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A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (3) requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo 94/22, que susta os efeitos de resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que autoriza reajuste de tarifas no Ceará. O projeto poderá ser votado nas próximas sessões do Plenário. 

Autor da proposta, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) afirmou que o objetivo é alterar o texto em Plenário para barrar todos os reajustes autorizados pela Aneel em diversos estados. “Houve reajuste abusivo de 20% em Alagoas; 21% na Bahia; 17% no Mato Grosso do Sul; de cerca de 20% Rio Grande do Norte; quase 25% de reajuste médio de energia no Ceará; e já aviso logo aos mineiros que haverá aumento no dia 22 de maio ”, disse. 

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Os deputados, segundo ele, precisam agir em prol da população. “O projeto traz esta pauta para que a Câmara dos Deputados possa ser o palco da solução, para não deixar que o reajuste de energia seja o grande vilão da inflação”, explicou. 

Contratos

A proposta teve apoio de todos os partidos, com exceção do Novo. O deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) afirmou que o reajuste tarifário é resultado de alterações legislativas em contratos consideradas por ele “populistas”.  “Alertamos sistematicamente, mas esta Casa aprova medidas populistas e, uma hora, essa conta chega. Agora estamos aqui proibindo aumento de conta de luz, desrespeitando contratos e desrespeitando a lei”, criticou. 

*Da Agência Câmara de Notícias

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (29), em Brasília, que a bandeira tarifária de maio será verde para todos consumidores do Sistema Interligado Nacional, que abrange a maior parte do país. Assim, não haverá cobrança extra na conta de luz, segundo a agência.

Segundo a Aneel, devido às condições favoráveis de geração de energia, é a primeira bandeira verde anunciada para todos os consumidores desde o fim do período de escassez hídrica, que vigorou entre setembro de 2021 e abril deste ano.

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Custo real

Criado pela Aneel em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O cálculo para acionamento das bandeiras tarifárias leva em conta, principalmente, dois fatores: o risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) e o preço da energia (PLD).

As bandeiras tarifárias funcionam da seguinte maneira. As cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração, sendo a bandeira vermelha a que tem um custo maior e a verde, o menor.

O aumento tarifário médio de 18,98% na conta de luz pela Neoenergia passou a valer nesta sexta-feira (29), em Pernambuco. A mudança afeta 3,8 milhões de clientes da empresa no Estado. O reajuste havia sido autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica na terça-feira (26), em decisão . 

Para as residências o aumento é de 18,5% - o mais baixo da vez. Já no consumo de baixa tensão, que inclui a maioria dos clientes, com exceção das casas, o aumento é de 18,97%. Para os consumidores de alta tensão, como indústrias e comércio de grande e médio porte, é de 19,01%.

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O quilowatt-hora (kWh) passou de R$ 0,619 para R$ 0,74 com o reajuste. O consumidor que gastava R$ 100 com a conta de luz vai passar a gastar R$ 118,50 pelo mesmo volume de energia elétrica.

A Neoenergia explicou que o reajuste solicitado foi de, em média, 18,98%, por conta da escassez hídrica registrada em 2021, que levou à redução histórica do nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, que elevaram o custo para geração de energia. 

Por conta da crise hídrica, o Brasil teve de acionar termelétricas de reserva, o que também eleva o custo para a geração de energia. 

No entanto, com a antecipação do fim da bandeira preta, a de escassez hídrica, anunciada pelo governo federal no dia 16 de abril, mesmo com o aumento no preço da energia, deve haver uma redução média de 3,4% nas contas, de acordo com a Neoenergia. 

 

Como reduzir o consumo?

De modo geral, os eletrodomésticos que têm resistência e geram calor ou frio (mudança de temperatura) são os que mais consomem energia, é importante ficar atento ao uso excessivo ou desnecessário: 

- Evitar banhos longos: além de economizar energia, também economiza água

- Função "timer" das TVs: não durma com a TV ligada e consumir mais 

- Uso eficiente da geladeira: evite manter perto do fogão e utilizar a parte de trás para secar roupas e panos, fazer o uso consciente e verificar o estado da borracha de vedação

- Uso da luz natural: dê preferência a lugares com janelas grandes e paredes claras

- Modo de espera dos aparelhos: prefira tirar o eletrodoméstico da tomada quando ele não estiver em uso

- Carregador de celular: não desconecte o celular do carregador e deixe na tomada sozinho; além de consumir mais energia, pode causar acidentes domésticos

- Uso do computador: deixar o computador ligado durante 24 horas consome mais energia do que ligá-lo e desligá-lo a cada uso 

- Passar roupa: junte a maior quantidade de roupa possível para passar de uma única vez e sempre utilize a temperatura indicada para cada tecido. Roupas leves podem ser passadas com o ferro desligado 

- Conferir os fios de casa: fios expostos ou desencapados podem gerar acidentes e contribuem para queda de energia. 

A retirada das bandeiras de acréscimo na conta de luz tinha animado o consumidor pernambucano, mas o reajuste tarifário de 18,98%, autorizado nessa terça-feira (26) pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), voltou a preocupar. A opção para economizar é reduzir o consumo, e a Neoenergia listou práticas que podem ser adotadas para controlar a conta.

---> Indústrias querem que PE reduza ICMS da energia elétrica

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Eficiência dos eletrodomésticos

Aparelhos mais antigos costumam ser menos eficientes e têm a classificação de consumo mais alta no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE/Inmetro). Para reduzir as contas, pesquise por modelos e potências mais eficientes e, quando for usar, estude o manual.

Desligar o computador

Algumas pessoas deixam o computador ligado 24h, mesmo quando não estão usando. É importante que o monitor seja desligado quando o usuário estiver ausente e, se as pausas entre forem longas, o ideal é desligar o aparelho. Modelos laptop costumam ser mais econômicos.

Carregador de celular

Não deixe o carregador de celular na tomada sem o aparelho ou quando ele estiver completamente carregado. As ações também podem evitar acidentes domésticos.

Função stand-by dos aparelhos

Não deixe os aparelhos ligados na tomada em modo de espera, também chamado de stand-by, que permite ligar o aparelho diretamente.  

Uso da geladeira

Evite utilizar a parte de trás da geladeira ou do freezer para secar roupas. Guardar itens quentes faz com que o equipamento consuma mais energia para manter a temperatura. Verifique sempre o estado da borracha de vedação e não deixe a porta aberta por muito tempo. 

Ferro de passar

Acumule a maior quantidade de roupas possível e passe o ferro de uma vez, na temperatura indicada para cada tipo de tecido. Comece pelas roupas mais pesadas e, ao final, desligue o ferro para passar as roupas com o calor do equipamento.

Ar condicionado

A dica é regular o termostato para uma temperatura confortável, entre 23 e 25 graus.

Função timer

Para não dormir com a televisão ligada e ter consumo desnecessário, acione a função timer ou sleep e programe o parelho para desligar sozinho.

Escolha lâmpadas de LED

Geralmente as lâmpadas de LED são mais caras, porém o investimento compensa com a economia a longo prazo. Elas duram mais e consomem até 80% menos que as lâmpadas fluorescentes.

Luz natural

Aproveite a luz natural durante o dia para evitar acender as luzes em cômodos com janelas amplas e paredes claras.

A direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em unanimidade, nesta terça-feira (26), o reajuste tarifário na conta de energia elétrica dos pernambucanos em 18,98%, na média geral. A mudança, que vigora a partir de 29 de abril, foi solicitada através de um requerimento da Neoenergia Pernambuco (Celpe) e estava prevista para este ano, acompanhando o impacto da crise hídrica e também dos custos para a compra de energia. 

No relatório, a Neoenergia argumentou que o reajuste segue a janela tarifária dos últimos 10 anos, referenciada nos índices passados para avaliação inflacionária no país. Segundo a concessionária, o custo dos encargos setoriais, transporte, compra de energia e distribuição impactaram na medida. 

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Assim, o reajuste médio geral percebido pela população será de 18,98%. Para o grupo A (conectado em alta tensão), o aumento é de 19,01%; para o grupo B (conectado em baixa tensão), o aumento é de 18,97%. Para o subgrupo B1 (residencial), o impacto é de 18,50%. 

Este é o sexto reajuste tarifário aprovado pelo colegiado em uma semana. Os outros estados com reajuste na conta de luz foram Ceará, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte, no último dia 19, e Alagoas, também nesta terça-feira (26). Mais detalhes podem ser conferidos no site da Neoenergia (neoenergiapernambuco.com.br). 

 

 

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se reúne nesta terça-feira (26) para debater sobre o aumento da conta de luz em Pernambuco. A expectativa é que o reajuste para 2022 da Neoenergia atinja a casa dos 20%, o maior dos últimos oito anos no estado.

A 14ª reunião ordinária da diretoria iniciou por volta das 9h e avalia o impacto na compra de energia com a escassez das fontes hídricas ao longo de 2021. No último sábado (23), quatro estados do Nordeste sofreram reajuste e atingiu 12 milhões de consumidores.

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A maior alta na conta de luz foi no Ceará (23,99%), seguida pela Bahia (20,73%), Rio Grande do Norte (19,87%) e Sergipe (16,46%). O reajuste em Pernambuco passa a valer a partir da sexta (29), mesmo mês em que o governo federal suspendeu as bandeiras tarifárias.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (19) reajustes tarifários na conta de energia elétrica de distribuidoras que atendem consumidores em quatro estados: Ceará, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. No Ceará, o reajuste tarifário anual da Enel Distribuição, empresa que atende cerca de 3,8 milhões de unidades consumidoras, foi de 24,85%, na média.

O aumento entra em vigor no dia 22 deste mês. Segundo a Aneel, a combinação do reajuste tarifário aprovado com o término da cobrança da bandeira escassez hídrica resultará, porém, em um efeito tarifário para o consumidor B1 residencial convencional de 0,09%. 

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O reajuste tarifário anual da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Neoenergia Coelba) entra em vigor também no dia 22, com aumento de 20,73% para o consumidor residencial. A empresa atende cerca de 6,3 milhões de unidades consumidoras no estado. 

De acordo com a Aneel, por causa do fim da cobrança extra na conta de luz, com o fim da bandeira escassez hídrica, o efeito tarifário para o consumidor B1 residencial convencional deve ser -1,58%.  A Aneel também aprovou o reajuste tarifário anual da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Neoenergia Cosern). As novas tarifas da empresa, responsável pela distribuição de energia a 1,5 milhão de unidades consumidoras do estado, entram em vigora no dia 22, com reajuste de 19,87% para o consumidor residencial.

Os itens que mais afetaram a correção foram os encargos setoriais, os custos de distribuição e a retirada de financeiros anteriores.  Apesar do reajuste, a combinação com o término da cobrança bandeira escassez hídrica resultou em um impacto tarifário para o consumidor B1 residencial convencional de -4,11%, diz a agência. 

O estado de Sergipe também terá reajuste na conta de luz. A Aneel autorizou a Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S.A (ESE) a aplicar aumento de 16,46% na tarifa para o consumidor residencial, a partir do próximo dia 22. A empresa atende cerca de 825 mil unidades consumidoras no estado. 

De acordo com a agência reguladora, da mesma forma, por causa do fim da cobrança da bandeira tarifária de escassez hídrica, o reajuste na conta será atenuado, com impacto tarifário para o consumidor B1 residencial convencional de -6,15%. 

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite desta quarta-feira, 6, no Twitter o fim da bandeira escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e adoção da bandeira verde na conta de luz a partir de 16 de abril - uma antecipação, portanto, em relação ao prazo esperado para troca da bandeira, que seria o final do mês. Nas contas do presidente, a conta de luz terá redução de cerca de 20% com a medida.

Bolsonaro não citou em sua postagem, contudo, se a medida foi acordada com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável pela decisão e que se reuniria no final do mês. Procurado, o Ministério de Minas e Energia tampouco se pronunciou sobre a postagem do presidente.

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"Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16/04. A conta de luz terá redução de cerca de 20%", publicou Bolsonaro na rede social. "Com o esforço de todos os órgãos do setor elétrico, conseguimos superar mais esse desafio e o risco de falta de energia foi totalmente afastado. Os reservatórios estão muito mais cheios do que no ano passado. Os usos múltiplos da água foram preservados".

De acordo com Bolsonaro, não será mais necessário o acionamento de geração termelétrica adicional no sistema elétrico nacional, o que aumenta o custo da energia e é repassado para o consumidor, com impactos na inflação.

"Com a redução da geração termelétrica mais cara e o aumento da produção das hidrelétricas e das demais fontes renováveis, os custos serão menores durante o próximo período seco, que vai de maio a novembro, o que se traduzirá em menores tarifas para os consumidores", acrescentou o presidente no Twitter.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 15, um aumento médio de 14,68% nas contas de luz dos clientes atendidos pela Light, concessionária de distribuição de energia que atua no Rio de Janeiro. A empresa atende cerca de 4,5 milhões de unidades consumidoras de 37 municípios do Estado. Os novos valores passam a valer a partir desta terça.

Os efeitos do reajuste serão diferentes para cada grupo de consumidores, devido à variação dos custos que compõem as tarifas de energia.

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Para os consumidores atendidos em alta tensão (como as grandes indústrias), o efeito médio será de 12,89%. Já para os residenciais, atendidos em baixa tensão, o aumento será de, em média, 15,53%.

O reajuste aprovado pela Aneel é resultado da chamada "revisão tarifária" da empresa. O processo é realizado pela agência reguladora a cada cinco ou quatro anos, a depender do contrato da distribuidora, para manter o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Ao longo da apuração, são analisados diversos aspectos do contrato, diferente do que acontece nos reajustes anuais.

Durante a análise do processo, o relator do processo, diretor Efrain da Cruz, afirmou que o reajuste aprovado nesta terça "não é o desejável", pois está acima dos principais índices de inflação do País.

Ele ressaltou ainda o impacto dos encargos setoriais cobrados via contas de luz para todos os consumidores. Segundo a agência reguladora, os encargos contribuíram para um efeito médio de 6,78%.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 30, as regras para a inscrição automática de famílias de baixa renda na Tarifa Social, programa que garante descontos na conta de luz aos mais carentes. Hoje, 12,4 milhões são beneficiadas com a política social. Pelas estimativas da agência reguladora, esse número poderia quase dobrar a partir do próximo ano, pois há 11,3 milhões de famílias que têm potencial para participarem do programa com o novo formato de cadastro.

A nova lei facilita que novas famílias carentes passem a receber os benefícios. Segundo o relator do processo, diretor Sandoval Feitosa, houve um aumento de 45% no número de beneficiados no programa nos últimos três anos, mas é possível contemplar mais cidadãos. "Essa política pública tem tanta justiça social, tanta cidadania envolvida, que ela enfrenta de frente um problema que nós podemos caracterizar como a pobreza energética. Uma parcela significativa da população, hoje 23,7 milhões fazem jus ao benefício, mas apenas 52% recebem efetivamente", disse.

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As inscrições automáticas serão feitas pelo cruzamento de dados do Ministério da Cidadania e das distribuidoras de energia, desde que a família atenda todos os critérios para participar do programa. A pasta é responsável por gerir os dados do Cadastro Único e do Benefício de Prestação Continuo de Assistência Social (BPC). Cerca de 23,7 milhões de famílias brasileiras estão cadastradas nessas bases de dados.

O relator do processo afirma que a alteração não criará um novo subsídio, nem altera as regras para as famílias já beneficiadas. "A lei nova não incluiu um único real de custo, elas apenas desburocratizou o acesso ao benefício, fazendo efetiva a política pública", disse. "O novo marco legal possibilitará a inclusão de famílias que já possuíam o direito à Tarifa Social a exercê-lo de fato. Além do impacto positivo para as finanças das famílias de baixa renda, a alteração legal traz consigo as seguintes externalidades positivas: combate à pobreza energética do Brasil, a redução da burocracia", diz em seu voto.

Com o aumento de beneficiários do programa, o valor a ser pago por todos possivelmente irá aumentar. Isso porque os custos para manter os subsídios aos mais carentes são bancados por todos os consumidores do País, incluindo grandes indústrias, por meio de encargos nas contas de luz. O custo para manter o programa este ano foi de R$ 3,6 bilhões. Os recursos são incluídos no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo financiado por meio de encargos nas contas de luz de todos, incluindo grandes indústrias, para garantir subsídios para alguns consumidores e segmentos.

Regras

As famílias ainda poderão solicitar por conta própria a inscrição ao programa para as distribuidoras, como acontece atualmente, mas a empresa ficará obrigada a identificar quais atendem os critérios para receber o benefício. As empresas deverão consultar, mensalmente, a base do governo utilizando o CPF ou outros dados fornecidos. Uma vez que seja identificado que o consumidor tem direito, o desconto já deve ser aplicado na fatura seguinte.

Como será difícil que empresas identifiquem todas essas famílias em um momento, a agência propôs um prazo de transição, que foi alterado a pedido das empresas. Para as distribuidoras que têm até 120 mil unidades consumidoras, fica mantido o prazo até 30 de junho. Para as demais, que possuem mais de 10 mil famílias potenciais para entrar no programa, o prazo para realização da busca será até 31 de dezembro de 2022.

As empresas também poderão fazer a busca por contato telefônico e visitas a domicílios. Durante análise na Aneel, elas foram dispensadas de informar sobre a medida por meio das faturas de energia, mas deverão divulgar em suas páginas na internet, redes sociais e por mensagens eletrônicas. As distribuidoras solicitaram ainda a exclusão da devolução em dobro de valores já pagos em casos de não realizar a inscrição automática, mas o pedido foi negado.

A inscrição automática está prevista em projeto de lei aprovado pelo Congresso em agosto e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro deste ano. O chefe do Executivo e os ministros Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e João Roma, da Cidadania, participam de evento para anunciar as novas regras do programa às 17h.

Tarifa Social

O programa Tarifa Social concede descontos escalonados na conta de luz de acordo com consumo de cada família: 65% para os primeiros 30 kWh consumidos, 40% de 31 kWh a 100 kWh; 10% de 101 kWh a 220 kWh; e zero a partir de 221 kWh. Indígenas e quilombolas têm 100% de desconto caso consumam até 50 kWh; 40% entre 51 kWh e 100 kWh; 10% de 101 kWh a 220 kWh; zero a partir de 221 kWh. Em média, cada família consome 126 kWh mensais e recebe um desconto de R$ 24,00.

Instituições que representam os consumidores de energia do País cobram medidas efetivas do governo para resolver o que chamam de caos financeiro no setor.

O coordenador do programa de energia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, afirma que o governo tem falhado em apresentar um planejamento que evite déficits como o atual. "O caminho para mais uma solução insustentável está posto, e isso vemos com a notícia do rombo que ficará para o setor elétrico, após esse acionamento indiscriminado de térmicas. Já tínhamos alertado para esse risco de um novo empréstimo a ser tomado em nome dos consumidores, e parece que temos mais um elemento para irmos nessa direção", afirmou.

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Já o presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, chama a atenção para o custo médio das térmicas, um triplo acima do normal. "A Abrace vem alertando seus associados há muito sobre a explosão do custo da energia para o próximo ano. Só em relação aos Encargos de Serviço do Sistema (ESS), térmicas contratadas emergencialmente e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) podem superar o preço de R$ 130 por megawatt-hora em 2022, quando não deveria ultrapassar R$ 40", afirma.

"É quase o custo de uma energia nova. É importante atacar a raiz dos males que comprometem o setor elétrico. O preço equivocado da energia esvazia os reservatórios e depois cobra caro dos consumidores para enchê-los de novo."

CUSTOS

A área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluiu que, até abril de 2022, as "melhores estimativas" apontam para um rombo da ordem de R$ 13 bilhões, valor que já desconta o que será cobrado do consumidor por meio das chamadas bandeiras tarifárias - uma taxa extra incluída na conta para bancar os custos das usinas térmicas.

O acionamento das térmicas, porém, não é o único fator que explica o rombo financeiro do setor elétrico. Outra fatura, estimada em mais R$ 9 bilhões, que será paga pelo consumidor tem origem nas contratações "simplificadas" de energia feitas pelo governo no mês passado. Trata-se de uma "energia de reserva" que será entregue a partir de maio do ano que vem, para dar mais segurança e evitar o racionamento.

IMPORTAÇÃO

Os reajustes são puxados ainda pelo aumento de importação de energia, por meio de contratos firmados com a Argentina e o Uruguai. Como os reajustes de tarifas são feitos anualmente pela Aneel, após analisar os custos de cada distribuidora de energia do País, o porcentual de aumento varia de Estado para Estado.

Cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o aumento no preço da energia elétrica resultará em uma queda de R$ 8,2 bilhões no PIB neste ano, em comparação com o que ocorreria sem a crise energética.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) impôs uma dura derrota à mineradora Vale e decidiu que a companhia terá que devolver cada centavo que tem recebido mensalmente, desde 2015, por uma hidrelétrica de sua propriedade que não entrega energia há seis anos.

A Vale já recebeu mais de R$ 500 milhões desde novembro de 2015, por uma geração de energia que deixou de entregar naquele ano, a partir das turbinas de sua hidrelétrica Risoleta Neves, na região de Mariana (MG), porque a usina foi destruída pela lama da tragédia da Samarco, que tem a própria Vale como sócia.

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Nesta quarta-feira, 6, porém, o colegiado de 15 ministros do STJ decidiu, por unanimidade, que a companhia não tinha direito de receber os pagamentos, que vinham sendo feitos pelas demais hidrelétricas do País e os consumidores de energia.

Com a decisão, prevaleceu o pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que já havia solicitado, em 2016, a paralisação dos pagamentos, mas viu seu pleito parar na Justiça, porque a Vale insistia em continuar a receber os recursos. A hidrelétrica Risoleta Neves pertence ao consórcio Candonga, do qual a Vale é dona de 77,5% e a Cemig, de 22,5%.

Em maio deste ano, após essa situação ser denunciada em reportagem pelo Estadão, a Vale se reuniu com representantes da Aneel e da Câmara dos Deputados. A empresa, que tinha sido convocada para prestar esclarecimentos sobre o assunto no Congresso, conseguiu suspender a audiência pública, sob o argumento de que iria desistir do processo judicial. Além disso, a empresa se dispôs a devolver todo o montante recebido. O acordo chegou a ser celebrado pelo diretor-geral da Aneel, André Pepitone, que participou do encontro com a empresa. "Tratamos de uma proposta de acordo formulada pela Vale no processo judicial. A Aneel vê isso com entusiasmo, pois conseguimos eliminar mais uma judicialização no setor", disse Pepitone à reportagem, na ocasião.

A empresa, porém, não abriu mão do processo e seguiu na disputa judicial para continuar a ter direito de manter a usina em um mecanismo do setor elétrico - bancado pelo consumidor de energia - que é acionado apenas em situações em que há problemas com escassez hídrica. Hoje, a Vale foi derrotada.

O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, relator do caso e que chegou a rejeitar o pedido da Aneel em outubro de 2020, hoje mudou de ideia. "Reavaliando a situação em julgamento, verifica-se que a manutenção da usina como integrante do MRE (Mecanismo de Realocação de Energia, que centralizada os pagamentos à empresa) causa, na verdade, grave dano à ordem administrativa e econômica", disse. "A usina Risoleta Neves vem sendo mantida artificialmente, recebendo valores de compensação financeira mesmo sem gerar energia há mais de cinco anos."

A Advocacia-Geral da União (AGU) já havia se manifestado no processo como assistente da Aneel, apontando "grave lesão à ordem econômica, jurídica e institucional, concernente ao setor elétrico brasileiro".

Em seu voto proferido nesta quarta, Martins lembrou o fato de que a Vale é sócia da Samarco, empresa que causou um dos maiores desastres ambientais da história, responsável por inviabilizar as operações da hidrelétrica. A usina ficava no caminho da barragem do Fundão, que rompeu e causou a morte de 19 pessoas, com o lançamento de milhares de toneladas de rejeito de minério de ferro sobre a floresta e o Rio Doce. A lama varreu 40 municípios, até chegar ao Atlântico, no litoral do Espírito Santo.

"Nesse sentido, todo o prejuízo econômico suportado pelos consumidores cativos de energia elétrica resulta em benefício para a mesma empresa, que seria a causadora do desastre ambiental", disse Martins. "Assim, a manutenção da decisão judicial que afastou o ato da Aneel e manteve a usina Risoleta Neves no MRE causa grave distorção do quadro regulatório, impondo prejuízo econômico aos consumidores, e beneficiando indiretamente a mesma empresa causadora dos danos ambientais."

Procurada pela reportagem, a Vale declarou que, "como integrante do Consórcio Candonga, a Vale vai avaliar os termos da decisão (ainda não publicada)". Segundo a empresa, independentemente do resultado da ação, "a Vale já apresentou proposta à Aneel para neutralizar os efeitos financeiros da aplicação do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)". No dia 10 de setembro, dois dias após reportagem do Estadão informar que a companhia tinha decidido manter o processo judicial, a Vale declarou, por meio de nota, que apresentou proposta à Aneel sobre caso envolvendo a usina hidrelétrica Risoleta Neves que prevê o pagamento de todos os valores decorrentes da paralisação da unidade.

A mineradora disse que os pagamentos, que incluirão período 5 de novembro de 2015 até dezembro de 2022, ocorrerão independentemente do resultado da ação movida pelo Consórcio Candonga contra a Aneel. "Os valores retroativos, já repassados à usina, serão corrigidos, estimados em cerca de 781 milhões de reais, e pagos na contabilização do primeiro mês posterior à data de início de vigência do Termo de Compromisso", informou a Vale.

A empresa declarou, na ocasião, que o prazo de dezembro de 2022 foi estipulado devido à expectativa de retorno de operação da usina Risoleta Neves, que passa por obras de recuperação realizadas pela Samarco, joint venture da própria Vale com a BHP.

A partir deste mês de outubro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai poder suspender a energia dos consumidores de baixa renda que estiverem com pagamentos atrasados. Em abril deste ano, a empresa pausou o corte de energia em virtude da crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19),

A Aneel garante, agora, que não há de outra pausa nos cortes de energia elétrica. Por isso, a entidade lança em São Paulo uma campanha para ajudar os consumidores de baixa renda que não podem pagar a conta de luz. Vale lembrar que a possibilidade é válida apenas para pessoas que estejam cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), que poderão escolher parcelar as contas atrasadas em até 13 vezes, com isenção de sanções, mas com juros mensais de 1%.

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Para entrar na categoria de baixa renda, o consumidor precisa receber uma quantia menor ou igual a meio salário mínimo. Entre outras pessoas que também podem optar pela medida, estão aquelas que têm inscrição no Cadastro Único Para Programas Sociais (CadÚnico) e possuem pessoas com doença crônica em casa, que necessitam do uso contínuo de aparelhos que dependam de energia elétrica. Aos que desejarem aderir à campanha de parcelamento, existem três alternativas para realizar a negociação, seja ela de maneira remota pela internet ou por meio do telefone 0800-72-72-120.  Também é possível fazer a negociação presencialmente, comparecendo a alguma central de atendimento, por meio de agendamento prévio.

Por Thaiza Mikaella

Conforme a determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma nova taxa extra na conta de luz começará a ser cobrada a partir desta quarta-feira (1°). Nomeada de “escassez hídrica”, a bandeira representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à atual bandeira vermelha patamar 2 (de R$ 9,49 por 100 kWh), que já havia subido 52% no final de junho.

O reajuste foi solicitado pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), grupo presidido pelo Ministério de Minas e Energia, com o objetivo de buscar medidas de garantia de suprimento de energia no Brasil. 

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A chegada do novo patamar, considerado crítico em decorrência da falta de chuvas, define o valor da bandeira em R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, determinação válida até 30 de abril de 2022, para supostamente “incentivar” a economia de energia pelos consumidores.

De acordo com o governo, os consumidores de baixa renda que aderirem à tarifa social não serão afetados pelas novas regras da bandeira tarifária. Para aqueles que conseguirem poupar energia, descontos serão disponibilizados na conta de luz nos próximos meses.

A CREG aprovou também um programa de incentivo à redução do consumo de energia para o mercado regulado, que passa a valer a partir de setembro. O novo programa concederá bônus de R$ 50 por 100 kWh reduzidos, limitado à faixa de economia entre 10% e 20%.

As bandeiras tarifárias e a crise hídrica

Imerso na maior crise hídrica dos últimos 90 anos, o Brasil tem enfrentado uma intensa oscilação entre as bandeiras tarifárias, mecanismo acrescentado ao valor total da conta dos consumidores a depender das condições de geração de energia no setor elétrico.

Dessa forma, quando o cenário é favorável e as usinas hidrelétricas têm reservatórios de água abundantes, aplica-se a bandeira verde. No caso de situações menos positivas para o setor, a bandeira amarela entra em vigor. No momento em que o cenário se complica, a bandeira vermelha, nos patamares 1 e 2, passa a ser válida e indica condições mais caras de geração de energia.

A bandeira de emergência hídrica, que entrará em vigor em setembro, no entanto, não existia, e provocará um aumento de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados, a exemplo dos residenciais. O acréscimo tem relação com o alto custo de funcionamento das usinas termelétricas, que foram acionadas por conta da ausência de chuvas em regiões estratégicas do país.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 27, que as contas de luz vão continuar com a bandeira vermelha em seu segundo patamar em setembro. Hoje, os consumidores pagam uma taxa adicional de R$ 9,49 a cada 100 qulowatts-hora (kWh) consumidor, mas esse valor deve subir no próximo mês, conforme mostrou o Broadcast.

O tema passou a ser tratado como prioridade pela equipe econômica, diante do efeito sobre a inflação. O Ministério da Economia defende um reajuste mais baixo, entre R$ 14 e 15 a cada 100 kWh consumidos, a vigorar entre setembro e maio. Já a Aneel calculou que seria necessário um valor mais alto, por volta de R$ 25 a cada 100 kWh, até dezembro deste ano, com possibilidade de retorno aos atuais R$ 9,49 em janeiro.

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Ainda não há previsão para quando a agência reguladora irá definir o novo valor da bandeira vermelha 2. O órgão pode convocar reunião extraordinária para analisar o tema até terça-feira, 31, para que o reajuste já passe a valer em setembro. Também é possível que a diretoria colegiada se reúna ao longo da próxima semana e defina a correção com efeitos retroativos a 1º de setembro.

É o quarto mês consecutivo que a Aneel aciona a bandeira vermelha patamar 2. De acordo com a agência, agosto foi um mês de "severidade" para o regime hidrológico do sistema elétrico, pois as afluências (quantidade de água que chega aos reservatórios-)continuaram entre as mais críticas já registradas.

"A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente, com os principais reservatórios do SIN Sistema Interligado Nacional atingindo níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos", diz o comunicado.

Em junho, a agência já havia aprovado um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, que foi de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh. Já nessa ocasião, a agência admitiu que o valor não seria suficiente para fazer frente às despesas com as usinas térmicas e abriu uma consulta pública para discutir uma nova alta. A proposta previa um reajuste para até R$ 11,50.

O valor, no entanto, foi proposto antes de o governo admitir uma "relevante piora" nas previsões para o cenário hídrico e nas projeções para os próximos meses. Cálculos da agência reguladora apontam que as medidas adotadas pela Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroenergética (Creg), grupo presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e criado por meio da Medida Provisória 1055 devem custar entre R$ 2,4 bilhões a R$ 4,3 bilhões.

Sistema de bandeiras

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e sinaliza ao consumidor o custo da geração de energia elétrica no País. Na prática, as cores e modalidades (verde, amarela ou vermelha) indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz.

A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo. O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.

Segundo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta na energia de luz foi uma das principais responsáveis pela maior inflação registrada no mês de julho desde 2002. Em 12 meses, a energia elétrica acumula reajuste de 20,09%.

O atual cenário da falta de água nos reservatórios hidrelétricos e uso intenso das termelétricas fósseis fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentasse o valor da bandeira tarifária vermelha para o patamar dois. Com o reajuste, a taxa extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100KWh consumidos. 

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Com a conta de luz no vermelho, a energia solar é uma alternativa para os consumidores que pensam em economizar. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que este tipo de geração de energia pode proporcionar uma economia de mais de 90% na conta de luz residencial. 

Créditos para o consumidor

A geração da energia depende da radiação solar e, havendo excessos de geração, são proporcionados créditos para o dono do imóvel. Também haverá momentos nos quais será utilizada a energia fornecida pela concessionária, devido a ausência ou redução da radiação. 

Ao final de cada mês, um medidor calcula automaticamente quanto de energia foi injetada na rede e quanto foi consumido, gerando a fatura. 

Se por acaso a geração mensal for maior que o consumo, serão fornecidos créditos para o consumidor, que pode usá-los para fazer o pagamento de próximas faturas da residência responsável pela geração da energia solar, no prazo de até 60 meses, ou fazer o abatimento em outras unidades consumidoras, desde que os contratos estejam no nome do proprietário da casa geradora.

Ao LeiaJá, Ricardo Chalegre, 30 anos, consultor em Eficiência Energética do SENAI, explica como ocorre a instalação da energia solar e outros detalhes importantes para quem pensa nesta alternativa. 

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Possibilidade de financiamento

Segundo Chalegre, atualmente existem muitos bancos que estão oferecendo linhas de crédito para que as pessoas consigam comprar e instalar os equipamentos necessários para a geração da energia solar. "O valor da parcela do financiamento ficaria muito próximo do valor da conta de energia - isso não alteraria em nada o fluxo de caixa do consumidor. Qualquer pessoa, teoricamente, nestas condições, teriam como instalar”, assegura. 

Vale destacar que o consumidor continua pagando a Celpe uma taxa mínima, que se refere praticamente a iluminação pública. Não consegue zerar a conta, mas chega ao patamar de R$ 25 ou R$ 30. 

Na última semana, foi anunciado que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu elevar o valor da conta de luz, por conta da crise nos reservatórios de hidrelétricas. Já em maio, a tarifa se encontrava na bandeira vermelha patamar 1, e passou a acrescentar R$4,2 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Agora, a tarifa entra na bandeira vermelha patamar 2, e adiciona R$6,2 na conta a cada 100 kWh.

E assim, cuidados durante o consumo de energia devem ser tomados para não se surpreender com a conta de luz no fim do mês. De acordo com as informações divulgadas pela Enel (SP), empresa brasileira do ramo de energia elétrica, existem diversos itens que compõem uma residência e aumentam de forma significativa os gastos de energia. Assim como: chuveiro elétrico, ar-condicionado, ferro elétrico, lâmpadas halógenas e fluorescentes, geladeira, máquina de lavar e computadores.

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Segundo Nilza Aparecida dos Santos, professora de economia e gestão financeira na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) em Cotia, quando se trata de dicas para melhor consumo dos itens elétricos, é necessário ter o uso consciente de cada recurso. “Só manter aparelhos ligados durante o uso, banhos mais curtos, parte elétrica sempre revisada e etc”. A especialista indica que há diversos sites que costumam trazer dicas importantes sobre economia doméstica no âmbito elétrico, como a página na web da Enel.

Dentre outras dicas que a especialista cita, está o cuidado com o uso da máquina de lavar e o ferro elétrico de passar roupa, que podem ser utilizados em grandes remessas de roupas, uma vez que o volume pequeno de peças favorece maior consumo dos eletrodomésticos. “Pensar que a renda familiar, provavelmente não aumentará como os gastos de energia e que, portanto, é preciso adequar o orçamento para não ter surpresas desagradáveis no momento de fechar as contas. Observar consumo e gasto, já que cada família tem sua própria composição. Reavaliar os gastos sempre que necessário para poder adequar o orçamento familiar”, finaliza a economista.

por Rafael Sales

Anúncios de aumento na conta de luz são sempre motivo de preocupação. Desde 2015 que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) resolveu adotar o sistema de bandeiras na conta de luz, para o consumidor saber se está pagando o valor normal ou um valor a mais pela energia elétrica. As bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica.

Elas são indicadoras do valor da energia - de quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, nos estabelecimentos comerciais e nas indústrias. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo.

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A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumido. A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. A bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.

“Com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e diminuir o valor da conta (ou, pelo menos, impedir que ele aumente)”, explica a Aneel em seu site.

Reajuste das bandeiras

Os valores das bandeiras foram reajustados no dia 29 de junho. O aumento mais significativo foi o do patamar 2 da bandeira vermelha, o mais alto de todos. O aumento foi de 52%.

Esse aumento, no entanto, não é calculado em cima do valor total da conta de luz, e sim no acréscimo gerado a cada 100 kWh consumido. O reajuste das bandeiras provoca um impacto no valor final da conta de luz, segundo a Aneel, de 4,9%.

Por que a conta aumenta?

A usina hidrelétrica, que gera energia a partir da força da água nos reservatórios, é a mais barata e a primeira opção do SIN. Por isso, em épocas de muita chuva e reservatórios cheios, a bandeira tarifária costuma ser a verde, porque a energia está sendo produzida da maneira mais em conta.

Em períodos de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como diesel e gás. Além de ser mais poluente, é mais cara. Por isso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da geração de energia aumenta e a bandeira tarifária muda.

Quem faz a avaliação das condições de geração de energia no país é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). É ele que define a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda. Ela define a previsão de geração hidráulica e térmica, além do preço de liquidação da energia no mercado de curto prazo.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (29), por 4 votos favoráveis a 1, um reajuste de 52% na bandeira vermelha patamar dois. A partir de julho, a taxa adicional cobrada nas contas de luz passará de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 9,49 kWh.

Esse valor, no entanto, poderá ser ainda maior já em agosto e nos próximos meses, já que a agência irá rever os parâmetros para cálculo da bandeira.

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A consulta pública para a revisão pode ser aberta ainda nesta terça, em reunião extraordinária. Isso porque, mesmo com o reajuste aprovado nesta data, há 46% de chances de faltar recursos para cobrir os custos da contratação de térmicas para manter o abastecimento no País.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os técnicos calcularam que o novo patamar da bandeira vermelha nível dois deveria subir algo entre R$ 11,50 e R$ 12,00 a cada 100 kWh. Esse seria o valor necessário para cobrir todo o custo adicional com o acionamento de termelétricas ao longo do segundo semestre deste ano, diante da situação crítica dos reservatórios.

Mas o relator do processo, diretor Sandoval Feitosa, afirmou que seria necessário alterar as regras da agência para aprovar um reajuste nesse patamar. Nesse sentido, o diretor apresentou um reajuste de 1,67%, que representaria uma cobrança adicional de R$ 6,49 a cada 100 kWh.

Apesar de reconhecer o cenário excepcional, devido à pior crise hídrica dos últimos 91 anos, o diretor afirmou que é justo que uma mudança nas regras seja submetida a uma nova consulta pública, para que o processo tenha transparência e previsibilidade.

O entendimento que prevaleceu na diretoria, no entanto, é que o cenário crítico exige um reajuste que comporte os custos e dê um sinal mais claro aos consumidores da situação já a partir do mês de julho, sob risco de um reajuste ainda maior no mês de agosto ou até mesmo no ano que vem, quando um possível déficit na conta bandeiras seria repassado aos consumidores por meio dos reajustes anuais de cada distribuidora.

A proposta aprovada foi apresentada pelo diretor-geral da agência, André Pepitone, que sugeriu uma alteração no parâmetro dos cálculos, que passa a incorporar todos os cenários previstos para os próximos meses. Por conta da crise hídrica, as estimativas apontam para os piores cenários, o que resulta no aumento.

"A gente não está promovendo aumento porque gosta ou porque quer, é uma realidade. O custo está aqui, está presente, o que estamos decidindo é o que fazer com esse custo. Se apresento agora, se apresento depois. Se apresentar depois vou ter esse custo corrigido pela Selic", afirmou o diretor.

Outros reajustes de bandeiras

A agência também aprovou reajuste nas bandeiras amarela e vermelha patamar 1. Pela proposta, a taxa cobrada quando a agência acionar a bandeira amarela irá aumentar 39,5%, de R$ 1,343 a cada 100 kWh para R$ 1,874.

Já a bandeira vermelha 1 passará de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para R$ 3,971 - redução de 4,75%.

Sistema de bandeiras

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015. Na prática, as cores e modalidades - verde, amarela ou vermelha - indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz.

A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, representa que o custo para produzir energia no País está baixo.

Já o acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a previsão de chuvas.

Considerando que o País entrou no período seco com nível crítico nos reservatórios, a projeção da área técnica da Aneel é que a bandeira vermelha em seu segundo patamar seja mantida, pelo menos, até novembro.

Além de possibilitar aos consumidores adaptar seu consumo, o sistema de bandeiras também atenua os efeitos no orçamento das distribuidoras.

Anteriormente, o custo da energia era repassado às tarifas uma vez por ano, no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. Agora, esse custo é cobrado e repassado às empresas mensalmente.

A área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs prorrogar até 31 de outubro a proibição de cortes de energia por falta de pagamento de famílias de baixa renda. A medida foi aprovada em março e tem vigência até 30 de junho. A diretoria da agência reguladora deverá analisar a sugestão dos técnicos, mas não há previsão de quando o processo será pautado.

A resolução entrou em vigor em meio a um agravamento da pandemia no País. Mesmo com a vacinação contra a Covid-19, a área técnica analisou que não há perspectiva de melhora da situação sanitária no médio prazo, considerando que ainda há um alto índice de contágio. Especialistas já apontam que uma terceira onda da doença pode chegar ao Brasil em junho.

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Pela proposta apresentada em nota técnica em 28 de maio, a medida continuaria valendo nos mesmos termos e para os mesmos grupos de consumidores. O processo será relatado pelo diretor Hélvio Neves Guerra, que poderá alterar as recomendações.

A suspensão vale para cerca de 12 milhões de unidades consumidoras inscritas no programa Tarifa Social, consumidores que precisam de energia para manter equipamentos essenciais à vida em funcionamento e os que não estão recebendo a conta de luz em casa. Também abrange unidades de saúde e hospitais e regiões onde não há instituições financeiras abertas por conta de restrições de isolamento social.

Cadastro

Além da proibição de cortes, a agência também suspendeu as verificações periódicas em relação aos cadastros das famílias inscritas no Tarifa Social, ou seja, nenhum consumidor pode ser retirado do programa enquanto a resolução estiver vigente.

O mecanismo é semelhante ao que foi adotado em 2020, quando a proibição foi mais ampla e valeu para todos os consumidores do País. No ano passado, a agência julgou necessário prorrogar a medida por mais alguns meses, ao avaliar a permanência de impactos de medidas de isolamento social no setor elétrico.

Segundo os técnicos, algumas medidas adotadas no ano passado mitigaram a evolução do índice de inadimplência dos consumidores. Apesar disso, ainda há uma preocupação em relação aos efeitos das suspensões, já que o corte de energia elétrica é a principal ferramenta das distribuidoras para conter a inadimplência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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