil a aderir ao projeto Covax Facility. 

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Também está pronto para análise o VET 9/2021 a trechos do  PL 534/2021, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e que foi transformado na Lei 14.125. A norma autoriza a União e os demais entes a adquirir vacinas contra a Covid-19 e assumir a responsabilidade civil em relação a efeitos adversos pós-vacinação. O governo federal vetou alguns dispositivos do texto original como a autorização para que estados e municípios possam adquirir doses de vacinas em caráter suplementar, com recursos da União no caso de descumprimento do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Pacote Anticrime 

O veto mais antigo na pauta é o VET 56/2019 - Parcial, que derrubou 22 dispositivos do chamado pacote anticrime (PL 6.341/2019, transformado na Lei 13.964, de 2019). Um dos pontos mais polêmicos foi a criação da figura do juiz de garantias, que é um magistrado responsável apenas pela supervisão de uma investigação criminal, não sendo ele quem decidirá sobre o caso.

Além deles, aguardam votação os vetos ao auxílio emergencial à mulher provedora de família monoparental (VET 35/2020) e o veto intregral do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei (PL 3.477/2020) que buscava garantir acesso à internet, com fins educacionais, a alunos e professores da educação básica pública( VET 10/2021).

A agenda de votações inclui, ainda, o VET 1/2021, relacionado à suspensão do pagamento de dívidas de clubes inscritos no Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut).

Vetos

A regra é que os vetos presidenciais com mais de 30 dias de publicação tranquem a pauta de votações do Congresso. Com a análise dos vetos, será aberto caminho para análise do PLN 2/2021, que permite a abertura de créditos extraordinários no Orçamento de 2021 destinados a programas emergenciais para redução de salário e jornada na iniciativa privada e apoio a micro e pequenas empresas. A proposta altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor.

Em 2020, no entanto, isso não aconteceu. O entendimento foi de que a pauta não seria trancada porque as sessões não eram conjuntas. Nas sessões conjuntas, deputados e senadores votam simultaneamente. Já no caso das sessões remotas, as votações são feitas de forma separada, em três etapas:  Primeiro, a Câmara dos Deputados se reúne na parte da manhã, às 10h; o Senado se reúne às 16h e, finalmente, os deputados têm outra reunião às 19h.

O Senado analisa vetos que, pelas regras, começam a ser examinados na Casa, mais aqueles que os deputados decidiram derrubar pela manhã. Por fim, a Câmara examina itens que, inicialmente votados pelos senadores, receberam apoio pela derrubada.

Na sessão virtual do Congresso, quando os deputados decidem pela derrubada de vetos, esses itens são necessariamente votados pelos senadores. Isso porque, para que um veto seja derrubado, é necessário o apoio mínimo de 257 votos na Câmara e de 41 no Senado.

*Da Agência Senado

O Senado pode votar nesta quinta-feira (15) o projeto de decreto legislativo que cancela quatro decretos do presidente da República, Jair Bolsonaro, os quais ampliam o acesso a armas e munições (PDL 55/2021). Também estão na pauta projetos de estímulo ao crédito, proteção às gestantes durante a pandemia, regularização fundiária e patrimonial e atendimento preferencial para doadores de sangue e medula óssea.  

O projeto que suspende os decretos presidenciais seria votado na última semana, mas a votação foi adiada a pedido do relator, senador Marcos do Val (Podemos-ES), que pediu mais tempo para elaborar seu relatório. A entrada em vigor dos decretos estava prevista para esta semana, mas uma liminar concedida pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu vários dispositivos.

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PDL 55/2021 foi apresentado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) e tramita em conjunto com outros 13 projetos semelhantes, apresentados após a edição dos decretos presidenciais, em fevereiro.

Emprego e renda

Outro projeto na pauta é o PL 1.058/2021, que prorroga medidas de estímulo ao crédito e à manutenção do emprego e da renda. O texto, do senador Esperidião Amin (PP-SC), tem como relator o senador Carlos Viana (PSD-MG). O projeto autoriza a prorrogação das medidas até 31 de dezembro de 2021.

Entre as ações prorrogadas estão o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Lei 14.020, de 2020): o pagamento do benefício emergencial;  a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e suspensão temporária do contrato de trabalho. Também fica autorizada, até o final de 2021, a prorrogação do Programa Emergencial de Acesso a Crédito — Peac.

Gestantes

Também podem ser votados o PL 3.932/2020, que torna obrigatório o afastamento de gestantes do trabalho presencial durante o estado de calamidade pública; o  PL 1.855/2020, que inclui os doadores de sangue e medula óssea na lista de pessoas com direito a atendimento preferencial; o PL 4.348/2019, que regulariza ocupações fundiárias em terras da União; e o  PL 458/2021, que cria o Regime Especial de Atualização Patrimonial (Reap).

*Da Agência Senado

O subprocurador Lucas Rocha Furtado enviou nesta segunda, 5, ao Tribunal de Contas da União uma representação para que a corte analise a 'natureza e a composição' das despesas do governo federal com as férias de fim de ano do presidente Jair Bolsonaro, que chegaram a mais de R$ 2,3 milhões.

Furtado quer que o TCU também avalie 'a pertinência e a oportunidade' dos gastos, 'considerando o momento atual, em que o País enfrenta uma das mais críticas crises de sua história, seja sob o aspecto econômico-financeiro, seja sob o aspecto sanitário-social'.

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O valor questionado corresponde aos gastos no recesso do período de 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro e foi informado ao deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que solicitou informações à Secretaria-Geral da Presidência e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

No fim do ano, Bolsonaro viajou para São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e depois retornou para Brasília, onde passou o Natal. Depois, viajou para o Guarujá, para passar o Ano Novo. Nas duas viagens, o custo com a equipe de segurança foi de R$202.538,21.

O GSI informou que os gastos com transporte aéreo de Bolsonaro foram estimados, com base em tabelas do Comando da Aeronáutica, em US$ 185 mil.

Em ofício de resposta ao pedido do deputado, o GSI destacou que as despesas estão dentro do Orçamento Anual previsto para a pasta e para a Aeronáutica. A Secretaria-Geral informou ter gasto R$1.196.158,40 em despesas nas viagens do presidente. Neste valor estão incluídos o custeio com hospedagem de Bolsonaro e sua equipe, alimentação e despesas aeroportuárias, além de combustível de veículos terrestres.

O Santa Cruz foi ao Ceará na noite dessa terça-feira (23) e saiu vitorioso de partida contra o Fortaleza pela Copa do Nordeste pelo placar de 1x0. Após a partida, a primeira na competição após cinco jogos, o treinador João Brigatti falou em entrevista coletiva sobre a mudança de postura da equipe, a atuação do setor defensivo e do goleiro Jordan e ainda sobre o confronto da Copa do Brasil.

Mudança de postura do time

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“Dar os parabéns, enaltecer o empenho e o comportamento da nossa equipe dentro de campo frente a uma equipe muito difícil, que é o Fortaleza, de série A e com vários jogadores qualificados. Tivemos uma postura muito boa, principalmente defensiva, conseguimos criar algumas situações de gol no primeiro tempo em contra ataques. Foi uma equipe muito aplicada, que suou e honrou a camisa do Santa Cruz. É esse o comportamento, acredito que seja a vitória da virada”.

Setor defensivo

“O goleiro Jordan e a nossa defesa se comportaram muito bem. A linha de três volantes se comportou muito bem, a linha de frente marcando os laterais, que toda hora dava opção para a equipe do Fortaleza fazer jogadas de linha de fundo, foram muito bem. Foi um comportamento exemplar da nossa equipe e a gente vai cobrar isso diariamente ao longo dos treinamentos, quando a gente puder treinar, que até agora não pudemos, quando a gente tiver tempo, pode ter certeza que será junto com os reforços que estão chegando, uma equipe qualificada para que a gente possa lutar em busca de novas vitórias”.

Copa do Brasil

Após dois adiamentos e transferências de local, a CBF marcou o jogo do Santa Cruz diante do Ypiranga-AP, para a próxima sexta (26), às 15h30.

“Um jogo importantíssimo, de visibilidade muito grande, que traz um alívio financeiro por dois, três meses para o clube. Nós precisamos estar muito concentrados, ligados, em busca dessa vitória. Temos que ter o mesmo comportamento de hoje, respeitando sempre a equipe do Ypiranga-AP, que eu sei que será uma partida muito difícil, mas com esse empenho, com essa determinação que tivemos hoje, podemos chegar lá e conseguir a vitória”.

Atuação dos garotos da base

“O que eu não tenho é receio de lançar garotos da base no profissional. Então a gente passa essa confiança a eles, cobramos bastante. É lógico que precisam estar preparados para enfrentar uma partida profissional, que é totalmente diferente de partidas da base. [...] O que a gente pede a eles e pra nossa partida é que tenham um pouco de calma. Pode ter certeza que estamos no caminho certo”.

Atuação do goleiro Jordan e continuidade na titularidade

“Temos três grandes goleiros, qualificados e que nos passam essa tranquilidade. O Jordan hoje fez uma partida espetacular, está num momento muito bom. Agora, logicamente que depende do nosso preparador do goleiro e da recuperação do Martín. Ele vem de um Covid-19, não se apresentou ainda, nós precisamos contar com ele e o departamento médico pra recuperar, só que goleiro leva tempo”.

O eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à disputa eleitoral deve reeditar a polarização entre direita e esquerda no Brasil, pressionar partidos de centro a definir candidatos caso queiram ser competitivos nas eleições do ano que vem e, também, livrar o ex-ministro Sérgio Moro de depoimentos que poderiam desgastá-lo eleitoralmente. É a avaliação de cientistas políticos que analisaram os impactos da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A decisão do ministro Edson Fachin dá uma mudança brusca e completa no cenário eleitoral. Não que o PT não tivesse colocado antes uma disputa, eventualmente a do Fernando Haddad, mas com a entrada do Lula, ele é um candidato extremamente competitivo", afirmou o professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP) José Álvaro Moisés. Ele cita pesquisa feita pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e publicada com exclusividade pelo Estadão no último domingo, 7, que colocam o ex-presidente com maior potencial eleitoral do que Jair Bolsonaro.

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"Em um certo sentido, essa decisão reconstrói o cenário de uma polarização de uma esquerda de direita, entre a extrema-direita e uma esquerda forte, caracterizada. Desse ponto de vista, todas as questões relativas à polarização, a uma certa ideia de divisão da sociedade, serão recolocadas", avaliou o professor. Para ele, é uma "reordenação completa do cenário eleitoral", e uma "reposição do que foi 2018", com dúvidas sobre os impactos disso para o País.

Para Lula, na avaliação de Moisés, há a possibilidade de que sua apresentação como vítima de perseguições jurídicas possa fortalecer ainda mais sua figura. "Esse é um fator que vai contar como um fator a favor dele, aparecer como uma vítima que foi injustiçada." Já para o presidente Jair Bolsonaro, ainda segundo análise do professor, a presença de Lula como rival poderá aglutinar eleitores que, ao longo do mandato, deixaram de apoiar explicitamente o presidente.

Para os partidos de centro, entretanto, a presença de Lula forçará os partidos que queriam rivalizar contra Bolsonaro a acelerar definições. "Todo aquele esforço que se estava fazendo para a construção de uma frente que ia da centro-esquerda até a centro-direita para ter um candidato forte para derrotar o Bolsonaro em 2022, em um certo sentido, terá de ser alterado porque mudaram as condições em que essa estratégia estava definida", afirma.

"(A decisão) não impede a emergência de um candidato de centro, mas ele terá de ser extremamente competitivo, com capacidade de comunicação e um programa de governo, político e ideológico que seja capaz de se contrapor a essas forças de polarização", complementa.

Já a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Maria do Socorro Braga afirma ser possível que os partidos de centro estivessem esperando um posicionamento do PT para tomarem suas próprias decisões. "Bolsonaro nunca saiu do palanque. Com o retorno do Lula, você tem dois candidatos. E o centro está de fato nesta briga, que se acirra até antes de fevereiro, na escolha dos dois candidatos (para o Congresso). Pelo conjunto de nomes, está muito difícil decidir. Mas eles têm de se antecipar." Nesse contexto, segundo a professora, DEM e PSDB, que saíram chamuscados da eleição no Congresso, devem voltar a se aproximar.

Maria do Socorro destaca outro ponto relacionado ao centro, que é a preservação de Sergio Moro a constrangimentos aos quais eles poderia ter se submetido caso tivesse sua suspeição nos inquéritos de Lula analisada pelo STF. "Esse resultado tem muito a ver com a ação de Fachin em relação à Lava Jato", afirma. Dessa forma, "de repente, pode até ser o candidato do centro democrático, em que pese haver muita gente contra ele", analisa a professora.

Sobre os cenários de uma disputa entre Lula e Bolsonaro, o coordenador da pós-graduação em Ciências Políticas da Fundação Escola de Sociologia e Política (Fesp) de São Paulo, Humberto Dantas, destaca, em artigo enviado ao Estadão, que o momento de Bolsonaro, "derretendo em alguns aspectos que impactam na eleição presidencial", é ruim. Dessa forma, "o PT sabe que uma de suas estratégias vencedoras é esperar o País derreter para apresentar uma solução milagrosa". Por outro lado, o governo Dilma Rousseff e seu governo desastroso seriam uma "herança maldita" que o partido teria de explicar em uma disputa contra o presidente.

A Câmara iniciou na tarde desta quinta-feira, 25, a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, que amplia a imunidade parlamentar de deputados e senadores. Em seu parecer ao plenário, a relatora Margarete Coelho (Progressistas-PI) manteve dispositivos que dificultam a aplicação de medidas cautelares contra congressistas, mas retirou o trecho que alterava a Lei da Ficha Limpa.

No relatório, Margarete Coelho insistiu que seu substitutivo não modificaria a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) segundo a qual a imunidade se aplica apenas a fatos relacionados ao exercício do mandato e nem criaria uma "blindagem normativa" aos parlamentares.

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"A PEC explicita que essa inviolabilidade (por opiniões, palavras ou voto) não alberga a responsabilidade ético-disciplinar, deixando livre de qualquer dúvida de que o abuso na utilização das palavras pode levar à punição pelo Conselho de Ética", escreve a relatora.

Ao abordar as hipóteses que permitem a prisão em flagrante de parlamentares, a deputada pontuou, contudo, a visão de que interpretações "dissonantes daquelas originalmente pensadas pelo constituinte" sobre o rol de crimes inafiançáveis estariam "comprometendo a dinâmica inter-institucional entre os poderes da República".

A PEC chega ao plenário na semana seguinte a da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por determinação do Supremo, e confirmada pela Câmara na última sexta-feira (19).

Na decisão monocrática que originou a medida, o ministro Alexandre de Moraes chegou a indicar que, ainda que os crimes que imputou a Silveira não fossem inafiançáveis, eles ensejariam situação parecida com a de uma prisão preventiva, em que não cabe fiança.

No parecer da PEC, Margarete Coelho explica a inclusão de uma "pequena alteração" no trecho sobre prisão em flagrante de parlamentares para que ela só seja admissível "quando se tratar de crime que, por sua natureza, seja inafiançável nos termos da lei".

São eles os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo, os definidos como crimes hediondos e os crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

Já sobre modificações no Art. 14 da Constituição, que versa sobre hipóteses de inelegibilidade e, portanto, implicaria mudanças na Lei da Ficha Limpa, a deputada do Progressistas afirma sua visão de que os parlamentares não se encontram seguros para "inovações no duplo grau de jurisdição".

Antes que ela subisse à tribuna para ler seu voto, o plenário rejeitou, por 237 votos a 136, requerimento de retirada de pauta da PEC apresentado por Bohn Gass (PT-RS).

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou, nesta sexta-feira (12), o início de uma "revisão contínua" da vacina alemã CureVac contra a Covid-19, primeiro passo para um pedido de autorização formal de comercialização na União Europeia (UE).

Esta decisão "se baseia nos resultados preliminares de estudos de laboratório (dados não clínicos) e ensaios clínicos precoces em adultos", declarou a agência com sede em Amsterdã em um comunicado.

"A revisão continuará até que haja provas suficientes para um pedido oficial de autorização de comercialização", acrescentou o regulador europeu, que avaliará os dados de outros ensaios clínicos "assim que estiverem disponíveis".

A EMA enfrenta uma maior pressão para autorizar novas vacinas o mais rápido possível, em um momento em que os 27 Estados-membros lidam com atrasos nas entregas e dificuldades de abastecimento das três primeiras vacinas autorizadas na União Europeia.

Desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia de mesmo nome, a vacina CureVac, que o gigante da farmácia Bayer se comprometeu a produzir, está atualmente na fase 3 dos ensaios clínicos.

Peter Kremsner, professor do Instituto de Medicina Tropical de Tubinga, que supervisiona o estudo clínico em andamento, estimou em uma televisão alemã nesta sexta-feira que "a autorização (da EMA) poderia ser produzida em abril se tudo correr bem".

Por sua vez, a agência destacou que "não pode prever um calendário geral", embora a avaliação de um possível pedido seja facilitada pelo processo de "revisão contínua".

Este procedimento permite à EMA analisar os dados de segurança e eficácia das vacinas à medida em que aparecem, inclusive antes que o fabricante apresente uma solicitação formal de autorização.

Seu objetivo é acelerar a avaliação de um pedido de autorização de comercialização assim que for formulado.

Outras duas vacinas estão sendo submetidas atualmente a uma "análise contínua": as desenvolvidas pelas empresas americanas Johnson & Johnson e Novavax.

Até o momento, a EMA autorizou a comercialização condicional na UE de três vacinas: Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca/Oxford.

Com a saída anunciada de Rodrigo Maia do Democratas, cientistas políticos avaliam que o deputado federal pode encorpar uma oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que pode dificultar a aprovação de pautas do Executivo na Câmara dos Deputados.  

Alguns partidos já sondam o deputado, entre eles o PSL e o PSDB.

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A saída de Maia do Democratas acontece depois que ele foi traído por uma ala de seu próprio partido que abandonou o bloco de Baleia Rossi (MDB), apadrinhado pelo Rodrigo para a eleição da Câmara, e favoreceu a vitória de Arthur Lira (PP), candidato de Bolsonaro.

“Rodrigo Maia vai para oposição identificado como alguém que, mesmo tendo perdido a eleição da Câmara, mostrou que tem uma capacidade muito grande em fazer articulações políticas, em conversar com forças políticas das mais diversas linhas partidárias, é alguém que transita com facilidade em diversas regiões - ele conversa com políticos do Nordeste assim como conversa com políticos do Sul e Sudeste”, analisa a cientista política Priscila Lapa.

Ela aponta que Rodrigo pode puxar uma oposição menos óbvia ao governo Bolsonaro, sendo uma oposição menos ideologicamente posicionada, que seria mais neutra. 

Para o professor da Universidade da Amazônia (Unama) e cientista político Rodolfo Marques, Rodrigo Maia perde espaço na Câmara dos Deputados, mesmo que ele tenha uma boa interlocução com vários setores econômicos e políticos do Brasil. 

“Ele perdeu a supremacia do cargo tão importante que é a presidência da Câmara e agora ele passa a ser apenas mais um deputado federal. Ganhou muitas experiências e contatos nos últimos cinco anos e meio que ficou à frente da Câmara dos Deputados, mas isso acabou”, explica Marques.

O professor reforça que Maia na oposição pode liderar um processo para dificultar as votações de pauta do governo. “Mas eu acredito que o poder do centrão, das verbas que o governo federal está repassando para determinados grupos de parlamentares tendem a ter uma vantagem maior nesse conflito. Rodrigo Maia perde força, espaço, embora continue sendo um ator relevante a ser observado”, pontua.

Alguns partidos já sondam o deputado, entre eles o PSL e o PSDB.

Com apoio do Palácio do Planalto, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito o novo presidente do Senado, com 57 votos, contra 21 de sua adversária, Simone Tebet (MDB-MS). Ele chega ao cargo defendendo a agenda de reformas do governo, mas com a pandemia de covid-19 travando a pauta. De acordo com parlamentares ouvidos pelo Broadcast Político, dificilmente algum projeto fora do tema da crise avançará enquanto o novo coronavírus avançar no País.

Como presidente do Senado, o senador do DEM será responsável por convocar a votação do Orçamento de 2021, que ainda está parada no Congresso. A proposta é decisiva para o governo do presidente Jair Bolsonaro, pois define o tamanho da verba de cada ministério, e também para os congressistas, pois estabelece o destino das emendas parlamentares. O Centrão da Câmara pressiona pela instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para discutir o projeto.

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Uma vitória de Pacheco, de acordo com técnicos e integrantes do Congresso, traz tranquilidade para o presidente Bolsonaro na análise do Orçamento. Um grupo adversário controlando essa pauta poderia pressionar o Executivo com projetos que aumentem gastos. O parlamentar demonstrou que não pretende entrar em colisão com o Executivo na administração das contas públicas e no destino do teto de gastos. A regra, porém, não pode ficar "intocada" na pressão social, afirmou ele ao Broadcast Político, antes da eleição.

Na campanha para a presidência do Senado, Pacheco elegeu o tripé "saúde pública, crescimento econômico e desenvolvimento social" como projeto de gestão, ao qual chamou de "trinômio". A discussão sobre o plano de vacinação contra covid-19 no País vai ser o primeiro item na agenda da Casa, de acordo o parlamentar, eleito para presidir o Congresso Nacional até o início de 2023.

Além do governo, Pacheco recebeu o apoio de partidos de oposição no Senado: PT, PDT e Rede. Essas legendas pressionam pela retomada do auxílio emergencial, pago durante a pandemia de covid-19. Sem apresentar uma solução para uma nova rodada do benefício dentro do teto de gastos, o senador deixou a "batata quente" com o Executivo e colocou a definição sob a atribuição do presidente da República.

Para abrir espaço no teto de gastos, o governo defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. A medida, porém, deve ser desidratada pelo Senado. De acordo com parlamentares, não há ambiente para corte de salário e jornada dos funcionários públicos - um dos itens previstos - ainda mais em meio à crise de covid-19. O movimento pode reduzir o impacto fiscal da PEC.

O alinhamento de Pacheco com o Planalto, porém, não dará um ambiente de apoio incondicional ao governo. A agenda de privatizações é uma das incertezas. Em entrevista ao Broadcast Político durante a campanha, Rodrigo Pacheco fez questão de deixar a capitalização da Eletrobras fora das prioridades para o ano.

"A pandemia é o mote principal de enfrentamento. O foco agora haverá de ser a preservação da saúde pública, um programa social e o crescimento econômico a partir das reformas que sejam necessárias no sistema tributário, a administrativa, as privatizações, não essa da Eletrobras, mas de um modo geral diminuir o tamanho do Estado empresário", afirmou Pacheco, em entrevista à reportagem.

No campo político, Pacheco assume a presidência do Senado alinhado ao Planalto e com a expectativa de blindar o governo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News e no Conselho de Ética, onde o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é alvo de uma representação. O senador do DEM sinalizou que só vai reativar esses colegiados após o retorno presencial dos trabalhos no Senado, ainda travado pela pandemia.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou, nesta sexta-feira (29), que o déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões nas contas do setor público em 2020 representou um aumento de 11 vezes em relação ao rombo de R$ 51,837 bilhões registrado em 2019. O déficit em 2020 foi equivalente a 9,49% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Os impactos econômicos, sanitários e sociais da pandemia de Covid-19 no ano passado das contas públicas são as principais razões para o aumento do déficit nas contas do setor público. Além das despesas extraordinárias para combater a pandemia, houve redução nas receitas", avaliou Rocha.

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Ele apontou que todo o déficit esteve concentrado nas contas do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS), que apresentou um rombo de R$ 745,266 bilhões no ano passado, com despesas extraordinárias de R$ 524 bilhões para combater a pandemia.

Já no caso dos governos regionais (Estados e municípios) houve um superávit de R$ 38,748 bilhões no ano passado, equivalente a 0,52% do PIB - o melhor patamar desde 2011.

"Os governos regionais receberam da União um auxílio específico de R$ 78,247 bilhões no ano passado. No setor consolidado, essa transferência é neutra, mas aumenta o déficit do Governo Geral e possibilita o superávit de Estados e municípios", completou Rocha.

As empresas estatais ainda registraram um resultado positivo de R$ 3,567 bilhões no ano passado.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (24), trouxe questões de Ciências da Natureza e matemática. Ao analisar o processo seletivo, o professor Isaac Soares aprovou as abordagens da matéria de física.

Segundo Soares, o Enem conseguiu contemplar bem os assuntos de física neste segundo dia de provas impressas. “Ela (a prova) foi bem justa, contemplando todo o ensino médio, passeando também pelo edital, pelos conteúdos. Teve uma base de interpretação com a aplicação do conteúdo”, comentou o docente.

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Para o professor, o Exame associou, mais uma vez, a física ao cotidiano dos estudantes. Dessa forma, o docente acredita que o ensino da disciplina se torna mais agradável. “Isso é muito bom porque torna a física mais prazerosa. O Enem está trazendo uma prova mais prazerosa, tanto para os alunos quanto para os professores”, observou.

Cinemática, aplicação sobre pressão, calorimetria, circuito elétrico, processos de eletrização, fenômenos ondulatórios aplicados a tecnologia e eletromagnetismo foram os assuntos cobrados na prova de física. Além da matéria, os candidatos enfrentaram questões de química, biologia e matemática.

A pandemia de Covid-19 forçou a população a se distanciar e evitar aglomerações, o que teve impacto direto na educação em todo o mundo. No processo de retomada do ensino, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendam a realização de uma avaliação para diagnosticar as lacunas de aprendizado dos estudantes e guiar o ensino ao longo de 2021.

Com o objetivo de auxiliar esse processo, a Mundo Educacional Editora, em parceria com grupo de pesquisa do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), criaram uma solução tecnológica para avaliação da aprendizagem. A ideia é que a avaliação seja aplicada na casa do estudante, individualmente, para evitar aglomerações e a transmissão da Covid-19.

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Com as respostas dos estudantes, cada um dos municípios receberá relatórios personalizados sobre a situação educacional na rede de ensino, identificando defasagens na aprendizagem e os pontos de melhoria em cada segmento. 

“As desigualdades na aprendizagem dos estudantes vêm sendo mostradas em vários estudos no Brasil. Na pandemia, houve um aprofundamento dessas assimetrias. Identificar as defasagens que ficaram de 2020 é fundamental para planejar 2021. Para isso, é preciso avaliar o nível no qual se encontra cada estudante, ou seja, entender o que ele sabe do ano anterior para que se possa recuperar o desenvolvimento dessas habilidades”, explica o consultor em gestão de projetos da Mundo Educacional e especialista em psicopedagogia institucional, Rubenildo Moura.

Para Michely Almeida, consultora pedagógica da Mundo Educacional e mestra em educação pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), “é de suma importância” que os municípios acompanhem as aprendizagens dos seus estudantes. “O momento agora é de avaliar qual foi o prejuízo que a pandemia implicou na vida dos estudantes, fazendo uma diagnose e, a partir dela, direcionar, orientar e planejar o que precisa ser ensinado no ano de 2021”, disse ela.

Michely Almeida e Rubenildo Moura, consultora pedagógica e consultor em gestão de projetos da Mundo Educacional. Foto: Eduardo Tumajan/Mundo Educacional/Divulgação

*Com informações da Mundo Educacional

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Os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 nesta domingo (17) podem conferir, no Vai Cair No Enem, projeto multimídia realizado em parceria com o LeiaJá, uma live de comentários sobre a prova. A transmissão será realizada a partir das 20h, por meio do youtube.com/vaicairnoenem e do Instagram @vaicairnoenem.

Participarão do encontro diversos professores que farão considerações sobre o conteúdo. Veja, abaixo, a lista de professores que integrarão a transmissão, por disciplina:

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História: Marlyo Alex, Thais Almeida, Everaldo Chaves e Mardock;

Sociologia: Hilton Rosas e Salviano Feitoza;

Filosofia: Pedro Botelho, Cristiane Pantoja e Carla Ribeiro;

Geografia e atualidades: Benedito Serafim, Charlinton Soares, Carlos Lima e Marcelo Rocha.

Linguagens e redação - Lourdes Ribeiro, Diogo Xavier, Talles Ribeiro, Eduardo Pereira, Felipe Rodrigues e Tereza Albuquerque

O tão esperado tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 já foi divulgado. “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” foi o assunto escolhido para a produção textual dos estudantes que fazem, neste domingo (17), o processo seletivo. Diante do conteúdo, professores celebraram o tema.

“Sensacional”, vibrou o professor Eduardo Pereira. “O aluno poderia falar da Constituição Federal de 88, Declaração Universal dos Direitos Humanos, trazer uma perspectiva histórica, uma vez que o olhar sobre a pessoa que tem essa patologia e de uma forma geral para que toda sociedade seja tratada com mais dignidade”, explicou.

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“É um tema atual, a pandemia trouxe isso à tona, diversas doenças de cunho mental foram desenvolvidas pelas pessoas durante a pandemia por causa do confinamento e é um tema que exige uma grande necessidade de se comentar porque existe muito preconceito e muito estigma ainda”, ressaltou o professor Talles Ribeiro.

“O fera que está inteirado no assunto e se conseguir dar uma olhada nos textos de apoio de maneira concentrada e atenta, com certeza vai fazer uma redação excelente”, pontuou a professora Lourdes Ribeiro. Ainda segundo a docente, o conteúdo poderia ser trabalhado de uma forma determinante. “Poderia ser abordado mesmo o preconceito em que a depressão é uma doença subestimada”, disse.

Já segundo a professora Tereza Albuquerque, vários assuntos poderiam ter sido abordados diante de um tem que contemplou minorias. “Poderia falar da depressão, poderia falar de transtornos alimentares, de qualquer doença que estivesse ligada a transtornos mentais. E o mais importante: o aluno que citou o Holocausto de Mariana ganhou muita vizibilidade dentro dessa redação”, garantiu.

O professor Felipe Rodrigues também aprovou o tema da redação do Enem 2020. “Podemos fazer análises com Foucalt em História da Loucura, podemos remontar a questões até mesmo de sociologia clássica. Ele pode remeter ao capacitismo, que é um tema atual, contemporâneo, por exemplo, no reality show A Fazenda”, explicou.

"Ele possibilita que o aluno coloque em discussão aspectos que estiveram em alta durante todo o ano passado. Foram colocados em pauta a volta tratamentos como eletrochoque, internação em manicômios, como um certo reforço de políticas públicas aos discursos capacitistas e mesmo de estigmatização”, explica a coordenadora de redação do Poliedro, Maria Catarina Bózio.

A docente ainda dá algumas dicas que os estudantes podem usar na produção textual. “Como repertório, os alunos tinham, de forma bastante acessível, diálogo com literatura brasileira, colocando O Alienista; mais próximo da sua dinâmica cotidiana, o próprio uso de palavras pejorativas, como o termo retardado; pensar em algumas figuras brasileiras icônicas do assunto, como o artista Arthur Bispo do Rosário; a médica Nise da Silveira, que foi uma das primeira em contexto nacional a defender uma política claramente antimanicomial”, revela.

Os estudantes respondem, neste domingo (17), a 90 questões de Ciências Humanas e Linguagens, além da produção textual.

Veja, abaixo, as análises dos docentes:

A Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) começou uma análise preliminar de denúncias de crimes contra a humanidade atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A Corte foi acionada em novembro do ano passado pelo Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu) e pela Comissão Arns, que acusam destruição ambiental e ataques a povos indígenas.

O documento que formaliza a decisão, expedido nesta segunda-feira, 14, pela Procuradora-Chefe Fatou Bensouda, informa que o órgão vai examinar os fatos o mais rápido possível, mas que a conclusão 'pode levar algum tempo'. O histórico do tribunal indica que as responsabilizações de chefes ou ex-chefes de Estado costumam levar cerca de uma década.

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Nesta fase, os procuradores vão analisar se as informações prestadas apontam para uma investigação inserida na jurisdição do tribunal internacional. Se a competência da Corte para processar o caso for reconhecida, será aberto um inquérito - uma investigação pré-processual que pode levar à denúncia do presidente. Neste cenário, o tribunal avaliará a intencionalidade dos atos cometidos pelo presidente. Entre as possíveis penas na hipótese de condenação estão a prisão por até 30 anos, o confisco de bens e reparações, como indenizações ou pedidos de desculpa.

Esta é a primeira vez que a procuradoria do tribunal se dispõe fazer uma análise desta natureza contra denúncias envolvendo um presidente brasileiro. Todas as outras vezes, as comunicações foram arquivadas de imediato.

"A análise preliminar da jurisdição já é uma enorme vitória, algo sem precedentes, pois estamos diante de instituições internacionais voltadas para avaliar os mais graves crimes que podem ser cometidos", comemorou a advogada do CADHu, Eloísa Machado.

As entidades argumentam, com base no artigo 15 do Estatuto de Roma, que, desde o início de seu governo, o presidente incitou violações contra populações indígenas e tradicionais, enfraqueceu instituições de controle e fiscalização, demitiu pesquisadores laureados de órgãos de pesquisa e foi 'flagrantemente omisso' na resposta aos crimes ambientais na Amazônia. Por esse conjunto, o CADHu e a Comissão Arns entendem que Bolsonaro foi pessoalmente responsável por um crime contra a humanidade, fato motivador da denúncia.

Diferente da Corte Internacional de Justiça, que examina litígios entre Estados, o Tribunal Penal Internacional julga apenas indivíduos. O TPI processa e julga pessoas acusadas de crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, desde julho de 2018, crimes de agressão.

Os responsáveis da agência espacial japonesa (Jaxa) declararam nesta terça-feira (8) ter começado a analisar os materiais que chegaram com uma cápsula enviada a um asteroide, com a esperança de que forneça dados sobre a formação do universo.

"Estou realmente contente de que a cápsula tenha conseguido voltar depois de uma viagem espacial, entre a ida e a volta, de 5,24 bilhões de quilômetros", declarou o responsável do projeto Yuichi Tsuda à imprensa.

Os cientistas acreditam que a cápsula, que chegou no domingo (6) na Austrália, pode conter cerca de cem miligramas de matéria extraída, pela primeira vez na história, sob a superfície de um asteroide, o Ryugu (a mais de 300 milhões de km da Terra).

Esses materiais, segundo os cientistas, datariam de há 4,6 bilhões de anos e não mudaram desde então.

"Tenho muita vontade de ver (as amostras) com meus próprios olhos", declarou Tsuda. Algo que não vai acontecer antes de uma semana, pelo menos, já que se deve seguir um procedimento rigoroso para garantir que os materiais não estejam contaminados.

"Se as amostras não estiverem contaminadas pelo entorno terrestre (...), podem ser úteis para pesquisadores de todo o mundo", declarou o chefe do grupo de análise, Tomohiro Usui.

"A cápsula é de alumínio e branca, então no interior observamos alguma coisa preta, o que significa que há material de Ryugu", disse Usui.

Até o momento, a cápsula permanece "em um espaço vigiado", do centro da Jaxa em Sagamihara (sul de Tóquio), declarou o diretor-geral da agência, Hitoshi Kuninaka.

A Swissmedic, a agência suíça de medicamentos, iniciou a análise da vacina experimental contra a Covid-19 do laboratório americano Moderna, que apresentou um pedido de autorização, anunciou nessa sexta-feira (13), recordando que as solicitações para as vacinas da AstraZeneca e Pfizer/BioNTech já estão sob revisão.

A solicitação do laboratório Moderna será iniciada como parte de um procedimento de revisão contínua, que permite avaliar os dados assim que estiverem disponíveis e atualizá-los sem esperar os resultados finais de todos os estudos em andamento, disse em um comunicado.

A agência suíça de medicamentos pode assim “ter uma ideia inicial do perfil benefício/risco” das vacinas em estudo, antes mesmo de os ensaios clínicos realizados para a sua autorização estarem totalmente concluídos, tornando possível iniciar rapidamente a sua avaliação e assegurando ao mesmo tempo uma análise cuidadosa de sua segurança, eficácia e qualidade.

A empresa de biotecnologia americana já apresentou dados sobre aspectos pré-clínicos, sobre os primeiros aspectos clínicos, bem como sobre a qualidade da preparação da vacina em estudo, chamada mRNA-1273.

A agência suíça de medicamentos já havia recebido em outubro os primeiros pedidos para examinar as vacinas da AstraZeneca, e depois da Pfizer.

Em agosto, a Confederação já havia assinado contrato com Moderna para a compra de 4,5 milhões de doses para garantir à Suíça acesso rápido a essa vacina.

Embora a Suíça conte com uma grande indústria farmacêutica que contribui com quase 20% de suas exportações, seus grandes laboratórios não estão envolvidos na corrida das vacinas, tendo a Novartis vendido suas últimas atividades neste campo em 2015 como parte do uma grande reorganização de seu portfólio de tratamento.

O grupo suíço Lonza, que é um dos maiores fornecedores da indústria farmacêutica, por outro lado assinou contrato de fornecimento com a Moderna em maio para fornecer-lhe os componentes necessários à fabricação de sua vacina.

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