Os sentimentos nem sempre são os mesmos dos estudantes que recebem os resultados de um concorrido vestibular. Se o fera é aprovado, é comum o rosto transbordar em alegria. Mas, quando o nome não sai no “listão”, o semblante traz tristeza e decepção. Afinal, a maioria dos candidatos passa o ano todo em dedicação exclusiva ao vestibular e veem a chance de entrar na universidade ser adiada.
Porém, a reprovação não pode representar o fim de um sonho, mas sim significar uma etapa no caminho árduo em direção ao objetivo.
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Casos de sucesso
Sete vestibulares e um sonho que se manteve vivo. Auremar Ferreira, de 29 anos, hoje cursa a concorrida graduação de medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), porém, para chegar lá, o rapaz foi reprovado seis vezes, o que ele chama de “pancadas”. “A pior coisa para mim foi ouvir a minha mãe me pedir para tentar outro curso. Eu respondi: mãe, me peça qualquer coisa, menos desistir de medicina”, conta Ferreira.
De acordo com ele, durante o período preparação para os vestibulares, entre cursos e matérias isoladas, o estudante ouviu críticas de familiares pelo fato de ele não trabalhar e se dedicar apenas às seleções. “O que eu ouvia, servia de combustível. Já estava com raiva por ter sido reprovado algumas vezes e escutar piada dos outros era o cúmulo. Mas, eu sempre quis medicina e a minha hora chegou”, relata.
Após tantas reprovações, em 2007, por meio de um remanejamento no 37º lugar, Auremar Ferreira conseguiu ser aprovado e entrar na universidade. “Deixo uma frase tradicional para quem foi reprovado: insista, persista e não desista. Se é o que você quer, independente do curso, vá atrás do seu sonho”, aconselha.
Lissandra Pinto de Moura, 29, também lutou muito e tentou cinco vezes até ser aprovada em medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE). Formada em 2011, a médica conta que sua preparação foi difícil. “Minha família não tinha muitos recursos financeiros e fiz seleções para ganhar bolsas em cursos preparatórios. No mínimo, eu estudava oito horas por dia”, explica a moça.
Segundo Lissandra, mesmo diante das reprovações, ela nunca pensou em desistir. “Todo ano que passava a minha nota aumentava. Eu acho que em tudo na vida deve haver esforço”, completa.
Orientação psicológica
Segundo a psicóloga Ana Cleide Jucá, a reprovação pode sim representar uma frustração. O lado financeiro aplicado durante a preparação pré-vestibular também pode aumentar esse sentimento. “Quanto maior é o investimento em busca da aprovação, maior é o sentimento de frustração”, comenta.
Porém, os reprovados precisam entender que a concorrência é grande e que a aprovação geralmente é um procedimento contínuo de experiências. “É uma caminhada em que as pessoas aprendem com os erros. A aprovação deve ser vista como um impulso e não como uma barreira. Quem reprovou muitas vezes deve verificar se a metodologia de estudo está sendo feita corretamente e pedir ajuda de profissionais sobre a melhor forma de estudar”, explica Ana Cleide.
Ainda de acordo com a psicóloga, controlar as emoções é fundamental para que os estudantes aceitem, mas, não se acomodem com a reprovação. “É preciso ser inteligente emocionalmente e não deixar que a tristeza atrapalhe os estudos. Ser persistente é muito importante para quem sonha em ser aprovado”, diz.
Confira abaixo um vídeo com depoimentos do Auremar Ferreira e da psicóloga Ana Cleide sobre como superar a reprovação:
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