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A imprensa chinesa se absteve nesta segunda-feira (5) de criticar Donald Trump, mas ameaçou Taiwan com represálias, após uma conversa telefônica do presidente eleito dos Estados Unidos com a presidente de Taiwan, um fato inédito em 40 anos.

Trump atacou novamente no domingo a China, acusando o país asiático de desvalorizar sua moeda e de construir um "vasto complexo militar no mar da China do Sul".

À espera de uma reação oficial a estes comentários, os meios de comunicação chineses permanecem prudentes, como o GlobalTimes, que se contenta em lembrar em sua página da internet que "construir em seu território forma parte dos atributos da soberania".

Os editoriais culparam nesta segunda-feira a inexperiência diplomática do magnata ao fato de ter aceitado falar por telefone na sexta-feira com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Esta conversa recebeu "uma importância que não merece", estima o China Daily, que destaca a "inexperiência de Trump e de sua equipe de transição em matéria de relações exteriores".

Pequim considera Taiwan como uma de suas províncias e se opõe a qualquer relação oficial entre suas autoridades e líderes estrangeiros, uma postura respeitada pelos Estados Unidos há 40 anos.

"A questão de Taiwan forma parte dos assuntos mais sensíveis na Ásia oriental e se for mal gerida pode conduzir a uma guerra", escreve o Global Times, de posições nacionalistas e próximo à linha do regime chinês.

O jornal estima que seria inadequado criticar Trump, já que "continua sendo presidente eleito", mas propõe sancionar Taipé, fazendo-a perder "um ou dois aliados diplomáticos", entre os vinte Estados que a apoiam.

A imprensa britânica em peso dá destaque para a morte de Fidel Castro, aos 90 anos, na manhã deste sábado. Assim que foi confirmado pelo seu irmão, Raúl, o falecimento do líder cubano tomou conta das manchetes dos sites de notícias do país, que apresentam material extenso sobre a trajetória do líder comunista que ficou conhecido em todo o mundo.

O The Times fala que o revolucionário comunista, que comandou Cuba por meio século, morreu aos 90 anos. Seu irmão, que se tornou presidente em 2008, fez o anúncio por meio da televisão nas primeiras horas da manhã de hoje. "Castro foi presidente de Cuba de 1976 a 2008. O ex-líder ultrapassou os mandatos de dez presidentes dos Estados Unidos durante seu tempo de poder, supostamente sobrevivendo a inúmeras tentativas de assassinato da CIA no processo - incluindo um plano para carregar seu charuto com explosivos", registrou a publicação.

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Já o The Guardian cita que a morte de Fidel põe fim a uma era para o país, a América Latina e o mundo. "O ícone revolucionário, um dos mais conhecidos e controversos líderes do mundo, sobreviveu a inúmeras tentativas de assassinato dos Estados Unidos e obituários prematuros, mas no final provou-se mortal e morreu tarde da noite de sexta-feira após uma longa batalha contra a doença", avalia o periódico, que traz ao vivo atualizações em seu site sobre a reação da morte do líder revolucionário cubano.

Segundo o jornal, como era sabido que o presidente estava doente, o anúncio de sua morte era longamente previsto. "Mas quando veio, ainda foi um choque : o comandante - uma figura de proa para a luta armada em todo o mundo em desenvolvimento - não está mais vivo. Era notícia de que amigos e inimigos haviam longamente temido e ansiado, respectivamente."

O site do Financial Times, que costuma ser pouco modificado aos finais de semana, alterou sua manchete assim que o irmão de Fidel confirmou sua morte. "Ele tomou o poder audaciosamente em 1959 e comandou até o fim um poderoso grupo de seguidores pessoal dentro e fora de Cuba", trouxe a publicação. Durante mais de meio século em funções, Fidel Castro, de acordo com o FT, se metamorfoseou de um líder guerrilheiro popular e carismático para um caudilho tradicional, um refúgio autocrático de outra era.

"No final de sua vida, embora apoiado pelo surgimento de alguns novos amigos, como o falecido líder venezuelano Hugo Chávez, ele foi atacado por governos estrangeiros e grupos de direitos humanos e desprezado por muitos antigos partidários, incluindo até mesmo sua filha. No entanto, Castro permaneceu uma das figuras revolucionárias mais notáveis do século XX", destacou o jornal de economia.

Os canais de televisão, como a BBC e a SkyNews, também exibem imagens de Fidel, assim como a CNBC internacional. O canal France 24 apresenta avaliações de vários líderes europeus sobre a morte de Fidel. Para o russo Vladimir Putin, Fidel Castro é o símbolo de uma era. O ex-presidente Mikhail Gorbachev aclamou Castro pelo fortalecimento que proporcionou à Cuba. Já o francês François Hollande disse que Castro incorporou "esperanças e decepções" da Revolução cubano.

Com patrocínio do Grupo RBS e apoio da Intercom e Jeduca, o Portal IMPRENSA está promovendo a segunda edição do Professor Imprensa, prêmio que reconhece os professores mais inspiradores de Comunicação do Brasil. Até o dia 24 de outubro, alunos e ex-alunos dos cursos de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, publicidade, relações públicas e Rádio e TV podem indicar professores universitários para concorrerem.

Dentre os indicados, 25 professores serão classificados – sendo cinco de cada região: Centro-oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Os docentes irão para votação popular, que será em novembro.

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Os cinco vencedores – um de cada região do país – receberão um certificado digital e serão entrevistados para uma matéria especial no Portal IMPRENSA sobre o raio-x do ensino tido como referência na Comunicação. E os estudantes que tiverem suas indicações validadas receberão uma senha de acesso gratuito ao Acervo IMPRENSA, que traz todas as edições dos 30 anos da Revista IMPRENSA.

Serviço

Realização: Portal IMPRENSA

Data: indicações até 24/10

Indicações: pelo site www.portalimprensa.com.br/professorimprensa

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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudiou, em nota oficial, os ataques feitos na terça-feira (4) nas redes sociais pelo desembargador Ivan Sartori, presidente da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O magistrado insinuou que parte da imprensa e de organizações de defesa de direitos humanos é financiada pelo crime organizado. Sartori fora criticado depois que a Corte anulou, em 27 de setembro, quatro julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992.

O órgão entendeu que não havia como determinar qual crime foi cometido por cada um dos acusados das mortes dos 111 presos, em 2 de outubro de 1992. Sartori chegou a pedir a absolvição dos acusados, o que não foi aceito pelos outros desembargadores.

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A ABI considerou "insultuosa" a insinuação que ligou imprensa e crime organizado. "Ao registrar a decisão do Tribunal em procrastinar o desfecho do episódio que provocou a morte de 111 presos da antiga Casa de Detenção, a imprensa limitou-se apenas em comunicar o fato à opinião pública sem se imiscuir nas particularidades dos autos do processo. A ABI manifesta também sua perplexidade diante da inexplicável lentidão em apreciar a responsabilidade dos envolvidos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-presidente Dilma Rousseff rebateu na tarde de hoje, por meio de nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a acusação de que ela teria recebido tratamento privilegiado para se aposentar. A denúncia aparece em reportagem publicada pela revista "Época" neste fim de semana e, em reação, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou hoje o afastamento de três servidores de carreira para investigação de conduta no caso, incluindo o ex-ministro Carlos Gabas.

Segundo reportagem da "Época", Dilma teria se aposentado menos de 24 horas depois de ter assinado, em 31 de agosto, a notificação do Senado que oficializava que o impeachment havia sido aprovado. Ela obteve a remuneração mensal de R$ 5.189,82, teto da Previdência. O tempo médio de espera para se aposentar no Brasil é de 74 dias, segundo o INSS. Em Brasília, onde o pedido de Dilma foi deferido, é de 115 dias.

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A revista afirma ainda que Carlos Gabas - que foi ministro de Dilma e é servidor de carreira do INSS - teria acompanhado uma mulher munida de procuração de Dilma para fazer o pedido da aposentadoria em uma agência do instituto em Brasília. O chefe da agência, Iracemo da Costa Coelho, foi responsável pelo atendimento. Já Fernanda Cristina Doerl dos Santos teria sido responsável, segundo a revista, por fazer 16 alterações no cadastro da ex-presidente em 10 de dezembro do ano passado, oito dias depois que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que havia aceitado o pedido de impeachment da presidente. Fernanda exercia uma função gratificada na Diretoria de Atendimento do INSS, na sede do órgão em Brasília. Gabas, Coelho e Fernanda foram afastados hoje, para sindicância.

Na nota desta tarde, a assessoria de Dilma afirma que "diferentemente do que insinua a revista Época, ao dar um tom escandaloso para o pedido de aposentadoria de Dilma Rousseff, não houve qualquer tipo de concessão ou tratamento privilegiado".

A assessoria da ex-presidente afirma ainda que a revista "dá ares de farsa à aposentadoria de Dilma ao insinuar que a ficha cadastral dela teria sido adulterada de maneira suspeita, dentro de uma agência do INSS, ainda no ano passado". Conforme a nota, "isso é um desrespeito à ex-presidenta, cuja honestidade nem mesmo seus adversários questionam".

A equipe de Dilma alega que as alterações feitas no cadastro tiveram como objetivo comprovar os vínculos empregatícios da ex-presidente nos últimos 40 anos. Além disso, destaca que a regra atual de aposentadoria para mulheres exige um mínimo de 85 pontos, considerando a idade e o tempo de contribuição. Dilma teria atingido 108 pontos, com 40 anos de serviços públicos e 68 anos de idade.

Na versão da assessoria de Dilma, a ex-presidente decidiu se aposentar e recorreu, por meio de procuração a uma pessoa de confiança, a uma agência do INSS. Gabas teria acompanhado.

Na nota, a assessoria de Dilma ataca "o jornalismo de guerra adotado pelas Organizações Globo e seus veículos" e afirma que seus advogados avaliam os procedimentos jurídicos a serem adotados contra a revista.

Procurado, o ex-ministro Carlos Gabas disse que o afastamento dele pelo INSS não tem nenhum efeito prático porque está cumprindo quarentena desde que a ex-presidente Dilma deixou o cargo. A quarentena dele se encerra em novembro. "Faça a auditoria e o INSS vai comprovar que não houve nenhuma irregularidade. A aposentadoria da presidente foi dada porque ela reunia as condições para obtê-la", disse Gabas em resposta ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Nesta sexta (30), é o último dia permitido para divulgação de propaganda eleitoral, na imprensa escrita, e da reprodução na internet do jornal impresso, de acordo com a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). 

Durante a campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permitiu a publicação de, até dez anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, com espaços limitados previstos na resolução do Tribunal nº 23.457/2015. Outras regras também deviam ser cumpridas como constar, no anúncio, o valor pago pela inserção, de forma perceptível. O descumprimento poderia trazer como consequência multa. 

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O TSE alerta que não é considerado propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, coligação ou partido político pela imprensa escrita desde que não seja matéria paga. Os excessos dos veículos de comunicação podem ser apurados pela Justiça Eleitoral. 

Guia eleitoral

Nessa quinta (29), foi o último dia de guia eleitoral gratuito no rádio e na televisão, no que diz respeito ao primeiro turno, bem como para a realização de debates nos veículos de comunicação. Até às 22h, do dia 1º, véspera da eleição, é permitida a distribuição de material gráfico, volantes, santinhos e outros impressos, como também para realização de caminhadas, carreatas, passeatas ou utilização de carros de som.

O eleitor deve estar atento ao que é permitido ou não no dia da votação, no próximo domingo (2). É proibida a propaganda de boca de urna e qualquer tentativa de influenciar a vontade do eleitor. 

 

 

Um grupo de 30 homens recolheu, na madrugada de terça-feira, 27, suplementos do jornal Extra e exemplares do jornal O Fluminense no depósito de distribuição, no centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

As publicações traziam reportagem sobre denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Eduardo Gordo, ex-presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo (cidade vizinha a Niterói) e candidato a vereador pelo PMDB. Ele é acusado de participar de um esquema de fraudes que desviou R$ 35 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a denúncia, Gordo teria recebido R$ 57 mil de propina em três ocasiões.

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Os homens chegaram ao centro de distribuição às 3 horas e perguntaram pelo "jornal com a matéria do Gordo". Eles queriam comprar todos os exemplares. No caso do Extra, a reportagem foi publicada em suplemento que circula em São Gonçalo e não pode ser vendido separadamente. Mesmo assim os homens fizeram questão de pagar pelos suplementos. Eles também seguiram os caminhões que já haviam deixado o depósito, a fim de recolher os exemplares. "Eles quiseram dar aparência legal ao recolhimento. Impediram a distribuição regular do Extra, levando todos os suplementos que não estavam à venda. Impediram a circulação da notícia", disse o diretor de Redação do Extra, Octavio Guedes.

O Fluminense chegou a distribuir jornais para assinantes, mas a edição não circulou em Niterói e São Gonçalo. "O Fluminense nunca havia sido alvo desse tipo de ação orquestrada. Havia a clara intenção de que o jornal não circulasse, o que para a gente demonstra que foi um atentado contra os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa", afirmou a diretora de Jornalismo Multimídia do Grupo Fluminense, Liliane Souzella. A edição digital do jornal, restrita aos assinantes, foi aberta a todos os internautas.

Associações. O recolhimento dos exemplares foi criticado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

A ANJ classificou o episódio como "atitude violenta e antidemocrática". "A inconformidade diante da missão da imprensa e o recurso a ações típicas do crime organizado são incompatíveis com a convivência democrática, pois sonegam à sociedade o direito de fazer opções políticas informadas", afirmou o vice-presidente da ANJ, Francisco Mesquita Neto.

Em nota, a Abraji repudiou o episódio. "Recolher o jornal não muda os fatos e constitui crime contra a liberdade de imprensa. A população de São Gonçalo tem o direito de conhecer seus candidatos", diz o texto.

O presidente da ABI, Domingos Meirelles, qualificou o episódio como "deplorável e alarmante" e pede que o caso seja investigado.

Gordo não retornou aos contatos do jornal O Estado de S. Paulo. A defesa do candidato se negou a dar entrevista. O candidato postou um vídeo em seu perfil no Facebook, cercado pela mulher, filhos e netos, em que se diz perseguido por adversários políticos. "Será que de quatro em quatro anos, com minha trajetória política, eu sou bandido, eu sou traficante, eu sou miliciano, eu sou ladrão? Por que só de quatro em quatro anos?", questiona.

Internautas reagiram ao recolhimento dos jornais. "Parabéns ao grupo que conseguiu dar mais divulgação ainda para a matéria", escreveu uma pessoa no perfil do candidato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça da Jordânia determinou que a imprensa não informe nada sobre a investigação judicial do assassinato do escritor Nahed Hattar, que morreu no domingo (25) diante de um tribunal de Amã no qual seria julgado pela divulgação de uma charge considerada ofensiva ao islã.

A proibição de publicação de qualquer informação sobre o caso pretende preservar o "sigilo da investigação" e envolve tanto a imprensa tradicional como os sites ou as redes sociais, afirmou o ministério da Informação, que divulgou a decis]ao da justiça.

O suspeito pelo assassinato de Nahed Hattar é um jordaniano de 49 anos que foi detido no loal do crime depois de atirar três vezes contra o escritor. O homem foi indiciado por assassinato com premeditação, ato terrorista que provocou morte e posse ilegal de arma de fogo. As acusações podem resultar em uma condenação à pena de morte.

Nahed Hattar, cristão, havia sido detido em 13 de agosto depois de publicar em sua página do Facebook uma caricatura que fazia piada com os jihadistas do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Na imagem, um jihadista aparece no paraíso, ao lado de duas mulheres, e se dirige a Deus como se este fosse um serviçal. Pede uma taça de vinho e nozes, além de ordenar que mande alguém para limpar seu quarto, antes de advertir que deve bater na porta antes de entrar.

O escritor, um opositor de esquerda também conhecido por respaldar o regime sírio de Bashar al-Assad, havia sido libertado após o pagamento de fiança no início de setembro. O promotor havia determinado a censura à imprensa no caso.

A denúncia da Lava Jato contra o ex-presidente Lula e sua mulher Marisa Letícia apresentada nesta quarta-feira, 14, causou repercussão na imprensa internacional, que destacou o fato de o petista ser acusado de ser o "comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras e como isso prejudica suas pretensões políticas de voltar à presidência em 2018 e do próprio PT.

O "The New York Times" destacou que a acusação dos investigadores não aponta que o ex-presidente teria recebido toda a propina sozinho e que ele foi responsabilizado também pelos valores ilegais recebidos por ex-diretores da estatal. O jornal americano também apontou que a propina de R$ 3,7 milhões atribuída ao ex-presidente destoa do montante que outros políticos foram acusados de ter desviado e lembra dos casos do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

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Já o britânico "The Guardian" apontou que o petista continua sendo um dos políticos mais populares do País mesmo com as acusações de corrupção e disse que essa acusação é a primeira de várias que Lula deve enfrentar nos próximos meses, trazendo grande desafio para o PT.

O americano "The Washington Post" lembrou que o ex-presidente já havia sido indiciado no escândalo envolvendo o tríplex no Guarujá (SP) no mês passado, e que a população já sabia que ele estava sendo investigado, mas que as acusações de quarta foram "muito mais sérias""e botam Lula no centro do escândalo.

O espanhol "El Pais", por sua vez, afirmou que o ex-presidente, que almeja voltar à Presidência, ficará nas mãos de seu "arquinimigo", o juiz Sérgio Moro, que vai analisar a denúncia e ser o responsável por julgar o caso.

A imprensa internacional destaca nesta terça-feira (13) a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), votada na noite da segunda-feira (12) por seus pares na Câmara. A maioria dos jornais estrangeiros descreve o agora ex-deputado carioca como um dos principais líderes do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff e todos destacam a longa lista de acusações contra ele.

"O Congresso brasileiro expulsou o legislador que liderou o impeachment de Dilma, refletindo que o sistema político continua conturbado", aponta o americano "The New York Times". Já o "Washington Post" lembra que, cassado, Cunha perde o foro privilegiado e agora vai ser julgado por uma instância inferior do Judiciário, "vista como mais dura do que a Corte Suprema, que lidava com o caso até agora".

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O argentino "Clarín" descreve Cunha como um ultraconservador, evangélico e profundo conhecedor dos labirintos regimentais do Congresso, acusado de ter contas não declaradas na Suíça, onde supostamente recebeu subornos milionários. "Cunha sobreviveu politicamente apenas duas semanas a Dilma Rousseff, sua feroz inimiga", aponta o periódico.

Na Europa, o caso ganhou menos destaque. Entre os sites que noticiaram a cassação, o alemão "Der Spiegel" lembra que Cunha "é um dos numerosos políticos e empresários que estão envolvidos no escândalo de corrupção em torno da petrolífera brasileira Petrobras".

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) classificou como 'intolerável' as agressões sofridas por profissionais de imprensa por parte de policiais militares e de um manifestante do ato 'Fora, Temer' no Rio.

No protesto realizado neste domingo, 4, na capital paulista, repórter da BBC Brasil, Felipe Souza, cobria a manifestação contra o presidente Michel Temer quando foi agredido por policiais.

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"O jornalista estava identificado com colete e crachá da imprensa, mas, ainda assim, foi vítima de pelo menos quatro policiais que deveriam zelar pela segurança do protesto. Ele teve, também, o celular danificado enquanto fazia as gravações", diz nota da Abert.

O texto cita também o episódio com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo no Rio, onde o engenheiro Rubem Ricardo Outeiro de Azevedo Lima, de 58 anos, se aproximou do veículo do jornal aos gritos de 'jornal fascista' e 'golpista'. Ele chutou o carro, amassando o porta-malas e a porta do motorista. O funcionário do jornal, de 65 anos, não foi ferido.

Outros manifestantes e motoristas que passavam no local viram a cena e se solidarizaram com o motorista. O agressor chegou a bater no vidro de pelo menos mais um veículo, intimidando os passageiros. No carro do Estado, só estava o motorista.

A advogada Rosalina Maria Cláudio Pacífico, moradora de Copacabana que participava do protesto desde o início, disse ter presenciado o momento em que o manifestante atacou o carro da reportagem.

Segundo Rosalina, o agressor parecia "isolado" dos demais participantes do ato público.

"A manifestação já estava se dispersando, na Avenida Princesa Isabel, quando um grupo resolveu seguir até o Canecão. As pessoas estavam andando devagar quando um senhor passou pelo carro do jornal, e chutou o carro. Um grupo de pessoas escutou o barulho. Eu disse para ele: 'você não devia ter feito isso, não pode vincular esse seu ato isolado ao nosso movimento, que é legítimo'. Ele respondeu 'o carro é do jornal, é do jornal' e saiu correndo", contou a advogada.

Na nota divulgada nesta segunda-feira, 5, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV afirma que pelo menos dez casos de agressões contra profissionais da imprensa foram registrados nos protestos da semana passada e pede que as autoridades façam uma "apuração rigorosa" dos fatos e punam os culpados.

"A cada nova manifestação, são várias as ocorrências que têm como vítimas jornalistas no exercício da profissão. Na última semana, pelo menos dez casos de agressões contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação foram registrados", conclui

A imprensa europeia garantiu lugar de destaque ao impeachment de Dilma Rousseff. A rede britânica BBC observou em seu site que Dilma perdeu o cargo por manipular o orçamento do país. "Isso coloca fim a 13 anos no poder do esquerdista Partido dos Trabalhadores. Rousseff nega as acusações."

O também britânico Financial Times destacou que a votação histórica que retirou Dilma Rousseff e o PT do comando do país aconteceu num momento em que o Brasil luta contra a recessão. "Fogos de artifício foram ouvidos em São Paulo", pontuou o jornal em reportagem publicada em seu site, acrescentando ainda que os dois lados envolvidos na questão chamavam um ao outro de "canalhas".

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Ainda no Reino Unido, o Guardian observou que Michel Temer foi confirmado como novo presidente do Brasil, após 61 dos 81 senadores brasileiros aprovarem a retirada de Dilma Rousseff do cargo em meio ao declínio econômico e a um escândalo de corrupção.

A alemã Deutsche Welle notou que com a retirada de Dilma da Presidência, o PMDB volta ao comando do país após um intervalo de mais de 20 anos, já que "o último presidente filiado à legenda foi Itamar Franco (1992-1994), que também assumiu o cargo na esteira de um processo de impeachment".

O francês Le Figaro pontuou que Temer deverá ficar na Presidência do Brasil até 2018, quando acontecem novas eleições. Após empossado, ele deverá seguir ainda hoje para a China, onde participará da reunião de cúpula de líderes do G-20.

O espanhol El País afirmou que o "processo inacabável" de impeachment terminou como previa: com o afastamento em definitivo de Dilma da Presidência. "Brasil encerra assim a troca de governo mais traumática e esquizofrênica de sua recente democracia", diz o jornal, acrescentando que "no fundo, o impeachment sempre foi político". "[Dilma] não teria sido expulsa do cargo se a economia não tivesse despencado em 2015 e em 2016 mais de 3% do PIB, se o desemprego não tivesse escalado a 11% ou se a inflação, um verdadeiro fantasma da sociedade brasileira, não tivesse disparado a 7%."

O português Econômico observou que dez dos 13 parlamentes investigados pela Lava Jato que participaram da votação no Congresso se posicionaram a favor do impeachment. "Há representantes do PMDB, PP, PT, PTC e PSB sob investigação do Supremo Tribunal Federal por alegado envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras."

Vereadores de Guaxupé, na região sudoeste de Minas, entraram com cerca de 80 pedidos indenizatórios contra jornais, sites e rádios após a divulgação da notícia de que um juiz local teria determinado a abertura de cassação de 12 dos 13 parlamentares da cidade.

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert) consideram que o Legislativo municipal tem agido deliberadamente para inibir o trabalho da imprensa. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirma que tem acompanhado o caso.

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Em fevereiro, a quase totalidade do Legislativo de Guaxupé passou a responder pelos crimes de dispensa ilegal de licitação, apropriação indevida de dinheiro público e formação de quadrilha. Somente em diárias, entre 2013 e 2014, os parlamentares receberam R$ 158 mil, segundo o Ministério Público.

Na ocasião, o MP chegou a divulgar que havia uma ordem judicial para a abertura do processo de cassação dos vereadores. Horas depois da publicação da informação, no entanto, houve correção: o juiz responsável pela ação penal havia apenas determinado que os parlamentares fossem notificados a respeito do pedido do MP para que fosse iniciado o processo de cassação dos investigados.

Antes da correção feita pelo próprio MP, veículos de comunicação chegaram a informar a versão da abertura do processo de cassação. A divulgação da primeira versão do MP tem sido considerada suficiente para abertura de processos contra órgãos de imprensa.

Paraná

Meses atrás, uma situação parecida envolveu um órgão de imprensa do Paraná. Nesse caso, jornalistas da Gazeta do Povo foram processados por juízes e promotores após a publicação de reportagem sobre os vencimentos dos magistrados e representantes do MP (os processos em questão foram ajuizados em várias cidades paranaenses - obrigando os profissionais passarem semanas viajando para comparecer às audiências).

As ações de Guaxupé, em sua maioria por danos morais, tramitam no Juizado de Causas Especiais, onde o réu que não comparece à audiência é condenado preliminarmente.

O promotor responsável pelo caso, Táles Tácito, preferiu não se manifestar. O Juizado de Pequenas Causas de Guaxupé também não se manifestou. A Câmara Municipal de Guaxupé solicitou que toda a comunicação fosse feita por meio de seus advogados. Nenhum deles atendeu às ligações da reportagem.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ônibus para o transporte de jornalistas credenciados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foi atacado na noite desta terça-feira (9) perto da Cidade de Deus, mas não ficou claro se foram tiros ou pedras.

"Escutamos dois impactos no lado direito do ônibus, duas janelas se quebraram. Uma pessoa ficou ferida, um repórter de Belarus, na mão, no dedo. A confusão era se eram balas ou pedras", disse à AFP Gastón Sainz, do jornal argentino La Nación.

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"Nós nos jogamos no chão e em dois minutos chegou a polícia, parou o ônibus e nos escoltou até o MPC (Centro Principal de Imprensa) com os vidros quebrados", acrescentou.

O incidente aconteceu pouco depois das 20h00 na altura de Curicica, perto da Cidade de Deus. O ônibus fazia o trajeto entre o Parque Olímpico de Deodoro e o Centro de Imprensa, na Barra da Tijuca.

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, 21, que o principal motivo para ter convocado uma entrevista coletiva para hoje foi para dar suas versões dos fatos sobre as acusações das quais é alvo. O peemedebista disse que decidiu voltar "com regularidade" a dar entrevistas, pois há um "nítido cerceamento de defesa" que o tem prejudicado.

Cunha lembrou que, desde 19 de maio, quando prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara, não dava entrevistas públicas, limitando-se a emitir notas ou se pronunciar pelas redes sociais sobre os fatos. "Isso, de certa forma, tem prejudicado e muito não só minha versão de fatos e defesa, como também a comunicação. Por isso, decidi voltar com regularidade a prestar satisfações eu mesmo, me expor ao debate", disse.

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Na avaliação dele, "há um nítido cerceamento de defesa em vários pontos, e a falta de comunicação é um deles". Cunha, que chegou sozinho à sala do hotel em Brasília onde a entrevista coletiva é realizada, também segue sozinho na mesa de onde fala para a imprensa. Nenhum de seus aliados foi visto no local.

Como é tradição no Reino Unido, a imprensa tomou partido no referendo sobre a União Europeia (UE) da próxima quinta-feira, com editoriais publicados nos últimos dias.

A favor da UE:

- The Guardian

O jornal de esquerda The Guardian pediu voto a favor da UE na segunda-feira. "Vote a favor de um país unido, aberto ao mundo, e vote contra uma nação dividida que se fecha em si mesma", afirmou em um editorial.

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O jornal publicou ainda um guia para o leitor convencer amigos e vizinhos.

Sua edição dominical, The Observer, também apoia a permanência na UE.

- The Times

O jornal que é um reduto das tradições pediu no sábado voto pela UE e um trabalho de dentro para reformar o bloco europeu.

"O melhor desenlace do referendo seria uma aliança de nações soberanas da UE, lideradas pelo Reino Unido, dedicadas ao livre comércio e às reformas", afirmou.

Mas a sua edição dominical, assim como o The Sun, todos de propriedade do magnata australiano Rupert Murdoch, apoiam a saída da UE.

- The Independent

Apoia a permanência. "Um voto a favor da UE não é um voto covarde e sim confiante; não é um voto para ceder controle, e sim para colaborar em um mundo globalizado", escreveu em um editorial.

- The Mail on Sunday

A edição dominical do tabloide apoia a permanência na UE "em nome de um Reino Unido mais seguro, livre e próspero" e contra o "salto ao vazio" que poderia empobrecer o país.

"Para que uma Grã-Bretanha moderna brilhe e prospere, temos que trabalhar com, e não contra, nossos sócios europeus", argumentou.

Contra a UE:

- The Sun

O jornal britânico mais vendido pediu a seus leitores o voto a favor da ruptura com Bruxelas em uma edição com a manchete "BeLEAVE in Britain", uma contração das palavras "acreditar" (believe) no Reino Unido e "deixar" (leave) a UE.

"Vote a favor da saída e reafirmaremos nossa soberania, abraçando o futuro como uma nação autogovernada, poderosa e invejada por todos", afirmou o tabloide.

- The Daily Telegraph

O jornal conservador se posicionou nesta terça-feira. "Um mundo de oportunidades aguarda um Reino Unido plenamente independente".

"Se o referendo desta quinta-feira é uma escolha entre medo e esperança, escolhemos a esperança".

Sua edição dominical, The Sunday Telegraph, também apoia a saída.

- The Sunday Times

A edição dominical do jornal The Times assumiu uma posição diferente da edição diária.

"Sim, temos que estar preparados para as dificuldades, mas temos que manter a calma", escreveu em editorial no domingo passado.

"Este referendo pode ser a melhor oportunidade que teremos de colocar um freio a um projeto europeu centralizado".

O representante da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) na Turquia, Erol Onderoglu, e dois intelectuais turcos proeminentes foram indiciados nesta segunda-feira por "propaganda terrorista" e colocados em detenção provisória por um tribunal de Istambul, informou a imprensa turca.

A justiça acusa Onderoglu, assim como Ahmet Nesin e Sebnem Korur Fincanci, de participar de uma campanha de solidariedade com a imprensa pró-curda em maio.

"O promotor que nos ouviu pediu nosso indiciamento e prisão por propaganda terrorista" em favor do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento armado considerado terrorista por muitos países, explicou Onderoglu por telefone a partir do tribunal pouco antes de sua acusação.

Os três militantes da causa curda e da liberdade em geral assumiram simbolicamente em maio passado a direção do jornal pró-curdo Özgür Gündem, na mira da Justiça e das autoridades turcas há anos.

A maior cooperação de mídia da história, que reuniu mais de 100 órgãos de imprensa para analisar o caso Panama Papers, foi agraciada nesta quinta-feira, 16, com o principal prêmio internacional de jornalismo de dados, concedido pela entidade Global Editors Network.

A série de reportagens, na qual trabalharam cerca de 370 jornalistas de 76 países, sob a coordenação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), venceu na categoria "Investigação do Ano". No Brasil, participam da apuração o portal UOL, o jornal O Estado de S. Paulo e a Rede TV!.

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As reportagens expuseram uma rede global de corrupção que fazia uso da empresa panamenha Mossack Fonseca para ocultar recursos em paraísos fiscais. Doze chefes de Estado, atuais e antigos, usaram essa estrutura para abrir empresas offshore.

No Brasil, a apuração revelou a existência de 107 offshores relacionadas a personagens da Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota nesta quarta-feira, 15, repudiando a escolha do jornal Gazeta do Povo para receber o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa 2016, concedido pela Associação Nacional de Jornais.

O prêmio, que será entregue em solenidade no dia 18 de agosto, foi concedido depois que jornalistas da publicação paranaense passaram a ser alvo de ações de indenização movidas por juízes em várias cidades do Estado por causa da publicação de uma série de reportagens sobre os vencimentos recebidos por juízes e representantes do Ministério Público neste ano.

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"A postura da Associação Nacional de Jornais (ANJ) de premiar jornalistas por matéria tendenciosa sobre os vencimentos da magistratura é um atentado ao direito à informação", disse o comunicado da AMB, que foi assinado pelo presidente da entidade, João Ricardo Costa.

Ainda segundo a nota, a reportagem premiada denunciou recebimentos acima do teto "sem explicar que verbas indenizatórias não são submetidas ao teto constitucional". Essa postura, nas palavras da AMB, "revela uma lamentável política de desinformação à cidadania".

Em reposta ao comunicado dos magistrados, o presidente da ANJ, Carlos Lindenberg Neto, afirmou que a associação não questiona o direito constitucional de todo cidadão de recorrer à Justiça em defesa de seus direitos, mas rejeita o expediente utilizado no Paraná, que é similar ao já utilizado contra os jornais Folha de S.Paulo (SP) e A Gazeta (ES).

"Em ambos os casos todas as ações foram ganhas pelos jornais e jornalistas. A inadequação desse tipo de ação, aliás, é reconhecida pela própria AMB ao afirmar que discorda "da estratégia definida" e entende que "a melhor ação seja de natureza coletiva, pois se trata de um direito constitucional", disse Lindenberg Neto.

Ministros

A Associação Nacional dos Jornais também ressaltou que a atuação do Poder Judiciário e de seus membros é "respeitada e reconhecida" pela entidade e lembrou que o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa já foi conferido a dois ministros do Supremo Tribunal Federal - Carlos Ayres Britto e Cármen Lúcia. "A premiação representa o apoio da Associação Nacional de Jornais (ANJ) a pessoas, jornais ou instituições que tenham se destacado no exercício, na promoção e na defesa da liberdade de imprensa."

À reportagem, o diretor de redação da Gazeta do Povo, Leonardo Mendes Júnior, afirmou que a reportagem tem "elevado interesse público" e foi produzida com base em dados públicos. "Tivemos o cuidado de colocar cada adicional ao salário e a sua origem, bem como a oscilação mês a mês da remuneração final. Reafirmo a veracidade de tudo o que publicamos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de ações movidas por juízes e promotores contra três repórteres e outros dois profissionais do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, chegou a 45. As ações tiveram início após a publicação de reportagem sobre os vencimentos dos magistrados e representantes do Ministério Público.

Os processos começaram a ser ajuizados em abril, em várias cidades paranaenses. O fato tem alterado a rotina dos profissionais do jornal, de 97 anos de existência. As audiências marcadas para esta segunda-feira, 13, no interior do Estado foram remarcadas. Hoje, o grupo viaja para União da Vitória, a três horas de Curitiba, para participar de audiências. Eles se deslocam e retornam no mesmo dia. Amanhã, seguem para Medianeira, a 600 quilômetros da capital paranaense, para depor na quinta-feira.

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A reportagem, publicada em fevereiro, mostrava que, somadas as gratificações, o rendimento médio dos juízes e promotores superava o teto constitucional do funcionalismo público, de mais de R$ 30 mil. "Essas ações adicionais só mostram que tem mais alguns juízes que não conseguem entender que a função que eles exercem é pública, e que a remuneração deles faz parte de um debate público necessário", disse o diretor de redação do jornal, Leonardo Mendes Júnior.

"Esperamos que esse aumento de ações ajude na compreensão total da ministra Rosa Weber do que está acontecendo aqui no Estado e de que esse é um caso para o Supremo Tribunal Federal", afirmou o diretor de redação, lembrando que o jornal aguarda decisão da ministra sobre recurso para que as ações sejam encaminhadas à Corte.

'Assédio judicial'

As ações judiciais foram alvo de notas de repúdio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), cujos dirigentes denunciaram o "assédio judicial" na sexta-feira passada, no 29.º Congresso Mundial dos Jornalistas, em Angers, na França.

Ao todo, os processos contra os repórteres Francisco Botelho Marés de Souza, Rogério Galindo e Euclides Garcia, o analista de sistemas Evandro Balmant e o infografista Guilherme Storck cobram indenização de R$ 1,3 milhão do jornal.

Áudio do presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Francisco Mendes Júnior, reforçou a suspeita de uma ação coordenada dos magistrados. "Já estamos providenciando um modelo de ação individual feito a muitas mãos por vários colegas e com viabilidade de êxito para que cada um possa ingressar com essa ação individual caso considere conveniente", diz ele no WhatsApp.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou nesta segunda-feira a Amapar, mas nenhum representante foi localizado para comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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