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O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (29) publica decreto presidencial que regulamenta o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), criado em 2021 por medida provisória, depois convertida em lei, para atender ao setor de transporte de cargas, em especial o transporte realizado por caminhoneiros autônomos do País.

O DT-e permite a consolidação de diversos documentos físicos que precisavam ser portados pelos transportadores para comprovar o cumprimento de obrigações administrativas, ambientais, sanitárias. A consolidação em um único documento, em meio digital, também reduz o tempo de fiscalização do transportador.

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Dentre vários pontos, o decreto traz os procedimentos para geração, emissão ou dispensa e encerramento do DT-e, dispõe sobre a fiscalização e aplicação de penalidades, institui a Política Nacional do DT-e no âmbito da administração pública federal e o cronograma de obrigatoriedade do Dt-e.

O indulto de Natal decretado por Jair Bolsonaro (PL) foi apontado como inconstitucional pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). No ofício enviado à Procuradoria-Geral da República, o órgão aponta que o perdão concedido pelo presidente vai beneficiar policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru. 

O decreto deste ano autoriza o perdão de penas para crimes praticados há mais de 30 anos. “[...] Será concedido indulto natalino também aos agentes públicos que integram os órgãos de segurança pública e que, no exercício da sua função ou em decorrência dela, tenham sido condenados, ainda que provisoriamente, por fato praticado há mais de trinta anos, contados da data de publicação deste Decreto, e não considerado hediondo no momento de sua prática”, pontua parte do texto. 

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A medida foi contestada pelo Procurador-Geral de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, que observou não haver compatibilidade entre o indulto e dispositivos da Constituição Federal e da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1992. 

O julgamento dos recursos da defesa dos 69 policiais condenados pelo massacre do Carandiru que ainda estão vivo está marcado para o fim de janeiro do próximo ano e, caso o indulto de Bolsonaro seja aplicado, não haverá audiência. 

A PGR deve levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a corte analise a constitucionalidade da medida. 

O presidente Jair Bolsonaro editou, nesta quarta-feira (30), um decreto que prevê a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo federal para o exercício de 2022.

O decreto permite o bloqueio ou a proposição de cancelamento de dotações orçamentárias discricionárias e a adequação dos respectivos cronogramas de pagamento para cumprimento do Teto de Gastos, considerando as projeções dos relatórios bimestrais de avaliação de receitas e de despesa.

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De acordo com Ministério da Economia, a medida autoriza a Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento a ampliar os valores de cronogramas das despesas, caso identificado que há ou haverá sobra de valores na execução financeira nos cronogramas ou limites das despesas previstas para os órgãos do Poder Executivo federal.

Além disso, a pasta poderá realizar o bloqueio de dotações orçamentárias caso órgãos ou unidades do Poder Executivo federal não o façam, sem prejuízo de posterior solicitação de alteração.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou nesta quarta-feira (30) que o governo vai apresentar em breve um decreto que prorroga a autorização para o país enviar armas à Ucrânia.

O tema é motivo de polêmica na Itália, que já mandou cinco pacotes de ajuda militar a Kiev e agora prepara uma sexta remessa.

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"Em breve, o ministro da Defesa [Guido Crosetto] levará ao Conselho dos Ministros o decreto para prorrogar os prazos das decisões já adotadas, que terminam em 31 de dezembro, para um eventual fornecimento de meios militares à Ucrânia", disse Tajani após uma reunião ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bucareste, na Romênia.

Em votação na Câmara nesta quarta, a base do governo de Giorgia Meloni já conseguiu aprovar uma moção em prol do envio de armas à Ucrânia, iniciativa que enfrenta resistência na oposição.

"O decreto sobre envio de armas à Ucrânia não pode ser uma rotina. Queremos uma passagem nos plenários parlamentares para que seja garantido aos cidadãos o direito a uma informação transparente", afirmou o ex-premiê e deputado Giuseppe Conte, líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

A ajuda militar foi tema de uma reunião nesta quarta entre Tajani e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que agradeceu pelo apoio da Itália. "Sou grato pelo fato de que [Tajani] tenha reiterado que a assistência italiana à defesa da Ucrânia vai continuar e que o Parlamento italiano vai autorizar", disse.

*Da Ansa

O ex-vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) teve sua prisão preventiva decretada e se entregou à polícia no final da tarde desta segunda-feira (7). A informação foi confirmada por um dos advogados que fazem a sua defesa, Sandro Figueredo. Ele é acusado de um novo caso de estupro. Ex-policial militar e youtuber, Gabriel Monteiro se apresentou na 77ª Delegacia de Polícia (DP), em Icaraí, bairro de Niterói, na região metropolitana do Rio, informou a Polícia Civil.

Monteiro gravou um vídeo em seu Instagram pouco antes de se entregar. "Fiquei sabendo pela minha advogada que foi decretada a minha prisão preventiva por um crime que eu não fui escutado (sic) na delegacia. Respeito as autoridades e por isso estou vindo aqui. Não fui conduzido pela polícia. Assim que fiquei sabendo, vim imediatamente me entregar para a Justiça porque acredito nela e sei que minha inocência vai ficar comprovada. Não só tecnicamente, mas também para todo o Brasil, de forma que fique incontestável qualquer acusação contra mim", diz o ex-parlamentar.

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O advogado também confirmou que a bancada de defesa já está adotando as medidas cabíveis.

O ex-policial militar teve seu mandato como vereador cassado por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de filmar e divulgar relações sexuais com uma adolescente, assédio moral e sexual contra assessores e de forjar situações para gerar conteúdos para as suas redes sociais. Ele responde na Justiça por esses crimes.

Nas eleições deste ano, Monteiro tentou se candidatar a deputado federal. Contudo, seu registro foi indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Em setembro, acabou renunciando a concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, o ex-vereador manteve seu apoio entre o eleitorado tido como de extrema direita no Rio. O pai de Monteiro, Roberto, e sua irmã, Giselle, foram eleitos deputado federal e deputada estadual, respectivamente, ambos pelo PL do presidente Jair Bolsonaro.

A juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Erika Soares de Azevedo Mascarenhas, decretou a prisão preventiva do empresário Thiago Antonio Brennand Tavares da Sila Fernandes Vieira. Até a última sexta-feira (23) ele deveria ter entregue o passaporte em Juízo e confirmado seu retorno ao Brasil. Ele viajou a Dubai no último dia 4 e seu paradeiro, até então, é desconhecido.

De acordo com a decisão de Mascarenhas do último dia 9, caso o empresário descumprisse qualquer uma das determinações cautelas previstas - que envolvem, além do retorno ao Brasil, a aproximação com as vítimas e o ato de frequentar quaisquer academias em todo o território nacional - ele poderia ter a sua prisão preventiva decretada.

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Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo e, desde então, várias outras vítimas sentiram-se encorajadas a denunciar o empresário.

Até o momento, dez mulheres já teriam o denunciado pelos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e cárcere privado. Elas começaram a ser ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo nesta segunda (26). Além dos casos de violência de gênero, Brennand é acusado de agredir um garçom de um restaurante dentro do condomínio de Porto Feliz (cerca de 35km de Sorocaba, interior de São Paulo).

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Ricardo Sayeg que, por ora, está representando a defesa do empresário Thiago Brennand. Contudo, ele afirmou que por ora não comentará o caso.

A cinco dias do primeiro turno das eleições, o governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (27) decreto que altera regras relacionadas a concursos públicos e que pode beneficiar diretamente as seleções de candidatos para a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), categorias da base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição neste ano, mas segue atrás do líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de votos.

"Espera-se que com a medida seja possível racionalizar o aproveitamento de candidatos em concursos públicos com curso de formação, em especial os envolvendo pessoal da Polícia Federal e Pessoal da Polícia Rodoviária Federal", diz a Secretaria-Geral da Presidência da República em texto distribuído à imprensa.

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O decreto amplia o limite de candidatos aprovados em concursos públicos com duas etapas, estabelecendo que a autoridade máxima do órgão ou da entidade poderá autorizar a aplicação dos quantitativos previstos em anexo da nova regulamentação.

No caso se concurso com 30 ou mais vagas, e com mais de uma etapa, o número de aprovados que poderiam ser chamados deveria ser o dobro desse quantitativo. Com o anexo do novo decreto, agora será permitido convocar o triplo da quantidade de vagas. Além disso, o ato revoga trecho da norma anterior que exigia o aval do ministro de Estado da Economia para a prorrogação da validade dos concursos.

"De acordo com o Decreto, será permitido alterar os critérios de reprovação automática por má colocação em concurso público no caso de concurso em duas etapas, como concursos com curso de formação como parte integrante do concurso público", diz a pasta. "Cumpre ressalvar que a alteração não gera regra aplicável diretamente aos concursos públicos, mas comando dirigido às autoridades que formulam os editais de concurso público", acrescenta, sem dar mais detalhes.

O governo federal liberou o pagamento de R$ 1,7 bilhão em emendas do orçamento secreto dois dias após o presidente Jair Bolsonaro assinar um decreto na véspera do feriado de 7 de Setembro destravando as verbas de interesse dos parlamentares. Bolsonaro adiou repasses da cultura e da ciência e tecnologia para abrir o espaço para as emendas.

As verbas estavam bloqueadas desde o início de agosto. De lá para cá, o presidente assinou duas medidas provisórias prorrogando repasses que estava obrigado por lei a fazer ainda em 2022, relativos ao setor cultural e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A manobra libera R$ 5,6 bilhões ainda neste ano para irrigar o orçamento secreto, conforme o Estadão revelou em 31 de agosto.

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Com o decreto assinado e publicado no dia 6 de setembro, em edição extra do Diário Oficial da União, os órgãos do governo ficaram livres para destravar as emendas que estavam bloqueadas. É uma demanda do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e de outros líderes do Centrão, que pressionam o Executivo para liberar os pagamentos até a data das eleições.

Tecnicamente, o valor de R$ 1,7 bilhão diz respeito à verba desbloqueada nos ministérios carimbada com as emendas de relator, que alimentam o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão. Com o desbloqueio, o governo está pronto para empenhar os recursos, ou seja, garantir o pagamento aos redutos eleitorais dos parlamentares. Na prática, os padrinhos das emendas poderão fazer propaganda com os recursos liberados. O governo usa os repasses em troca de apoio político no Congresso.

O Ministério do Desenvolvimento Regional, uma das pastas mais estratégicas para o orçamento secreto, aquela que usa o dinheiro para doar tratores e asfaltar ruas a pedido dos parlamentares, foi priorizada no desbloqueio, com R$ 1,1 bilhão liberado. O Ministério do Meio Ambiente, por outro lado, ficou atrás e só conseguiu R$ 8,5 milhões na manobra. As informações foram levantadas pela Consultoria de Orçamento da Câmara com dados do governo federal.

Disputa

O decreto de Bolsonaro provocou críticas no Congresso, especialmente da oposição. Parlamentares querem votar um projeto para reverter a decisão do governo e ameaçam derrubar o decreto no Supremo Tribunal Federal (STF). As duas medidas provisórias assinadas por Bolsonaro que permitiram a manobra também estão no alvo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é pressionado a devolver as medidas provisórias, o que obrigaria o governo a pagar os recursos para o setor cultural e para o fundo de ciência e tecnologia. Em uma reunião na terça-feira, 6, com um grupo de congressistas, Pacheco disse que deixaria para resolver o assunto depois do 7 de Setembro. Bolsonaro, porém, assinou o decreto antes.

Pacheco defendeu os repasses da cultura e da ciência e tecnologia, independentemente da decisão sobre as medidas provisórias. Na quarta-feira, 6, ele afirmou que pediria à equipe econômica para encontrar o espaço necessário para bancar o socorro ao setor cultural. Nos bastidores, cresce a possibilidade de uma nova flexibilização no teto de gastos ainda neste ano para viabilizar os pagamentos.
 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de três dias no País pela morte da rainha Elizabeth II nesta quinta-feira, 8. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A monarca morreu aos 96 anos, após ocupar o trono por 70 anos, no que foi o reinado mais longevo da história do Reino Unido. O rei Charles III assumiu hoje o posto.

"É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de três dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento da Sua Majestade a rainha Elizabeth II, do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte", diz o comunicado do governo brasileiro.

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Bolsonaro ainda não se manifestou nas redes sociais, seu principal canal de comunicação, sobre a morte da rainha britânica. Principal adversário do chefe do Executivo na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Brasil e Reino Unido tiveram "excelentes relações diplomáticas, políticas e comerciais" quando ele governou o País.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a rainha cumpriu seu papel constitucional "com louvor" e foi "exemplo de estadista". Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que as ligações históricas entre Brasil e Reino Unido se fortaleceram no período em que Elizabeth II reinou.

Enquanto as atenções em Brasília estavam voltadas para os atos políticos do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para editar decreto que abre caminho para desbloquear antes das eleições R$ 5,6 bilhões em emendas que sustentam o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão.

A edição do decreto dribla as negociações no Congresso, capitaneadas pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para devolver MPs que adiaram o pagamento de despesas vinculadas à cultura, ciência e tecnologia, já que usa o espaço aberto no Orçamento para incrementar as emendas do orçamento secreto. Como as MPs têm efeito de lei, o governo já pode usar o espaço aberto por elas para liberar as emendas de relator com base no decreto. Sob pressão para devolver as MPs, Pacheco decidiu segurar a tramitação das medidas e cobrar a solução do Ministério da Economia.

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Ao Estadão, a Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento do ministério confirmou que o decreto permite a liberação das emendas de relator, bloqueadas no mais recente relatório bimestral de receitas e despesas com base nas duas MPs.

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, senador Jean Prates (PT-RN), afirmou ao Estadão que o decreto é mais uma afronta à decisão do Congresso que aprovou as despesas de cultura e ciência e tecnologia. Segundo ele, o decreto será contestado com a apresentação de um decreto legislativo e de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). "O governo faz um movimento serial de quem não aceita derrotas legítimas no Parlamento", disse. "Eles se aproveitam do momento de feriado nacional e da questão eleitoral e que não se consegue deliberar."

O decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União na noite de terça-feira (6), altera as normas orçamentárias e dá liberdade ao governo para fazer bloqueio e desbloqueio de dotação orçamentária antes mesmo da apuração do próximo e último relatório do ano de avaliação bimestral.

Pelos cálculos do especialista em Orçamento e assessor legislativo do Senado Bruno Moretti, as duas MPs permitem o desbloqueio de R$ 5,6 bilhões de emendas do orçamento secreto. Ele preparou um relatório na semana passada apontando esses valores com impacto imediato na "pedalada" das despesas da cultura e de ciência e tecnologia.

"Mesmo sem a tramitação das MPs para a Câmara, elas estarão em vigor e darão o suporte para o Ministério da Economia liberar os limites para as emendas de relator sem aguardar o relatório de avaliação, tendo em vista o decreto", alerta Moretti, que acompanhou a aprovação pelo Congresso das medidas que destinavam recursos para a cultura e o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia, postergados pelas duas Mps.

Moeda política

A edição das duas MPs foi uma demanda do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). O orçamento secreto é usado como moeda de troca das negociações políticas em curso não só das eleições deste ano, mas também para as presidências da Câmara e do Senado em 2023.

Autora da Lei Aldir Blanc 2, que previa R$ 3 bilhões no ano que vem e teve o repasse adiado para 2024, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), afirmou: "Estamos lutando pela devolução sumária das medidas provisórias, a começar pela da cultura. Se for de fato devolvida, o governo vai ter de repor o recurso. Se ele tentou passar a gente para trás, ele é que vai ser passado para trás porque vai ter de repor imediatamente o dinheiro". A mesma medida provisória adiou para 2023 outros R$ 3,8 bilhões da Lei Paulo Gustavo, que deveriam ser pagos até outubro deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira (6) a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender trechos de decretos que ampliam o acesso a armas e disse que vai "resolver a questão" depois das eleições de outubro. Ao tomar a medida ontem, o ministro afirmou que o início da campanha eleitoral "exaspera" o risco de violência política.

"Zero. Não concordo em nada com o senhor Fachin", declarou o chefe do Executivo, em entrevista à Jovem Pan. "Acabando as eleições, a gente resolve a questão dos decretos em uma semana. Todo mundo tem que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Encerra por aqui o assunto dos decretos. Acabando as eleições, eu sendo reeleito, a gente resolve esse problema e outros problemas", emendou.

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Aliados de Bolsonaro criticaram a decisão de Fachin nas redes sociais. O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, chegou a dizer que o Judiciário havia "extrapolado suas atribuições" e feito "ingerência indevida". "As liminares de hoje interferem em decisões já aprovadas pelos outros poderes, nos direitos de autodefesa e dos CACs. Liberdade não se negocia e absurdos como esses não podem continuar", escreveu Mourão ontem, no Twitter.

Imóveis

Ao se defender de críticas à compra de imóveis com dinheiro vivo por sua família, Bolsonaro disse que "só falta" realizarem operações contra seus parentes. "Tenho quase certeza que farão busca e apreensão na casa de parentes meus", disse o chefe do Executivo na entrevista.

O presidente voltou a defender os empresários que foram alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Os empresários em questão defendiam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito para ocupar o Palácio do Planalto.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira, 5, trechos de quatro decretos editados em fevereiro do ano passado pelo governo federal com flexibilizações para o porte de armas. A decisão liminar diz que o início da campanha eleitoral "exaspera" o risco de violência política. "O risco de violência política torna de extrema e excepcional urgência a necessidade de se conceder o provimento cautelar", escreveu o ministro.

Os processos que contestam a política armamentista do presidente Jair Bolsonaro (PL) já haviam sido colocados em julgamento no plenário virtual do STF. A votação foi suspensa em três ocasiões diferentes por pedidos de vista (mais tempo para análise) - o mais recente feito pelo ministro Kassio Nunes Marques. Sem previsão para a retomada do julgamento, Fachin apontou "perigo na demora" e decidiu despachar monocraticamente.

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O assunto foi levado ao tribunal pelo PSB e pelo PT. Os partidos afirmam que os decretos são inconstitucionais e representam "retrocesso" em direitos fundamentais, na medida em que facilitam de forma "desmedida" o acesso a armas e munições pelos cidadãos comuns.

Os partidos argumentam ainda que, embora pretendam disciplinar o Estatuto do Desarmamento, os decretos ferem suas diretrizes e violam o princípio da separação dos Poderes e o regime democrático, uma vez que o Planalto teria assumido a função do Legislativo ao decidir sobre política pública envolvendo porte e posse de armas de fogo.

O Governo de Pernambuco publicou um decreto que oferece descontos às famílias de baixa renda que perderam eletrodomésticos nas chuvas. A determinação estimula as lojas de varejo a vender geladeira, fogão, máquina de lavar, tanquinho, televisão e micro-ondas por um preço mais em conta. 

O Decreto 53.298, publicado na terça-feira (2), institui o Programa Reestruturação de Lares em Pernambuco (Prelape), que estabelece crédito presumido relativo ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos produtos com saída interna até 30 de setembro deste ano.   

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O estabelecimento deve se cadastrar voluntariamente no programa para conferir o desconto mínimo no imposto é de 25% sobre o valor de mercado do produto. 

As famílias de baixa renda terão o limite de R$ 2.500 nas compras, mas precisam comprovar que foram prejudicadas pelas chuvas e se cadastrar em uma plataforma virtual indicada pelo Governo para que as lojas possam identificar os CPFs com direito ao desconto e visualizar, a cada compra, o valor utilizado, bem como o valor ainda disponível, por família.   

O deputado federal Gustavo Fruet (PDT) entrou com uma medida no Congresso para suspender os efeitos do decreto que regulamenta a Lei do Superendividamento e estabelece o valor mínimo para se viver em 25% do salário mínimo vigente, o que hoje daria R$ 303 mensais - R$ 10,10 por dia.

Pelo decreto, editado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, esse montante, chamado de "mínimo existencial", tem de ser preservado para a subsistência do cidadão e não pode ser usado para o pagamento de dívidas, por exemplo.

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Para o deputado, que questiona a medida por meio de um projeto de decreto legislativo, o "mínimo existencial" aumenta a vulnerabilidade das pessoas mais pobres, ao permitir, no caso de quem recebe um salário mínimo, que até 75% da renda possa ser comprometida com dívidas. Geralmente, essa fatia é bem menor. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, em junho, 30,4% da renda das famílias estava tomada com o pagamento de dívidas.

"Essa medida, com certeza, vai aumentar o endividamento de cidadãos que já estão vulneráveis, colocando em risco a própria sobrevivência deles", diz Fruet. "Isso tira o poder de negociação dessas famílias com instituições financeiras para conseguir acordos, já que boa parte da renda delas poderá ser comprometida."

Idec

Para a coordenadora do Programa de Serviços do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, o decreto é "extremamente prejudicial" e acaba deturpando a Lei do Endividamento, que tem por objetivo estabelecer mecanismos de educação financeira e de proteção contra o assédio de bancos. "A medida permite que a renda do consumidor acabe sendo drenada pelo sistema financeiro. As instituições continuam concedendo o crédito sem avaliar a capacidade de pagamento do tomador", diz.

O instituto também avaliou como preocupante medida provisória aprovada pelo Congresso no início do mês passado, que amplia a margem do comprometimento de renda para o empréstimo consignado e inclui beneficiários de programas sociais como o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Pela proposta, essas famílias podem comprometer até 40% do Auxílio Brasil com empréstimos. A MP ainda não foi sancionada, mas instituições financeiras já estão fazendo pré-cadastros e divulgando ofertas, com juros de até 86% ao ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A administração de Fernando de Noronha determinou, nessa quinta-feira (21), a proibição da entrada e importação de animais domésticos e exóticos no arquipélago. A ordem segue o Decreto Distrital 007/2022, antecipado em 6 de julho, e que atende a uma demanda dos órgãos de controle e do Projeto Pet Noronha. A alteração na permissão de entrada de novos pets inclui cães, gatos ou bichos de produção, como galinhas, aves, bovinos, caprinos, entre outros.  

De acordo com o informe divulgado pela gestão, a ilha deve receber uma série de iniciativas para o controle animal nas próximas semanas, entre elas, um censo dos animais que habitam a região. 

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As ações deverão ser coordenadas pelo Núcleo de Vigilância Animal (NVA), que será reformulado e também promoverá castrações em massa e microchipagem dos animais. Segundo o superintendente de Saúde, Fernando Magalhães, a decisão de alterar o decreto partiu da necessidade de atualizar e inserir novas regras, uma vez que o mesmo estava em vigor desde o ano de 2004. Além da atualização, o objetivo da mudança foi trazer melhorias para os animais e a comunidade. 

“Criamos um grupo de trabalho para discutir as melhorias no decreto, escutando todos os entes, uma vez que se envolvem diversos órgãos da ilha. Debatemos muitos assuntos para atualizarmos as regras, garantindo ações e campanhas de proteção animal mais eficientes. Com essa medida, entrarão em vigor todas as ações previstas, trazendo dessa forma benefícios para animais e para a comunidade”, disse o superintendente. 

Com a castração em massa, o arquipélago pretende diminuir a população de animais soltos e abandonados, assim como doenças zoonóticas, que podem ser transmitidas durante o contato com seres humanos.  

No censo animal está prevista a microchipagem de todos os pets da ilha que tenham tutores, para saber os que já foram, ou não, castrados, iniciando o trabalho por bairros. Com esse procedimento, também vai ser possível um levantamento de dados dos animais e seus responsáveis, permitindo que o NVA encontre a localização de ambos, caso necessário. O censo também vai aplicar multas para tutores que deixarem seus animais abandonados. 

Mais informações sobre o decreto 

Fica proibida a entrada e importação de animais domésticos e exóticos de qualquer procedência, com exceção de cães guias, animais tutelados por moradores permanentes e servidores públicos transferidos, limitados em um animal com pelo menos 6 meses de vida, e cão policial. Também a partir do novo decreto, turistas não poderão levar seus pets para a ilha, exceto os cães-guia.  

Não é permitida a presença e trânsito de animais domésticos de qualquer porte em todas as praias. O novo decreto orienta ainda que o trânsito de animais domésticos em áreas públicas deve ser realizado com métodos de contenção como coleira, guia e caixa de trânsito. Os animais devem possuir identificação individual como microchip, brincos, anilhas fixas, além de estar sempre acompanhado por uma pessoa responsável por sua tutela. 

Bares, restaurantes e padarias que fornecerem canudo de plástico a clientes na cidade de São Paulo agora estão sujeitos a multas de até R$ 8 mil. Caso a irregularidade prossiga, os estabelecimentos podem ser inclusive fechados. A determinação foi publicada no Diário Oficial da Cidade no último sábado, 9, e entrou em vigor de forma imediata.

Conforme o decreto 61.558, que regulamentou a Lei 17.123, de junho de 2019, está proibido na cidade de São Paulo o fornecimento de canudos de material plástico aos clientes de restaurantes, bares, padarias, hotéis, entre outros estabelecimentos comerciais.

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A Prefeitura informou que os canudos de plástico devem ser substituídos por objetos em papel reciclável, material comestível ou biodegradável, embalados individualmente em envelopes hermeticamente fechados, feitos do mesmo material. Alguns estabelecimentos adotaram a mudança antes mesmo da publicação do decreto.

"A quantidade de estabelecimentos que ainda não trocou é difícil estimar, mas ainda são vários", disse ao Estadão Percival Maricato, diretor institucional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de São Paulo. Ele reforça que a entidade é a favor de medidas com objetivo de proteger o meio ambiente, mas faz ressalvas quanto à implementação das mudanças.

"O problema é a época vivida. Não estamos em uma situação normal, os estabelecimentos endividaram-se todos na época da pandemia. Pensava-se que ia viver uma normalidade com o público voltando, mas a inflação afetou isso. Muitos estão fazendo novos endividamentos", disse ele, ressaltando que os canudos biodegradáveis podem custar até o dobro do preço dos de plástico.

Diante desse cenário, Maricato cobra que haja "um pouco de paciência" da Prefeitura para que bares e restaurantes possam planejar a troca dos estoques. "Os próprios fornecedores têm que se adequar para fornecer produtos para substituir os canudos de plástico", explicou. A Abrasel prevê divulgar orientações para os estabelecimentos nos próximos dias.

O não cumprimento das disposições do decreto, destacou a Prefeitura de São Paulo, pode acarretar na aplicação das penalidades previstas no artigo 3º da Lei 17.123. A fiscalização de possíveis irregularidades ficará sob a responsabilidade da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).

Veja os valores das multas aplicadas pela Prefeitura

A infração da medida irá resultar na aplicação das seguintes penalidades aos estabelecimentos:

- na primeira autuação, será feita uma intimação para que o bar cesse a irregularidade;

- na segunda autuação, haverá aplicação de multa no valor de R$ 1 mil, com nova intimação para cessar a irregularidade;

- na terceira autuação, a multa é R$ 2 mil, com nova intimação para cessar a irregularidade;

- na quarta e quinta autuações, a multa dobra de valor e passa a ser de R$ 4 mil, com nova intimação para cessar a irregularidade;

- na sexta autuação, haverá aplicação de multa no valor máximo, de R$ 8 mil, com nova intimação para cessar a irregularidade;

- por fim, poderá ser determinado o fechamento administrativo do estabelecimento caso as intimações anteriores não tenham sido atendidas.

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto com uma nova regulamentação da Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Pela legislação, são passíveis de responsabilização as empresas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito. A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) ou de acordo de leniência.

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"Em relação ao texto vigente, cabe destacar o aprimoramento do procedimento de investigação preliminar; a exigência da caracterização de autoria e materialidade para início do processo administrativo de responsabilização; o detalhamento do rito do processo administrativo de responsabilização; o aprimoramento dos critérios de fixação de multa; a melhor definição de vantagem auferida; e as regras sobre suspensão do prazo prescricional", diz a Secretaria-Geral da Presidência da República em nota. "Com a medida, espera-se o aprimoramento da ação da Controladoria-Geral da União na responsabilização de pessoas jurídicas por atos ilícitos contra entes públicos", completa.

A nova regulamentação está no Decreto 11.129/2022, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (12). A norma revoga a primeira regulação da lei, contida em decreto de 2015. As mudanças entram em vigor no próximo dia 18 de julho.

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto obrigando que os postos revendedores de combustíveis deverão informar aos consumidores, "de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível", os preços dos combustíveis antes e depois da lei que impôs teto de 17% no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). É o que informa texto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (7).

Desta forma, de acordo com o Palácio do Planalto, os consumidores poderão comparar os valores com os preços praticados no momento da compra. O decreto entra em vigor nesta quinta-feira.

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, editaram decreto que proíbe o emprego do fogo em práticas agropastoris e florestais de todo o Brasil pelo prazo de 120 dias. O ato está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (23).

A suspensão de queimadas, porém, não se aplica em algumas situações, como práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas por instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais no País; práticas de agricultura de subsistência executadas pelas populações tradicionais e indígenas; e queimas controladas, em áreas não localizadas nos biomas Amazônia e Pantanal.

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O texto estabelece que a permissão mesmo para as queimas controladas poderá ser suspensa, em caráter excepcional e temporário, por ato do ministro do Meio Ambiente, "com a finalidade de reduzir danos ambientais provocados por incêndios florestais."

A queima controlada consiste no emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris ou florestais e para fins de pesquisa científica e tecnológica, em áreas com limites físicos previamente definidos.

A suspensão do uso do fogo em áreas rurais e florestais tem sido adotada pelo governo desde 2019 em virtude do aumento de incêndios no País, sobretudo na Amazônia, mas também no Pantanal. Naquele ano, a proibição vigorou por sessenta dias, entre os meses de agosto e setembro. Em 2020 e 2021, o governo também decretou suspensão de queimadas, pelo período de quatro meses, em cada um dos anos.

O governo britânico anunciou, nesta sexta-feira (17), que assinou o decreto de extradição do fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos, onde é acusado de ter divulgado documentos confidenciais.

O WikiLeaks e pessoas próximas a Assange anunciaram que vão recorrer da decisão e lamentaram um "dia sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica".

Em abril, a Justiça britânica emitiu a ordem formal para entregar o fundador do WikiLeaks a Washington, após uma saga judicial de vários anos, mas cabia à ministra do Interior, Priti Patel, assinar o decreto, algo que ela fez nesta sexta-feira.

"Em virtude da lei de 2003 sobre a extradição, a ministra assinará uma ordem de extradição, se não houver motivo para proibi-la", disse um porta-voz do Ministério do Interior.

Segundo o porta-voz, "os tribunais britânicos não consideraram opressivo, injusto, ou um abuso processual extraditar Assange. Também não consideraram que a extradição era incompatível com seus direitos, incluindo o direito a um julgamento justo, e com liberdade de expressão e (garantiram) que durante sua estada nos Estados Unidos ele será tratado adequadamente, inclusive no que diz respeito à sua saúde".

Os Estados Unidos querem julgá-lo por espionagem e podem sentenciá-lo a até 175 anos de prisão se for considerado culpado de publicar no WikiLeaks a partir de 2010 cerca de 700.000 documentos militares e diplomáticos secretos, principalmente sobre o Iraque e o Afeganistão.

Assange está preso desde 2019 na prisão de Belmarsh, em Londres. Foi detido pela polícia britânica na embaixada equatoriana em Londres, depois que o então presidente Lenín Moreno retirou a proteção que seu antecessor Rafael Correa havia-lhe concedido.

Violando as condições de sua liberdade condicional no Reino Unido, o fundador do WikiLeaks se refugiou na legação equatoriana em 2012 para evitar ser extraditado para a Suécia por acusações de estupro que foram posteriormente retiradas.

Na época, negando essas acusações, já afirmava que tudo não passava de uma estratégia para entregá-lo aos Estados Unidos.

- "Início de uma nova batalha" -

Em janeiro de 2021, a Justiça britânica decidiu a seu favor: a juíza Vanessa Baraitser rejeitou a extradição sob o argumento de que o australiano, com saúde física e psicológica frágil, corria risco de cometer suicídio no sistema prisional americano.

Em dezembro de 2021, porém, Washington conseguiu que a Alta Corte de Londres anulasse essa decisão, garantindo que ele não seria encarcerado na prisão de segurança máxima ADX de Florence, Colorado, onde estão detidos membros da organização jihadista Al-Qaeda.

Garantiu-se, ainda, que ele receberia os cuidados clínicos e psicológicos necessários, inclusive mencionando a possibilidade de permitir que ele cumprisse sua pena em sua Austrália natal.

Organizações de liberdade de imprensa como Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Anistia Internacional se opõem a essa extradição, porque temem que Assange seja submetido a confinamento solitário na prisão, o que aumentaria o risco de suicídio.

Para a secretária-geral da Anistia, Agnès Callamard, a extradição de Assange corre o risco de colocá-lo "em grande perigo e enviaria uma mensagem aterrorizante aos jornalistas de todo mundo".

Stella Assange, advogada e esposa de Assange, havia pedido ao governo britânico que não assinasse o decreto de extradição para os Estados Unidos.

"Qualquer país que se preocupa com a liberdade de expressão deveria ter vergonha de ver que a ministra do Interior aprovou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que conspirou para assassiná-lo", denunciou Stella em um comunicado divulgado nesta sexta.

"Julian não fez nada de errado. Não cometeu nenhum crime, não é um criminoso. Ele é jornalista, editor e é punido por ter feito seu trabalho", disse a advogada, com quem se casou em março, e com quem tem dois filhos, concebidos durante a estada de Assange na embaixada do Equador em Londres.

Stella Assange garantiu que este não é o fim da batalha, mas "o início de uma nova batalha legal".

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