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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Manoel Carlos de Castro Pires, ouviu nesta segunda-feira, 22, durante reunião com economistas de universidades críticas à reforma da Previdência, nos termos que têm sido colocados. Também foram feitas críticas à intenção do governo de recriar a CPMF. As informações foram dadas ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) pelo professor de economia da PUC-SP Antonio Corrêa de Lacerda.

De acordo com o economista, seus colegas também questionaram o suposto desencontro entre as políticas fiscal e monetária no atual governo. "Eu mesmo coloquei para o secretário que os efeitos da política monetária impedem o acerto na política fiscal", disse Lacerda. O professor acrescentou que o aumento da Selic acaba encarecendo o custo da dívida, retirando do sistema recursos que poderiam ser destinados a investimentos, o que prejudica a arrecadação.

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Quanto ao retorno da CPMF, segundo Lacerda, os economistas disseram ao secretário que o governo deveria atacar outras frentes, como as reformas estruturais. Segundo ele, a reunião de hoje cumpre promessa anterior do Ministério da Fazenda, de se encontrar com economistas da academia. E um novo encontro, de acordo com Lacerda, será agendado.

Lacerda afirmou ainda que o secretário agiu como se já esperasse receber críticas em relação às políticas que estão sendo adotadas. Pires não respondeu às críticas, mas fez anotações e disse que as levaria ao ministério.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reforçou a necessidade de aprovação da CPMF pelo Congresso Nacional e lembrou as mudanças propostas pelo secretário-executivo da Fazenda, Dyogo Oliveira, aos secretários de Fazenda dos Estados na reunião desta quinta-feira, 18, no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). "Não trabalhamos com a não aprovação da CPMF", disse.

Na avaliação de Barbosa, a CPMF é poupança necessária para atravessar a situação atual enquanto medidas estruturais são discutidas e aprovadas pelo Congresso. Ele acrescentou, durante entrevista para comentar o contingenciamento de R$ 23,408 bilhões do orçamento de 2016, que o governo pode apresentar novas propostas. "Novas medidas serão tomadas se necessário, mas não há previsão no momento", afirmou. O ministro reforçou que as medidas propostas hoje terão impacto mais forte a partir de 2017, 2018 e 2019.

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O Congresso não aprovará medidas como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), se o governo não fizer sua parte e mostrar o corte de gastos, disse nesta quinta-feira (11) o senador Romero Jucá (PMDB-PR). Ele não comentou a decisão do governo de adiar o contingenciamento (bloqueio) de verbas do Orçamento deste ano, mas cobrou engajamento do governo, após sair de reunião com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

“O Congresso não vai votar, na minha avaliação, aumento de receita sem discussão da despesa e do que vai ocorrer no futuro. Apenas aumentar impostos não resolve o problema das contas públicas, senão vai ter que aumentar de novo daqui a um ano. Temos que aproveitar a crise atual e realmente construir uma solução duradoura, definitiva”, declarou Jucá, ao ser perguntado sobre o comprometimento da base aliada com a CPMF.

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Embora o Orçamento deste ano estabeleça este ano meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de R$ 30,5 bilhões para a União, os estados e os municípios, Jucá disse defender a meta fiscal zero para 2016. Segundo ele, esse cenário é mais realista que a meta de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), mas exigirá bastante esforço por parte do governo.

“Sempre defendi uma meta zero [de superávit primário]. O governo deve fazer um grande esforço para ter déficit zero, o que já é um grande avanço tendo em vista o déficit do ano passado. Um superávit seria feito somente a partir do próximo ano. Discordei da meta de 0,5% [do PIB] desde o início porque o número não é factível”, destacou o senador.

Apesar de defender os cortes de gastos públicos, Jucá declarou que será bastante difícil para o governo contingenciar recursos porque o Congresso aprovou um Orçamento enxuto, sem margem para cortes. Segundo ele, a equipe econômica terá de tomar decisões difíceis e discutir o tamanho do Estado brasileiro.

“Acho que o Orçamento está bastante realista. Qualquer contingenciamento hoje será difícil porque, com um Orçamento engessado, sobra pouca coisa para cortar. Acho que não tem mais gordura. Agora, vai se cortar membro, é amputação. Não é lipoaspiração. Vamos ter que discutir efetivamente tamanho do Estado, que programas o governo deve fazer”, comentou.

O parlamentar disse ainda que o governo não deve mexer nas reservas cambiais, atualmente em torno de US$ 380 bilhões.

O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara da PEC que recria a CPMF, afirmou nesta quinta-feira (11) que deve apresentar parecer pela admissibilidade da proposta até início de março. Segundo ele, apesar da resistência dos parlamentares em relação à matéria, o espaço político que tem para elaborar seu parecer no colegiado é muito "estreito", uma vez que a recriação do tributo está prevista na Constituição Federal.

"Na CCJ, só tratamos da admissibilidade e da constitucionalidade da PEC. E nesse aspecto, a largura é muito estreita, pois a matéria é constitucional", afirmou Lira ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. "Não tem como fugir. Eu teria que procurar cabelo em ovo para apontar alguma inconstitucionalidade", emendou. O deputado disse que seu relatório está "quase pronto" e será colocado à disposição dos membros da CCJ entre o fim de fevereiro e o começo de março, quando a comissão já deve estar instalada.

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Apesar de seu parecer pela admissibilidade, o relator prevê que a matéria enfrentará forte resistência durante a votação na CCJ. "Mesmo sendo constitucional, vai ser difícil. Ninguém quer arcar com as consequências políticas de apoiar aumento de impostos", comentou. Lira lembra que a data em que a matéria será colocada em pauta vai depender de quem será o novo presidente da CCJ, que deverá ser indicado pelo novo líder do PMDB na Casa, a ser eleit na próxima quarta-feira, 17.

Estão na disputa pela liderança do PMDB os deputados Hugo Motta (PB) e Leonardo Picciani (RJ). Caso Motta vença, há mais dificuldades para a aprovação da CPMF. Isso porque o parlamentar - que teve sua candidatura a líder articulada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto político do governo - diz que ainda não está convencido sobre essa contribuição. Já Picciani, mais próximo ao Planalto, sinalizou ser favorável à recriação do tributo.

Após ser aprovada na CCJ, a PEC seguirá para comissão especial a ser criada por Cunha, o qual já se declarou contrário ao aumento de carga tributária pelo governo. No colegiado, os deputados discutirão o mérito da matéria, como a alíquota, prazos e destino dos recursos arrecadados com a CPMF. Da comissão especial, a matéria segue para o plenário da Câmara e depois para o Senado. "Na comissão especial e no plenário, a resistência deve ser maior ainda", prevê Arthur Lira.

CPMF na DRU

O relator criticou a proposta do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), de incluir a recriação da CPMF como uma emenda na PEC que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU). A ideia do petista é tentar acelerar a recriação do tributo, uma vez que a PEC da DRU já está em fase de discussão final em comissão especial, enquanto a da CPMF ainda está na CCJ.

"Se ele juntar CPMF com DRU, ele vai matar politicamente as duas", avaliou Arthur Lira, lembrando que a PEC que prorroga a autorização para desvinculação de receitas pela União deve ser aprovada pela Câmara, pois já há acordo entre governo e oposição. O relator comentou que procurou Guimarães para aconselhá-lo a desistir da ideia, que, embora tenha sido divulgada pelo líder do governo, ainda está sendo avaliada pelo Palácio do Planalto.

O orçamento de 2016 teria margem para sofrer um corte de até R$ 47,05 bilhões, bem abaixo dos R$ 80 bilhões do ano passado. Mesmo assim, esse valor está sendo tratado dentro do governo apenas como uma "margem teórica". Diante das dificuldades fiscais e de arrecadação, sobretudo pelo fato de o Brasil ter entrado no segundo ano seguido com previsão de recessão, o corte pode ser menor.

A equipe econômica deve mirar um contingenciamento bem menor, de R$ 24 bilhões, próximo da meta fiscal para a União, que é um superávit primário (a economia para pagamento dos juros da dívida). A meta de superávit primário deste ano foi fixada em 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões. Além dos R$ 24 bilhões do governo federal, a meta prevê um esforço de R$ 6,55 bilhões de Estados e municípios.

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Fontes envolvidas na elaboração do decreto de contingenciamento, que será divulgado após o carnaval, informaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que os estudos que subsidiam o texto têm como base receitas que podem não se realizar. O governo colocou na conta a possível arrecadação com a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), tributo que ainda precisa ser aprovada pelo Legislativo e que não tem qualquer expectativa de quando pode começar a valer.

Os números também consideram que programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) não devem sofrer cortes. O decreto não leva em conta também a folha de pagamento da União, que poderia dar alguma contribuição para elevar esse montante caso fosse reordenada. Mas essas mesmas fontes observaram que o ministro do Planejamento, Valdir Simão, entende que ela está estável e permite pouca margem de manobra. Caso opte por um corte na folha, ele deverá ser mínimo.

Mesmo se o ajuste ficar entre R$ 24 bilhões e R$ 47 bilhões, ainda assim será um contingenciamento bem menor que o de 2015. Os R$ 80 bilhões que foram cortados representaram um recorde em valor e em porcentual do PIB desde o início da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em 2000. A margem para o bloqueio deste ano também está limitada porque o orçamento de 2016, que já foi elaborado e aprovado pelo Congresso, leva em conta o corte feito no ano passado, o que diminui as margens para mudanças.

Defasagem

O cenário macroeconômico e a deterioração de indicadores e expectativas têm dificultado o fechamento do decreto. A Junta Orçamentária trabalha com um orçamento que foi aprovado com projeções defasadas: enquanto a Lei Orçamentária projeta queda de 1,9% para o PIB em 2016, o mercado já estima uma recessão de 3,01% - e os mais pessimistas projetam uma queda de 4,6%.

O problema é que o ritmo de crescimento tem forte relação com quanto o governo vai arrecadar. Se o País encolhe, o caixa do Tesouro Nacional também diminui. Não à toa o Ministério da Fazenda tenta aumentar a carga tributária. Entre as propostas em debate, uma pode mudar a tributação por lucro presumido e outra ampliar o imposto que pesa sobre algumas aplicações financeiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A bancada do PT no Senado decidiu, nesta quarta-feira (3), reconduzir o senador Humberto Costa ao posto de líder da legenda na Casa. Desde que assumiu o mandato, esta é a quarta vez (2011, 2014, 2015 e 2016) que o pernambucano vai liderar o partido no Senado. 

Logo após a reunião da bancada, no início da tarde, o petista seguiu ao Palácio do Planalto, a convite do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, para tratar das prioridades do governo e do partido na pauta legislativa deste ano.

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Adiantando a pauta que levaria para o ministro, o congressista afirmou que pretende debater com mais profundidade as questões apresentadas pela presidente Dilma Rousseff (PT), nessa terça-feira (2), no Congresso Nacional, como a volta da CPMF. 

“Vamos dialogar bastante com o Planalto ao longo do tempo para mantermos uma boa articulação política na base. Queremos entender em detalhes, por exemplo, sobre que tipo de reformulação pode passar a Previdência Social e discutir a proposta de recriação da CPMF que o governo vai encaminhar ao Legislativo”, afirmou. 

Durante a reunião da bancada petista, os senadores ainda indicaram a colega Gleisi Hoffmann (PR) para ser a presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado até o fim deste ano.

Mesmo classificando como positiva a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS), não acredita que o governo tenha credibilidade junto aos congressistas para aprovar a volta da CPMF e a reforma tributária da maneira como propôs

“Essas propostas não serão aprovadas. Ficarão mais no terreno das intenções do que da realidade”, avaliou o parlamentar. “Dilma destruiu a base da economia e agora quer reconstruir. Este governo não detém capital de confiança para seguir com essas medidas. Se o Lula, no alto do seu prestígio, não conseguiu quórum para aprovar a CPMF, não será agora que terá êxito, em ano eleitoral e com os brasileiros contra o aumento da carga de impostos”, acrescentou. 

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Sob a ótica do pernambucano, a petista deveria propor um conjunto de medidas que incluísse a participação da oposição nas discussões. “Deveria chamar a oposição para debater problemas reais. Tenho certeza de que não nos negaríamos a participar dessa conversa. Mas a reforma, como está posta, não tem respaldo. O governo tem grau de avaliação de apenas 5%, 6%. Num momento como esse, portanto, não tem cacife eleitoral para aprovar”, ratificou.

Por outro lado, Jungmann projetou que os governistas podem sair vitoriosos em outros dois pontos levantados pela presidente no seu discurso aos congressistas. “No caso da desvinculação da receita, que passaria aos estados e aos municípios, e sobre a limitação dos gastos, existe possibilidade de contar com votos suficientes para levar adiante”, analisou.

Na abertura de 2ª sessão da 54ª legislatura do Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff pediu o apoio dos parlamentares para a provação de propostas que promovam uma “reforma fiscal” no país. A chefe do Executivo Nacional mencionou, inclusive a Proposta de Emenda à Constituição 140/15, que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), momento em que o plenário se dividiu entre vaias e aplausos.

“Vamos propor a participação dos Estados e municípios na arrecadação da CPMF, destinando esses recursos para a seguridade social, ou seja, Previdência e saúde”, frisou Dilma, que também lembrou da PEC 4/15, que trata sobre a Desvinculação de Receitas da União (DRU), com a criação de uma versão para os estados e Distrito Federal (DRE) e outra para os municípios (DRM). “As três esferas de governo precisam de mais flexibilidade para gerir o orçamento e de novas receitas para dar sustentabilidade para a transição do ajuste fiscal para a reforma fiscal”.

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Dilma ainda cutucou os oposicionistas à nova CPMF. “Aqueles que são contrários à aprovação da CPMF afirmam que a carga tributária do Brasil tem crescido. O que se verifica, ao contrário, é que a arrecadação de impostos e contribuições não previdenciárias tem caído nos últimos anos, passando de 16% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 13,5% do PIB em 2015”, justificou. “Peço que considerem a excepcionalidade do momento e levam em conta dados, e não opiniões, que tornam a CPMF a melhor opção disponível para ampliar no curto prazo a receita fiscal”, amenizou ela, encerrando a parte sobre o novo imposto.

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Para Dilma, a CPMF é a “ponte necessária entre urgência do curto prazo e estabilidade do médio prazo". “Espero, mais uma vez, contar com a parceria do Congresso Nacional pra levar o país a patamares mais altos de justiça, solidariedade e igualdade de oportunidades. O Brasil precisa da contribuição do Congresso Nacional para dar sequência a estabilização fiscal e para a retomada do crescimento”.

Durante o discurso, a presidente disse ainda que, nas próximas semanas, o Congresso enviará ao Legislativo uma proposta de criação de um crédito financeiro relativo ao PIS/Cofins. Dilma disse, ainda, que espera uma redução nas alíquotas de ICMS a partir o próximo ano, seguindo o projeto já iniciado pelo Ministério da Fazenda.

Previdência - A presidente Dilma também aproveitou a oportunidade para defender a reforma da Previdência Social, que, segundo ela, deverá ser feita após a discussão com a sociedade. Para ela, garantir a sustentabilidade do sistema é crucial “num contexto de envelhecimento populacional”.

"Vamos dialogar com a sociedade para apresentar uma proposta exequível e justa, que aprimore as regras da aposentadoria por idade e tempo de contribuição, para que se ajustem gradualmente à expectativa de vida da população”, frisou a presidente, que garantiu que a reforma não deverá alterar os direitos adquiridos dos brasileiros.

Aedes aegypti - Dilma lembrou ainda que o combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika é uma das prioridades do governo. “Não faltarão recursos para que possamos reverter a epidemia”, salientou ela que pediu a colaboração do Congresso na  “guerra em favor da saúde e da vida”.

O Congresso Nacional recebeu do governo a medida provisória 712/16, que estabelece ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue e os vírus chinkungunya e zika. Ela tem efeito imediato, embora ainda precise da aprovação dos parlamentares para transformação definitiva em lei.

Prestes a reiniciar as atividades legislativas no Congresso Nacional, o líder da oposição na Câmara Federal, deputado Bruno Araújo (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (29), que o enfrentamento das oposições contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) será "muito firme". Segundo o tucano, o país "não aguenta mais pagar a conta do desastre da gestão fiscal" do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista voltou a defender a retomada do imposto, como forma de amenizar o impacto da crise econômica nacional, nessa quinta-feira (28).  

Apesar de reconhecer que a CPMF atendeu interesses de gestões do PSDB, o parlamentar disse que nos governos do PT os recursos do tributo, que deveriam ter sido destinados à saúde, terminaram bancando o inchaço da máquina pública. "Não há nenhuma credibilidade da presidente, que impôs o descontrole das contas públicas, pedir um novo tributo ao país e exigir esse esforço. O governo deveria apresentar ao país um grande corte em suas despesas, como qualquer orçamento doméstico de quem não fecha suas contas e precisa fazer para ajustá-las. E isso o governo não apresentou à sociedade brasileira até esse momento", frisou.

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Para o pernambucano, a CPMF é um “filho que gasta toda a sua mesada e pede aumento”. "Tenho certeza de que não há ambiente na Câmara dos Deputados para concessão da CPMF. Nós faremos o enfrentamento muito firme em relação a isso”, frisou, lembrando que não acredita em um possível acordo da oposição com o governo para um projeto alternativo a retomada do imposto.

"Entendemos que momento é grave e chama todos nós, inclusive a oposição, a discutir uma agenda que aponte saídas para os problemas do futuro. Mas falta à Presidência da República uma presidente. Um líder que ponha uma agenda na mesa e aponte soluções para o Brasil”, disse. “A reforma da previdência pode ser uma dessa posições. Agora é bom lembrar que enquanto a presidente Dilma anuncia a possibilidade de enviar um projeto de reforma da previdência ao Congresso Nacional, as bancadas petistas na Câmara e no Senado já avisam que vão operar contra”, complementou.

 

 

Em uma importante vitória para o governo, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2016 já contando com a previsão de receita com o retorno da CPMF. O PSDB tentou sem sucesso aprovar em destaque a retirada da previsão de R$ 10 bilhões de arrecadação com a CPMF. Apesar das críticas à volta da CPMF, num plenário esvaziado, não houve grandes discussões na hora da votação.

A inclusão da CPMF da peça Orçamentária não significa que a CPMF será aprovada pelo Congresso, mas é mais um passo para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) enviada pelo governo ao Congresso estabelecendo o retorno do imposto do cheque. A CPMF é a grande aposta da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para tentar diminuir o rombo das contas públicas nos próximos quatro anos - 2016 a 2019 - prazo de vigência prevista para o tributo.

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Nenhuma grande liderança dos maiores partidos oposicionistas - que nos últimos meses atacou o retorno do imposto, como o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) - questionou a inclusão da medida.

"Os partidos que disserem sim, estarão votando a favor deste imposto, que é uma verdadeira ferrugem para a economia brasileira", disse o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). "Esse imposto é uma vergonha. Não!", protestou. "(A CPMF) é como se fosse Alice no País das Maravilhas", criticou o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). "Sobra dinheiro no Brasil, não há que se falar em imposto", considerou o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ).

Por acordo, a oposição não se valeu de pedidos regimentais para barrar a inclusão da CPMF. Ela poderia pedir verificação de quórum, o que, diante da baixa presença de parlamentares, poderia derrubar a sessão.

O Orçamento aprovado de 2016 é de R$ 2,488 trilhões. Desse total, R$ 654 bilhões para a rolagem da dívida pública. O Orçamento já nasce defasado. Ele foi composto com a expectativa de queda de 1,9% do PIB em 2016 e inflação de 6,47%, enquanto o mercado financeiro, na última pesquisa Focus do Banco Central, prevê recuo de 2,67% no crescimento e IPCA de 6,80% ao final do ano que vem. Para 2016, o Orçamento estima crescimento da massa salarial nominal em apenas 2,32%. O projeto aprovado prevê gastos totais com pessoal e encargos sociais de R$ 287,5 bilhões, correspondendo a incremento de 12,1% em relação à lei orçamentária para 2015, o equivalente a R$ 31,0 bilhões.

Um pouco antes, o Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) com a meta de superávit primário de R$ 30,5 bilhões para as contas do setor público, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), deixou a reunião desta terça-feira (24) no Palácio do Planalto com a missão de agilizar a tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC 140/15) que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O texto está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), aguardando a indicação de um relator.

“Independentemente se vai dar para debater este ano, a matéria não pode ficar dormitando nas gavetas da CCJ”, disse ele. Pelas contas do Executivo, com a retomada da contribuição a arrecadação de impostos pela União passaria a R$ 32,2 bilhões em 2016, se a PEC for aprovada até o fim do ano e voltar a ser cobrada a partir de abril do próximo ano, 90 dias depois.

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A missão de Guimarães foi dada pelo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, depois do encontro, que teve a participação de representantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo o deputado, a pressão para que a matéria avance foi feita pelas entidades que querem receber parte do que for arrecadado.

Pela proposta do Executivo, a CPMF representaria uma alíquota de 0,20% para a União. Em debates promovidos pelo governo e também no Congresso Nacional, governadores e prefeitos propuseram alíquota de 0,38% para que, além do percentual destinado à União, cada um garanta o recebimento de 0,09% da contribuição em seus cofres.

“Há uma divergência entre eles sobre o critério de distribuição entre municípios e estados, com FPE ou FPM [fundos de participação de estados e municípios]. Eles pediram que agilizemos a indicação do relator da PEC”, explicou. Guimarães antecipou que o impasse sobre a distribuição dos recursos será discutido diretamente com o relator da proposta.

Segundo o líder, as entidades pretendem encaminhar o pedido em um ofício a ser entregue ainda hoje ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Outra demanda dos municípios foi o avanço nos debates sobre o critério de reajuste do piso nacional dos professores. A matéria está tramitando no Senado.

Orçamento

Além das matérias que tramitam nas duas casas separadamente, o governo tem hoje o desafio de tentar avançar na votação dos vetos presidenciais feitos a projetos aprovados pelos parlamentares, que ainda aguardam decisão do Congresso.

“São vetos simples que não têm grande consequências. Vamos trabalhar para manter os vetos 44 e 45 [que tratam da gestão dos terrenos de Marinha e da inclusão de policiais no Minha Casa, Minha Vida] e no veto da chamada bengalinha. O governo entende que não é questão dele [governo]. Vai transferir para que a Câmara decida o melhor caminho”, afirmou.

Segundo Guimarães, há uma posição unânime na base aliada de garantir quórum. “Se houver obstrução da oposição, como na vez passada, vamos garantir o quórum e entrar no mérito da matéria”, acrescentou.

Apenas depois de limpar essa pauta, em sessão conjunta da Câmara e do Senado marcada para as 19h de hoje, o Congresso pode começar a votar propostas orçamentárias que começam com o projeto de lei (PLN 5/15) que reduz a meta de superávit primário para 2015, alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano (13.080/15) e revisando a meta de economia para pagar os juros da dívida. “Precisamos votar essa matéria ainda hoje. É prioridade para o governo”, completou.

O ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, deu nesta segunda-feira (23) uma clara sinalização de que o governo já admite que não conseguirá aprovar a recriação da CPMF no Congresso Nacional neste ano. Ele afirmou que o Planalto continua dialogando com a Câmara e com Senado sobre a matéria, mas vai respeitar "o ritmo e os ritos" das duas casas legislativas.

"O governo está dialogando com a Câmara e com o Senado sobre a importância da CPMF, porque ela cria as bases do equilíbrio fiscal. É uma medida transitória, para que a gente possa imediatamente retomar o crescimento econômico", afirmou em entrevista após a reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff, ministros e líderes no Congresso. "O governo vai continuar dialogando com o Congresso Nacional, respeitando, evidentemente, o ritmo e ritos do Congresso".

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Atualmente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde sequer possui relator. Como vem mostrando o Broadcast Político, o governo quer pelo menos escolher a relatoria da matéria no colegiado ainda este ano. Após ser aprovada na CCJ, a matéria ainda precisa passar pelo plenário da Casa em dois turnos, de onde seguirá para o Senado.

PT - O ministro negou que o Planalto tenha orientado a bancada do PT a apoiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa, onde o peemedebista é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar. Segundo Edinho, o partido tem "total autonomia" para construir suas posições dentro do Legislativo. O ministro também evitou comentar as denúncias contra Cunha e disse que o governo continuará dialogando com ele para tentar aprovar as medidas do ajuste fiscal.

"O governo da presidenta Dilma é formado pelo PT e por outros partidos que formam uma coalizão. O PT tem total autonomia de construção das suas posições dentro do Legislativo", afirmou Edinho em entrevista após participar de reunião de coordenação política comandada por Dilma Rousseff. De acordo com o ministro, o diálogo do Planalto com o Congresso é para criar "uma agenda de interesse do País, do povo brasileiro". "E essa agenda passa neste momento em que a gente aprove as medidas do ajuste fiscal e, posteriormente, entre na agenda de retomada do crescimento econômico", disse.

Questionado se o enfraquecimento do presidente da Câmara diante do processo no Conselho de Ética pode atrapalhar a aprovação das medidas fiscais, Edinho Silva desconversou e afirmou que o governo "vai continuar dialogando com o Poder Legislativo" no sentido de aprovar o ajuste. O ministro da Secretaria da Comunicação Social evitou comentar as denúncias contra o peemedebista e o processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. De acordo com ele, esse é "tema interno do Legislativo", que não cabe ao Executivo comentar.

Enquanto o Congresso não dá sinais de que pretende aprovar a reedição da CPMF no curto prazo, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira (19) que o governo espera rapidez na aprovação do tributo pelos parlamentares.

Em entrevista no Palácio do Planalto, Rossetto defendeu a criação do tributo para ajudar no financiamento da Previdência Social. "Há sim um enorme espaço de aprovação desse imposto num prazo muito rápido", defendeu.

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Na quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso uma alteração à Lei Orçamentária de 2016 para incluir a arrecadação da CPMF na previsão de receitas do ano que vem.

Hoje, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou considerar "difícil" a manutenção da CPMF na proposta orçamentária, da forma como foi enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso.

Segundo Barros, no pedido de alteração ao projeto de Lei Orçamentária do próximo ano o governo estimou a arrecadação do imposto em R$ 32 bilhões.

Ele explicou que essa previsão significa que a proposta de emenda à Constituição (PEC) do retorno da CPMF teria de ser aprovada pelo Congresso até o final do ano. Ele lembrou que a PEC está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e ainda não tem sequer relator designado. A medida ainda teria uma longa tramitação no Legislativo.

"É totalmente fora de possibilidade", avaliou o deputado, que também é vice-líder do governo na Câmara.

Na prática, a decisão de Dilma de alterar o orçamento de 2016 forçará que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) ou o plenário do Congresso a votar a existência da CPMF como receita de parte das receitas previstas para o ano - exigência que não havia antes. Para retirá-la, algum parlamentar terá agora de pedir que se exclua essa alteração e isso terá de ser submetido a voto.

Barros lembrou que tanto ele como o relator de Receitas do orçamento do próximo ano, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), não contavam com a CPMF para fins de arrecadação para 2016. "Acho que a comissão não vai referendar uma arrecadação que não deverá ocorrer", disse o relator-geral, ao considerar que, num cenário otimista, apenas uma parte dos R$ 32 bilhões previstos em receitas do imposto deverá entrar nos cofres públicos diante das dificuldades de aprovação da medida.

O Governo Federal enviou, na noite dessa quarta-feira (18), à Comissão Mista de Orçamento (CMO) uma mensagem modificativa alterando a receita da proposta orçamentária de 2016 (PLN 7/15) para incluir a arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), cuja recriação está prevista em uma proposta de emenda constitucional em tramitação na Câmara dos Deputados (PEC 140/15).

De acordo com o texto, a previsão de arrecadação é de R$ 32,2 bilhões se a PEC for aprovada em dezembro e a cobrança começar em abril. Em contrapartida, a mensagem reduz a arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em R$ 8,2 bilhões, o que dá uma arrecadação líquida de R$ 24 bilhões a ser incorporada nas receitas do projeto orçamentário.

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A mensagem informa que os valores arrecadados com a reintrodução da CPMF mudam conforme a data de promulgação da PEC. Se o texto for promulgado em fevereiro, por exemplo, a cobrança se iniciaria em junho e totalizaria R$ 18,5 bilhões em 2016 (em termos líquidos).

Relatório e emendas

A mensagem modificativa será analisada agora pelo relator da receita de 2016, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que deverá apresentar um novo relatório, em substituição ao apresentado há duas semanas. Ele não é obrigado a acolher os números do governo. Na prática, a questão será definida em negociações entre o Executivo, Gurgacz e os integrantes da Comissão de Orçamento, onde o parecer será votado.

Com o envio do texto do governo, o prazo de apresentação de emendas ao relatório foi reaberto hoje pela comissão e vai até sexta (20).

Acréscimo

A versão atual do relatório da receita aponta um acréscimo de R$ 31,4 bilhões na arrecadação federal para o próximo ano. Com isso, a receita primária líquida total da proposta, que exclui as transferências constitucionais para estados, Distrito Federal e municípios, subiu de R$ 1,18 trilhão para R$ 1,21 trilhão.

No texto já apresentado na Comissão de Orçamento, Gurgacz deixa claro que não concorda com a reintrodução da CPMF. Ele ressaltou que a PEC 140/15 enfrenta resistências para ser aprovada no Congresso Nacional. Além disso, o senador disse que o ajuste fiscal pretendido pelo Planalto deve priorizar cortes de despesas, e não criação de impostos.

*Da Agência Câmara

Numa sinalização de que vai insistir na volta do imposto do cheque, a presidente Dilma Rousseff encaminhou nessa quarta (18) ao Congresso uma alteração à Lei Orçamentária de 2016 para incluir a arrecadação da CPMF na previsão de receitas do ano que vem. Na mensagem, a presidente informa que o impacto líquido na arrecadação com a CPMF será de R$ 24 bilhões. O governo espera que ela seja aprovada este ano para que a vigência do novo imposto aconteça a partir de abril de 2016.

A conta do governo considera uma arrecadação total com a CPMF de R$ 32,25 bilhões, mas reduz parte da previsão de receitas com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no valor de R$ 8,2 bilhões. Essa estimativa representa, de acordo com o governo, um ganho líquido mensal de R$ 2,77 bilhões.

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Dilma fez uma avaliação relativamente otimista da situação política e entende que o governo tem conseguido recompor a base governista - ainda que, às vezes, a maioria seja apertada. Esta semana, durante reunião do G-20, a presidente reafirmou a necessidade de aprovação da CPMF e disse que esse "aumento não é para gastar mais, é para crescer mais".

Na proposta que chegou nessa quarta ao Congresso, a Receita Federal apresentou, na mensagem, simulações com o impacto da arrecadação com a CPMF em 2016, considerando-se diversas hipóteses para data de promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) enviada ao Congresso, que estabelece a volta do tributo.

Por essas simulações, se a CPMF for aprovada em fevereiro, com primeiro mês de cobrança em junho, a arrecadação estimada cai para R$ 18,467 bilhões. Caso seja promulgada em maio, com cobrança a partir de setembro, esse valor cai para R$ 10,157 bilhões. Na última hipótese, que prevê o mês de agosto para promulgação e vigência a partir de dezembro de 2016, o ganho líquido com a medida seria de apenas R$ 1,847 bilhão no ano.

Foco

O dinheiro do imposto do cheque é imprescindível porque o aumento da tributação de combustíveis, em estudo pelo governo, não resolve o rombo das receitas do Orçamento de 2016 - ainda mais que a ideia do relator de Receita, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), de arrecadar R$ 10 bilhões com a venda de terrenos da Amazônia não prosperou.

A insistência do governo em incluir as receitas com a CPMF no Orçamento de 2016 ocorre mesmo depois de o relator-geral de Orçamento, Ricardo Barros (PP-PR), avisar que não pretende incluir o tributo em seu parecer, que será votado na Comissão Mista de Orçamento.

Depois da trégua que fez caminhar, nos últimos dias, a tramitação de alguns dos projetos mais importantes do ajuste fiscal, o governo avalia que pode conseguir apoio diante do agravamento do quadro da economia, que tem forçado parlamentares da base do governo e da oposição a mudarem o discurso de confronto total às medidas econômicas.

Até o vice-presidente, Michel Temer, antes contrário à volta da CPMF, tem se mostrado mais simpático à criação do novo tributo. A aliados, tem afirmado que criar mais impostos nunca é a melhor solução, mas que entende que esse é um caminho para reequilibrar as contas do governo, desde que a taxação seja temporária. O governo acredita que a articulação que o Planalto tem feito com Estados e municípios aumentou a chance de o novo tributo receber o aval de deputados e senadores. COLABOROU ISADORA PERÓN

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que a recriação da CPMF seria um estímulo à economia, e não um tributo para elevar as despesas públicas. "Aumento de imposto não é para gastar mais, é para crescer mais", disse a presidente, que participa de reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20, na Turquia. Dilma ainda fez uma avaliação otimista da situação política do Brasil, ao considerar que o governo tem conseguido recompor a base aliada.

"Nós do governo avaliamos que temos maioria. Em alguns casos, a maioria é bem confortável e, em outros casos, a maioria está mais apertada. Mas temos maioria", disse a presidente em entrevista em um hotel no balneário turco de Antália, na qual defendeu a permanência do ministro Joaquim Levy na Fazenda. Para a presidente, "a situação política no Brasil está cada dia se normalizando mais".

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Em seguida, Dilma voltou a defender a aprovação de medidas fiscais no Congresso para a melhora das condições da economia brasileira. "Nós fizemos um grande esforço de reequilíbrio fiscal que, além de todas as medidas de redução de despesas que já tomamos, agora vai requerer de nós, no Brasil, a consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF", afirmou.

A presidente disse que o tema deverá ser mais discutido pelo governo com a opinião pública, prefeitos, governadores e toda a sociedade.

"Essa é uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída da crise. Portanto, eu acredito que o Brasil vai ter nesse momento de enfrentar esse fato. É fundamental que se aprove a CPMF", reforçou Dilma.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgou, nesta quinta-feira (12), o resultado de uma pesquisa que afere o que os brasileiros pensam sobre a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). De acordo com os dados, 56% dos entrevistados sabem o que é a CPMF, enquanto 40% das pessoas desconhecem o imposto. 

Dos que a conhecem, 86% declaram não gostar dela 11% falaram que gostam do imposto; e 3% não responderam. Do total de pessoas que sabem o que é a CPMF e não gostam dela, 78% rejeitam a contribuição "porque é mais um imposto", 9% responderam não gostar da CPMF "porque ela alcança todo mundo", outras 5% porque “é fácil de recolher” e 3% “porque é transparente”.

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O levantamento, de acordo com a Fiesp, foi realizado para atender uma sugestão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os questionamentos se detiveram às perguntas colocadas pelo ministro durante um evento da entidade no último dia 3. Levy sugeriu que a imprensa fizesse uma enquete sobre o porquê às pessoas não gostam da CPFM. "É porque é transparente? Porque todo mundo paga, porque é fácil de recolher ou só porque é mais um imposto?", indagou, na ocasião.

A Fiesp é contrária a retomada do imposto. “Esperamos, portanto, que o Congresso Nacional, sempre sensível aos clamores da sociedade, respeite a vontade dessa maioria e não aprove a emenda que pretende recriar a CPMF, derrotada em 2007. Mais uma vez, ficou provado que a população brasileira não quer pagar o pato”, disse a entidade ao divulgar a pesquisa.

Os dados foram coletados pela Ideia Inteligência. Por telefone, foram ouvidas 20 mil pessoas de 122 cidades brasileiras. O levantamento aconteceu entre os dias 7 e 8 de novembro. 

Prefeitos de Pernambuco vão realizar um ato, na próxima segunda-feira (9), em defesa dos municípios. Na mobilização, que vai acontecer na sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a partir das 9h, os gestores pretendem divulgar para população o que eles denominam de “números da crise econômica”. A ideia, de acordo com Associação Municipalista (Amupe), é divulgar as dificuldades das prefeituras em fechar as contas mensais. 

De acordo com a Amupe, cerca de 100 prefeitos confirmaram presença no ato e prometem parar suas atividades, executando apenas os serviços essencias, durante todo o dia. “Muitos prefeitos não aguentam mais e já falam que vão parar. Esse ato é mais um grito de socorro diante da falta de recursos e as constantes quedas do FPM [Fundo de Participação dos Municípios] que vem afetando as obrigações dos municípios para dar uma qualidade de vida digna aos seus moradores”, frisou o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB).

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Segundo Patriota, o foco principal é cobrar do Governo Federal mais atenção aos municípios. “Os prefeitos reclamam também dos programas sociais do Governo Federal que chegam para os municípios sem os recursos suficientes para dar andamento, ficando a carga onerosa para os municípios. Como ente federativo, os municípios querem igualdade na divisão tributária da União e que o país encontre logo caminhos para sair dessa crise esmagadora que afeta a todos”, enfatizou lembrando da importância do novo pacto federativo. 

Após o ato na Alepe, os prefeitos vão encontrar com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas. Eles devem discutir sobre a recriação da CPMF, como alternativa à crise econômica nacional. Com a opção que inclui os municípios, as alíquotas da CPMF seriam de 0,38% com 0,20% para a União e 0,18% divididos igualmente para estados e município. A fatia renderia, segundo uma projeção da CNM, R$ 14,4 bilhões para os municípios brasileiros por ano. Os municípios de Pernambuco seriam beneficiados com pouco mais de R$ 214,6 milhões.

O governador Paulo Câmara (PSB) vai se reunir com os prefeitos dos municípios pernambucanos no próximo dia 9. Durante o encontro, que acontecerá no Palácio do Campo das Princesas, os gestores vão debater estratégias de cooperação para o enfrentamento da crise, entre elas, o apoio ou não a recriação da CPMF.  

A reunião foi acertada pelo governador com o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), nesta sexta-feira (30). Além das tratativas do encontro, os dois conversaram sobre o andamento de obras estruturadoras, a exemplo da Adutora do Agreste e barragens; e a crise hídrica, decorrente do quarto ano consecutivo de estiagem.

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"Nesse encontro com os prefeitos vamos tratar de assuntos como a questão da CPMF, além de parcerias entre o Estado e os municípios no sentido de superar a crise. Juntos, conseguiremos atravessar esse período e garantir serviços públicos de qualidade ao povo. Pernambuco está fazendo a sua parte", destacou Paulo Câmara.  

No mesmo dia 9, os prefeitos planejam realizar um ato na Assembleia Legislativa de Pernambuco para alertar a população sobre o impacto da crise nas gestões municipais. A reunião com Câmara será após a mobilização. 

A recriação da CPMF tem considerada como a “solução dos problemas” pelos gestores nordestinos. Com a presidente Dilma Rousseff (PT), eles fecharam um acordo na semana passada de que as alíquotas do imposto seriam de 0,38%. Desses 0,20% para a gestão federal, 0,9% para os estados e 0,9% para os municípios. 

“Dizem que este não é um momento para se criar imposto, mas como vamos sair da crise? Sabemos que [com a CPMF] a população de baixa renda não será atingida”, esclareceu Patriota (PSB) em recente conversa com o Portal LeiaJá.

Até a quarta-feira da semana que vem, o governo federal e as entidades que representam os prefeitos e governadores do País pretendem definir, em nova reunião no Palácio do Planalto, qual será o critério de distribuição da nova CPMF, a ser criada pelo Congresso Nacional. A decisão final será apresentada à presidente Dilma Rousseff no dia 19 de novembro.

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que preside a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), disse, ao final de encontro realizado nesta terça-feira (27), com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que todos concordaram com a alíquota de 0,20%, encaminhada pelo Planalto ao Congresso, e que a este porcentual seja incorporado o adicional de 0,18%, para ser distribuído entre Estados e municípios, em proporções iguais.

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Também houve consenso sobre a destinação dos recursos, que seria para Seguridade Social, englobando o uso dos recursos para a saúde, educação, previdência e assistência social.

A volta da CPMF foi encaminhada ao Congresso como Proposta de Emenda à Constituição, com o valor de 0,20%, pelo período de quatro anos. O texto a ser votado, no entanto, será de 0,38%, para todos os entes federativos. Mas falta definir se o critério de distribuição para os municípios será com base no número de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ou com base na população - mesmo cálculo usado para o rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A Frente Nacional de Prefeitos, que reúne as cidades com mais de 200 mil habitantes, quer que o critério de distribuição dos 0,09% da CPMF para os municípios seja o número de pessoas atendidas pelo SUS, o que beneficiaria as cidades grandes, para onde se desloca a população em busca de atendimento médico.

A Associação Brasileira dos Municípios e a Confederação Nacional dos Municípios, que representam as pequenas cidades, querem que o porcentual seja distribuído com base na população local.

Ao final da reunião com Berzoini, Márcio Lacerda defendeu uma completa reestruturação na forma de financiamento e gestão do Estado, alegando que, se isso não for feito, todos vão falir. "Se não houver mudanças estruturais no modelo de financiamento da gestão pública no Brasil, dos governos, a médio prazo, a não ser que haja um crescimento econômico bastante razoável e sustentável ao longo de anos e anos, a médio prazo, cinco dez anos, todos os governos estarão falidos", disse.

"A verdade é esta porque as despesas estão subindo acima da capacidade dos impostos gerarem receita. É necessário mudanças na Previdência, na carreira e isso precisa ser pensado nos três Poderes porque, do jeito que está, não pode continuar", declarou Lacerda.

O encontro com Berzoini contou com a participação de prefeitos, de integrantes de entidades representativas dos municípios e dos governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e de Pernambuco, Paulo Câmara.

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