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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, confirmou nesta quarta-feira (31) que será recriada a Diretoria de Operações Especiais, responsável pela coordenação das investigações com a Polícia Federal sobre indícios de desvio de recursos federais.

Carvalho foi ouvido pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a pedido do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES).  A diretoria foi transformada em uma coordenação na recente remodelação da estrutura interna do órgão feita pelo ministro. A medida foi criticada por deputados pelo receio de prejuízos ao combate à corrupção. Também houve questionamentos por parte de servidores da CGU.  “Operações Especiais vai ser uma diretoria. Ela deixou de ser uma diretoria, virou uma coordenação geral, mas nós já estamos recriando-a novamente. Isso é um compromisso com servidores da CGU”, disse Carvalho.

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Ele afirmou ainda que a mudança de status da área de operações especiais não afetou as investigações sobre corrupção. Segundo Carvalho, nos três primeiros meses de governo a CGU aplicou R$ 63 milhões em multas contra empresas envolvidas. “É o maior valor já registrado em 100 dias de governo”, disse. 

O deputado Evair Vieira de Melo defendeu a recriação da diretoria. Ele chegou a questionar o ministro da CGU sobre a importância do combate ao desvio de recursos públicos no governo Lula. “A remodelação tem gerado preocupações sobre a eficácia desse órgão no combate à corrupção”, disse Melo.

Dosimetria

Durante a audiência pública, ministro defendeu a adoção de metodologias mais claras de dosimetria das penas contra empresas envolvidas em corrupção. O objetivo é evitar que a punição inviabilize o negócio. A medida foi defendida pelo deputado Jorge Solla (PT-BA). 

“Os servidores de uma empresa não podem ser demitidos porque houve um caso de corrupção de um dirigente. O dirigente, sim. Se tem provas, tem que ser afastado, tem que ser preso”, disse Solla. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (25), que todos os ministros da Corte vão votar para definir a pena do ex-senador e ex-presidente da República Fernando Collor, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. A votação será na próxima quarta-feira (31). 

Na sessão de hoje, a sexta destinada ao julgamento, após decidir pela condenação do ex-senador, o plenário definiu que os ministros que votaram para absolver Collor das acusações também poderão se manifestar sobre a dosimetria da pena, o cálculo que define a sentença final que deverá ser cumprida. 

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Durante o julgamento, o relator, ministro Edson Fachin, entendeu que os colegas que se manifestaram pela absolvição da Collor não podem votar na dosimetria. Contudo, o entendimento ficou vencido por 7 votos a 2. 

O ministro Dias Toffoli defendeu que os membros do tribunal não podem ser impedidos de votar. Toffoli afirmou que, no julgamento do mensalão, chegou a votar para condenar ex-presidente do PT José Genoino para poder participar da votação da pena. 

"Votei em alguns casos da Ação Penal 470 para condenar e participar da dosimetria, para poder influenciar, já que me tiraram o direito de absolver. Somos um colegiado, e ninguém pode tirar o voto de ninguém. Nós somos iguais", afirmou. 

Toffoli também falou em "corrigir injustiças" que foram feitas pelo STF.  "Nós estamos a corrigir injustiças que foram feitas e não temos que ter vergonha de pedir desculpas de erros judiciais que cometemos. Estamos aqui a corrigir injustiças, e pessoas sofreram por injustiças que cometemos no passado", completou. 

Além do relator, também votaram pela condenação de Collor os ministros Alexandre de Moraes, André Mendonça, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Rosa Weber. 

Nunes Marques e Gilmar Mendes votaram pela absolvição.  Condenação No início da sessão, o Supremo, por 8 votos a 2, decidiu condenar Fernando Collor.

Para o tribunal, como antigo dirigente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Collor foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Os crimes teriam ocorrido entre 2010 e 2014.  Defesa Durante o julgamento, o advogado Marcelo Bessa pediu a absolvição de Collor. A defesa alegou que as acusações da PGR estão baseadas em depoimentos de delação premiada e não foram apresentadas provas que incriminassem o ex-senador. 

Bessa também negou que Collor tenha sido responsável pela indicação de diretores da empresa. Segundo o advogado, os delatores acusaram Collor com base em comentários de terceiros. 

"Não há nenhuma prova idônea que corrobore essa versão do Ministério Público. Se tem aqui uma versão posta, única e exclusivamente, por colaboradores premiados, que não dizem que a arrecadação desses valores teria relação com Collor ou com suposta intermediação desse contrato de embandeiramento", finalizou.

Nesta terça-feira (23), a Polícia Federal (PF) cumpre 27 mandados de busca e apreensão no Recife e em outras oito cidades de Pernambuco na investigação que apura um esquema de corrupção na Prefeitura de Água Preta, na Mata Sul. Agentes públicos, servidores e empresários são suspeitos de cometer os crimes de desvio de recursos públicos, sonegação, fraudes em licitação, lavagem de dinheiro, agiotagem, entre outros. 

O inquérito aponta que o atual prefeito teria contratado emergencialmente uma empresa de serviços de manutenção mecânica e elétrica para os veículos do município. No entanto, o que chamou atenção foi que, mesmo com várias empresas do segmento na região, a escolhida está localizada em Jaboatão dos Guararapes, a cerca de 110 km da cidade.

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Também foi apurado que o gestor praticava agiotagem e tinha uma relação estreita com o empresário apontado. A empresa teria sido contratada com indícios de fraude na licitação e superfaturamento nos acordos. Ainda foi observado que o fornecedor pagou as despesas com passagens aéreas internacionais em classe executiva para o prefeito e a esposa, que ocupa uma das secretarias do município. De acordo com a PF, a relação contratual permanece vigente. 

A investigação identificou evidência de que o dinheiro desviado era movimentado por contas de "laranjas", empresas fantasmas e de postos de gasolina. O principal alvo não foi confirmado pela PF, mas seria o prefeito de Água Preta, Noé Magalhães (PSB), casado com Dani Lyra, atual gestora da Secretaria de Desenvolvimento Social da cidade.  

A Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) também participam da Operação Dilúvio. Foram empregados 140 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da CGU para cumprir as 27 ordens judiciais em Água Preta, Cabo de Santo Agostinho, Catende, Gravatá, Jaboatão dos Guararapes, Palmares, Paulista, Recife e Tamandaré, locais da residências dos suspeitos. Caso condenados, os envolvidos podem receber penas que ultrapassam 40 anos de reclusão. 

O discurso do presidente Lula (PT) no parlamento de Portugal foi marcado também por protestos de representantes da extrema direita portuguesa, nessa terça-feira (25). Placas com cores da Ucrânia e frases como "chega de corrupção" foram erguidas durante a fala. O presidente da Casa, Santos Silva, cobrou respeito ao brasileiro. 

Após se pronunciar na cerimônia pelos 49 anos da Revolução dos Cravos, movimento que acabou com a ditadura no país na década de 70, Lula classificou a postura dos deputados como ridícula. 

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“É a coisa mais natural da democracia. Mas eu, às vezes, lamento porque as pessoas quando não têm uma coisa boa para fazer e aparecer, fazem essa cena de ridículo”, comentou. 

Nos mesmos moldes do bolsonarismo brasileiro e do trumpismo norte-americano, o partido "Chega" foi fundado em 2019 com viés "conservador, liberal e nacionalista". O grupo de 12 deputados mobilizou manifestações antes da chegada de Lula para tentar constrangê-lo durante os compromissos no país. 

O líder do partido, o deputado André Ventura, convocou militantes para a frente do Parlamento. Conhecido por falas machistas e xenofóbicas, ele celebrou o ato dentro do Legislativo português. "Nesta manhã histórica, podem estar todos contra nós, mas a corrupção não passará! Não cedemos um milímetro!", escreveu. 

Com apenas um quadro feminino entre seus representantes, o Chega conta com Rita Maria Matias para se aproximar das eleitoras. "Nunca prestaremos homenagem à corrupção!", publicou a deputada de 23 anos, a mais jovem do parlamento. 

Na mesma oferta de aproximação das minorias sociais, a imagem do vice-presidente do partido, Gabriel Mithá Ribeiro, ajuda no contato com o eleitorado negro. Contudo, ele já declarou que o racismo não existe e fez críticas ao movimento antirracista e às cotas raciais. 

Após a revelação de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, seu filho João Campos (PSB), prefeito do Recife, se pronunciou e defendeu o pai das acusações. Para ele, o suposto recebimento de propina "não tem nenhum fundamento".

Em processo que corre em segredo de Justiça, revelado em reportagem da Folha de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que o ex-governador de Pernambuco teria recebido, em valores corrigidos, R$ 4 milhões da Odebrecht através de uma conta, em nome de um laranja, na Suíça. As investigações decorrentes da Operação Lava Jato indicam que o dinheiro era depositado em uma conta no nome do seu tio, Carlos Augusto Arraes. 

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A empreiteira teria enviado a propina em troca de acordos com o Governo de Pernambuco em obras de terraplanagem na refinaria Abreu e Lima e no porto de Suape.

No último dia 17, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ação penal e o sequestro de bens de Sandra Leote, viúva de Carlos Augusto Arraes. Ele acatou o pedido da defesa que destacou que outros processos baseados em acordos de leniência da Odebrecht foram paralisados.

João defende Eduardo

João Campos emitiu nota defendendo o pai das acusações, afirmando que Eduardo Campos era "um homem íntegro correto e dedicado às missões que lhe foram conferidas pelo povo". O prefeito do Recife disse ainda o pai foi eleito o melhor governador do Brasil e reeleito com "maior percentual da história" e que só conseguiu os feitos porque era "dedicado, competente, fazendo bem feito para quem mais precisa".

Confira a nota na íntegra:

"Quem conheceu o meu pai, o ex-governador Eduardo Campos, sabe que não há o menor fundamento na denúncia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF), que o acusava, de forma completamente equivocada, de receber propina da Odebrecht por meio de uma conta no exterior. Inclusive, a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através de decisão do ministro Ricardo Lewandowski, o que claramente reforça a sua improcedência.

Eduardo Campos era um homem íntegro, correto e dedicado às missões que lhe foram conferidas pelo povo. Sua retidão foi uma marca que o acompanhou durante toda a sua vida pública, pautada, sobretudo, pela sua incansável luta pelo combate às diferentes formas de desigualdade.

O meu pai sempre foi motivado pela vontade de fazer, como ele costumava dizer, a máquina moer para os que mais precisam. Seus mandatos no Legislativo, sua passagem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e suas duas gestões à frente do Governo de Pernambuco compõem a trajetória de um homem que entendia que a política é o principal meio para promover transformações na vida das pessoas. Nunca como um caminho para o próprio favorecimento.

Eduardo Campos foi eleito, seguidas vezes, o melhor governador do Brasil, sendo ainda reeleito com o maior percentual da história. Só consegue isso quem é íntegro, dedicado, competente, fazendo bem feito para quem mais precisa.

João Campos

Prefeito do Recife"

Envolvido em muita polêmica a respeito das joias milionárias recebidas em viagens ao Oriente Médio, Jair Bolsonaro ganhou mais uma pergunta para responder. Nesta quarta-feira (5), o deputado Bohn Gass (PT-RS), usou suas redes sociais para questionar o recebimento de outros "presentes", dados ao ex-presidente e à sua esposa, Michelle Bolsonaro.

"Dúvida real: esses dois estojos de joias estão entre os três já descobertos? Quero crer que, pela descrição, esses aí não foram citados ainda", disse Gass, vice-líder do Governo Lula no Congresso Nacional.

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Os estojos a que o deputado petista se referem são de uma entrega registrada pelos próprios fotógrafos do ex-presidente, em 16 de novembro de 2021, no encontro com o Rei Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein.

Confira outras imagens do referido dia:

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Em revisão de posicionamento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira, 4, que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite denúncia apresentada contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por corrupção passiva.

A 1ª Turma do STF aceitou a denúncia da PGR e tornou Lira réu em 2019. O motivo foi suposto recebimento de vantagem indevida no valor de R$ 106,4 mil em troca de apoio político para manter Francisco Carlos Caballero Colombo na presidência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

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A PGR entendeu que os elementos da denúncia não são capazes de comprovar a causalidade entre a apreensão dos valores e a suposta conduta ilícita de Lira. Entre outros pontos, a defesa de Lira alegou que a denúncia se apoiava unicamente em delações premiadas. O Pacote Anticrime, aprovado em 2019, proíbe que somente as declarações sirvam como fundamento para uma sentença.

"Em síntese, o colaborador Alberto Youssef não apresentou elementos de prova autônomos, além dos seus próprios relatos, de que Arthur Lira mantinha Francisco Colombo no cargo por meio de sua influência política, posição em que teria exigido as supostas propinas", afirmou no parecer a vice-procuradora geral da República, Lindôra Araújo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não há irregularidades sobre o caso das joias recebidas pelo presidente da Arábia Saudita em 2021, e que tentou trazer para o Brasil ilegalmente. Ele desembarcou em Brasília na manhã desta quinta-feira (30) depois de três meses nos Estados Unidos, tendo partido um dia antes do fim do seu mandato presidencial.

Em entrevista concedida ao canal Jovem Pan, Jair afirmou que não pretende usar as joias. “Continuo com meu reloginho, graças a Deus”, disse. “Se estão achando que isso [caso das joias] foi o que fiz errado, fico até feliz, porque não têm do que me acusar. Essas joias estão prontas para serem entregues”, afirmou.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) decretou que o ex-presidente deve devolver todas joias que não foram devidamente declaradas. Segundo decisão do Tribunal, para que o item fosse considerado patrimônio privado, teria de ser de uso personalíssimo e de baixo valor, o que não é o caso das joias que passam dos R$ 16 milhões.

O TCU ainda proibiu que todos os itens envolvidos no caso não poderão ser usados nem vendidos por Bolsonaro. No entanto, ele declarou que elas estão à disposição. “Há a matéria porque está cadastrado. Quem classifica se é acervo pessoal ou público não sou eu, tem pessoal lá na Presidência que são servidores de carreira que classificam. Na lei diz que eu posso usar, mas não posso vender. Como criou-se um problema, está a disposição”, disse.

Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento na próxima quinta-feira (5) na Polícia Federal.

Novidades sobre o "Caso Negreira" foram divulgadas nesta quarta-feira pelo jornal espanhol El Mundo. Segundo a publicação, José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente da Comissão de Arbitragem da Espanha, usou pagamentos realizados pelo Barcelona para comprar "presentes" aos árbitros. Entre os "mimos" estão ingressos para jogos, cartões personalizados, sanduicheiras e até mesmo presuntos no valor de 10 mil euros (R$ 56 mil na cotação atual).

De acordo com a reportagem, os pagamentos seriam a prova de que Negreira teria comprado árbitros para favorecer o Barcelona. Além dos presentes, foi revelado notas ficais de almoços e jantares em requintados restaurantes de Madri e Barcelona, com contas ultrapassando o valor de dois mil euros (cerca de R$ 11 mil). Negreira alegou ao fisco que por muitas vezes foi ressarcido dos valores pelos árbitros.

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Na última semana, o Conselho Superior de Esporte (CSD) da Espanha anunciou por meio do presidente da entidade, José Manuel Franco, a investigação do caso. Segundo o dirigente, o governo espanhol vai tomar as medidas cabíveis a fim de investigar a questão. O Barcelona é citado por corrupção empresarial pelos pagamentos suspeitos a Negreira. O motivo desse acerto de contas não foi realizado pelas partes.

Os promotores que cuidam do caso informam que o Barcelona pagou um total de 7,3 milhões de euros (pouco mais de R$ 41 milhões) a Negreira no período que corresponde de 2011 a 2018, portanto quase duas décadas, quando o clube ganhou torneios importantes. Esses valores não teriam sido aprovados pela assembleia geral.

Por sua vez, o Barcelona vê o caso como uma perseguição em sua melhor fase da temporada após justificar a prática de algo comum. A direção prometeu medidas legais contra quem estiver "querendo manchar a reputação do clube."

O Barcelona lidera com folga o Campeonato Espanhol, com 68 pontos, após 26 rodadas disputadas. O time catalão venceu de virada o clássico com o Real Madrid no final de semana, por 2 a 1, e abriu 12 pontos do rival, segundo colocado na tabela de classificação.

Conversas de WhatsApp encontradas pela Polícia Federal (PF) em celulares apreendidos na Operação Ptolomeu reforçam as suspeitas de corrupção que recaem sobre o governador do Acre Gladson Cameli (PP). Os diálogos foram classificados como "chocantes", "estarrecedores" e "gravíssimos" pelos investigadores.

Relatório de 444 páginas subscrito pelos delegados Pedro Henrique Do Monte Miranda e Anderson Rodrigo Andrade De Lima, da Divisão de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros da PF no Acre, detalha as trocas de mensagens.

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O governador é o principal alvo da investigação conduzida e tem sido apontado nos relatórios parciais do inquérito como o líder de um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio do direcionamento e superfaturamento de contratos, com a ajuda de familiares. Cameli nega as acusações.

A PF chegou a pediu o afastamento do governador, mas a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu mantê-lo nas funções, por não ver indícios de que ele tenha tentado usar o cargo para obstruir a investigação. Galdson foi reeleito no ano passado.

Uma das conversas que chamou a atenção da Polícia Federal foi entre Gladson e seu primo, Linker Cameli, apontado como "gerente" da construtora Colorado, que segundo os investigadores seria controlada por Eládio Cameli, pai do governador.

Em uma mensagem de áudio, em maio de 2020, Gladson se queixa: "Linker, tua mãe mandou aqui essa mensagem, aí eu pergunto aqui: por que é que tu não corre atrás? Parece que eu não tô querendo te dar obra, é isso? Fica um negócio chato para mim, Linker, entendeu? Tu tem que dizer tu tem que se movimentar, ou tu quer que eu vá aí atrás de ti. O que é que eu tenho que fazer? Me diz aí".

Na avaliação da PF, a conversa indica que "quer dar obras ao primo, bastando que ele lhe diga o que precisa ser feito". "Absurdamente, Gladson chega a sugerir obras, como se fizessem parte de um cardápio, para que o primo as pudesse escolher", destaca a Polícia Federal.

Em outra conversa, o governador sugere que o primo acompanhe 'as coisas' e complementa dizendo: "Todo mês eu tô soltando pacote de obras. Depois não pode é vim dizer que eu não tô avisando (sic)."

Para a PF, as conversas "nada republicanas" indicam que a empresa supostamente controlada pelo pai do governador foi beneficiada em licitações e contratações públicas.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO GOVERNADOR

"O governador não cometeu qualquer ilegalidade. A investigação caminha sem conclusão há dois anos e, ao final, servirá para comprovar sua inocência.

O inquérito é todo ele derivado de relatórios encomendados do COAF, que além de tudo são desprovidos de qualquer coerência.

A gestão do Governador Gladson Cameli sempre foi pautada pela ética e eficiência e, não por outra razão, foi reeleito pelo povo do Acre.

Desde o início do inquérito, o governador já prestou os devidos esclarecimentos, colocou-se à disposição das autoridades e assim permanece."

Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Telson Ferreira, advogados do governador Gladson Cameli."

"Aproveitando que tu volta semana que vem, consegue trazer dois iPhones?" Foi nesse tom de ironia que esse e outros usuários do Twitter regiram a uma publicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os feitos de seu governo na manhã desta sexta-feira, 10.

O ex-chefe do Executivo, cujo retorno ao Brasil chegou a ser anunciado para a próxima semana, depois adiado, falou no Twitter sobre valores que sua gestão teria destinado em ajuda a cidades em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia afetadas por chuvas em março de 2022. "O que você não saberá por grande parte da imprensa tradicional", justificou Bolsonaro.

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Parte dos comentários na rede social aproveitaram a ocasião para ironizar o ex-presidente a respeito do escândalo dos diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões que ele tentou trazer ilegalmente para Michelle Bolsonaro, como revelou o Estadão. As joias foram retidas no aeroporto de Guarulhos pela Receita Federal e Bolsonaro tentou recuperá-las ao menos oito vezes, envolvendo militares, membros do seu próprio gabinete e de três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores).

Nos stories do seu perfil no Instagram, Michelle Bolsonaro compartilhou a notícia do Estadão e ironizou a denúncia. "Quer dizer que, 'eu tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória."

Além de usuários que indagam sobre as joias, outros brincam "e as joias, foram da 25 de março?", rua tradicional de comércio popular na capital paulista. Em entrevista à CNN na quarta, 8, Bolsonaro admitiu que ficou com um segundo pacote de joias vindo da Arábia Saudita, no valor estimado de R$ 400 mil. Nesta quinta, 9, o Tribunal de Contas da União proibiu que o ex-presidente use, venda ou se desfaça desse segundo conjunto de joias.

Na tarde desta quinta, 9, o assunto também foi utilizado em tom irônico pela Secretaria de Comunicação Social do Planalto. Em uma publicação sobre a declaração do Imposto de Renda, cujo prazo para envio começa no próximo dia 15, o canal institucional começa o texto com "E aí, tudo joia?", em clara referência ao episódio de Bolsonaro.

Os aliados do ex-presidente, por outro lado, pedem que ele volte ao Brasil e reforçam o apoio às medidas que ele adotou durante a gestão. "Saudades, meu presidente", afirmam a maioria dos favoráveis a Bolsonaro na publicação.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) e o ex-secretário de Saúde Jailson Correia por suposta falsidade ideológica, corrupção por contratação Covid-19 e fraude a processo licitatório também durante a pandemia. O suposto desvio é apontado na casa dos R$ 4,3 milhões. 

O processo já consta na Justiça Federal e foi distribuído para a 4ª Vara Federal desde o dia 15 de fevereiro, sob o número 0803712-12.2023.4.05.8300.

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O ex-prefeito Geraldo Julio, o ex-secretário de governo João Guilherme Ferraz, o ex-secretário de Administração Marconi Muzzio, o ex-secretário de Saúde Jailson Correia e o ex-diretor-financeiro de Saúde Felipe Bittencourt são mencionados na ação judicial da Operação Desumano. 

O conteúdo da denúncia “revelou indícios de fraude e direcionamento na contratação do Instituto Humanize tanto por parte do município de Jaboatão dos Guararapes, quanto em relação ao município do Recife, existindo indicativos de desvio de recursos”, diz a ação. 

A fase ostensiva da Operação Desumano foi deflagrada ainda em julho de 2020, quando o socialista ainda era prefeito do Recife. À época, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária em desfavor do administrador do Instituto Humanize Paulo Luiz Alves Magnus. 

 

O eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, que estava na mira da justiça belga pelo suposto escândalo de corrupção que beneficiou o Catar e o Marrocos, foi preso nesta sexta-feira (10), noticiou a imprensa italiana.

Cozzolino foi detido sob um mandado de detenção europeu ao sair de uma clínica em Nápoles, onde havia ido para realizar exames médicos, segundo a agência local Ansa.

Sua imunidade, junto com a do eurodeputado belga Marc Tarabella, foi levantada em 2 de fevereiro por votação no Parlamento Europeu.

De acordo com um relatório parlamentar, Cozzolino "é suspeito de ter participado de um acordo com outras pessoas para colaborar com o fim de proteger os interesses de Estados estrangeiros no Parlamento Europeu".

O documento aponta que o eurodeputado impediu “a adoção de resoluções parlamentares que podiam prejudicar os interesses destes Estados, em troca de dinheiro”.

Cozzolino foi presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Magreb até janeiro.

Cinco pessoas já estão presas pelo escândalo, deflagrado quando malas com o equivalente a mais de um milhão e meio de dólares em dinheiro vivo foram encontradas nas casas dos suspeitos.

Entre os detidos estão a eurodeputada grega Eva Kaili, que ocupou uma das 14 vice-presidências do Parlamento Europeu, seu companheiro, o assessor parlamentar Francesco Giorgi, e o ex-legislador italiano Pier Antonio Panzeri.

As autoridades do Catar e do Marrocos negam qualquer ligação com o caso.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) assinou, na manhã desta quinta-feira (9), o decreto que institui o Programa Pernambuco Mais Íntegro (PPMI). A iniciativa voltada à conscientização dos funcionários públicos no combate à corrupção foi lançada com a presença da secretária da Controladoria-Geral do Estado, Érika Lacet.

Nas palavras de Raquel, o programa vai integrar os órgãos da Controladoria, a Polícia Federal e os Tribunais de Contas para viabilizar o combate à corrupção de maneira sistemática e aprimorada. O objetivo é equilibrar e garantir mais transparência nas contas públicas para reduzir a desigualdade social. Ela apontou que o ralo do uso ineficiente dos recursos faz com que o dinheiro não chegue onde precisa.

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"Por algum tempo pareceu normal que a corrupção e o desperdício pudessem fazer parte da história do nosso estado. A gente não pode ser visto nas páginas dos jornais por esquemas de desvio e corrupção e, nada mais adequado do que lançarmos um programa, no aniversário da Procuradoria, falando do nosso compromisso com o desenvolvimento institucional", disse a chefe do Executivo estadual em seu discurso no evento de lançamento, no auditório da Escola Judicial de Pernambuco (Esmape).

Para a governadora, o uso adequado dos recursos destinados para contratos das secretarias vai permitir a retomada de obras paralisadas que alcançaram o prejuízo de R$ 5 bilhões aos cofres do estado, conforme citou o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de 2021. Esse valor ainda pode aumentar, já que Raquel anunciou que uma força-tarefa de auditoria analisa outros contratos antigos.

A secretária da Controladoria-Geral do Estado, Érika Lacet, espera que o objetivo do PPMI seja alcançado em 24 meses, com a mudança da cultura das contratações públicas e relações público-privadas. Ela explicou que a primeira etapa do programa é preventiva e vai focar em diretrizes éticas e de probidade. 

"É muito melhor a gente tá evitando os desvios do que apenas penalizando. O cunho do programa é muito mais preventivo", mencionou. Em um segundo momento, a Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio do setor de inteligência, vai atuar na detecção de possíveis infrações junto aos demais órgãos de controle, sendo o programa concluído com a eventual penalização dos envolvidos.

A secretária reforçou a importância da participação popular para intensificar a fiscalização. "O cidadão é parte importantíssima nesse processo. A gente tem a nossa ouvidoria geral do estado, pelo site www.ouvidoria.pe.gov.br. Existem lá formulários que você pode fazer todo tipo de denúncia e aí nós vamos apurar. Acho que o controle social é de extrema importância nesse processo", complementou Lacet.

Com a presença da governadora Raquel Lyra, o Governo de Pernambuco lança nesta quinta-feira (9), às 9h, no auditório da Esmape, a primeira fase do seu Programa Anticorrupção. O lançamento será realizado com a assinatura do Decreto que institui o Programa Pernambuco Mais Íntegro (PPMI), que estabelece diretrizes para promoção da ética e probidade na gestão, com a formulação e gestão de programas de planos de integridade pelos órgãos e entidades do Estado.

O ato ocorrerá dentro da programação do seminário "A importância da Nova Lei de Licitações para o Combate à Corrupção", promovido pela Secretaria da Controladoria-Geral do Estado.

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Essa é a primeira ação de cunho preventivo do Programa Anticorrupção, que prevê outras linhas de atuação que serão lançadas em conjunto com outras secretarias. Local: Escola Judicial de Pernambuco (ESMAPE) - Rua Desembargador Otílio Neiva Coêlho, s/n°, Ilha de Joana Bezerra  11h

- Solenidade de inauguração da reforma das dependências e dos novos equipamentos da área assistencial de medicina nuclear do Hospital das Clínicas da UFPE/Ebserh. Local: Hospital das Clínicas UFPE - Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária.  14h30

- Reunião com o presidente do TRE/PE, desembargador André Guimarães e desembargadora Mariana Vargas  Local: Palácio do Campo das Princesas - Praça da República, s/n, Santo Antônio, Recife.  17h

- Reunião com a ministra do Turismo, Daniela Carneiro  Local:  Palácio do Campo das Princesas - Praça da República, s/n, Santo Antônio, Recife.

*Da assessoria 

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, demitiu seu ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, acusado de corrupção e alvo de investigação. A decisão do governo é um reflexo da intensa pressão internacional para Zelenski fechar o cerco contra a corrupção crônica na Ucrânia, que vem recebendo bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária.

Aparentemente, no entanto, Reznikov não saiu do governo pela porta dos fundos. David Arakhamia, chefe do partido Servo do Povo, de Zelenski, disse que ele seria transferido para o comando de outra pasta. O Ministério da Defesa será agora chefiado pelo general Kirilo Budanov, atual diretor da inteligência militar.

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Reznikov não foi diretamente implicado em nenhum escândalo e Arakhamia rejeitou que a mudança esteja relacionada à pressão internacional. No entanto, Reznikov foi o oficial de mais alto escalão de Zelenski a ser destituído nos quase 12 meses de conflito com a Rússia.

Saída

No domingo, 5, Reznikov comentou a respeito dos boatos de que ele poderia ser substituído, dizendo que apenas uma pessoa, o presidente Zelenski, poderia decidir se ele ficaria no governo. "Nenhum funcionário público permanece no cargo para sempre. Ninguém", disse. "Farei o que o chefe de Estado mandar."

A esperada mudança no topo do comando militar da Ucrânia ocorre quando as tropas de Kiev estão sob pressão crescente no leste do país, enfrentando combates violentos na cidade de Bakhmut.

Nesta segunda, 6, um líder paramilitar russo disse que as forças ucranianas estavam defendendo "todas as ruas e todas as casas". A batalha por Bakhmut pode se tornar o primeiro sucesso significativo da Rússia no campo de batalha em meses.

Yevgeni Prigozhin, fundador do grupo de mercenários Wagner, cujas forças ajudaram a campanha brutal da Rússia em Bakhmut, disse que as tropas ucranianas estavam "lutando até o último homem", negando relatos nas redes sociais de que as forças de Kiev estavam se retirando da cidade. "As Forças Armadas da Ucrânia não estão recuando para lugar nenhum", disse Prigozhin.

Combates

De acordo com o comando militar ucraniano, as forças russas atacaram ontem dezenas de posições na frente oriental. Segundo o governo da Ucrânia, os ataques russos se intensificam nos últimos dias, no que poderia ser a maior ofensiva de Moscou desde as primeiras semanas da guerra, há quase um ano. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em relatório divulgado nesta terça (31), a ONG Transparência Internacional aponta que o Brasil não evoluiu no combate à corrupção nos últimos dois anos, ficando com os mesmos 38 pontos no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), indicador que avalia 180 países. Nos últimos dez anos, o País regrediu 25 posições no ranking e registra pontuação semelhante à de países como Argentina, Indonésia, Lesoto e Turquia.

"A série histórica do IPC mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção", diz a organização em nota. "O resultado reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o País havia levado décadas para construir."

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Este é o terceiro pior resultado no período. Em 2012, o Brasil marcou 43 pontos e ocupava a 69.ª posição. A nota do último levantamento (38) coloca o País abaixo da média global (43), do Brics (39), da América Latina e Caribe (43) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (66).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), informou, através das redes sociais, que está acompanhando a deflagração da Operação Clã, aberta nesta terça-feira (24), pela Polícia Federal em Pernambuco. O foco da ação policial é encontrar evidências associadas a um suposto desvio de recursos da Saúde do estado e que deve ser superior a R$ 89 milhões. A Polícia Federal aponta superfaturamento de contratos firmados pela Fundação de Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH) com terceirizadas.

Em sua fala, Lyra disse entender “o porquê da saúde pública de Pernambuco estar tão abandonada”. O escândalo surge após a gestão de Paulo Câmara deixar os principais hospitais do estado com enormes filas de marcação de exames e de cirurgia, como é o caso do Barão de Lucena e do Otávio de Freitas. 

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“Enquanto isso, a população nas filas de exames e cirurgias sofre muito. Nós estamos trabalhando no Governo de Pernambuco para garantir um atendimento decente à nossa população, ao tempo em que vamos auxiliar os órgãos de controle para punir os efetivos responsáveis por esse desvio e criando, dentro do Governo Estadual, mecanismos para combate à corrupção. É assim que a gente vai mudar Pernambuco. Está só começando”, declarou Raquel. 

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A operação 

A Polícia Federal (PF) cumpre 17 mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (24), para apurar desvios de recursos da Saúde de Pernambuco através de uma Organização Social (OS) que possui contratos com o Governo do Estado. A investigação conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), e calcula que apenas uma das empresas envolvidas possui contratos acima de R$ 89 milhões. 

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- - > ‘Fundação de Saúde de PE superfaturou recursos de hospital’ 

O Ministério ucraniano da Defesa da Ucrânia negou, neste domingo (22), ter assinado contratos superfaturados para produtos alimentícios para soldados, rejeitando as acusações de corrupção, em um país onde a malversação de recursos públicos é uma prática disseminada.

A Defesa se pronunciou depois que os jornais locais publicaram um relatório, acusando o ministério de ter acertado um preço de duas a três vezes mais alto do que as tarifas em vigor para os alimentos básicos do pessoal que combate a invasão russa.

Assinado para 2023, o contrato em questão chega a 13 bilhões de hryvnas, correspondente a cerca de US$ 350 milhões no câmbio atual, segundo o portal de notícias ZN.UA.

"O ministério compra os produtos pertinentes por meio do procedimento estabelecido por lei", respondeu o Ministério da Defesa, que classificou como "falsas" as informações da imprensa.

"Estas foram divulgadas com a intenção de manipular, de forma deliberada", criticou o ministério, que disse estar preparando os papéis para abrir uma investigação sobre a "difusão" de informações "enganosas" que prejudicam os interesses da Defesa.

O ministério anunciou, ainda, que lançará uma "auditoria interna" e que, na segunda-feira (23), haverá uma reunião de emergência liderada pelo ministro da pasta, Oleksii Reznikov, para esclarecer "o procedimento e as circunstâncias da compra de produtos alimentícios para o pessoal militar em 2023".

Em seminário promovido pelo jornal em parceria com Instituto Não Aceito Corrupção, especialistas criticam captura dos recursos públicos por interesses da classe política

A persistente captura de recursos públicos por interesses parlamentares - o orçamento secreto - revela a necessidade de o novo governo promover uma ruptura deste tipo de mecanismo, apontam especialistas que participaram do sétimo seminário "Caminhos contra a corrupção", realizado pelo Estadão em parceria com o Instituto Não Aceito Corrupção.

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A procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo, Élida Graziano, o pesquisador da Universidade de Lugano, na Suíça, Fabiano Angélico, e o chefe de reportagem do Estadão em Brasília, Leonêncio Nossa, defenderam que as emendas de relator prejudicam a execução de políticas públicas.

Segundo os analistas, o resgate orçamentário deve passar por planejamento, obediência às instituições e máxima transparência. Eles participaram de um painel mediado pela jornalista Kátia Brembatti, editoria do Estadão Verifica e presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Para Élida Graziano, a origem da corrupção vem de uma fragilidade do planejamento. "Sociedade que não planeja aceita qualquer resultado", disse. Ela acredita que a lei orçamentária deveria ser tomada como a lei mais importante do País.

"O núcleo do desafio é ordenação legítima de prioridades. A gente tem um diagnóstico consensual dos nossos problemas, tem um bom quadro de prognósticos. O problema é a identificação do que vem primeiro, porque os parlamentares se habituaram a criar dificuldade para vender facilidade", afirmou.

Como mostrou o Estadão, ao mesmo tempo em que a constitucionalidade do orçamento secreto é analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) parlamentares estudam mudar as regras orçamentárias para evitar que o mecanismo seja barrado pela Corte.

O projeto de Orçamento do próximo ano reserva R$ 19,4 bilhões para essas emendas. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia a formação de uma base no Congresso e já foi avisado de que, sem o orçamento secreto, dificilmente conseguirá passar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para pagar as despesas do Bolsa Família.

"O custo de barganha agora é em PEC, por isso estão cobrando tão mais caro", disse Graziano. "O custo de transação do Congresso se tornou mais caro que o teto (de gastos), porque o teto agora tem que abrir uma margem de formas cada vez mais episódicas. São atravessadores do debate orçamentário", completou.

Já Fabiano Angélico citou três grupos de atores cuja articulação e demanda por recursos podem facilitar mecanismos como o orçamento secreto: os municípios, o Legislativo e os partidos políticos.

No âmbito municipal, Angélico acredita que o pacto federativo precisa ser revisto, de modo a impedir gastos sem controle dos municípios, cuja autonomia sem transparência pode levar à corrupção e ineficiência. Ele cita, por exemplo, a necessidade das prefeituras por recursos. Como revelou o Estadão, grande parte do montante do orçamento secreto é distribuído a prefeituras locais para fortalecer colégios eleitorais dos parlamentares.

Já no caso do Legislativo, Angélico cita o aumento do poder discricionário da mesa diretora do Congresso Nacional que, segundo ele, se fortaleceu de maneira exacerbada. "Para a gente eleger o presidente da Câmara e do Senado é preciso ter mais transparência. Sendo dessa forma (sem fiscalização), há elementos que depois vão negociar com os prefeitos às escuras", disse.

Sobre o orçamento secreto, o pesquisador aponta que o repasse sem transparência das emendas de relator se tornou um símbolo de corrupção e compra de votos institucionalizada que leva à ineficiência das políticas públicas.

Leonêncio Nossa concorda e aponta o mecanismo como um "dano grave para o sistema democrático". "Quando você repasse esse dinheiro sem critério, você tira do Executivo o papel de repassar ou distribuir o dinheiro, você está tornando obsoleta políticas públicas sociais que garantiram a melhoria dos indicativos socioeconômicos", disse.

Fiscalização

Em outro painel do seminário, o auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, Ismar Viana, o deputado federal Israel Batista e o professor associado de Direito da USP, José Maurício Conti, debateram o PLP79/2022, que estabelece uma simetria na forma de fiscalizar dos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos municípios.

A regulamentação também abrange regras de controle interno, do sistema nacional de auditoria do SUS e controle social, quando a sociedade monitora a administração dos recursos públicos.

De relatoria de Batista, o projeto prevê padronizar a organização e a fiscalização dos tribunais, estabelecendo, por exemplo, um prazo máximo de 90 dias para que as contas anuais dos governantes sejam julgadas.

"Isso significa que vai dar rastreabilidade para as auditorias e fiscalizações que acontecem nos Estados. Vamos garantir compatibilidade. O PLP define que o Tribunal de Contas vai dar um padrão para a exposição desses dados, e aí você passa a conseguir operar em conjunto porque falam a mesma língua", disse. Atualmente os tribunais seguem as leis estaduais, o que resulta em formas diferentes de atuação.

Sem essas regras padronizadas, para o deputado, os Estados conseguem burlar o limite de gastos com pessoal, maquiar dados de endividamento, e até gastos de investimento obrigatório.

"Não se concebe, hoje, um processo em que o juiz diga ao promotor como ele deve agir ou ao investigador como ele deve investigar", comparou Ismar Batista. Ele reforça que o PLP não cria subordinação dos tribunais regionais ao TCU. "Os tribunais permanecem autônomos. O que se quer é afastar essa preocupação. Há uma crise de legitimidade por um mau funcionamento. O que se quer é que funcionem dentro de um modelo simétrico ao TCU, isso não vai implicar em quebra de autonomia federativa", completou.

Os especialistas defendem que, com simetria definida, a sociedade pode auditar de maneira mais efetiva. O projeto também prevê que somente servidores concursados possam assumir cargos de auditoria, hoje nomeados por meio de indicação de conselheiros e, muitas vezes, indicados por políticos.

José Conti acredita que o atual modelo isolou os tribunais e criou organizações separadas por regras próprias, o que seria incompatível com a realidade do Brasil, em que uma mesma empresa participa de licitações em diversos estados.

"É preciso que tenham regras mínimas, e essa possibilidade discricionária tem que estar diminuída para não gerar excessos e que não tenha atuação isolada, que resulta na falta de possibilidade de comunicação", completou.

Os debates seguem nesta quinta-feira no auditório do Estadão e também são transmitidos pela TV Estadão. Na sexta, o seminário ocorre de maneira virtual. O evento ocorre em comemoração ao dia internacional de combate à corrupção, que é celebrado nesta sexta-feira, 9.

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