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Em 2019, o número de milionários no Brasil chegou a 259 mil, o que representa um aumento de 19,35% em comparação com o ano anterior, quando eram 217 mil milionários. Os dados são do Global Wealth Report, publicação anual do Credit Suisse Research Institute sobre a riqueza em todo o mundo, e consideram os valores em dólares - ou seja, quem tem patrimônio acima de US$ 1 milhão.

A alta brasileira de milionários foi a sexta maior do mundo, atrás de Holanda, Alemanha, China, Japão e Estados Unidos.

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A previsão é de que, até 2024, o crescimento do número de milionários seja de 23%, chegando a 319 mil pessoas. A pesquisa estima que o 1% mais rico da população brasileira detém 49% de toda a riqueza familiar do País, que chega a US$ 3,5 trilhões.

O resultado é ainda mais impressionante no caso dos chamados ultra-ricos, que têm patrimônio acima de US$ 50 milhões: o Brasil teve a segunda maior alta global, atrás apenas dos Estados Unidos. Enquanto os EUA ganharam 4,2 mil ultra-ricos, o Brasil viu o número subir em 860 pessoas entre 2017 e 2018.

Crescimento da riqueza mundial

Já a riqueza global aumentou 2,6% e chegou a US$ 360 milhões - o que equivale a US$ 70.850 por adulto. Mesmo em meio às incertezas da guerra comercial, os países responsáveis pela alta foram principalmente os Estados Unidos, com crescimento de US$ 3,8 trilhões, e China, com US$ 1,9 trilhão. A Europa é a terceira maior responsável pelo crescimento na riqueza global, com US$ 1,1 trilhão do aumento.

A previsão é que riqueza global aumentará 27% até 2024, chegando a US$ 459 trilhões. Embora os países de renda baixa e média sejam responsáveis por apenas 31% da riqueza atual, a previsão é que eles responsam responsáveis por 38% do crescimento.

O 1% mais rico entre os milionários em todo o mundo concentra 44% de toda a riqueza global.

Desigualdade no mundo

O relatório aponta uma sutil diminuição da desigualdade de renda no mundo. Enquanto os 90% mais pobres do mundo representavam 11% da riqueza do mundo no 2000, hoje o porcentual é de 18%. O Credit Suisse ressalta ainda o alto índice de desigualdade registrado em 2016 e afirma que os números da época 'podem ter sido os mais altos para o futuro próximo'.

Número de milionários no mundo

O relatório estima que, atualmente, existam 46,8 milhões de milionários em todo o mundo. O número de 2019 representa um aumento de 1,1 milhão sobre 2018. O relatório aponta que, pela primeira vez, a China registrou mais membros na lista dos 10% mais ricos do mundo do que os Estados Unidos.

Enquanto na China são 100 milhões de pessoas, nos Estados Unidos são 99 milhões.

Confira os países com as maiores variações no número de milionários:

Estados Unidos: +675 mil milionários

Japão: +187 mil

China: +158 mil

Alemanha: +65 mil

Holanda: +43 mil

Austrália: -124 mil milionários

Reino Unido: -27 mil milionários

Turquia: -24 mil milionários

Países com maior renda per capita

Suíça: US$ 17.790 per capita

Estados Unidos: US$ 11.980 per capita

Japão: US$ 9.180 per capita

Holanda: US$ 9.160 per capita

Países com maior retração de renda da população

Austrália: US$ 28.670 per capita

Noruega: US$ 7.520 per capita

Turquia: US$ 5.230 per capita

Bélgica: US$ 4.330 per capita

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita, considerando todas as fontes de renda, subiu de R$ 1.285 em 2017 para R$ 1.337 em 2018. No entanto, o valor caía a pouco mais da metade da média nacional nas regiões mais pobres do País: no Nordeste, era de R$ 815 em 2018; e no Norte, R$ 886.

Na Região Sudeste, o rendimento médio mensal domiciliar per capita foi de R$ 1.639, mais que o dobro do recebido pelos nordestinos.

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Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice de Gini da renda domiciliar per capita de todas as fontes - medida de desigualdade de renda numa escala de 0 a 1, em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade - teve o pior desempenho em 2018 na região Norte, 0,551, seguido pelo Nordeste, 0,545, e Sudeste, 0,533. No Centro-Oeste, o resultado foi de 0,513.

O menor valor foi o do Sul, 0,473. Na média nacional, o Índice de Gini alcançou o recorde de 0,545 dentro da série histórica da pesquisa.

Ainda considerando todas as fontes de renda, a região Sudeste concentrou mais da metade da massa de rendimentos do País, R$ 143,7 bilhões de um total de R$ 277,7 bilhões.

As fatias das demais regiões foram de R$ 47,7 bilhões para o Sul, R$ 46,1 bilhões para o Nordeste, R$ 24,4 bilhões para o Centro-Oeste, e R$ 15,8 bilhões para o Norte.

A desigualdade de renda no País alcançou patamar recorde em 2018, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda.

No outro extremo, o 1% mais rico - somente 2,1 milhões de pessoas - tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa. Ou seja, essa pequena fatia mais abastada da população ganhava quase 40 vezes mais que a metade da base da pirâmide populacional.

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Em todo o País, 10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subia a apenas R$ 269.

Mesmo passada a crise econômica, a desigualdade se agravou. A renda domiciliar per capita dos 5% mais pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018. Ao mesmo tempo, a renda da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%.

O Índice de Gini da renda domiciliar per capita - medida de desigualdade de renda numa escala de 0 a 1, em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade - subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 em 2018, patamar auge na pesquisa.

Os mais pobres ficaram mais pobres, os mais ricos ficaram mais ricos, confirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. Para a pesquisadora, o fenômeno tem relação com a crise no mercado de trabalho, que afetou especialmente o extrato de trabalhadores com menor qualificação e menor remuneração.

"Continuam no mercado de trabalho aqueles que ganham mais", justificou Maria Lucia Vieira.

Quando começou a melhora na geração de vagas, os desempregados que conseguiram retornar ao mercado de trabalho passaram a ganhar menos em funções semelhantes ou a atuar em postos informais, que também remuneram menos.

"Quando as pessoas perdem seus trabalhos, elas vão arrumar outras ocupações em que elas consigam ter alguma remuneração. Se o momento tem mais demanda por trabalho do que oferta, as pessoas acabam aceitando trabalhos com remunerações mais baixas", explicou a gerente da Pnad.

Com mais pessoas trabalhando, a massa de renda de todas as fontes cresceu de R$ 264,9 bilhões em 2017 para R$ 277,7 bilhões em 2018. Como a concentração de renda aumentou, os 10% mais pobres detinham apenas 0,8% da massa de rendimentos, enquanto que os 10% mais ricos concentravam 43,1% desse bolo.

Se considerados apenas os trabalhadores com renda do trabalho, a fatia de 1% mais bem remunerada recebia R$ 27.744 mensais, o que corresponde a 33,8 vezes o rendimento dos 50% dos trabalhadores com os menores rendimentos, que recebiam, em média, R$ 820, menos que o salário mínimo em vigor no ano. A diferença foi a maior da série histórica da pesquisa.

O índice de Gini da renda do trabalho também registrou piora na passagem de 2017 para 2018, subindo de 0,501 para 0,509 no período, o patamar mais elevado da série.

A desigualdade entre os rendimentos médios do brasileiro aumentou no segundo trimestre de 2019. O dado está na Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na seção de Mercado de Trabalho, da divulgada hoje (18). De acordo com o documento, as famílias de renda muito baixa tiveram queda de 1,4% nos seus rendimentos médios reais no período, mas o segmento mais rico da população registrou elevação salarial de 1,5%.

A técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Maria Andreia Parente disse que essa desigualdade ocorreu pela composição de dois movimentos distintos. O primeiro é que, de fato, os indivíduos lotados nos domicílios de renda mais alta tiveram ganhos nominais de salários maiores e, segundo, a inflação no período foi maior para as famílias de mais baixa renda.

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No segundo trimestre de 2019 houve impacto maior dos reajustes de energia elétrica, das tarifas de ônibus e dos medicamentos para as pessoas de renda mais baixa. “Em 2019, a gente teve alta de preços em itens que pesam muito na cesta de consumo dos mais pobres, e isso ajuda a explicar porque essas famílias tiveram queda de salário”, explicou.

A informalidade também fez aumentar a desigualdade. De acordo com a técnica, o trabalhador na faixa que remunera até menos de um salário mínimo, em geral, é o informal e está no que se chama de bico e, por isso, tem os menores ganhos salariais.

Jovens

Também no segundo trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior, apesar de ainda em patamar elevado, o desemprego registrou recuo, em termos absolutos, na faixa de trabalhadores mais jovens, passando de 26,6% para 25,8%. O estudo mostra que diferentemente de trimestres anteriores, quando a queda da desocupação entre os jovens decorria, em especial, da contração da força de trabalho, no segundo trimestre de 2019 ocorreu por causa da expansão de 1,7% da ocupação, o que provocou a melhora de desempenho da população ocupada com idade de 18 a 24 anos.

Andreia Parente disse que o mercado de trabalho melhora como um todo para todas as faixas, mas teve reflexo mais positivo entre os mais jovens. Para a técnica do IPEA, é um crescimento forte que não era registrado em vários trimestres.

“Isso acontece porque esse trabalhador como foi mais penalizado na crise tinha um contingente muito grande de desocupados, com essa melhora do mercado de trabalho, essa população têm conseguido retornar ao mercado de trabalho. A gente ainda tem um contingente grande de jovens desocupados, mas a situação no segundo trimestre para esse grupo foi mais favorável. Eles conseguiram voltar para o mercado de trabalho com uma força maior”, disse.

O segmento dos trabalhadores com mais de 60 anos foi o único que não apresentou recuo na taxa de desocupação, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Mesmo tendo alta de 5,3%, essa faixa da população ocupada ainda apresentou avanço de 0,4 ponto percentual na taxa de desemprego. Subiu de 4,4% para 4,8%. Na comparação interanual, a desocupação dos trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos e entre 40 e 59 anos passou de 11,5% e 7,5%, respectivamente, em 2018, para 11,1% e 7,2%, em 2019.

Escolaridade

Nos dados referentes ao grau de escolaridade, os subgrupos tiveram queda na desocupação no 2º trimestre de 2019, com exceção para o dos trabalhadores com o ensino fundamental completo. Em termos relativos, os recuos mais expressivos foram entre as pessoas com instrução fundamental incompleta e superior, ambos tiveram queda de 4% na desocupação.

Patamar semelhante, no entanto, foi causado por movimentos diferentes. Entre os menos escolarizados foi resultado da retração de 3,4% da força de trabalho diante de queda de 2,9% na ocupação. Já nos que têm escolaridade mais elevada, a melhora da desocupação foi consequência da expansão de 6,3% da população ocupada e do ritmo superior à expansão de 5,9% da população economicamente ativa. A maior retração absoluta (0,6 p.p.) ocorreu entre os trabalhadores com ensino médio incompleto.

“Os trabalhadores com maior nível de escolaridade conseguem se manter por mais tempo no emprego. São sempre os últimos a serem demitidos, e uma vez demitidos, são aqueles com mais facilidade de conseguir uma colocação no mercado de trabalho. O inverso vale para os menos qualificados. Quanto menor a qualificação desse trabalhador é sempre mais fácil ele ser demitido, e dado que ele está no desemprego, é mais difícil voltar ao mercado de trabalho”, explicou Andreia Parente.

Empregos

A técnica destacou que embora ainda tenha um cenário desfavorável, o emprego no Brasil está reagindo. Segundo ela, há um momento forte da ocupação que cresce mais firmemente nos setores informais, apesar de já ser notada nos empregos com carteira assinada.

De acordo Andreia Parente, a taxa de desemprego só não tem caído mais porque aumenta junto o número de trabalhadores que estão chegando no mercado de trabalho para conseguir uma colocação. Além disso, a taxa de inatividade na economia brasileira tem caído. “Mais indivíduos com idade de trabalhar estão no mercado, ou trabalhando ou à procura de uma colocação”, completou a técnica.

O desalento, mesmo ainda alto, também começou a ceder. “No segundo trimestre de 2019 a gente tem uma queda no contingente de desalentados e a gente consegue ver também que pelos dados de transição tem caído o número de pessoas que vão para a inatividade por conta do desalento. Também tem aumentado o número de pessoas que até então eram desalentadas e estão, pelo menos, se sentindo aptas a voltar ao mercado de trabalho para conseguir uma colocação. É um reflexo não só da melhora que, de fato, está acontecendo, mas também da percepção”, avaliou.

A técnica disse que os trabalhadores demitidos são os que têm menos tempo de permanência no emprego. O documento indica, que, na média dos últimos 12 meses, na indústria, no comércio e nos serviços quase a metade dos demitidos tinham menos de um ano, mas na construção civil o total chega a 62%. Já a menor parcela dos trabalhadores dispensados se refere aos que tinham mais de cinco anos de permanência no emprego. Na indústria de transformação, eles corresponderam a 14%, mas na construção civil não chegaram a 5%.

Na visão de Andreia Parente, diante da expectativa de melhora da atividade econômica do Brasil a partir do segundo semestre do ano, o mercado de trabalho deve continuar desempenho mais positivo, principalmente ao que já tem sido visto com relação à ocupação.

De acordo com ela, a taxa de desemprego ainda pode cair de forma lenta, dado que ainda tem muita gente desocupada e desalentada e que precisa ser incorporada ao mercado de trabalho, mas a ocupação deve continuar se expandindo a taxas próximas às atuais que já são significativas. “A expectativa é de melhora do nível de ocupação da economia brasileira em relação ao mercado de trabalho”, disse.

<p>Nesta sexta-feira (12), o cientista político Adriano Oliveira aborda no seu podcast os 100 dias do Governo Bolsonaro, destacando dois pontos positivos que foram anunciados nesta quinta-feira (11) pelo presidente da república. O analista explica sobre os dois pontos: o 13&ordm; do Bolsa Família e a autonomia do Banco Central, verificando que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de instituir o 13&ordm; do Bolsa Família é uma decisão digna. Porém, Adriano ressalta que desde o Governo Temer, Bolsa Família tem passado por um certo &quot;aperto&quot; , ao ponto de retirar famílias suspeitas de fraudes.&nbsp;</p><p>O cientista afirma que é possível observar o aumento da desigualdade do Brasil, em virtude da crise econômica que permanece. Então, Adriano Oliveira questiona: será que deve-se tirar pessoas do bolsa família, ou o objetivo deve ser ampliá-lo? O cientista político traz em seu podcast esses, entre outros assuntos e questionamentos sobre os pontos citados acima.</p><p>O programa Descomplicando a política, além da exibição na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p>Confira mais uma análise a seguir:</p><p>&nbsp;</p><p>
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A situação ainda precária no mercado de trabalho fez a concentração de renda se aprofundar no País ano passado. No quarto trimestre de 2018, a desigualdade, quando observada a renda domiciliar per capita, atingiu o maior patamar em pelo menos sete anos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita com trabalho subiu de 0,6156 no terceiro trimestre de 2018 para 0,6259 no quarto trimestre do ano, o 16.º trimestre consecutivo de aumento. O Índice de Gini mede a desigualdade numa escala de 0 a 1 - quanto mais perto de 1, maior é a concentração de renda.

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No quarto trimestre de 2018, o índice atingiu o maior patamar da série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012. Foi quando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) começou a ser apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Daniel Duque, pesquisador do mercado de trabalho no Ibre/FGV, há algumas razões para a piora na desigualdade de renda. Entre elas, estão a dificuldade de trabalhadores menos qualificados aumentarem seus rendimentos e a dinâmica de reajustes do salário mínimo. "Na crise, a probabilidade de estar empregado e ter renda maior depende mais de o trabalhador ter qualificação. Além disso, o salário mínimo não tem ganhos reais desde 2015", enumerou Duque, autor do levantamento. "Houve também muita geração de ocupação informal, que tem menores salários. E há um desalento muito grande ainda."

O salário mínimo não teve ganho real nos últimos anos por causa do encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e 2016. Pela regra de reajuste criada ainda nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o reajuste do mínimo de um ano é a soma da inflação (medida pelo INPC) do ano anterior somada à variação do PIB de dois anos antes. Como em 2015 e 2016 o PIB teve variação negativa, o salário mínimo teve reajustes equivalentes apenas à inflação. A regra vale até este ano.

Embora, no ano passado, o número de pessoas trabalhando tenha aumentado, a subutilização da força de trabalho segue elevada, lembrou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada. São considerados "subutilizados" os trabalhadores à procura de emprego, os que não procuram uma vaga por acreditar que não encontrariam emprego ou os que estão ocupados, mas trabalhando menos horas do que poderiam ou gostariam, ganhando menos por isso.

"Precisa ter uma reação do mercado de trabalho (para reduzir a desigualdade)", defendeu Xavier. "Precisa de geração de vagas formais, com salário médio maior, jornadas de trabalho que não fiquem aquém do desejado."

Saída

O ex-bancário Carlos Cunha dos Santos Jr., de 45 anos, e a vendedora Viviane Almeida, de 46 anos, trabalham juntos há seis meses numa carrocinha de suco de laranja, no centro do Rio. Viviane é gaúcha, está radicada no Rio há sete anos e já trabalhou como cabeleireira e balconista. "Está difícil conseguir emprego, e trabalhar na rua foi uma forma que arrumei para me manter", disse Viviane.

Segundo Santos Jr., o negócio está dando certo, mas eles estão apreensivos em relação à demanda nos meses de menos calor. Com a carrocinha de suco, a dupla tem conseguido tirar cerca de R$ 4 mil a R$ 5 mil por mês para dividir.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

  O turco Uğur Gallen vem compartilhando um projeto tocante em sua conta no Instagram. Vizinho da Síria, que enfrenta uma guerra civil desde 2011, ele decidiu juntar imagens que fazem um contraste social gritante.

De forma simplória, mas com um olhar diferenciado, Uğur fez montagens de fotos que despropositadamente se complementam e alerta sobre a brutal desigualdade social que assola o mundo.

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Em texto escrito para o Bored Pand, Uğur escreveu: ‘ O contraste entre esses territórios reflete dois mundos diferentes para mim, e isso me inspirou a retratar isso no meu trabalho. Eu gostaria que o mundo inteiro vivesse de acordo com a frase de Mustafa Kemal Atatürk "Paz em Casa, Paz no Mundo", que foi implementada como a política externa da Turquia.’ Confira algumas imagens do projeto:

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O Brasil perdeu espaço no ranking de igualdade de gênero divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Fórum Econômico Mundial. Em um ano, o País caiu cinco posições na classificação, que considera mais de 50 itens com o acesso à saúde, renda, e participação política. Em 2018, o Brasil aparece em 95º lugar, em uma lista de 149 países, alcançando o pior resultado desde 2011.

O que mais pesou foi a queda na participação das mulheres no mercado de trabalho e oportunidades de renda. "O Brasil registrou uma invertida significativa no que se refere ao progresso em direção à paridade", alertou o informe.

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Ao jornal O Estado de S. Paulo, Saadia Zahidi, uma das integrantes do Conselho do Fórum e chefe do Centro para Nova Economia e Sociedade, indicou que esse será um dos principais temas do encontro que será realizado em Davos, em janeiro, e que deve ser a "estreia internacional" do futuro presidente Jair Bolsonaro. "Esperamos que todos os líderes deem atenção ao tema e o ranking será um dos fatores para motivar esse envolvimento", disse. "Queremos demonstrar de forma objetiva que países terão melhores resultados se assumirem esses problemas de forma séria e se fizerem mais para integrar as mulheres na economia, na liderança."

No caso do Brasil, os dados revelam que, considerando o potencial total de oportunidades dadas a uma pessoa para trabalhar ou se desenvolver, uma mulher consegue atingir apenas 68% dele. Na América Latina, o Brasil é apenas o 21º país na região - superado por Venezuela, Cuba, Honduras ou Bolívia. Países como Indonésia, Vietnã, Quênia ou Mianmar também aparecem em melhores posições que o Brasil.

Para chegar à essa conclusão, o Fórum avalia participação econômica, educação, saúde e envolvimento político. Em saúde e educação, o Brasil é destaque, praticamente zerando a disparidade entre homens e mulheres. Mas em outras áreas, o resultado é negativo.

Entre os 149 países, o Brasil é apenas o 112º no que se refere à participação política, muito abaixo da média mundial. Em 2017, o Brasil estava na 110º posição. Em nível ministerial, o País está entre os dez piores.

Países com uma população muçulmana como Marrocos, Paquistão ou Iraque ocupam posições mais elevadas no critério político que o Brasil, ainda que os dados não tenham incluído a última eleição em outubro.

De acordo com Saadia, o principal fator que levou à queda do Brasil foi a participação das mulheres na economia. Por esse critério, o País aparece apenas na 92ª posição, nove posições abaixo do que era registrado em 2017. Em termos salariais, a classificação é ainda pior e o Brasil caiu da 119. a posição em 2017 para a de 132ª. Entre 2017 e 2018, o que se registrou foi um aprofundamento da diferença de renda entre homens e mulheres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é um países de com a maior desigualdade de renda no mundo, segundo o estudo ‘A Contribuição dos Ricos para a Desigualdade de Renda no Brasil’, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A pesquisa usou um indicador chamado J-divergência, que calcula a participação das contribuições individuais para a desigualdade de renda, com base nos dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Como resultado, apurou-se que a "contribuição" dos 10% mais ricos para a desigualdade de renda no Brasil corresponde a 51,5% - número superior ao desempenho de outros países que também foram pesquisados, como Estados Unidos (45%), Alemanha (44%) e Grã-Bretanha (41%). 

Para o estudo, foram considerados como parte integrante dos 10% mais ricos quem recebeu R$ 5.214 ou mais por mês durante o ano de 2017.

 

Uma mulher que se apresentou como "D" acabara de denunciar à polícia que foi estuprada, mas seu agressor a contra-atacou com uma série de acusações. As rígidas leis contra a difamação podem fazer uma queixa de estupro virar um delito na Coreia do Sul.

"Apresentou queixa atrás de queixa contra mim, acusando-me de difamação, de insultos, de perjúrio, de intimidação e inclusive de assédio sexual", explica esta mulher, que pede para ser identificada apenas com a letra "D" por temer por sua segurança pessoal.

"Durante meses, não consegui comer", conta à AFP. "Não conseguia dormir, tinha a impressão de estar mergulhada em um pântano do qual não sairia nunca".

Seu agressor acabou sendo condenado a dois anos de prisão por estupro e todas as queixas contra D. foram arquivadas.

Mas estes calvários judiciais não são incomuns na Coreia do Sul, onde uma pessoa pode ser julgada, inclusive se disser a verdade, por manchar a reputação de outra.

Um número crescente de supostos agressores sexuais usam o sistema para calar as vítimas ou obrigá-las a se retratarem.

Apresentar uma denúncia na delegacia não é em si motivo de queixa por difamação, mas se a vítima falar em público pode ser julgada penalmente.

E se a polícia ou a promotoria arquivarem o caso, ou o acusado for exonerado pela justiça, a denunciante pode ser julgada por falsa acusação.

"Todo o sistema tem um efeito paralisador sobre as mulheres", diz Seo Hye-Jin, da Associação de Advogadas Coreanas. "Muitos agressores usam abertamente a ameaça de queixa para intimidar", acrescenta.

Apesar do progresso econômico e tecnológico da Coreia do Sul, sua sociedade continua sendo profundamente patriarcal. O país fica regularmente nas últimas posições da classificação da OCDE sobre desigualdade.

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, 52% das vítimas de assassinato são mulheres. Muito mais que nos Estados Unidos e China (cerca de 22%) e que na Índia (41%).

- "Não resistiram o suficiente" -

As séries de televisão sul-coreanas, muito populares na Ásia, mostram personagens homens que dominam fisicamente as mulheres como demonstração de seu amor.

Mas desde 2017, a campanha mundial #MeToo contra a violência machista também se faz presente na Coreia do Sul, onde um número crescente de mulheres acusou poderosas figuras do mundo da política, da arte, da educação e da religião.

No caso de D., um investigador lhe fez um grande número de perguntas sobre "suas intenções" de "destruir a vida de um jovem promissor" e pediu à promotoria que não aceitasse processar o estuprador.

D. deixou seu trabalho, apresentou queixas contra a polícia, a promotoria e o mediador do governo encarregado dos direitos humanos para conseguir que seu caso prosperasse diante das muitas denúncias do agressor e do contínuo assédio deste e de seus familiares.

Cho Jae-Yeon, que trabalha para o Telefone Vermelho das Coreanas, assegura que muitas vítimas não denunciam. "Muitas dizem que não poderiam suportar ser alvo de uma investigação e se arriscar a uma eventual condenação, como se já não tivessem sofrido o suficiente".

As falhas do sistema judicial não afetam apenas os casos de agressão sexual: o funcionário de um escritório de arquitetura foi condenado a uma multa por denunciar na internet atrasos no pagamento de salários e outras irregularidades.

Em 2016, foram arquivadas 55% das denúncias de agressão sexual, muito mais que nos casos de assassinato (22%) e roubo (26%), segundo o Instituto da Justiça.

E se o caso chega ao tribunal, a vítima deve demonstrar que opôs resistência porque o estupro é definido como o resultado "da violência ou da intimidação" e não da ausência de consentimento.

No passado, vários julgamentos por estupro foram rejeitados porque as vítimas "não resistiram o suficiente".

Um painel da ONU sobre a igualdade entre sexos chamou recentemente o governo a revisar sua definição de estupro e a proteger as vítimas de falsas denúncias de difamação.

O agressor de D. continuou assediando-a quando saiu da prisão, até que em 2014 foi condenado por intimidação e assédio, pondo fim a quatro anos de pesadelo.

O número de pessoas que estão em situação de extrema pobreza cresceu e hoje atinge 10 milhões de homens e mulheres no Brasil. Os dados, que compõem um relatório elaborado por 20 organizações, alertam para o aumento da miséria no país e serve como base para a Caravana Semiárido Contra a Fome, que, a partir desta sexta-feira (27), sairá do Sertão de Pernambuco em direção à Curitiba (PR), alertando sobre a iminente volta do Brasil ao Mapa da Fome das Nações Unidas.

A Caravana é uma iniciativa de diversas organizações do semiárido brasileiro. O técnico em Agropecuária, coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro-BA, Cícero Félix, explica que o objetivo da mobilização é promover o debate entre os brasileiros e consequentemente ser pauta nas eleições de outubro.

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Ele afirma que a questão da fome no Brasil é grave e deve ser tratada de forma séria. “Em 2014, quando saímos do Mapa Mundial da Fome, o país tinha 5,1 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza” fala Cícero Félix. A extrema pobreza que vinha caindo no governo Lula e parte do governo Dilma dobrou passados quatro anos (2014-2018). As organizações envolvidas dizem que a caravana visa pautar a sociedade brasileira sobre essa questão que vem afligindo os menos favorecidos. “Ao mesmo tempo em que usaremos as redes sociais, meios de comunicação populares e documentos para colocar o tema na mesa dos candidatos à Presidência da República, dos governos e parlamentares estaduais”, completa o coordenador do IRPAA.

Cícero conta que a passeata percorrerá mais de 2,9 mil quilômetros, do interior pernambucano até a capital paranaense, com uma parada final em Brasília; o que deve acontecer no dia 5 de agosto.

Relatório

Segundo o documento elaborado por 20 ONGs, a alta do desemprego, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos foram decisivos para o retorno da população à situação de vulnerabilidade extrema.

Cícero Félix acredita que o fortalecimento e reativação de programas como Fome Zero, Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Bolsa Família podem contribuir para a retomada do crescimento econômico de quem atravessou a extremidade social. A Caravana Semiárido Contra a Fome chama a população para integrarem o movimento e ficar atenta ao dia em que o grupo passará por sua cidade.

Com informações da assessoria

No ano de 2017, o Brasil ainda tinha até 5% da população trabalhadora com rendimento médio mensal de apenas R$ 47. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado representa ainda uma queda drástica em relação aos R$ 76 recebidos no ano anterior, o equivalente a uma redução de 38%.

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Ao mesmo tempo, houve queda no porcentual de domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família, que passou de uma fatia de 14,3% em 2016 para 13,7% em 2017. Apesar da queda, as regiões Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) permaneceram com maiores porcentuais de beneficiários.

Os domicílios que recebiam o Bolsa Família tinham renda média mensal real per capita de apenas R$ 324 no ano passado. Nos lares que não possuíam necessidade do benefício de transferência de renda do governo, o rendimento médio por habitante subia a R$ 1.489.

Em 2017, 60,2% da população brasileira, ou 124,6 milhões de pessoas, tinham algum tipo de rendimento, sendo 41,9% (86,8 milhões de indivíduos) provenientes de todos os trabalhos e 24,1% (50,0 milhões) originários de outras fontes.

Entre os rendimentos de outras fontes, o mais frequente era a aposentadoria ou pensão, recebido por 14,1% da população com alguma renda, seguido por pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (2,4%); aluguel e arrendamento (1,9%); e outros rendimentos (7,5%), categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda (como o Bolsa Família) e poupança, entre outros.

O rendimento médio de todas as fontes foi de R$ 2.112 em 2017. O rendimento médio real efetivo de todos os trabalhos alcançou R$ 2.237, enquanto a renda média mensal real apenas de outras fontes foi de R$ 1.382. A renda média obtida por aposentadoria ou pensão foi de R$ 1.750.

Uma pesquisa realizada pela empresa Tree, instituição que presta consultoria especializada na educação e promoção de diversidade de gêneros, identificou que 70% das empresas do Brasil não realizam nenhum tipo de iniciativa sobre a equidade entre homens e mulheres.

A análise apontou que mais da metade das pessoas entrevistadas já presenciaram ofensas de gênero contra homens e mulheres na empresa em que trabalham. Entre as mulheres, 32% conhecem outra mulher que já foi demitida durante a licença-maternidade ou até dois anos após o retorno.

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De acordo com o levantamento, apenas uma em cada cinco empresas possui um canal de denúncias oficiais para assédio, entretanto, 34% das mulheres não sentem que há garantia de sigilo e proteção. Segundo a Tree, é alarmante a falta de conhecimento sobre diversidade de gênero. Dos entrevistados, 87% dizem saber o significado de gênero, porém, apenas 16% definem corretamente o termo, sendo que 60% confundem gênero com orientação sexual.

Para Mariana Deperon, sócia-fundadora da empresa, as instituições precisam educar para a diversidade e abrir canais de discussão para que esses papeis possam ser revistos. "Vale atentar para o fato de que as companhias com maior diversidade de gênero geram mais e melhores negócios, têm melhores resultados financeiros, em comparação com as demais, sendo hoje a diversidade uma vantagem competitiva", diz.

A pesquisa foi realizada em parceria com o Instituto Qualibest e ouviu 600 profissionais de companhias nacionais.

A desigualdade na remuneração para homens e mulheres que exercem a mesma função não está presente somente no mercado de trabalho 'convencional'. No âmbito esportivo, muitas são as reclamações sobre o fato. O caso mais recente e que chegou a virar polêmica nas redes sociais foi durante um torneio de skate, em Itajaí (SC), em janeiro deste ano. 

No pódio do Oi Park Jam, Yndiara Asp aparece com um cheque de R$ 5 mil nas mãos, enquanto Pedro Barros o outro vencedor da disputa na categoria masculina, exibe um de R$ 17 mil. A disparidade na premiação gerou diversas discussões nas redes sociais. Na publicação do evento, internautas deixaram comentários cheios de indignação. “Machismo, a gente vê por aqui”, “um belo incentivo com prêmio machista” diziam.

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Em entrevista ao Uol, Yndiara disse que se sensibilizou com a mobilização das pessoas nas redes. “Acho que mulheres têm o direito de receber os mesmos valores dos homens, a gente está fazendo a mesma coisa ali. Vemos que em muitas profissões existe desigualdade de salário, o mundo é machista, e no esporte também tem”. Também ao Uol, André Barros, empresário, organizador do evento e pai do campeão Pedro Barros justificou a diferença entre os prêmios. “Os 24 atletas masculinos são os 24 melhores skatistas do mundo. Entre as dez meninas que participaram, só três são profissionais. Não dá para comparar o nível de performance entre dois grupos, assim não tem como a premiação ser a mesma”.

Por meio de uma nota oficial, o torneio se pronunciou sobre o caso: 

"Temos recebido alguns questionamentos sobre a diferença de premiação do Oi Park Jam, realizado no último domingo, e entendemos que este é um debate importante para o desenvolvimento do skate no universo feminino.

O número de praticantes de skate ainda é diferente entre os gêneros e o Oi Park Jam reflete essa realidade, com 24 homens (todos profissionais e entre os mais bem colocados no ranking mundial) e apenas 10 mulheres (em sua maioria amadora) competindo. As premiações levaram em conta, portanto, a participação qualitativa e quantitativa de skatistas profissionais, que por consequência leva a um maior grau de dificuldade para se chegar às primeiras colocações.

Para mudar esse quadro, nos esforçamos para garantir que as mulheres tivessem a oportunidade, inédita, de competirem num evento de skate com visibilidade nacional e relevância internacional.

O Oi Park Jam tem como premissa estimular a popularização do skate e o aumento da participação das mulheres nessa cena, historicamente masculina. Temos ainda a intenção de, através do estímulo ao skate feminino, quebrar mais barreiras e preconceitos para, em um futuro próximo, conquistar o objetivo de ter o mesmo número de homens e mulheres praticantes, profissionais e amadores, o que levará, naturalmente, à equivalência nas premiações. Estamos comprometidos com o debate sobre igualdade de gênero e vamos continuar nos esforçando para a inserção da mulher no skate em igualdade de gênero"

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Outro caso que também ganhou muita repercussão foi em 2016, quando o Brasil conquistou seu 11º título do Grand Prix de vôlei, mas a festa acabou dando lugar a uma polêmica. A seleção feminina ganhou uma premiação de US$ 200 mil (cerca de R$ 660 mil), enquanto a seleção masculina foi contemplada com US$1 milhão (R$ 3,3 milhões). Em uma entrevista após a premiação, a jogadora Sheila demonstrou sua indignação com o fato. “É uma sacanagem. Pronto, já respondi. É um absurdo. Falamos isso desde o meu primeiro Grand Prix. É injusto”. Ao GloboEsporte.com, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) informou que a premiação está estipulada no regulamento há muito tempo e as equipes concordam com as condições.

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, a pivô Gilmara Justino, atleta da UniNassau, afirmou também sofrer com esse tipo de problema no basquete. “Isso é injusto, claro. No basquete tem muita e extrema diferença. Sendo que nós trabalhamos igual, treinamos igual e temos títulos iguais. Acho que essa diferença não deveria ser tão grande. As mulheres sempre têm desvantagem em relação aos prêmios em Seleções ou em qualquer tipo de campeonato. Acho que nós deveríamos lutar por igualdade”, contou.

“Sempre acontece comigo. Sempre existe essa diferença de prêmio. Que eu saiba, nenhuma atleta chegou a ganhar um prêmio igual ao do masculino. Em nenhuma das categorias que eu conheço e eu converso sempre com meninas de outras modalidades”, continuou.

Para Gilmara, um dos fatores que contribuem para essa disparidade é a forma como a publicidade é feita para cada gênero. “Os campeonatos masculinos sempre são mais divulgados e mais visados, mas acho que isso está mudando. Acho que as mulheres deveriam correr atrás e lutar para mudar esse cenário. Todas pensam o mesmo, que deveria ser igual, mas ninguém ainda tomou uma atitude concreta em relação a isso”, disse.

Além de Gilmara, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão também relatou enfrentar as mesmas situações. “Meu salário sempre foi inferior a de homens no mesmo nível ou abaixo do meu nível mesmo com a quantidade de pontos que se faz em Campeonatos Nacionais e até mesmo em resultados em Campeonatos Internacionais. Isso, dentro da natação, é muito comum”, disse em entrevista ao LeiaJá.

Para Joanna, o desporto de alto rendimento é um reflexo da sociedade. “As mulheres começaram a fazer esporte depois e, apesar de hoje a gente estar em um nível em alguns esportes, como o judô feminino, que, nesta geração tem conquistado muito mais medalhas do que o masculino, ainda existe uma disparidade. Se não forem dadas as mesmas condições para que as mulheres alcancem o mesmo nível dos homens, essa situação vai se perpetuar por muito tempo. Então, isso precisa acabar e essa desculpa não pode mais ser usada”, disse.

Discussão antiga

Este, contudo, não é um problema novo no âmbito esportivo. A discussão sobre o tema já vem de alguns anos. Em 2012, a tenista norte-americana Serena Williams – que é conhecida pelos seus inúmeros títulos na modalidade e ainda por ser a maior campeã do Grand Slam na era aberta – chegou a rebater uma declaração do tenista Janko Tipsarevic sobre o assunto. 

“Premiação igual para mulheres é ridículo”, declarou Janko durante uma entrevista. Em resposta, Serena não titubeou e respondeu: “Não é justo receber menos dinheiro do que os homens apenas porque tenho peito. Trabalho duro desde os três anos, não deveria receber menos por causa do sexo”. 

Em 2017, Serena Williams rebateu novamente outros comentários sobre o assunto. Em seu perfil no Twitter, a tenista respondeu às críticas de John McEnroe, ex-jogador de tênis, que em uma entrevista à Rádio Pública Nacional afirmou que a norte-americana seria apenas a 700ª melhor do mundo se jogasse no circuito masculino.

“Querido John, eu te admiro e te respeito, mas, por favor, me deixe de fora de suas declarações que não são baseadas em fatos. Nunca joguei contra ninguém ranqueado lá (no tênis masculino)”, escreveu Serena em seu Twitter.

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Projeto de Lei

Em janeiro deste ano, a Câmara dos Deputados começou a analisar um projeto que proíbe o oferecimento de prêmios de valores diferentes para atletas homens e mulheres (PL 8430/17). A proibição será válida nas competições em que haja o emprego de recursos públicos ou promovidas por entidades que se beneficiem desses recursos. A autoria da proposta é da deputada Gorete Pereira (PR-CE).

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; do Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Lado positivo

Um estudo realizado pela BBC, em junho de 2017, mostra que mais esportes remuneram homens e mulheres igualmente hoje nas categorias mais altas. O estudo da BBC Sport, encomendado pela 'Women's Sports Week' mostra 83% dos esportes recompensam homens e mulheres da mesma forma. Dos 44 esportes que pagam prêmios em dinheiro atualmente, 35 pagam prêmios iguais para ambos os sexos da mesma categoria. 

O foco da pesquisa de 2017 foram prêmios em dinheiro em campeonatos mundiais e eventos do mesmo patamar de importância, o que não inclui salários, bônus ou patrocínios.

Diferente de 2014, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez e comprovou que cerca 30% premiavam homens com remuneração maior do que a de mulheres.

Há exceção?

A nadadora Etiene Medeiros conversou com o LeiaJá e garantiu nunca ter passado por esse tipo de problema. Etiene foi a primeira mulher do país a conquistar uma medalha de outro em um Campeonato Mundial de Natação (tanto o de piscina longa quanto o de piscina curta) e em Jogos Pan-Americanos. Ela também é a recordista mundial dos 50 metros costas em piscina curta. 

“Na natação, nunca passei por isso. Só há premiação em dinheiro nas categorias adultas e são iguais para homens e mulheres. Mas defendo a igualdade. O esporte feminino está cada vez mais forte. Vejo isso no vôlei, mas as meninas batalham muito contra isso”, disse Etiene.

A nadadora afirmou não concordar com essas disparidades por causa do gênero. “Sou contra não só no esporte, mas em qualquer situação. Hoje a juventude está mais forte. Temos que batalhar”.

A pentatleta Yane Marques também conversou com o LeiaJá e afirmou que, em sua modalidade, ela desconhece casos deste tipo. “Na minha carreira toda, que foi na natação e no pentatlo. Na natação eu não cheguei a um nível técnico para ganhar premiação por competição, mas no pentatlo sim. Mas o cheque que recebíamos era por colocação e não por gênero. Então eu não vivi isso”. 

“O que eu espero é que essas premiações sejam iguais. Eu competia as mesmas cinco provas que os homens e fiz o mesmo esforço. E hoje, especialmente, o pentatlo tem sido tão bem representado no âmbito feminino quanto no masculino. Quando eu entrei, em 2003, era comum ter 100 homens e 50 mulheres, por exemplo. Hoje são 100 e 100. Mas mesmo quando tinha essa diferença, a premiação era a mesma”, completou Yane.

A diferença na participação e remuneração das mulheres no mercado de trabalho ainda existe, mas dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, revelam que os números aumentaram nos últimos anos. Segundo o estudo, a participação feminina passou de 40,85%, em 2007, para 44% em 2016.

E quando o assunto é ganho salarial a notícia também é positiva. Isso porque, no período analisado, a diferença salarial diminuiu de 17% para 15%. Em 2007, o rendimento dos homens era R$ 1.458,51 e das mulheres R$ 1.207,36. Já em 2016, a média salarial masculina era de R$ 3.063,33 e a feminina, R$ 2.585,44.

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Atualmente, o Distrito Federal é a única unidade da federação onde o rendimento das mulheres é maior do que o dos homens. O contrário acontece em São Paulo, onde foi registrada a maior diferença salarial entre gêneros. Conheça outros destaques revelados pela Rais:

Escolaridade 

- Mulheres são maioria entre os trabalhadores com ensino superior completo 

- Em 2016, elas representaram 59% dos profissionais com vínculo empregatício

Setores

- Equilíbrio ocorre apenas no setor de Serviços: 48,8% da participação é feminina e 52,2% é masculina

- Administração Pública é o único setor econômico em que as mulheres são maioria

Estados 

- Roraima (49,3%), Amapá (47%) e Acre (46,7%) são os estados com menor disparidade de participação no mercado de trabalho

- Alagoas e Pará têm a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres

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Os índices de violência contra a juventude, especialmente contra a juventude negra, levou a representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Marlova Jovchelovitch Noleto, a afirmar que o desenvolvimento de políticas públicas multissetoriais de proteção a jovens de 15 a 29 anos é mais que uma prioridade: é uma necessidade brasileira.

Dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, divulgados hoje (11) pela Unesco em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, reforçam a constatação de que são os jovens de 15 a 29 anos, negros, moradores das periferias e das áreas metropolitanas dos grandes centros urbanos, as maiores vítimas da violência. Com base na análise das ocorrências de 2015, os pesquisadores também concluíram que, em 26 das 27 unidades da federação, a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras nesta faixa etária do que entre as mulheres brancas.

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Nacionalmente, o risco de uma jovem negra ser vítima de homicídio é 2,19 vezes maior do que o de uma jovem branca. Desmembrando os dados, os pesquisadores identificaram que, no Rio Grande do Norte, o risco de assassinato para as negras desta faixa etária é 8,11 vezes maior que o de uma jovem branca.

“Esse resultado revela a necessidade de avançarmos na garantia dos direitos das mulheres e no combate à violência ligada à questão de gênero”, destaca a representante da Unesco em seu texto introdutório ao Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, reafirmando que, para superar essa situação, é necessário que o governo promova ações públicas coordenadas em áreas como educação, saúde, trabalho e geração de renda e oportunidades iguais para todos.

Divulgado em junho deste ano, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo mesmo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2017 já revelava que, em 2015, 31.264 das 59.080 pessoas assassinadas eram jovens entre 15 e 29 anos. Dentre eles, 71% eram negros e pardos e 92% do sexo masculino. O Atlas mostra ainda que, entre 2005 e 2015, a taxa de homicídios de mulheres brancas caiu 7,4%, enquanto a taxa de mortalidade de mulheres negras aumentou 22% no período.

Já o índice divulgado hoje reforça a constatação de que as taxas de homicídios de jovens não para de crescer desde a década de 1980, tendo atingido taxas endêmicas em 2015. A partir da metodologia empregada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o documento classifica as unidades da federação conforme a vulnerabilidade dos jovens à violência.

Vulnerabilidade juvenil

Considerando seis indicadores de 2015 (mortalidade por homicídio; mortalidade por acidentes de trânsito; frequência à escola e situação de emprego; níveis de pobreza e de desigualdade e a comparação entre o risco relativo a homicídios de negros e brancos), os pesquisadores classificaram 12 estados como de alta vulnerabilidade juvenil à violência: Alagoas, Ceará, Pará, Pernambuco, Roraima, Maranhão, Amapá, Paraíba, Sergipe, Amazonas, Piauí e Bahia.

Já o Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rondônia, Espírito Santo, Acre, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná foram classificados como localidades de baixa vulnerabilidade. As unidades de federação onde os jovens de 15 a 29 anos estão menos vulneráveis à violência são Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

Os pesquisadores também calcularam que, em 24 das 27 unidades da federação, as chances de um jovem negro morrer assassinado é maior que a de um jovem branco. As exceções são o Paraná, onde a taxa de mortalidade de jovens brancos é superior à de jovens negros; Tocantins, onde o risco é bastante próximo, e Roraima, que não registrou nenhuma morte de jovem branco no período analisado, o que impediu comparações.

A disparidade mais gritante foi registrada em Alagoas, onde um jovem negro tem 12,7 vezes mais chances de morrer assassinado do que um jovem branco. Em seguida aparece o Amapá, onde essa proporção é da ordem de 11,9 vezes. Na outra ponta da tabela, o risco relativo no Paraná e no Tocantins é de, respectivamente, 0,8 e 1,1 vez.

Na introdução do índice, o secretário nacional de Juventude, Francisco de Assis Costa Filho, disse que o diagnóstico dos problemas que afetam a população é importante para a criação de políticas públicas. “O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência tem esse objetivo - apresentar números e dados da violência contra a juventude, especialmente a juventude negra, para aperfeiçoamento da formulação de ações que levem em conta a realidade desses jovens.”

Apesar da evolução ao longo das últimas décadas, o Brasil ainda apresenta um quadro de desigualdade extrema. Em 2016, 1% da população de trabalhadores brasileiros com maior poder aquisitivo ganhava 36,3 vezes mais do que os 50% que ganham os menores salários. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na fatia dos 1% mais abonados, formada por apenas 889 mil pessoas, a renda do trabalho média mensal era de R$ 27.085. O rendimento médio dos 50% que recebiam os piores salários ficou em apenas R$ 747, abaixo do salário mínimo. Se considerados os 5% brasileiros com menores salários, a renda média era de míseros R$ 73 mensais. Segundo o IBGE, 4,445 milhões de trabalhadores estão nessa condição.

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"O Brasil é um dos países onde a desigualdade é das maiores do mundo, é uma das grandes mazelas. País nenhum vai crescer com base numa plataforma tão desigual", declarou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Renda per capita

Quando considerados os dados de renda per capita de todas as fontes, e não apenas o rendimento do trabalho - nesse cálculo, a renda disponível é dividida por todos os moradores do domicílio, incluindo os que não trabalham -, a situação é ainda mais grave. A renda média mensal per capita dos 5% brasileiros com menor poder aquisitivo era de apenas R$ 47,00 em 2016. A pobreza era ainda mais aguda no Norte e Nordeste, com R$ 38,00 e R$ 33,00, respectivamente.

O rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 1.242, contra uma renda média de R$ 2.149 se considerados apenas os trabalhadores. As regiões Norte e Nordeste apresentaram o menor valor: R$ 772, em ambas as regiões. A Região Sudeste teve o maior rendimento médio, R$ 1.537.

Índice de Gini

Com isso, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi estimado em 0,549 em 2016, pior do que o Gini com base no rendimento do trabalho, de 0,525. O indicador mede a desigualdade de renda - numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos. No Nordeste, o Gini da renda domiciliar per capita foi de 0,555. No Sul, ficou em 0,473.

"Quanto mais desigual a região, mais alto é o Índice de Gini. Então a região mais desigual é o Nordeste, sem dúvida, como já vinha sendo mostrado pela Pnad", lembrou Azeredo.

Perfil

Do total de 205 milhões de habitantes do Brasil em 2016, 124,4 milhões tinham algum tipo de rendimento, sendo que 87,1 milhões eram remunerados pelo trabalho que exerciam e 49,3 milhões recebiam renda obtida através de alguma outra fonte, fosse aposentadoria e pensão; aluguel e arrendamento; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador; ou outros rendimentos, categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança etc.

Em 2016, 13,9% da população recebia aposentadoria ou pensão; 2,4%, pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador; 1,8%, aluguel e arrendamento; enquanto 7,7% recebiam outros rendimentos.

O rendimento proveniente de aposentadoria ou pensão foi o mais elevado, em média (R$ 1.670), padrão observado em todas as regiões, sendo mais elevado no Centro-Oeste (R$ 2.064) e mais baixo no Norte (R$ 1.334). Os rendimentos provenientes de aluguel e arrendamento tinham valor médio de R$ 1.521; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador, R$ 516; e outros rendimentos, R$ 499.

A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita alcançou R$ 255,1 bilhões em 2016, mas os 10% mais bem remunerados detinham 43,4% desse bolo, fatia maior do que os 80% da população com os menores rendimentos (40,8%). Ou seja, apenas 12,4 milhões de pessoas ganhavam mais do que 99,2 milhões de brasileiros juntos.

A Comissão Europeia divulgou essa semana uma pesquisa que mostra a desigualdade salarial entre homens e mulheres no continente. O levantamento chamado de pesquisa Eurobarômetro, é feito desde 1973 e aponta que as mulheres europeias ganham, em média, 16,3% menos que os homens que ocupam os mesmos cargos.

Apesar da disparidade, 90% dos europeus disseram que é inaceitável que as mulheres tenham rendimentos menores e 64% apontaram que a divulgação dos salários masculinos é uma das maneiras de reverter o cenário. A União Europeia vai colocar em prática um plano para eliminar as desigualdades entre 2018 e 2019, que inclui o combate às diferenças salariais e a adoção de medidas que contribuam para o ingresso de mais mulheres na política dos países que compõem o bloco.

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Outro dado colocado é o fato de a mulher assumir as tarefas domésticas quase que de forma exclusiva. Entre os entrevistados, 73% acreditam que as mulheres dedicam mais tempo às atividades do lar do que os homens. As mulheres gastam 22 horas semanais com trabalho doméstico enquanto os homens passam 9 horas em atividades não-remuneradas.

Uma pesquisa realizada e divulgada neste ano pela empresa de auditoria e consultoria empresarial Delloite teve um resultado alarmante no que diz respeito ao preconceito contra as mulheres. Segundo o estudo "Women in the Boardroom" (Mulheres nas salas de reunião), apenas 15% dos cargos de chefia no mercado de trabalho do mundo inteiro são ocupadas por mulheres e, se considerar apenas o Brasil, o índice cai para 7,7%. Apesar do índice ainda ser muito baixo, foi registrado um crescimento desde o ano de 2015, quando somente 12% das vagas pertenciam a mulheres. 

Para a deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ), uma das explicações para a baixa representatividade feminina nos cargos de chefia pode ser a gravidez. A opinião dela é reforçada por outro estudo, realizado empresa MindMiners, que apontou que quase 50% das mulheres brasileiras já se sentiram discriminadas em seleções de emprego por ter filhos ou desejar engravidar, enquanto 37% acreditam que já perderam alguma chance de promoção por causa da maternidade. 

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Segundo dados do Plano Nacional de Qualificação, do ministério do Trabalho e Previdência Social, no Brasil, as mulheres são maioria em universidades e cursos de qualificação. Elas também dominam a população que conclui o ensino médio ou tem o nível superior incompleto.

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A igualdade entre homens e mulheres teve um recuo no último ano pela primeira vez, de acordo com o Relatório de Desigualdade Global de Gênero elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O documento foi divulgado na noite de ontem (2) e mostra uma queda de 11 posições para o Brasil, motivada pela escassa participação feminina na política.

Itens como acesso à saúde, educação, oportunidades econômicas e atividade política são levados em conta para o levantamento e indicam que, no ritmo atual, seriam necessários mais de 100 anos para acabar com a desigualdade de gênero no mundo todo. Até a divulgação do relatório de 2016, a expectativa era de 83 anos. Quando se trata de emprego e renda, a previsão passa a ser de 217 anos para que homens e mulheres tenham oportunidades e salários iguais.

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Em 2006, pior desempenho nacional já registrado, o país despencou 23 posições. Com a queda de 11 posições no relatório atual, o Brasil ocupa a 90ª posição e fica atrás de países como Bolívia Nicarágua. Este último registra as condições mais favoráveis às mulheres na América Latina, ocupando o sexto lugar.

“Em 2017, não deveríamos estar vendo um progresso em direção à paridade de gênero ser revertido”, declarou a chefe de Educação, Gênero e Trabalho do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi. De acordo com ela, alguns países já entenderam como as dificuldades sociais atrapalham a economia e o desenvolvimento de uma nação e estão tomando medidas mais enérgicas para melhorar a situação.

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