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'Acho que é bom a gente esquecer quem governou esse país até o dia 31 de dezembro', disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um seleto grupo de políticos em reunião na última quinta-feira, 8, no Palácio do Planalto, em referência a Jair Bolsonaro. A pregação do petista aos aliados que integram o conselho da coalizão de governo, contudo, tem sido descumprida por ele próprio. Dos 16 discursos oficiais feitos por Lula desde a posse em 1º de janeiro, em 14 oportunidades houve alusões ou menções diretas ao antecessor Jair Bolsonaro (PL), a quem já se referiu como 'genocida', 'irresponsável', 'desumano', 'insensato' e até mesmo como 'o coisa'.

O Estadão analisou todos os discursos de Lula disponibilizados pelo Palácio do Planalto e identificou que a gestão Bolsonaro está entre as pautas centrais do petista, que investe na retórica ofensiva ao antecessor seja em eventos de lançamento de projetos do governo ou em cerimônias mais descontraídas com aliados de movimentos sociais. O levantamento também indica que, apesar de o ex-presidente ser o alvo preferencial de Lula, é a correligionária Dilma Rousseff (PT) a pessoa mais mencionada em suas apresentações.

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A ex-presidente petista foi citada por Lula de forma elogiosa 17 vezes em 8 eventos que contaram com discursos presidenciais. Uma das oportunidades em que elogiou Dilma foi para dizer que, tanto no seu governo e como no da companheira de partido, "foi bom para o mercado" ter o "povo vivendo dignamente". O petista também já se referiu publicamente ao impeachment da ex-governante como "golpe".

Em outro momento, Lula reduziu as vaias contra a Dilma na abertura da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a uma "classe média alta que conseguiu ter acesso" ao evento.

A defesa de Lula à companheira de partido é um dos fatores que tensionam a relação do governo com os militares. Integrantes das Forças Armadas das mais variadas patentes convergem em ataques ao governo Dilma por, dentre outras medidas, ter apoiado e sancionado a lei que instalou a Comissão da Verdade, cujo objetivo foi apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar.

Apesar das sabida ojeriza dos militares à Dilma, Lula já chegou a dizer que as Forças Armadas nunca criaram problemas em seu governo e "não criaram com a Dilma também".

Se com a aliada de partido há menções recorrentes, Lula citou nominalmente o oponente Bolsonaro apenas 10 vezes. Ao se referenciar ao antecessor, o petista opta por adjetivos e alusões. Figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, chegam a ser muito mais mencionados que Bolsonaro, com 11 e 14 citações respectivamente.

Uma das ocasiões em que Lula citou o nome do antecessor foi num café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, onde disse que "o Exército de Caxias foi transformado no Exército de Bolsonaro". Para Lula, o aparelhamento da força terrestre foi negativo, sobretudo, porque "todo mundo conhecia o passado do Bolsonaro" como "um cidadão expulso do Exército" por tentar "explodir o quartel".

O número menor de citações diretas ao nome de Bolsonaro, no entanto, não o eximem dos ataques velados de Lula. O petista disse em viagem ao Rio de Janeiro que nunca imaginou "que um presidente da República fosse capaz de mentir, descaradamente, sobre os benefícios da vacina". No discurso de posse no Congresso, Lula disse que o País vivenciou o 'paradoxo' de ter o Sistema Único de Saúde (SUS) preparado para lidar com emergências sanitárias, mas sofrer com os piores resultados da pandemia de covid-19 por causa da "atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida".

"Tudo que a gente fizer para melhorar a vida do nosso povo, tem que ser tratado como investimento! E é pra isso que me dispus a enfrentar esse genocida, ganhar as eleições, para que a gente mude outra vez a história do Brasil", disse Lula na cerimônia de posse da presidente da Caixa Econômica Federal, novamente em alusão ao período da pandemia gerido por Bolsonaro.

"Bem, então, para ficar parecendo intelectual, eu vou colocar meus óculos e a Janja vai retirando as páginas aqui", disse Luiz Inácio Lula da Silva, anunciando que iria ler seu discurso de vitória, no último dia 30. Aos prantos, a mulher do recém eleito presidente o ajudava a manusear uma pequena pilha de papéis. Desde que se lançou candidato, Lula recorreu a discursos lidos em momentos cruciais, quando busca passar uma mensagem clara, sem correr o risco de produzir falas desastradas - quando, por exemplo, se manifestou em encontro com aliados a favor de aumento de gastos e contra a "tal da estabilidade fiscal", provocando estresse no mercado financeiro.

O trabalho de elaboração dos textos é coletivo, mas é um escritor mineiro radicado em Brasília o responsável por colocar em palavras as sugestões variadas que recebe e dar ao pronunciamento "a alma de Lula", como diz um dos assessores próximos. José Rezende Jr. - ou apenas Rezende - é, segundo quatro pessoas próximas a Lula ouvidas pelo Estadão, a peça crucial na ampla engrenagem de comunicação do presidente eleito.

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Quem dita a embocadura do discurso é Lula. Ele também cita, de cabeça, dados e informações que deseja ver contempladas. Para o pronunciamento da vitória, por exemplo, pediu uma mensagem de união, pacificação, não revanchista e com indicativos de que governaria para todos os brasileiros e não apenas para seus eleitores. Atribui-se a Rezende a expressão que condensa a mensagem pretendida por Lula e dita na noite da vitória: "Não existem dois Brasis". O marqueteiro Sidônio Palmeira, que trabalhou na campanha do petista, também ajudou a escrever o discurso do dia da vitória.

O petista tem sempre um discurso previamente preparado, mesmo quando o descarta. Costuma fazer a última leitura do texto no carro ou no avião, no trajeto para o local de pronunciamento, e opta por improvisar na hora. Os momentos em que opta pela leitura de sua fala são momentos solenes, segundo o seu entorno, quando ele acredita que o discurso irá reverberar para outros públicos e, possivelmente, entrar para a história.

No domingo 30 de outubro, durante os primeiros minutos de discurso lido, Lula afirmou "esta não é uma vitória minha ou uma vitória do PT", em uma toada que o levaria a pregar a união dos brasileiros, rachados politicamente na eleição mais acirrada da história.

Ele já tinha optado pela leitura do discurso em outro momento: o lançamento da chapa com Geraldo Alckmin (PSB), no dia 7 de maio, em São Paulo. Na ocasião, parte da plateia conversava enquanto Lula discursava, o que não é comum quando o petista improvisa no palco. Apesar do burburinho, ele seguiu com os olhos fixos nas folhas de papel à sua frente. A missão de Lula era clara: falar que sua união com Alckmin mirava a construção de uma frente ampla de centro - e ser ouvido para além da militância que o assistia no Expo Center Norte.

Também preferiu ler a improvisar na COP-27, seu primeiro pronunciamento internacional depois de eleito, e já tinha feito isso em dezembro de 2021, diante do Parlamento Europeu.

Quando estava na Presidência, Lula contava com uma equipe de quase dez pessoas para elaborar seus discursos. Uma delas era Rezende. Segundo pessoas ligadas ao presidente eleito, o escritor se voluntariou para ajudar novamente a redigir comunicações de Lula quando ele foi preso durante a Operação Lava Jato. Uma vez solto, Lula continuou a contar com a ajuda do escritor e jornalista.

Ganhador de um Jabuti em 2010 na categoria de contos e crônicas pelo livro Eu Perguntei pro Velho se ele Queria Morrer, o escritor e jornalista passou por redações de grandes veículos do País até se dedicar à literatura. Seu último livro, "Fábula urbana", publicado em 2019, recebeu elogio público de Lula. No twitter, o presidente eleito escreveu que a obra, "do amigo José Rezende Jr", é a história de um menino pobre que pede livro em vez de esmola". "Nos faz refletir sobre o Brasil que queremos: um país onde a cultura seja tratada com prioridade. Indico a leitura", disse Lula.

Equipe

O responsável pela comunicação do presidente, José Chrispiniano, é quem coordena o trabalho de elaboração dos discursos e também trabalha nos textos. Participam ainda da discussão sobre a linha a ser seguida o ex-ministro Franklin Martins, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que foi um dos coordenadores da comunicação de campanha de Lula, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e Luiz Dulci, que por anos foi o responsável pela elaboração dos discursos do petista.

Aliados de outras áreas compartilham uma minuta para subsidiar o pronunciamento. O ex-chanceler Celso Amorim, por exemplo, envia informações que devem ser incluídas sobre política externa. Marina Silva e Izabella Teixeira, dados sobre a questão ambiental. Quando um material chega bem escrito, acaba aproveitado quase na íntegra. Rezende ajuda a montar o quebra-cabeças, sob a batuta de Chrispiniano. Lula lê com atenção e com frequência devolve para reelaboração, várias vezes, até chegar no ponto que deseja.

 

Após falas, transmitidas na noite desta sexta-feira (31), sobre passaporte vacinal e críticas às medidas adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou a Bahia e parte de Minas Gerais, que sofrem com enchentes.

No discurso, Bolsonaro afirmou que ministros elegidos por ele estão dando o suporte necessário às vítimas dos dois Estados. “Lembro agora dos nossos irmãos da Bahia e do norte de Minas Gerais, que nesse momento estão sofrendo os efeitos de fortes chuvas na região", iniciou.

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"Desde o primeiro momento, determinei que os ministros João Roma e Rogério Marinho prestassem total apoio aos moradores desses mais de 70 municípios atingidos", disse próximo a finalizar o pronunciamento. 

A postura do chefe do Executivo, diante dos acontecimentos na Bahia, é alvo de críticas. De férias em Santa Catarina, ele, recentemente, recusou ajuda humanitária oferecida pela Argentina. Até o momento, as enchentes já contabilizam cerca de 91 mil desabrigados e, pelo menos, 24 mortes.

A oportunidade de fazer os primeiros discursos na Câmara movimentou a manhã dos deputados nesta terça-feira (5). Muitos foram cedo à Secretaria-Geral da Mesa para se inscreverem na lista de oradores. No total, 105 deputados haviam pedido para falar até a abertura dos trabalhos, às 14h.

O primeiro a inaugurar o púlpito foi o deputado Marcon (PT-RS). Depois dele, seus correligionários, Benedita da Silva (PT-RJ) e João Daniel (PT-SE) usaram o microfone. Além deles, outros 55 deputados se inscreveram para falar no chamado "pequeno expediente", que é quando o parlamentar tem 5 minutos para discursar.

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Vinte líderes também pediram espaço para discursar. Eles têm, porém, apenas um minuto para falar. Outros 25 parlamentares falarão no chamado "breves comunicados", em que têm 3 minutos para seus discursos. Apenas dois deputados escolheram o chamado "grande expediente" e poderão discursar por 25 minutos. Um deles será o deputado João Roma (PRB-BA).

Historicamente, deputados participam deste tipo de sessão porque seus discursos são gravados pela TV Câmara e ficam disponíveis para o parlamentar reproduzi-los em suas redes sociais ou em veículos de mídia de seus redutos eleitorais.

Enquanto a Câmara realiza sua primeira sessão de plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está reunido com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Coube à deputada Geovânia de Sá (PSDB-SC) comandar os trabalhos. Nesta terça-feira, a sessão é não deliberativa, ou seja, nenhuma votação será realizada.

O cantor Danniel Lima fará o set musical deste sábado, 1º de dezembro, na Casa do Fauno, a partir das 22 horas. O show (R)Existência, uma performance-manifesto, terá no repertório músicas de protesto que marcaram a MPB, canções de amor que tematizam a homossexualidade e também composições próprias e de novos autores. O ingresso custará R$ 20,00.

O formato é acústico. Danniel Lima terá a companhia de André Andrade ao violão e André Guilherme, na bateria e percussão. Haverá participações especiais também: André Leemax, que iniciou a carreira artística nos anos 1990 e agora volta aos palcos com força e ativismo total; Lenno Ávila, que é cantor/ator de musicais, dono de uma voz extraordinária; e Ross Cley Lima, ex-cantor gospel.

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Entre clássicos de Ney Matogrosso, Cazuza, Cássia Eller e até mesmo Wanderleia, e composições suas e de gente nova como Caio Prado, Danniel Lima elabora seu discurso sobre o momento presente e a intolerância que grassa no País e no mundo. “A arte sempre cutucou feridas e provocou debates”, ele diz. “E eu quero falar, sim, desse falso moralismo que rola por aí, dos preconceitos, do uso seletivo de palavras como Deus, por exemplo, para pregar a intolerância.”

Danniel Lima observa que, no atual momento político do País, o discurso do preconceito foi validado com a ascensão das alas mais conservadoras e reacionárias da sociedade ao poder. Daí, para ele, a necessidade imperiosa de (R)Existir. E de transformar resistência, e a própria existência daqui pra frente, em arte. “Percebo cada vez mais que não basta mais falar sobre isso apenas nas minhas redes sociais e na minha bolha, no meu mundinho. É preciso ampliar minha voz, usar o meu canto e a minha arte pra discutir essas questões. É o que faço no show: cantar a todos que existimos, resistimos e (R)existiremos sempre. Ninguém vais nos calar. Ser gay, como eu, nesse país, já é um ato de resistência”, afirma.

Musicalmente, Danniel Lima revela que gosta de tudo e toca de tudo: MPB, rock, brega, xote, reggae. Sua playlist, no celular, vai de Maria Bethânia a Anitta. Conta que recentemente ouviu um funk que diz “Não vem me rotular, não caibo em caixa direito” e se identificou profundamente com a letra. “Mas não me defino como eclético. Acho a palavra um tanto pejorativa. Já pop é um papo muito radiofônico. Então prefiro dizer que faço, simplesmente, arte”, comenta o artista.

Serviço

Show: (R)Existência

Artista: Danniel Lima

Local: Casa do Fauno

Endereço: Rua Aritistides Lobo, 1061, Reduto, Belém

Data e hora: sábado, 1º de dezembro, 22h

Ingresso: R$ 20

Informações: (91) 99808-2322

Da assessoria do evento.

 

Ativistas ligados à organização Memory Gaps lideram um movimento para demolição de uma sacada, construída em 1938, para Adolf Hitler discursar. A sacada faz parte de um edifício histórico que atualmente pertence à prefeitura de Viena, na Áustria.

A varanda, construída às pressas para Hitler discursar, foi remodelada para ficar de acordo com a fachada neogótica do edifício. Para os ativistas, além do peso da origem de sua construção, a obra não combina com a linha arquitetônica da torre principal.

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De acordo com a imprensa austríaca, as autoridades do país foram surpreendidas com o pedido dos ativistas. Não há consenso sobre a proposta; muitos defendem a manutenção da varanda por motivações históricas.

A diretora da comissão responsável por pesquisar e devolver bens roubados pelos nazistas, Eva Blimlinger, disse que, como tudo o que resultou do nacional-socialismo, a varanda também faz parte da história.

A relação da Áustria com seu passado nazista continua sendo uma questão difícil, ainda mais com a legenda de extrema direita Partido da Liberdade (FPÖ) que assumiu o governo no ano passado.

*Com informações da Deutsche Welle, agência pública de notícias da Alemanha.

O Partido dos Trabalhadores (PT) já não deve mais afirmar que Luiz Inácio Lula da Silva será novamente o presidente do país, após Fernando Haddad (PT) ter sido oficializado como candidato a presidente pela legenda. No entanto, o nome do líder petista deve continuar tendo um peso importante durante a campanha eleitoral. 

Para se ter uma ideia, durante a primeira agenda oficial como candidato, nesta quinta-feira (13), Hadda citou o nome de Lula uma vez a cada 22 segundos em três discursos. De acordo com o jornal O Globo, foram cerca de 11 minutos de falas e 31 menções ao ex-presidente, sem contar referências como “ele” e “presidente”. 

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Durante caminhada na cidade de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, Haddad utilizou uma camisa vermelha com a foto e o nome de Lula. Em seu pronunciamento, garantiu que Lula iria ganhar a eleição no primeiro turno, caso não tivesse sido impedido de participar da disputa. Mesmo assim, se mostrou animado e confiante. “Nós vamos ganhar essa eleição e vamos botar esse povo para correr”, falou. 

Fernando Haddad também disse que teve a honra de “ser ministro da Educação do Lula” por seis anos e salientou que “nunca ninguém superou o que o Lula fez ao povo brasileiro”. 

As lideranças sindicais e de movimentos sociais que discursam em frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC acabam de mudar o tom de suas falas. Até poucos momentos antes da 17 horas, horário em que se encerrou o prazo para Lula se entregar à Polícia Federal, pregavam a resistência ao mandado de prisão e a desobediência civil, mas estão agora dizendo que o petista não está desrespeitando a lei.

De acordo com os líderes, Lula está em lugar público, certo e é sabido. "Nós não enfrentamos a lei. Aquele juiz de Curitiba [Sérgio Moro] deu ao presidente Lula a opção de se apresentar em Curitiba", disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman.

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Gleisi falou para a militância em nome de Lula. Ela agradeceu o apoio de todos e disse que Lula não se entregou não foi para afrontar e desrespeitar a lei, mas para mostrar que "não somos gado que vai quieto para o matadouro".

Os deputados economizaram mais palavras na sessão que barrou a continuidade da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, na semana passada, do que nas ocasiões em que votaram o parecer da primeira e o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nas transcrições do Departamento de Taquigrafia da Câmara, foram, em média, 162 caracteres contra 190 caracteres da primeira denúncia e, durante a sessão do impeachment, o número atingiu 314. Além disso, a média dos discursos da base aliada de Temer foi 2,5 vezes mais curta do que a da oposição.

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As palavras mais usadas pelos governistas, de acordo com as transcrições, foram "emprego", "estabilidade" e "crescimento". Já a oposição citou mais os termos "povo", "quadrilha" e "corrupção".

O formato conciso surge enquanto os índices de reprovação de Temer batem recordes. Segundo dados de setembro do Ibope, em pesquisa contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 3% da população considera o governo Temer bom ou ótimo.

"Os deputados se viram na situação constrangedora de absolver um presidente muito impopular entre seus eleitores. Tarefa difícil, da qual queriam se desvencilhar da maneira mais rápida e discreta possível", disse o cientista político Maurício Santoro, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A votação pela abertura do processo de impeachment de Dilma, em contraste, foi realizada em um domingo, quando a maior parte do eleitorado acompanhava a sessão pela televisão. "Aqueles minutos de justificativa do voto eram uma rara tribuna nacional para muitos deputados, sobretudo os do chamado 'baixo clero'. Uma oportunidade única para que eles se mostrassem para todo o Brasil", afirmou Santoro.

Controle

As votações das denúncias contra Temer também foram marcadas pelo rigor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na hora de controlar o microfone. Diferentemente do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que presidiu a votação do impeachment em 2016, Maia cortou o som durante alguns discursos.

Para o cientista político Francisco Paulo Jamil Marques, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a atitude do parlamentar não é por acaso. "A condução de uma sessão que envolve denúncia contra o chefe do Executivo é sempre algo bem planejado. Logo, cercado de estratégias", afirmou Marques. Cunha era da oposição e um dos articuladores do impeachment, enquanto Maia é considerado aliado de Temer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a promessa de “reorganizar” o país, o presidente Michel Temer (PMDB) completa nesta sexta-feira (12) um ano à frente do Palácio do Planalto. O peemedebista assumiu interinamente a gestão em maio de 2016, após o Senado acatar a admissibilidade do processo de impeachment e afastar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) das atividades presidenciais, e foi nomeado oficialmente ao posto em 31 de agosto. 

Naquele momento, o país passava por uma grande instabilidade na economia e na política, mas mesmo em meio à resistências de um lado e articulações de apoio do outro, durante os últimos doze meses o peemedebista conseguiu levar o seu plano à diante. O que provocou, com uma maioria de medidas impopulares, uma rejeição da atuação dele. Segundo recentes pesquisas do Datafolha o índice atual de reprovação dele é de 61% no país, em Pernambudo o dado ainda é maior, 91%

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Apesar disso, pregando que deseja ser lembrado como “o presidente das grandes reformas” e frisando sempre não ter medo de ser impopular, neste primeiro ano Temer encabeçou como principal linha de atuação as concretização das reformas trabalhista e previdenciária, que agora passam pelo crivo do Congresso Nacional. 

A primeira já foi aprovada na Câmara dos Deputados e tem como “espinha dorsal”, entre as alterações na atual Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a prevalência do acordado sobre o legislado, ou seja, para alguns itens - como a concessão das férias - as negociações entre patrão e empregado vão passar a ter maior prevalência do que a lei. 

Já a reforma da Previdência, por sua vez, está pronta para ser avaliada no Plenário da Câmara e tem exigido um esforço maior do governo para convencer os parlamentares a votarem a favor do matéria. Isto porque as regras propostas por Temer são mais rígidas que as atuais e têm enfrentado uma resistência maior da sociedade, apesar da tese de que há um déficit bilionário nas contas do setor. 

Entre as mudanças, estão o aumento da idade mínima para a aposentadoria, 65 anos para homens e 62 para mulheres, e do tempo de contribuição, 25 anos para 70% de benefício e 40 anos para o valor integral. 

Seguindo a linha das reformas, Temer também tomou para si o protagonismo em mudanças nas regras do Ensino Médio no país e tem organizado propostas para revisar a questão tributária. 

Outras medidas e afagos aos brasileiros

Nos primeiros meses de governo, ainda como interino, o presidente estabeleceu uma nova meta fiscal para 2016 prevendo um déficit de R$ 170,5 bilhões para o ano; conseguiu estabelecer um limite de gastos para a administração pública nos próximos 20 anos e a partir de 2018, os gastos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Medidas impopulares à parte, Michel Temer também fez afagos a população brasileira. Ele conseguiu prorrogar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023, ampliando de 20% para 30% o percentual pode ser remanejado da receita de todos os impostos e contribuições sociais federais para o gasto do governo. 

Além disso, liberou os saque de contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) inativas até dezembro de 2015. Para, segundo ele, incentivar a retomada do crescimento na economia nacional. Os saques podem chegar a R$ 30 bilhões. 

E no fim de 2016, editou a Medida Provisória 753, que deu um novo fôlego as contas das gestões municipais e estaduais, ao partilhar com os entes os recursos arrecadados com a multa do programa de repatriação. De acordo com a Receita Federal, foram regularizados aproximadamente R$ 170 bilhões que estavam no exterior, e não eram declarados. Com a entrada desse valor no País, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 23,4 bilhões de Imposto de Renda e R$ 23,4 bilhões de multa. 

Gafes e discursos machistas

Apesar da boa retórica, o ano do presidente Michel Temer também foi marcado por gafes em posicionamentos diante de situações delicadas no país e discursos dotados de machismo. Um dos casos que chamou a atenção de todo o país foi a postura dele diante do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, que deixou 56 presos mortos. O presidente se manifestou após cinco dias do incidente e classificou a rebelião como um “acidente pavoroso”. 

No quesito participação feminina na sociedade, ao discursar em uma cerimônia que comemorava o Dia Internacional das Mulheres, em março, Temer disse que a mulher era importante para a economia brasileira. Na ocasião, ele justificou o argumento explicando que ninguém melhor do que ela para detectar variação de preços no supermercado. 

Já em entrevista recente ao apresentador Ratinho, do SBT, Temer afirmou que a solução para a crise no país era 'o governo ter marido'. 

Em seu discurso na sessão do Senado de pronúncia do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que existe uma aliança política "com cheiro de golpe" contra a presidente afastada. "Onde está o crime que a presidenta cometeu?", questionou. Rocha lamentou a votação e afirmou que hoje é um dia ruim para a democracia. "A democracia está indo pra o ralo (...) A briga não é só pela retomada do governo da presidenta Dilma. É pela retomada da democracia."

Sem declarar o voto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu a convocação de novas eleições, reforçando o discurso do partido de "nem Dilma, nem Temer". "O que mudou no Brasil nesses três meses? O bem mais comum na mesa do brasileiro, o feijão, teve um aumento de dez reais o quilo", criticou, referindo-se ao período em que o presidente em exercício Michel Temer assumiu provisoriamente o comando do Executivo.

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"A que serve este processo de impeachment? Na prática, como um ato contínuo de retirada de direitos dos trabalhadores. Eu não canso de destacar, já tentaram me convencer do contrário mas não conseguiram, os chamados decretos de suplementação orçamentária foram assinados pela presidente Dilma e pelo presidente interino. Se a presidente tem que ser afastada, o presidente interino tem que ser quatro vezes afastado", refletiu.

Já o senador Reguffe (sem partido-DF) reafirmou o seu voto a favor do impeachment. "Meu voto é a favor do julgamento. Meu voto é a favor da finalização do processo do impeachment", declarou. Em sua fala, o parlamentar acusou o governo Dilma de desrespeitar a Constituição e gastar mais do que era permitido.

"No Estado democrático de direito, o governante não tem uma carta em branco para fazer o que quiser. Ele precisa respeitar a Constituição Federal", disse. "Um governo não pode gastar mais do que arrecada. Isso para mim é princípio. Quando o governo gasta mais do que arrecada, quem paga a conta é o contribuinte, no aumento de impostos", avaliou.

O principal candidato do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados, Marcelo Castro (PI), preferiu não tratar da disputa entre Dilma Rousseff e Michel Temer em seu discurso. O deputado foi ministro de Dilma e é visto pela oposição como uma reação a Temer, sendo o candidato favorito do PT.

Em defesa da Câmara como instituição, Castro afirmou que iria dialogar com todos os partidos. "Nenhum partido, nenhuma pessoa será discriminada, será excluída. Não tomarei nenhuma decisão arbitrária ou personalística", afirmou.

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O deputado também falou sobre a importância da Câmara se recompor diante da sociedade. "Precisamos vestir aqui, humildemente, as sandálias da humildade. Precisamos conquistar a confiança, o respeito da sociedade, para que a sociedade brasileira não nos envergonhe em manifestações populares com aquelas plaquetas 'vocês não nos representam'", disse.

Carlos Manato

Em discurso performático, o deputado Carlos Manato (SD-ES) rasgou o texto preparado por sua assessoria e disse que, em sua plataforma de campanha, defende que deputados trabalhem de segunda a sexta-feira. "Eu vim propor a vocês uma coisa diferente. Que segunda-feira, quinta-feira a tarde, sexta-feira à tarde, eu venha trabalhar. Eu vou receber o povo", disse.

O Solidariedade não reconhece Manato como candidato do partido e ele conta apenas com seu próprio apoio. O deputado disse, aos gritos, que a votação é secreta, e que todos podem votar à vontade em quem quiser, sem precisar prestar contas aos líderes de bancada depois.

Fábio Ramalho

Candidato alternativo do PMDB, o deputado Fábio Ramalho (MG) criticou em seu discurso o que chamou de "interferência" do Supremo Tribunal Federal (STF) no Legislativo.

"Não podemos considerar normal que o Judiciário interfira tanto no Congresso como vimos acontecer ultimamente. Não podemos mais aceitar que apenas os líderes partidários decidam os rumos dessa Casa", protestou o deputado.

Candidata à presidência da Câmara dos Deputados, Luiz Erundina (PSOL-SP) fez um discurso de ataque à base do presidente em exercício, Michel Temer. A deputada criticou "aqueles que tomaram o mandato da primeira presidente da República" e fez do seu discurso uma defesa às mulheres. Erundina também é candidata à prefeitura de São Paulo.

"Destaca-se o fato de que esses mesmos inimigos do povo terem tomado de assalto o mandato da primeira mulher à Presidência da República e passassem a saquear o patrimônio público, que de um dia para o outro passa para as mãos do capital", afirmou Erundina ao relembrar que a Câmara também nunca teve uma presidente mulher.

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"Esta eleição é uma grande oportunidade para a Câmara dos Deputados pagar uma dívida histórica com as mulheres brasileiras. Em 192 anos de legislatura no Brasil, nenhuma mulher ocupou a presidência dessa Casa", relembrou.

Também não faltaram críticas ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para a deputada, a eleição de hoje é uma oportunidade da instituição se recompor diante da sociedade.

"Qualquer que seja o resultado, essa sessão será um marco na história política recente desse país. O que aqui está em disputa não são os nomes para substituir um presidente que é réu. O que está em jogo é a instituição Câmara, que poderá sair daqui hoje com a possibilidade de resgatar sua imagem diante da sociedade brasileira", afirmou.

Erundina também defendeu que a Câmara abra seu espaço para a população. "Na nossa presidência, o povo ocupará livremente o espaço a esse poder. Os portões e grades de ferro que impedem o acesso à Casa do Povo serão retirados", disse.

Cristiane Brasil

Antes de Erundina, a candidata Cristiane Brasil (PTB-RJ) se colocou abertamente contra o aumento de impostos, uma pauta que é considerada pela equipe econômica de Michel Temer. "Eu serei contra o aumento de impostos e de gastos públicos em minha gestão", afirmou durante seu discurso.

Cristiane também defendeu que se candidata para representar as mulheres no parlamento. "Sou uma candidata mulher, ficha limpa, e alinhada ao conceito do vetor da mudança", disse.

A deputada afirmou que gostaria de ser um "elo" entre os diversos setores da Casa. "Devemos equilibrar a nossa participação, a participação feminina no Congresso Nacional. Devemos equilibrar o diálogo entre situação e oposição nesta Casa, respeitando a opinião das minorias."

Giacobo

O candidato Giacobo (PR-PR) afirmou que vai se colocar contra "tudo o que está errado" e defender a importância da Casa. "Vou sempre me somar ao combate do que está errado e que deve ser combatido. Mas jamais vou deixar de lado a importância desta Casa, louvando a maioria, como sempre defendi", disse o deputado.

Giacobo reclamou que muitas vezes o Legislativo é tido como culpado por qualquer crise pela qual passa o País. "Todas as mazelas do País são muitas vezes jogadas nos lombos desse poder."

O deputado relembrou que está em seu quarto mandato, mas que segue todos os dias com o mesmo sentimento da primeira vez em que foi eleito. Para ele, a presidência da Câmara seria a "maior missão" de sua vida.

Miro Teixeira

Já o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) iniciou seu discurso assumindo que tem consciência de que pode ser o último colocado na disputa. "Me inscrevi nessa disputa como aquele maratonista que deseja correr os 40 km, mas sabe que pode chegar em último, ou em penúltimo", disse o deputado na abertura de seu discurso. Segundo o deputado, ele não poderia deixar de participar da eleição depois do pedido de "diversas pessoas de fora da Câmara".

O deputado discursou em favor da Câmara como instituição e defendeu o protagonismo do Legislativo como o órgão que tem o papel de discutir as demandas da sociedade. Em sua despedida ao fim do discurso, Miro Teixeira desejou "muito sucesso" ao candidato que será eleito.

Evair Vieira de Melo

Em seu discurso, o candidato Evair Vieira de Melo (PV-ES) se apresentou como uma alternativa de mudança no cenário político. Ele relembrou os escândalos de corrupção e a crise institucional política, mencionando que a operação Lava Jato chegou à Mesa Diretora da Câmara.

"A nossa Câmara clama por mudanças urgentes. É o momento de nos livramos dos vícios nefastos embutidos na política e nos políticos brasileiros. É hora de dar espaço para novos pensamentos e novos ideais", disse.

Durante o discurso, Evair também defendeu que houvesse um corte de 20% nos gastos da Câmara dos Deputados.

Confira a ordem dos discursos dos candidatos à presidência da Câmara:

1. Rodrigo Maia (DEM-RJ)

2. Evair Vieira de Melo (PV-ES)

3. Miro Teixeira (Rede-RJ)

4. Giacobo (PR-PR)

5. Cristiane Brasil (PTB-RJ)

6. Luiza Erundina (Psol-SP)

7. Fabio Ramalho (PMDB-MG)

8. Carlos Manato (SD-ES)

9. Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO)

10. Marcelo Castro (PMDB-PI)

11. Rogério Rosso (PSD-DF)

12. Gilberto Nascimento (PSC-SP)

13. Esperidião Amin (PP-SC)

14. Orlando Silva (PCdoB-SP)

Em sequência, quatro senadores discursaram em plenário a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse que o dia "não é de festa ou celebração", mas que o afastamento de Dilma é necessário "para retomar o crescimento e o desenvolvimento do País, que não suporta mais retrocessos."

"Não há mais tempo para errar e nem a perder", disse Alcolumbre. "Profundas reformas deverão ser implementadas, bem como medidas emergenciais", sugeriu.

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O senador Ciro Nogueira (PP-PI), por sua vez, disse que até tentou buscar uma solução "menos dolorosa", mas que o "esgotamento" do governo Dilma o levou a se decidir pela admissibilidade do processo. "A margem expressiva da votação na Câmara foi consequência e não causa desse esgotamento."

Nogueira afirmou que Dilma "não tem base mínima de apoio" e que isso é um "entrave ao pleno desenvolvimento do Brasil". "Torna-se aflitivo quando tal debilidade vem junto a uma crise econômica de enormes proporções, situação em que os governos devem ser ainda mais fortes", afirmou o pepista.

Apesar de votar contra Dilma, Nogueira elogiou o ex-presidente Lula. "Deixou boas recordações e um legado de políticas sociais que significaram muito para o povo do Piauí. Não deixa de ser um momento triste encerrar um ciclo que começou com ele", lamentou.

Próximo a falar, o senador Ivo Cassol (PP-RO) usou quase todo o seu tempo de fala para elogiar a fosfoetanolamina, a chamada "pílula do câncer", e parabenizou Dilma por ter sancionado, em abril, a liberação da substância. Mas, no fim, votou pela admissibilidade do processo. "A partir do momento em que um governo perde credibilidade, ele não reconstrói", justificou.

Benedito de Lira (PP-AL) também votou a favor do afastamento de Dilma. "Vivemos um momento único de nossa história. A atual crise é palpável, pode ser sentida minuto a minuto", afirmou.

Presidente da comissão especial do impeachment, o senador Raimundo Lira (PMBD-PB) se manifestou já na manhã desta quinta-feira (12) pela admissibilidade do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Em uma fala breve, disse que não iria entrar no mérito da denúncia.

No início da fala, ele destacou que procurou conduzir a comissão sob um comportamento suprapartidário e imparcialidade na condução dos trabalhos, voltando a dizer que seu objetivo era "não permitir que a maioria (oposição) esmagasse a minoria (governo)".

Imediatamente antes, outro peemedebista também anunciou voto pela abertura do processo. "O voto que farei nesta manhã não é pelo impeachment da presidente da república, mas pela admissibilidade do processo proposto. A votação de hoje não encerra o processo. Na prática, autoriza o andamento dele", afirmou Edison Lobão (PMDB-MA).

Neste sábado (16), o plenário da Câmara continua a discussão sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rouseff. Acompanhe em tempo real com a transmissão ao vivo da TV Câmara.

Já no domingo (17), a partir das 14h, acontecerá a sessão de votação do parecer. O relator Jovair Arantes terá 25 minutos para se pronunciar e os líderes falarão em seguida. O início da votação está previsto para as 15 horas, e cada deputado terá apenas 10 segundos para manifestar o seu voto ao microfone.

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Para que a festa do Oscar não sofra os xingamentos clássicos de chata e insuportável necessita-se de alguns elementos que a transformem no oposto dessas constatações. Os apresentadores e as inserções musicais são essenciais para que o ritmo do evento se torne agradável e divertida. Nada pior que apresentadores sem graça, músicas sonolentas e sem inspiração. Mas o principal elemento, e que foge do controle dos produtores, são os vencedores e os seus discursos. Inspirados, emocionantes e bem humorados são tudo aquilo que os organizadores desejam, e que consequentemente tornam a festa inesquecível. Então, pensando nisso, elaboramos uma lista dos discursos mais memoráveis da premiação.

O presidente da Câmara de Vereadores de Caruaru, Leonardo Chaves (PSD), realizou uma reunião fechada para tratar sobre a postura dos parlamentares durante os discursos nas reuniões ordinárias. Atualmente, o tempo disponível para o falatório é de 10 minutos, por vereador, no entanto, alguns utilizam o tempo dos companheiros e podem ser estender por até 20 minutos.

O vereador Jadiel Nacimento (PROS), declarou em entrevista a uma rádio local que a reunião foi basicamente para pedir que os parlamentares tivessem mais atenção e respeito enquanto um colega discursa.

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“Foi a respeito do nosso comportamento quando alguém está discursando, para que diante das sessões nós possamos nos comportar de tal maneira que haja reverência, que haja silêncio, que haja toda uma atenção para o assunto que está sendo apresentado e com respeito ao tempo para não aconteça o que está acontecendo de só uns três ou quatro ficarem falando por serem agraciados com o tempo que outros sedem”, esclareceu.

Também concordando com as limitações estabelecidas no encontro, o líder da bancada de situação, Ricardo Liberato (PSC), ressaltou que a presidência da Casa Jornalista José Carlos Florêncio pretende melhorar o entendimento que a população tem sobre os temas tratados.

“O que a presidência da Casa quer é regulamentar uma situação para prestigiar todos os vereadores e, dentro desse preceito, dar melhor atenção às ações da Casa e também melhorar para a população a expressão do vereador, para que ele possa levar os assuntos às comunidades. Levar de maneira clara, objetiva e também a cada momento. Mostrar que esse é um parlamento presente com respeito a todos. E respeito primeiramente aos colegas vereadores", ressaltou.

Caso não haja respeito o acordo estabelecido, há possibilidade de diminuir o tempo de uso da tribuna dos vereadores para cinco minutos, contudo, sem alterar o tempo dos líderes de bancada, que permanecerá em 10 minutos, contrariando a opinião de alguns vereadores como o oposicionista Neto (PMN). “O direito que o líder tem, todos os vereadores dessa casa têm. Então não é só o líder que tem que ter mais dez (minutos), todos têm que ter direitos iguais, aqui não tem ninguém melhor do que ninguém”, disparou.

O fundador do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz, lança nesta quinta (12) seu 14° livro, Palavras em pergaminho, às 19h, no restaurante Manuel Bandeira, localizado no bairro das Graças. O livro traz uma coletânea de 120 discursos proferidos pelo empresário durante sua trajetória profissional.

Através do livro, os leitores vão poder conhecer a história do empresário através da leitura dos seus discursos, proferidos em centenas de eventos que o jurista e educador participou ao longo de mais de 20 anos de carreira. Palavras em pergaminho possui seis capítulos que trazem textos de eventos, congressos, cursos, posses de magistrados, inaugurações, confraternizações e entregas de premiações, a obra traz 500 páginas de registros que expressam admiração, gratidão, incentivo, orgulho e emoção. 

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Serviço

Lançamento do livro Palavras em pergaminho

Quinta (12) | 19h

Restaurante Manuel Bandeira (Rua Fernando Lopes, 738 – Graças)

A 5ª edição do Congresso Internacional de História do Direito será realizada do dia 29 a 31 deste mês, no Recife. O evento vai reunir juristas brasileiros renomados e de quatro países da Europa, na intenção de propor uma análise crítica dos discursos e das práticas jurídicas.

Outro objetivo da ação é incentivar uma discussão sobre o argumento histórico na aplicação do direito. Entre os participantes do congresso estão o especialista brasileiro, Martonio Mont’alverne Lima, o professor da Universidade de Salzburg, na Áustria, Stephan Krisrte, o educador da Universidade de Valladolid, na Espanha, Javier Garcia Medina.

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O encontro é promovido pela Faculdade Damas e as inscrições devem ser feitas na secretaria da instituição de ensino. O local fica na Avenida Rui Barbosa, 1426, no bairro das Graças, no Recife. O investimento no evento é de R$ 100 (estudantes de direito) ou de R$ 180 (profissionais).     

 

Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Mujica, assim como a presidente Dilma Rousseff, fizeram questão de citar o Paraguai, na declaração que fizeram à imprensa no Palácio do Planalto na terça-feira, e classificaram como "momento histórico" a entrada da Venezuela no Mercosul.

A presidente da Argentina, em sua fala, pediu "o fim dos paraísos fiscais" e afirmou que a crise financeira internacional se iniciou nos centros financeiros e paraísos fiscais.

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Depois do discurso de Dilma Rousseff, foi a vez de Hugo Chávez, que aproveitou para responder a críticas de que a Venezuela vive em uma ditadura. "A Venezuela, apesar de chamarem de ditadura, hoje vive um processo democrático muito maduro", disse ele, ao salientar que no país estão sendo consolidadas novas instituições. "A Venezuela é o único país do mundo onde a Constituição foi aprovada pelo voto popular", declarou.

Chávez falou ainda da importância da integração da região e lembrou que seu país passou por golpe de Estado, sabotagem e bloqueio econômico e aí veio a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, que "marcou uma mudança de rumo" no continente. Ele citou a importância também das eleições de Tabaré Vasques e Nestor Kirchner, na região.

Após agradecer o apoio dos outros países à entrada do país ao bloco, Chávez disse que "fazia tempo" que a Venezuela deveria ter ingressado. "Hoje entramos em um novo período de aceleração e mudanças profundas na história", declarou, ao classificar esta "oportunidade como a melhor dos últimos 200 anos do país".

E emendou: "Tinha de ser agora, (a entrada da Venezuela)", fazendo referência indireta às eleições próximas em seu país, ao lembrar que o episódio "coincide com novo momento político constitucional que se inicia daqui a pouco na Venezuela". Segundo o presidente Chávez, os críticos ao ingresso da Venezuela ao Mercosul são os mesmos que aplaudiam a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), proposta pelos Estados Unidos no início dos anos 2000, mas que não entrou em vigor.

Depois foi a vez de José Mujica. De acordo com o presidente uruguaio, "estamos acostumados que, quando o mundo rico entra em crise, pobre de nós". E completou: "mas parece que estamos indo bastante bem", citando como exemplo o fato de que muitos que emigraram para a Europa estão voltando. "Nunca na história da América Latina tivemos uma oportunidade como esta", acrescentou.

Mujica defendeu ainda a integração da região. "Buscamos uma política de integração como nunca tivemos. Temos de ser conscientes que é agora ou nunca. O desafio é enorme."

A última a falar foi Cristina Kirchner, dizendo que hoje era um dia histórico e recordou que muita gente não acreditava no Mercosul. "Os ricos não precisam de sócios ou amigos, precisam de servidores ou escravos." Ela lembrou ainda a observação feita pela presidente Dilma em seu discurso, de que a entrada da Venezuela impõe ao Mercosul uma "nova etapa", com a soma de um PIB de US$ 3 trilhões entre os países, o que representa 83% do PIB da América do Sul.

Segundo Cristina, o bloco, agora com a Venezuela, "se tornou a quinta economia do mundo" e passa a falar da crise internacional e criticar os países ricos, pedindo o fim dos paraísos fiscais, onde teria sido o berço da crise.

"A crise se iniciou nos centros financeiros e paraísos fiscais", desabafou Cristina, que se queixou também da atitude dos países europeus que estariam "colocando preço nas commodities, como se essa fosse a origem da crise internacional".

"O mundo não está assim por causa do milho, da soja e do trigo", desabafou ela, acrescentando que o Mercosul, com a autoridade dos maiores produtores de alimentos do mundo, tem capacidade de prover a segurança alimentar.

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