Tópicos | LGBTQIA+

Em comemoração ao mês do orgulho LGBTQIA+, a Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco (Seteq) promoverá ações e prestações de serviços no dia 28 de junho na Agência do Trabalho, localizada na rua da Aurora, no bairro da Boa Vista, Região Metropolitana do Recife. Haverá três guichês exclusivos para o atendimento de pessoas integrantes da comunidade.

Uma das ações se trata de fazer uma nova carteira de Identidade com o nome social para pessoas transgênero. Assim, ele ou ela poderá ser tratado pelo nome que se identifica. A taxa para segunda via do RG é de R$ 26,98.

##RECOMENDA##

Outra iniciativa do Seteq é o cadastramento dos candidatos e encaminhamento a vagas de emprego, caso possuam um perfil que se encaixe no que as empresas desejam. É necessário levar RG, CPF, Carteira de Trabalho no papel, número do PIS, currículo, comprovante de residência e comprovante de vacinação contra a COVID 19.

Para fazer a carteira de trabalho digital é apenas desejado ter um celular com acesso a internet, CPF E RG em mãos, e assim realizar o cadastramento no sistema. A Secretaria disponibiliza atendentes no local para auxiliar no processo de cadastro.

A polícia norueguesa abriu neste sábado (25) uma investigação por um "ato terrorista" após o tiroteio ocorrido em frente a três bares no centro de Oslo que deixou dois mortos e que obrigou o cancelamento da marcha do orgulho LGBTQIA+ marcada para a tarde.

O suposto autor do tiroteio, que causou duas mortes e 21 feridos, dez deles graves, é um norueguês de 42 anos de origem iraniana, conhecido dos serviços de inteligência internos, também encarregados do antiterrorismo, informou a polícia de Oslo.

"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e ato terrorista", disse o responsável da polícia Christian Hatlo, em entrevista coletiva. Esta acusação foi pautada "pelo número de feridos e mortos, pelo número de cenas de crime - pelo menos três - e [...] [porque] há boas razões para acreditar que ele teve a intenção de semear o terror", acrescentou.

Segundo a polícia, as vidas dos feridos não estão em perigo. O tiroteio ocorreu na manhã de sábado, por volta da 01h00 (20h00 de sexta no horário de Brasília), do lado de fora de um pub, o Per på hjørnet, onde duas pessoas morreram, segundo a mídia local. Mais tarde, o agressor continuou atirando em frente a um clube gay próximo, o London Pub, no coração da capital norueguesa, que estava lotado.

"Há razões para pensar que se trata de um crime de ódio", acrescentou Hatlo, mencionando o tipo de estabelecimento visado, "especialmente o London Pub".

A marcha do Orgulho LGBTQIA+, que aconteceria na tarde de sábado em Oslo, foi cancelada.

Seguindo recomendações "claras" da polícia norueguesa, "todos os eventos relacionados ao 'Oslo Pride' foram cancelados", escreveram os organizadores em um comunicado publicado no Facebook.

Como demonstração de solidariedade, bandeiras de arco-íris e buquês de flores foram colocados perto do local do ataque, que foi isolado, observaram os jornalistas da AFP.

"Hoje nos lembra que o Orgulho é um dia pelo qual devemos lutar, que ainda não alcançamos o objetivo", disse Trond Petter Aunås perto do local dos fatos.

Até o momento, a polícia considera que o autor dos disparos agiu sozinho, embora ainda seja necessário apurar se teve ajuda para preparar o ataque. A polícia enviou reforços à capital para enfrentar possíveis incidentes.

"Cena de guerra"

O homem foi preso no sábado às 01h19 (20h19 de sexta, no horário de Brasília), cinco minutos após as primeiras ligações para a polícia. O suspeito teve desentendimentos com a polícia por delitos menores, como portar uma faca ou posse de drogas, explicou a fonte.

Duas armas foram apreendidas no local: uma arma automática e um revólver, que Hatlo descreveu como "antigas". Uma testemunha entrevistada pelo jornal Verdens Gang (VG) descreveu uma "cena de guerra".

"Havia muitas pessoas feridas no chão que tinham ferimentos na cabeça", relatou.

Um jornalista da emissora pública NRK presente no local explicou que o agressor chegou com uma bolsa da qual tirou a arma com a qual disparou.

"O tiroteio do lado de fora do London Pub em Oslo esta noite é um ataque horrível e profundamente chocante a inocentes", publicou o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre no Facebook.

"Ainda não sabemos os motivos desse ato terrível, mas aos homossexuais que agora estão com medo e de luto, quero dizer que estamos todos juntos com vocês", acrescentou.

O governo planeja uma coletiva de imprensa à tarde.

O rei Harald se declarou "horrorizado" em um comunicado oficial. "Devemos nos unir para defender nossos valores: liberdade, diversidade e respeito", disse ele.

Geralmente pacífica, a Noruega experimentou um dia sombrio em 22 de julho de 2011, quando o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas em um ataque com bomba na sede do governo em Oslo e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na Ilha de Utoya.

Um estudo realizado pela consultoria Santo Caos, em todos os estados do Brasil e em diferentes setores da economia, revelou que 65% dos profissionais LGBTQIA+ já sofreram discriminação no ambiente de trabalho e 28% deles já foram assediados. O índice de casos é ainda maior quando são analisadas apenas pessoas trans, com 96% de relatos de discriminação e bissexuais, com 72%.

As informações foram coletadas com mais de 20 mil trabalhadores de todas as faixas etárias entre novembro de 2020 e abril de 2022. Entre as descobertas, 48% das pessoas LGBTQIA+ afirmaram que revelam sua orientação sexual ou identidade no trabalho, entre as pessoas trans esse número cai para 40%. Em relação ao assédio, 28% afirmam que já passaram por algum caso, índice que é de 18% para pessoas que não fazem parte desse grupo.

##RECOMENDA##

Para o levantamento, discriminação compõe todo tipo de atividade preconceituosa, mesmo que velada, como ironias, piadas e insinuações jocosas. No caso de assédio, o estudo considerou o ato de ofender explicitamente alguém por conta de sua característica.

Ainda segundo os dados do levantamento, 47% da população LGBTQIA+ tem renda média abaixo de quatro salários mínimos, frente a 36% das pessoas que não fazem parte desse grupo. Em relação ao tempo de empresa, aqueles que se declaram LGBTQIA+ ficam aproximadamente 3,07 anos em uma companhia, ao passo que os não LGBTQIA+ permanecem em média 4,13 anos.

No Mês do Orgulho LGBTQIA+, o debate sobre empregabilidade e inclusão dessa comunidade no mercado de trabalho aumentam. De acordo com pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT+ os principais impactos que atingiram a comunidade nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 foram piora da saúde mental, afastamento da rede de apoio e falta de fonte de renda.

O levantamento feito nas cinco regiões brasileiras com 7.292 pessoas revela ainda que, durante a pandemia, seis em cada dez pessoas dessa comunidade perderam o emprego ou a renda.

##RECOMENDA##

A pesquisa, realizada no ano passado, ainda não foi atualizada, mas já revelava as consequências negativas da pandemia para a população LGBT+, como se fizessem parte de um ciclo de exclusão. Daí sugerir que as possíveis saídas para esses problemas deveriam ser consideradas de forma articulada, pensando em resolver problemas estruturais a longo prazo.

Abertura tímida

A destinação de vagas para profissionais trans já é adotada por algumas empresas, como a Casa & Vídeo do Rio de Janeiro, por exemplo, ou a Ambev, que contratou a cantora Lina Pereira, mais conhecida como Linn da Quebrada, como nova consultora de diversidade e inclusão (D&I).

No congresso da categoria, que a ABRH promove nos próximos dias 21 e 22, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, será abordada a questão da diversidade de uma maneira geral, com painel específico sobre profissionais trans.

“Eu diria que algumas empresas saem na frente, estão mais sensíveis”. Jacqueline destacou, porém, que de acordo com as estatísticas, 75% dos trabalhadores LGBTQIA+ escondem a orientação sexual e a identidade de gênero porque têm receio de não serem aceitos.

Grupos de trabalho

O assunto está na pauta, disse a conselheira da ABRH. A realidade, entretanto, está longe ainda do que se gostaria. Nessa perspectiva, Jacqueline admite que o quadro é desanimador: “eu diria que a gente está em processo de conscientização e de discussão de como a diversidade é importante para tudo, para o mundo dos negócios, inclusive”.

Segundo Jacqueline Resch, quando surgiu o tema da diversidade no mercado, algumas empresas constituíram grupos de trabalho de LGBTQIA+ que estimulam a inclusão desses profissionais.

“E faz com que muitos desses profissionais que foram contratados sem revelar sua identidade sexual ou identidade de gênero agora ganhem espaço de mais segurança para poder falar desse tema. As iniciativas são essas, grupos de diversidade dentro das empresas e esse tema na pauta dos veículos de comunicação da nossa área e dos congressos. A gente entende que é muito relevante falar desses temas”.

Seleção

A conselheira da ABRH conta que, antes de começar o debate sobre  vagas afirmativas, algumas empresas tentaram trabalhar com o chamado recrutamento às cegas. Esse é um método de seleção que visa analisar as competências e habilidades dos candidatos, sem conhecer as características pessoais da pessoa.

“Algumas plataformas permitiam às empresas analisar currículos sem conhecer a procedência daquela pessoa, em que bairro morava, que idade tinha. Ou seja, eliminava dados que pudessem ensejar preconceito. Isso foi substituído quando as empresas claramente resolveram definir que um número determinado de vagas seria para pessoas de grupos ligados à questão da diversidade de raça, de gênero.

Para Jacqueline Resch, a inclusão de profissionais LGBTQIA+ é um trabalho que exige paciência e confiança de que os poucos exemplos existentes vão crescer. Para ela, o papel do RH é fundamental nessa empreitada.

“O RH tem que estar consciente de que a gente só vai ter empresas melhores e ambientes de trabalho melhores quando eles forem diversos, quando forem inclusivos, por uma questão de justiça social. Quando você tem diversidade, há também diversidade de visão de mundo. As pessoas vêm de lugares diferentes, de histórias diferentes. Então, elas olham as questões organizacionais também de maneira diferente. Acho que isso é um ganho enorme”.

Para a especialista, a função do RH é sensibilizar a organização para essas questões que são relevantes e determinantes “para a gente ter ambientes de trabalho mais saudáveis, com mais criatividade, onde as pessoas trabalhem muito, mas se realizem”. Avaliou que o movimento de busca por profissionais por vezes marginalizados é positiva, porque têm muito a contribuir para a empresa e o mercado.

No início da última semana, Claudia Rodrigues surpreendeu os fãs ao pedir em casamento Adriane Bonato, sua ex-empresária. Após Bonato aceitar primeiro namorar a atriz, Claudia já foi vista com a companheira em público. Para celebrar o mês do orgulho LGBTQIA+, o LeiaJá destaca cinco famosas que assumiram relações com mulheres.

Fernanda Souza

##RECOMENDA##

Sucesso em diversas novelas, filmes e peças de teatro, Fernanda Souza recebeu o carinho de muita gente ao anunciar seu namoro com Eduarda Porto. No final de abril, a atriz fez uma publicação romântica e de autoconhecimento. Posando ao lado da amada, Fernanda escreveu: "Somos muito gratas por termos nos encontrado nesse caminho lindo que se revelou pra nós. Amor é amor".

Rebel Wilson

A atriz hollywoodiana Rebel Wilson abriu o coração recentemente para o amor. No mesmo período em que Claudia Rodrigues pediu Adriane Bonato em casamento, a australiana causou euforia entre os seguidores ao falar do seu namoro com Ramona Agruma. Rebel compartilhou um clique ao lado da empresária para dar a notícia aos fãs. "Pensei que estava procurando por um Príncipe da Disney... Mas talvez o que eu realmente precisava neste momento era de uma Princesa da Disney", escreveu ela, no Instagram.

Ludmilla

Em 2019, Ludmilla revelou publicamente seu namoro com a então dançarina Brunna Gonçalves. Na época, a funkeira estava em trabalho de divulgação do DVD Hello Mundo. "A gente era muito amiga e ficávamos muito juntas. E ai eu comecei a ter ciúmes [dela] e ela também [de mim]. Aí a gente sentou, conversou e estamos aí", disse Brunna em um vídeo, contando aos internautas detalhes da sua relação com Lud.

Vera Zimmermann

Considerada uma das grandes atrizes brasileiras, Vera Zimmermann também entrou para a lista de famosas que assumiram relações com mulheres. A estrela de novelas do SBT, Record e Globo está namorando a também atriz e diretora Luciana Ramanzini. Em março, Vera postou uma foto ao lado Luciana com a seguinte legenda: "Meu presente". As duas estreitaram laços nos bastidores do espetáculo As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão.

Nanda Costa

Aproveitando o Dia dos Namorados, em 2018, Nanda Costa usou o Instagram para falar do seu amor por Lan Lanh. Antes de público ficar sabendo da notícia, a atriz e percussionista já estavam juntas há cinco anos. Casadas desde 2019, as duas são mães de Tiê e Kim, nascidas em outubro do ano passado. Nanda Costa e Lan Lanh anunciaram a gravidez em entrevista ao Fantástico.

Fotos: Reprodução/Instagram

Uma parada do orgulho LGBTQIA+ em Cremona, no norte da Itália, causou polêmica após um participante exibir um manequim de topless em alusão à Virgem Maria.

O episódio ocorreu no último sábado (4) e provocou críticas da Igreja Católica e de partidos de direita e ultradireita italianos.

##RECOMENDA##

"São gestos que não fazem bem a ninguém e que ferem as muitas pessoas que estão se empenhando com respeito recíproco em nome de uma sociedade sem discriminações", disse o bispo de Cremona, Antonio Napolioni, no domingo passado (5).

Já o senador de extrema direita Matteo Salvini reclamou no Instagram que a manifestação foi uma ofensa "à fé, à cultura e à sensibilidade de milhões de italianos". "Isso não tem nada a ver com a demanda por direitos LGBTQetc...", acrescentou, ironizando as diversas identidades representadas na parada.

"Foi apenas uma exibição de ignorância e arrogância", afirmou Salvini. Além disso, dezenas de fiéis se reuniram no centro de Cremona no domingo para orar em reparação pelo "ato profanador" visto na marcha do dia anterior.

[@#video#@]

Criticado pelo fato de a administração municipal ter patrocinado a parada, o prefeito Gianluca Galimberti, de centro-esquerda, disse que desfilar com uma "Virgem blasfema é inqualificável e desrespeitoso não apenas a quem acredita, mas também a quem participou da marcha manifestando as próprias ideias com respeito".

O LeiaJá entrou em contato com a organização do Cremona Pride. A comissão foi na mesma linha do prefeito, afirmando que a manifestação foi grande e variada, mas que 99% dos presentes - composta por famílias, com crianças pequenas inclusive - só queria reivindicar os seus direitos e ter um dia dedicado à sua comunidade.

"O restante das pessoas estavam lá de forma independente", afirmaram os organizadores, em referência ao cidadão que levou a imagem polêmica.

a procissão foi grande e variada: nós Comissão Organizadora cuidamos de organizar a carroça e o chefe da quadra. As restantes pessoas presentes estavam lá de forma independente: é evidente que a composição do cortejo de 99% era composta por crianças pequenas, famílias, crianças e pessoas que apenas queriam reivindicar os seus direitos e ter um dia dedicado à sua comunidade.

A Itália legalizou a união civil entre pessoas do mesmo sexo em 2016, mas ainda é um dos poucos países da União Europeia que não permitem a adoção ou tratamentos de fertilização assistida para casais homoafetivos.

O tema chegou a ser discutido pelo Parlamento durante a tramitação do projeto de união civil, mas acabou barrado graças à resistência de partidos conservadores e até de alas da centro-esquerda ligadas à Igreja Católica.

Além disso, o Vaticano fez pressão contra um projeto de lei que criminalizaria a homofobia e a transfobia na Itália, engavetado pelo Parlamento em outubro passado.

Com informações da Ansa

A Justiça Federal no Acre acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF) e decidiu, liminarmente (decisão provisória) que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclua, com a metodologia que considerar adequada, campos sobre “orientação sexual” e identidade de gênero” no Censo 2022. Pela decisão, o IBGE tem 30 dias para comunicar ao juízo sobre as providências tomadas para cumprir a ordem judicial.

Em fevereiro, o MPF ajuizou ação civil pública para que estes campos fossem incluídos nos questionários básico e amostral do Censo. Para o MPF, a informação estatística cumpre um significativo papel na efetivação de políticas públicas por evidenciar questões sociais ainda latentes, e é somente a partir do conhecimento da quantidade e condições de vida dessas populações que suas demandas sociais podem fazer parte da agenda estatal.

##RECOMENDA##

Além deste argumento, o MPF também explica que a limitação na identificação desse estrato social configura um real impedimento para a formulação de políticas públicas focadas nas necessidades da população LGBTQIA+. Na ação, apenas a título de ilustração, é demonstrado que, em um único trabalho de pesquisa realizado pela ONG TODX sobre violências contra esse grupo nos anos de 2018 e 2019 revelou uma realidade assustadora sobre o volume de subnotificações nos casos de LGBTfobia, conforme explicou Lucas Costa Almeida Dias, procurador da República responsável pela ação.

Na decisão, o juiz federal Herley da Luz Brasil refutou os argumentos do IBGE sobre a discricionaridade técnica do órgão, complexidade da operacionalização para o Censo 2022 e sobre a natureza sensível e privada das questões.

“A omissão que o Estado brasileiro, historicamente, tem usado em desfavor da população LGBTQIA+ é relevante e precisa ser corrigida. Enquanto a perseguição, a pecha de doente, a morte, o holocausto e outras discriminações criminosas foram e/ou são praticadas por ação, existe também a violação de direitos por omissão estatal.” diz a Justiça Federal em trecho da decisão.

Diante dos fatos, e amparado também por exemplos internacionais, o pedido liminar foi deferido e foi determinado ao IBGE que providencie, mediante metodologia que reputar adequada, a inclusão dos campos “orientação sexual” e “identidade de gênero” nos questionários básico e amostral do Censo 2022. Ainda foi determinado que no prazo de 30 dias o IBGE deve informar as medidas tomadas para o cumprimento da decisão.

Da assessoria do MPF

Nesta terça, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, mesma data em que há 32 anos a OMS retirava a homossexualidade da lista de doenças, em 1990. O Leia Já separou uma lista de ONGs e projetos que apoiam a causa LGBTQIA+, confira:

TODXS

##RECOMENDA##

É uma organização sem fins lucrativos que promove a inclusão do público LGBTQI+. O principal trabalho é o aplicativo que leva o nome da instituição, e dá acesso a leis municipais, estaduais, e federais relacionadas ao público LGBTQIA+; um portal da denúncia; e uma ferramenta de apoio às pessoas da comunidade. Também possui um programa de Embaixadores, que forma jovens líderes em comunicação, empreendedorismo etc. 

https://www.todxs.org/

Mães pela Diversidade

Organização não-governamental que reúne pais, mães e responsáveis de jovens, adolescentes, crianças e adultos LGBTQIA+. Foi criada em 2014 com o objetivo de combater a violência contra gays, lésbicas, bisexuais e transgêneros. Acolhe pessoas de todo tipo de religião.

https://maespeladiversidade.org.br/

Eternamente Sou

Criada em 2017 na cidade de São Paulo, a associação oferece apoio para pessoas idosas LGBT50+ e oferece atendimento psicossocial, além de um trabalho com voluntários para promoção de inclusão social, cidadania e garantia de direitos humanos. Hoje em dia também atua no Rio de Janeiro.  

https://eternamentesou.org/

Vote LGBT

Organização que busca aumentar a representatividade de pessoas LGBT+ na política brasileira. Realiza pesquisas que auxiliam na criação de políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIA +, além de dar visibilidade a candidatos que apoiem a causa. 

https://votelgbt.org/

Consultoria Camaleão 

Plataforma que realiza a ligação entre o público LGBTQIAP+ e empresas que desejam contratá-los. Os interessados cadastram seu currículo e a consultoria Camaleão auxilia a empresa a encontrar o candidato ideal para vaga.

https://camaleao.co/

Casa Um

Organização localizada no centro de São Paulo, que acolhe jovens expulsos de casa por suas orientações afetivas sexuais e identidade de gênero. Eles recebem moradia, alimentação e transporte. Também são oferecidos  suporte para organização de documentações, continuidade ou retomada dos estudos, atendimento de saúde clínica e mental e acesso à programação do centro cultural.

https://www.casaum.org/

Por Maria Eduarda Veloso

O Dossiê Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil apontou a capital de São Paulo como o lugar que mais mata lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo no Brasil. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (11).

No ano de 2021, foram registradas 42 mortes no estado de São Paulo, um aumento de 44% em relação ao ano anterior, com o total de 29. A capital paulista também é a metrópole que mais mata a população em minorias no país. Em 2021 foram registradas 13 mortes. Salvador está em seguida, com 11 mortes, Rio de Janeiro e Manaus aparecem após na lista, com oito mortes.O número de mortes cresceu através de todo o país. No ano de 2021 foram registrados 316 assassinatos em comparação a 237 no ano anterior.

##RECOMENDA##

Alexandre Borgas, coordenador do Dossiê Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, acredita que a principal forma para a resolução deste problema social é a educação. Segundo ele: "Quando a gente puder discutir com tranquilidade todas as questões de diversidade sexual de gênero, direitos sexuais e reprodutivos, com liberdade de ouvir, escutar as pessoas do jeito que elas são, eu tenho certeza que essa é a principal fonte para a gente se educar, respeitar e educar os outros".

A SSP disse que não comentará o dossiê pois não reconhece as metodologias utilizadas na pesquisa.

Por Matheus de Maio

 

O primeiro museu LGTBQ+ do Reino Unido abriu esta semana em Londres com o objetivo de celebrar a história e a cultura 'queer' e torná-la conhecida por "todos".

Instalado em um prédio de tijolos do século 19 em Granary Square, norte de Londres, o Queer Britain - financiado inteiramente por doações privadas - abriu suas portas na quinta-feira (5).

##RECOMENDA##

Uma grande exposição de fotografias, obras de arte e roupas está planejada para o verão, mas os visitantes já podem encontrar imagens que exploram a história e a diversidade da comunidade britânica LGTBQ+, de travestis da era vitoriana a marchas do orgulho gay nos últimos anos.

Os pioneiros incluem Roberta Cowell, piloto de corridas e a primeira mulher trans britânica conhecida a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, e Justin Fashanu, o primeiro jogador de futebol a se assumir publicamente como gay em 1990.

Este museu “é um lugar permanente para celebrar quem somos, as incríveis contribuições que fizemos à história e educar a nação para que também conheça essas contribuições”, disse à AFP Stephanie Stevens, uma das gerentes do museu.

Elisha Pearce, uma jovem de 21 anos, aprecia uma foto de soldados da Primeira Guerra Mundial vestidos como mulheres e admite que "não imaginava que esse tipo de foto existisse".

"É importante que entendamos como nossa história evoluiu e como chegamos onde estamos hoje", disse.

As fotografias em exibição também mostram até onde chegou, por exemplo, a aceitação do gays em cargos eleitos.

Em 1977, o Partido Trabalhista recusou-se a investir Maureen Colquhoun, a primeira deputada trabalhista abertamente lésbica. A decisão foi revertida um ano depois pela liderança do partido.

Décadas depois, Ruth Davidson, uma política abertamente gay, tornou-se uma líder popular dos conservadores escoceses até sua saída em 2019.

Além disso, o deputado conservador Jamie Wallis, que se assumiu abertamente transgênero em março deste ano, recebeu mensagens de apoio de todo o espectro político, incluindo o primeiro-ministro Boris Johnson.

A homossexualidade deixou de ser crime na Inglaterra e no País de Gales em 1967. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido desde 2014 na Inglaterra, Escócia e País de Gales, mas apenas desde 2020 na Irlanda do Norte, onde os unionistas ultraconservadores no poder se opuseram ferozmente.

No entanto, a comunidade LGTBQ+ ainda tem várias batalhas pendentes. No mês passado, precisou se mobilizar quando o governo britânico quis retirar uma proibição a terapias de conversão com o objetivo de mudar a orientação sexual.

Defensor da agenda conservadora e contra a população LGBTQIA+, o deputado norte-americano Madison Cawthorn teve um vídeo vazado em que aparece sem roupa e finge fazer sexo com outro homem. O republicano disse que se tratava de uma brincadeira. 

Prestes a disputar a reeleição, Cawthorn, de 26 anos, confirmou que era ele nas imagens e apontou que estava sendo chantageado. Em março, ele acusou outros republicanos de convidá-lo para orgias e que viu alguns parlamentares usando cocaína. 

##RECOMENDA##

 Criado em uma comunidade batista conservadora na Carolina do Norte, o congressista pauta o tradicionalismo cristão em suas atividades políticas. Durante a campanha, Cawthorn se apoiou na imagem do ex-presidente Donald Trump e prometeu ser "uma voz forte de fé, família e liberdade". 

"Um novo golpe contra mim acabou de cair. Anos atrás, neste vídeo, eu estava sendo grosseiro com um amigo, tentando ser engraçado. Estávamos agindo tolos e brincando. É isso", defendeu-se do vazamento publicado pelo American Muckrakers PAC. 

[@#video#@] 

O vídeo gerou boatos de que o outro homem seria seu assessor Stephen Smith, mas a identidade da pessoa que participava da "brincadeira" com Cawthorn não foi revelada.

Eleito com 2007 votos em Olinda, Vinicius Castello (PT), de 27 anos, é o primeiro vereador LGBTQIA+ a ocupar uma vaga na Casa Legislativa e se mostra como uma forte liderança política que vem movimentando não apenas a Câmara de Vereadores, mas também a própria Marim dos Caetés. Além de vereador, ele é ativista em direitos humanos, advogado, vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados de Pernambuco (CIR-OAB/PE) e coordenador do Quilombo Marielle Franco, um coletivo de estudantes negras e negros da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

Ele também é o primeiro parlamentar a proibir homenagens a escravocratas e ditadores em todo o Brasil e coleciona, até este primeiro um ano e meio de mandato, o título de parlamentar que mais aprovou leis antirracistas em Pernambuco. 

##RECOMENDA##

Ao LeiaJá, o vereador contou que não trabalha com “pautas específicas”, mas que é pautado pelas “subjetividades humanas na área dos direitos humanos”. “Temos a pauta periférica, LGBT, que me perpassa como ser humano. Eu gosto de estar evidente não enquanto figura representativa de determinada área, gosto de ser visto como ativista dos direitos humanos. Gosto que as pessoas consigam entender que o meu corpo está para além de uma discussão racial, e isso me deixa confortável para dizer que o que eu me preparo e defendo são as pautas universais dos direitos humanos”. 

->> No plenário: ‘Eu sou bicha mesmo’, diz vereador de Olinda

“Acredito que as perspectivas que eu tive dentro da favela conseguem determinar mudanças estruturais que movem toda a sociedade. Com esses olhares, consigo interferir em pautas referentes às mulheres, pessoas com deficiência, LGBT. O mandato o qual ocupo não é de maneira autônoma quanto a voz que se fala. Boto o mandato para discussões coletivas e, a partir desse momento de escuta, é onde me sinto com competência para abordar todas as questões dentro dessa visão de construção coletiva, entendendo que esse espaço é de diálogo e de escuta. Assim, eu consigo entender o instrumento de transformação de demandas coletivas muito complexas, amplas e me coloco na defesa dos direitos humanos para que eu possa interferir em tudo o que envolva os nossos direitos”, disse. 

História de vida

Vinicius Castello iniciou na militância dos 15 para os 16 anos, a partir de um curso promovido pelo GTP+ (Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo), e com a luta estudantil ele teve contato com movimentos sociais. “Pude me formar num curso promovido pelo GTP+ que me trouxe várias visões de direitos humanos e de sociedade. Foi um espaço onde tive muito acesso a travestis, transsexuais, e pude entender muitas visões e olhares que ainda não tinha acesso, e também começar a entender sobre a luta coletiva e a sociedade de modo geral. Foi a partir da luta estudantil que pude ter acesso a questões que perpassam a sociedade, e através dos movimentos sociais, que sempre estive muito presente enquanto construção de militância, muito de maneira autônoma, porque sempre preservei a minha autonomia dentro dos espaços por me entender como uma pessoa que interferia tanto como as outras do movimento”. 

Coletivo Quilombo Marielle Franco

A criação do Coletivo Quilombo Marielle Franco, um grupo de estudantes negras e negros de acolhimento e aquilombamento para outros estudantes da Unicap é um dos feitos que mais orgulha o petista. “Ele trouxe uma pauta antirracista muito gigante para a Universidade e acredito que se hoje a Unicap, a universidade mais elitista e mais branca de Pernambuco, quiça do Nordeste, tem maior representatividade de pessoas pretas, é muito da interferência que o Quilombo teve nessa construção de diálogo”. Dentre as ações feitas pelo coletivo dentro da universidade, a aquisição de 100 bolsas para pessoas pretas, indígenas e de baixa renda é uma das principais, destaca Castello. 

Vinicius Castello conseguiu ocupar a cadeira de vereador de Olinda na primeira eleição que disputou, mesmo sem ser conhecido politicamente. “Mesmo não sendo conhecido no cenário político, consegui, na primeira oportunidade, reunir um grande grupo de pessoas que, de forma consciente, puderam se juntar a mais de dois mil votos para dar apoio a um perfil totalmente diferente aqui na cidade. Conseguimos fazer uma construção e credibilidade que foi construída durante esses anos, e foi a partir disso que conseguimos chegar em conjunto e apoio a todas essas pessoas aqui, na primeira Câmara do Brasil”. 

“Uma mudança efetiva na Câmara de Olinda”

Dentre vários projetos de transformação e modificação social no município de Olinda, que sempre foi vista como “conservadora, retrógrada, ultrapassada”, projetos como a mudança do nome social de pessoas trans e travesti, o primeiro Estatuto Étinico de Desigualdade do País e a proibição de nomes escravocratas e de ditadores são feitos na vereança em destaque pelo parlamentar. “São projetos que muito me orgulham porque, apesar de muitas resistências, a gente pôde conseguir aprová-los por unanimidade projetos que não eram vistos como possibilidade real. E tudo isso foi feito a partir de uma construção de diálogo e muito pedagógica com meus pares; são projetos para fazer repensar e trazer uma mensagem de mudança efetiva na Câmara de Olinda, trazendo diálogos impetrados por mim enquanto mandatário, mas acredito que a função que estamos tendo nesta cidade é de humanizar e fazer com que as pessoas consigam enxergar e fazer com que a população não se sinta apagada”. 

“É importante fazer refletir o nosso impacto, principalmente porque é um mandato extremamente respeitado pelos outros parlamentares, não temos conflitos, mas acho que o fato dos nossos corpos e pautas serem trazidas nesses espaços trazem mudanças mais importantes”, afirmou. 

->> Olinda proíbe homenagens a ditadores e escravistas 

De acordo com o vereador, a atual legislatura bateu recorde de emendas orçamentárias. “Essa Câmara não colocava nenhum tipo de emenda para projetos orçamentários, e a gente hoje bate recorde. Se colocassem nove projetos de lei durante toda a legislatura era muito; com projetos que interferem em políticas públicas, acredito que temos mais de 170 protocolados (ao total na Casa). A pauta mudou, a qualidade mudou, o modo que transmitimos para as pessoas mudou, e acredito que isso é muito impacto que trouxemos para a política, que é algo humanista”, observou. 

Com o reforço de que locais de poder podem e devem ser ocupados por pessoas pretas, periféricas, LGBTQIA+, deficientes, Castello comentou que o mandato não é “único e exclusivamente sobre a pessoa que encabeça qualquer tipo de projeto”. “É o entendimento mais puro de que qualquer tipo de espaço e poder precisa refletir em pensamento, ideias, vivências, experiências, determinadas situações de que as pessoas com capacidade técnica podem ter a oportunidade de entender e, em conjunto, implementar políticas”. 

Não à toa, o mandato do petista é composto por pessoas que representam vários segmentos da sociedade. “Para mim, é um compromisso ter um mandato com equidade de gênero, raça e sexualidade que realmente consiga trazer outros atores que vieram da mesma vivência e realidade que a minha, não na sua totalidade, mas acredito e enxergo que as vivências interferem diretamente para que a gente consiga entender que esse universo é importante, que a gente possa lidar com as limitações que a burguesia traz, com o privilégio. Preciso trazer pessoas reais que vivenciaram e vivenciam, mas respeitando e tentando, de maneira audaciosa, tornar equânime espaços que precisam ser de todas as pessoas”. 

Resistência e existência 

Com consciência do que o seu corpo representa na Casa Legislativa, o vereador Vinicius Castello se mostra totalmente como deve ser: desamarrado de possíveis tentativas de constrangimento e perseguição. Muito pelo contrário, ele ressalta ter uma boa relação com seus pares, que faz com que ele tenha um bom diálogo e resulta na aprovação por unanimidade de projetos importantes para a cidade e para o mandato. 

No entanto, recentemente, o parlamentar foi à tribuna em resposta a “ataques” sofridos na Casa por ser gay, ele disse não se sentir acuado por ser chamado de “travesti, de gay, de lésbica”, e evidenciou: “eu sou bicha mesmo e não estou preocupado com isso, não”

"Eu não entendo essa necessidade, esse tesão, essa vontade de querer constantemente me evidenciar enquanto uma pessoa LGBT como se eu tivesse vergonha disso ou fosse algo desprezível. Isso acontece porque, eu acredito que quando a direita conservadora nota que existe um parlamentar muito comprometido com a população e o nome dele é espalhado de uma maneira boa em relação a tudo o que se é feito e os trabalhos, a única maneira de me atacar é falando sobre a minha sexualidade”, afirmou. 

Na ocasião, que ocorreu no início de abril deste ano, ele  relembrou o que disse no seu primeiro discurso na Câmara após tomar posse da cadeira de vereador de Olinda. “Não sei se vocês se recordam, mas eu cheguei a falar no dia do meu primeiro discurso, em alto e bom tom, que eu sei o que o meu corpo acarreta nesses espaços, que eu sei a quem estou defendendo e, principalmente, sei quem são as pessoas que irão se incomodar com a minha presença nesses espaços”, cravou. “E volto a repetir que não devo satisfação para quem tem preconceito e acha que eu tenho que ficar acuado porque estão me chamando de travesti, de gay, de lésbica, de tudo, sabe. Eu fico rindo porque isso não me atinge. Já me atingiu quando eu tinha 16 anos e era um adolescente que não entendia sobre a vida”. 

[@#video#@]

“Superem isso, estamos em um ano e meio de mandato e ainda tem gente preso na sua ignorância, na sua prepotência, e a única coisa que eu tenho a dizer é que essa bicha vai continuar avançando, essa bicha vai continuar trabalhando e eu não estou preocupado com as caras feias, comentários e qualquer tipo de gente preconceituosa, porque vão continuar me engolindo e eu estou super tranquilo em relação a isso”, assegurou. Ao finalizar seu discurso, o parlamentar fez um apelo “a quem quer cuidar”. “Vá cuidar da sua vida, porque a minha está bem cuidada, consolidada e não vão ser os comentários que vão parar a minha existência e a minha luta”. 

A atuação acessível para quem ele representa não acontece apenas no plenário da Câmara, nas propostas e na atuação meramente política, mas também nas redes sociais. Também recentemente ele postou dois stories (publicações que duram apenas 24 horas) no Instagram falando sobre trabalho, militância e diversão como uma forma de trabalho efetivo “eu milito, trabalho, e depois vou rebolar a raba, porque assim a gente consegue reparar dano”. “Não sei se vocês notaram, mas esse ano eu adotei a filosofia de reparação de danos, porque no passado eu estava frenético - não que eu não esteja esse ano -, mas ano passado eu estava demais, era tudo voltado para a militância”. 

“Estou aqui trabalhando, aí de noite vou fazer o que? Já vou rebolar a raba. E amanhã? Militância. Depois, sair um pouquinho, tem que ser assim. Tem que mesclar, tem que reparar danos, senão a militância consome (a mente)”, brincou. 

Na sessão ordinária da Câmara dos Vereadores de Olinda desta terça-feira (5), o vereador Vinicius Castello (PT), em resposta a ‘ataques’ sofridos na Casa por ser gay, disse não se sentir acuado por ser chamado “travesti, de gay, de lésbica” e evidenciou: “Eu sou bicha mermo e não estou preocupado com isso, não”. 

“Eu não entendo essa necessidade, esse tesão, essa vontade de querer constantemente me evidenciar enquanto uma pessoa LGBT como se eu tivesse vergonha disso ou fosse algo desprezível. Isso acontece porque, eu acredito que quando a direita conservadora nota que existe um parlamentar muito comprometido com a população e o nome dele é espalhado de uma maneira boa em relação a tudo o que se é feito e os trabalhos, a única maneira de me atacar é falando sobre a minha sexualidade”, afirmou. 

##RECOMENDA##

O petista é o primeiro negro LGBTQIA+ a ocupar uma vaga na Casa e, em 2021, antes de completar um ano de mandato, ele conquistou o título de parlamentar que mais aprovou leis antirracistas em Pernambuco. Vinicius também é responsável por ser autor da primeira lei no Brasil que proíbe homenagens a escravocratas e ditadores, acatado por unanimidade.

Na ocasião, ele relembrou o que disse no seu primeiro discurso na Câmara após tomar posse da cadeira de vereador de Olinda. “Não sei se vocês se recordam, mas eu cheguei a falar no dia do meu primeiro discurso, em alto e bom tom, que eu sei o que o meu corpo acarreta nesses espaços, que eu sei a quem estou defendendo e, principalmente, sei quem são as pessoas que irão se incomodar com a minha presença nesses espaços”, cravou. 

[@#video#@]

“E volto a repetir que não devo satisfação para quem tem preconceito e acha que eu tenho que ficar acuado porque estão me chamando de travesti, de gay, de lésbica, de tudo, sabe. Eu fico rindo porque isso não me atinge. Já me atingiu quando eu tinha 16 anos e era um adolescente que não entendia sobre a vida”. 

O parlamentar afirmou que o seu mandato não se resume à sua sexualidade, mas ao seu trabalho, que é o que importa. “Se vocês quiserem me criticar, por gentileza, analisem o meu trabalho, critiquem a minha atuação”, pediu. Em seguida, ele ressaltou que “se você estiver me chamando de bicha por aí, eu vou agradecer. Eu sou bicha mermo e não estou preocupado com isso, não. Só que eu estou aqui constantemente falando de políticas públicas, e existem pessoas que normalmente não tem segurança sobre a sua sexualidade e precisa ficar reforçando que existe um vereador LGBT na Câmara de Olinda. E daí?”, questionou. 

“Superem isso, estamos em um ano e meio de mandato e ainda tem gente preso na sua ignorância, na sua prepotência, e a única coisa que eu tenho a dizer é que essa bicha vai continuar avançando, essa bicha vai continuar trabalhando e eu não estou preocupado com as caras feias, comentários e qualquer tipo de gente preconceituosa, porque vão continuar me engolindo e eu estou super tranquilo em relação a isso”, assegurou. 

Ao finalizar seu discurso, o parlamentar fez um apelo “a quem quer cuidar”. “Vá cuidar da sua vida, porque a minha está bem cuidada, consolidada e não vão ser os comentários que vão parar a minha existência e a minha luta”. 

A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-7) condenou, por unanimidade, a empresa Hulk Pizzas a indenizar um empregado vítima de humilhação e discriminação no ambiente de trabalho por conta de sua orientação sexual e também por ser pessoa HIV positiva. A decisão confirma sentença da 10ª Vara do Trabalho de Fortaleza.

De acordo com o relatado pelo empregado, no decorrer de sua prestação de serviços na empresa, ele era agredido verbalmente com palavras chulas, como "viadinho safado", "falso", "cobra" e "pilantra". Diante dessa situação, ele comunicou a empresa e registrou boletim de ocorrência, dando conta de que sofria humilhação e discriminação quanto à sua orientação sexual por parte de alguns funcionários da pizzaria.

##RECOMENDA##

No entanto, mesmo sabendo da situação, a direção da empresa não adotou providências para conter as agressões verbais, fato que a torna, segundo a defesa do trabalhador, conivente com o assédio moral sofrido. “Ademais, os diálogos realizados pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, anexados aos autos, não deixam dúvidas da forma de tratamento desumana, consistente em violência psicológica, que o obreiro era submetido”, afirma.

A empresa nega as agressões e afirma que são falsas as acusações levantadas pelo empregado. Alega que jamais permitiria esse tipo de conduta, e que a empresa possui em seu quadro mais três funcionários da comunidade LGBTQIA+. “Todos se respeitam e são respeitados, não tendo nunca recebido alguma reclamação de tratamento inadequado, inclusive, todos se disponibilizaram para depor, até mesmo uma ex-funcionária”, cita trecho da contestação.

Segundo a juíza Raquel Carvalho Sousa, não bastasse os fatos apurados, é de se destacar também que o trabalhador é pessoa vivendo com HIV, o que, de acordo com a magistrada, causou estigma e preconceito no ambiente de trabalho. “No caso dos autos, restou apurado que a reclamada, além de constranger o reclamante, agiu com preconceito quanto à sua orientação sexual, porquanto as agressões verbais deixam bem claras o estigma e preconceito decorrente da orientação sexual do obreiro, bem como pelo fato de ser portador de HIV”, ressaltou.

“Destarte, independente de ter ou não a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, restou fartamente comprovado nos autos que o obreiro sofria humilhação e discriminação quando a sua orientação sexual dentro da empresa por parte de alguns funcionários, não tendo, entretanto, a reclamada adotado providências para coibir tais situações”, assentou o relator do caso no TRT-7, desembargador Emmanuel Furtado. Seu voto foi seguido pelos demais integrantes da Segunda Turma. O valor da indenização foi fixado em R$ 5 mil. No entanto, a decisão ainda cabe recurso

A Disney prometeu, em nota, lutar pela revogação da lei anti-LGBTQIA+, “Don’t Say Gay”, aprovada por políticos da Flórida, nos Estados Unidos. A campanha de boicote contra a marca surgiu após a Disney realizar doações no valor de R$25 milhões para a campanha de políticos que defendem a nova legislação.

“Nós temos o objetivo, como empresa, que essa lei seja anulada ou derrubada nos tribunais e, por este motivo, seguimos empenhados em apoiar instituições nacionais e estaduais que trabalham com este mesmo propósito”, afirmou a empresa em nota.

##RECOMENDA##

Em outra data, o CEO da Disney, Bob Chapeak, disse que, apesar de doações milionárias para as campanhas, a empresa estava “trabalhando nos bastidores” para convencer os senadores da Flórida a vetarem a lei, mas não obtiveram sucesso.

O projeto de lei “Don’t Say Gay” proíbe ativamente a discussão sobre a comunidade LGBTQIA+, identidade de gênero e sexualidade nas escolas da Flórida, além de impor que professores que, porventura, descubram a sexualidade de seus alunos reportem aos pais ou responsáveis. Tal medida força com que estudantes se assumam perante seus familiares, ainda que não estejam prontos para isso.

Por Matheus de Maio

A publicação traz cronológicamente a atuação da ONG, que é uma das pioneiras e referência no campo dos direitos humanos da população LGBT. Além disso, mostra os principais eventos, seminários, atividades e manifestações públicas que foram documentadas no livro, a partir de imagens do arquivo da instituição.

Na ocasião, também haverá uma homenagem para as entidades parceiras que incluem sindicatos, ongs, entidades governamentais, órgãos de classe, políticos, imprensa, além de ativistas e lideranças que contribuíram na causa

##RECOMENDA##

Nesses 20 anos de incidência política, o Leões do Norte tem contribuído na construção e efetivação de políticas públicas para a população LGBT em Pernambuco. Além disso, atua no controle social, formação de lideranças no interior pernambucano e na consolidação de parcerias de organizações da sociedade civil.

Outro destaque do Leões do Norte é o monitoramento permanente das LGBTfobias e acompanhamento de perto das violações de direitos dessa população, com destaque para os assassinatos de LGBTs em todo o estado.

Leões do Norte - É uma organização da sociedade civil, de promoção, apoio e defesa de direitos humanos, em especial de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras expressões afetivo-sexuais, tendo como missão atuar na luta contra o preconceito e a discriminação, visando contribuir na construção de climas favoráveis ao respeito e efetivação da cidadania da população de pessoas LGBTQI+, bem como exercer o controle social das políticas públicas do segmento em todo o Estado.

Serviço:

Lançamento do Livro dos 20 anos do Movimento LGBT Leões do Norte

Auditório da Assembleia Legislativa de Pernambuco

25 de março - 9h

*Via Assessoria de Imprensa




 

O Ministério Público Federal acionou a Justiça para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclua campos para identificação de "identidade de gênero" e "orientação sexual" nos questionários do Censo 2022 e em futuras pesquisas. A Procuradoria argumenta que o fato de não haver um "perfil social, geográfico, econômico e cultural" da comunidade LGBTQIA+ no Brasil resulta em um "verdadeiro empecilho" para a formulação de políticas públicas focadas nas necessidades de tal população.

"O censo demográfico do IBGE ignora totalmente a identidade de gênero e a orientação sexual em seus questionários. Trata-se de uma verdadeira limitação em sua metodologia censitária, que, além de excluir importante parte da população brasileira do retrato real que deve ser demonstrado pela pesquisa, também restringe o alcance das políticas públicas que efetivam os seus direitos fundamentais", sustenta o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias no documento.

##RECOMENDA##

A ação foi apresentada ao juízo da 2ª Vara Federal em Rio Branco após representação do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público do Estado do Acre.

A petição inicial classifica como 'crucial' que o censo capte o máximo da diversidade da população: "Sem esse conhecimento, subpopulações importantes tornam-se invisíveis e iniciativas para coletar dados representativos são severamente limitadas, senão inviabilizadas, como é o caso atual da população LGBTQIA+".

Nessa linha, a Procuradoria explica como dados oriundos do censo são essenciais para que as políticas possam ser projetadas eficazmente a áreas deficitárias. O Ministério Público Federal frisa que a população LGBTQIA+ 'enfrenta vários encargos pessoais e sociais relacionados à saúde física e mental, altas taxas de suicídio, disfunções familiares, discriminação, falta de moradia e emprego, marginalização e barreiras ao acesso a serviços públicos que demandam apoio governamental direcionado'.

A ação destaca que o Brasil é o País onde mais ocorreram relatos de violência contra a população LGBTQIA+ pelo 13º ano consecutivo. Além disso, o documento cita estudo realizado pela ONG TODX sobre violências contra a comunidade nos anos de 2018 e 2019 que revelou uma "realidade assustadora" sobre o volume de subnotificações nos casos de LGBTfobia.

Em dezembro, a Procuradoria da República no Acre chegou a abrir um inquérito civil sobre a falta de perguntas, no questionário do Censo, sobre comunidade LGBTQIA+. Na ação, o Ministério Público Federal rebate alguns dos argumentos apresentados em nota pelo IBGE após a notícia de instauração da apuração.

Um dos pontos citados pela Procuradoria é a alegação do Instituto de que a "investigação de gênero" seria considerada quesito sensível e poderia impactar na coleta de todas as demais informações coletadas. O Ministério Público Federal sustenta que o tratamento de dados sensíveis "não é novidade" no questionário do IBGE, indicando que o "quesito sobre cor e raça também faz parte desse grupo e suscita dúvidas na população".

O MPF também rebateu argumento de que a Justiça Federal negou, em 2019, uma ação que pedia a inclusão, no censo 2020, de pergunta visando a contagem da população transexual. A Procuradoria ressalta que, na ocasião, foi acolhido o argumento do IBGE de que o pleito era inédito no mundo e que apenas Grã-Bretanha e Austrália começaram a desenvolver pesquisas para incluir questões exclusivamente sobre orientação sexual em seus censos.

Agora, a ação diz apresentar metodologia censitária adequada para incluir questões sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo 2022, conforme já realizado pela Inglaterra, País de Gales, Escócia, Canadá e Nova Zelândia. "Se antes não havia metodologia adequada, nem questionários semelhantes em outros países, hoje não faltam referências internacionais sobre como incluir sexualidade e gênero no censo demográfico", diz o documento.

COM A PALAVRA,O IBGE

A reportagem busca contato com o instituto. O espaço está aberto para manifestações.

O aguardado retorno de "Friends" às plataformas chinesas de streaming acabou em revolta, depois que os fãs perceberam que um enredo LGBTQ foi cortado da série - e suas reclamações também foram censuradas.

As principais plataformas da China começaram a exibir a série na sexta-feira, mas a história de uma personagem lésbica ficou de fora do segundo episódio da primeira temporada.

##RECOMENDA##

Os fãs inundaram as redes sociais com reclamações pela remoção, com a hashtag "Friends censurado" na plataforma Weibo (o Twitter chinês).

"Eu comparei este episódio e descobri que todas as falas referentes ao fato da ex-mulher de Ross, Carol, ser lésbica foram deletadas", escreveu um fã em um post que recebeu mais de 177.000 curtidas.

Filmes estrangeiros e programas de televisão que incluem conteúdo que as autoridades consideram "sensíveis", como temas LGBTQ, sexo, política e violência, são censurados com frequência na China.

"Por que haveria a necessidade de mencionar isso? A homossexualidade não existe aqui, então é perfeito para sempre. Todos são felizes vivendo sob este governo", escreveu outro, em um tom sarcástico.

As críticas também foram censuradas no fim de semana e a hashtag de protesto foi substituída no domingo pela frase 'Porque Friends é tão popular".

"Friends", que acompanha um grupo de seis amigos jovens em Nova York, foi exibida originalmente de 1994 a 2004 nos Estados Unidos.

O programa virou um fenômeno internacional, inclusive na China, onde permanece muito popular entre os millenials.

Após a popularidade do programa de reencontro do ano passado entre os atores da série, os gigantes de streaming do país, incluindo Bilibili, Tencent, iQiyi e Youku, decidiram relançar uma versão censurada da produção.

Além de omitir a trama LGBTQ, outras linhas narrativas sexualmente sugestivas foram traduzidas de forma diferente nas legendas chinesas da versão relançada.

O furor sobre "Friends" é a reclamação mais recente dos fãs chineses.

O fim original do filme "Clube da Luta" foi restaurado na China após as críticas à versão censurada, que terminava com um texto explicando que a polícia prendeu todos os criminosos.

Em 2019, várias cenas de "Bohemian Rhapsody" sobre a homossexualidade do cantor Freddy Mercury foram suprimidas da versão chinesa.

No governo do presidente Xi Jinping, as autoridades chinesas tentam eliminar da sociedade e da cultura elementos que consideram inadequados.

Após queixas de atraso na entrega do registro social de transexuais e travestis em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), a diretora LGBTQIA+ do município explicou que a demora se deu pela lentidão dos cartórios de origem das solicitantes. Na última sexta-feira (15), um evento da Prefeitura marcou a entrega de 20 documentos e mais dois registros serão entregues nesta quarta (19).

Embora a entrega seja feita pelos cartórios, a diretora Aurineia Lima ressaltou que o mutirão da Prefeitura foi um evento simbólico e que os documentos já estavam com as solicitantes antes da cerimônia no Centro Social Urbano (CSU).

##RECOMENDA##

"Nós fizemos um mutirão e foram cadastradas 30 pessoas. Dessas 30, os documentos corretos foram 25. Dessas 25, 20 já receberam e duas recebem hoje", informou a representante da Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher, Trabalho e Promoção à Cidadania.

Em meio à demanda contínua, ela reforçou que as queixas ocorreram pelo atraso na resposta dos cartórios fora de Pernambuco e que trans e travestis de cidades vizinhas estão buscando o serviço em São Lourenço pelo benefício da parceria com a Defensoria Pública do Estado.

"Houve a demora de alguns por que foram registrados em outros estados. Nós temos usuários que foram registrados em João Pessoa, Curitiba, em São Paulo, e aí a gente manda o encaminhamento para os cartórios e fica no aguardo", resumiu.

Para conseguir a alteração nos documentos, Aurineia pede que o interessado reúna toda a documentação pessoal, como RG, CPF, título de eleitor e certidão de nascimento, bem como as certidões negativadas das instituições. Em seguida, o material é enviado à Defensoria, que faz a solicitação aos cartórios.

O presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro (PL) voltou a criticar o casamento homoafetivo e, em consequência, os movimentos esquerdistas, durante entrevista cedida à  rádio, na manhã desta segunda (17). De acordo com ele, a união entre dus pessoas do mesmo sexo seria um “ataque ao coração dos cristãos”.

Falando ao vivo à estação Rádio Viva FM, de Vitória (ES), o presidente criticou a união homoafetiva e disse que esse tipo de união estaria sujeita a penalidades de ordem espiritual. “Ninguém é contra duas pessoas conviverem no seu canto e serem felizes. Cada um fez o que bem entender da sua vida. E quem acredita, né, vai ver depois como se entende quando deixar essa Terra. A gente não entra nessa seara”. O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecido no Brasil por meio da Resolução nº 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em maio de 2013.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Tomando o assunto como gancho, Bolsonaro aproveitou ainda para tecer críticas à esquerda alegando que o apoio aos casais homoafetivos seria uma escalada ao poder em detrimento dos “valores familiares”. “A esquerda quer o poder e a maneira melhor de ela chegar ao poder é destruindo os valores familiares”. Segundo o presidente, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo “foi uma grande medida para tentar destruir os valores familiares e atacar diretamente no coração dos cristãos no Brasil”.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando