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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira, 4, que não existe qualquer hipótese de o PL, partido do qual é presidente e que tem Jair Bolsonaro como presidente de honra, se coligar com o PT nas eleições de 2024. Nas redes sociais, ele exaltou pautas conservadoras defendidas pela sigla para rechaçar qualquer aliança. O PT vetou coligações com bolsonaristas na próxima disputa, mas sem veto explícito ao PL, em meio a negociações para que antigos aliados do ex-presidente componham a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Que fique bem claro: não existe nenhuma hipótese de coligação com o PT. Somos oposição e assim seguiremos", afirmou Valdemar Costa Neto na rede social X, o antigo Twitter.

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O presidente do PL, um antigo aliado de Lula, vinha sendo pressionado por aliados nos últimos dias, após rumores de que a sigla poderia negociar apoio aos petistas em Estados do Nordeste, onde a força da esquerda é mais proeminente.

"O Partido Liberal valoriza a família, a liberdade de expressão e sentimos orgulho do nosso país quando ouvimos o hino nacional. É por isso que o povo brasileiro fez do PL o maior partido do país", afirmou ele.

No último dia 30, o PT publicou resolução para as eleições de 2024 vetando apoios a candidatos "identificados ao projeto bolsonarista", mas sem vetos diretos ao PL. Segundo a legenda, um dos objetivos da corrida eleitoral do ano que vem é preparar as bases para uma nova vitória de Lula dois anos depois, o que passaria por alinhar apoios em diversos setores da sociedade.

"O PT nesse terceiro governo Lula prepara as bases não apenas para um quarto governo Lula, cuja eleição de 2024 é um momento essencial, mas deve buscar consolidar um amplo bloco de alianças na sociedade", afirma um dos tópicos do documento petista.

Ex-aliados de Bolsonaro se aproximam de Lula

A posição do PL de manter distância do PT se dá no momento em que outros aliados do bolsonarismo no Congresso se aproximam de Lula em meio às negociações para uma reforma ministerial. Embora tanto o comando do PP quanto do Republicanos rejeitem qualquer aliança formal com o governo, integrantes dos dois partidos estão em processo de embarque na gestão petista. Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) inclusive já foram confirmados como futuros ministros pelo titular das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, faltando apenas a confirmação de quais pastas vão ocupar.

Veículos de imprensa foram colocados para fora de um evento do Partido Liberal (PL), em Brasília, onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) fará um discurso para apoiadoras neste sábado, 2, no Encontro Distrital do PL Mulher. Mesmo com credenciamento prévio, repórteres e cinegrafistas tiveram que se retirar de última hora sob a justificativa de que o local do encontro não tinha um espaço reservado para jornalistas.

Além do Estadão, profissionais do SBT, Correio Braziliense e da CNN Brasil foram impedidos de entrar no Hípica Hall, prédio onde está sendo realizado o evento. Na vistoria dos participantes, seguranças impediram que câmeras fotográficas entrassem no auditório onde a ex-primeira-dama irá discursar.

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Os jornalistas que conseguiram entrar no espaço foram convidados a se retirar pouco tempo depois, e os que ficaram do lado de fora não tiveram permissão de passar pelos portões, que ficou fechado para a realização do encontro partidário. Houve também profissionais que foram retirados após serem "dedurados" por participantes.

Assessores do PL informaram à equipe de reportagem do Estadão que estava presente no local que o impedimento do trabalho da imprensa aconteceu porque não havia um espaço reservado aos jornalistas. Porém, em outros eventos, como na posse de Michelle na presidência do PL Mulher, em março deste ano, jornalistas puderam acompanhar a cerimônia que, inclusive, reuniu mais participantes e autoridades do que o evento deste sábado.

O impedimento do trabalho da imprensa aconteceu dois dias depois de Michelle, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais seis pessoas serem intimadas a prestarem um depoimento simultâneo na Polícia Federal (PF), que investiga o esquema de venda ilegal de joias recebidas pela Presidência da República. O casal presidencial preferiu ficar em silêncio durante a oitiva, sob a justificativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha as investigações da PF e autoriza operações, quebras de sigilo e buscas, não seria competente para o caso.

Deflagrada em 11 de agosto, a Operação Lucas 12:2 da PF revelou que aliados do ex-presidente teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República. Segundo a PF, essas peças, que deveriam ser incorporados ao acervo da União, foram omitidas dos órgãos públicos, incorporadas ao estoque pessoal de Bolsonaro e negociadas no exterior para fins de enriquecimento ilícito.

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo da Arábia Saudita, que seriam posteriormente entregues para Bolsonaro e Michelle.

Em uma troca de mensagens entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, dois auxiliares de Bolsonaro que também foram intimados a prestar depoimento simultâneo à PF nesta quinta, é discutida a legalidade da venda das joias e Marcelo cita que um item teria "desaparecido" com a ex-primeira-dama. "O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle; então pra não ter problema", disse.

Para a PF, a troca de mensagens pode indicar que outros objetos podem ter sido desviados pelo grupo. "As mensagens revelam que, apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais, ressaltando inclusive que ‘sumiu um que foi com a dona Michelle", afirmou a PF.

Desde que se tornou uma das investigadas pela PF, a ex-primeira-dama aparece ironizando a situação que ameaça afetar o capital eleitoral e a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes de ir ao depoimento simultâneo na última quinta, ela postou um vídeo treinando MMA (sigla em inglês para artes marciais mistas) com a legenda: "Das porradas da vida, essas são as melhores".

No último sábado, 26, em um outro evento do PL Mulher, dessa vez em Pernambuco, ela disse que ia criar uma linha de produtos chamada "Mijoias", por ser questionada sobre o destino dos objetos no caso investigado pela PF.

"Tem um povo tão atrapalhado, se fosse lá em Brasília eu ia falar um povo tapado, que fica assim: ‘Cadê as joias, você não vai entregar?’ Querida, a joia está na Caixa Econômica Federal. Mas vocês pediram tanto, vocês falaram tanto de joias que, em breve, nós teremos lançamento: ‘Mijoias’ para vocês", disse, sob aplausos de aliadas.

Naquela ocasião, a ex-primeira-dama afirmou ainda que teve a reputação "achincalhada" e que faria "do limão uma limonada docinha".

Naquela ocasião, Michelle também disse que as indagações sobre o comércio ilegal de joias recebidas em viagens oficiais ocorrem para desviar o foco da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que investiga os atos de invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes. A ex-primeira-dama também afirmou que Bolsonaro não perdeu as eleições, já que uma grande bancada de aliados do ex-presidente foi escolhida para compor o Congresso Nacional.

O Senado aprovou nesta quarta-feira, 30, por 34 votos a 27, o projeto de lei do Carf. A proposta tem como diretriz principal retomar o voto de qualidade a favor da Fazenda no conselho, que julga recursos fiscais.

Os senadores analisam, agora, destaques apresentados ao texto. Caso o texto não seja modificado, o projeto será encaminhado à sanção presidencial.

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O projeto é um dos principais ativos do Ministério da Fazenda para tentar reduzir o déficit fiscal e tentar zerá-lo no ano que vem. O governo tem dito que a medida terá um impacto de cerca de R$ 50 bilhões anuais.

A proposta foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na semana passada. O relatório do senador Otto Alencar (PSD-BA) não contém mudanças significativas em relação ao texto aprovado na Câmara (apenas alguns ajustes, chamados de emendas de redação, que não modificam o mérito da proposta).

Os ajustes de redação feitos no texto atenderam ao interesse do governo Lula e da equipe econômica, que não gostariam que o projeto voltasse à Câmara para uma última análise.

"Se dar empate é pró-réu, significa que é melhor dispensar a existência do Carf, acabar na segunda instância administrativa e, a partir daí, aquele que não concordar com a decisão e, a partir daí, aquele que não concordar com a decisão vai à Justiça, que, ao fim e ao cabo, é a definitiva instância para dirimir qualquer questionamento", disse o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), ao defender a proposta.

"Todos poderão ir à Justiça. Não se encerra no Carf. Se alguém se sentir ofendido pela decisão do Carf... Quero repetir: mesmo quando existia, até a mudança que foi feita há três anos, o voto de desempate, não é verdade que tudo foi desempatado a favor. E vou repetir: a concentração já mostra que megaempresas poderosas é que acabam sempre recorrendo ao Carf", declarou o senador.

Já o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou a proposta pelo fato de representar uma forma de o governo aumentar a arrecadação e tentar zerar o déficit público.

"O governo aumenta de forma irresponsável os gastos públicos e busca resolver o seu problema com receitas não recorrentes, receitas que não vão se repetir no ano subsequente, uma vez que nós estamos falando de um estoque, e esse estoque vai se exaurir; ou seja, não vai acontecer, nos anos subsequentes na mesma proporção, mas o problema está dado", afirmou.

Em meio à pressão de prefeitos, o requerimento de urgência apresentado ao projeto de lei que trata do acordo feito pela União com os Estados para compensar perdas com a arrecadação do ICMS no ano passado entrou na pauta da Câmara desta quarta-feira, 30. Governistas buscam uma saída no próprio projeto, relatado pelo líder do governo na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), para aumentar os repasses de recursos federais aos municípios.

As alternativas ainda estão sendo estudadas, de acordo com parlamentares. Estão sendo avaliadas, por exemplo, maneiras de recompor as contas dos municípios neste projeto pela perda de arrecadação com a correção da tabela do imposto de renda.

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De acordo com a assessoria do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputados do PT vão se reunir na liderança da Câmara para tratar sobre o tema. O debate ocorre em meio à pressão das prefeituras por ajuda orçamentária, a quase um ano das eleições municipais.

Deputados do PT também afirmaram que o governo estuda outros caminhos para ajudar as prefeituras, como a possibilidade dos municípios de renegociarem dívidas com INSS e de usarem recursos que teriam que ser devolvidos à União. A cifra, nas contas de petistas, pode chegar a R$ 13 bilhões.

Em paralelo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças discutem reduzir a contribuição previdenciária das prefeituras, garantir um aumento permanente de 1,5% nos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ou uma "cota-extra" do fundo neste ano, ainda não definido o valor.

Todas as cartas estão à mesa e as discussões estão sendo feitas no período da tarde, às vésperas de votar o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de 17 setores até 2027.

Isso porque o Senado aprovou a matéria, mas incluiu um "jabuti" que prevê a redução da contribuição social, de 20% para 8%, sobre a folha de pagamento de cidades com até 142,6 mil habitantes. Nas contas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), essa proposta beneficiaria 5.367 municípios, com impacto anual de R$ 11 bilhões sobre a Previdência.

Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada nesta terça-feira (29), a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou Ricardo Salles (PL-SP) de "réulator" - trocadilho que junta as palavras réu com relator - em referência à denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro do Meio Ambiente da gestão Bolsonaro.

Através de placas, a parlamentar listou os crimes pelos quais Salles é acusado: corrupção passiva e ativa, prevaricação, advocacia administrativa, facilitação de contrabando, desacato, crime contra a administração ambiental, obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional e organização criminosa.

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“Foi escolhido por essa comissão um 'relator', e, desde o ínicio [da CPI], a escolha deste relator tinha muito questionamento. Tendo em visto, seus interesses diretos em desmobilizar a reforma agrária neste país. Mas, os últimos acontecimentos tornam ainda mais grave a presença deste sujeito [Salles] na relatoria desta CPI porque ele não é mais um relator, é um réulator”, disse a deputada.

Denúncia do MPF

A denúncia contra o deputado da extrema direita, recebida pela Justiça Federal do Pará, atinge outras pessoas, entre elas o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim.







O bolsonarista, relator da CPI do MST, foi denunciado no processo que apura a exportação ilegal da madeira extraída de árvores da floresta amazônica para os Estados Unidos. Salles é acusado de criar no Ibama confições favoráveis para a defesa de interesses privados contra o interesse público.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado







De acordo com a Polícia Federal (PF), as cúpulas do Ministério do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do instituto também manipularam pareceres e documentos.

Reações

Em suas redes sociais, Sâmia Bomfim publicou o vídeo da sua apresentação durante a sessão da CPI desta terça-feira (29). Vários de seus apoiadores agradeceram a postura da parlamentar contra o bolsonarista.

"Obrigada Sâmia", escreveu a seguidora Taciana Nascimento. "Enfim o 'Menino da Porteira' vira réu por contrabando de madeira e formação de quadrilha. Se tudo der certo ele não irá mais 'passar a boiada' e sim passar um bom tempo trancado com a gadaiada", ironizou outro seguidor.

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Durante uma sessão movimentada, realizada na manhã desta terça-feira (29), a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia Legislativa distribuiu uma série de projetos de lei a serem analisados pelos deputados integrantes do colegiado.

O mais polêmico deles trata do pacote fiscal, enviado à Casa pelo Governo do Estado na semana passada, que inclui, entre outras medidas, o aumento da alíquota do ICMS arrecadado no Estado para 20,5%, bem como a redução na taxa de IPVA e outras questões tributárias. De acordo com o presidente da CCLJ, deputado Antônio Moraes, as alterações propostas pelo Poder Executivo não necessárias para garantir competitividade ao Estado em um futuro próximo.

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“Essa questão do ICMS, por exemplo, vai evitar que Pernambuco fique prejudicado financeiramente diante dos demais Estados, quando for implantado o imposto único (IVA) no Brasil, previsto para 2028, dentro da reforma tributária aprovada recentemente pelo Congresso Nacional”, explicou o parlamentar.

Durante a sessão da CCLJ, a deputada Débora Almeida foi sorteada como relatora, cabendo a ela analisar a constitucionalidade do projeto antes que ele seja submetido às demais comissões técnicas da Casa, como a de Finanças e a de Administração Pública.

Somente após receber parecer das comissões e também eventuais emendas apresentadas pelos deputados, a proposta do governo seguirá para votação final no plenário da Assembleia, o que precisa acontecer antes do dia 30 de setembro, prazo final para que os Estados façam os ajustes necessários nas suas alíquotas.

“A reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional começou, infelizmente, com uma lógica equivocada, estimulando o aumento de impostos. Ela obriga os Estados a elevarem suas alíquotas de ICMS porque, ao longo dos próximos quatro anos, a média dessa arrecadação é que vai determinar o valor do repasse de verbas federais para cada um deles”, disse Antônio Moraes. “Mas o projeto de lei enviado pelo Governo do Estado tem aspectos bastante positivos, como redução de IPVA, multas e taxas. É uma proposta que visa, acima de tudo, aprimorar o relacionamento entre os contribuintes e a Secretaria da Fazenda”, completou o deputado, acrescentando que o projeto deverá ser votado na CCLJ na sessão da próxima semana.

*Da assessoria 

O governo Lula encaminhou ao Congresso nesta segunda-feira, 28, o projeto de lei que trata da tributação das offshore - muitas vezes localizadas em paraísos fiscais. A proposta foi enviada em regime de urgência constitucional. A medida é uma do cardápio do Ministério da Fazenda para aumentar o potencial de arrecadação em 2024 e alcançar o déficit zero. Para o próximo ano, a expectativa é de que o governo arrecade R$ 7,05 bilhões com a iniciativa, que ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento. Em 2025, o potencial de arrecadação chega a R$ 6,75 bilhões, e de R$ 7,13 bilhões em 2026.

A tributação das offshore foi inicialmente endereçada ao Congresso por meio de medida provisória, como forma de compensação do aumento da isenção do imposto de renda. O tópico, contudo, enfrentou resistências entre parlamentares, que entraram num acordo com a Fazenda para que o assunto fosse tratado por meio de PL.

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Segundo a Fazenda, o projeto de lei tem conteúdo similar ao apresentado na MP, mas com "diversas melhorias no texto", destacando as emendas do Congresso e sugestões da sociedade em audiências e eventos.

O projeto define que a pessoa física com renda no exterior de até R$ 6 mil por ano estará sujeita à alíquota de 0%. "Essa pode ser a situação das pessoas que têm utilizado contas bancárias estrangeiras remuneradas para arcar com pequenas despesas pessoais no exterior, por exemplo, em viagens internacionais". Já a renda entre R$ 6 mil e R$ 50 mil por ano, de acordo com o texto, ficará sujeita à tributação pela alíquota de 15%, enquanto a renda superior a R$ 50 mil ficará sob uma alíquota de 22,5%. "Sendo essa a alíquota máxima já aplicada para aplicações financeiras de curto prazo no Brasil", apontou a pasta.

Além disso, o texto define que a nova regra aplica-se aos resultados apurados pelas entidades controladas a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Os resultados acumulados pelas entidades no exterior até 31 de dezembro de 2023, antes da entrada da nova regra de tributação, serão tributados somente no momento da efetiva disponibilização para a pessoa física.

Neste caso, informou a Fazenda, os contribuintes terão a opção de atualizar o valor de seus bens e direitos no exterior para o valor de mercado em 31 de dezembro de 2023, tributando a diferença para o custo de aquisição pela alíquota definitiva de 10%.

"O texto propõe criar um regime uniforme e mais simples. As aplicações financeiras efetuadas no exterior estarão sujeitas a uma única tabela, que leva em considerações as faixas de rendimento dessa natureza auferidas pelo contribuinte", disse a Fazenda. De acordo com a pasta, mais de R$ 1 trilhão em ativos pertencentes a pessoas físicas está posicionado no exterior.

A Fazenda informou ainda que o PL também introduz um regramento para a tributação dos trusts. "O trust não é, até o momento, regulado sob a égide do Direito brasileiro. Este fato causa dúvidas interpretativas relevantes acerca da sua tributação e é fonte de insegurança jurídica, tanto da perspectiva do contribuinte, quanto do Estado", afirmou o Ministério, sem dar maiores informações sobre o texto.

"A medida proposta o PL é crucial devido às consistentes perdas de arrecadação que o Brasil enfrenta anualmente, provocadas por falhas na legislação do imposto de renda. Essas falhas permitem que contribuintes com alta capacidade contributiva usem estruturas para adiar ou evitar a tributação no País. Corrigir tais deficiências resultará em um sistema tributário mais equitativo e eficiente, garantindo recursos para os gastos necessários do Estado brasileiro", concluiu a Fazenda, apontando que, embora o Brasil conte há anos com uma regra anti-diferimento para investimentos feitos por empresas brasileiras em controladas no exterior, não há até hoje uma regra equivalente para investimentos feitos por pessoas físicas.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que obriga penitenciárias femininas a oferecer a mulheres presas produtos de higiene pessoal, como papel higiênico, absorvente íntimo e fralda infantil para mães acompanhadas dos filhos nos estabelecimentos. A oferta desses itens deverá ser suficiente para atender a demanda pessoal de cada presa.

A proposta, que altera a Lei de Execução Penal, determina ainda que a creche que abriga crianças no interior das penitenciárias femininas e a seção destinada a gestantes e parturientes contenham berços e camas infantis apropriadas.

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O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), ao Projeto de Lei 59/23, da deputada Renata Abreu (Podemos-SP). No substitutivo, a relatora mantém os termos do projeto original.

“Sabe-se que grande parte das mulheres presas enfrentam restrição quanto a quantidade necessária de absorventes e, inclusive, papel higiênico. Esses constrangimentos impõem às mulheres que vivem no sistema carcerário uma situação humilhante e vexatória, que pode e deve ser evitada pela administração pública”, avaliou a relatora. “Da mesma forma, as filhas e filhos dessas presidiárias devem contar com condições adequadas para a sua saúde e bem-estar durante esse período difícil da vida”, acrescentou.

Legislação existente

Laura Carneiro destaca que, mesmo após a promulgação da Lei 14.214/21, que determina que as cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional deverão conter, como item essencial, o absorvente higiênico feminino, muitas mulheres brasileiras ainda não dispõem do número suficiente de absorventes higiênicos.

“No contexto do sistema prisional, a situação é ainda mais grave”, disse.  A parlamentar lembra ainda que o governo federal publicou o Decreto 11.432/23, que instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual. Por sua vez, a Lei 14.214/21 estabelece que são beneficiárias do programa: as estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública; as mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema; as mulheres apreendidas e presidiárias, recolhidas em unidades do sistema penal e  internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.

Tramitação

O projeto ainda será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) questionou, no grupo do WhatsApp do Partido Liberal (PL), a orientação da legenda em liberar os votos dos parlamentares quanto ao arcabouço fiscal do Governo Lula. A sigla, que tem a maior bancada no Congresso Nacional, também representa a oposição na Casa Legislativa. Contando com os votos do PL, o arcabouço passou pela maioria da Câmara, ainda que seja um projeto fortemente criticado pela direita congressista. 

“Precisamos de uma vez por toda saber o que, como partido, somos! Fica confuso ter que olhar orientação de partido e oposição! PL é ou não oposição? Não se vence a maioria? A maioria não é oposição? Por que orientação diferente?”, questionou Feliciano, que se afirmou confuso e frustrado com o posicionamento dos colegas. As mensagens foram obtidas pela coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles. A orientação de voto livre foi feita pelo deputado Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara. 

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A liberação ocorreu após pleitos de Bia Kicis e Alberto Fraga, também da ala bolsonarista. No entanto, os dois parlamentares citados são do Distrito Federal e o texto do arcabouço fiscal preservou o Fundo Constitucional do DF, o que gerou uma conveniência para o voto. O questionamento de Feliciano não obteve resposta do líder Altineu Côrtes. 

Após Jair Renan Bolsonaro se tornar investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, afirmou a aliados que quer se distanciar "o máximo possível" das investigações contra o filho "04" de Jair Bolsonaro (PL). A informação é da colunista Andréia Sadi. 

Aos 25 anos, Renan tem salário mensal de R$ 9,5 mil pela atividade de assessor parlamentar em Santa Catarina. Ele integra o gabinete do senador Jorge Seif, que é do PL e também foi secretário de Pesca no Governo Bolsonaro. No entanto, a direção do partido não vê vantagem em comprar a briga pela defesa da imagem de Jair Renan. O 04 não possui mandato e nem teria potencial eleitoral que justifique o envolvimento da legenda. 

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Entre os filhos de Jair Bolsonaro, ele é o de menor protagonismo político e o mais afastado do interesse no Legislativo, diferente de Flávio, Eduardo e Carlos. É a segunda vez que Renan é investigado; antes suspeito de tráfico de influência, ele não foi defendido nem pelo pai. Tal investigação foi arquivada.

"O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém [aqui] conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não sei se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja", declarou Jair, o pai, à época. 

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), confirmou nesta terça-feira, 22, que o governo enviará, simultaneamente, uma medida provisória e um projeto de lei com taxação de offshores e rendimentos no exterior. A informação foi antecipada pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Guimarães também disse que os deputados votarão a quarta-feira, 23, a medida provisória que trata da correção da tabela do imposto de renda e das novas regras do salário mínimo.

Inicialmente, a tributação das offshores e rendimentos externos estava sendo tratada em uma medida provisória separada, que incluía, também, a atualização da tabela de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Os dois assuntos, porém, foram incluídos de última hora na MP que prevê o reajuste e uma nova política de correção do salário mínimo, aprovada há duas semanas na comissão mista por unanimidade.

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Líderes da Câmara avaliaram, no entanto, que a estratégia do governo de incluir as offshores junto com salário mínimo gerou desconforto porque a medida foi inserida em uma outra MP "que não tinha pertinência temática", além de ter sido feita sem diálogo com o Congresso. Parlamentares também interpretaram a medida como uma manobra do governo para facilitar aprovação, já que dificilmente os parlamentares votariam contra a política do salário mínimo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também se sentiu contrariado e não foi avisado sobre a decisão.

O acordo costurado agora prevê a aprovação da MP do IR com o salário mínimo, sem offshores. De acordo com Guimarães, o texto, que perde a validade no próximo dia 28, será votado na quarta em plenário. Até esta data, o governo também enviará a nova medida provisória e um novo PL, ambos com os mesmos conteúdos, prevendo a tributação dos rendimentos externos.

Segundo o líder, até a quarta-feira, o Executivo terá um texto final para pactuar entendimento sobre offshores. Há expectativa de que seja incluído ainda, tanto na MP quanto no PL, a tributação de onshores e fundos exclusivos.

Como mostrou a reportagem, a MP das offshores será editada por questões orçamentárias, para compensar a perda de receita pela correção da tabela do imposto de renda, mas o texto tramitará no Congresso por PL com urgência constitucional para atender o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em meio à divergência entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das MPs. Os PLs começam a tramitar na Câmara e não por uma comissão mista, formada por deputados e senadores.

  Com foco na luta pela defesa dos animais, o deputado estadual Romero Albuquerque apresentou na Assembleia Legislativa de Pernambuco o Projeto de Lei Ordinária Nº 641/2023, que altera a Lei nº 17.134, de 18 de dezembro de 2020, a qual disciplina o Fundo Estadual do Meio Ambiente de Pernambuco - FEMA-PE, para possibilitar a aplicação de recursos em ações voltadas para essa área. A proposta foi aprovada em primeira discussão na Alepe.

A luta pelo bem-estar animal ganhou força desde segunda metade do século XX, com formação de vários movimentos populares em prol da causa. A força da necessidade de proteção animal acabou resultando na criação da Lei 14.064, que aumenta a pena para quem maltratar cães e gatos, e na aprovação do PL 6.054/19, que dispõe sobre a natureza jurídica dos animais, pelos plenários da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Recentemente, quinze cães foram resgatados no bairro de Rio Doce, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, em situação de maus-tratos e negligência.

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Os animais estavam assustados, sujos e doentes, uma vez que a tutora não prestava os cuidados adequados. O resgate ocorreu após uma denúncia feita por ONGs de Proteção Animal ao deputado Romero Albuquerque. Encontrados com quadro de desnutrição, carrapatos e suspeita de zoonoses, os animais forma encaminhados a abrigos parceiros das ONGs Projeto Recomeços e Amigo Bicho para que recebessem tratamento e assistência até estarem prontos para a adoção responsável.

Diante da recorrência de casos do tipo no estado, que também já assistiu perplexo à situação de um ambulante preso em flagrante por maus-tratos na casa dele, em Camaragibe, também na RMR, onde a polícia encontrou três cães carbonizados e outros dez em precárias condições de saúde, com suspeita de que o homem tenha vendido a carne dos bichos, faz-se necessária a ampliação das iniciativas de combate, muitas vezes limitadas por causa da escassez de recursos para a realização do trabalho de ONGs e instituições de proteção animal, que em inúmeros casos não possuem amparos governamentais e doações suficientes.

“Caso aprovada, a aplicação do Fundo Estadual do Meio Ambiente na proteção animal impactará positivamente na atividade de ONGs, abrigos, protetores e veterinários voluntários, os quais, apesar de salvar milhares de vidas com resgate e acolhimento de animais por todo o país todos os dias, muitas vezes precisam encerrar as atividades em razão da escassez de recursos”, ponderou Romero.

O texto será avaliado novamente pelos deputados, no plenário, e seguirá para sanção do Governo do Estado.

*Da assessoria 

No mesmo dia em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei para anistiar multas aplicadas por descumprimento de medidas de combate à Covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que depositou R$ 913,3 mil como garantia de sua dívida com o Estado por não usar máscara na pandemia.

No período da pandemia, o então presidente da República recebeu oito multas por infrações sanitárias, que somam mais de R$ 1 milhão. A defesa de Bolsonaro pleiteia no Tribunal de Justiça de São Paulo a redução dos valores sob o argumento de que o ato administrativo da gestão João Doria previa multas de R$ 500 a R$ 5 mil. Em caso de uma decisão favorável do TJ, o montante depositado em juízo seria resgatado.

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Mesmo que Bolsonaro perca essa batalha na Justiça, ele ainda pode ser beneficiado se a proposta do governo Tarcísio for aprovada pelos deputados estaduais. Nesse caso, o processo de Bolsonaro na Justiça de São Paulo seria extinto por perda de objeto e os R$ 913,3 mil voltariam para o ex-presidente. A aprovação da medida também livraria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem um débito de R$ 133 mil em multas no Estado.

"Ficam canceladas as multas administrativas aplicadas por agentes públicos estaduais em razão do descumprimento de obrigações impostas para a prevenção e o enfrentamento da pandemia de Covid-19", afirma um dos artigos do anteprojeto de lei remetido ontem à Assembleia Legislativa.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, ao longo da pandemia foram aplicadas 10.163 multas a estabelecimentos comerciais e locais de festas clandestinas, além de 579 autuações a cidadãos. Ainda segundo dados da pasta, há um total aproximado de R$ 72 milhões em multas. Pelo texto enviado aos deputados estaduais, quem já liquidou o débito não terá direito a nenhum tipo de restituição.

Alto custo

Em defesa do projeto, o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, argumentou que a manutenção das sanções impostas "não mais condiz com o fim dos estados emergenciais de saúde pública e acaba por sobrecarregar a administração com o gerenciamento de processos administrativos e de cobranças de multas sem finalidade arrecadatória".

"Além de gerar um alto custo de processamento de milhares de débitos, a maioria de pequeno valor, a manutenção da cobrança das multas, quando já superamos a fase mais crítica da doença, também não contribui para o desenvolvimento social e econômico do Estado", declarou o secretário.

Essa continuidade das cobranças, acrescentou o titular da Saúde, pode, ainda, "dar ensejo à inscrição em dívida ativa, levar o título a protesto, à cobrança judicial e até mesmo à negativação do cidadão ou da empresa devedora, agravando ainda mais a situação financeira dessas pessoas".

A proposta de anistia aos infratores na pandemia foi inserida em um projeto de lei que versa sobre a cobrança de dívida ativa - débitos com o Estado. "Tenho a honra de encaminhar o projeto de lei que dispõe sobre a transação e a cobrança de débitos incluídos em dívida ativa e cancela multas administrativas impostas pela Secretaria da Saúde", escreveu o governador, pedindo ainda que o texto seja apreciado em regime de urgência.

Vaquinha

Por causa das multas impostas pelo governo de São Paulo durante a pandemia, Bolsonaro teve mais de R$ 800 mil em imóveis e ativos financeiros bloqueados. Para ajudá-lo a pagar as dívidas, aliados do ex-presidente organizaram uma vaquinha.

No mês passado, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que o ex-presidente recebeu R$ 17,1 milhões por meio de transferências Pix - na ocasião, Bolsonaro afirmou que o montante foi doado por apoiadores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados apresentaram nesta terça-feira, 15, um projeto de lei que prevê alterações no Código Civil para proteger bens de menores de idade e evitar episódios de violência patrimonial. Inspirada no caso da atriz e cantora Larissa Manoela, a proposta é de autoria dos deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Jr. (PSB-MA).

O projeto de lei, apelidado de "Larissa Manoela", tem como objetivo alterar dois artigos do Código Civil, que tratam sobre o exercício do poder familiar - expressão jurídica para o conjunto de deveres e responsabilidades que os pais têm com os filhos.

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No primeiro deles, os deputados propõem que o Ministério Público analise a participação de menores de idade em sociedades empresariais. No caso de Larissa Manoela, a atriz era proprietária de apenas 2% de uma das empresas que os pais abriram para administrar os trabalhos dela.

O texto também estabelece que, no contrato social, deverá existir uma cláusula de revisão obrigatória, para quando o filho atingir a maioridade, aos 18 anos. As atividades da empresa ficariam suspensas até que o contrato fosse efetivamente revisto.

No segundo artigo que o projeto de lei busca mudar, os deputados sugerem que os filhos menores de idade podem exigir que os pais prestem contas dos bens que eles estão administrando. De acordo com a legislação brasileira, menores de idade podem ter quase todos os tipos de bens registrados nos seus nomes - imóveis, carros, dinheiro em contas bancárias -, mas é necessário que os pais ou responsáveis os administrem.

Neste domingo, 13, a atriz concedeu uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo, expondo detalhes do rompimento da relação com os pais. Larissa contou que eles administraram os frutos da carreira artística dela desde os quatro anos e, que mesmo depois de ter atingido a maioridade, ela não podia ter acesso ao seu dinheiro.

Foto: Reprodução/Instagram

Na entrevista, a artista revelou que precisava pedir transferências bancárias para poder comprar alimentos e que recebia uma mesada de R$ 500, mesmo depois de ter 18 anos e capacidade civil para administrar seus bens sozinha.

O deputado Elmar Nascimento (União-BA), relator do PL 2370/2019, entregou à Câmara nova versão do texto que muda trechos do Marco Civil da Internet e da Lei do Direito Autoral, no chamado PL das Fake News fatiado. A proposta prevê que plataformas digitais devem remunerar empresas jornalísticas por conteúdos publicados nas redes sociais, além de regras para publicidade digital.

O PL 2370 é de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e tem sinal verde para passar na Câmara. A proposta deve ter o regime de urgência - uma tramitação mais rápida - e o mérito analisado nesta terça-feira, 15, após meses de negociação, principalmente, entre empresas de comunicação e artistas. Caso seja aprovado, o PL vai ao Senado. As mudanças passam a valer um ano após a publicação da nova legislação.

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O projeto de lei 2370 vai alterar o Marco Civil da Internet para incluir a remuneração de conteúdos jornalísticos. Segundo Elmar Nascimento, a mudança "garante a justa remuneração pela produção de conteúdo jornalístico, evitando que empresas de internet possam se beneficiar do tráfego gerado pelo conteúdo produzido por jornais sem pagar a eles a correspondente remuneração".

"A regulação proposta tem em mente a enorme assimetria de poder que existe entre as grandes plataformas e a maior parte dos autores e jornais. Cuida-se de evitar que as big techs se beneficiem economicamente do alto investimento realizado por terceiros para a produção de conteúdo, oferecendo ínfima remuneração em contrapartida, tendo em vista a alta concentração do mercado de internet", assinalou o relator.

O PL 2370 tem sido chamado de PL das Fake News fatiado, porque trata de três temas centrais - direitos autorais, remuneração a veículos jornalísticos e publicidade digital- que estavam no projeto de lei 2630 das Fake News, relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Diante da resistência de boa parte dos deputados em votar a versão integral da proposta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e aliados decidiram pelo "fatiamento" do PL das Fake News original. A proposta fatiada foca em temas econômicos que estavam no texto de Orlando Silva.

Conteúdo jornalísticos

- Plataformas com mais de 2 milhões de usuários no Brasil deverão remunerar empresas que produzem conteúdo jornalísticos em quaisquer formatos que incluam texto, vídeo, áudio ou imagem;

- A remuneração não poderá onerar o usuário que compartilhou a informação;

- Poderão receber os pagamentos as empresas constituídas há pelo menos 12 meses, que "produzam conteúdo jornalístico de forma original regular, organizada, profissionalmente e que mantenham endereço físico e editor responsável no Brasil";

- Os valores deverão ser firmados entre as plataformas e as empresas jornalísticas;

- A plataforma digital não poderá remover conteúdos jornalísticos para evitar a remuneração;

- O texto define como conteúdo jornalístico aquele "eminentemente informativo, que trata de fatos, opiniões, eventos e acontecimentos em geral de interesse público, independentemente do tipo ou formato, observados os princípios e padrões éticos de conduta no exercício da atividade de jornalismo";

- Os sites podem retirar "conteúdos ilícitos, tais como os que promovem desinformação e racismo";

- Não há obrigação de remuneração por conteúdos compartilhados em aplicativos de mensagem ou armazenado na nuvem.

- O valor da remuneração deverá levar em conta o volume de conteúdo produzido, a audiência nas plataformas digitais e o investimento das empresas, considerando o número de funcionários contratados.

Lei do Direito Autoral

O projeto de lei prevê uma importante alteração na legislação que trata de obras musicais e audiovisuais. Atualmente, plataformas digitais não pagam direitos autorais pela reprodução de obras antigas reproduzidas na internet. Se a proposta for aprovada, os artistas receberão uma compensação também para esses contratos.

O texto incluiu um prazo de três anos para as emissoras de TV brasileiras começarem a pagar a "remuneração compensatória" aos artistas, como mostrou o Estadão. As plataformas de streaming e as big techs não serão contempladas com o período de transição e terão de pagar de forma imediata.

A falta de consenso sobre este ponto do PL 2370 vinha dificultando a votação do texto na Câmara. Apesar do sinal verde dos deputados, Lira resistia em colocar o projeto para votação, diante do impasse entre artistas e empresas de comunicação sobre este trecho da proposta. Os artistas pressionavam pela inclusão da compensação também para obras antigas, e as empresas desejavam que os pagamentos fossem feitos apenas para novos contratos de filmes. As partes chegaram a um acordo na semana passada.

Como revelou o Estadão, o texto do relator também dá mais espaço aos religiosos na Lei do Direito Autoral. Nascimento incluiu pregações - discursos religiosos - como "obras intelectuais protegidas". A lei, atualmente, identifica apenas "conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza". Veja outras mudanças:

- Autores do assunto ou argumento literário, musical ou lítero-musical, o roteirista e o diretor se tornam coautores da obra audiovisual;

- Titulares de direitos autorais e de direitos conexos sobre obras audiovisuais terão direito à remuneração, quando houver disponibilização na internet.

Publicidade Digital

Este tema foi incluído no projeto de lei após uma reunião, na semana passada, que selou a transferência. O PL 2370/2019 vai abrigar também o trecho da proposta 2630 sobre fake news que trata sobre os deveres da publicidade digital, como, por exemplo, obrigar as plataformas a identificar os anunciantes e guardar um repositório com as publicidades e conteúdos impulsionados.

As mudanças propostas no texto também alteram o Marco Civil da Internet. Veja quais são:

- As plataformas deverão identificar os usuários ou o anunciantes de toda publicidade publicada nas redes sociais;

- Terão de possibilitar aos internautas obterem informações sobre o porquê de eles estarem vendo uma propaganda específica;

- Plataformas com mais de 5 milhões de usuários deverão manter, de forma pública, um repositório atualizado de toda a publicidade veiculada nas redes, com a íntegra dos conteúdos;

- As plataformas "devem adotar procedimentos e controles que permitam verificar e validar a identidade do anunciante ou responsável pela publicidade".

Deputados do PL que se aliaram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejam sair da legenda alegando perseguição da cúpula do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dentro do núcleo que comanda a sigla, eles são chamados de "transdeputados", por integrarem um partido de direita e darem votos a um governo de esquerda.

O grupo no PL que "fez o L" conta com uma dezena de deputados e, em conversas internas, traça planos para deixar a sigla em bloco após a aprovação do Orçamento de 2024. Como a relatoria do Orçamento está nas mãos de um deputado do PL, Luiz Carlos Motta (SP), não seria inteligente um movimento de retirada antes disso. O relator tem o poder de barrar as demandas dos deputados para beneficiar suas bases eleitorais.

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A divergência entre os dois grupos no PL cresceu após a aprovação da reforma tributária. Um em cada cinco deputados da sigla votou para que a proposta do governo pudesse avançar para o Senado, mesmo com a ameaça de punição, por parte do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), a quem ajudasse o Executivo.

PAREDÃO

O deputado Yury do Paredão (PL-CE) foi o primeiro a ser expulso por apoiar o governo, tirar foto com o presidente Lula e "fazer o L". Alguns parlamentares mais radicais celebraram o que poderia ser o início de um expurgo na legenda. Para um parlamentar da sigla, repetir o gesto que marcou o retorno do petista à cena eleitoral merece o "paredón" - uma alusão ao método de saída da casa do Big Brother Brasil, programa que projetou Yury.

A aproximação com o governo Lula tem uma explicação lógica. O petista foi eleito com 69,97% dos votos no Ceará ante 30,03% de Bolsonaro. Atuar como oposição ao PT no Estado é considerado suicídio político. O petista venceu em todos os 184 municípios cearenses.

O Estadão mostrou que essa ala de deputados mais próxima a Yury relatou perseguição de colegas de partido. Vinicius Gurgel (PL-AP) foi um dos deputados que acusaram ataques de bolsonaristas da bancada em grupos de WhatsApp.

Para o líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), integrantes desse grupo pró-Lula devem ser tratados no partido como "mortos-vivos". "A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. E, se ele tentar sair do partido, perderá o mandato." Os "petistas do PL", porém, contam com a expulsão para evitar o risco de perder o mandato.

"Eles são transdeputados", ironizou José Medeiros (PL-MT), que vê o interesse dessa ala em cargos e emendas do governo. "São do PL, de direita, mas se identificam com o governo de esquerda."

No dia seguinte à votação da reforma tributária, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tentou conciliar os grupos no WhatsApp dizendo que é correto apoiar o governo Lula na economia. A direita sempre defendeu a reforma tributária e, nesse caso, votar contra o governo seria abandonar uma bandeira que nunca foi da esquerda.

"Muitos parlamentares foram eleitos com apoio de prefeitos e vereadores e precisam levar benefícios para suas regiões e seu povo. E se, para isso, precisarem votar com o governo em pautas específicas, que façam", disse Valdemar. "Para que não fique dúvida, somos um partido de oposição. E ficaremos unidos nas pautas conservadoras que a direita sempre defende", afirmou.

Como mostrou o Estadão, mesmo com punições a oito deputados que votaram na medida provisória (MP) dos Ministérios, contrariando orientação de bancada, os mesmo oito votaram com o governo na reforma tributária.

NORDESTE

Um dos problemas para o PL está na Região Nordeste, predominantemente lulista, em que os parlamentares enfrentam constrangimento em votar contra o governo. E alegam que não foram eleitos com os votos da direita.

Os quatro deputados do PL da bancada do Maranhão, por exemplo, costumam votar com o governo em quase todas as principais pautas. Lula venceu a disputa no Estado com 71,1% dos votos, o que deixa em situação fragilizada a oposição ao seu governo.

Por que eles seguem no PL? Caso saiam do partido, perdem o mandato por infidelidade partidária, à exceção de casos que tenham ou a anuência do partido ou que apresentem justa causa. A "grave discriminação política pessoal" é uma das justificativas para uma justa causa na política.

O especialista em Direito Eleitoral Alberto Rollo afirmou que a jurisprudência costuma abarcar outros fatores também. "O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) analisa o contexto de atuação do partido e seus dirigentes em relação ao parlamentar", disse. Um exemplo seria, segundo Rollo, a exclusão de reuniões de bancada, o que pode ser o caminho alegado para a troca de partido.

O ex-presidente da Câmara de Suzano (Grande São Paulo) e ex-vice-presidente do Partido Liberal (PL) em São Paulo, José Renato da Silva, foi condenado a 40 anos de prisão em regime inicial fechado por abusar sexualmente de duas netas. Ele poderá recorrer em liberdade.

Silva foi acusado de abusar primeiro da filha, quando ela tinha 6 anos, e depois das netas, a partir da mesma idade. A rotina de abusos das meninas, segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, durou quase dez anos (2012 a 2021).

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A versão das meninas é parecida. Elas relataram toques nas partes íntimas, pedidos de carinho na região genital, penetração, tudo tratado como uma "brincadeira" que deveria ser mantida entre o avô e as netas.

Os abusos chegaram ao conhecimento da família pela escola. A mãe, que também afirma ter sido vítima de Silva, disse em depoimento que "bloqueou" memórias da infância e que acreditava que os abusos teriam acontecido apenas com ela.

Além dos depoimentos das vítimas, a denúncia foi acompanhada de mensagens, trocas de e-mail e laudos psicólogos. "O conjunto probatório constante dos autos, colhido sob o crivo do contradito´rio e da ampla defesa, na~o deixa du´vida a respeito da materialidade dos crimes e da sua autoria pelo réu", diz um trecho da sentença.

Em seu interrogatório, Silva confessou parte dos crimes. Ele reconheceu "excessos" com uma das netas e afirmou que procurou acompanhamento psicológico. Em uma troca de e-mails com a filha, ele também admite que "num momento insano fiz coisas que jamais sairá de nossa memória (sic)".

As netas fazem acompanhamento psiquiátrico e foram diagnosticadas pelo perito do Judiciário com sociabilidade prejudicada por conta dos abusos e sintomas depressivos. Uma delas chegou a ser hospitalizada.

O juiz José Eugenio Do Amaral Souza Neto, do Anexo de Violência Doméstica e Familiar de Suzano, concluiu que Silva cometeu 3.734 crimes. O cálculo considera o intervalo de tempo dos abusos e a média de encontros do avô com as netas no período.

"Como os crimes contra cada uma das vi´timas sa~o de mesma espe´cie, praticados sequencialmente, de formas similares, em lugares similares, entende-se que ha´ continuidade delitiva entre eles", afirmou ao sentenciá-lo por estupro de vulnerável. A sentença se refere apenas aos abusos das netas.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DENIS SOUZA DO NASCIMENTO, QUE REPRESENTA JOSÉ RENATO DA SILVA

"Ainda não fui intimado. Lembrando que esse processo tramita em segredo de Justiça, assim, por ética e em cumprimento da lei, não posso comentar nada sobre os autos."

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou, na última quarta-feira (2), o Projeto de Lei 1540/2021, direcionado à saúde e bem-estar dos profissionais da Educação no ambiente de trabalho. A norma tem a senadora Teresa Leitão (PT) na relatoria e segue para votação em plenário.

De autoria do ex-deputado federal, Professor Israel Batista (PSB), o texto estabelece parâmetros gerais orientadores da formulação de políticas de prevenção de doenças e de promoção do bem-estar, qualidade de vida no trabalho, a partir da elaboração periódica de planos nos governos municipais, estaduais e federal.

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“É notório que professores são submetidos a grande sobrecarga laboral e psicológica decorrente do desempenho do trabalho e, por isso, instrumentos que permitam a defesa e a proteção à saúde de cada um deles são necessários”, comentou Teresa Leitão.

O Projeto de Lei 1897/23 reconhece a expressão “vira-lata caramelo” como manifestação cultural imaterial do Brasil. O texto está em análise na Câmara dos Deputados. 

O autor da proposta, deputado Felipe Becari (União-SP), afirma que os vira-latas caramelo são uma parte importante da cultura brasileira e representam muito mais do que apenas um tipo de cachorro. Segundo ele, esses cães são símbolos de lealdade, amor e respeito aos animais, e ajudam a mostrar que a diversidade é uma das maiores riquezas nacionais.

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“O vira-lata caramelo é um símbolo da cultura brasileira e está presente em diversos aspectos da sociedade. Desde a música até a literatura, esses cães têm um lugar especial na cultura popular do País. Além disso, os vira-latas caramelo também são presença constante em filmes, novelas e séries brasileiras”, diz Becari. 

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define como patrimônio imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.  Tramitação O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta terça-feira, 25, do evento de filiação do PL na Câmara Municipal de São Paulo. Na cerimônia, ele atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que um retorno ao Palácio do Planalto é uma "missão". A declaração do ex-chefe do Executivo ainda foi marcada por outros ataques à esquerda e palavrões.

"A quem interessa, leva-se em conta alguns países europeus, países do norte (...) interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto? Um jumento, por que não dizer assim", disse o ex-presidente sobre o sucessor.

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Durante o evento, Bolsonaro também dirigiu ataques ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao expressar sua discordância em relação à reforma tributária aprovada na Câmara. Outro alvo da ofensiva do ex-presidente foi a Comissão da Verdade, responsável por investigar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar.

Além disso, Bolsonaro indicou que considera uma possível volta à Presidência da República como uma missão. "Triste um País que pune um político não pelos seus erros ou defeitos, mas por suas virtudes. Vontade de ser presidente novamente? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão."

Holiday diz se sentir como o 'filho pródigo'

Na cerimônia, foi realizada a filiação do vereador de São Paulo Fernando Holiday ao PL. Como mostrou o Estadão, ele não será candidato à reeleição como vereador para focar na construção de candidatura a deputado federal em 2026. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, confirmou o nome de Holiday à Câmara na solenidade.

Holiday, que há dois anos havia dito que se arrependeu do apoio dado a Bolsonaro nas eleições de 2018, contou a parábola do filho pródigo como analogia à sua relação com o ex-presidente. "Me sinto como um filho pródigo, um filho que cometeu muitos erros e se arrepende amargamente, mas que está sendo recebido de volta em casa", disse o vereador.

Na tarde desta terça-feira, 25, Carlos Bolsonaro usou sua rede social para indicar contrariedade. Sem citar Holiday, criticou aqueles que falaram mal da gestão de seu pai e agora querem se aproximar dele.

Além do vereador, outras lideranças de direita da capital paulista se filiaram ao PL, como o pré-candidato ao legislativo municipal Lucas Pavanato. A legenda planeja concentrar esforços e recursos financeiros para, nas eleições de 2024, formar uma espécie de corredor de direita no Estado de São Paulo.

Para isso, Costa Neto vem utilizando o capital político de Bolsonaro para lançar nomes alinhados a um discurso mais conservador, como o da deputada federal Rosana Valle (PL), que estava presente no evento e é a pré-candidata do partido à Prefeitura de Santos. "O Bolsonaro é a última palavra dentro do partido. Nunca faremos nada sem consultar o Bolsonaro", disse Costa Neto no evento.

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