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A ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 na rede pública terminou 2020 e começou 2021 acima de 80% em nove capitais brasileiras. O dado é referente ao período de 21 de dezembro a 4 de janeiro e consta no boletim especial divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faz um balanço da pandemia no Brasil ao longo de 2020.

O índice de 80%, ou mais, é considerado zona de alerta crítica pela Fiocruz. A situação foi constatada entre 21 de dezembro e 4 de janeiro em Manaus (89,4%); Boa Vista (83,3%); Macapá (94,4%); Belém (100%); Belo Horizonte (80,5%); Vitória (80,1%); Rio de Janeiro  (99,8%); Curitiba (80%) e Campo Grande (100%). Recife, com77,5%, e Porto Alegre, com 73,8%, também apresentaram taxas superiores a 70%. 

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Quando analisada a ocupação das UTIs por estado, Amazonas (89,2%), Amapá (81%), Mato Grosso do Sul (85,6%), Pernambuco (83%) e Espírito Santo (80,7%), além do Distrito Federal (88,7%), enquadraram-se na zona de alerta crítica entre 21 de dezembro e 4 de janeiro.

Números de 2020

O Brasil identificou o primeiro caso de covid-19 em 26 de fevereiro, em um cidadão de São Paulo que chegou da Itália. Em março, o número de casos chegou a 4.579, e o de mortes, a 159.

O país atingiu 1 milhão de casos em junho, mês em que o número de mortes chegou a 58.314. A partir daí, o número de infecções confirmadas saltou cerca de 1 milhão por mês até dezembro, quando fechou o ano em 7,68 milhões. Já o número de óbitos pela doença no país em 2020 chegou a 195.742.

No mundo inteiro, foram confirmados 83,43 milhões de casos de covid-19 ao longo do ano passado, com 1,82 milhão de mortes.

Evolução da pandemia

O boletim destaca que a pandemia se espalhou no Brasil de forma inicialmente mais lenta que na Europa e Ásia e formou um "extenso patamar de transmissão" desde junho, com ligeira queda em setembro e retorno a níveis altos no fim do ano. Segundo os pesquisadores, Brasil, Reino Unido, Itália e Espanha apresentam padrão semelhante de alta incidência e mortalidade, destacando-se dos outros países.

Já os Estados Unidos "representam um caso trágico e particular, com as maiores taxas de incidência e mortalidade e a sobreposição de três ondas epidêmicas, que não mostram sinais de arrefecimento", diz o boletim.

No Brasil, os estados com maior incidência de casos por 100 mil habitantes ao longo de 2020 foram Roraima, Amapá, Tocantins e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Quanto às mortes por 100 mil habitantes, as taxas foram mais altas no Amazonas, em Roraima, no Pará, Ceará, Rio de Janeiro, em Mato Grosso e no Distrito Federal.

"Outro grupo de estados apresenta uma evolução mais próxima ao que se conhece como segunda onda, com picos em meados do ano de 2020 e outro mais recente, em dezembro, como Bahia, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro", acrescenta o estudo da Fiocruz.

Diferente da mortalidade, que é o número de vítimas por 100 mil habitantes, a letalidade é o percentual de casos que geraram óbitos. Essa taxa caiu ao longo de 2020, "provavelmente devido a ações de saúde como o aumento da cobertura de testes, a melhoria e ampliação das ações da Atenção Primária em Saúde, o aumento no número de leitos e o aprendizado no tratamento hospitalar de casos graves", avaliam os pesquisadores.

A taxa de letalidade terminou o ano entre 2% e 3% na maioria dos estados, com apenas Rio de Janeiro e Pernambuco acima de 5%, o que "revela graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados", já que um nível alto de letalidade está relacionado à subnotificação dos casos.

O estudo alerta que o Brasil encerrou 2o ano passado com patamar de casos comparável aos valores de junho a agosto, quando havia cerca de 40 mil casos e 1 mil mortes por dia. Em dezembro, foram registrados novamente 40 mil casos diários, com 600 vítimas por dia. "As perspectivas para o verão não são alentadoras, uma vez que o sistema hospitalar apresenta sinais de saturação e grande parte das medidas de distanciamento físico e social e uso obrigatório de máscaras vêm sendo apenas parcialmente adotadas nos estados e municípios."

SRAG

Um dos principais indicadores de tendência da pandemia ao longo de 2020 foi a evolução dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A incidência de SRAG chegou a mais de 10 casos por 100 mil habitantes no Brasil no pico da transmissão, com Amazonas, Pará, Ceará e Distrito Federal alcançando 20 casos por 100 mil habitantes nos primeiros meses da pandemia.

É contabilizado como SRAG todo caso de doença respiratória com hospitalização ou óbito, em que sejam registrados os seguintes sintomas: tosse ou dor de garganta, dispneia ou saturação de oxigênio abaixo de 95%, ou dificuldade respiratória.

Ao longo do ano, mais de 640 mil casos se enquadraram nesses critérios no país. Entre eles, mais de 350 mil tiveram alguma confirmação de vírus respiratório, sendo o SARS-CoV-2 o causador da infecção em 97%.

Além disso, o boletim informa que foram mais de 150 mil óbitos por SRAG no Brasil. Entre aqueles causados por vírus respiratórios, o coronavírus foi o agente infeccioso em 99%.

Desigualdades

A Fiocruz destaca que a desigualdade social e regional do Brasil acentua os riscos trazidos pela pandemia para grupos mais vulneráveis, com impactos tanto imediatos, quanto de médio e longo prazos. "As desigualdades sociais fazem mal à saúde, colocando alguns grupos em grande desvantagem para cumprir as medidas de higienização, distanciamento físico e social, isolamento e quarentena, bem como no acesso aos serviços de saúde, incluindo exames diagnósticos, tratamento e reabilitação".

O problema afeta pessoas com condições de vida e trabalho mais precárias e dificuldade de acesso a bens e serviços essenciais, como alimentação, moradia, saneamento básico, educação, transporte e outros. Os pesquisadores incluem ainda nesse grupo mais exposto pessoas que sofrem injustiças por questões de gênero, raça e etnia.

"Embora a pandemia afete a população do país como um todo, seus impactos não afetam do mesmo modo todas as pessoas", diz o boletim, que recomenda a adoção de medidas de reparação através de políticas públicas pró-equidade", afirma o boletim.

 

Delegada há mais de 20 anos, Adriana Accorsi (PT), de 47 anos, nunca teve sua família ameaçada, mesmo trabalhando em investigações sobre pedofilia e tráfico infantil. Mas foi só concorrer à prefeitura de Goiânia, nas eleições do ano passado, que um perfil anônimo sugeriu a morte de suas filhas - uma de dois e outra de 26 anos: "Já comprou caixão da Verônica e da Helena?", dizia a mensagem.

"Já fui muito hostilizada. Diziam que eu não daria conta, duvidaram da minha capacidade. Mas jamais os ataques chegaram ao nível do ano passado. Foi o pior", afirmou a delegada. Levantamento feito pelo Estadão mostra que Adriana não é exceção entre mulheres que concorreram a prefeituras nas capitais do País. Ao menos 75% delas disseram ter sofrido violência política de gênero.

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A enquete foi enviada a todas as 58 mulheres que concorreram aos Executivos municipais das capitais no ano passado. Destas, 50 responderam. Entre elas, 44 relataram violência. A maior parte (46,7%) disse sofrer ataques com frequência e (72,3%) acredita que os episódios prejudicaram a campanha.

"Os ataques são voltados ao corpo da mulher ou relacionados a estereótipos de gêneros, tal como questionamento a papéis sociais tradicionais ou outros meios com objetivo de negar sua competência na esfera política", disse Tássia Rabelo, doutora em ciência política e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Uma das candidatas relatou ao Estadão, sob anonimato, ter recebido oferta de R$ 10 mil para retirar a sua candidatura, já que, segundo o autor, ela era "nova e mulher". Enquanto uma ouviu durante um debate que "mesmo sendo mulher, era boa candidata", outra escutou, de um jornalista, que não servia para ser prefeita, pois era "mulher, feia e sem alma".

Menções a maridos e ex-namorados se repetem nas histórias contadas à reportagem. "Perguntaram se meu companheiro estava de acordo com minha candidatura", disse uma delas. Outra afirmou ter sido alvo de campanha difamatória e de desinformação, com postagens insinuando um relacionamento com um ex-chefe. O uso de elementos de conotação sexual é recorrente. "Não voto para Prefeita, te queria na minha cama", ouviu a deputada Marina Helou (Rede) durante ato de campanha na Avenida Paulista.

Internet

No levantamento feito pelo Estadão, a violência psicológica, que causa danos no estado mental ou emocional, foi quase unânime (97,7%) entre as que sofreram ataques na campanha. O ambiente de mais violência foi a internet, citado por 78% das mulheres. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) foi a mais atacada, segundo estudo da revista AzMina que analisou tuítes direcionados a candidatas de sete Estados e concluiu que as mulheres receberam mais de 40 xingamentos por dia.

Os ataques a Joice se intensificaram após rompimento com o presidente Jair Bolsonaro. "Sofri por um ano e dois meses um estupro moral, que me levou a um hospital e a perder meu útero", disse Joice. Nas redes sociais, ela foi alvo de ataques gordofóbicos, que incluem "apelidos" como "Peppa Pig". Os casos de violência se estendem a ameaças de morte - ela anda escoltada. Em um dos episódios, recebeu, em um hotel, uma cabeça de porco, uma peruca loira e uma carta com a mensagem "vai sofrer, depois morrer". Na campanha à Prefeitura, os ataques pioraram, disse ela.

Bolívia

Na América Latina, a Bolívia é pioneira na criação de uma legislação específica para coibir a violência política de gênero. A lei foi criada dois meses depois do assassinato da vereadora Juana Quispe, em 2012, e prevê de dois a cinco anos de prisão. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto em dezembro do ano passado que prevê prisão de quem assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar candidatas ou eleitas.

A cofundadora e diretora do Instituto Update, Beatriz Bella Costa, observou que o grande número de casos de violência contra candidatas nas eleições municipais de 2020 levou, ao menos, o tema a ser discutido. "O assunto virou pauta, começamos a dar um nome para o que acontece. Só assim é possível gerar dados e criar políticas públicas", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O uso de candidatas como "laranjas" e a restrição de recursos durante a campanha estão entre as violências políticas de gênero mais presentes no processo eleitoral, segundo Luciana Oliveira Ramos, coautora do livro Candidatas em Jogo e professora da FGV-SP. Para ela, a criação de uma legislação de cotas ajudou a reduzir desigualdades, mas há resistência por parte das siglas, que entendem a cota como um teto, e não piso.

A violência de gênero afasta as mulheres da política?

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Sem dúvida. Há muitos obstáculos para uma mulher ser eleita. E as que exercem mandato também passam por situações de violência. Muitas olham para esse situação e se perguntam: vale a pena? Precisamos criar um ambiente saudável para que elas queiram participar.

Por que a regra das cotas de gênero não é cumprida?

Há resistência dos partidos em querer incluir mulheres em um ambiente visto como masculino, branco e de posse.

Não há fiscalização do TSE?

A fiscalização está mais forte. Mas ainda falta braço. A Justiça Eleitoral tem poucos assessores e o Judiciário não dá a ênfase necessária a ela.

As 'laranjas' são resultado da má aplicação das cotas. Como a Justiça tem visto esse fenômeno?

Não existe uma definição jurídica para "laranja". Nas decisões sobre essa candidaturas, vimos que a Justiça utilizou uma combinação diferente e aleatória de critérios. Com isso, as candidatas ficam sem qualquer parâmetro para nortear suas atitudes e evitar processos. Um critério isolado, como pouco número de voto ou pouco dinheiro vindo do partido, não é suficiente, pois pode penalizar injustamente a mulher. Dos 93 casos que analisamos, só em seis se configurou a existência de "laranja".

As cotas são suficientes para garantir igualdade?

Os partidos entendem as cotas como piso, e não um teto. Uma opção é trabalhar com incentivos: se um partido eleger uma mulher, na próxima eleição vai ter o dobro do Fundo Especial. Aí você obriga as siglas a elegerem (mulheres). A distribuição será desigual, é inevitável. Acontece que é muito desigual. Tem partido que deu só para a presidente, por exemplo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento de casos de coronavírus neste fim de ano levou Estados de todo o País a restringir mais a circulação de pessoas e a determinar o fechamento do comércio. A iniciativa não se aplica, no entanto, à posse dos vereadores e prefeitos, que na maior parte das capitais manterá o formato presencial. Levantamento feito pelo Estadão mostra que pelo menos 21 das 26 capitais terão cerimônias presenciais amanhã - e 11 delas com direito a convidados. Infectologistas apontam para o alto risco de contaminação e advertem que a realização de grandes eventos é um mau exemplo à população. Nesta quarta, 30, o Brasil registrou 1.224 mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, maior número diário de óbitos desde 20 de agosto.

Eleito prefeito de Goiânia com 277 mil votos, Maguito Vilela (MDB) está desde o dia 27 de outubro internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por complicações decorrentes da doença. Impossibilitado de sair do hospital, Maguito será empossado por videochamada, por meio de gestos, segundo resolução aprovada pela Câmara anteontem. Ele fez uma traqueostomia e segue internado na UTI, com ventilação mecânica.

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Mesmo assim, a Câmara de Goiânia decidiu manter a posse presencial de seus 35 vereadores e autorizou até 400 convidados. Os únicos que terão a opção de participar da cerimônia de forma remota são aqueles que comprovarem, por meio de atestado médico, o diagnóstico de covid ou a presença de sintomas relacionados à doença. Quem é de grupo de risco deve apresentar recomendação médica.

"Juntar 400 pessoas neste momento é uma demonstração pública de falta de preocupação com a transmissão do vírus", disse o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, gerente de qualidade do Hospital Infantil Sabará. Para ele, posses presenciais são "um péssimo exemplo" dado por vereadores e prefeitos. "Estamos em um momento extremamente delicado da pandemia, em que o número de casos e óbitos vem crescendo, agravado pelas festas de fim de ano."

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, vai na mesma linha: "Em tempos de aumento significativo do número de casos da covid, não acho conveniente estimular qualquer evento em local fechado e com muitas pessoas".

A Câmara Municipal de Goiânia informou que vai adotar todos os protocolos de prevenção da doença, incluindo a obrigatoriedade de máscara e aferição da temperatura. Segundo a assessoria, a presença de 400 pessoas corresponde a 10% da lotação do Centro de Eventos.

O recorde de novas internações provocadas por covid-19 no Amazonas no domingo, 27, quando foram registradas 95 entradas em hospitais do Estado, não vai impedir a posse presencial dos 41 vereadores de Manaus - cada um poderá levar um convidado ao evento. Segundo a assessoria da Câmara, o local do evento foi mudado para evitar aglomeração. Porém, o plenário onde ocorrerá a cerimônia não tem janelas e os assentos dos vereadores não têm divisória de acrílico.

No Rio, os vereadores da atual legislatura trabalharam em formato exclusivamente virtual de março até agosto. Nos últimos meses, a presença passou a ser optativa. Na posse, no entanto, os eleitos e reeleitos terão que estar no plenário do Palácio Pedro Ernesto às 10 horas de amanhã, podendo até levar um acompanhante.

Com uma média diária de 51 mortes e 578 infectados e taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS em 90%, a capital decidiu multar em até R$ 15 mil estabelecimentos que não respeitarem as medidas de prevenção no ano-novo, o que inclui distanciamento e ambientes arejados, com janelas e portas abertas.

Online

Em Teresina, a internação do presidente da Câmara por coronavírus e a preocupação com o aumento de casos levou ao cancelamento da cerimônia presencial. O evento será online. Os parlamentares de Curitiba também optaram pela posse virtual. "Respeitamos as recomendações sanitárias", disse o presidente da Câmara, Sabino Picolo (DEM). Apenas dois vereadores estarão presentes na Câmara - a mais votada e um escolhido para secretariá-la. Até o último balanço, a cidade tinha pouco mais de 2,1 mil mortos por coronavírus.

Em outras capitais, soluções tentam evitar a aglomeração, mesmo que os vereadores tenham que se deslocar até a Câmara. Em Fortaleza, os parlamentares ficarão em seus gabinetes, vendo a transmissão ao vivo. Para assinar a ata de posse, cada um será convocado a ir ao plenário.

Em SP, vereadores podem optar por evento online

Em São Paulo, Salvador e Natal, os vereadores poderão escolher entre participar da cerimônia online ou de forma presencial. A Câmara Municipal da capital paulista chegou a anunciar que os parlamentares teriam que ir à Casa, mas divulgou novas regras anteontem. Na mesma cerimônia será dada posse ao prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) e ao seu vice, Ricardo Nunes (MDB).

O ato publicado pela Mesa Diretora da Câmara paulistana anteontem cita a necessidade de adotar medidas administrativas voltadas para o combate à doença no âmbito da Câmara Municipal. E lembra também a edição do decreto que fez o Estado de São Paulo retornar à fase mais restritiva do plano de contenção durante o Natal e ano-novo.

Apesar da presença facultativa no plenário, a Mesa pediu aos vereadores para darem preferência ao sistema virtual. Na prática, a cerimônia dá continuidade ao formato de sessão já adotado pela Casa desde junho.

As mudanças para a sessão de posse incluem ainda a proibição do acesso de outras pessoas ao Plenário 1º de Maio, onde ocorrerá a cerimônia, e a limitação de acesso ao gabinete de cada parlamentar, agora restrita a um funcionário e um convidado.

Com início às 15h de amanhã, a sessão será presidida pelo parlamentar mais velho da Câmara, conforme determina o regime. Neste caso, será o vereador Eduardo Suplicy (PT), de 79 anos. Na mesma cerimônia, os eleitos indicarão os integrantes da nova Mesa Diretora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a conclusão da apuração do segundo turno das eleições, já se sabe quem serão os prefeitos de 25 das 26 capitais dos Estados. Os novos mandatos serão para o período de quatro anos que se inicia em 2021 e se encerra em 2024.

Em Macapá, o processo eleitoral foi adiado devido ao apagão energético que atingiu o estado do Amapá. O primeiro turno na cidade será em 6 de dezembro e o segundo turno, caso seja necessário, acontecerá em 20 de dezembro.

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As eleições para prefeito já haviam se decidido no primeiro turno em sete capitais: Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN), Palmas (TO) e Salvador (BA). Em outras 18, os eleitores voltaram as urnas neste domingo (29). Vale lembrar que a capital federal, Brasília, não participa das eleições municipais pois não possui prefeitura, uma vez que o chefe do executivo é o governador.

Veja a lista:

Região Norte

Belém (PA): Edmilson Rodrigues (PSOL)
Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB)
Macapá (AP): [eleição adiada]
Manaus (AM): David Almeida (Avante)
Palmas (TO): Cinthia Ribeiro (PSDB) [reeleito]
Porto Velho (RO): Hildon Chaves (PSDB)
Rio Branco (AC): Tião Bocalom (PP)

Região Nordeste

Aracaju (SE): Edvaldo (PDT) [reeleito]
Fortaleza (CE): Sarto (PDT)
João Pessoa (PA): Cícero Lucena (PP)
Maceió (AL): JHC (PSB)
Natal (RN): Álvaro Dias (PSDB) [reeleito]
Recife (PE): João Campos (PSB)
Salvador (BA): Bruno Reis (DEM)
São Luís (MA): Eduardo Braide (Podemos)
Teresina (PI): Dr. Pessoa (MDB)

Região Centro-Oeste

Campo Grande (MS): Marquinhos Trad (PSD) [reeleito]
Cuiabá (MT): Emanuel Pinheiro (MDB)
Goiânia (GO): Maguito Vilela (MDB)

Região Sudeste

Belo Horizonte (MG): Alexandre Kalil (PSD) [reeleito]
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (DEM)
São Paulo (SP): Bruno Covas (PSDB)
Vitória (ES): Delegado Pazolini (Republicanos)

Região Sul

Curitiba (PR): Rafael Greca (DEM) [reeleito]
Florianópolis (SC): Gean (DEM)
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB)

Com a derrota de Marília Arraes no Recife e João Coser em Vitória, o PT termina as eleições 2020 sem comandar, pela primeira vez na história, uma capital do País. A primeira vitória, em Fortaleza (CE), com Maria Luiza Fontenele, foi em 1985.

A notícia aprofunda a perda de relevância do partido nas eleições municipais. Até hoje, 2016 havia sido o pior pleito do PT na conquista de prefeituras.

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A sigla do ex-presidente Lula passa por uma crise desde a Operação Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Os sete prefeitos eleitos em 1.º turno nas capitais apresentam desempenhos distintos quando a comparação é o custo por voto. Rafael Greca (DEM), reeleito em Curitiba, gastou R$ 4,24 na campanha para cada apoio conquistado nas urnas. Já o novo mandato de Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas, exigiu um valor 15 vezes maior, R$ 65,10.

O Estadão fez o cálculo a partir de dados da prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acessados na tarde dessa terça-feira. O custo por voto foi obtido pela divisão entre as despesas contratadas na campanha e o número de votos recebidos. O resultado ainda não é definitivo, pois os candidatos podem relatar gastos até 15 de dezembro, segundo o calendário oficial das eleições.

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Greca teve a preferência de 499.821 eleitores, 59,74% dos votos válidos. Em números absolutos, ele foi o segundo candidato da capital paranaense que mais investiu, R$ 2,1 milhões. Segundo colocado na disputa curitibana, Goura (PDT) fez 110 mil votos gastando quase R$ 743 mil - R$ 6,69 por voto. A relação investimento por voto mais alta em Curitiba é a de Christiane Yared (PL), que gastou mais do que o prefeito eleito, R$ 2,9 milhões, e teve pouco mais de 32 mil votos - R$ 89,27 cada.

Em Palmas, Cinthia Ribeiro venceu com 36,24% dos votos válidos. A cidade é a única capital com menos de 200 mil eleitores, o que inviabiliza uma segunda votação. Ela informou R$ 3 milhões de gastos e teve o maior custo por voto entre os eleitos nas capitais. Ainda assim, é superada por outros quatro adversários locais - o caso mais extremo é o de Vanda Monteiro (PSL), que ficou em 5.º lugar mesmo despejando R$ 3,16 milhões na campanha, ou R$ 284,98 por voto.

Em números absolutos, o maior investimento entre os prefeitos eleitos foi o de Bruno Reis (DEM), eleito em Salvador com apoio do prefeito ACM Neto. Até ontem, Reis havia informado despesas de R$ 10,2 milhões - o dobro dos gastos de todos os adversários somados. O custo por voto, porém, é apenas o terceiro maior entre eleitos nas capitais, R$ 13,13, em razão de sua votação expressiva.

A campanha de Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte, informou despesa de R$ 5,49 milhões, ou R$ 7,01 por voto. Marquinhos Trad (PSD), reeleito em Campo Grande, apresentou gastos por voto de R$ 4,78. Em Florianópolis, Gean Loureiro (DEM) gastou R$ 16,19. A relação entre investimento e voto do prefeito reeleito em Natal, Álvaro Dias (PSDB), foi de R$ 12,73. 

Em 2018, um terço dos governadores eleitos nunca havia pedido um voto. Dois anos após uma eleição marcada pela reprovação da política tradicional e a ascensão de novatos, pesquisas feitas pelo Ibope mostram que campanhas estreantes enfrentam dificuldades no País. Candidatos a prefeito que nunca disputaram o voto popular aparecem nas primeiras colocações de apenas três capitais. Ainda segundo as pesquisas de intenção de votos mais recentes, nove dos 13 prefeitos que buscam a reeleição lideram a disputa.

As três cidades em que os estreantes pontuam melhor ficam no Nordeste. Em Maceió, o ex-procurador de Justiça e ex-secretário estadual de Segurança Pública de Alagoas Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) aparece em empate técnico na primeira colocação. Embora seja um nome novo, é apoiado por políticos tradicionais: o governador Renan Filho (MDB) e o atual prefeito, Rui Palmeira, que deixou o PSDB em fevereiro. Segundo Ibope divulgado ontem, Mendonça tem 26%, JHC (PSB), 22% e Davi Davino Filho (Progressistas), 19%.

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Delegada da Polícia Civil, Danielle Garcia (Cidadania) participa pela primeira vez de uma campanha eleitoral e aparece em segundo lugar na intenção de votos em Aracaju. Com discurso focado no combate à corrupção e apoiada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), ela registrou 19% no último levantamento, divulgado dia 22, ante 34% de Edvaldo Nogueira (PDT), atual prefeito da cidade.

Em João Pessoa, o radialista Nilvan Ferreira (MDB) aparece numericamente na segunda colocação do Ibope mais recente, de 22 de outubro, atrás de Cícero Lucena (PP), que já foi prefeito, governador e senador. Ferreira apresenta um programa popular de rádio, defende pautas bolsonaristas e é crítico aos governos locais.

Na maioria das cidades, o Ibope não aponta desempenho forte dos "outsiders". Em Macapá, por exemplo, Josiel Alcolumbre (DEM) apareceu com 26% das intenções de voto no Ibope de ontem - seguido por Patrícia Ferraz (Podemos), com 18%, e Dr. Furlan (Cidadania), com 17%. Embora dispute a prefeitura pela primeira vez, Josiel foi 1º suplente do irmão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nas eleições de 2014. Nomes que já apareceram na urna alguma vez estão em evidência em outras 22 capitais.

Discurso

O discurso antipolítica de 2018 ajudou a eleger oito governadores novatos, como Wilson Witzel (PSC), no Rio, e Carlos Moisés (PSL), em Santa Catarina. No decorrer do mandato, ambos perderam apoio dos deputados estaduais nas respectivas Assembleias, foram acusados de irregularidades durante a gestão do novo coronavírus e foram afastados.

Há dois anos, os eleitores renovaram também 47,3% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 85,2% no Senado. Algumas legendas tentaram lançar, neste ano, candidatos que foram bem-sucedidos na estreia de 2018, como a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que aparece numericamente na sétima colocação na pesquisa Ibope para a Prefeitura de São Paulo divulgada segunda-feira.

Em 2016, foram escolhidos "outsiders" para comandar São Paulo, João Doria (PSDB); Belo Horizonte, Alexandre Kalil (hoje no PSD); e Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB). Doria virou governador do Estado, enquanto os outros dois lideram pesquisas em suas cidades.

Dos 5.568 municípios que escolherão prefeitos nas eleições deste ano, em 3.383 (61% do total) os atuais gestores concorrerão à reeleição. Outros 1.015 prefeitos poderiam concorrer por estar no primeiro mandato, mas desistiram de tentar um novo mandato. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). 

O primeiro turno nas eleições será realizado no dia 15 de novembro e o segundo turno, no dia 29 de novembro. As datas originais eram 4 de outubro e 25 de outubro, mas foram adiadas pelo Congresso Nacional por causa da pandemia de Covid-19. 

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Ao todo, 19.164 candidatos concorrerão ao cargo de prefeito. Dos atuais prefeitos, 4.398 (79%) estão em seu primeiro mandato e poderiam concorrer a um novo período, mas 1.015 desistiram. 

O levantamento mostra que o percentual de candidatos à reeleição caiu após um período de estabilidade. Em 2016, dos 2.407 candidatos à reeleição, 1.191 se reelegeram (49,48%). Em 2012, dos 2.418 que tentaram a reeleição, 1.512 se reelegeram (62,53%). Na eleição anterior, em 2008, 3.361 prefeitos buscaram a reeleição e desses, 2.101 voltaram ao cargo (62,51%).

Nesses 3.383 municípios onde haverá disputa por reeleição, os candidatos estarão concorrendo aos votos de 88,3 milhões de eleitores. A soma da população dessas cidades é de 123,3 milhões de pessoas.

“Isso demonstra que, em uma parcela bastante significativa do Brasil, os atuais gestores colocam de novo o seu nome na disputa por entender que fizeram uma boa gestão. Temos que aguardar os resultados para saber se essas candidaturas terão êxito”, diz a confederação. 

Capitais

Os prefeitos de 13 capitais brasileiras tentarão a reeleição. Doze estão no segundo mandato e não podem disputar um novo pleito. O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), anunciou em agosto que não disputará a reeleição e deixará a vida política após 62 anos de vida pública.

Candidatos à reeleição 

Edvaldo Nogueira (PDT) Aracaju (SE)

Alexandre Kalil (PSD) Belo Horizonte (MG)

Marquinhos Trad (PSD) Campo Grande (MS)

Emanuel Pinheiro (MDB) Cuiabá (MT)

Rafael Greca  (DEM) Curitiba (PR)

Gean Loureiro (DEM) Florianópolis (SC)

Álvaro Costa Dias (PSDB) Natal (RN)

Cinthia Ribeiro (PSDB) Palmas (TO)

Nelson Marchezan (PSDB) Porto Alegre (RS)

Hildon Chaves (PSDB) Porto Velho (RO)

Socorro Neri (PSB) Rio Branco (AC)

Marcelo Crivella (Republicanos) Rio de Janeiro (RJ)

Bruno Covas (PSDB) São Paulo (SP)

Em 2016, os prefeitos de 15 capitais foram reeleitos: Rio Branco (AC), Salvador (BA), Teresina (PI), Boa Vista (RR), Natal (RN), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Vitória (ES), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM), Macapá (AP), São Luís (MA) e Maceió (AL).

A empresa especializada em recursos humanos Randstad divulgou, na manhã desta quarta-feira (10), 15.677 novas vagas de emprego em sua plataforma digital. As oportunidades, distribuídas por cinco capitais brasileiras contemplam áreas de atuação como as da saúde, logística, finanças, comércio e serviços. Para evitar riscos em relação ao contágio pela Covid-19, os processos seletivos estão sendo realizados pela internet.

Além de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (BH), Recife (PE) e Fortaleza (CE), a litorânea Santos-SP é outro polo importante a oferecer postos de trabalho. Entre os destaques estão cargos como promotor de vendas, operador de caixa, conferente, supervisor comercial, gerente comercial, executivo comercial (varejo e comércio); técnico de enfermagem do trabalho, enfermeiro (saúde); analista de relacionamento para investidores, assessor de investimento, coordenador financeiro (finanças); auxiliar de armazém, auxiliar de limpeza, faxineiro, ajudante de transportadora (serviços), entre outras. Segundo os recrutadores, as contratantes disponibilizam vagas efetivas e temporárias.

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De acordo com a Randstad, os candidatos devem consultar o site da empresa para obter mais informações (salários, jornada, contratação) sobre os cargos disponíveis. Para efetivar a participação nos processos seletivos é necessário efetuar um cadastro no ambiente virtual da recrutadora. A orientação da empresa é para que todos os trabalhadores anexem um currículo atualizado no perfil, pois a maioria das contratantes prefere analisar postulantes aos empregos a partir desse documento.

Das 27 capitais do Brasil, 12 já entraram em cenário de emergência, devido ao número de contaminações pelo coronavírus sobre a população total de cada uma dessas capitais. Hoje, o cenário nacional aponta uma incidência média de 111 contaminações para cada 1 milhão de habitantes. Em 12 capitais, porém, o volume de contaminações está acima dessa média. É o caso de Fortaleza (573), São Paulo (518), Manaus (482), Macapá (391), Florianópolis (345), Recife (339), São Luiz (302), Rio de Janeiro (297), Vitória (279), Porto Alegre (210), Brasília (204) e Boa Vista (175).

Em outras seis capitais, a situação é de "atenção": Curitiba (156), Natal (154), Rio Branco (147), Belo Horizonte (141), Salvador (126) e Belém (113). As demais nove capitais têm incidência de casos abaixo da média nacional. É o caso de Cuiabá, João Pessoa, Goiânia, Campo Grande, Aracaju, Palmas, Porto Velho e Maceió.

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Se for considerado o índice de mortalidade por coronavírus, cinco Estados (Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará) estão acima da média nacional, que é de 6 óbitos para cada 1 milhão de habitantes. O Ministério da Saúde tem alertado para a necessidade de manutenção do isolamento social, principalmente nas cidades de situação mais críticas, como forma de evitar o colapso no sistema de saúde e garantir o atendimentos aos pacientes que precisem de apoio médico.

Entre a última semana de março e os primeiros dias de abril, a diminuição no isolamento da população foi o padrão para todas as capitais brasileiras. Mesmo em casos onde a variação foi pequena, houve algum aumento na circulação de pessoas. Nenhuma capital viu suas ruas ficarem mais vazias durante a semana passada.

A variação foi identificada com base na localização de 60 milhões de telefones celulares no País, compilada pela empresa In Loco, e tem sido analisada por pesquisadores brasileiros para determinar a relação do movimento nas ruas com o grau de contágio pelo novo coronavírus. A equipe de cientistas - que reúne representantes de Ministério da Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Oswaldo Cruz - já confirmou que o aumento da reclusão no fim de março evitou infecções e internações. Resta saber o quanto a queda recente do isolamento vai influenciar no número de casos nas próximas semanas.

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Entre as dez maiores capitais do País, a que apresentou maior proporção de pessoas circulando nas últimas semanas foi Manaus. A capital do Amazonas é uma das mais atingidas do País pela covid-19. Menos da metade da população se manteve em casa durante a última semana - a média nos dias de semana ficou abaixo dos 48% de isolamento. Anteontem, a Secretaria de Saúde amazonense admitiu que espera um colapso no sistema de saúde para os próximos dias, considerando intensidade do contágio e o número reduzido de leitos na cidade.

Os pesquisadores acreditam que a movimentação identificada pela base de geolocalização, com os celulares, é muito próxima da movimentação real dos 220 milhões de brasileiros. "Como estamos trabalhando com uma base de 60 milhões de usuários, provavelmente essa queda que você está vendo de 2%, 3% (entre uma semana e outra ) é uma queda real", diz o pesquisador Júlio Croda, que participou do estudo.

No Rio, por exemplo, a diferença de quatro pontos porcentuais de uma semana para outra pode significar, portanto, ao menos 252 mil pessoas a mais nas ruas. Em Manaus, a variação pode significar um aumento de apenas 17 mil, mas o que preocupa especialistas é que a cidade manteve um patamar baixo de isolamento em relação ao restante do País, além da baixa quantidade de leitos em relação à população. Manaus é a única metrópole que se manteve com mais da metade da população circulando na rua mesmo quando considerados os índices do último fim de semana, período em que a reclusão tende a aumentar.

Entre as cidades mais atingidas, um dos maiores aumentos na circulação de pessoas ocorreu na capital do Ceará, Fortaleza. Cerca de 59% da população manteve-se em casa durante a última semana de março. Na semana passada o índice caiu seis pontos porcentuais, para 53%. Isso pode representar cerca de 158 mil pessoas a mais nas ruas.

Entre as maiores capitais do País, Goiânia, Belém, Salvador e Curitiba vêm logo em seguida, com os menores níveis de isolamento. O motivo pode estar nas alternativas de renda para a população mais pobre. "Para conseguir segurar essas pessoas em casa, precisaríamos de acesso à renda. É nisso que demoramos muito (para fazer)", diz o infectologista Eliseu Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Ficar dentro de uma casa nessas condições em Manaus, na temperatura e umidade que têm na cidade, é muito difícil."

Variação

Variações maiores ocorreram em capitais com populações menores. Florianópolis, em Santa Catarina, foi o local com o maior aumento na circulação de pessoas. Durante os dias de semana, entre 23 e 27 de março, a cidade chegou a ter 65% da população dentro de casa. Na semana seguinte, a média caiu para 55%.

Mas há quem se mantenha confinado. Faz 21 dias que o aposentado Sebastião França, de 61 anos, não encontra os amigos nas mesas de dominós, antes disputadas, no centro de Florianópolis. "Eu não aguento, preciso sair, falar com as pessoas, mas não aparece ninguém. Todos estão confinados", contou.

Na terça-feira, a prefeitura de Florianópolis emitiu as duas primeiras multas por descumprimento do isolamento social na cidade. As duas pessoas estão entre os casos considerados suspeitos e, segundo informou o município, um deles se recusou a assinar termo de isolamento domiciliar e outro se recusou a coletar exames. A multa para cada um foi de R$ 500. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Europa respirava aliviada nesta sexta-feira (26), graças à diminuição das temperaturas após uma série de recordes, em que os termômetros passaram dos 40ºC na França, Bélgica, Holanda e Alemanha.

Além dos 42,2ºC registrados em Paris e em Lingen (Baixa Saxônia, Alemanha) na tarde de quinta-feira, Bélgica e Holanda também registraram níveis históricos, com 41,8ºC, em Begijnendijk, no norte da Bélgica, e 40,4 ºC, no sul da Holanda.

Este aumento acentuado das temperaturas causou incêndios na França, onde milhares de hectares foram queimados na Normandia (oeste) e em outras regiões. Mais de 6.500 hectares de terras agrícolas e florestas arderam em chamas na quinta-feira em todo país, sob o efeito combinado de ondas de calor e de secas. Cerca de 4.000 bombeiros foram mobilizados.

No centro, pelo menos 600 porcos morreram no incêndio em uma fazenda. As chamas se espalharam pelos estábulos.

O alerta "vermelho" de onda de calor foi suspenso na manhã desta sexta-feira nos últimos departamentos franceses ainda em estado de atenção.

No final do dia, apenas 27 departamentos, de um total de 101, encontravam-se em estágio "laranja", o qual deve ser levantado até sábado.

As temperaturas ainda poderão atingir entre 34°C e 37°C, segundo a agência Météo-France, alertando contra a ocorrência de tempestades violentas em certas regiões.

A 19ª etapa do Tour de France teve de ser interrompida por causa do estado da estrada. Devido a uma chuva de granizo, a via ficou intransitável.

- Tráfego interrompido -

Apesar da queda nas temperaturas, a circulação dos trens internacionais da Thalys entre Holanda, Bélgica, França e Alemanha permaneceu perturbada na manhã desta sexta.

Os problemas decorrem dos danos causados à infraestrutura da rede pelo forte calor, já que a temperatura nos trilhos excedia em algo entre 10°C e 15°C a do ar.

Os trens passaram a funcionar em velocidade reduzida, e muitas viagens foram canceladas.

Na Inglaterra, depois dos 38,1°C registrados em Cambridge na quinta-feira, a temperatura caiu. Ainda assim, a circulação de trens ao redor de Londres foi fortemente desacelerada, devido a alguns incêndios nas vias férreas.

Alguns voos com partida em Londres-Gatwick e Heathrow tiveram de ser cancelados.

Na Escandinávia, o termômetro permaneceu entre 30°C e 35°C, especialmente na Finlândia, onde os serviços meteorológicos mantiveram o alerta para o fim de semana.

Nos últimos 2.000 anos, a temperatura global nunca havia subido tão rápido quanto nos últimos dias, de acordo com dados publicados na quarta-feira em estudos em separado das revistas Nature e Nature Geoscience.

O ano de 2019 está longe de terminar, mas já registrou ondas de calor e recordes de temperaturas, da Europa ao Polo Norte, fenômenos que correspondem ao impacto da mudança climática causada pelas ações humanas.

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta quarta-feira, 20, em queda, pressionadas pelo impasse em torno do Brexit. As tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos seguem também como pano de fundo dos negócios. O índice pan europeu Stoxx 600 terminou em 380,84 pontos, queda de 0,90%.

A novela do Brexit segue dando o tom nas negociações acionárias europeias. Ao longo da sessão, a pressão contra a primeira-ministra Theresa May foi aumentando, à medida que ela não consegue articular dentro do Parlamento britânico a votação do projeto de lei para o Brexit.

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A última jogada de May foi envio de um pedido à União Europeia para estender até 30 de junho o período para o Brexit, condicionando a isso a não participação nas eleições europeias. Para o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, por sua vez, o divórcio tem de ocorrer até 23 de maio, senão o Reino Unido vai ter de participar do pleito ao parlamento do bloco.

Quase no fim dos negócios, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que uma extensão curta para o Brexit pode ser possível - o que deu um alívio temporário aos investidores.

Nos minutos finais da sessão, no entanto, a tensão comercial azedou o sentimento dos negócios. Antes de embarcar para uma agenda em Ohio, o presidente americano, Donald Trump, criticou a União Europeia e disse que o bloco é "tão difícil de negociar quanto a China".

O tom beligerante de Trump contra os europeus fez com que algumas bolsas fechassem na mínima. O índice FTSE 100, de Londres, terminou em 7.291,01 pontos (-0,45%), o FTSE Mib, de Milão, recuou para 21.330,21 pontos (-0,47%) e o IBEX 35, de Madri, cedeu para 9.405,60 pontos (-0,91%).

Na praça londrina, o destaque de baixa foi do setor financeiro. Os papéis do Lloyds Banking cederam 0,58% e os do Barclays perderam 2,47%. O setor de telefonia também pesou no restante do continente - em Milão, a Telecom Itália recuou 2,39%, e em Madri, a Telefónica caiu 1,40%.

A alta do euro em relação ao dólar pesou sobre as ações exportadoras em Frankfurt. Os papéis da Infineon Technologies caíram 1,96%. O índice DAX terminou com queda de 1,57%, aos 11.603,89 pontos.

A bolsa de Lisboa encerrou em 5.265,52 pontos (-0,66%) e a de Paris terminou em 5.382,66 pontos (-0,80%).

As bolsas europeias fecharam em alta nesta terça-feira, 29, em dia de expectativa por importantes votações sobre o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Além disso, investidores aguardavam notícias sobre o diálogo comercial entre Estados Unidos e China e reagiam à divulgação de balanços corporativos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,80%, em 357,23 pontos.

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Nesta terça, a premiê do Reino Unido, Theresa May, pediu ao Parlamento que lhe dê o mandato para renegociar o Brexit. Ela ainda disse que pretende garantir uma versão revisada do acordo para votá-la no Legislativo britânico. Relatos da imprensa, por exemplo do jornal The Guardian, porém, sinalizavam que a UE deve resistir à demanda e dizer que não pretende mudar os termos da saída do país.

Além disso, havia expectativa entre investidores sobre o diálogo nesta semana entre EUA e China, que deve ter repercussões internacionais. Não está claro se pode haver um acordo, mas o tema é acompanhado por investidores também na Europa.

Entre os indicadores, a confiança do consumidor da França subiu de 86 em dezembro a 91 em janeiro, superando a previsão de 88 dos analistas. Em nota, o Citi destacou a "forte retomada" da confiança, mas também apontou que ela segue abaixo da média de longo prazo e que o quadro econômico geral no país enfraqueceu novamente em janeiro.

No setor corporativo, em Madri o papel da Siemens Gamesa subiu 13,03%, após balanço acima da expectativa do mercado. Já SAP recuou 2,76% em Frankfurt, depois de um balanço considerado "misto" pelos analistas do DZ Bank. O papel da Royal Mail recuou 9,9% em Londres, após a empresa de entregas frustrar as projeções dos analistas e diante de mais temores sobre o crescimento do Reino Unido e da UE.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 1,29%, em 6.833,93 pontos. Entre os bancos, Lloyds caiu 0,28%, mas Barclays teve ganho de 0,76%. Já entre as mineradoras, Glencore subiu 1,92%.

Em Frankfurt, o índice DAX avançou 0,08%, a 11.218,83 pontos. Entre os papéis mais negociados, Aroundtown subiu 1,92% e Deutsche Bank, 0,70%, mas Steinhoff recuou 0,42% e Commerzbank registrou queda de 0,79%.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, teve ganho de 0,81%, a 4.928,18 pontos. A petroleira Total teve alta de 1,19%, mas Crédit Agricole recuou 0,22%.

Em Milão, o índice FTSE-MIB subiu 0,48%, a 19.701,60 pontos. Intesa Sanpaolo avançou 0,15% e BPM caiu 1,02%, entre os bancos, enquanto a petroleira ENI avançou 0,62%.

Na Bolsa de Madri, o índice IBEX-35 avançou 0,63%, a 9.119,10 pontos. Santander recuou 0,09% e Banco de Sabadell teve baixa de 0,72%, enquanto Iberdrola avançou 1,02%.

Em Madri, o índice PSI-20 registrou alta de 0,40%, a 5.110,44 pontos. Banco Comercial Português subiu 0,33% e Galp teve ganho de 0,52%, enquanto Sonae caiu 1,83%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

No ano passado, o preço da cesta básica subiu nas 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A informação foi divulgada hoje (8) pelo Dieese.

De acordo com a instituição, entre dezembro de 2017 e dezembro do ano passado, as maiores altas ocorreram em Campo Grande (15,46%), Brasília (14,76%) e Belo Horizonte (13,03%) e as menores, em Recife (2,53%) e Natal (3,09%).

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Os preços que mais subiram nesse período foram os do leite integral, tomate, pão francês, da carne bovina de primeira, do arroz agulhinha e da batata. As maiores quedas foram registradas no café em pó e no açúcar.

Dezembro

Considerando apenas o mês de dezembro, o valor da cesta básica aumentou em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Os preços subiram mais em Goiânia (5,65%), Salvador (4,13%) e Natal (2,77%). Houve queda de preço em Fortaleza (-3,48%), Vitória (-1,17%) e São Luis (-0,40%).

No mês passado, a cesta mais cara foi a de São Paulo, que custava, em média, R$ 471,44. Em seguida aparecem, as do Rio de Janeiro (R$ 466,75), de Porto Alegre (R$ 464,72) e de Florianópolis (R$ 457,82). Os menores valores médios de cestas básicas foram observados em Recife (R$ 340,57), Natal (R$ 341,40) e Salvador (R$ 343,82).

Em novembro e dezembro do ano passado, o preço da batata subiu em todas as capitais analisadas, porque o clima seco prejudicou a produção no centro-sul do país. O óleo de soja subiu em 16 das 18 capitais pesquisadas porque parte do óleo bruto foi usada para fabricação do biodiesel. O preço da carne bovina de primeira, que está em período de entressafra e bateu recorde de exportação, subiu em 15 cidades. Já o do leite integral caiu em 17 cidades por causa da oferta crescente.

Salário mínimo

Com base na cesta mais cara do país – a de São Paulo – o Dieese calculou em R$ 3.960,57 o valor do salário mínimo necessário em dezembro para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O valor equivale a 4,15 vezes o salário mínimo vigente em dezembro (R$ 954).

As bolsas europeias fecharam em queda nesta terça-feira, 4, com avaliações mais negativas sobre a possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Se a trégua de 90 dias entre as partes, fechada no fim de semana, foi bem avaliada num primeiro momento, vários agentes dos mercados agora ponderavam sobre as reais chances de um acordo, diante das várias divergências bilaterais. Nesse quadro, ações do setor financeiro ficaram sob pressão.

Além disso, investidores continuaram a monitorar a questão da saída do Reino Unido da União Europeia. O tribunal da UE apontou que o país teria direito de unilateralmente revogar o Artigo 50 do Brexit, o que desencadeou formalmente o processo de separação. A notícia chegou a apoiar a libra. Ao mesmo tempo, os parlamentares têm debatido o tema, antes da votação dos legisladores na próxima semana para decidir se aceitam a versão do divórcio fechada pelo governo da premiê Theresa May com Bruxelas.

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Ainda no Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que o setor financeiro britânico será afetado com o Brexit, mas a escala disso dependerá do tipo de saída do bloco.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,56%, em 7.022,76 pontos. Entre os bancos, Lloyds caiu 0,97% e Barclays teve recuo de 2,62%. A mineradora Glencore recuou 1,26%, mas a petroleira BP subiu 0,94%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 1,14%, a 11.335,32 pontos. Deutsche Bank caiu 3,15% e Commerzbank, 2,60%, entre os bancos alemães, enquanto E.ON registrou baixa de 0,33%, no setor de energia. A montadora BMW caiu 1,63%.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,82%, a 5.012,66 pontos. A petroleira Total recuou 0,64%, Crédit Agricole perdeu 2,22%, entre os bancos, enquanto a ação da Carrefour subiu 2,14%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, registrou queda de 1,37%, para 19.353,43 pontos e fechando na mínima do dia. Entre as ações mais negociadas, Banca Carige ficou estável, Intesa Sanpaolo recuou 2,30% e Tiscali caiu 1,09%. ENI recuou 0,68%.

Em Madri, o índice IBEX-35 recuou 1,28%, a 9.061,70 pontos. Santander caiu 2,45%, Banco de Sabadell cedeu 2,98% e BBVA, 2,97%.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 caiu 1,01%, a 4.938,51 pontos. Banco Comercial Português recuou 1,94%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

As bolsas europeias fecharam na maioria em território positivo nesta quinta-feira, 29, apoiadas pelo discurso da quarta-feira do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Além disso, foram monitoradas outras questões, como o risco de que os EUA imponham tarifas sobre o setor de automóveis e o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,20%, em 358,10 pontos.

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Já após o fechamento europeu de quarta, Powell afirmou que a taxa básica de juros dos EUA estaria próxima do nível neutro. Isso foi lido por muitos no mercado como uma possibilidade de que em breve o aperto monetário gradual do país termine, o que tende a ser benéfico para as ações.

Além disso, o Brexit seguiu no radar. A premiê Theresa May continuou a insistir que o Parlamento britânico deve aprovar o acordo negociado por ela, mas não está claro se isso ocorrerá. O principal negociador da questão pela UE, Michel Barnier afirmou que o tempo para negociações "acabou" e que agora é necessário aprovar ou rejeitar a iniciativa. Barnier comentou ainda que ninguém o convenceu das vantagens do Reino Unido nessa saída, mas ressaltou que o desejo do eleitorado do país será respeitado.

Entre as empresas em foco, Deutsche Bank recuou 3,40%, após ter seus escritórios vasculhados no fim da tarde em Frankfurt, segundo fontes. O banco alemão seria investigado por supostamente ajudar clientes a estabelecer offshores em paraísos fiscais sem alertar autoridades sobre a possível lavagem de dinheiro.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,49%, em 7.038,95 pontos. O papel do Lloyds caiu 0,35%, mas Barclays avançou 0,26%, entre os bancos.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,01%, a 11.298,23 pontos. No setor de energia, E.ON caiu 1,44%.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 avançou 0,46%, a 5.006,25 pontos. A petroleira Total registrou ganho de 0,40%, enquanto Crédit Agricole subiu 0,49% e BNP Paribas, 0,04%. Por outro lado, Vallourec recuou 3,91%.

O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, teve ganho de 0,23%, a 19.159,60 pontos. Banca Carige mostrou fraqueza, em queda de 5,00%, mas Tiscali avançou 2,84% e ENI subiu 0,44%.

Em Madri, o IBEX-35 recuou 0,04%, a 9.098,90 pontos. Santander teve baixa de 0,26% e Urbas Grupo Financiero caiu 2,22%, entre os papéis mais negociados.

Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 subiu 0,73%, a 4,905,49 pontos. Banco Comercial Português avançou 1,06% e Galp Energia fechou em alta de 1,09%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 28, b medida que a piora das cotações de petróleo e os temores para montadoras vindos de uma nova ameaça dos Estados Unidos sobre impor tarifas à importação de automóveis apagaram boa parte dos ganhos vistos durante a manhã.

O índice pan-europeu Stoxx 600 ficou estável, aos 357,39 pontos.

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A uma hora e meia do encerramento do pregão no Velho Continente, o presidente americano, Donald Trump, causou estrago ao afirmar que, se o seu governo impusesse tarifas sobre automóveis importados, "muito mais carros seriam construídos" nos EUA e a General Motors "não fecharia suas fábricas em Ohio, Michigan e Maryland".

Ao encerrar a mensagem no Twitter, o republicano disse que, por causa da GM, a possibilidade de tarifar importações de automóveis "está sendo estudada".

A retórica repercutiu mal na Europa, onde a indústria automotiva se destaca pelas exportações. As ações da fabricante de pneus Continental caíram 4,31% e as da BW recuaram 0,18%, em Frankfurt, e as da Fiat Chrysler perderam 1,47%, em Milão.

O DAX 30 terminou em queda de 0,09%, aos 11.298,88 pontos, enquanto o FTSE MIB cedeu 0,18%, aos 19.115,16 pontos.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 também desceu 0,18%, para os 7.004,52 pontos. Lá, pesou a piora do petróleo após o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA apontar aumento dos estoques da commodity no país de 3,577 milhões na última semana. Os papéis da UK Oil & Gas caíram 1,61% e os da BP cederam 0,13%.

Além disso, a enxurrada de críticas recebida pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, na sessão semanal de perguntas no Parlamento britânico manteve entre investidores o clima de incerteza sobre a sobrevivência do acordo do Brexit obtido com a União Europeia após a votação dos legisladores, em 11 de dezembro.

Em Paris, o CAC 40 ficou estável, aos 4.983,24 pontos. O Ibex 35, da bolsa de Madri, subiu 0,19%, para os 9.102,70 pontos, e o PSI 20, de Lisboa, teve alta de 0,70%, aos 4.870,14 pontos.

As bolsas europeias fecharam em queda nesta terça-feira, 6, em meio a incertezas com políticas internas, enquanto os investidores ficaram no aguardo pelos resultados das eleições de meio de mandato nos EUA.

A bolsa de Londres fechou em queda de 0,89%, aos 7.040,68 pontos; Paris caiu 0,51%, aos 5.075,19 pontos; e Frankfurt recuou 0,09%, aos 11.484,34 pontos. Já a bolsa de Milão perdeu 0,07%, aos 19.268,29 pontos; Madri desvalorizou 0,24%, aos 8.988,90 pontos, e Lisboa caiu 0,20%, aos 4.977,68 pontos.

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Os entraves da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) seguem como um dos principais condutores no mercado acionário. Líder do Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês), a maior sigla da Irlanda do Norte, o deputado Jeffrey Donaldson afirmou no Twitter que o Reino Unido caminha para uma saída da União Europeia sem acordo com o bloco. Com isso, o chamado Brexit terá consequências "sérias" para a economia da República da Irlanda. Um importante entrave para o diálogo é justamente o status futuro das Irlandas.

Enquanto isso, o negociador-chefe para o Brexit da União Europeia (UE), Michel Barnier, disse nesta terça-feira que não há nenhum acordo do Brexit perto de ser selado. Em discurso em uma conferência católica em Bruxelas, Barnier afirmou ainda que a questão da fronteira irlandesa segue como um dos entraves para chegar a um acordo e que é hora de o Reino Unido fazer suas escolhas.

No entanto, no final da manhã, a libra se fortaleceu e atingiu máximas no dia em relação ao dólar, após um porta-voz da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmar que seu governo continua confiante quanto à possibilidade de um acordo do Brexit, embora também tenha admitido que há dificuldades a resolver nesse diálogo.

Além disso, a situação da Itália também segue no radar. Na Bélgica, os ministros das Finanças da zona do euro continuam a pressionar a Itália para que apresente à Comissão Europeia um novo plano de orçamento para 2019 e os anos seguintes.

No início da tarde (horário de Brasília), o governo da Itália apresentou uma moção de confiança no Parlamento, que está ligada a um decreto do setor de segurança, segundo a agência Ansa. A votação depende ainda da autorização do conselho de ministros, segundo o ministro para Relações com o Parlamento, Riccardo Fraccaro.

A agência diz que o partido Forza Italia não pretende participar da votação no Senado. Ministro do Interior, Matteo Salvini previu que as medidas na área de segurança devem ser aprovadas, com regras mais duras para criminosos.

Embora questões internas tenham guiado os investidores, o mercado operou atrelado também às eleições de meio de mandato dos Estados Unidos para toda a Câmara, um terço do Senado e 36 governadores. O resultado, que começa a ser divulgado nesta terça no final da noite, poderia mudar o controle do Congresso e colocar um freio em grande parte da agenda da Casa Branca pelos próximos dois anos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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