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Movimentos da sociedade civil enviaram uma carta a integrantes do Banco Mundial contra a nomeação do ministro Abraham Weintraub para o posto de diretor-executivo.

 No documento, os movimentos afirmam ter visto com perplexidade a indicação de Weintraub. A carta foi endereçada ao presidente do conselho de governantes do banco e às embaixadas dos países integrantes.

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Segundo a carta, Weintraub poderia causar "possíveis danos irreparáveis à posição de seu país no Banco Mundial". O texto acrescenta que ele é "a antítese de tudo que o Banco Mundial procura representar na política de desenvolvimento e no multilateralismo."

Os movimentos dizem que o ministro demissionário da Educação não possui qualificações éticas, profissionais e morais mínimas. 

 "Desde que assumiu o cargo, Weintraub sempre respondeu com desprezo, sarcasmo e agressividade a críticas ou mesmo recomendações de cidadãos comuns, jornalistas, legisladores e até juízes da Suprema Corte", relata a carta.

 O Banco Mundial informou em nota ter recebido do governo brasileiro a indicação de Weintraub. A instituição ressaltou que o nome dele terá que ser aprovado por um grupo de países e que o eventual mandato termina em 31 de outubro, quando ocorrerá uma nova nomeação e eleição.

A Venezuela emitiu uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU) em que acusa o governo brasileiro de colocar em risco toda a América do Sul, em decorrência de sua postura diante da pandemia da Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro foi chamado de “negligente” na manifestação divulgada nas redes sociais do chanceler Jorge Arreaza.

Na carta, a Venezuela pede ainda intervenção das Nações Unidas para exigir que o governo Bolsonaro “atue com responsabilidade”. “Hoje podemos afirmar, sem medo de errar, que o presidente Jair Bolsonaro e seu governo se transformaram no pior inimigo dos esforços para sair vitoriosos da pandemia da Covid-19 na América Latina e o Caribe”, coloca o texto.

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Ainda são citadas as trocas de ministro da Saúde durante a pandemia e o desejo de Bolsonaro de, a exemplo de Donald Trump, deixar a Organização Mundial de Saúde (OMS). “A catástrofe sofrida pelo Brasil como consequência da Covid-19 afetará, sem dúvida, a Republica Bolivariana da Venezuela e todos os países da região... até o dia 15 de junho, a Venezuela registra 3.062 casos de coronavírus confirmados. Somente nos estados de fronteira, do lado brasileiro, se contabilizam 62 mil casos confirmados”, completa o Palácio Miraflores.

Os governadores dos nove estados do Nordeste assinaram uma carta, nesta sexta-feira (12), repudiando a convocação que o presidente Jair Bolsonaro fez aos seus apoiadores, para que “invadam” os hospitais de campanha e registrem o que ocorre nas unidades de saúde.

Na carta, os gestores frisam que a postura do presidente tanto é “negacionista” quanto coloca em risco a vida das pessoas.

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Os governadores ainda comentaram sobre as investigações de mal uso do dinheiro público e de esquemas criminosos na compra de equipamentos para o combate ao coronavírus.

“Deixamos claro que DEFENDEMOS INVESTIGAÇÕES sempre que necessárias, mas de forma isenta e responsável. E, onde houver qualquer tipo de irregularidade, comprovada através de processo justo, queremos que os envolvidos sejam exemplarmente punidos”, diz a carta.

Confira o documento na íntegra:

CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE

12 de Junho de 2020 

“Não é invadindo hospitais e perseguindo gestores que o Brasil vencerá a pandemia” 

Os governadores de Estado têm lutado fortemente contra o coronavírus e a favor da saúde da população, em condições muito difíceis.

Ampliamos estruturas e realizamos compras de equipamentos e insumos de saúde de forma emergencial pelo rápido agravamento da pandemia. Foi graças à ampliação da rede pública de saúde, executada essencialmente pelos Estados, que o país conseguiu alcançar a marca de 345 mil brasileiros recuperados pela Covid-19 até agora, apesar das mais de 41 mil vidas lamentavelmente perdidas no país.

Desde o início da pandemia, os Governadores do Nordeste têm buscado atuação coordenada com o Governo Federal, tanto que, na época, solicitamos reunião com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi realizada no dia 23/03/2020, com escassos resultados. O Governo Federal adotou o negacionismo como prática permanente, e tem insistido em não reconhecer a grave crise sanitária enfrentada pelo Brasil, mesmo diante dos trágicos números registrados, que colocam o país como o segundo do mundo, com mais de 800 mil casos.

No último episódio, que choca a todos, o presidente da República usa as redes sociais para incentivar as pessoas a INVADIREM HOSPITAIS, indo de encontro a todos os protocolos médicos, desrespeitando profissionais e colocando a vida das pessoas em risco, principalmente aquelas que estão internadas nessas unidades de saúde. 

O presidente Bolsonaro segue, assim, o mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição. 

Além de tudo isso, instaura-se no Brasil uma inusitada e preocupante situação. Após ameaças políticas reiteradas e estranhos anúncios prévios de que haveria operações policiais, intensificaram-se as ações espetaculares, inclusive nas casas de governadores, sem haver sequer a prévia oitiva dos investigados e a requisição de documentos. É como se houvesse uma absurda presunção de que todos os processos de compra neste período de pandemia fossem fraudados, e governadores de tudo saberiam, inclusive quanto a produtos que estão em outros países, gerando uma inexistente responsabilidade penal objetiva. 

Tais operações produzem duas consequências imediatas. A primeira, uma retração nas equipes técnicas, que param todos os processos, o que pode complicar ainda mais o imprescindível combate à pandemia. O segundo, a condenação antecipada de gestores, punidos com espetáculos na porta de suas casas e das sedes dos governos. 

Destacamos que todas as investigações devem ser feitas, porém com respeito à legalidade e ao bom senso. Por exemplo, como ignorar que a chamada “lei da oferta e da procura” levou a elevação de preços no MUNDO INTEIRO quanto a insumos de saúde?

Ressalte-se que, durante a pandemia, houve dispensa de licitação em processos de urgência, porque a lei autoriza e não havia tempo a perder, diante do risco de morte de milhares de pessoas. A Lei Federal 13.979/2020 autoriza os procedimentos adotados pelos Estados.

Estamos inteiramente à disposição para fornecer TODOS os processos administrativos para análise de qualquer órgão isento, no âmbito do Poder Judiciário e dos Tribunais de Contas. Mas repudiamos abusos e instrumentalização política de investigações. Isso somente servirá para atrapalhar o combate ao coronavírus e para produzir danos irreparáveis aos gestores e à sociedade.

Deixamos claro que DEFENDEMOS INVESTIGAÇÕES sempre que necessárias, mas de forma isenta e responsável. E, onde houver qualquer tipo de irregularidade, comprovada através de processo justo, queremos que os envolvidos sejam exemplarmente punidos.

Assinam esta carta: 

Rui Costa 

Governador da Bahia 

Renan Filho 

Governador de Alagoas 

Camilo Santana 

Governador do Ceará 

Flávio Dino 

Governador do Maranhão 

João Azevedo 

Governador da Paraíba 

Paulo Câmara 

Governador de Pernambuco 

Wellington Dias 

Governador do Piauí 

Fátima Bezerra 

Governadora do Rio Grande do Norte 

Belivaldo Chagas 

Governador de Sergipe 

 

 

A doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, mãe de Miguel, de 5 anos, menino que morreu ao cair do 9º andar do prédio de luxo no Recife onde ela trabalhava, escreveu com auxílio de advogado uma carta direcionada à ex-patroa Sari Corte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). No texto, ela defende punição à primeira-dama de Tamandaré.

"Após poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser ‘filho da empregada’”, diz Mirtes na carta.

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Ela acrescenta: "Perdoar pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente."

Mirtes ressaltou que não recebeu pedido de desculpas. Ela defende que a carta escrita por Sari foi dirigida à imprensa. "Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo ‘mamãe’ quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias.”

Confira a carta na íntegra:

SOBRE O PERDÃO PEDIDO POR SARI 

Eu não recebi qualquer pedido de desculpas. A carta de perdão foi dirigida à imprensa, o que me faz pensar que eu não era destinatária, mas sim a opinião pública com a qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser esse um ano de eleição. 

Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo “mamãe” quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias. 

Quando eu grito que quero justiça, isso significa que eu preciso que alguém assuma a minha dor, lute minha luta, seja o destilado da cólera que eu não quero e nem posso ser. Eu não tenho forças neste momento, não tenho chão. Não tenho vida! 

Após poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser “filho da empregada”. 

Perdoar pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente.

Profissionais da saúde do Brasil e de outros 16 países juntaram esforços em uma carta que pede atitudes mais severas contra a circulação de informações falsas sobre o novo coronavírus na internet. O documento, divulgado pelo Avaaz, é endereçado aos executivos responsáveis pelas principais redes sociais do mundo.

"Nosso trabalho é salvar vidas. Mas neste momento, além da pandemia da covid-19, enfrentamos também uma infodemia global, com desinformações viralizando nas redes sociais e ameaçando vidas ao redor do mundo", diz um trecho da carta.

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O documento traz uma série de exemplos de desinformação sobre o coronavírus que circulou na internet, como um boato que afirmava que a covid-19 foi desenvolvida como uma arma biológica pela China. Outra mentira que foi compartilhada nas redes sociais dizia que a cocaína era uma cura para a doença.

As informações falsas sobre a covid-19 que circulam no Brasil, especificamente no Twitter, têm forte influência política. É o que explica Raquel Recuero, doutora em Comunicação e Informação e professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ela está trabalhando em uma pesquisa sobre a circulação de desinformação sobre o novo coronavírus.

"Essas desinformações estão profundamente conectadas com a polarização política que o Brasil passou durante as eleições", fala. "A gente tem um conjunto de autoridades que legitima formas de desinformação, de teorias da conspiração e afins", explica.

A professora diz que essas desinformações não circulam de maneira aleatória. Elas estão em redes que foram formadas diante de alinhamentos políticos e, por isso, têm uma forte ligação com esse discurso.

O documento assinado pelos profissionais de saúde propõe duas medidas para combater a disseminação das informações falsas. A primeira requer que a rede social corrija a publicação veiculada. "Para isso, devem alertar e notificar cada pessoa que viu ou interagiu com a desinformação sobre saúde em suas plataformas e compartilhar uma correção bem elaborada preparada por verificadores de fatos independentes", pede.

A segunda proposta é para as plataformas "desintoxicarem" seu algoritmo. "Isso quer dizer que o alcance das mentiras nocivas, assim como dos grupos e páginas que as compartilham, serão reduzidos no feed de notícias dos usuários, ao invés de amplificados", explica a carta.

Raquel ressalta algumas atitudes que vêm sendo tomadas pelas redes sociais para minimizar a circulação de informação falsa, como a ampliação de filtros e a sinalização da desinformação. Na segunda-feira, por exemplo, o Instagram colocou um "alerta de fake news" em uma publicação compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, a pesquisadora fala que é difícil desmentir essas publicações porque na maior parte das vezes eles não são completamente falsas. "É sempre mais difícil de lidar com a informação que é só parcialmente falsa", afirma. Ela cita como exemplo a hidroxicloroquina.

"Tem um estudo dizendo que ela (a hidroxicloroquina) teria funcionado em um caso específico e, deste caso específico, ela vira uma cura. Não existe nenhum estudo dizendo que ela curou, mas a interpretação sobre algo que aconteceu é que ela seria uma cura", fala.

Desinformação sobre saúde veio antes do coronavírus

A carta lembra que o compartilhamento de desinformação sobre saúde já vinha acontecendo antes do surgimento do coronavírus e eram relacionados, por exemplo, ao câncer e aos transtornos do espectro autista. O texto alerta para os perigos das mentiras que circulam nas redes sociais. "(Elas) promovem curas falsas e incentivam o medo de vacinas e dos tratamentos eficazes", alega.

"Trabalhamos em hospitais, clínicas e departamentos de saúde públicos no mundo inteiro e estamos bastante familiarizados com os impactos reais desta infodemia. Somos nós que cuidamos dos bebês hospitalizados por sarampo, uma doença completamente prevenível, que já havia sido eliminada em países como os EUA, mas que agora ressurge graças, principalmente, às fake news anti-vacinação", exemplificam os profissionais.

O documento é assinado por médicos, enfermeiros, cientistas, professores, epidemiologistas e institutos que atuam na área da saúde.

Flávio Migliaccio foi encontrado morto na manhã dessa segunda-feira, dia 4, aos 85 anos de idade. O ator estava em um sítio que mantinha desde a década de 1970, na Serra do Sambê, em Rio Bonito. Ele foi encontrado em seu quarto por seu caseiro, Nelson Soares da Silva.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, um boletim de ocorrência foi feito pela quarta companhia do 35º Batalhão da Polícia Militar.

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Flávio ainda teria deixado uma carta aos seus familiares em que diz o seguinte:

"Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos, como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem bem das crianças de hoje!"

Por enquanto não há maiores informações sobre o caso e, desde o triste anúncio, diversos famosos se manifestaram.

O papa Francisco telefonou para Andrea Pirotta, um jovem autista de 19 anos, na noite desta quarta-feira (29), informam diversos veículos da mídia italiana.

A ligação ocorreu após o rapaz enviar uma carta para o Pontífice pedindo para que ele não dissesse durante as missas, que estão sendo transmitidas de maneira online, a frase "cumprimentem-se em sinal de paz" por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), já que os contatos físicos devem ser evitados ao máximo para evitar a doença.

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Além disso, Pirotta pediu um solidéu para o líder católico. "Olá, Andrea, como você está? Sabia que vou te enviar o solidéu que você me pediu?", contou a mãe do jovem, Maria Teresa, em entrevista ao jornal "Avvenire" sobre a apresentação do religioso. Segundo ela, o rapaz acompanha diariamente as missas do líder da Igreja Católica.

"O telefonema para Andrea e para nós foi uma fonte de muita alegria e serenidade. Nós ouvimos nas palavras do Papa a tenacidade e a paz. Para Andrea, que é muito religioso, disse para ele seguir assim. Foi um conforto providencial", disse ainda Maria Teresa ao jornal.

Pirotta escreveu a carta usando um método de comunicação alternativa, chamada de "CAA", com o pedido inusitado.

Em uma das missas dessa semana, o Papa então falou sobre a carta e disse que ela era um "exemplo da espontaneidade dos jovens, da sua concretude, da sua liberdade de dizer as coisas como elas são". E pediu que todos os cristãos se inspirassem neles para viver sua fé com mais verdade. 

Da Ansa

Em carta aberta, a Associação dos Delegados de Polícia Federal afirma ao presidente Jair Bolsonaro que é função da Agência Brasileira de Inteligência Nacional (Abin) fornecer relatórios ao presidente, e não da PF. No mesmo documento, a entidade pede "distanciamento republicano" do presidente como forma de acabar com uma "crise de confiança" instaurada com o governo federal.

Segundo a ADPF, o "Presidente da República é o chefe máximo do Poder Executivo, entretanto deve preservar a imagem da sua gestão e da própria instituição seguindo protocolos de conduta sensíveis no que se refere aos órgãos de Estado". "O ordenamento jurídico prevê que as atividades investigativas da Polícia Federal são sigilosas e somente os profissionais responsáveis em promovê-las é que devem ter acesso aos documentos. O mesmo se aplica aos relatórios de inteligência".

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"Quando a PF, por meio de suas atividades de inteligência, toma conhecimento de fatos que interessam à tomada de decisões por parte do Governo, estas são compartilhadas pelo Sistema Brasileiro de Inteligência e seguem fluxo já estabelecido até chegar ao conhecimento institucional da Presidência da República, não havendo qualquer previsão legal de comunicações pessoais, gerais e diárias ao mandatário, função esta que é da ABIN", afirmam os delegados.

No documento, os delegados dizem acreditar que a atual crise, envolvendo a saída do ministro Sérgio Moro, poderia ter sido evitada: "provavelmente, se as premissas e esclarecimentos acima tivessem sido compreendidos e corrigidos os possíveis entraves de comunicação entre V.Exa e a Polícia Federal, os fatos que presenciamos nesta semana não teriam ocorrido e não estaríamos vivenciando as circunstâncias atuais".

Entre as solicitações, os delegados federais pediram que Bolsonaro assumisse um compromisso de encaminhar ao Congresso Nacional projetos que possam prever autonomia financeira para a Polícia federal e mandato para o Diretor-Geral.

A carta afirma que, se forem acatadas, "tais medidas serão um legado de seu governo para o Brasil e dissiparão qualquer dúvida sobre as intenções de V.Exa. em relação à Polícia Federal".

O documento, segundo a entidade, ainda pontua a real competência do chefe do Executivo em relação à Polícia Federal, bem como explica "como se configuram os pedidos de informações sobre inquéritos e a própria investigação do atentado ao presidente".

"Atualmente, tramitam duas ações com o objetivo de resguardar a Polícia Federal, uma sobre autonomia administrativa, financeira e orçamentária da instituição (PEC 412/2009) e outra conferindo mandato ao Diretor-Geral (PEC 101/2015), que seria indicado pelo presidente, mas não poderia ser exonerado durante o período de permanência no cargo", completa a ADPF.

Em carta aberta divulgada neste domingo (26) a Associação dos Delegados de Polícia Federal pediu que o presidente mantenha um "distanciamento republicano" da instituição para evitar que seus atos sejam vistos como uma "intervenção política". No mesmo documento, a entidade diz que existe hoje uma "crise de confiança" com o governo federal e quer o andamento de antigas pautas, como a autonomia financeira e o mandato para diretor-geral.

Segundo os delegados, "embora seja absolutamente verdadeira a premissa de que a legislação reservou ao Presidente da República a nomeação do Diretor-Geral da Polícia Federal, trata-se de um pilar do Estado Democrático de Direito que o estadista se limite a escolher o comandante da instituição, sempre buscando o delegado mais preparado técnica, moral e psicologicamente para a função".

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"A partir da nomeação e posse, manda o interesse público que o presidente mantenha uma distância republicana, de modo a evitar que qualquer ato seu seja interpretado pela sociedade como tentativa de intervir politicamente nos trabalhos do órgão, que por sua natureza costuma realizar investigações que esbarram em detentores do mais alto poder político e econômico, e tem como corolário de suas atribuições constitucionais exercer uma parcela do controle dos atos da administração pública federal, incluindo os da própria Presidência da República", afirma a entidade.

No documento, os delegados dizem acreditar que a atual crise, envolvendo a saída do ministro Sérgio Moro, poderia ter sido evitada: "Provavelmente, se as premissas e esclarecimentos acima tivessem sido compreendidos e corrigidos os possíveis entraves de comunicação entre V.Exa e a Polícia Federal, os fatos que presenciamos nesta semana não teriam ocorrido e não estaríamos vivenciando as circunstâncias atuais".

Entre as solicitações, os Delegados Federais pediram que Bolsonaro assumisse um compromisso de encaminhar ao Congresso Nacional, projetos que possam prever autonomia financeira para a Polícia federal e mandato para o Diretor-Geral.

A carta afirma que, se forem acatadas, "tais medidas serão um legado de seu governo para o Brasil e dissiparão qualquer dúvida sobre as intenções de V.Exa. em relação à Polícia Federal".

O documento, segundo a entidade, ainda pontua a real competência do chefe do Executivo em relação à Polícia Federal, bem como explica "como se configuram os pedidos de informações sobre inquéritos e a própria investigação do atentado ao presidente".

"Atualmente, tramitam duas ações com o objetivo de resguardar a Polícia Federal, uma sobre autonomia administrativa, financeira e orçamentária da instituição (PEC 412/2009) e outra conferindo mandato ao Diretor-Geral (PEC 101/2015), que seria indicado pelo presidente, mas não poderia ser exonerado durante o período de permanência no cargo", completa a ADPF.

"Deixo o cargo com a certeza de que a Polícia Federal segue forte, unida e alinhada aos princípios republicanos mais nobres", afirmou o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, em carta, após deixar o cargo. Ele foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, em episódio que culminou com a saída do ministro da Justiça e Segurança Púbica, Sérgio Moro, do cargo.

LEIA A ÍNTEGRA:

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Prezados policiais federais, servidores administrativos, servidores contratados, colaboradores, colegas,

Na oportunidade em que deixo a função de Diretor-Geral da nossa Polícia Federal, venho expressar minha mais profunda gratidão a todos que fizeram parte e colaboraram com a gestão que ora se encerra.

Nos meus 23 anos de atividade nesta instituição, sempre pautei minha conduta pelo trabalho e profissionalismo, e tive a felicidade de atingir o posto mais alto reservado a um policial federal.

Ao chegar à Direção Geral pude reafirmar minhas convicções sobre as virtudes do órgão, ao encontrar uma organização com sólidos valores éticos e institucionais, construídos por décadas de atuação dedicada e firme dos que me antecederam.

A nossas PF de hoje é a soma do esforço diário de cada um dos valorosos servidores que por aqui passaram nesses longos 76 anos de história, não importando seus cargos, funções ou lotações, pois o que nos faz fortes é o conjunto, é a unidade de ideais e de objetivos.

Neste momento, meus sentimentos não poderiam ser outros do que gratidão e reconhecimento.

Obrigado pelo apoio que recebi de todos no enfrentamento das mais diversas batalhas, não importando de onde viessem os desafios e os perigos inerentes a nossa árdua atividade.

Deixo o cargo com a certeza de que a Polícia Federal segue forte, unida e alinhada aos princípios republicanos mais nobres.

Recebi essa missão com grande entusiasmo e expectativa, e encerro esse ciclo com orgulho de ter feito parte dessa trajetória.

Sigamos fortes e em frente em nome da nossa Polícia Federal.

Muito obrigado.

Maurício Leite Valeixo

Delegado de Polícia Federal

Uma carta assinada por 20 governadores e divulgada neste domingo (19), por meio do Fórum Nacional de Governadores, manifesta apoio aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), após ataques do presidente Jair Bolsonaro aos dois principais líderes do Congresso Nacional. Para os governadores que assinam o documento, Bolsonaro está "afrontando os princípios democráticos que fundamentam nossa Nação".

A carta é assinada por todos os governadores das Regiões Sul e Nordeste. No Sudeste, só o Estado de Minas Gerais está ausente. No Centro-Oeste, a exceção foi o Distrito Federal. No Norte, não assinaram Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.

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"Neste momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros", diz a carta. "Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo", continua.

Os governadores afirmam que não há conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos. "Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise", defendem.

A carta afirma ainda que a ação dos Estados, no Distrito Federal e nos municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

Bolsonaro abriu fogo contra Maia na última quinta-feira, após demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Em entrevista à rede de TV CNN, disse que sua atuação é "péssima" e insinuou que o parlamentar trama contra o seu governo. Em resposta, Maia afirmou que não vai atacar Bolsonaro.

Horas antes da entrevista do presidente à CNN, Maia havia assinado uma nota conjunta com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em defesa de Mandetta, também filiado ao seu partido. No dia anterior, a Mesa Diretora da Câmara deu prazo de 30 dias para que Bolsonaro apresente à Casa o resultado dos seus exames para covid-19. No mesmo dia, Maia reagiu às críticas. "O presidente ataca com um velho truque da política, com a demissão ele quer mudar o tema", afirmou Maia, que disse não ter intenção de prejudicar o governo. "O presidente não vai ter ataques (de minha parte). Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores", completou.

Governadores marcaram posição e pediram aos senadores para aprovarem o projeto da Câmara que garante socorro emergencial aos Estados e municípios para o enfrentamento da covid-19.

Em carta assinada por 25 Estados, eles apelam "para o espírito patriótico" do Senado para a aprovação do projeto pelo reconhecimento do empenho na adoção de medidas sociais, sanitárias e federativas "neste momento de terrível crise". Só os governadores de Rondônia, Marcos Rocha, e de Roraima, Antonio Denarium, ficaram de fora do abaixo-assinado. Ambos são do PSL e alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

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A pressão dos governadores ganha força num momento em que o governo federal apresentou uma proposta alternativa à da Câmara e busca apoio do Senado para alterar o texto dos deputados. A Frente Nacional de Prefeitos também deu apoio ao projeto.

O governo não aceita dispositivo do projeto que garante a compensação por seis meses da perda de arrecadação, durante o período, do ICMS e ISS - tributos cobrados pelos governos regionais. Com uma perda de 30%, o custo ficaria em R$ 93 bilhões, segundo estimativa da equipe econômica.

A proposta do governo é fazer a transferência direta aos Estados e municípios com um valor fixo de R$ 40 bilhões por três meses e distribuição per capita.

A união dos governadores - com apenas dois deles sem assinar a carta - mostra que a tentativa do governo de mostrar em nota técnica de que o projeto concentra ajuda maior para poucos Estados - os mais ricos - não funcionou. "Enfatizamos apoio à aprovação integral do projeto", diz o texto. Eles ressaltam que o projeto possibilita a recomposição temporária de receitas dos Estados e municípios.

Os governadores enfatizam que estão dedicados à salvaguarda da população contra o novo coronavírus e contra as implicações econômicas decorrentes da atual emergência sanitária. "Temos compromisso com a proteção da vida e, igualmente, com a defesa de empresas e empregos, o que somente será possível com a manutenção do adequado funcionamento do Estado", diz o texto da carta.

Na avaliação dos governadores, não haverá reconstrução nacional e retomada econômica se ocorrer um colapso social provocado pela interrupção de serviços públicos essenciais, como saúde, segurança, educação, sistema penitenciário, iluminação e limpeza pública.

Os vinte e cinco governadores argumentam ainda que a aprovação do projeto é uma forma eficiente de evitar uma perturbação generalizada e salvar numerosas vidas. "Afinal, a demora na apresentação de soluções concretas é o nosso maior inimigo depois do vírus", diz o documento.

Os presídios, penitenciárias e cadeias públicas de Pernambuco estão com visitas suspensas desde o dia 20 de março. Também foram suspensas as saídas temporárias dos presos do regime semiaberto. As medidas foram tomadas para conter o avanço da Covid-19 no estado. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o Presídio de Igarassu (PIG) desenvolveu uma maneira de aliviar a saudade entre familiares e detentos e atenuar a tensão causada pelas medidas restritivas: as oficinas de cartas.

Até o momento, cerca de 400 cartas já foram escritas pelos presos da unidade que é a mais superlotada da RMR. E novas oficinas ainda estão previstas. “Afastar quem já vive afastado cotidianamente é uma decisão muito dura, mas tão necessária quanto neste momento para que possamos conter a pandemia”, diz o secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico. Apesar das eventuais vistorias indicarem que presos no estado costumam ter acesso a celulares, a oficina soa como uma mensagem de que o governo continuará atento às necessidades da população carcerária.

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Nas mensagens, presos se desculpam, dizem que não vão voltar a cometer delitos e pedem que seus familiares se protejam do novo coronavírus. Os recados estão sendo entregues aos parentes conforme eles comparecem à unidade prisional para entregar alimentos e roupas. 

Durante a reunião do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, na quinta-feira (9), a assistente social Wilma Melo, coordenadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), recomendou que a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), que é braço da SJDH, crie um protocolo de medidas de distensionamento para o período de quarentena nas unidades prisionais de Pernambuco. "O protocolo serviria para evitar questões de violência, estresse e angústia nas prisões”, explica Melo. Ela elogiou a iniciativa da oficina das cartas, que foi desenvolvida por uma policial penal do PIG. "Os presos têm a oportunidade de se comunicar com a família, falar como eles estão e é uma forma de demonstrar sentimento, de dizer das angústias e do seu amor pela família. É uma interação que distensiona e promove o repensar da valorização que tem a família", Melo completa.

Algumas cartas escritas pelos presos do PIG são apresentadas abaixo. Um pequeno recorte diante das centenas de mensagens escritas. Erros de ortografia e gramática foram corrigidos, mas não houve mudanças na estrutura dos textos.

"Mãe, quero dizer à senhora que está tudo bem, graças a Deus. Não se preocupe comigo com nada, mãe. Eu sei que nunca fui o filho que a senhora sonhou, mas vou tentar. Tentei tantas coisas, mas entendi pequenas coisas nesse lugar, aprender a dar valor. 

Se previna dessa pandemia. Beba bastante água e se cuide. Que Deus ilumine a senhora. Que a senhora seja o que a senhora é, que sempre foi uma pessoa com uma personalidade forte. A senhora foi mais do que uma mãe. 

Eu sei que tudo vai passar e não há dinheiro que pague o que a senhora faz e que continua fazendo. Que Deus abençoe a senhora e seus sonhos se realizem. Desculpa, mainha."

***

"Minha mãe, eu te amo muito, de verdade. A senhora é uma pessoa muito importante para mim.

Mãe, me perdoa por não ser um filho que a senhora merecia. Mãe, me perdoa pelos meus erros, por não escutar a senhora. Mas saiba que sempre te amei e sempre vou te amar.

Se a senhora não existisse na minha vida eu não era ninguém. A senhora sempre me deu conselho, mãe, mas nunca te escutei. Me perdoa por fazer a senhora chorar, mãe. Eu te amo."

*** 

"Mãe, o que mais quero na vida é lhe fazer feliz. A senhora é tudo para mim. Desculpa por lhe fazer chorar muitas vezes. Obrigado por aceitar minha escolha sexual, por me amar do mesmo jeito.

Eu lhe amo muito. Quero ver a senhora feliz, com saúde. Vou cuidar da senhora, arrumar seu cabelo, deixar Maria Cristina linda. Agradeço a Deus. Mesmo com tanta dificuldade, sou feliz por ter uma mãe guerreira que desde pequena luta todos os dias para ser feliz. 

Estou bem por fora, mas aperreado por dentro. A vida vai melhorar. Agradeço a Deus por ter a senhora na minha vida em todos os momentos, bons e ruins.

Quando eu sair vou fazer a senhora chorar de alegria. Te amo muito."

*** 

"Sinto muito sua falta, filho. Falta de levar você na escola. Esse era o momento que seu pai deveria estar aí perto de você, para fazer a minha obrigação de pai.

Sei que quando alguém diz na escola que você vai ter que vir com os pais, sei que isso dói em você, mas pode acreditar, seu pai sente muito. Mas um dia, meu filho, tudo isso vai acabar e seu pai vai poder dar toda a atenção do mundo e pai vai levar você para vários lugares incríveis.

Vou ter o prazer de ensinar a você tudo que um dia eu aprendi. Sabe, filho, quero a você toda a felicidade do mundo. Quero que você alcance seus objetivos e quero fazer você chegar onde Deus quer que você chegue. Minha missão é lhe mostrar o caminho que Deus quer que você trilhe. Farei de tudo para que você brilhe nesse mundo. Te amo, filho."

 ***

"Mãe, te amo. Estou me cuidando bem aqui e estou orando mais, para sair daqui bem. Te cuida. Evite sair, lave bem as mãos. Te amo demais, fica com Deus." 

*** 

"Mãe, eu estou bem, mas quero que você não se preocupe. Estou lavando as mãos direto por causa do coronavírus, mas eu quero que você também se cuide para curtir a vida quando eu sair. E cuide de vô e vó. 

Mandei um beijo para vocês. Amo você, minha família linda. Um beijo do fundo do meu coração, minha rainha. Um beijo do seu filho lindo."

 ***

"Ei, menina chata, gosto muito de tu. Obrigado por tudo que fez para mim enquanto estava contigo e me desculpa por tudo que te fiz. Se te fiz sofrer um dia não foi por querer, foi porque eu era menino demais para poder assumir as minhas responsabilidades e cuidar de tu e do meu filho.

Nunca quis te deixar. Hoje em dia só queria estar contigo e com meu filho na nossa casa. 

Sei também que tu queria isso, mas a vida, a vida não. Eu escolhi outro caminho. Espero que um dia tu possa me perdoar e aceite voltar para mim. Só quero sair daqui e ir morar contigo e nosso filho. Te amo."

Governadores dos estados das regiões Sul e Sudeste se reuniram nesta quinta-feira (2) para consolidar uma carta com pedidos ao Executivo federal. No documento, eles elencam uma série de medidas que precisam ser tomadas para evitar um colapso econômico das unidades da Federação durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

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“É preciso que o governo federal entenda que precisa descentralizar recursos. É preciso socorrer os estados que, nesse momento, precisam de liquidez”, disse o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em coletiva de imprensa. De acordo com o governador, empréstimos não atenderão às necessidades dos governos. “O Brasil não pode virar um grande banco para os estados”.

Entre as medidas que constam na carta está a suspensão do pagamento da dívida dos estados com a União e a recomposição dos Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), royalties e participações especiais, além da recomposição da queda da safra na região Sul. “A queda na arrecadação no Sul e Sudeste será grande. Nós, estados, não podemos emitir moeda, fazer empréstimos internacionais, sem o aval da União”, enfatizou o governador.

De acordo com o governador, Sul e Sudeste precisam de atenção especial por serem responsáveis pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e serviços finais produzidos - brasileiro. "Se nós permitirmos o colapso da economia do Sul e Sudeste, isso vai impactar profundamente todos os demais estados da federação", defendeu. Os governadores irão procurar também auxílio dos estados do Centro-Oeste para se juntarem aos pedidos.

O governador destacou que está tomando medidas para que os pagamentos dos servidores públicos sejam mantidos e para que eles não sofram impactos financeiros durante o combate a covid-19.

“Os servidores públicos do estado estão hoje na linha de frente do combate. Policiais, bombeiros, agentes penitenciários. Essa estrutura precisa de recursos para poder enfrentar essas circunstâncias”, disse, acrescentando: “[Estamos] tomando as medidas necessárias para que os servidores não sejam afetados. Eles não pararam de trabalhar. O estado não fechou suas portas”.

Medidas de isolamento

O governador também reforçou a necessidade das medidas de isolamento adotadas pelo estado e agradeceu às pessoas que têm cumprido as orientações. “É realmente muito triste ver as nossas ruas desertas, as lojas fechadas, as praias vazias, mas eu tenho certeza que isso vai passar. Nós precisamos seguir as orientações dos órgãos de saúde para que possamos atravessar essa pandemia com o menor número de vítimas possível, podendo salvar o maior número de pessoas”, disse.

Witzel publicou nesta segunda-feira, no Diário Oficial do estado, um novo decreto com a prorrogação das medidas para reduzir a movimentação e aglomeração de pessoas no estado. As aulas continuam suspensas, o transporte permanece restrito e eventos com presença de público ainda estão proibidos. Restaurantes podem funcionar apenas com 30% da capacidade, mas podem fazer entregas e atender a pedidos para serem levados para casa.

O governador disse que tem recebido mensagens de pessoas que estão perdendo o emprego e de empresários que estão questionando as medidas. “Eu estou muito triste, eu não gostaria que nenhum empresário e que nenhum cidadão ou cidadã fluminense estivesse passando pelo que está passando hoje, mas, infelizmente, é uma crise mundial. Todos os países foram afetados por essa pandemia reconhecida pela Organização Mundial da Saúde e todos os países estão tomando medidas de restrição a circulação de pessoas. Não poderia ser diferente no Brasil e não poderia ser diferente no Rio de Janeiro”.

No estado do Rio de Janeiro, 28 pessoas morreram e 832 casos estão confirmados. Somente na capital, são 697 casos confirmados e 20 mortes em decorrência de covid-19. Os dados são dos últimos balanço, divulgados ontem (1º).

No Brasil, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 241 pessoas morreram em decorrência da doença e há a confirmação de 6.836 pessoas infectadas.

 

A repercussão negativa das declarações e atitudes do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), diante da pandemia, fez sua lista de opositores aumentar no Congresso.  Isolado politicamente, o mandatário observa a crescente de líderes de centro-direita contra ele, enquanto lideranças da esquerda assinaram uma carta pedindo que deixe o cargo.

"Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável", discorre o documento.

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Em outro trecho, a ala aponta que Bolsonaro não está a altura da Presidência e deve responder pelos "crimes que está cometendo". "Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país.  Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", afirma o requerimento.

As lideranças garantem que o presidente é um "obstáculo" para evitar a proliferação do novo coronavírus."Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países", avalia.

O texto assinado por Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB; Carlos Lupi, presidente nacional do PDT; Ciro Gomes, ex-candidato à Presidência pelo PDT; Edmilson Costa, presidente nacional do PCB; Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT; Flávio Dino, governador do estado do Maranhão; Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo PSOL; Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT; Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL; Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB; Manuela D'Ávila, ex-candidata a Vice-presidência (PC do B); Roberto Requião, ex-governador do Paraná; Sônia Guajajara, ex-candidata à Vice-presidência (PSOL) e Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul, também garante uma série de medidas para conter o avanço da covid-19 em um Plano de Emergência Nacional:

-Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;

-Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;

-Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;

-Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,

-Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;

-Regulamentação imediata de tributos  sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

Em carta ao presidente Jair Bolsonaro, prefeitos questionam o governo federal sobre a campanha "O Brasil não pode parar" e ameaçam ir à Justiça para responsabilizar o chefe do Planalto por consequências da mudança no isolamento social durante a pandemia da covid-19.

O governo federal lançou uma campanha chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social. A iniciativa é parte da estratégia montada pelo Palácio do Planalto para divulgar ações de combate ao novo coronavírus, ao lado de medidas que o presidente Bolsonaro considera necessárias para a retomada econômica.

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Em carta, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) questiona Bolsonaro se o governo vai orientar Estados e municípios a suspenderem imediatamente as restrições de convívio social - e se a União assumirá as responsabilidades que cabem aos governos locais, como atendimento direto à população. Pelo Brasil, prefeitos e governadores vêm adotando medidas restritivas, como fechamento de escolas e estabelecimentos comerciais, atitude criticada pelo chefe do Planalto.

"A depender da resposta do governo federal ao presente ofício, pois o posicionamento até o momento tem sido dúbio e gerado insegurança na população, não restará outra alternativa aos prefeitos se não recorrer à Justiça brasileira com pedido de transferência ao presidente da República das responsabilidades cíveis e criminais pelas ações locais de saúde e suas consequências", diz o documento, assinado pelo presidente da FNP e prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

As perguntas da FNP a Bolsonaro:

1. O Governo Federal orienta os entes subnacionais a suspender imediatamente as restrições de convívio social? Caso positivo, por meio de qual instrumento oficial?

2. Caso o convívio social seja suspenso, há previsão de diálogo federativo para a construção de uma estratégia para concretizar tal medida?

3. Quais as evidências científicas foram consideradas para motivar a mudança repentina no posicionamento do Governo Federal quanto às medidas de isolamento social?

4. Caso o Governo Federal suspenda a contenção social, o que poderá levar ao colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal assumirá todas as responsabilidades da Atenção Básica, Média e Alta complexidades, incluindo todos os atendimentos? Como estaremos na contramão do que indica e recomenda a OMS, o Governo Federal assumirá as responsabilidades de todo o atendimento à população?

5. Está entre as medidas do Governo Federal a federalização do SUS?

Em uma nova carta, governadores de 24 Estados e do Distrito Federal pedem ao presidente da República a união de forças no combate à crise. "Rogamos uma vez mais ao presidente Jair Bolsonaro que some forças com os governadores na luta contra a crise do coronavírus e seus impactos humanitários e econômicos", relatam no documento.

Nesta semana, Bolsonaro atacou governadores que tomaram a decisão de fechar o comércio e incentivar o isolamento da população. A atitude causou uma série de críticas de líderes estaduais. Como resultado, governadores romperam com governo federal, inclusive Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, que apoiava o presidente.

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Apesar das críticas, governadores indicam na carta que vão seguir as medidas de isolamento nas suas regiões. "No que diz respeito ao enfrentamento da pandemia global, vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência, seguindo orientação de profissionais de saúde e, sobretudo, os protocolos orientados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)", informaram.

A carta também traz uma série de pedidos à União, como suspensão, pelo período de 12 meses, do pagamento da dívida dos Estados com a União, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e das contraídas junto a organismos internacionais como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Governadores pedem a viabilização emergencial e substancial de recursos livres às unidades federadas, aprovação do Plano Mansueto e ajuda federal para se conseguir insumos e equipamentos para o enfrentamento da crise.

As associações ligadas ao setor de turismo no Brasil afirmam que as Medidas Provisórias editadas pelo governo federal, até o momento, não trazem solução para a drástica queda de demanda que já fechou 80% dos hotéis, parques e atrações turísticas do País.

Em carta aberta ao governo, as entidades dizem temer pela demissão de mais de um milhão de pessoas ligadas ao setor, que vai deixar de movimentar R$ 31 bilhões este ano.

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Assinam a carta associações hoteleiras e de parques do Brasil: Resorts Brasil, ABIH, FOHB, FBHA, BLTA, Sindepat, Adibra e Unedestinos. Elas afirmam que não vão suportar o impacto financeiro e que podem ir à falência.

"As restrições às viagens ao redor do mundo em função da Pandemia e a necessidade de isolamento social paralisam a cadeia de turismo e assolam a economia de forma global", dizem na carta.

Na carta afirmam que não adianta diminuir jornadas de trabalho ou salários, ou autorizar o teletrabalho, já que com parques e hotéis fechados, nem deslocamento de pessoas, não há prestação de serviços nem produção. "Turismo não se estoca. Comunidades e destinos inteiros podem sofrer com o desemprego", alertam.

Thomas Markle, pai de Meghan e com quem ela tem um relacionamento difícil, poderá testemunhar contra a filha em um processo aberto pela esposa do príncipe Harry contra o jornal "Mail on Sunday" por invasão de privacidade - informou a imprensa britânica nesta quarta-feira (15).

Com base em documentos transmitidos ao Supremo Tribunal de Londres, o jornal conservador "The Daily Telegraph" publicou que Thomas Markle está disposto a testemunhar contra sua filha.

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Os documentos "revelam a deterioração do relacionamento" entre pai e filha na época do casamento com Harry em 2018, diz o jornal.

Os duques de Sussex, que causaram um terremoto na monarquia britânica na semana passada ao anunciar que estavam renunciando a seus deveres reais, processaram vários jornais britânicos alguns meses atrás.

Um deles é o "Mail on Sunday", criticado pela ex-atriz americana de 38 anos por ter publicado em fevereiro uma carta endereçada a seu pai.

À época, o príncipe Harry, sexto na linha de sucessão, denunciou que o veículo havia "omitido parágrafos, algumas frases e até palavras para encobrir as mentiras proferidas" contra sua esposa.

Após o surpreendente anúncio do casal na semana passada, Meghan voltou para o Canadá, onde passou o Natal com o marido e seu filho, Archie.

A rainha Elizabeth convocou seu filho Charles - herdeiro do trono - e seus dois netos - Harry e William - para uma reunião de crise. Nela, a família real concordou em conceder um período de transição para que os duques de Sussex se retirem dos holofotes como desejarem.

Termina na próxima sexta-feira (27), o prazo para que os padrinhos e madrinhas da campanha Papai Noel dos Correios entreguem os presentes das cartinhas adotadas. Das 9h às 17h, as 'lembrancinhas' podem ser deixadas nos pontos de adoção da campanha.

Agências Central, Boa Viagem, Shopping RioMar, Shopping Recife, Aeroporto, Casa Amarela, Olinda, além das unidades do interior do estado já estão recebendo os presentes. De acordo com os Correios, mais de 30 mil cartas foram adotadas neste ano. Outras informações podem ser obtidas no blog da campanha.

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