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Atualmente, 18 líderes munduruku estão sob ameaça de morte, segundo levantamento dos próprios indígenas. Localizada no alto curso do Rio Tapajós, no Pará, a Terra Indígena (TI) Munduruku tem 2.382 mil hectares e é um dos três solos indígenas que concentram 95% do garimpo ilegal no país, juntamente com os territórios yanomami e kayapó. A área equivale a 2 mil campos de futebol. Na região, a atividade intensificou-se a partir de 2016.

A recente desmobilização do garimpo em terras yanomami, em Roraima, aumenta o receio dos munduruku de que o problema se agrave ainda mais. Lideranças indígenas destacam que retaliações normalmente ocorrem após a retirada de garimpeiros.

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Na semana passada, lideranças yanomami do Amazonas denunciaram a entrada de garimpeiros na região do Pico da Neblina, procedentes de Roraima.

Entre as lideranças ameaçadas que tiveram de deixar suas casas por pressão de criminosos está Maria Leusa Munduruku, coordenadora da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn. Ela conta que tomou a decisão de se esconder para se manter em segurança, pela primeira vez, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Desde 2018, sofre ameaças e já soma dois períodos em que teve que deixar tudo para trás. No primeiro deles, foi embora com o marido e os filhos. Da última vez, deixou o território com cerca de 35 pessoas de sua família.

Em maio de 2021, Maria Leusa, que se tornou liderança quando ainda estava no ensino médio, viu a casa dela, no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará, ser incendiada por invasores da TI.

Combate ao garimpo

O Instituto Socioambiental (ISA) diz que, em maio de 2021, lideranças munduruku acionaram organizações parceiras para denunciar o incêndio à pequena aldeia indígena Fazenda Tapajós. Os autores do crime foram garimpeiros, que reagiram logo após a Operação Mundurukânia, que combatia garimpos clandestinos na região.

A ação contou com agentes da Polícia Federal (PF), Força Nacional, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

"Em março de 2021, depredaram a sede das associações, dentro do município de Jacareacanga e, em maio de 2021, queimaram e atacaram a aldeia da Maria Leusa. É necessária uma articulação mais bem feita nesse sentido, para que a gente possa salvaguardar nossas lideranças e seu território. A autodemarcação e a fiscalização são as duas ações mais importantes do movimento, por exemplo, na agenda deste ano ", relata a antropóloga Rosamaria Loures, que também atua como assessora do povo munduruku.

No que diz respeito à mineração ilegal, no fim de novembro de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à PF e ao Ibama informações sobre medidas de combate à atividade, na área da TI Munduruku que fica no sudoeste do Pará.

O MPF considerou os danos "um cenário dantesco". Um mês antes, o MPF já havia reiterado pedido à Justiça Federal, para que a União, o Ibama e a Funai articulassem ação emergencial de enfrentamento ao garimpo.

De acordo com levantamento do MapBiomas, somente na TI Munduruku, há 21 pistas de pouso, o que acende o alerta para a presença de garimpeiros no local. A maioria delas (80%) está a uma distância de 5 quilômetros ou menos de algum garimpo. 

Operações

Lideranças afirmam que, em seguida à repressão de crimes praticados em terras indígenas, há retaliação por parte dos criminosos, um aspecto que preocupa especialistas.

Para a antropóloga Rosamaria, a atuação de forças de segurança do governo deve ser contínua, e não apenas em operações isoladas.

"Acaba que essas operações que estão acontecendo na Mundurukânia [Vale do Tapajós] trazem, posteriormente, muitos problemas para as lideranças", diz.

Segundo Maria Leusa, os ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro aos indígenas dificultaram a resistência dos munduruku. "A primeira ameaça foi do próprio governo [Bolsonaro], quando ele falava que não ia demarcar nenhum centímetro de terra", afirma a líder, que, em 2018, foi secretária de Assuntos Indígenas do município de Jacareacanga.

"E, depois, os invasores aproveitam esse discurso de maldade para tentar nos intimidar. Eles vão lá, entram com tudo, com escavadeira, usam os parentes com a corrupção, os nossos parentes que caem na ganância. Isso foi uma realidade bem triste. Muitos parentes foram para a ganância", desabafa.

Território

De acordo com o ISA, além do assédio da cadeia da mineração ilegal, há pressões por parte dos setores elétrico, para o funcionamento de hidrelétricas, e de transportes e infraestrutura, por causa da construção de hidrovias, ferrovias e portos. Essa realidade marcada pela violência faz com que lideranças equiparem as condições deles às de refugiados. Isso porque, ao saírem de suas terras, rompem contatos com parentes, têm acesso reduzido a alimentos que fazem parte de sua dieta e cortam a interação com seu espaço.

A TI é habitada por comunidades munduruku, apiaká e indígenas em isolamento voluntário. Junto com a TI Sai Cinza e a TI Kayabi, reúne cerca de 145 aldeias munduruku. Os munduruku estão ainda no Médio Tapajós, na TIs Sawre Muybu e Sawre Ba’pin, além das reservas indígenas Praia do Índio e Praia do Mangue. Um povo presente no Pará, no Amazonas e em Mato Grosso, que, geralmente, vive às margens de rios navegáveis.

O nome Mundurukânia se refere ao Vale do Tapajós, território mantido sob domínio dos munduruku desde o fim do século 18. Segundo o ISA, a população munduruku tem atualmente cerca de 14 mil pessoas.

Os munduruku receberam esse nome dos parintintins, povo rival. A denominação significaria “formigas vermelhas”, uma alusão ao perfil dos guerreiros munduruku, que atacavam em massa os territórios de adversários.

Governo

A Agência Brasil procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para saber sobre o modelo de operações de segurança em terras indígenas e aguarda retorno.

A Rússia anunciou, nesta quarta-feira (23), a expulsão de diplomatas americanos em retaliação por medidas semelhantes tomadas por Washington contra 12 membros da missão russa na ONU no início de março.

"Em 23 de março, uma lista de diplomatas americanos declarados 'persona non grata', foi entregue ao chefe da missão diplomática americana (em Moscou), que foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia", disse um comunicado da chancelaria russa.

"O lado americano recebeu um firme aviso de que qualquer ação hostil dos Estados Unidos contra a Rússia receberá uma resposta resoluta e adequada", acrescentou.

No começo do mês, Washington informou sobre o início "do processo de expulsão de 12 agentes de inteligência da missão russa que abusaram de seus privilégios de residência ao participar de atividades de espionagem contrárias à nossa segurança nacional".

O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, denunciou uma atitude "hostil".

"Foi uma tremenda covardia", relatou o supervisor operacional Izac Gomes, 57, em entrevista ao Estadão, sobre ter sido demitido 15 dias após denunciar injúria racial cometida pelo vereador de Embu das Artes Renato Oliveira (MDB-SP) no condomínio em que trabalhava havia quatro anos, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Desempregado e sem apoio jurídico, o funcionário prestou uma queixa-crime no Ministério Público do Trabalho contra o prédio Estrela Full. Agora ele está sendo acompanhado pelo Núcleo contra a Desigualdade Racial (Nucora) da Defensoria Pública do Rio.

Para Izac, ele foi vítima de retaliação. "Foi tudo muito estranho, não sei qual foi o motivo", disse em referência à demissão. Alguns dias antes de ter sido dispensado, ele relembrou que teve um desentendimento com a síndica do local. Na ocasião, ele foi convidado para uma reunião com outros três colegas. Segundo o supervisor, a síndica o acusou de ser "condizente com um funcionário que saia antes do horário previsto". Izac disse que naquele momento negou a veracidade da conduta do colega de trabalho, mencionada pela administradora. Como reação, ela o mandou sair da sala. "Mas até ali não estava imaginando o que ia acontecer".

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Quatro dias depois, foi notificado pela administração do condomínio sobre a dispensa. "Simplesmente me jogaram na rua". Com a falta de transparência em relação ao episódio, o supervisor afirmou ter duas hipóteses para a causa da demissão: a represália após ter feito a denúncia sobre o caso de racismo ou uma possível perseguição do vereador acusado do crime.

"Não consigo pensar em outra coisa. Sempre fui correto, nunca tive advertência", argumentou. Agora, a rotina de Izac é cercada por dúvidas e pelo temor do futuro. "A minha vida aqui no Rio mudou". Antes da demissão, ele estava com o pedido de aposentadoria em andamento. Com a mudança repentina, relatou não ter mais planos. "Primeiro, sofri racismo. Agora mais uma situação de constragimento", lamentou.

Mesmo com a sequência de acontecimentos desagradáveis, ele reforça: "não quero ser visto como vítima". A Comissão de Trabalho da Alerj comunicou que irá oficiar o condomínio da Barra da Tijuca para dar explicações sobre o que motivou a demissão de Izac.

Caso de racismo

A situação aconteceu no dia 13 de janeiro. O vereador Renato Oliveira (MDB-SP) havia proferido ofensas racistas contra Izac Gomes. Sob aplausos, ele foi detido pela Polícia Militar Fluminense quando estava na piscina do condomínio Estrela Full. O parlamentar negou a acusação de injúria racial e justificou que "houve um desentendimento pela manhã na piscina do condomínio que causou alguma discussão da parte das pessoas que estavam comigo com outros moradores por causa de som". Além disso, responsabilizou a PM de "inventar um crime para que eu pudesse ser conduzido".

COM A PALAVRA, O CONDOMÍNIO ESTRELA FULL

A reportagem do Estadão entrou em contato com a advogada que representa o espaço, mas, até a publicação deste texto, a equipe não recebeu posicionamento oficial do condomínio. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, O VEREADOR RENATO OLIVEIRA

A equipe entrou em contato com a assessoria do parlamentar por email, mas não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

A China lançou, neste sábado (19), um mecanismo que lhe permitirá sancionar empresas estrangeiras, mais um passo na guerra tecnológica com os Estados Unidos, um dia depois que Washington tomou medidas contra os populares aplicativos chineses TikTok e WeChat.

O anúncio do Ministério do Comércio, feito em plena escalada entre Pequim e Washington, não aponta diretamente para nenhuma empresa estrangeira. Mas faz alusão, de forma geral, a uma série de ações que implicariam sanções para as empresas e restrições às atividades e entrada de material e pessoas na China.

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A lista incluirá as empresas cujas atividades "ataquem a soberania nacional da China e seus interesses em termos de segurança e de desenvolvimento" ou que violem "as regras econômicas e comerciais internacionalmente aceitas", segundo o ministério.

A lista chinesa de "entidades não confiáveis" é considerada uma arma de Pequim para tomar represálias contra os Estados Unidos, que utilizou sua própria "lista de entidades" para excluir a gigante chinesa das telecomunicações Huawei do mercado americano, ao mesmo tempo em que atua contra TikTok e WeChat.

A lista foi anunciada justamente um dia após o Departamento do Comércio dos Estados Unidos aumentar a pressão ao ordenar a proibição dos downloads do aplicativo TikTok e o bloqueio efetivo do aplicativo WeChat.

As medidas da China podem incluir multas contra a entidade estrangeira, proibição para realizar operações comerciais e investimentos na China, assim como restrições à entrada de pessoas ou equipamentos no país.

Segundo o ministério, podem afetar "empresas estrangeiras, outras organizações e indivíduos".

De acordo com a ordem dos EUA de sexta-feira contra os aplicativos chineses, o WeChat - propriedade do Tencent - perderia parte de suas funções no país a partir de domingo.

Em relação ao TikTok, proibirá os usuários de instalar atualizações, mas poderão continuar acessando o serviço até 12 de novembro.

No contexto da campanha eleitoral de Donald Trump, que visa uma reeleição em novembro, as autoridades americanas descreveram as medidas como essenciais para preservar a segurança nacional e evitar a possível espionagem chinesa através dessas plataformas.

No entanto, o Ministério do Comércio da China condenou, neste sábado, o que chamou de "intimidação" americana, afirmando que violava as normas comerciais internacionais e que não havia comprovações de nenhuma ameaça à segurança.

"Se os Estados Unidos insistirem em seguir seu próprio caminho, a China tomará as medidas necessárias para preservar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas", disse.

O WeChat é muito usado por expatriados chineses para manter contato com suas famílias e há um processo judicial pendente nos Estados Unidos de vários usuários contra o bloqueio.

No caso do TikTok, a medida aumenta a pressão sobre a ByteDance, a empresa proprietária chinesa, para que conclua um acordo de venda total ou parcial do aplicativo e, dessa forma, elimine as preocupações de segurança dos Estados Unidos.

O Irã prometeu "retaliação severa" aos Estados Unidos após a morte do comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o general Qassem Soleimani, em um bombardeiro no Aeroporto Internacional de Bagdá.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, alertou que uma "retaliação severa está aguardando" Washington após o ataque aéreo que resultou na morte do general, chamando Soleimani de "face internacional da resistência". Khamenei declarou três dias de luto.

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A televisão estatal iraniana chamou a ordem de Trump de matar Soleimani de "o maior erro de cálculo dos EUA" desde a Segunda Guerra. "O povo da região não permitirá mais que os americanos fiquem", afirmou.

O governo americano diz que matou Soleimani porque ele "estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região". Também acusou o general de aprovar os protestos na embaixada americana em Bagdá no início desta semana.

A morte de Soleimani marca uma forte escalada no impasse entre Washington e Teerã, que passou por diversas crises desde que o presidente americano, Donald Trump, se retirou do acordo nuclear de 2015 e impôs sanções ao país persa.

O assassinato, e uma eventual retaliação do Irã, podem acender um conflito que envolve toda a região, colocando em risco as tropas americanas no Iraque, na Síria e em demais territórios. Fonte: Associated Press.

O Irã prometeu responder ao ataque contra um de seus petroleiros na costa da Arábia Saudita. A declaração foi dada neste sábado, 12, pelo secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do País, Ali Shamjani. Ele afirmou que foram esclarecidas pistas sobre quem preparou o que ele chamou de 'ataque com mísseis' contra o navio Sabiti.

"A pirataria marítima e a maldade em zonas de aproveitamento marítimo internacionais não ficarão sem resposta", afirmou Shamjani. "Ao revisar os vídeos disponíveis e as evidências reunidas pelos serviços de Inteligência, foram expostas as primeiras pistas sobre a perigosa aventura de atacar um petroleiro iraniano no Mar Vermelho".

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A empresa petroleira National Iranian Tanker Company, proprietária do Sabiti, afirmou que o casco do navio registrou duas explosões em separado na sexta-feira, perto do porto saudita de Jidá. A empresa negou, porém, que a informação de que o ataque tenha tido origem no território saudita.

O incidente causou vazamentos de petróleo no Mar Vermelho, informou a NITC.

A Associação Médica Brasileira (AMB) qualificou de retaliação a decisão do governo cubano de romper o acordo firmado com o Brasil no âmbito do Programa Mais Médicos e retirar os intercambistas do país.

Em nota divulgada hoje (17), a AMB diz que o governo brasileiro transferiu “de forma temerária” para Cuba parte da responsabilidade pelo atendimento na atenção básica e que isso deixou o Brasil “submisso aos humores” do governo de outro país. “Os impactos negativos previstos são os que estamos comprovando agora”.

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No comunicado, a AMB afirma que o programa foi criado a partir de uma premissa equivocada: a de que não havia médicos em número suficiente no Brasil. O que não existe, segundo a entidade, são políticas públicas que atraiam e fixem esses profissionais nos municípios – sobretudo os menores e os mais distantes dos grandes centros.

“O governo brasileiro acabou lançando mão de importação de mão de obra, trazida numa condição análoga à escravidão: obrigada a abrir mão de mais de 70% do que o Brasil desembolsava e alocada independentemente das condições de trabalho existentes”. lembra a Associação Médica.  

Para a AMB, resolver a questão que envolve a oferta de médicos em locais de difícil provimento ou de difícil acesso não é algo a ser feito por meio de ações paliativas. De acordo com a nota, a  solução definitiva passa pela criação de uma carreira médica de Estado.

Os atuais 458.624 profissionais contabilizados no Brasil atualmente são classificados pela entidade como suficientes para atender às demandas da população. “Essa crise será resolvida com os médicos brasileiros”, destacou a AMB. “Não vamos aceitar esta sabotagem com o povo brasileiro”, conclui o comunicado da associação.

O documento sugere ainda como ações emergenciais para a serem adotadas em meio à “crise deflagrada” na saúde a reformulação e reforço do Piso de Atenção Básica; aumento do valor repassado pela União para a atenção básica para que municípios consigam contratar médicos na própria região; mudanças na forma de cálculo, garantindo mais recursos para municípios menores; e reforço do atendimento em áreas indígenas e de difícil acesso.

A AMB propõe também que se aumente o investimento nas Forças Armadas para aproveitar a experiência destas tanto em áreas de difícil acesso quanto em áreas indígenas, levando médicos e toda a infraestrutura de saúde necessária a essas localidades. Para tanto, a União utilizaria os atuais médicos das Forças Armadas, incrementaria o efetivo por concurso e selecionaria também novos médicos oficiais voluntários para atuar de forma temporária.

Outras sugestões são incentivar a adesão de médicos jovens ao Mais Médicos e promover mudanças no edital do programa, que será lançado em breve, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde, criando subsídios e incentivos a profissionais jovens com dívida no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). No período em que estes médicos atuarem no programa, as parcelas do financiamento ficariam suspensas. Além disso, haveria o benefício de descontos no montante geral da dívida, de acordo com o tempo de permanência e o município ou região escolhido (quanto menor o município ou de mais difícil provimento, maiores os descontos).

A Associação Médica Brasileira alerta que é preciso garantir a esses méidicos mesmas condições ofertadas aos cubanos até então: moradia, alimentação e transporte.

 

Segundo a colunista Miriam Leitão, do jornal O Globo, diplomatas brasileiros voltaram a ser alertados por colegas árabes da possibilidade de retaliação comercial, caso o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirme a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Na última quinta (1), Bolsonaro voltou a defender a alteração.

LeiaJá também: China faz alerta a Bolsonaro: 'custo' pode ser grande

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Embora Bolsonaro reforce o desejo de aproximação com o estado de Israel, a contribuição comercial do país ao Brasil é discreta. De acordo com Miriam Leitão, as exportações israelenses foram de “apenas US$ 256 milhões, ou 0,14% do total. O Brasil registra déficit US$ 527 milhões” com o país.

Com Oriente Médio, no entanto, os negócios vão bem melhor. A região é responsável por comprar 5,3% de todo o valor exportado pelo Brasil, com destaque para o mercado da carne. Nos últimos 12 meses, o Brasil ganhou US$ 11,6 bilhões de reais do Oriente Médio, com cujas negociações possuem saldo positivo em US$ 7,7 bilhões.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos afirmou, nesta sexta-feira (3), durante a convenção estadual do MDB, que não acredita que a Executiva Nacional pratique retaliações financeiras diante da campanha dele ao Senado pela Frente Popular de Pernambuco. A cúpula emedebista nacional é responsável por distribuir os recursos oriundos dos fundos partidário e eleitoral para as campanhas proporcionais e majoritárias de todo o país. 

Ao ser questionado pela imprensa sobre a possibilidade, Jarbas disse que a Executiva sabe que se isso acontecesse ele não ficaria calado. “Não acredito [em retaliação] porque a Executiva me conhece, sabe que tomando uma iniciativa estapafúrdia como esta eu não ficaria calado. Não passa pela minha cabeça que a Executiva faça isso”, declarou.

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A indagação baseia-se na aliança do presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), com o senador Fernando Bezerra Coelho. Os dois buscam, desde que Bezerra se filiou ao partido em setembro, dissolver a direção da legenda em Pernambuco, atualmente comandada pelo vice-governador Raul Henry. Como Jarbas e Henry não aceitaram os argumentos apresentados por eles, a briga foi levada para o Supremo Tribunal Federal que, até o momento, manteve a condução de Henry

O vice-governador, que tentará uma vaga na Câmara Federal, também descartou qualquer intervenção financeira na divisão dos recursos para a campanha por parte da Nacional. “O bom senso deve prevalecer. Vencemos a luta jurídica e a convenção, não vejo nenhuma justificativa para deixar de ter um senador e um deputado federal com candidaturas viáveis. Não faz nenhum sentido retaliações”, ponderou. 

A convenção estadual do MDB foi realizada na manhã desta sexta e a expectativa é de que o resultado da votação dos 94 delegados que aprovariam ou não as candidaturas de Jarbas ao Senado e dos postulantes à Câmara e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) seja divulgado até às 15h. 

O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), fez duras críticas à cantora baiana Daniela Mercury, em entrevista concedida ao LeiaJá, pelas críticas que ela fez à tentativa de proibição da peça "O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu", vista pela artista como uma forma de censura baseada em preconceito contra pessoas trans. 

Izaías afirmou que ficou muito triste. “O que Daniela Mercury fez com minha cidade não foi uma coisa normal para uma pessoa que tem sensibilidade e família”.

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O prefeito continuou, afirmando que a cantora utilizou o telão do palco para exibir uma foto que mostrava “ela e a namorada dela uma em cima da outra”, em uma atitude que, para ele, é desrespeitosa. Izaías Régis também fez queixas quanto à linguagem utilizada pela cantora, que na visão dele é "inadequada".

“Eu não tenho nada contra pessoas trans e LGBT, não sou homofóbico, agora eu acho que o limite de respeito tem que existir, não pode incentivar as crianças e adolescentes”, afirmou Izaías, que também afirmou que as atitudes tomadas por ele foram motivadas porque “a família cristã de Garanhuns, da qual eu sou representante mor, pede a mim que não permita a peça no centro cultural e não vou permitir”. 

Apesar das críticas, o prefeito admitiu também que não estava presente no momento da apresentação de Daniela no Festival de Inverno. “O que Daniela disse repercutiu na cidade de uma maneira, eu não assisti o show dela, eu estava no Recife, mas eu vi nas redes sociais. Pelo amor de Deus, ela faltou com o respeito, ela foi aplaudida e vaiada”, afirmou.

Durante seu show no palco principal do Festival de Inverno de Garanhuns, Daniela afirmou que fica chocada com a proibição de uma apresentação teatral e que “nossa constituição não é a bíblia” em uma clara crítica à atitude do prefeito de não ceder um espaço público para a realização da peça.

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A China adotou tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos às 12h01 desta sexta-feira pelo horário de Pequim, em retaliação a tarifas implementadas hoje pelo governo americano contra US$ 34 bilhões em bens chineses, informou a agência de notícias estatal Xinhua.

A Xinhua citou como fonte um funcionário não identificado da Administração Geral de Alfândega.

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Minutos após a entrada em vigor das tarifas dos EUA, o Ministério de Comércio chinês afirmou que Washington lançou "a maior guerra comercial da história econômica" e que Pequim seria obrigada a contra-atacar. Fonte: Dow Jones Newswires.

Empresas americanas e o governo da China se uniram ontem nas críticas à decisão de Donald Trump de impor tarifas sobre a importação de US$ 50 bilhões em produtos do país asiático. Mas a medida deve agradar à base do presidente, a cinco meses da eleição crucial que definirá o controle do Congresso e o futuro de seu governo.

"No presente momento, lançar uma guerra comercial não é do interesse do mundo", disse nota divulgada pelo Ministério do Comércio da China. "Nós conclamamos todos os países a atuarem em conjunto para frear com firmeza esse movimento ultrapassado e retrógrado."

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Presidente da principal entidade empresarial americana - a Câmara de Comércio dos Estados Unidos -, Thomas Donohue divulgou declaração contrária à medida. "A imposição de tarifas coloca o custo das práticas comerciais desleais da China diretamente sobre os ombros dos consumidores, fabricantes, fazendeiros e rancheiros americanos. Essa não é a abordagem correta."

Arthur Kroeber, da consultoria Gavekal, disse ver chance "zero" de Pequim modificar as políticas industriais previstas no programa Made in China 2025 em razão das tarifas de Trump. Segundo ele, setores importantes de ambos os lados serão prejudicados, mas as economias como um todo não sofrerão tanto.

Como exporta mais para o mercado americano do que importa, a China tem mais a perder em um primeiro momento, observou Kroeber. Mas a continuidade da guerra comercial deve afetar a imagem dos EUA e reduzir no longo prazo a sua credibilidade internacional.

Em sua avaliação, as restrições a investimentos no setor de tecnologia que deverão ser impostas por Trump dentro de duas semanais serão mais prejudiciais para a China do que as tarifas. "Investimentos chineses no setor de tecnologia nos EUA, na Europa e no Japão são um dos elementos da estratégia de Pequim para avançar no setor tecnológico", observou Kroeber.

Estratégia. Monica de Bolle, do Peterson Economic Institute, também não vê possibilidade de a guerra comercial forçar a China a mudar sua política industrial. Em sua opinião, o que o governo Trump chama de "roubo" de tecnologia é uma estratégia legítima de desenvolvimento adotada por um país emergente. "A China exige que certas empresas americanas que queiram entrar em seu mercado façam parcerias com empresas locais e transfiram tecnologia. A empresa tem a escolha de entrar ou não."

Trump usou a necessidade de proteger o setor tecnológico dos EUA como justificativa da medida protecionista anunciada ontem. "Nós temos o poder de grandes cérebros no Vale do Silício, e a China e outros roubam esses segredos e nós vamos proteger esses segredos. Eles são as joias da coroa deste país", declarou o presidente em entrevista à rede Fox News.

Mas representantes desse setor supostamente beneficiado também criticaram a imposição de barreiras às importações. "Tarifas são a resposta errada às práticas comerciais discriminatórias e prejudiciais da China. Ao impor sanções sobre bens de consumo e componentes essenciais desses bens, o presidente vai tirar dinheiro do bolso dos americanos de maneira desnecessária, prejudicando as pessoas que ele espera ajudar, não punindo a China", declarou Dean Garfield, presidente do Information Techology Industry Council, que reúne grandes empresas do setor, entre as quais Amazon, Apple e Google.

Com uma cadeia de produção que se estende dos Estados Unidos à China e abrange outros países asiáticos, a Apple foi uma das empresas que se manifestaram de maneira mais aberta contra as tarifas no período anterior ao anúncio de Trump. O presidente da companhia, Tim Cook, se reuniu com o presidente na Casa Branca em abril, e disse ter levantado a questão do protecionismo.

"Eu falei sobre o comércio e a importância do comércio e como eu acredito que dois países realizando comércio entre eles tornam a torta maior", disse Cook no mês seguinte em entrevista à Bloomberg Television. "Eu senti que tarifas não eram a abordagem certa. Eu mostrei a ele (Trump) algumas coisas analíticas que demonstravam o por quê."

A julgar pela decisão de ontem, Cook não foi convincente o bastante. No fim, Trump foi fiel à sua retórica de campanha e à sua promessa de confrontar a China quando chegasse à Casa Branca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Militares de Israel bombardearam "dezenas" de alvos iranianos na Síria nesta quinta-feira (10), em resposta a um ataque iraniano com foguetes contra soldados israelenses posicionados nas Colinas de Golã, no mais grave confronto já ocorrido entre israelenses e iranianos.

Segundo Israel, os alvos incluíram estoques de armas, locais de logística e centros de inteligência utilizados por forças iranianas na Síria. Israel também informou ter destruído vários sistemas de defesa aérea da Síria.

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A ofensiva israelense foi a mais intensa na vizinha Síria desde o início da guerra civil local, em 2011.

Os ataques de Israel mataram 23 combatentes, incluindo cinco soldados sírios, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres.

Já a Rússia alega que a operação israelense envolveu 70 mísseis, sendo que mais de metade deles foram derrubados. Fonte: Associated Press.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, foi eleito presidente do PSDB de Pernambuco para o biênio 2018/2019, nesse domingo (5), durante a convenção do partido. No evento, os tucanos também lançaram a pré-candidatura do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Elias Gomes a governador. A convenção, que também reuniu lideranças do PMDB, DEM, PPS, Podemos e PTB, foi marcada por discursos em favor da unidade das forças de oposição do estado e pautado por críticas à gestão do governador Paulo Câmara (PSB). 

"Estamos aqui para construir a unidade que seja a convergência das coisas que são possíveis e para buscar o que é importante para Pernambuco… Mas não adianta Pernambuco ter apenas bons ministros, para os pernambucanos vale é o comandante de Pernambuco ter autoridade nacional e é isso que vamos buscar com a construção dessa unidade entre todos esses partidos", salientou Bruno ao lado do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB); ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS) e da deputada estadual Priscila Krause (DEM).

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Sobre a pré-candidatura de Elias, o novo presidente do PSDB disse que o partido está construindo a missão de encontrar um novo rumo para o estado. “Vamos pensar e construir juntos com o PMDB, com o Democratas, com o PTB, com o Podemos, com o PPS e com tantos outros partidos, vamos avançar no diálogo em torno de qual é o Pernambuco que devolve a autoestima aos pernambucanos. Não vamos falar em cargos, vamos deixar para tratar isso depois que tivermos o principal: que estado queremos", destacou. 

Por sua vez, Elias Gomes declarou que pretende articular propostas que gerem mais igualdade ao estado. “O debate dos conteúdos deve substituir a velha arenga, a discussão surrada que não leva a lugar nenhum. A questão da violência, que em todos os debates surge com muita frequência, não pode ser vista apenas à luz das estatísticas. É preciso se aproximar do povo e construir com os municípios um verdadeiro pacto pela paz em Pernambuco”, observou. 

“O PSDB deve discutir não apenas um projeto de poder, mas um projeto de sociedade, um projeto de governança. É necessário não apenas contestar o que está aí, mas apontar o rumo e propostas para fazer diferente. Queremos fazer a boa e a nova política para fazer um PSDB mais forte e um Pernambuco melhor. Reconhecemos a liderança de Bruno Araújo, não vamos disputar com ele espaço algum, ao contrário, vamos construir todos juntos", acrescentou tentando minimizar os imbróglios internos instaurados antes da convenção. Já que o nome de Bruno Araújo também era defendido como pré-candidato a governador. 

Não tão unido

Outro ponto frisado pelos tucanos foi a unidade partidária. O que não foi visto quando o deputado federal Daniel Coelho denunciou estar sendo perseguido internamente, por se posicionar contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB), e ser impedido de assumir a tesouraria estadual da legenda.

"O que lamento é não poder dizer que há unidade dentro do PSDB… A gente tentou conversar sobre a unidade dentro do PSDB. Quando é possível, a gente faz de forma clara e aberta. Eu nunca me furtei a fazer um debate público”, disse. “Tenho convicção das minhas posições, daquilo que acredito. Em tendo convicção, discuto numa convenção, discuto numa rádio, na televisão, na tribuna da Câmara Federal, ou de qualquer ambiente as posições políticas que acredito. Votei pela abertura de inquérito contra Temer. O PSDB devia ter se colocado ao lado do povo brasileiro. O que ocorre hoje é um veto às minhas posições nacionais, ao voto que dei contra Temer", criticou acrescentando.

Além de Bruno, a nova executiva do PSDB-PE é formada pelos seguintes integrantes: 1º vice, o ex-governador João Lyra; 2º vice, Guilherme Coelho; 3º vice, André Régis; Secretário-geral, Betinho Gomes; 1º secretário, Antônio Moraes; Tesoureiro, Joaquim Neto; 1ª vogal, Terezinha Nunes; 2ª vogal, prefeito João Tenório; 3ª vogal, Alessandra Vieira; 4ª vogal, Izabel Urquiza. 

O Palácio do Planalto mostrou, nesta quinta-feira (22), disposição em continuar a retaliação ao senador Hélio José (PMDB-DF) por votar contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e depois dar declarações pedindo a renúncia do presidente Michel Temer. Nesta quinta, o Diário Oficial da União (DOU) traz a exoneração de Aline Rezende Peixoto do cargo em comissão da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com fontes do Planalto, a indicação era da cota do senador peemedebista.

Com o cargo de Aline, já são três os indicados de Hélio José a perderem o cargo. Os outros dois, que já haviam sido exonerados, foram Vicente Ferreira, que deixou a Diretoria Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), e Nilo Gonsalves, que perdeu o cargo de superintendente do Patrimônio da União no Distrito Federal (SPU-DF).

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O senador não foi encontrado pela reportagem para comentar a continuidade da retaliação. Na quarta-feira, ao ser informado pelo Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o governo estava fazendo um mapeamento para seguir a punição ao infiel, Hélio José disse que considerava a medida "um absurdo" e que mostra que o governo "perdeu o juízo". "Se eles estão garimpando mais alguém para mandar embora, que tenha ligação comigo, isso é uma falta de respeito", disse na quarta.

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI), usou a notícia do ataque contra uma mesquita em Londres para incitar nesta segunda-feira (19), nas redes sociais, mais atentados na capital britânica. "Vocês devem começar a guerra santa", pediu a cúpula da organização a seus seguidores na Inglaterra. Um furgão atropelou dezenas de pessoas na madrugada desta segunda-feira (19), na capital britânica, deixando ao menos um morto e oito feridos. A polícia trata o episódio como atentado terrorista xenofóbico, já que o alvos eram muçulmanos perto de uma mesquita no norte de Londres.

O ataque teria sido cometido como retaliação aos recentes atentados islâmicos no país. O último ocorreu em 3 de junho, na London Bridge e no Borough Market. Apenas 12 dias antes, um terrorista detonou uma bomba durante o show da cantora Ariana Grande em Manchester. De acordo com fontes locais, o agressor que atropelou os muçulmanos na mesquita de Finnsbury Park é um homem "branco, sem barba" e ele está preso. "Isso também é terrorismo", disse o líder da mesquita, Mohammed Kozvar. "É um ataque terrorismo, assim como os de Manchester, em Westminster e na London Bridge", comentou.

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Por sua vez, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que esse é "um incidente terrível" e que "seus pensamentos e orações estão com todas as vítimas, com a polícia e com as equipes de resgate". "As investigaçõe serão conduzidas sobre a denúncia de um potencial ataque terrorista", confirmou a premier.

Seis ônibus foram queimados no Acre entre a tarde desta terça-feira, 14, e a madrugada desta quarta-feira, 15. Informações preliminares indicam que os ataques aconteceram em retaliação a um confronto entre policiais e criminosos em Rio Branco na última segunda-feira, 13.

Depois de uma paralisação de quase uma hora, os ônibus voltaram a circular normalmente na capital acreana, com escolta policial, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Não há previsão para a retirada do apoio da Polícia Militar.

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Ataques

O primeiro coletivo foi queimado por volta das 19h30 no horário local (22h30 de Brasília) desta terça-feira, no bairro Recanto dos Buritis, em Rio Branco. Durante a noite, outros três ônibus foram incendiados nos bairros Taquari, Jequitibá e Ilson Ribeiro, na capital, e outro distrito de Campinas, na zona rural do município de Senador Guiomard.

Por volta das 6h15 desta quarta-feira (9h15 de Brasília), após o registro da sexta ocorrência no bairro de Belo Jardim, os motoristas retornaram aos terminais e paralisaram os serviços por 45 minutos. As viagens foram retomadas às 7 horas somente após a Polícia Militar ser acionada.

O policiamento também foi reforçado nos principais terminais de ônibus de Rio Branco, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

A secretaria realiza uma entrevista coletiva nesta manhã para apresentar o levantamento de todas as ocorrências, informar os motivos e divulgar as medidas que serão tomadas para combater a onda de ataques.

A prefeita de Campos dos Goytacazes (RJ), Rosinha Garotinho (PR), chamou de "retaliação" a prisão de seu marido, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR), ocorrida na quarta-feira, 16, pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Chequinho.

"Não há provas contra Garotinho, não houve roubo e nem desvio de dinheiro, não há prova contundente, isso é retaliação porque ele vem denunciando gente grande", disse ontem a ex-governadora do Rio, em entrevista à Rádio Estadão.

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Segundo Rosinha, a prisão só se concretizou porque seu marido realizou denúncias à Procuradoria-Geral da República na semana anterior, muitas das quais envolvendo pessoas com foro privilegiado. Garotinho é secretário de Governo do município.

Garotinho foi preso na quarta-feira no Rio, a pedido do Ministério Público Eleitoral, suspeito de comandar esquema de compra de votos em Campos, por meio do Programa Cheque Cidadão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os integrantes da base aliada que votaram contra a aprovação do projeto de emenda constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos devem ser punidos pelo governo. Apesar de o discurso oficial não falar em retaliação, o Planalto já elabora um mapa dos "traidores" que podem ser punidos com retirada de cargos, emendas e diminuição de espaço no governo, de acordo com interlocutores do presidente. A ameaça de represália do governo chegou a lideranças da Câmara com o recado de que os deputados serão tratados "de forma proporcional ao voto".

A avaliação no Planalto é de que cerca de 15 deputados precisam dar justificativas para terem se ausentado ou votado contra o governo, já que o próprio Temer se envolveu pessoalmente nas negociações para aprovar a PEC que pretende tornar uma "marca e um legado" de seu governo. "Não podemos fingir que nada aconteceu, pois essa era 'a votação', a marca e o símbolo do governo", observou um interlocutor.

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Ao aproveitar o embalo da aprovação do projeto, com expressivo placar, a equipe de Temer vai cobrar coesão da base aliada a fim de tentar acelerar a agenda de votações de interesse do Palácio do Planalto no Congresso. O discurso é de que os aliados precisam estar afinados com o governo para se preparar para a "batalha" da reforma da Previdência, considerada a mais polêmica delas. Nessa negociação, o Planalto pretende também agradar os que votaram a favor, acelerando nomeações de apadrinhados dos parlamentares.

A avaliação de aliados do presidente é que, por mexer diretamente com a vida do cidadão, haverá uma resistência maior às mudanças na Previdência, que têm de andar até o final do próximo ano, sob pena de naufragar em 2018, ano eleitoral. A oposição no Congresso, desarticulada na discussão da PEC do Teto, também se prepara para um embate mais duro em relação a essas mudanças.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que Temer vai conversar com parlamentares que não votaram com o governo na PEC. "O presidente Michel Temer disse que haverá uma 'DR' com que não tem teve condições de acompanhar o governo ontem (anteontem)", disse.

Nitidez

Um dos principais interlocutores do Planalto no Congresso, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), defende que haja "nitidez e transparência" dos integrantes da base na defesa das propostas do Planalto. "Quem não votou, vai ter de se explicar, queremos ter nitidez política e base unida. Base desunida não adianta", avisou.

Jucá reconheceu que, mesmo com a vitória folgada na PEC do Teto, é preciso a partir de agora fortalecer o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, principal responsável por receber e despachar as demandas dos parlamentares. "O governo ainda está em fase de montagem", ressalvou Jucá ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Após um corpo a corpo pessoal de Temer na véspera, o primeiro turno da PEC do Teto foi aprovado anteontem com 58 votos a mais que o mínimo necessário: 366 a favor, 111 contra e duas abstenções. Ainda haverá uma nova rodada de votação na Câmara e outras duas votações no Senado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que já está atuando "pessoalmente" para aprovar a medida na Casa que comanda. "Ou votamos essa PEC, ou vamos ter de aumentar impostos, e a sociedade não aguenta mais isso", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante das ameaças de rebelião promovidas por aliados que ainda não foram contemplados com espaço ou verbas no governo, o Palácio do Planalto decidiu tratar com mão de ferro os parlamentares da base governista que traírem Michel Temer e votarem contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para o aumento dos gastos públicos.

A possibilidade de represália do governo chegou a lideranças da Câmara com o seguinte recado: os deputados serão tratados de forma proporcional ao voto, ou seja, estarão sujeitos a ficar sem cargos e sem emendas parlamentares.

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Em entrevista ao SBT Brasil, Temer afirmou acreditar que o governo já tem votos para aprovar a PEC e que um placar amplo vai mostrar o prestígio do Legislativo com o Executivo.

Anteontem, a Comissão Especial da Câmara aprovou o parecer do relator Darcísio Perondi (PMDB-RS) por larga vantagem: 23 votos a sete. Mas o teste decisivo do governo será na próxima semana com a votação, em primeiro turno, da PEC no plenário da Casa. Para aprová-la, são necessários 308 votos dos 513 deputados (60% do total) em dois turnos.

Às vésperas da votação da PEC no plenário, fontes palacianas revelaram ao Estado que aumentou a demanda - principalmente por cargos - e reclamações da demora para as indicações serem formalizadas. O represamento das nomeações se deve à triagem feita para avaliar se as indicações estão aptas, mas isso tem deixado deputados da base governista impacientes.

Diante da pressão do Planalto, ao longo da semana sete partidos da base (PSDB, PMDB, PP, PR, PSD, PTB e o PSC) - que representam 266 votos na Câmara - fecharam questão a favor da proposta. O número é insuficiente para aprovar a PEC, mas a tendência é que o governo consiga os votos de que precisa.

Ainda assim, o PMDB, partido de Temer, chegou a fazer uma reunião extraordinária para confirmar essa posição e enquadrar alguns deputados da bancada que ameaçavam votar contra. Isso significa que, se um deputado desrespeitar a orientação partidária, poderá ser punido pela legenda. No entanto, segundo fontes do Congresso que receberam o recado, a punição mais pesada deverá vir do governo e será individualizada. "O deputado que votar contra terá um tratamento correlato", resumiu um aliado.

Convencimento

Lideranças partidárias têm tido dificuldades em convencer suas respectivas bancadas a votarem a favor da proposta do governo, mesmo diante da ofensiva feita por Temer, ministros palacianos e equipe econômica nos últimos dias. Embora assumam um discurso de que todos estão comprometidos com a gravidade da situação econômica do País, os líderes estão tendo de trabalhar nos últimos dias para sanar as insatisfações dos deputados que ainda não tiveram suas demandas atendidas pelo governo. Parlamentares e prefeitos que vêm a Brasília reclamam da não liberação de recursos federais.

Oficialmente, o Palácio afirma que as demandas vão "sair normalmente", sem vinculação com a PEC. "O que tiver de sair vai sair, o que não tiver de sair, não vai sair", disse o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Ele nega retaliação, mas sinaliza que movimentos antigoverno não serão esquecidos pelo Planalto. "Não vou tocar nesse assunto. Você saberá depois o que irá acontecer."

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