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Milhares de civis fugiram dos bombardeios do governo de Bashar al-Assad e de sua aliada, Rússia, na província síria de Idlib (noroeste) desde o início desta semana - informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) nesta sexta-feira (20).

"Diante da intensificação dos ataques aéreos e dos bombardeios desde 16 de setembro no sul de Idlib, milhares de civis fugiram da região de Maaret al-Numan (...) para o norte da província. Outros milhares esperam que os bombardeios diminuam para ir embora", declarou o OCHA (na sigla em inglês) em um comunicado.

A Turquia está violando o cessar-fogo no norte da Síria e continua tomando civis como alvo de seus bombardeios e disparos, denunciou nesta sexta-feira (18) Mustafah Ali, porta-voz militar curdo.

"Apesar do acordo de cessar-fogo, os bombardeios e os disparos continuam e tomam como alvos milicianos, a população civil e o hospital de Ras al Ain", localidade do norte da Síria que foi cenário de violentos combates nos últimos dias, afirmou Ali.

Na quinta-feira (17) à noite, a Turquia aceitou um cessar-fogo de cinco dias e os curdos se declararam disposto a respeitar a medida.

Os danos infligidos pelos rebeldes huthis iemenitas no último sábado à infraestrutura de petróleo saudita ilustram a quase impossibilidade de um país, por mais meios que tenha à sua disposição, de proteger instalações vitais de uma ameaça como a representada pelos drones.

Os graves prejuízos sofridos pela fábrica de Abqaiq e a jazida de Khurais, no leste da Arábia Saudita, foram resultado de um ataque cometido com dez drones, informou o americano Soufan Center, nesta segunda-feira (16).

É possível que também sejam usados mísseis de tipo cruzeiro, acrescentou a instituição, que cita autoridades do governo americano.

São armas à disposição dos huthis xiitas, que contam com o apoio do Irã desde que estes começaram a enfrentar, no Iêmen, as forças de uma coalizão liderada por Riad, há cinco anos. Em diferentes ocasiões, em especial desde a primavera (boreal) de 2019, que essas armas são capazes de burlar os sistemas de defesa sauditas.

Frente a uma ameaça dessa natureza, "é necessário um sistema de defesa superaperfeiçoado, como tem, eu acho, apenas um grupo aeronaval americano (organizado em torno de um dos porta-aviões da Marinha dos EUA)", comentou o ex-chefe de um serviço de Inteligência francês, que pediu para não ser identificado.

"Um ataque coordenado, como o que aconteceu no sábado, não está ao alcance de qualquer um, como tampouco está ao alcance de todo mundo poder se defender de um ataque assim", acrescentou.

No início de julho, os huthis apresentaram, durante uma cerimônia realizada em um lugar secreto, um drone-bombardeiro chamado "Sammad 3", além do míssil de cruzeiro "Al Qods". Contam ainda com o drone armado de explosivos "Qasef 2".

"É o poder nivelador da tecnologia, que permite aos mendigos poderem ameaçar grandes potências", declarou recentemente, indignado, um funcionário de alta patente do Exército francês, que também pediu para não ser identificado.

"Nos vemos derrotados por artefatos de 250 quilos, como nos vimos derrotados por minas em Mali", afirmou.

Rifles antidrones e drones programáveis

A Arábia Saudita gastou uma fortuna para se dotar de sistemas de defesa terra-ar, como as baterias antimísseis americanas Patriot, radares e uma força aérea ultramoderna.

Em 2018, dedicou mais de 65 bilhões de dólares para armamentos, segundo o Instituto de Pesquisa pela Paz de Estocolmo.

Becca Wasser, analista da Rand Corporation, disse à AFP que, "para o mais essencial, a Arábia Saudita conta com seus sistemas Patriot para interceptar os projéteis huthis, mas os resultados são moderados, posto que este sistema está projetado para destruir mísseis, mais do que drones".

"O emprego de drones indica que os huthis deram com a falha de seus sistemas de defesa", considerou.

As dimensões das instalações petroleiras sauditas, que, em alguns casos, são tão grandes quanto cidades, e sua dispersão por todo reino dificultam uma proteção permanente frente a uma ameaça em constante mudança.

Fabricados com peças de origem iraniana, segundo um informe da ONU publicado em 2018, os drones dos huthis são de dimensões variáveis e podem se deslocar a várias velocidades e altitudes, motivo pelo qual são difíceis de interceptar.

"O problema é que não existe nenhum sistema único para tratar todos os casos, e a ameaça do drone evolui sem cessar", comentou um engenheiro militar francês.

"Hoje em dia, os lugares sensíveis estão protegidos com radares e rifles antidrones, mas, agora, existem drones autônomos, programáveis" e insensíveis às interferências GPS, acrescentou.

"Sua velocidade também aumentará: é preciso detectá-los mais rapidamente e de mais longe".

Em 19 de agosto, a Força Aérea saudita publicou imagens de um de seus caça-bombardeiros F-15 destruindo, em pleno voo, um drone Qasef-2 no Iêmen, e garantiu ter neutralizado cerca de 20 aparelhos no ano anterior.

Segundo vídeos publicados on-line pelos huthis, seu drone de ataque "Sammad 3" tem um raio de ação de 1.500 quilômetros. Isso significa que quase todo território da Arábia Saudita estaria a seu alcance, assim como várias regiões dos Emirados Árabes Unidos, aliado de Riad na guerra no Iêmen.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou nesta sexta-feira (13) que criou uma comissão de investigação sobre os bombardeios hospitalares na Síria que haviam entregue suas coordenadas geográficas para não serem atacados.

Essa comissão investigará "sobre uma série de incidentes ocorridos no nordeste da Síria" desde que Rússia e Turquia estabeleceram uma zona de desescalada em Idlib em 17 de setembro de 2018, informou o comunicado da ONU.

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A investigação deverá "estabelecer os fatos para o secretário-geral"; não é uma "investigação criminosa" e suas conclusões não se tornarão públicas, explicou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, sem dar um prazo para que essa comissão entregue o relatório.

Guterres "convoca todas as partes interessadas em prestar sua plena cooperação à comissão", que iniciará seus trabalhos em 30 de setembro, acrescentou o comunicado.

A instância será dirigida por um general da Nigéria, Chikadibia Obiakor, e compreenderá os outros dois nomes, Janet Lim, de Singapura, e Maria Santos Pais, de Portugal. Dois especialistas farão assessoria: um general peruano, Fernando Ordóñez, e um ex-responsável da Cruz Vermelha Internacional, Pierre Ryter, de nacionalidade suíça.

Dezenas de instalações médicas foram destruídas pelos bombardeios desde a primavera. A Rússia desmentiu que tenha como objetivo instalações civis.

A organização Human Rights Watch reclamou que a comissão estabeleça de maneira "rápida as responsabilidades dos ataques" e que suas conclusões se tornem públicas.

A embaixadora do Reino Unido na ONU, Karen Pierce, saudou por sua vez a criação da comissão.

"Os acontecimentos nas regiões de Hama e de Idlib no noroeste da Síria são uma repetição das táticas militares já utilizadas pelas forças sírias em Aleppo e em Guta oriental", denunciou, reiterando seu apoio a resolução que está em negociação na ONU para pedir o cessar-fogo no nordeste.

Um total de 18 civis, entre eles um repórter cidadão que colaborou com a Agence France-Presse, morreram em ataques aéreos na região de Idlib, noroeste da Síria, anunciaram neste domingo (21) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e a organização humanitária Capacetes Brancos.

Anas al Dyab, fotógrafo e cinegrafista de 22 anos, morreu como consequência de bombardeios russos sobre Jan Cheikhun, na província de Idlib, indicaram ambas as organizações. O ODSH acrescentou que outros 17 civis, incluindo sete crianças, morreram em outros ataques no domingo.

Alvo de contínuos ataques aéreos desde o fim de abril, Jan Cheikhun se tornou um povoado fantasma, e milhares de seus habitantes fugiram.

Mas Anas "escolheu ficar com seus colegas", segundo os Capacetes Brancos, e morreu enquanto "tentava mostrar ao mundo o que está acontecendo na Síria", disse Raed Saleh, diretor dos Capacetes Brancos.

"A Defesa Civil síria lamenta a queda do herói Anas al Dyab", anunciaram no Twitter os Capacetes Brancos, dos quais foi voluntário.

Morreu como resultado de "três ataques aéreos russos enquanto documentava o bombardeio aéreo de sua cidade de Jan Sheikhun esta manhã", disse a organização.

Desde o fim de abril, o regime de Bashar al Assad e sua aliada Rússia intensificaram o bombardeio desta província e mais de 600 civis morreram, segundo o OSDH.

 

Vinte pessoas morreram, entre elas oito crianças, nesta quinta-feira em bombardeios realizados por forças do governo no noroeste da Síria, onde ocorrem violentos confrontos que nos últimos dois dias deixaram mais de 150 combatentes mortos, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

As oito crianças morreram na região de Idlib, alvo de intensos bombardeios sírios e russos desde o fim de abril, afirmou o OSDH.

Morreram também três socorristas e uma mulher que estavam numa ambulância atacada perto da localidade de Maaret al Numan, na província de Idlib.

"A ambulância foi atacada deliberadamente", denunciou Fuad Issa, integrante da ONG Benefsej, proprietária do veículo destruído.

Já na região sudoeste de Idlib, na fronteira com Hama, os combates deixaram 27 jihadistas e rebeldes e 31 soldados sirios mortos, informouo OSDH.

Ainda de acordo com a OSDH, desde o fim de abril mais de 400 civis morreram nesta região.

Israel voltou a bombardear neste domingo (2) a Síria, uma operação que deixou 11 mortos entre as forças leais ao governo de Bashar al-Assad, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), enquanto o Estado hebreu disse que respondia ao lançamento de foguetes procedentes do país vizinho.

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel realizou vários ataques contra o Exército sírio, mas também contra as forças do Irã e do Hezbollah libanês, aliados do regime de Bashar al-Assad e dois grandes inimigos do Estado hebreu com presença militar na Síria.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo ter ordenado os bombardeios como resposta aos lançamentos de foguetes a partir da Síria contra o território do Estado hebreu.

"Não vamos tolerar disparos contra o nosso território", advertiu Netanyahu em um comunicado, em um momento de tensão crescente no Oriente Médio entre Estados Unidos e Irã.

Os mísseis israelenses mataram três soldados do exército sírio e sete combatentes aliados estrangeiros, de acordo com o OSDH.

A imprensa estatal síria confirmou os lançamentos de mísseis israelenses nas proximidades da capital, Damasco, e na província de Quneitra (sul), na área das Colinas de Golã, em sua maioria ocupada e anexada por Israel.

O exército israelense anunciou que dois foguetes foram disparados no sábado à noite da Síria com direção ao monte Hermon, nas Colinas de Golã ocupadas.

As Forças Armadas israelenses afirmaram que responderam com ataques contra "duas baterias de artilharia sírias, vários postos de observação e inteligência nas Colinas de Golã e uma bateria de defesa aérea SA-2".

"Durante os ataques foi ativado um sistema israelense de defesa aérea devido aos disparos da defensa antiaérea síria. Nenhum foguete explodiu em Israel", afirmou o exército em um comunicado.

Israel não costuma confirmar seus ataques na Síria, embora nos últimos meses tenha reivindicado várias operações.

Na noite de domingo, a agência oficial síria, Sana, informou sobre um novo ataque israelense, o segundo em 24 horas, dirigido contra uma base aérea da província de Homs.

Um soldado morreu e outros dois ficaram feridos nestes ataques contra a base aérea T4, que também causaram danos a um depósito de armas, segundo a Sana.

De acordo com o OSDH, morreram cinco pessoas, inclusive um soldado sírio.

- Defesa antiaérea síria -

Em Damasco, a defesa antiaérea síria atuou contra "mísseis inimigos", lançados a partir de Israel contra posições ao sudoeste da capital, afirmou uma fonte militar síria citada pela agência Sana.

"Ao amanhecer de domingo, chegaram objetivos aéreos inimigos do Golá ocupado" por Israel, informou a fonte militar. "Nossas defesas aéreas os bloquearam e abateram estes mísseis inimigos, dirigidos contra nossas posições no sudoeste de Damasco", segundo a mesma fonte.

O OSDH informou que os ataques tinham como alvos "depósitos e posições" das forças sírias, das forças iranianas e combatentes do Hezbollah, sobretudo em Kesswa, ao sudoeste de Damasco.

As Colinas de Golã são um território estratégico, principalmente por seus recursos hídricos, e foram conquistadas por Israel em 1967 durante a guerra israelense-árabe. O local foi anexado em 1981. A ONU o considera um "território ocupado" de forma ilegal.

Os bombardeios anteriores na Síria atribuídos a Israel haviam acontecido em 27 de maio, quando um míssil israelense atingiu a província de Quneitra e matou um soldado sírio.

Em janeiro, o país bombardeou posições iranianas na Síria e matou 21 pessoas, segundo o OSDH.

A guerra na Síria, iniciada em 2011 após a forte repressão a um movimento pacífico pró-democracia, ganhou complexidade ao longo dos anos com a intervenção de potências estrangeiras. O conflito provocou mais de 370.000 mortes e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas.

Ao menos 12 civis morreram nesta quarta-feira (22) em ataques aéreos contra o último reduto jihadista na Síria, na região noroeste do país, enquanto prosseguiam os intensos combates entre islamitas e as forças do regime.

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os 12 civis morreram em ataques durante a noite contra a cidade de Maaret Al Numan. O OSDH, que tem uma ampla rede de fontes no país, também citou 18 feridos nos bombardeios.

O ataque teve como alvo um mercado da região. A ONG não estava em condições de afirmar se os bombardeios foram executados pela aviação russa ou síria.

A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, atua na Síria desde 2015 e participa desde abril nos ataques contra a província de Idleb e seus arredores, que não estão sob controle de Damasco.

Província dominada por jihadistas do Hayat Tahrir Al Sham (HTS, ex-braço da Al-Qaeda), Idleb, último reduto jihadista, foi objeto de um acordo entre Moscou e Ancara em uma "zona desmilitarizada" para evitar uma grande ofensiva.

Mas desde o fim de abril, as forças do regime sírio e da Rússia intensificaram os ataques aéreos contra alguns setores sob controle do HTS em Idleb e na província vizinha de Hama.

Ao menos 180 civis morreram desde 30 de abril em consequência dos confrontos, de acordo com o OSDH. A guerra na Síria, iniciada em 2011, provocou mais de 370.000 mortes e a fuga de milhões de pessoas.

Organizações humanitárias vinculadas às Nações Unidas suspenderam as atividades em algumas partes do noroeste da Síria, onde os bombardeios do regime e da Rússia colocam em perigo seus voluntários.

"Em 8 de maio, pelo menos 16 sócios humanitários suspenderam suas operações nas zonas afetadas pelo conflito", afirmou na sexta-feira o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

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O Programa Mundial de Alimentos (PAM) anunciou a suspensão da entrega de ajuda a quase 47.000 pessoas em cidades e vilarejos bombardeados".

Desde o fim de abril, as forças do regime e a aviação russa intensificaram os bombardeios no sul de Idlib e em zonas próximas, o que provocou o deslocamento de 180.000 pessoas entre 29 de abril e 9 de maio, segundo a ONU.

Quinze hospitais e 16 escolas também foram afetados, de acordo com a mesma fonte.

"Várias organizações suspenderam suas atividades depois que suas unidades foram atingidas, destruídas ou que agora estão expostas ao perigo pelos ataques reiterados", afirma um comunicado do OCHA.

"Outras suspenderam as atividades para garantir a segurança de seus trabalhadores ou porque a população que se beneficia (das ajudas) desertou das áreas em questão", completa.

Cinco voluntários, dois deles profissionais de saúde, morreram nos bombardeios.

O PAM afirmou vários trabalhadores de organizações vinculadas ao programa foram "deslocados em consequência da violência, outros ficaram feridos".

O governo de Bashar Al Assad não consegue assumir o controle da província de Idlib e dos territórios insurgentes próximos, dominados pelo grupo jihadistas Hayat Tahrir Al Sham (HTS), ex-braço sírio da Al-Qaeda, apesar dos persistentes bombardeios executados desde fevereiro.

Kahled e seu irmão tiveram tempo de subir na moto e fugir à toda velocidade graças a um sistema de alerta que os salvou de um ataque aéreo, mas destruiu a casa de seus vizinhos na província síria de Idlib.

Este jornalista cidadão de 23 anos e seu irmão poderiam ter morrido se não tivessem sido alertados, minutos antes, através do telefone celular de um ataque iminente contra seu bairro de Maaret al Shurin, na província de Idlib, último bastião da insurgência ameaçado por uma ofensiva do regime sírio e da Rússia.

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Eles se salvaram graças ao sistema Sentry, lançado há dois anos por dois americanos e um programador sírio. Nesta província do noroeste do país em guerra, o mecanismo poderia desempenhar um papel essencial em caso de ataque.

Quando os aviões de combate sírios ou russos decolam, o Sentry calcula e localiza o possível alvo do ataque, analisando as trajetórias dos voos a partir de dados fornecidos por pessoas no terreno e por uma rede de sensores.

O sistema lança alertas que os usuários recebem através de aplicativos gratuitos em seus smartphones, sobretudo via Telegram, o que lhes dá alguns minutos para ficar em segurança.

No dia do ataque, Kahled estava em casa para recolher alguns pertences que havia deixado após fugir de um primeiro bombardeio. "Recebi um alerta no Telegram, dizendo que outro avião havia decolado e se dirigia para o mesmo setor", conta à AFP.

Então saiu correndo à toda velocidade com seu irmão. "Naquele dia só ficaram feridas três crianças" no ataque.

Frequência de uso

Segundo seus criadores, o dispositivo de alerta lançado em agosto de 2016 beneficia cerca de dois milhões de pessoas na Síria, a maioria delas em Idlib.

A iniciativa resultou ser eficaz, afirmam os criadores, inclusive durante a ofensiva deste ano contra o reduto rebelde de Ghuta oriental, onde os bombardeios, principalmente aéreos, deixaram mais de 1.700 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com uma rede de fontes no terreno.

"Observamos que o uso (do sistema) alcançou um ponto máximo durante esta campanha" militar, afirmou à AFP John Jaeger, cofundador da companhia Hala Systems, que desenvolveu o Sentry.

Este apaixonado por informática e ex-diplomada queria desenvolver meios que salvassem vidas de civis na Síria. Criou o Sentry com o apoio do empresário americano Dave Levin e de um codificador sírio cuja identidade é mantida em segredo.

É difícil obter estatísticas confiáveis, mas a análise dos dados mostra que o uso do Sentry reduz em 27% o número de pessoas mortas em ataques, afirma Jaeger.

O sistema, financiado segundo ele pelo Reino Unido, Canadá, Holanda e Dinamarca, necessita uma rede humana no terreno para vigilar as zonas e instalar sensores.

Oito minutos

Assim que recebem o alerta pelas redes sociais, rádios locais ou sirenes de alerta ativadas à distância pela Hala Systems, os residentes dispõem de uma média de oito minutos para encontrar um refúgio, segundo o cofundador da companhia.

Os socorristas nas zonas rebeldes, chamados de capacetes brancos, o usam com frequência.

"Os técnicos de defesa civil tentam fazer com que os civis sem conexão à internet possam acessar o serviço", afirmou à AFP o coordenador do sistema de alerta no norte da Síria, Ibrahim Abu Laith.

Nas últimas semanas foram realizadas quase 200 sessões de formação para ensinar as pessoas a usar o sistema por meio da internet, afirma o coordenador.

Segundo o OSDH, entre as mais de 350.000 pessoas mortas desde o início da guerra em 2011, 33.000 civis perderam a vida em ataques sírios ou russos.

"Tentamos evitar o maior número de mortes possível", diz Jaeger, que reconhece que às vezes não se consegue o resultado desejado.

Três palestinos morreram nesta quarta-feira (25) em bombardeios israelenses ao leste da Cidade de Gaza, informou o ministério da Saúde do enclave palestino.

O Exército israelense informou, por sua vez, que os ataques tiveram como alvo "postos militares" do movimento Hamas em Gaza e foram uma resposta a disparos contra seus soldados.

Estes novos incidentes ocorrem apenas cinco dias depois do decreto de um cessar-fogo.

Segundo meios de comunicação israelenses, um dos soldados que foi alvo de disparos ficou levemente ferido e levado a um hospital.

A trégua tinha sido declarada no sábado pelo Hamas, após intensos ataques de ambos os lados.

Um soldado israelense morreu dias antes, o primeiro na região desde a guerra de 2014. Essa morte provocou bombardeios aéreos israelenses e a morte de quatro palestinos.

O governo israelense acusava igualmente os palestinos de lançar continuamente pipas incendiárias para provocar estragos em campos de cultivo do outro lado da fronteira.

Desde sábado, o número de incidentes e de lançamentos destas pipas tinha diminuído e Israel permitiu a reabertura parcial para alimentos, medicamentos e combustíveis, do terminal alfandegário de Kerem Shalom, fechado desde 9 de julho.

Pelo menos 153 palestinos morreram atingidos por disparos israelenses em Gaza desde 30 de março, quando começou uma campanha de manifestações e ataques para comemorar a expulsão de palestinos de suas terras, com a criação do Estado de Israel, em 1948.

Quinze civis, incluindo crianças, foram mortos neste domingo (10) em bombardeios do regime na província síria de Idlib, após um ataque extremista contra os povos que apoiam o presidente Bashar al-Assad nessa região, indicou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Os ataques atingiram uma série de localidades e povoados neste província do noroeste do país que está quase completamente controlada pelos grupos extremistas e rebeldes, de acordo com o OSDH.

Dez civis, entre eles quatro crianças, morreram na cidade de Taftanaz e outros cinco, incluindo três crianças, em setores próximos, detalhou a mesma fonte.

Várias bombas caíram perto de um hospital infantil, que ficou fora de serviço.

Ao mesmo tempo, continuaram os combates entre os extremistas e as forças pró-regime perto das cidades de Fua e Kafraya. Trata-se de duas localidades controladas pelo regime de Assad na província de Idlib e as últimas áreas ainda sitiadas na Síria, de acordo com a ONU. Lá vivem mais de 8.000 pessoas, a maioria de confissão xiita.

O cerco de cidades e povoados foi usado como tática de guerra neste conflito que devasta a Síria desde 2011.

Milhares de civis e combatentes evacuadas de áreas rebeldes que seriam retomada pelas forças pró-governo foram conduzidos nos últimos anos para a província de Idlib, na fronteira com a Turquia, onde estima-se que haja cerca de dois milhões de pessoas.

Ao menos 250 pessoas morreram na Síria nas últimas 48 horas após dias de fortes ataques na região de Guta Oriental, reduto rebelde nas proximidades de Damasco. Entre as vítimas, estão 60 crianças. Apenas nesta quarta-feira (21), foram cinco mortes e 200 cidadãos feridos em ataques de mísseis e bombas pró-governo. De acordo com a Reuters, moradores do local, que tem mais de 400 mil habitantes cercados e vivendo em péssimas condições, disseram estar "esperando sua vez de morrer". 

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o ritmo dos bombardeios pareceu diminuir durante a noite, mas sua intensidade foi retomada na manhã desta quarta-feira. O OSDH apontou, também, que nas localidades de Arbin e Ain Turma, as forças governamentais lançaram barris de explosivos, uma arma denunciada pela ONU e diversas ONGs. Os bombardeios também provocaram muita destruição, em particular em hospitais, que ficaram sem condições de funcionar. 

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Informações da Reuters indicam que a nova campanha aérea contra Guta Oriental começou no domingo (18), após a chegada de reforços para uma ofensiva terrestre que ainda não teve início. O governo quer reconquistar a região, a partir da qual os rebeldes lançam projéteis contra Damasco.

O território de Guta Oriental é o último reduto controlado pelos rebeldes perto da capital síria. Segundo o jornal "Al Watan", ligado ao governo, os bombardeios "são o prelúdio de uma operação terrestre de grande envergadura que pode começar a qualquer momento".  Na terça-feira (20), a ONU pediu o fim imediato dos ataques contra civis em Guta Oriental. Também na terça, a Anistia Internacional afirmou que os ataques constituem crimes de guerra e pediu ação imediata da comunidade internacional. 

 

Da Agência EFE

O Exército da Coreia do Sul informou, nesta quarta-feira (13), que realizou com sucesso seu primeiro exercício de fogo real com mísseis de cruzeiro de longo alcance, em uma manobra onde simulou bombardeios a instalações importantes na Coreia do Norte.

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O exercício foi feito ontem em Taean, a cerca de 150 quilômetros de Seul. Um caça F-15K disparou um míssil que voou 400 quilômetros e visou ao alvo em águas, perto da costa de Gunsan, disse a Força Aérea.

O sucesso e a precisão do exercício mostram "a capacidade do Exército de responder a um ataque inimigo, bem como de realizar ataques precisos a alvos estratégicos, mesmo de longe", disse a Força Aérea de Seul, em comunicado divulgado pela agência local Yonhap.

A Coreia do Sul realizou o exercício em resposta ao sexto e mais potente teste nuclear da Coreia do Norte, executado no último dia 3. O teste aumentou a tensão na península coreana e valeu ao regime de  Kim Jong-un novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Os mísseis Taurus, desenvolvidos pelo consórcio europeu de aeroespacial e defesa Eads - o atual Airbus -, têm categoria de 500 quilômetros e alcançam velocidade de 1.163 quilômetros por hora.

Essas características permitem a realização de ataques, sobretudo ao território norte-coreano, e põe qualquer alvo desse país a cerca de 15 minutos dos artefatos, se forem disparados de Seul.

A Coreia do Sul planeja implantar cerca de 170 desses mísseis no seu sistema Kill Chain para interceptar projéteis norte-coreanos. O país estaria também buscando acelerar a implantação para reforçar sua potência aérea diante dos seguidos testes norte-coreanos.

Pelo menos 60 pessoas morreram neste sábado (2) em bombardeios e combates entre as tropas governamentais sírias e o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na província central de Hama, informou a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio de Direitos Humanos.

No total, 21 soldados das fileiras governamentais e seus aliados morreram, enquanto 38 membros do Estado Islâmico também morreram, segundo a ONG.

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Os combates se intensificaram após a explosão de três carros-bomba do EI em um contra-ataque ao Exército sírio, que fez uma ofensiva contra os jihadistas na região nos últimos dias.

O Estado Islâmico conseguiu reconquistar dois povoados, além do setor ocidental da localidade de Oqairabat, considerado um reduto na área e que foi tomado horas antes pelos soldados governamentais, com o apoio das forças russas e outros aliados sírios e estrangeiros.

Nos últimos dez dias de ofensiva na região morreram 40 civis, entre eles sete menores e sete mulheres, e 100 ficaram feridos pelos intensos bombardeios aéreos e o lançamento de mísseis, de acordo com a mesma fonte.

Pelo menos 17 pessoas morreram na noite dessa quinta-feira (8) por causa de bombardeios da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, em áreas da cidade de Al Raqqa, na Síria, considerada a capital do grupo Estado Islâmico, informou nesta sexta-feira (9) a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Entre os mortos há 12 pessoas que estavam em um cibercafé, um deles ativista do observatório. Também há dezenas de feridos, alguns em estado grave.

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A ONG denunciou que os aviões utilizaram bombas de fósforo, proibidas internacionalmente.

Os aviões fizeram mais de 25 ataques em áreas de subúrbios ocidentais de Al Raqqa, distritos de Al Yazra e Al Sabahi, e áreas entre os bairros Al MeshLab e Al Sina, no leste.

A coalizão dá cobertura aérea a ações terrestres das Forças da Síria Democrática (FSD), aliança liderada por milícias curdas que, na última terça-feira (6), iniciaram o ataque a Raqqa.

As Forças da Síria Democrática anunciaram ontem à noite, em uma das suas contas de Telegram, que tomaram o controle da base da antiga Divisão 17 e uma fábrica de açúcar no norte, após combates contra os Jihadistas.

Intensos bombardeios continuaram na cidade de Aleppo, no norte da Síria, nesta sexta-feira, atingindo uma clínica e uma mesquita, além do consulado da Rússia. O ataque de um grupo rebelde contra a mesquita, que fica na área controlada pelas forças governamentais, deixou ao menos 15 mortos.

Já o bombardeio contra a clínica, que fica em uma área rebelde, provocou graves danos no edifício e deixou vários feridos.

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O Ministério das Relações Exteriores russo condenou o bombardeio de seu consulado, chamando-o de um "ataque terrorista". Segundo o ministério, ninguém ficou ferido quando um morteiro atingiu o local. Todos os diplomatas russos foram transferidos para fora de Aleppo em janeiro de 2013 e, desde então, o consulado foi guardado por cidadãos sírios.

A Rússia disse acreditar que o ataque de morteiro foi realizado pela Frente Nusra, afiliada da Al-Qaeda. O ataque contra a clínica ocorreu pouco mais de 24 horas depois de um bombardeio contra um hospital apoiado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), nesta mesma zona rebelde.

O número de vítimas no ataque ao hospital Al-Quds subiu para 50, segundos informações atualizadas da ONG. Apenas nesta semana, cerca de 200 civis morreram na cidade. Fonte: Associated Press.

O governo sírio, comandado por Bashar Al Assad, lançou ataques aéreos neste sábado, deixando ao menos 25 mortos na maior cidade do país e em áreas controladas por rebeldes, afirmam grupos oposicionistas. A maioria seria civil.

O Observatório para Direitos Humanos na Síria afirma que o bombardeio de esconderijos rebeldes no Oeste de Ghouta, no subúrbio de Damasco, matou ao menos 13 pessoas, incluindo três mulheres e duas crianças.

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Já a rede de notícias Aleppo reporta que ataques aéreos na mesma região, sobre uma área residencial e um mercado num distrito controlado por rebeldes, deixaram 12 mortos, com crianças entre as vítimas.

O Ministério do Interior da Síria, por sua vez, afirmou que morteiros disparados por rebeldes caíram em dois bairros da capital síria, Damasco. A agência estatal de notícias SANA afirmou que uma criança foi morta num bombardeio rebelde nos arredores de Damasco. Fonte: Associated Press.

Pelo menos 120.000 sírios deixaram suas casas desde o final de setembro, quando começaram os bombardeios aéreos russos na Síria - informaram os Estados Unidos nesta quarta-feira (4).

"Desde que os ataques russos na Síria começaram, pelo menos 120.000 sírios foram deslocados, devido à ofensiva do regime apoiada pelos ataques russos nas cidades de de Hama, Alepo e Idleb", disse a secretária de Estado adjunta para o Oriente Médio, Anne Patterson, diante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes do Congresso americano.

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O número foi divulgado na semana passada pela ONU, mas é a primeira vez que o governo americano acusa Moscou diretamente.

A secretária de Estado adjunta para a Europa, Victoria Nuland, que também participou da audiência na Comissão, disse que "desde o início das operações de combate russas na Síria, a Grécia registrou o fluxo semanal migratório mais elevado de 2015, com cerca de 48.000 refugiados e imigrantes, passando da Turquia para a Grécia".

Patterson considerou que "a intervenção militar russa (na Síria) exacerbou, perigosamente, um ambiente já complexo". Anne Patterson reiterou que "os ataques russos apontaram, basicamente, para regiões nas quais o Estado Islâmico não está presente, tendo, em contrapartida, a oposição síria moderada como alvo".

Os aviões australianos que apoiam a coligação internacional na luta contra o grupo Estado Islâmico fizeram os primeiros bombardeios aéreos na Síria, informou hoje (16) o ministro da Defesa, Kevin Andrews.

Foram feitos três bombardeios, com a participação da Austrália, em um local de exploração de petróleo, uma unidade tática do Estado Islâmico e um veículo armado de transporte de tropas, segundo  comunicado do Comando Central das Forças Militares Norte-Americanas, citado pela emissora ABC. Segundo a mesma fonte, ocorreram também 15 bombardeios no Iraque.

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Em entrevista, Andrews informou que há dois dias, o grupo de trabalho aéreo completou o primeiro ataque contra o daesh [Estado Islâmico] no Leste da Síria, destruindo um veículo armado de transporte de tropas.

O governo australiano respondeu, na semana passada, ao pedido dos Estados Unidos, para estender à Síria as missões de combate que, até agora, estavam limitadas ao Iraque, país onde também são feitas operações de apoio.

Como parte da contribuição para a coligação internacional que luta contra o Estado Islâmico no Oriente Médio, a Austrália destacou aviões Super Hornet, Wedgetail e KC-30A e enviou 900 soldados para a operação Okra.

Em Paris, o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, informou que a França fará os primeiros ataques aéreos ao Estado Islâmico na Síria nas próximas semanas.

A Força Aérea francesa tem feito missões de reconhecimento na Síria desde 8 de setembro, e os ataques vão seguir nas próximas semanas, assim que os alvos forem claramente identificados, disse Le Drian à Rádio França Internacional.

Da Agência Lusa

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