Tópicos | imprensa

Três repórteres e outros dois profissionais do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, estão sendo processados por magistrados e promotores do Ministério Público do Estado após terem publicado uma reportagem especial sobre os vencimentos recebidos por juízes e representantes do Ministério Público neste ano. Os profissionais do jornal, de 97 anos de existência, são alvo de pelo menos 37 processos judiciais movidos de abril até agora em várias cidades do Estado.

A reportagem publicada no mês de fevereiro mostrava que, somadas as gratificações, o rendimento médio dos juízes e promotores superava o teto constitucional do funcionalismo público, de mais de R$ 30 mil.

##RECOMENDA##

As ações judiciais geraram notas de repúdio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

"A iniciativa conjunta, em diferentes locais do Paraná, tem o claro objetivo de intimidar, retaliar e constranger o livre exercício do jornalismo. É lastimável que juízes se utilizem de forma abusiva da Justiça, não com o intuito de reparar danos, mas de limitar o direito dos cidadãos a serem livremente informados", afirmou a ANJ.

Ao todo, os processos contra os repórteres (Francisco Botelho Marés de Souza, Rogério Galindo e Euclides Garcia), um analista de sistemas (Evandro Balmant) e um infografista (Guilherme Storck) cobram indenização total de cerca de R$ 1,3 milhão do jornal.

As ações foram movidas em Juizados Especiais - cujo valor máximo das ações é de 40 salários mínimos -, o que obriga os cinco profissionais a comparecerem às audiências. Até agora o grupo já percorreu 6,3 mil quilômetros para acompanhar 19 audiências em 15 municípios do Estado. Caso não seja apresentada nenhuma nova ação ou nova audiência seja marcada, eles ainda terão de comparecer a mais 15 compromissos judiciais.

Suspeita

Um áudio do presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Francisco Mendes Júnior, que circulou na internet logo após a publicação da reportagem, reforçou a suspeita de uma ação coordenada dos magistrados paranaenses. "Já estamos providenciando um modelo de ação individual feito a muitas mãos por vários colegas e com viabilidade de êxito para que cada na medida do possível, possa ingressar com essa ação individual caso considere conveniente", diz o magistrado em mensagem gravada no aplicativo WhatsApp e tornada pública por um repórter local.

Para o diretor de redação da Gazeta do Povo, Leonardo Mendes Júnior, a iniciativa dos magistrados do Estado é um atentado à liberdade de imprensa. "Infelizmente um grupo de magistrados não teve a sensibilidade de perceber a relevância do tema (vencimentos do Judiciário) e também não estão tendo a sensibilidade de perceber que o que eles estão fazendo de maneira claramente orquestrada é um atentado gravíssimo à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa", disse.

"Na prática já fomos condenados, não conseguimos trabalhar, não temos vida e não sabemos quando isso vai acabar", lamenta o repórter Euclides Garcia.

O jornal acionou o Supremo Tribunal Federal argumentando que os magistrados estaduais, citados na reportagem, deveriam ser impedidos de julgar as ações por, supostamente, não terem imparcialidade. A liminar foi rejeitada pela ministra Rosa Weber.

Segundo gravação feita por um repórter, citada em recurso, o juiz Walter Ligeiri Júnior afirmou à equipe da Gazeta do Povo durante audiência no dia 25 de maio, em Curitiba, que "depois dessa decisão do Supremo vocês vão viajar muito o Paraná".

'Ofensivo'

Em nota à imprensa, a Associação dos Magistrados do Paraná afirma que a matéria da Gazeta possui "conteúdo ofensivo" aos juízes por, supostamente, induzir os leitores a pensar que eles estariam cometendo alguma irregularidade ao receber os vencimentos que, permitidos pela lei, estouram o valor de R$ 39 mil estabelecido como teto constitucional devido a benefícios, vantagens e outras verbas compensatórias incluídas nos holerites dos juízes. "Em razão da replicação das reportagens, magistrados de todo Estado passaram a experimentar algum tipo de dissabor ou constrangimento", diz o texto da entidade.

A Associação Paranaense do Ministério Público também afirma que os promotores têm o direito de entrar com ações por danos morais e que elas "não representam, em hipótese alguma, tentativa de ferir o direito de informação, nem buscam atacar a liberdade de imprensa". O Ministério Público no Paraná não quis comentar o caso. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do Tribunal de Justiça do Paraná até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o afastamento de Dilma Rousseff gerado pelo acolhimento do impeachment no Senado, parte da imprensa europeia passou a registrar algumas críticas ao processo de impedimento e ao novo governo Michel Temer. Como reação a alguns desses textos, autoridades brasileiras como o ministro de Relações Exteriores, José Serra, e o embaixador do Brasil para o Reino Unido, Eduardo dos Santos, têm tentado se defender com o envio de cartas para as publicações.

Nesta segunda-feira, 30, a edição impressa do Financial Times (FT) publica uma carta de José Serra em que o ministro rechaça a afirmação de que ele não gosta do Mercosul. A acusação foi publicada na semana passada em uma reportagem do próprio FT sobre as diferenças entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul. "José Serra deixou claro que não é fã do Mercosul e pode propor mudanças em breve", citou o texto original.

##RECOMENDA##

"Ao contrário do que o artigo sugere, estou plenamente convencido da importância do Mercosul e estou pronto para trabalhar com nossos parceiros", diz Serra na carta. O tucano diz ainda que é altamente questionável a afirmação da reportagem de que há uma "nova divisão" no comércio da América Latina.

No texto, o FT usou tom elogioso para a Aliança do Pacífico e uma visão mais crítica ao Mercosul. O grupo do Pacífico "se intitula um pacto de comércio do século XXI baseado nas diretrizes da União Europeia". Já o Mercosul "tem um modelo mais tradicional de comércio negociado pelo Estado" e que "tem engasgado" desde a criação, diz o FT.

Quem também escreveu aos jornais foi o embaixador brasileiro em Londres, Eduardo dos Santos. Na semana passada, o jornal The Guardian publicou um manifesto com a acusação de que o impedimento de Dilma Rousseff é "um insulto à democracia brasileira".

Assinado por 20 deputados britânicos do Partido Trabalhista, do Partido Nacional Escocês e do partido galês Plaid Cymru, o manifesto argumenta que parlamentares brasileiros tentam se sobrepor ao voto de 54 milhões de eleitores.

Também na semana passada, a revista The Economist publicou reportagem em que critica o expediente para afastar Dilma ao citar que o processo foi resultado de "um jeitinho na Constituição".

Para rebater a crítica dos parlamentares britânicos, o embaixador Eduardo dos Santos defendeu o processo que levou Michel Temer à presidência. "Saliento que o processo de impeachment cumpre rigorosamente com os requisitos da Constituição Federal e do Estado de direito sob o escrutínio da Suprema Corte. É incorreto descrever o processo em curso como uma manobra política que ocorre contra a vontade do eleitorado", diz o embaixador em carta publicada pelo The Guardian no sábado, 28.

Santos argumentou que os milhões de votos recebidos por um presidente da República não impedem a abertura de um processo de impedimento caso haja crime de responsabilidade.

O manifesto dos parlamentares britânicos fez algum ruído nas redes sociais após mais de 23 mil compartilhamentos. A defesa do embaixador fez menos sucesso e conta, até agora, com 139 compartilhamentos.

Jornais estrangeiros dedicaram nesta sexta-feira (13) espaço em seus editoriais para falar da situação política no Brasil, um dia após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República. O americano The New York Times afirma que a presidente afastada Dilma Rousseff paga um preço "desproporcionalmente alto" por erros administrativos que cometeu, enquanto vários de seus maiores detratores são acusados de crimes mais flagrantes.

Os britânicos Financial Times e The Guardian trouxeram visões diferentes sobre o processo de impeachment. O FT qualificou o afastamento como "longe de ser perfeito", mas destacou que, se Michel Temer conseguir colocar a economia de volta aos trilhos e continuar com a luta contra a corrupção, "deixará um legado considerável".

##RECOMENDA##

Já o Guardian publicou duro editorial, criticando o processo e avaliando que o sistema político é que deveria ser julgado, e não a presidente da República.

O editorial do FT diz que Temer enfrenta uma "tarefa assustadora" na Presidência da República com uma crise tripla: econômica, ética e política. No topo das prioridades, o FT diz que está a situação da economia. A nomeação de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda e o rumor de que Ilan Goldfajn pode ir para o Banco Central são "encorajadores", diz o jornal, que avalia a equipe econômica como "digna de confiança". Sobre a crise ética, o FT lembra que a Operação Lava Jato pesa sobre boa parte do Congresso e até sobre o próprio Temer. Por isso, o editorial defende que o presidente em exercício "deve permitir que as investigações continuem seu curso".

Ao reconhecer a controvérsia sobre a argumentação jurídica que baseia o processo de impeachment, o FT afirma que o resultado do desdobramento da crise política visto "está longe de ser perfeito".

Já o editorial do Guardian defende que o Brasil deveria ter profunda reforma para tornar a política mais funcional e honesta, mas lamenta que a equipe apresentada na quinta-feira mostra que é "muito duvidoso" que o governo Temer dará esse salto.

O Guardian diz que o sistema político brasileiro é tão disfuncional que a corrupção é "praticamente inevitável" para a governabilidade. "Dilma herdou esse legado infeliz e começou a perder o controle em um período de declínio econômico e quando a corrupção, graças à polícia e a promotores independentes, começava a se tornar um escândalo de proporções crescentes". O texto também cita que houve preconceito machista e ressentimento da direita que nunca aceitou a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.

"O elemento tóxico final na crise foi a percepção de muitos políticos que os procuradores poderiam descobrir mais coisas sobre eles e uma maneira de evitar ou reduzir essa possibilidade poderia ser distrair a atenção e tomar o controle político com o processo de impeachment da chefe de Estado", cita o editorial. O Guardian diz que "a ironia é que muitos dos acusadores são acusados e por pecados piores". O texto cita Eduardo Cunha e lembra que Dilma não é acusada, nem investigada por corrupção. Diante desse quadro, o Guardian defende que "o que deveria estar em julgamento acima de tudo é o modelo político brasileiro que falhou".

Com o título Fazendo a crise política piorar, o editorial do New York Times, maior jornal dos EUA defende que os brasileiros deveriam ter o direito de eleger um novo presidente. O jornal avalia que Dilma pode ter sido uma governante "ruim", mas foi eleita duas vezes nas urnas e não há evidência de que ela usou seu cargo para enriquecimento pessoal, enquanto outros políticos que a acusam estão envolvidos em escândalos de corrupção. O NYT ressalta que Temer foi condenado pela Justiça eleitoral e está inelegível por oito anos e o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que aceitou o pedido de impeachment de Dilma, foi afastado por denúncias de corrupção.

O jornal diz que o governo pode representar uma guinada para a direita, como em outros países da América Latina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tribunal de Istambul condenou o jornalista turco Can Dundar, editor-chefe do jornal Cumhuriyet, a mais de cinco anos de prisão por revelar segredos de Estado, informa a mídia da Turquia. Ele foi considerado culpado por publicar documentos de suposto fornecimento de armas pelo governo a rebeldes sírios.

Horas antes da sentença ser proferida, ele escapou do ataque de um atirador que aguardava o julgamento do lado de fora do tribunal. O homem gritou "traidor" e disparou dois tiros contra Dundar, que não foi atingido. Outro jornalista foi levemente ferido na perna.

##RECOMENDA##

Além de Can Dundar, Erdem Gul, representante do jornal em Ancara, também foi condenado. Os jornalistas devem recorrer da sentença. Fonte: Associated Press

O bloqueio do WhatsApp em todo território brasileiro por 72 horas, a partir das 14h desta segunda-feira (2), ganhou destaque na imprensa internacional e foi notícia em veículos norte-americanos como "Bloomberg", "Time", "The Verge", "TechCrunch", "Fortune", "The Wall Street Journal" e os europeus "Le Monde" (França) e "El País" (Espanha). A decisão de bloquear o aplicativo foi emitida pelo juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, em Sergipe. No Twitter, o termo "WhatsApp" segue como um dos dez mais comentados do microblog mundialmente.

Segundo a decisão, que tem como base o Marco Civil da Internet, o bloqueio acontece porque o Facebook, dono do WhatsApp, se recusou a compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. As operadoras TIM e Vivo informaram, através do Facebook, que vão obedecer a decisão, assim como a Claro – que se posicionou através de e-mail.

##RECOMENDA##

Os veículos ressaltam o debate sobre a privacidade de dados entre empresas de tecnologia e governos, relembrando que esta não é a primeira vez que o WhatsApp é bloqueado no Brasil. Em dezembro de 2015, o acesso ao mensageiro instantâneo foi suspenso durante 12 horas, também por decisão judicial.

A revista americana Time destaca o grande número de usuários que o WhatsApp possui no Brasil, afirmando que a ferramenta é uma alternativa econômica a outros meios mais caros de comunicação, de modo que o bloqueio do aplicativo terá um grande efeito na rotina de muitos brasileiros. O WhatsApp estima que mais de 100 milhões de usuários foram afetados pela suspensão.

O francês Le Monde, por sua vez, lembra que o juiz que ordenou o bloqueio do aplicativo também determinou em março a prisão do argentino Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para a América Latina. O El País cita ainda o SindiTelebrasil, entidade que reúne as prestadoras de serviços de telefonia móvel, afirmando que as empresas vão cumprir a determinação de suspender o aplicativo.

LeiaJá também:

Hackers invadem sites de Sergipe após bloqueio do WhatsApp

Telegram volta aos holofotes após bloqueio do WhatsApp

Bloqueio do WhatsApp é arbitrário, alertam especialistas

Bloqueio do WhatsApp no Brasil gera memes

A condenação a quatro anos de prisão do diretor de um jornal mostra a existência na Venezuela de uma "perseguição institucional" contra a imprensa independente, denunciou nesta quinta-feira a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).

"A imprensa livre da Venezuela é vítima de uma perseguição institucional, as autoridades devem respeitar o princípio fundamental do direito à informação", afirmou Emmanuel Colombié, chefe do Escritório para as Américas da RSF.

Em 1o. de março passado, um tribunal do estado de Bolívar (sudeste) sentenciou a quatro anos de prisão o diretor do Correo del Caroní, David Natera, por difamação e injúria por causa de uma publicação que revelou o caso de corrupção na indústria estatal do ferro.

Natera, no entanto, permanece em liberdade, enquanto cumpre o processo de apelação da decisão de primeira instância, apesar de estar proibido de sair do país.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta quinta-feira, 10, que vai encaminhar à Presidência da República e ao Ministério da Justiça manifestação de entidades representantes do setor de comunicação social que destaca a crescente onda de violência contra profissionais da imprensa e veículos de mídia.

Nesta semana, alguns incidentes foram registrados contra a classe trabalhista. Na noite de terça-feira, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fizeram um protesto em frente a sede do Grupo Jaime Câmara, em Goiânia, que abriga veículos como TV Anhanguera - afiliada da Rede Globo -, jornais O Popular e Daqui e a rádio CBN. Anteontem, o mesmo coletivo se envolveu em uma ocorrência policial envolvendo jornalistas da TV Tarobá, retransmissora da TV Bandeirantes em Cascavel (PR).

##RECOMENDA##

Profissionais da TV Globo também foram hostilizados por militância petista durante cobertura jornalística da repercussão gerada com a condução coercitiva à qual foi submetido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o ministro, não é possível encontrar "uma origem única" para a intolerância e que o ambiente de radicalização não é bom para o País. "É inegável que estamos num ambiente em que a intolerância cresce", disse, após participar de audiência com entidades representantes do setor. No encontro, as instituições pediram ao governo providências cabíveis para que os profissionais exerçam livremente a atividade jornalística.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), Daniel Slaviero, informou que as entidades estão acompanhando com preocupação a escalada de violência contra os profissionais de imprensa, que isso fere o estado democrático de direito. No ano passado, diz, o Brasil passou a ocupar o 5.º lugar no ranking de países mais perigosos para o exercício do jornalismo.

"Está tendo um equívoco e estão confundindo veículos de comunicação como protagonistas do processo político e não o são", afirmou Slaviero. Segundo ele, 116 casos de agressões e oito mortes de jornalistas foram registrados em 2015. "Nos primeiros 60 dias deste ano, já são 57 incidentes com a imprensa", disse.

Em relação às manifestações marcadas para domingo, Slaviero ressaltou que tem pedido aos veículos que ofereçam equipamentos de segurança a suas equipes. Uma das medidas solicitadas pela entidade é que o Ministério da Justiça oriente os policiais a não agredirem os profissionais de imprensa.

Cascavel

Nesta quinta, um inquérito policial foi aberto para apurar se dois jornalistas da TV Tarobá, foram de fato feitos reféns por integrantes do MTST enquanto faziam a cobertura de uma ocupação de terra. Os jornalistas afirmam ter sido impedidos de sair do local. O movimento negou que tenha ‘sequestrado’ a dupla e lamentou "qualquer excesso que tenha ocorrido por seus integrantes, que assustaram os dois profissionais de imprensa, reação aos seguidos ataques que sofrem da TV Tarobá". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A União Europeia enfrenta crescente pressão para se manifestar contra a erosão da liberdade de imprensa na Turquia depois que o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan assumiu o controle do jornal de maior circulação no país. Mas poucos esperam os europeus adotem uma ousada abordagem, já que precisam da ajuda dos turcos para lidar com a crise de refugiados.

Pelo segundo dia consecutivo neste sábado os policiais usou gás lacrimogênio para dispersas centenas de manifestantes que se reuniram do lado de fora da sede do jornal Zaman, agora cercado pela polícia. O prédio foi invadido na sexta-feira, em cumprimento à ordem de apreensão judicial da publicação, que está ligada ao principal rival do presidente Erdogan, o clérigo da oposição Fethullah Gulen.

##RECOMENDA##

Tropas de choque usaram escudos e gás lacrimogêneo para conter a multidão aos gritos de "Imprensa livre não pode ser silenciada" e "Zaman não pode ser silenciado". Alguns foram vistos esfregando o rosto com pedaços de limão para mitigar os efeitos do gás, informou a agência de notícias Dogan. Vários manifestantes ficaram feridos.

O tribunal de Istambul nomeou curadores para administrar o Zaman e suas outras publicações, reduzindo o número de órgãos de imprensa de oposição na Turquia, hoej dominada por mídia pró-governo. A medida levanta preocupações sobre uma deterioração dos direitos no país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que também deseja aderir à UE, antes de reunião marcada para 7 de março, na qual líderes europeus tentarão convencer a Turquia a agir mais para conter o fluxo de refugiados viajando à Europa.

"Os países europeus estão preocupados com a crise de imigração, eles não mais estão preocupados com a violação de direitos na Turquia", afirmou Semih Idiz, colunista dos jornais Cumhuriyet e Daily Hurriyet. "Eles dirão algumas coisas apenas para constar, mas eles sabem que são dependentes da Turquia", completou.

A edição deste sábado da versão em inglês do Zaman, publicada antes de o governo assumir o controle do prédio, trouxe a primeira página toda em preto com a manchete: "Dia vergonhoso para a imprensa livre na Turquia". A invasão da sede do jornal pela polícia é parte de uma repressão ao movimento Gulen, que Erdogan alega tentar derrubá-lo.

Autoridades acusam os seguidores do movimento de se infiltrarem na polícia e no judiciário, além de orquestrarem acusações de corrupção em 2013 e implicarem o círculo mais íntimo de Erdogan, em uma tentativa de desmantelar o governo.

Gulen, que se autoexilou nos Estados Unidos desde 1999, já foi aliado do atual presidente turco. Nos últimos anos, contudo, o governo expurgou milhares de funcionários públicos supostamente ligados ao movimento e apreendeu negócios afiliados. O movimento também foi rotulado como organização terrorista, ainda que não tenha executado qualquer atentado.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, insistiu em visita ao Irã que a indicação de administradores para a publicação foi uma decisão legal, e não política. Ele também negou o envolvimento do governo na tomada do jornal. "Nós não interferimos...e nem o faremos", afirmou ele. Fonte: Associated Press.

A notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para prestar depoimento na Polícia Federal, em São Paulo, foi manchete na imprensa da América Latina e dividiu opiniões. Na Argentina, o canal de televisão Todo Noticias acompanhou os acontecimentos no Brasil ao vivo e seus comentaristas falaram sobre a proposta do atual governo argentino de adotar no país a delação premiada (quando um investigado firma acordo para dar informações sobre um crime em troca de redução de pena) e como esse tipo de acordo poderia ajudar na investigação de escândalos de corrupção envolvendo governos anteriores.

Os jornais Clarín e La Nación – que têm correspondentes no Brasil - explicaram, aos leitores, o esquema de corrupção investigado na Petrobras e os motivos que levaram a Justiça a investigar Lula. O jornal Pagina 12 disse que a operação de hoje que levou o ex-presidente a depor “tem cheiro de perseguição”.

##RECOMENDA##

Os canal de televisão Telesur deu como manchete o apoio das organizações sociais ao ex-presidente e ouviu especialistas que argumentaram que partidos de direita estariam se mobilizando para impedir que Lula se candidate à Presidência da República em 2018.

O jornal chileno, El Mercurio, assim como o paraguaio ABC Color citaram declarações de integrantes de partidos da oposição no Brasil que dizem que este é “o princípio do fim de [Dilma] Rousseff”.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu sobre a operação policial pela rede social Twitter: “Desse ataque miserável, você [Lula] saíra mais forte; Venezuela te abraça”, escreveu.

Eduardo Baptista parece obstinado em levar algum jogador do Sport para compor o elenco do Fluminense em 2016. Após recusa da diretoria rubro-negra sobre uma possível negociação com o volante Rithely, o meia Diego Souza pode ter acertado sua ida às Laranjeiras. A informação é a da Rádio Tupi do Rio de Janeiro. 

Segundo a rádio, a negociação está fechada e Diego Souza pode ser anunciado a qualquer momento pelo Flu. A imprensa carioca dá como certa a contratação e já aponta o atleta como o primeiro reforço do clube para a próxima temporada. Não há confirmação oficial dos clubes envolvidos, tampouco do jogador. 

##RECOMENDA##

Jornais fluminenses garantem que apenas detalhes e a assinatura do contrato separam o camisa 10 da Ilha do Retiro das Laranjeiras. Diego Souza foi o artilheiro do Sport na Série A, em 2015, com nove gols. 

O empréstimo do jogador com o Leão termina no fim do ano. Os direitos federativos do atleta são pertencentes ao Metalist, da Ucrânia. Souza foi revelado nas categorias de base do Fluminense e já havia sido sondado pelo clube em meados de outubro, ainda com o campeonato brasileiro em curso. 

Um tribunal de Istambul acusou e determinou a prisão, nesta terça-feira (3), de dois diretores do jornal de oposição Nokta que criticaram a vitória do presidente conservador Recep Tayyip Erdogan nas legislativas de domingo, informou a própria publicação.

"O redator-chefe Cevheri Güven e seu diretor de publicação Murat Çapan foram acusados e presos por tentativa de golpe de Estado", informou à AFP um jornalista do Nokta.

Os dois foram detidos na segunda-feira em Istambul, depois da publicação da última edição da publicação, cuja capa classifica a vitória por maioria absoluta do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) nas legislativas de domingo como "o princípio da guera civil".

Na semana passada, a polícia invadiu os canais de televisão do grupo Koza-Ipek, ligado à oposição, obedecendo a uma ordem judicial.

Desde então, 58 jornalistas do gruop foram presos, segundo a imprensa local.

O Google, em parceria com dezenas de meios de comunicação internacionais, anunciou nesta quarta-feira (7) um projeto de páginas móveis aceleradas, com a promessa de acesso super rápido à informação através da internet móvel. A empresa afirma que os downloads lentos para smartphones ou tablets estão custando leitores às agências de notícias e dólares às agências de publicidade.

Este novo sistema, baseado em software livre, promete um acesso mais fácil e cômodo adequado ao consumo de informação em internet móvel - quando os mobinautas não usam os aplicativos desenvolvidos pelos próprios meios de comunicação.

##RECOMENDA##

Ainda em fase experimental, o sistema pode mostrar uma série de artigos na parte inferior da tela quando o usuário abre o site do Google para realizar uma busca.

"Editores de todo o mundo usam a web móvel para atingir esses leitores, mas a experiência pode muitas vezes deixar muito a desejar. Cada vez que uma página demora muito tempo para carregar, eles perdem um leitor", explicou David Besbris, chefe vice-presidente de engenharia de pesquisa do Google.

Durante apresentação em Nova York (EUA), Richard Gingras, chefe do Google News, garantiu à AFP que o conteúdo de parceiros do projeto não teria vantagem no resultado de buscas por causa dos negócios.

É claro que os veículos que usam o software da AMP para um carregamento mais rápido podem ser favorecidos, porque a velocidade da conexão e a comodidade de leitura melhorarão, mas será apenas um dos vários fatores para a hierarquização dos resultados propostos, informou.

Mario Calabresi, editor-chefe do jornal italiano La Stampa, justificou sua participação no projeto explicando que hoje em dia os meios de comunicação tradicionais devem levar o jornalismo para além do site, e ir para onde os usuários estão. 

O sistema foi anunciado logo após a rede social Facebook anunciar em maio passado seu software artigos instantâneas, que visa duplicar a velocidade de conexão dos meios associados.

O trabalho do técnico Gilmar Dal Pozzo no Naútico não envolve apenas o planejamento para o jogo nas quatro linhas. Nesta quinta-feira (24), Lucas Farias declarou que a imprensa pernambucana tem noticiado fatos falsos dos bastidores do clube e revelou que os atletas estão chateados com o postura de alguns jornalistas. O lateral direito ainda contou que o treinador alvirrubro tem tentado blindar os jogadores do assunto e pediu foco apenas nas partidas da Série B.

Lucas Farias disse que os fatos ocorreram desde o comando o do técnico Lisca, que foi demitido no dia 8 deste mês. O jogador exemplificou que os jornalistas noticiaram brigas dentro dos bastidores, mas garantiu que os fatos nunca aconteceram.

##RECOMENDA##

"Quando estava o outro treinador disseram que havia brigas internas entre a gente e isso nunca existiu. Nosso grupo é muito forte e está fechado Aqui quando tem derrota, ficamos muito chateados. A cobrança vem de nós mesmos, ficamos muito chateados. A gente tem família, pessoas que dependem da gente. Quando isso acontece a gente fica muito chateado", revelou o jogador do Timbu.

A próxima partida do Náutico será contra o ABC, no sábado (26), na Arena Pernambuco. Lucas Farias foi titular na ocasião pelo segundo jogo consecutivo e deve ser mantido para o confronto contra os potiguares. O lateral direito ressaltou a importância de bater o adversário e se aproximar do G4. Atualmente, os alvirrubros estão na nona colocação e têm 40 pontos: seis a menos que os primeiros time na zona de acesso, Vitória (terceiro) e Bahia (quarto).

"É uma decisão essa partida contra o ABC, esse é um jogo chave para que possamos voltar a ter uma sequência de vitórias. Precisamos do máximo de torcedores que puderem vir nos apoiar", comentou. E falou sobre o rival: "O primeiro jogo de lá foi muito disputado, a gente saiu na frente do placar três vezes e eles buscaram nas três e acabou empatado. Então, essa partida deve ser muito difícil".

 

O governo de Angela Merkel está sendo cobrado por ter reagido tarde demais a uma investigação por "traição" contra jornalistas, o que custou o cargo do procurador-geral da Alemanha.

Na véspera, o ministro alemão da Justiça anunciou o afastamento do procurador-geral federal, que denunciou a ingerência do ministério em uma investigação contra jornalistas acusados de revelar segredos de Estado em um blog.

##RECOMENDA##

O ministro Heiko Mass explicou que sua confiança no procurador-geral Harald Range ficou muito abalada e que, por isso, o destituiria de suas funções com consentimento da chancelaria.

Range, de 67 anos, criticou Mass acusando-o de interferir na independência dos juízes em um caso de suposta revelação de segredos de Estado.

A polêmica se deu por causa do blog Netzpolitik.org, que no início do ano publicou documentos supostamente pertencentes aos serviços de inteligência alemães e que falava de um sistema de vigilância na internet.

O fundador do Netzpolitik.org, Markus Beckedahl, viu na investigação de Range "uma tentativa de intimidação contra as pessoas que escrevem sobre os escândalos de vigilância digital", segundo suas palavras.

Na semana passada, o mesmo blog indicou que o procurador-geral abriu uma investigação preliminar contra os dois jornalistas por traição, algo que não acontecia desde os anos 1960.

Apesar da decisão do ministro, a polêmica pelo que se considera um atentado à liberdade de imprensa continua viva e muitos criticam na Alemanha a reação tardia do ministro sobre a investigação iniciada em maio, e que evidentemente não tentou suspender, pelo menos a princípio.

Vários jornais também afirmaram que a promotoria alemã não é independente do poder político, elemento evocado por Range quando acusou seu ministro de intromissão no sumário.

O Reino Unido abriu uma investigação sobre casos de pedofilia envolvendo políticos e instituições públicas nos anos de 1980 e 1990. A investigação começou depois que a imprensa revelou o desaparecimento de 114 registos relacionados com as acusações de abuso sexual contra menores entre 1979 e 1999, informação confirmada por vários ministérios.

Segundo a imprensa, um dos registros ligava vários deputados e figuras políticas a uma rede de pedofilia. A investigação foi atrasada pelo afastamentos das duas juízas do caso, acusadas de conflito de interesses.

Elizabeth Butler-Sloss teve que renunciar porque seu irmão, Michael Havers, procurador-geral na década de 1980, foi acusado de impedir um ex-parlamentar de revelar as acusações de agressão sexual.

Para evitar novas acusações de cumplicidade, o Reino Unido nomeou em fevereiro a juíza neo-zelandesa Lowell Goddard para liderar a investigação de forma independente. "É o maior e mais ambicioso inquérito público da história da Inglaterra e do País de Gales", disse Lowell, que pediu a todas as vítimas que se apresentem.

A juíza, que reconheceu que a tarefa era "imensa", indicou que os primeiros elementos da investigação, que poderia durar anos, sugerem que "uma em cada 20 crianças na Inglaterra e no País de Gales foi vítima de violência sexual."

"Os números reais podem ser ainda piores do que as estimativas oficiais", alertou. Lowell escreveu a mais de 240 instituições - polícia, sistema de saúde público (NHS), igrejas... - para exigir que investiguem e transmitam todos os documentos que possam ser úteis.

Em março passado, a unidade britânica de assuntos internos também abriu uma investigação após várias denúncias acusando a polícia de ter acobertado as atividades de uma rede de pedofilia no qual participaram políticos e instituições públicas entre os anos 1970 e 2000.

Em dezembro, uma suposta vítima, identificada como Nick, disse à polícia que ele e várias outras crianças tinham sido agredidos sexualmente por grupos de homens em Londres e em sua periferia, incluindo em bases militares.

Também acusou deputados e outras figuras públicas de envolvimento no assassinato de três crianças com idade entre sete e 16 anos.

A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a uma emissora de televisão francesa que vai lutar "até o fim" para mostrar que ela não tem envolvimento com o esquema de desvios na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. À France 24, Dilma que é "impossível" que esteja envolvida nas denúncias e defendeu que o esquema não deve ser tratado como "escândalo da Petrobras" e, sim, como "escândalo de determinados funcionários da Petrobras".

Durante a entrevista ao canal de notícias francês, exibida nesta segunda-feira, 8, a presidente foi questionada sobre a hipótese de a investigação chegar à conclusão de que ela sabia ou estava envolvida no esquema. Então, o jornalista francês questiona se, nesse cenário, a presidente estaria disposta a encarar todas as consequências. "Eu não estou ligada. Eu não respondo a essa questão, porque eu não estou ligada. E eu sei que não estou ligada", disse.

##RECOMENDA##

"É impossível. Eu lutarei até o fim para mostrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço. Eu tenho uma história por trás de mim nesse sentido. Não é questão de 'se'. Eu não estou ligada", completou.

Dilma disse ainda que há tratamento diferente entre a relação das empresas envolvidas no esquema com o Partido dos Trabalhadores e os demais grupos políticos. Segundo Dilma, "todos as campanhas" feitas no Brasil têm contribuição das companhias citadas. "E por que só a minha foi destacada?", questionou a presidente. "Estão tentando envolver a minha campanha", disse e complementou: "Não existe nenhum indício que o prove. Não só em 2010, mas também em 2014. Todos os candidatos que concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal".

A presidente afirmou ainda que pessoas que estão presas por envolvimento no esquema foram demitidas no início de 2012. Dilma fez referência a ex-gestores da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços). Além deles estão envolvidos ainda o ex-diretor Nestor Cerveró (Internacional), preso em Curitiba, e o ex-gerente da diretoria de Serviços Pedro Barusco, um dos delatores do esquema.

"A Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo não é o escândalo da Petrobrss, é de determinados funcionários de alto nível da Petrobras", afirmou a presidente. Dilma citou que o escândalo diz respeito a funcionários da estatal que se articularam com empresas e partidos para obter vantagens. Esse problema, emendou, não afeta necessariamente todas as empresas, nem todos os partidos ou todos os integrantes dos partidos.

A entrevista foi concedida em razão dos preparativos da reunião de cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizado entre quarta e quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.

Questionada sobre se "assumiria suas responsabilidades" - uma expressão que em francês equivale a "demitir-se" - caso seja provado seu eventual envolvimento em corrupção. Dilma se mostrou irritada e protestou. "Eu não tenho nada a ver. Eu não respondo a essa questão porque sei que não tenho nada a ver", afirmou.

A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias fez um apelo no domingo (31) aos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Equador, Rafael Correa, para que cessem as intimidações contra a imprensa independente em seus países.

O pedido foi feito em Washington durante uma agenda múltipla do setor da comunicação, que agregou o 67º Congresso Mundial de Meios Informativos, o 22º Fórum Mundial de Editores e o 25º Fórum Mundial de Publicidade, na capital dos Estados Unidos.

##RECOMENDA##

No início de maio, um tribunal da Venezuela proibiu que 22 diretores de veículos de comunicação saíssem do país. Os profissionais da imprensa foram citados em julgamento por difamação em ação proposta pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello. Uma matéria, originalmente veiculada pelo jornal espanhol ABC, foi reproduzida nos veículos controlados pelos acusados sobre supostos vínculos de Cabello com um cartel de tráfico de drogas.

A proibição de Cabello imposta aos diretores preocupa a associação por ser "desproporcional e absolutamente irregular, pois nenhum dos executivos dos meios afetados havia sido convocado pelo tribunal até o momento".

Já o governo do Equador impôs multas aos veículos que não publicarem retificações ou notícias de "interesse público". No dia 13 de maio, o governo multou em US$ 3.540 o jornal La Hora por não publicar as contas públicas de uma prefeitura, o que é considerado "tema de interesse público". Outras dez penalidades semelhantes fizeram com que a publicação se negasse a pagar o valor, declarando-se "em oposição" à medida.

"A associação expressa sua profunda preocupação pela falta sistemática de respeito à opinião crítica na Venezuela e no Equador. O uso de ferramentas judiciais e regulatórias destinadas a criar uma atmosfera de intimidação e medo revela a natureza autoritária desses governos", diz texto do apelo da associação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Recém anunciando pela presidente Dilma Rousseff (PT), o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, revelou nessa sexta-feira (27) durante entrevistas aos Jornais ‘O Globo’ e ‘Estado de São Paulo’ que a presidente quer firmar um diálogo com os veículos de comunicação. Ainda segundo o ex-presidente estadual do PT em São Paulo, a prioridade de sua pasta será fazer com que a informação chegue à sociedade.

Além de revelar o desejo de conversa entre a petista e a imprensa, Edinho Silva criticou as afirmações da bancada da oposição na Câmara dos Deputados de que ele teria sido indicado ao cargo para direcionar verbas de publicidade. “Só quem não me conhece pode achar que vou ocupar um cargo público para manipular recursos ou para fazer algo que não seja de interesse da sociedade”, rebateu o ministro.

##RECOMENDA##

Outra prioridade elencada pelo novo representante do governo Dilma ao Jornal Estado de São Paulo foi a democratização das verbas de publicidade. “Vou seguir a orientação da presidente, que quer uma postura republicana e que os recursos sejam distribuídos por critérios técnicos”, destacou, reforçando a ideia. “Se tivermos recursos suficientes para democratizar ao máximo a distribuição de recursos, nós vamos fazer”, completou.

Edinho Silva foi um dos dois ministros anunciados pela presidente Dilma nessa sexta-feira. Durante à noite a petista revelou também o nome do novo ministro de Educação, Renato Janine Ribeiro

 

 

Sindicatos de jornalistas da França e do Marrocos denunciaram nesta sexta-feira as ameaças de morte feitas nas redes sociais contra Zineb El Rhazaoui, uma colaboradora da revista francesa Charlie Hebdo atacada por islamitas em janeiro.

"Hoje estão ameaçando Zineb El Rhazaoui e seu marido, Jaouad Benaissi", denunciou a Federação Internacional de Jornalista (FIJ) em um comunicado.

"As ameaças são acompanhadas com foto e informações sobre a residência e o local de trabalho do marido, difundidas no Twitter", acrescenta.

Zineb El Rhazoui, uma psicóloga franco-marroquina especialista em religiões, se encontra atualmente na França, e está sob proteção especial da polícia.

As ameaças também foram feitas contra seu marido, que permaneceu no Marrocos sem qualquer proteção, afirmaram fontes ligadas ao caso.

A liberdade de imprensa registrou uma "regressão brutal" em 2014, principalmente pela ação de grupos islamitas radicais como o Estado Islâmico ou o Boko Haram, destaca a classificação anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgada nesta quinta-feira (12).

"Ocorreu uma deterioração global, relacionada com fatores muito diferentes, com a existência de guerras de informação e com a ação de grupos não estatais que se comportam como déspotas da informação", disse à AFP Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

"2014 foi o ano de uma regressão brutal para a liberdade de informação. Dois terços dos 180 países (no ranking da RSF) têm resultados piores que na edição anterior", explica a RSF, que também registra os ataques à liberdade de imprensa.

A Síria, o país considerado pela ONG como o mais perigoso do mundo para os jornalistas, permanece na posição 177 de um total de 180, atrás da China (176), mas à frente de Turcomenistão (178), Coreia do Norte (179) e Eritreia (180). Os quatro últimos países da lista são os mesmos do ano passado.

O Brasil ocupa a nada honrosa 99ª posição e é um dos países citados pela RSF pela "intensificação da violência contra os repórteres e os web-cidadãos que cobrem as manifestações.

Outros países em situação similar são Venezuela (137), Ucrânia (129) e Hong Kong (70).

Entre os países latino-americanos, o relatório destaca que o México (148) teve um ano extremamente violento. O documento da RSF também cita os riscos para a profissão na Colômbia (128).

A classificação é baseada em sete indicadores: o nível dos abusos contra a liberdade de imprensa, o pluralismo, a independência dos meios de comunicação, o ambiente e a autocensura, o marco legal, a transparência e as infraestruturas.

- Conflitos de interesses na Europa -

"Do Boko Haram ao grupo Estado Islâmico, passando pelos narcotraficantes latinos ou a máfia siciliana, as motivações mudam mas o 'modus operandi' é o mesmo: reduzir ao silêncio através do medo ou das represálias", destaca a ONG.

Pelo quinto ano consecutivo a Finlândia ocupa o primeiro lugar no ranking, seguida por Noruega e Dinamarca.

O Iraque está na posição 156 e a Nigéria no 111º lugar. No caso do Iraque e da Síria, presença do grupo Estado Islâmico "provocou a fuga dos jornalistas".

Na África, apesar do avanço da Costa do Marfim (86º, +15 lugares), muitos países permanecem entre os piores da lista. O Congo perdeu 25 posições (107) e a Líbia 17 (154).

Na Europa, alguns pequenos países caíram na classificação: Luxemburgo passou do 4º ao 19º lugar, Liechtenstein do 6º ao 27º e Andorra do 5ª para o 32º, a queda mais expressiva.

"Todas são situações comparáveis, com uma proximidade entre o poder político, econômico e midiático que gera conflitos de interesses muito frequentes e que são cada vez mais importantes", explica a ONG.

A Bulgária (106º, -6 posições) permanece como o país de pior ranking dentro da União Europeia. A Grécia ganhou oito posições, mas aparece como o número 91, atrás do Kuwait.

A França subiu uma posição e está em 38º lugar. A classificação não leva em consideração o atentado de 7 de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, indica a RSF.

Os Estados Unidos aparecem na posição de número 49 e o Reino Unido no 34º lugar.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando