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O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira, 1º de abril, incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro remédio de eficácia comprovada para o tratamento de casos graves de covid-19. A inclusão havia sido recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) esta semana. Estudos realizados em vários países, entre eles o Brasil, mostraram que o baricitinibe reduz em 38% a mortalidade de pacientes hospitalizados.

O Olumiant, nome comercial do medicamento, é produzido pela Eli Lilly. Já é usado em mais de 70 países, entre eles o Brasil. É aplicado no tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica.

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Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou seu uso no tratamento de pacientes adultos de covid-19. São casos de internados que precisam de oxigênio por máscara, cateter nasal, alto fluxo ou ventilação não invasiva. Outros 15 países já fazem esse uso do remédio. Trata-se de um imunomodulador. Atua no sistema imunológico reforçando as defesas e bloqueando vias inflamatórias.

"O Olumiant é um medicamento já disponível no SUS para a indicação de artrite reumatóide, portanto já temos entregas acontecendo para o governo", lembrou o diretor de assuntos corporativos e regulatórios da Lilly, Orlando Silva. "O governo já tem estoque disponível para atender imediatamente os pacientes em ambas as indicações."

A eficácia da droga no tratamento da covid foi testada em dois estudos clínicos internacionais. Esses trabalhos envolveram mais de 2,5 mil pacientes em vários países, inclusive no Brasil. No País, foram testados 366 pacientes em dezoito centros clínicos em cinco estados. A dose recomendada é um comprimido de 4mg ao dia, por 14 dias. O custo é de cerca de R$ 3 mil pelo tratamento completo. Segundo o fabricante, em todo o mundo, cerca de 740 mil pessoas já foram tratadas com o remédio.

"Na covid, o aumento da gravidade da doença pode estar associado a um estado hiperinflamatório", explicou a gerente médica da farmacêutica, Camila Tostes. "Estudos realizados mostraram que, através da inibição das proteínas JAK1 e JAK2, o remédio reduziu a "tempestade de citocinas" associada às complicações desta infecção.

Além disso, o medicamento tem um papel na inibição das proteínas das células hospedeiras que auxiliam na reprodução viral, reduzindo a capacidade das células infectadas de produzir mais vírus."

Segundo relatório técnico da Conitec, os pontos favoráveis à incorporação foram os desfechos positivos nos estudos. Os trabalhos mostraram redução da mortalidade em pacientes hospitalizados. Houve ainda avaliações econômicas e análises de impacto orçamentário. Elas sugeriram que o medicamento é sustentável para o SUS. E mostraram que não há outras opções de tratamento disponíveis.

"É um remédio muito bom para casos graves de covid, a um custo plausível", afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz. "É um excelente imunomodulador."

O ministério ainda não informou sobre expectativas de compra do produto para distribuição na rede pública.

Na última quarta-feira, 30, a Anvisa aprovou também o uso emergencial do Paxlovid. É uma droga indicada para o tratamento de casos mais leves de covid-19.

O remédio, fabricado pela Pfizer, reduz em 89% o risco de internação e morte por covid. Já é usado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

A farmacêutica Sanofi Medley anunciou nesta semana o recolhimento de remédios com losartana do mercado. A medida foi tomada após serem encontradas impurezas nos comprimidos que podem causar mutações e aumentar o risco de câncer. Losartana é usada para tratar pressão alta e insuficiência cardíaca, já a hidroclorotiazida é um diurético.

O recolhimento afeta todos os lotes dos seguintes remédios: losartana potássio 50 mg e 100 mg; losartana potássica + hidroclorotiazida 50 mg + 12,5 mg; losartana potássica + hidroclorotiazida 100 mg + 25 mg.

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Em comunicado, a Sanofi Medley afirmou que o recolhimento é uma medida preventiva e que não ocorreu apenas no Brasil. “Até o momento, não existem dados para sugerir que o produto que contém a impureza causou uma mudança na frequência ou natureza dos eventos adversos relacionados a cânceres, anomalias congênitas ou distúrbios de fertilidade. Assim, não há risco imediato em relação ao uso dessas medicações contendo losartana”, afirmou a empresa.

A farmacêutica também indicou que a “interrupção abrupta do tratamento” com losartana possui riscos. “O risco para a saúde de descontinuar abruptamente estes medicamentos sem consultar os seus médicos ou sem um tratamento alternativo é maior do que o risco potencial apresentado pela impureza em níveis baixos”, apontou a empresa. 

Por Camily Maciel

 

 

Aprovado na Câmara dos Deputados em 17 de dezembro, o projeto que trata da bula digital dos remédios será analisado pelo Senado (PL 3.846/2021). De autoria do deputado André Fufuca (PP-MA), o projeto permite aos laboratórios inserirem QR Code nas embalagens de medicamentos para acesso a uma bula digital. A matéria terá o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) como relator no Senado.

  O autor do projeto aponta que tem sido cada vez mais comum o emprego de documentos digitais, acessíveis mediante a leitura do QR Code por meio do telefone celular. André Fufuca argumenta que a bula digital não ocupa espaço e permite a elaboração de ilustrações e outros recursos, que poderão ser úteis para deficientes visuais e analfabetos. Além disso, os laboratórios poderão atualizar o documento, sempre que necessário. 

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Conforme o texto aprovado na Câmara, a bula impressa continua sendo exigida e não poderá ser dispensada — exceto em casos a serem definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As bulas digitais deverão ser hospedadas em links autorizados pela agência, e o laboratório poderá inserir outras informações, além do conteúdo completo e atualizado, idêntico ao da bula impressa. O formato deve facilitar a leitura e a compreensão e deve permitir a conversão do texto em áudio e/ou vídeo mediante o uso de aplicativo adequado. 

Mapa

O substitutivo aprovado também revoga regras sobre controle de medicamentos constantes na Lei 11.903, de 2009, que previa um Sistema Nacional de Controle de Medicamentos por meio de banco de dados centralizado em instituição do governo federal para armazenamento e consulta das movimentações dos medicamentos. 

Com a nova redação dada à lei, o laboratório deverá possuir sistema que permita a elaboração de mapa de distribuição de medicamentos, identificando os quantitativos de comercialização e distribuição para cada lote e os destinatários das remessas. Esse mapa e as embalagens devem conter, obrigatoriamente, o número de lote do medicamento; a data de fabricação do lote; e a data de validade do lote. Após a conclusão da regulamentação, as demais etapas do sistema deverão ser implantadas em até 12 meses, segundo cronograma da Anvisa. 

*Da Agência Senado/Com informações da Agência Câmara de Notícias  

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou nesta segunda-feira (6) o uso de tocilizumabe, um tratamento para artrite, para pacientes hospitalizados por uma forma grave da Covid-19, alegando que reduz o risco de morte.

O anti-inflamatório, fabricado pela gigante farmacêutica suíça Roche e comercializado sob o nome RoActemra na Europa, deve ser administrado com corticoides a para essa categoria de pacientes, concluiu o regulador da União Europeia, saindo à frente da Organização Mundial da Saúde e dos Estados Unidos.

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A EMA recomendou expandir o uso de tocilizumabe para adultos com covid-19 que estão recebendo terapia "sistêmica" com corticoides e requerem oxigênio suplementar ou ventilação mecânica.

A Comissão Europeia terá agora que seguir a recomendação do regulador, com sede em Amsterdã, na Holanda.

Disponível para o tratamento de artrite em adultos e crianças, o tocilizumabe atua suprimindo a perigosa "tempestade de citocinas", uma reação exagerada do sistema imunológico ao coronavírus.

De acordo com a EMA, um estudo com mais de 4.000 pacientes com casos graves de covid-19 mostrou que o medicamento, administrado por via intravenosa ou por injeção, reduziu o risco de morte e o tempo de internação hospitalar.

No entanto, deve ser prescrito junto com os corticosteroides porque "o aumento da mortalidade não pode ser excluído" se usado sem eles, enfatizou.

O tratamento aumenta a gama de ferramentas da UE para combater a covid-19. Isso já inclui quatro vacinas, dois tratamentos com anticorpos, incluindo o Regeneron da Roche, e o futuro uso emergencial da pílula desenvolvida pela MSD.

A Fundação Bill e Melinda Gates anunciou nesta quarta-feira (20) um investimento de até US$ 120 milhões para facilitar o acesso dos países pobres a um promissor medicamento contra a Covid-19 em forma de pílula.

O laboratório americano Merck Sharp & Dohme (MSD) desenvolveu um medicamento, o molnupiravir, que reduz muito o risco de hospitalização e morte quando tomado nos primeiros dias de infecção.

Este tratamento consiste em tomar comprimidos e, portanto, é fácil de administrar.

Além disso, representa uma alternativa às vacinas, principalmente para países que têm dificuldade de acessá-las.

Sua autorização está atualmente sob revisão pelo regulador de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA.

O dinheiro investido pela Fundação Gates será usado para promover a produção de genéricos do medicamento por empresas, principalmente indianas, para as quais a MSD já concedeu licença.

O laboratório planeja fabricar as doses necessárias para 10 milhões de tratamentos antes do final do ano.

Mas grande parte pode beneficiar os países ricos, como tem sido o caso das vacinas.

"O fornecimento global (de vacinas) foi comprado pelos países ricos", comentou à AFP Trevor Mundel, presidente da divisão de saúde global da fundação.

"Temos que evitar que isso aconteça novamente", acrescentou.

Alguns fabricantes de medicamentos genéricos "disseram que podem produzir facilmente 10 milhões de tratamentos por mês, mas o problema é que provavelmente não o farão até verem qual é a demanda e quem pagará" por seu trabalho, explicou.

"É isso que queremos acelerar, não queremos que esperem", explicou.

A Fundação Gates também possibilitou o desenvolvimento de uma técnica "mais simples e econômica" para fabricar o fármaco, que foi compartilhada com os fabricantes de genéricos.

Também pretende investir parte do dinheiro em programas de comunicação sobre o uso desse produto, para que seja conhecido nos países e seja usado de maneira adequada.

A MSD em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics conduziram um ensaio clínico entre cerca de 770 pacientes. Deste universo, em torno de metade recebeu um tratamento de cinco dias da pílula, e o restante, um placebo.

Todos os pacientes tinham covid-19, com sintomas que se desenvolveram nos cinco dias seguintes à designação para os respectivos grupos.

Dos pacientes que receberam molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados, em comparação com 14,1% daqueles que receberam placebo, representando uma redução do risco relativo de cerca de 50%.

Não houve mortes entre aqueles tratados com molnupiravir, em comparação com oito, no segundo grupo.

As empresas afirmaram que a eficácia é a mesma contra todas as variantes, inclusive a delta, mais contagiosa, e que o medicamento é seguro.

Na última quarta-feira (8), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que vai liberar o uso emergencial do Sotrovimabe, medicamento baseado em um anticorpo monoclonal, fabricado pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline para o tratamento de pacientes com Covid-19. Vale lembrar que seu uso é recomendado exclusivamente para pessoas que estejam infectadas de forma leve a moderada.

A substância vai funcionar como uma espécie de guardião dentro do sistema imunológico, já que o consumo do remédio vai atuar diretamente contra a proteína “spike”, pertencente ao novo coronavírus, e assim, vai bloquear qualquer tipo de contato entre a Covid-19 e as células humanas. De acordo a Anvisa, a tecnologia do medicamento também passa a ser funcional e eficaz contra novas cepas mutantes do vírus.

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A expectativa do uso do Sotrovimabe é que o número de hospitalizações seja reduzido e, portanto, será usado uma única dose do medicamento, somente nos hospitais. Entretanto, é importante destacar que o uso do remédio é contra indicado em pacientes com casos graves de Covid-19, que dependam de suplementação de oxigênio. Além disso, ainda não há certeza se o medicamento pode provocar efeitos colaterais ou reações em mulheres gestantes.

O Sotrovimabe é o quinto medicamento aprovado pela Anvisa, para combater as infecções por Covid-19. Em março houve a liberação do antiviral Remdesivir, e em abril um coquetel chamado Regn-CoV2. Já em maio a agência aprovou o conjunto dos anticorpos Banlanivimabe e Etesevimabe, e em agosto foi a vez do Regkirona.

 

 

A Índia começou a testar entregas de pacotes por drones a dezenas de quilômetros de distância, o que abre o caminho para o envio de remédios e vacinas anticovid-19 para áreas remotas do país.

Desde maio, 20 empresas e organizações estão autorizadas a dirigir voos experimentais, além do limite de 450 metros estabelecido pelo governo indiano.

Entre as empresas, está a Throttle Aerospace Systems, que organizou na segunda-feira (21), no estado de Karnataka, voos de teste de dois drones. Um percorreu 20 km com uma carga de 1 quilo, e o outro, 15 km, com um pacote de dois quilos.

"A carga útil eram medicamentos (...) O drone percorreu 2,5 km em sete minutos, entregou os remédios no local previsto e depois voltou ao ponto de partida", disse à AFP Sebastian Anto, cofundador da Throttle.

O governo também iniciou uma licitação pública para empresas de drones, com a ideia de criar um projeto de envio de produtos médicos para reforçar a campanha de vacinação contra o coronavírus.

O diretor de epidemiologia do conselho indiano de pesquisa médica, Samiran Panda, destacou que a tecnologia pode ajudar na vacinação dos grupos prioritários em áreas de difícil acesso.

"A tecnologia dos drones terá um impacto enorme nas regiões afastadas", disse Vipul Singh, cofundador da empresa Aarav Unmanned Systems e da Drone Federation of India, em Bangalore.

Com 1,3 bilhão de habitantes em um território de 3,2 milhões de quilômetros quadrados (o sétimo maior país em superfície do mundo), a Índia enfrenta uma onda agressiva de covid-19 e acumula mais de 388.000 mortes desde o início da pandemia.

A Food And Drug Administration (FDA), que regula o uso de medicamentos nos EUA, aprovou nessa segunda-feira (8) o remédio Aducanumabe, fabricado pela Biogen Inc. para combater o Alzheimer. A decisão, que causou controvérsias, deve afetar o futuro da pesquisa e do tratamento da doença. Na prática, a FDA está orientando a Biogen a conduzir um estudo pós-aprovação para confirmar que o medicamento de fato funciona.

O Aducanumab visa a remover os depósitos pegajosos de uma proteína chamada beta amilóide dos cérebros de pacientes em estágios iniciais de Alzheimer para evitar a devastação da perda de memória.

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Nos meses que antecederam esse anúncio, o Aducanumabe foi objeto de intenso debate entre pesquisadores, pacientes e defensores. A Biogen sustenta que, ao desacelerar a doença, ele dá aos pacientes um tempo valioso para estar com suas famílias e viver suas rotinas. Mas os críticos argumentam que os dados sobre sua eficácia são fracos, inconsistentes, e a aprovação do FDA é uma redução perigosa dos seus padrões habituais de exigência.

A doença de Alzheimer é a sexta causa de morte nos EUA. "Há uma necessidade médica enorme não atendida" de novos tratamentos, disse Billy Dunn, diretor de avaliação de produtos de neurologia do FDA, em uma reunião técnica em novembro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Começou a tramitar no Senado projeto de lei que criminaliza a prescrição de medicamentos sem comprovação científica. O PL 1.912/2021 estabelece pena de seis meses a dois anos de detenção e multa para quem prescrever, ministrar ou aplicar produto para fins terapêuticos ou medicinais sem evidências concretas de sua eficácia no tratamento da doença apresentada pelo paciente.  Do senador Omar Aziz (PSD-AM), que preside a CPI da Pandemia,  o projeto aguarda designação de relator.

A proposta, que altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940), também prevê a pena para quem incentivar ou promover, por qualquer meio, a utilização do medicamento. Se for prescrito por profissional da saúde, este pode ter a detenção aumentada de um terço até metade do tempo de reclusão previsto. Caso a conduta seja praticada durante uma epidemia, a penalidade pode ser aumentada em dois terços. 

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O projeto define comprovação científica como “a autorização e o registro do produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais para tratamento da doença apresentada pelo paciente pelo órgão de vigilância sanitária”. 

Na justificativa do projeto, Aziz argumenta que é notória a promoção de medicamentos do chamado “tratamento precoce” para a Covid-19, mesmo sem comprovação científica, de organismos sanitários nacionais e internacionais, de que esses remédios tenham eficácia para prevenir ou tratar o coronavírus.  “Ressalte-se que, além da ineficácia de tais medicamentos na prevenção ou no tratamento da doença causada pelo coronavírus, a sua utilização pode afetar a saúde dos pacientes, agravando a doença ou até mesmo levando-os a óbito”, sublinha o senador. 

Colaboração

Por meio das redes sociais, Aziz disse que alguns médicos estão questionando o projeto de lei apresentado por ele. No entanto, o parlamentar afirmou que ouvirá a colaboração das instituições voltadas para a área da saúde para a montagem da proposta antes que ela seja votada pelo Senado. 

“Vou contatar o Ministério da Saúde, Anvisa, Conselho Nacional de Saúde, Fundação Nacional de Saúde, Conselho Federal de Medicina, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional do Câncer, Instituto Butantan, Sociedade Brasileira de Infectologia, dentre outras para discutir o tema”, publicou Aziz. 

*Da Agência Senado

Em sua oitiva na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, na manhã desta quinta-feira (6), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que jamais liberou a entrega de cloroquina para estados e municípios. Ele acrescentou que, diferente dos antecessores Mandetta e Teich, não sofreu pressão do presidente Jair Bolsonaro pelo 'tratamento precoce'.

Embora classifique o debate como uma "questão de natureza técnica", Queiroga preferiu não responder se partilha do mesmo entendimento do chefe do Executivo, que reiteradamente defende que pacientes tomem o medicamento sem eficácia comprovada. Em seu depoimento na terça (4), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta disse que chegou a advertir Bolsonaro sobre os riscos cardíacos da cloroquina.

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"Não recebi nenhuma orientação do presidente da República nesse sentido", frisou o atual ministro, que continuou, "eu não autorizei distribuição de cloroquina na minha gestão”. Apesar de destacar a importância da percepção técnica em relação ao remédio, o cardiologista disse que as sociedades científicas não regem a posição do Ministério da Saúde.

"O que disciplina a política pública no SUS, são as políticas públicas do SUS, não são as orientações das sociedades cientificas", apontou o gestor, que declarou que não existe protocolo oficial do uso do medicamento.

Os trabalhos desta quinta (6) seguem no período da tarde com a oitiva do diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres.

O balconista de uma farmácia foi preso em flagrante pela Polícia Federal ao tentar vender um remédio de intubação exclusivo para hospitais. O homem, de 32 anos, negociava a medicação que compõem o 'kit intubação' por R$ 3,5 mil, em Boa Vista, capital de Roraima.

Ele foi autuado com uma caixa de besilato de atracúrio, com 25 ampolas, nessa segunda-feira (29) e disse que o alto valor é resultado da escassez do remédio na rede pública. A crise de insumos se estende por outros estados e pressiona o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que sugeriu economizar oxigênio nos hospitais.

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Sem procedência comprovada, a caixa garante dois dias de tratamento a um paciente intubado. O balconista foi autuado pela venda de medicamento com procedência ignorada e pode pegar até 15 anos de prisão.

O Hospital das Clínicas da Unicamp confirmou caso de hepatite medicamentosa relacionada ao uso dos medicamentos do “kit covid”, azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina. O paciente diagnosticado terá que realizar transplante de fígado e mais quatro casos já apareceram em outras cidades desde o início das pesquisas.

O paciente identificado é morador de Indaiatuba, tem cerca de 50 anos e após três meses de contrair Covid-19, apresentou a pele e os olhos amarelados. Ao chegar ao Hospital das Clínicas, disse ter feito uso dos três medicamentes do “kid covid”, zinco e vitamina D.

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Em entrevista a EPTV, Ilka Boin, professora e médica da unidade de transplante hepático do HC, explicou o caso.

"Ele chegou com uma síndrome de doença hepática pós-Covid. Mas quando analisamos, vimos que não se enquadrava muito bem na síndrome. Tinha alterações específicas e analisamos a biópsia. Era, na verdade, uma hepatite medicamentosa que causou a destruição dos dutos biliares, e o paciente tinha usado somente, nos últimos quatro meses, remédios do kit Covid”.

O paciente quase foi submetido a cirurgia de emergência, mas não foi necessário. Porém, terá que passar por um transplante de fígado. Segundo a médica, outras duas pessoas faleceram antes dos estudos clínicos serem concluídos ou transplantes de fígado serem realizados.

Na manhã desta sexta-feira (12), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento com indicação contra a Covid-19 no Brasil, o antiviral Remdesivir. Entretanto, a entidade ressalta que há restrições para o tratamento e os pacientes devem ficar atentos às especificações do uso.

Para a terapia da Covid-19, o Remdesivir deve ser ministrado apenas em pacientes acima dos 12 anos, com mais de 40 quilos, que estejam obrigatoriamente com pneumonia e necessidade de oxigênio, desde que não estejam com ventilação mecânica ou em Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO).

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A Anvisa concluiu que os pacientes que tomaram Remdesivir tiveram um tempo menor de recuperação, com o tratamento específico de cinco a dez dias. Os estudos ainda sugerem que a maioria dos efeitos adversos estão relacionados às manifestações da própria infecção do que a terapia medicamentosa.

Sua produção passa por cinco fábricas nos Estados Unidos e uma na Irlanda, e o alto valor deve dificultar a aquisição no Brasil. "O medicamento é caro, para uso injetável.  [O infectologista Roberto] Medronho comenta que precisamos analisar se o custo de aquisição dele será menor que os beneficios que o medicamento traz, se o SUS terá capacidade de absorvê-lo", analisou a biomédica e cientista Mellanie Fontes-Dutra.

 Também nesta sexta (12), a vacina de Oxford/AstraZeneca foi registrada para fabricação local.

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), sediada em João Pessoa (PB), lançou nesse sábado (27) a campanha #abracenãopodeparar. A entidade briga para não perder o direito de plantar, colher, manusear e produzir produtos à base de canabidiol, um dos princípios ativos da maconha. O pedido de suspensão dos direitos da Abrace foi impetrado pela Anvisa no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

Caso seja julgado favorável, a Associação perde o direito conquistado em 27 de abril de 2017, em decisão assinada pela juíza federal substituta da 2ª Vara, Wanessa Figueiredo. A Cannabis é utilizada no tratamento de doenças como Epilepsia, Mal de Parkinson, dor crônica, entre outras. Ela também apresenta grandes resultados para o autismo, dando melhor controle da condição.

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As famílias ganham condição melhor para viver após passar por diversos medicamentos que não apresentam resultados satisfatórios. A Abrace é a única associação com autorização judicial para distribuição dos produtos à base de Cannabis para seus associados. Estima-se que no Brasil cerca de 13 milhões de pessoas poderiam se beneficiar do tratamento com Cannabis.

Confira alguns dos vídeos postados pela Associação:

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Uma nova pesquisa apontou que uma droga antiviral experimental acelera a recuperação de pacientes não hospitalizados com COVID-19. Por interromper antes do tempo a transmissão do vírus, o medicamento também tende a diminuir a infecção comunitária.

Chamada de peginterferon-lambda, a droga é feita a partir de uma proteína produzida pelo corpo diante de uma infecção viral, da mesma classe que os interferons. A função dessa enzima é ativar alguns mecanismos celulares responsáveis por matar o vírus, que agem impedindo a replicação viral.

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Uma das principais causas de morte pelo coronavírus é causada por uma reação desproporcional do sistema imune que ataca o próprio organismo, e não o Sars-CoV-2. E o antiviral redireciona o sistema de defesa do corpo para atacar o vírus em vez dos próprios órgãos.

No estudo, feito por pesquisadores do Centro de Doenças do Fígado de Toronto, ligado à Universidade Health Network (UHN), contou com 60 participantes, sendo 30 que receberam o medicamento e outros 30 que tomaram placebo. Os resultados foram publicados neste mês na revista especializada Lancet Respiratory Medicine, do grupo The Lancet, a mais prestigiada revista científica da área médica.

De acordo com a pesquisa, quem recebeu uma aplicação de peginterferon-lambda teve probabilidade quatro vezes maior de recuperação da COVID-19 nos sete dias seguintes, na comparação com o grupo que tomou placebo.

Além disso, 79% dos pacientes com alta carga viral (mais de 1 milhão de cópias do vírus por ml) se recuperaram da doença recebendo o tratamento. No outro grupo, apenas 38% conseguiram superar a COVID-19.

"Os pacientes que foram tratados com o peginterferon-lambda eliminaram o vírus rapidamente, e o efeito foi mais pronunciado naqueles com alta carga viral. Nós também vimos uma tendência de melhora mais rápida dos sintomas respiratórios no grupo da intervenção", contou o especialista em doença de fígado e primeiro autor do estudo, Jordan Feld.

Da Sputnik Brasil

Comendo o almoço preparado por Fiuk, na 'cozinha vip' do Big Brother Brasil (BBB), da TV Globo, o participante Caio Afiune revelou que não estava sentindo o gosto da comida. Após essa declaração do Brother, algumas pessoas levantaram questões no Twitter, já que Caio saiu da casa para ser levado ao hospital por ter fraturado a perna durante um jogo do líder.

Os tuiteiros temem que Caio possa ter contraído a Covid-19 nesta saída, mesmo com a Globo garantindo que foi seguido todos os protocolos para evitar o contágio.

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"Um foi pro hospital por causa dos acidentes, agora o Caio não tá sentindo o gosto, a Camila não para de tossir, aí os boatos tão rodando", disse um internauta. 

Já outro compartilhou: "se eu fosse o Boninho já fazia o teste do covid nessa galera toda aí Caio não sentindo gosto de comida, camilla tossindo seco eu eim, ainda mais com arthur tendo ido pro hospital [sic]".

Na casa, Caio comentou que está tomando uma bateria de remédios por causa da fratura que sofreu na última quinta-feira (18). "Eu estou tomando muito remédio, já não sinto gosto de nada. A textura do frango está linda, eu sinto gosto, mas muito pouco", revelou.

Além disso, o Brother comentou que está sentindo a boca amargando. "Tudo amarga. Mas o frango deve estar muito bom, suculento", cravou.

Pelo menos 3,7 milhões de israelenses já haviam recebido até sexta-feira a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech e 2,4 milhões a segunda dose. Os números podem parecer insignificantes quando comparados a um país como o Brasil, que tem mais de 210 milhões de habitantes, mas para Israel eles representam mais de 40% da população - de 9 milhões de pessoas - imunizada.

A campanha de vacinação começou em 19 de dezembro e os resultados apareceram quase dois meses depois. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam uma queda no número de mortes nos últimos dias e também do coeficiente de infecção, que caiu para 0,88, o menor em três meses. Esse número mostra como a doença se espalha entre a população e, quando é menor ou igual a 1, espera-se uma queda no total de infecções.

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De acordo com Eran Segal, biólogo do Instituto de Ciência Weizmann, desde o pico, em meados de janeiro, houve uma redução de 38% no número de pacientes em estado grave e de 40% nas mortes entre a população com mais de 60 anos. Há também 58% a menos idosos hospitalizados e 44% menos internações em geral. Trata-se do menor número de novos casos em cinco semanas, segundo as médias móveis do Ministério da Saúde. Israel tem até agora 718.746 casos de contágio e 5.304 mortes.

Balanço recente da Maccabi, uma das maiores operadoras de saúde do país, com mais de 2,5 milhões de filiados, também é animador. Menos de 0,1% dos segurados que receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19 contraíram o vírus, apontando que a eficácia atual da imunização em Israel é de 93% após o recebimento da segunda dose, número próximo dos 95% prometidos pela Pfizer. A operadora também revelou que os pacientes que foram infectados mesmo depois de imunizados tiveram apenas sintomas leves, como dores de cabeça, tosse ou fadiga.

Normalidade

Apesar dos bons números, a população de Israel segue com uma rotina de quarentena. O transporte público só pode operar com 50% da capacidade, as reuniões estão restritas a até 5 pessoas, em ambientes fechados, e até 10 pessoas, ao ar livre, tendo o limite aumentado em casos de funerais, casamentos e cerimônias judaicas para até 10 pessoas, em ambientes internos, e até 20, em ambientes externos.

Shoppings e lojas de rua permanecem fechados, reservas naturais, parques nacionais, locais históricos e memoriais só podem ser visitados do lado de fora, no pátio, bares e restaurantes não podem receber clientes dentro do estabelecimento, sendo que os pedidos precisam ser feitos por telefone, internet ou na porta, por meio de painel eletrônico, sem contato direto com o atendente.

A professora Malkie Bina, imunizada com as duas doses há três semanas, afirmou que precisaria ir aos EUA visitar parentes, mas sabe que isso não acontecerá tão cedo. "O país está certo. Temos de nos manter cautelosos, existem mutações surgindo o tempo todo. Continuo usando minha máscara, mantendo o distanciamento social e levando minha filha para passear em lugares abertos", afirmou.

O advogado Amiram Bogot também afirmou estar ciente de que a máscara e o distanciamento social continuarão presentes na rotina dele. Mesmo assim, ele disse estar aliviado por ter sido imunizado. "Sou muito sortudo por fazer parte da população que recebeu, antes das outras nações, as duas doses da vacina contra o coronavírus. Meu pai, de 87 anos, também já tomou as duas doses e agora podemos aproveitar o jantar do Shabat juntos em casa, com meus filhos também", contou.

Para a professora Diane Levin, diretora nacional de educação e promoção do sistema de saúde Clalit, o maior de Israel, mesmo vacinada, a população terá de ter paciência por mais um tempo. "Esse é um vírus que está sofrendo mutações, tentando ser mais esperto que nós. É algo que nunca enfrentamos antes. Por isso, temos de ser vigilantes. Estamos tentando dar um passo à frente dele."

O ritmo de vacinação em Israel chegou a desacelerar quando a campanha foi estendida para todo o público acima de 16 anos, a partir de 4 de fevereiro. Em um período de duas semanas, os números diários de pessoas que receberam a primeira dose caíram de 69 mil para 21 mil. A situação começou a mudar e, em 10 de fevereiro, cerca de 78 mil pessoas tomaram a primeira dose da vacina.

Segundo o Ministério da Saúde de Israel, jovens têm sido influenciados por notícias falsas, que os desencorajam a se vacinar. Entre as mais comuns estão as que afirmam que a vacina traria efeitos colaterais graves, poderiam causar câncer e infertilidade.

A polícia chegou a identificar grupos de sabotadores antivacina que marcavam hora para se imunizar e não apareciam, tentando fazer com que a dose estragasse. Para conter o movimento, o ministério tem colocado especialistas para desmentir as informações falsas no próprio site da pasta, além de investir em campanhas em canais de TV e outras mídias.

De acordo com as emissoras locais, medidas mais drásticas também estão sendo avaliadas pelo governo, como a proibição de entrada em academias, hotéis e eventos esportivos dos não vacinados e também a exigência de teste negativo de coronavírus para a entrada no trabalho, feito nas últimas 48 horas.

Para Ido Hadari, chefe de relações governamentais e comunicação na Maccabi Healthcare Services, esse grupo de jovens é uma minoria e não causa preocupação, uma vez que mais de 80% da população de risco no país já foi vacinada. Mas ele alerta para os fato de Israel ter mais de 3 milhões de pessoas abaixo dos 16 anos que ainda não podem ser imunizadas, o que inclui bebês e crianças. "Com as mutações do vírus que estão surgindo, se vacinar significa também proteger os que ainda não podem", explicou.

Incentivo

Para continuar incentivando a população a se vacinar, o Ministério da Saúde está emitindo um "Passaporte Verde" para quem tiver completado sete dias após a administração da segunda dose, excluindo o dia da vacinação. O documento tem validade de 6 meses.

Entre os benefícios estão a desobrigação de isolamento em caso de contato com um paciente com coronavírus e de cumprimento de quarentena, quando o portador do documento voltar de alguma cidade ou país de risco.

Israelenses testam 2 remédios promissores contra Covid

Além de liderar mundialmente a vacinação contra o coronavírus, Israel também foi destaque na imprensa internacional nos últimos dias em razão de dois medicamentos que teriam grandes chances de curar casos moderados a graves de Covid-19, revelados por pesquisadores.

Um deles é o EXO-CD24, que está sendo desenvolvido pelo Centro Médico de Ichilov, de Tel-Aviv. O medicamento para inalar, testado inicialmente para tratamento de câncer, acaba de passar pela primeira fase da pesquisa. Trinta pacientes com Covid-19, em estado moderado e grave, receberam a medicação. Desses, 29 tiveram alta após um período de três a cinco dias de tratamento. O trigésimo paciente testado também foi curado, mas depois de um período maior de recuperação.

Em um vídeo produzido pelo Centro Médico de Ichilov, o médico responsável pela pesquisa, professor Nadir Arber, explica que, nos casos mais graves de Covid-19, o organismo sofre uma resposta imunológica exagerada, causada por uma tempestade de citocinas liberadas para combater o novo coronavírus. Elas podem causar inflamação em todos os sistemas orgânicos, levando o paciente a óbito. Segundo Arber, o medicamento EXO-CD24 contém exossomos que transportam aos pulmões a proteína CD24, que ajuda a amenizar as reações do sistema imunológico.

Durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na semana passada, Nadir Arber apresentou os dados da pesquisa e falou sobre o planejamento para a segunda fase dos testes, que levará mais algumas semanas e contará com um número maior de voluntários.

Netanyahu se mostrou bastante entusiasmado com a perspectiva de sucesso do tratamento. "Se der certo, isso será enorme, simplesmente enorme. Isso é de importância global, é incrível. Esta pequena coisa pode mudar o destino da humanidade", disse o primeiro-ministro, na ocasião.

O segundo medicamento que também foi anunciado como promissor no tratamento contra a Covid-19 é o Allocetra, que acabou de passar pela segunda fase de testes no Hadassah Medical Center, em Jerusalém.

Em uma das etapas, 16 pacientes receberam o medicamento experimental, 9 deles em estado grave e 7 em estado crítico. Após 28 dias, nenhum deles morreu e 14 pacientes receberam alta do hospital. Os outros dois permanecem no hospital, em respiradores, na unidade de terapia intensiva.

O Alloctera atua de forma similar ao EXO-CD24, contendo a resposta inflamatória do sistema imunológico e entrou agora na fase 3 de testes, onde será administrado em mais cem pessoas.

Pesquisadores do Hospital Ichilov, em Tel Aviv, Israel afirmam que podem ter encontrado um medicamento que pode curar a Covid-19. Apesar de ainda preliminares, os testes foram positivos e ultrapassaram os 90% de eficácia. 

O professor Nadir Arber, responsável pelos testes iniciais, afirma que o EXO-CD24, apresentou melhora em 29 dos 30 pacientes que fizeram uso da medicação, e obteve uma taxa de 95% de casos onde a doença desapareceu. O tempo de resposta do medicamento foi de dois dias. 

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Agora o próximo passo vai ser aumentar os testes levando a um número maior de pacientes,  e por conta disso, o Hospital Ichilov, já pediu ao Ministério da Saúde de Israel que autorize estudos em mais pacientes para que a medicação possa ser avaliada e comercializada caso siga obtendo resultados positivos. 

“A fórmula é inalada uma vez ao dia, por cinco dias. Ela vai direto ao ‘coração’ da infecção, ou seja, para os pulmões”, contou o professor Nadir Arber ao portal Times of Israel.

Israel anunciou nesta sexta-feira, 5, que um medicamento experimental contra o câncer pode ajudar pacientes hospitalizados com coronavírus a se recuperar mais rapidamente. Acadêmicos israelenses afirmaram que 29 dos 30 pacientes com casos moderados a graves de covid-19 tratados com EXO-CD24 tiveram uma recuperação completa em cinco dias. Mais testes em humanos são necessários para provar que a droga inalada - desenvolvida como um medicamento para combater o câncer de ovário - realmente funciona.

O estudo não comparou a droga a um placebo, o que significa que os cientistas não podem afirmar com certeza se o medicamento está por trás da rápida recuperação dos pacientes. No entanto, dados mostram que, em média, um paciente com coronavírus que precisa de tratamento hospitalar passa até três semanas internado.

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Os cientistas administraram uma dose do medicamento em 30 pacientes com infecções graves ou moderadas por covid-19. Não ficou claro a idade dos pacientes, mas os dados mostram que os mais jovens têm muito menos probabilidade de se recuperarem mais rapidamente - 29 mostraram melhora significativa de três a cinco dias. Os sintomas do 30.º paciente também melhoraram, mas depois do período de cinco dias, de acordo com relatos publicados pela imprensa israelense.

O tamanho da amostra dos testes também é muito baixo para tirar qualquer conclusão digna de nota sobre a eficácia do medicamento e os dados não foram publicados em um jornal especializado.

O professor Nadir Arber, do Centro Integrado de Prevenção do Câncer de Ichilov, passou anos desenvolvendo a droga para câncer de ovário antes de testá-la em pacientes com coronavírus. O EXO-CD24 é tomado uma vez a cada cinco dias e é relativamente barato, segundo o professor Arber, que não revelou o preço.

Agora, os pesquisadores israelenses estão planejando realizar estudos da droga em centenas de pacientes e comparar os resultados com um placebo. Apesar de ter umas das mais eficientes campanhas de vacinação do mundo, Israel ainda registra uma média diária de 6,5 mil novos casos covid-19. Desde o início da pandemia, autoridades de saúde israelenses registraram mais de 675 mil contágios e 5.019 mortes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última quinta-feira (4), a farmacêutica Merck, responsável pela fabricação da ivermectina, afirmou em comunicado que não há base científica ou dados que confirmem a eficácia do remédio contra a Covid-19. O medicamento faz parte do chamado ‘Kit Covid’, que vem sendo distribuído por alguns profissionais de saúde como um suposto ‘tratamento precoce’ da doença.

A ivermectina é um vermífugo, que tem como principal função eliminar parasitas do corpo como, por exemplo, piolhos. No anúncio, a farmacêutica destaca três pontos analisados, sendo eles a falta de base científica para um potencial efeito terapêutico contra Covid-19 em estudos pré-clínicos; a falta de evidências significativas para atividade clínica em pacientes com a doença; e uma ausência de dados sobre segurança da substância na maioria dos estudos.

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"Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias", diz o comunicado.

A própria Anvisa já tinha alertado que o vermífugo não tinha comprovação científica de eficácia, em julho de 2020. Mesmo assim, em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo que recomendava o uso do medicamento, entre outros remédios sem eficácia comprovada, mas a ferramenta saiu do ar no dia seguinte. 

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