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Futuro secretário nacional de Segurança Pública, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) afirmou que a ação de bolsonaristas radicais em Brasília desde o último dia 12 – quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi diplomado – tem demonstrado a “insanidade” de quem quer “destruir a democracia”. Em entrevista ao LeiaJá, o membro da equipe de transição governamental e já confirmado no segundo escalão do Ministério da Justiça citou uma possibilidade de prevaricação por parte dos integrantes do atual governo e garantiu que a gestão Lula vai buscar punições para mandantes, financiadores e executores das ações de terrorismo em Brasília.

Na ótica de Alencar, o país vive uma “anomalia” desde o fim das eleições com a instalação de acampamentos em frente aos quarteis pregando “desafiadoramente um golpe de Estado”, justificando-se por uma suposta fraude no processo eleitoral presidencial, o mesmo que elegeu um Congresso Nacional majoritariamente identificado ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

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“Nitidamente são pessoas de pouca compreensão democráticas que atribuem poder a uma figura como Bolsonaro, que negligenciou todos os seus deveres como presidente da República em todas as áreas”, observou.

Avaliando a postura da gestão Bolsonaro, Tadeu Alencar mencionou a possibilidade de prevaricação, quando um agente público deixa de agir como pede a lei para benefício próprio ou de terceiros.

“O jogo democrático não convive bem com esse tipo de atitude [violenta e terrorista]. No dia da diplomação, vivemos aqui cenas de terror. Evidentemente que isso tem uma tradução no código penal, uma classificação como terror. Sorte que diante de uma omissão muito clara do atual governo, que só fazem declarações protocolares – que podem comprometer a ação desses próprios agentes que deveriam como dever legal tomar um tipo de providência, pois quem não toma está prevaricando – nós temos agido, ainda como governo de transição”, complementou o futuro secretário.

No dia 12, quando houve a diplomação, bolsonaristas radicais atearam fogo em carros e ônibus, além da tentativa de invadir a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília e o cerco ao hotel em que Lula estava hospedado. Nesta quarta (28) e quinta-feira (29), a PF deflagrou uma operação que prendeu 3 pessoas e buscou cumprir um total de 32 mandados tendo com alvos suspeitos de envolvimento nesses ataques.

Já às vésperas do Natal, foi encontrada uma bomba na área do aeroporto da capital federal, um homem foi preso e confessou ter tramado a ação com um grupo que estava acampado em frente ao QG do Exército com a intenção da explosão provocar a instalação de um estado de sítio.

Medo de ataque no dia da posse

Essas ações radicais têm gerado apreensão diante do que pode vir a acontecer em Brasília no dia 1º. Dentro do futuro ministério da Justiça, segundo Tadeu Alencar, o trabalho é para que as pessoas se sintam seguras e participem da posse. O deputado pernambucano encarou o momento como um “divisor de águas para a democracia brasileira”.

“Temos – o governo de transição, o futuro ministro da Justiça e a Polícia Federal – adotado providências exatamente para assegurar esse clima de tranquilidade. É um momento de apreensão e tensão, mas aquilo que pode ser feito pelo futuro governo [pela tranquilidade] tem sido feito. Esperamos que a sociedade tenha a compreensão da irracionalidade desse comportamento, não é uma coisa simples nem singela. Trata-se do respeito ao resultado das urnas. São elementos que causam uma tensão, mas isso vai se dissipando a partir de 1º de janeiro”, previu Tadeu Alencar.

“Essas são atitudes de quem quer destruir a democracia. E quem quer destruir a democracia se expõe também às consequências disso, como as punições previstas no Código Penal que apontam esses atos como delitos de alta gravidade. O futuro governo vai buscar responsabilizar quem deu causa a isso, seja na condição de executor, financiador ou mandante”, complementou.

A decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de proibir o porte e transporte de armas e munições por parte de caçadores, atiradores e colecionadores dessa quarta até a segunda-feira (2) foi celebrada pela equipe de transição. Quem descumprir poderá ser preso em flagrante.

“Bolsonaro falhou em tudo”

O ainda deputado federal também avaliou a possibilidade de Jair Bolsonaro ir para os Estados Unidos e não participar das cerimônias protocolares de repasse do governo, como é de praxe. Para Tadeu, é mais uma atitude de despreparo de quem “falhou em tudo”.

“O presidente da República, que já falhou em tudo, falha também no momento da passagem de um grupo político ao outro. É um momento democrático. Bolsonaro sem compreender a importância dessa liturgia, como menino mimado, age de maneira emocional, mas quem dirige um país não pode ter uma resposta passional e emocionada, tem que ser racional para ser uma boa decisão. É apenas mais um episódio desse despreparo e o último deles. É um desfecho negativo para uma gestão que falhou em todos os sentidos”, ponderou.

Perfil

Quem é Tadeu Alencar?

Escolhido por Flávio Dino para assumir o comando da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Francisco Tadeu Barbosa de Alencar tem 59 anos e é deputado federal desde 2015 pelo PSB de Pernambuco. Ele é formado em direito pela Universidade Federal de Pernambuco e já atuou como procurador da Fazenda Nacional, procurador-geral do estado e secretário da Casa Civil de Pernambuco.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, nesta segunda-feira (26), em Brasília, que o regime democrático brasileiro não comporta atos terroristas semelhantes à frustrada tentativa de um grupo que planejava explodir um caminhão carregado com óleo diesel próximo ao Aeroporto Internacional  de Brasília. 

“Não há espaço no Brasil democrático para atos análogos ao terrorismo, como a tentativa de explosão de um caminhão de combustíveis em Brasília, felizmente abortada pelas forças de segurança”, escreveu o senador, esta tarde, em sua conta pessoal no Twitter. 

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“As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomará posse no dia 1º de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o país que todos desejamos”, acrescentou.

Prisão

A mensagem de Pacheco é uma resposta à prisão, na noite do último sábado (24), de George Washington de Oliveira Sousa, acusado de participar da instalação de um artefato explosivo em um caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto da capital federal.

Gerente de um posto de gasolina que funciona em Xinguara (PA), o homem, de 54 anos, viajou para Brasília dias após o segundo turno das eleições gerais, realizadas em 30 de outubro. Inconformado com a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Sousa se juntou a centena de manifestantes que protestam em frente ao Quartel General do Exército, pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição e intervenção militar.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, Sousa admitiu, em depoimento, que pretendia cometer um atentado na capital federal como forma de produzir uma situação caótica que forçasse o atual governo a decretar estado de sítio, impedindo a posse de Lula.

Investigando a origem do artefato explosivo “plantado” no caminhão-tanque – que foi denunciado pelo motorista do veículo, que desconfiou do recipiente estranho – a Polícia Civil chegou a Sousa e a um apartamento do Sudoeste, bairro de classe média alta de Brasília, onde foram encontradas várias armas, incluindo um fuzil, duas espingardas, revólveres, muita munição e explosivos.

Sem autorização

Embora esteja registrado como colecionador, atirador e caçador (CAC), Sousa não tem autorização para viajar armado. Tampouco para portar explosivos. A Polícia Civil investiga se ele agiu sozinho ou se teve a colaboração de outras pessoas.

“Tão logo tenhamos ações consequenciais da operação ou mesmo a conclusão do inquérito por parte da autoridade policial que preside os fatos, informaremos a todos”, informou a corporação, em nota. 

Na tarde deste domingo (26), uma denúncia levou as forças de segurança do Distrito Federal a localizar e destruir artefatos explosivos deixados em um matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No local, também foram encontrados coletes balísticos e capas para esses coletes.

A ocorrência foi registrada na 20ª Delegacia de Polícia, que vai apurar a procedência dos explosivos e tentar identificar quem deixou o material no matagal, sem nenhum cuidado adicional. Até o momento, ninguém foi detido.

O fazendeiro Didi Pimenta, de Campinápolis (MT), revelou ter financiado o cacique indígena José Acácio Tserere Xavante, preso pela Polícia Federal na segunda-feira (12), por ordem do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. 

Em vídeo, o fazendeiro afirmou que “mandou índios para Brasília”, para atos contra a diplomação e posse do presidente eleito Lula (PT) e também pediu mais ajuda financeira para. 

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O indígena se manteve em Brasília por cerca de 10 dias e foi financiado pelo fazendeiro que contou que enviou os indígenas em “oito ônibus de índios” para Brasília e no domingo enviou “outras etnias”. “Fui procurado pelo meu amigo cacique que queriam ir pra Brasília ajudar na manifestação, então há 10 dias estamos conseguindo mandá-los para lá e ajudá-los. Já mandamos mais ou menos oito ônibus de índios e ontem de outras etnias. Então, estamos com dificuldade de ajudar a manter esses índios lá, todo mundo pode estar ajudando passando um Pix para a conta de Tserere ou até para mim”, disse o fazendeiro no vídeo. 

Prisão

O cacique bolsonarista teve a prisão decretada na segunda-feira por indícios de vandalismo, quando um grupo de apoiadores do presidente Bolsonaro (PL) ateou fogo em um ônibus e em outros veículos, além de terem entrado em confronto com a polícia.

Uma carta dirigida ao presidente do Governo espanhol Pedro Sánchez, semelhante à que explodiu na quarta-feira (30) na embaixada ucraniana em Madri, causando ferimentos leves a uma pessoa, foi interceptada há uma semana pelas autoridades, revelou o Ministério do Interior nesta quinta-feira (1º).

Um "envelope com material pirotécnico dirigido ao presidente do Governo" foi "detectado e neutralizado pelos serviços de segurança" do Palácio da Moncloa no dia 24 de novembro, segundo o comunicado do ministério, que acrescenta ser semelhante tanto na aparência como no conteúdo ao recebido na embaixada ucraniana na capital espanhola.

"À espera dos resultados definitivos das análises que estão sendo realizadas, o envelope pode conter uma substância semelhante à utilizada em fogos de artifício", disse o ministério.

Após a sua detecção, a segurança da Moncloa "procedeu à deflagração controlada do envelope", explicou.

Além da carta dirigida a Sánchez e da que explodiu na embaixada ucraniana, dois outros envelopes foram interceptados na tarde de quarta-feira e na manhã desta quinta, respectivamente, na sede da empresa de armas Instalaza, em Zaragoza (nordeste), e na base militar de Torrejón de Ardoz, perto de Madri.

"Aguardando o andamento das investigações e os resultados das análises que estão sendo realizadas pelos peritos da Polícia Nacional, tanto as características dos envelopes quanto o seu conteúdo são semelhantes nos quatro casos", acrescentou o ministério.

Na quarta-feira, um funcionário encarregado da segurança da embaixada ucraniana em Madri foi ferido levemente na mão pela explosão de uma carta-bomba endereçada ao embaixador, que levou Kiev a ordenar o reforço da segurança em todas as suas representações diplomáticas.

A Justiça espanhola, que abriu ontem uma investigação por um possível crime de terrorismo após o acontecimento na embaixada ucraniana, indicou nesta quinta que juntou todos os fatos em um mesmo caso, incluindo um quinto envelope suspeito enviado para a sede do Ministério da Defesa.

- Cartas em série -

Na tarde da mesma quarta-feira, foi detectado outro envelope "suspeito" na sede da empresa de armas Instalaza, em Zaragoza (nordeste), segundo o Ministério do Interior, que acrescentou que as unidades policiais de desativação de explosivos (TEDAX) realizaram "uma explosão controlada do dispositivo".

A Instalaza fabrica um lançador de granadas que o governo espanhol do socialista Pedro Sánchez enviou à Ucrânia logo após a invasão russa daquele país em fevereiro.

Na madrugada desta quinta-feira "os sistemas de segurança da Base Aérea de Torrejón de Ardoz (Madri) detectaram um envelope suspeito, que foi determinado após ser analisado por raios-X (que) poderia conter algum tipo de mecanismo", apontou uma mensagem do Ministério do Interior.

Esta base, perto da capital espanhola, é usada por aviões oficiais que transportam membros do governo espanhol e de lá também decolam aviões militares que levam armas e outros tipos de ajuda à Ucrânia.

Perante esta série de acontecimentos semelhantes, o Ministério do Interior afirmou ter ordenado “medidas extremas de proteção” tanto nas embaixadas como nos edifícios públicos e governamentais, “especialmente no que diz respeito ao controle dos envios postais”.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina afirmou que as pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos realizados no fim de semana usaram métodos terroristas que lembram os black blocs. Eles usaram bombas caseiras com gasolina, rojões e até óleo foi derramado na pista.

Na sexta-feira (18), homens encapuzados invadiram estradas em uma ação caracterizada pela PRF como "criminosa e violenta". "Em quase todos os pontos, os métodos utilizados lembraram os de terroristas ou de black blocs: bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina, rojões, óleo derramado intencionalmente na pista, 'miguelitos'(pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores cortados e jogados deliberadamente na pista", disse a PRF.

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O órgão aponta ainda que em vários pontos houve depredação do patrimônio público. Apenas um homem de 37 anos, que não teve a sua identidade revelada, foi preso durante uma das ações dos golpistas na cidade de Joinville. Segundo o G1, a PRF de Santa Catarina identificou algumas lideranças e fará algumas operações para prender os envolvidos. 

A França repatriou, nesta quinta-feira (20), 15 mulheres e 40 crianças que estavam detidas em campos de prisioneiros jihadistas no nordeste da Síria e acusou três das mulheres de "associação criminosa terrorista".

"Os menores de idade foram entregues aos serviços de ajuda à infância e receberão acompanhamento médico-social. Os adultos foram entregues às autoridades judiciais competentes", afirma um comunicado ministerial.

Esta é a maior operação de repatriação para a França do tipo em três meses. Entre os menores de idade estão sete órfãos ou crianças sem responsáveis, informou a Procuradoria Nacional Antiterrorista (Pnat).

As mulheres integram o grupo de francesas que viajaram voluntariamente aos territórios controlados pelos grupos extremistas na região entre o Iraque e a Síria e que foram capturadas após a queda do grupo Estado Islâmico (EI) em 2019

Algumas crianças nasceram na região.

Três das mulheres repatriadas, que já tinham um mandato de prisão, foram acusadas de "associação criminosa terrorista", e duas delas de "sequestro de crianças". Todas foram detidas, indicou uma fonte judicial.

Quase 300 menores de idade franceses que estiveram em áreas de operação de grupos extremistas retornaram para a França, 77 deles por meio da repatriação, informou no início de outubro o ministro da Justiça. Éric Dupond-Moretti.

Diante da rejeição da opinião pública, a França organizou durante muito tempo uma repatriação a conta-gotas, mas o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) condenou o país em setembro por não atender de maneira adequada as demandas das famílias.

O Coletivo de Famílias Unidas celebrou em um comunicado uma "excelente notícia, que parece confirmar o fim da política de 'caso por caso'" e pediu ao governo que prossiga "até o fim".

Em julho, as autoridades responsáveis pela luta antiterrorista afirmaram que mais de 100 mulheres e quase 250 crianças permaneciam nos campos sírios.

A polícia do Paquistão apresentou acusações de terrorismo contra o ex-primeiro-ministro Imran Khan, afirmaram autoridades nesta segunda-feira (22). As acusações aumentam a pressão política no país, que passa por um momento turbulento, com o ex-premiê realizando atos públicos massivos para voltar ao cargo.

As acusações vieram depois de um discurso que Khan fez no sábado (20), em Islamabad, no qual prometeu processar policiais e uma juíza e alegou que um assessor havia sido torturado após sua prisão.

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O próprio Khan não falou publicamente sobre as últimas acusações contra ele. No entanto, um tribunal em Islamabad emitiu uma chamada "fiança protetora" para Khan pelos próximos três dias, impedindo a polícia de prendê-lo pelas acusações, disse Shah Mahmood Qureshi, um líder do partido de oposição Tehreek-e-Insaf, do qual o ex-premiê faz parte.

Centenas de apoiadores do Tehreek-e-Insaf foram para o lado de fora da casa de Khan na segunda-feira em uma demonstração de apoio enquanto o ex-primeiro-ministro realizava reuniões no interior. O partido alertou que realizará comícios em todo o país se Khan for preso enquanto trabalha para tentar reprimir as acusações no tribunal.

"Vamos assumir Islamabad e minha mensagem para a polícia é... não faça mais parte desta guerra política", alertou Ali Amin Khan Gandapur, ex-ministro de Khan.

Sob o sistema legal do Paquistão, a polícia protocola o que é conhecido como um primeiro relatório de informações sobre as denúncias contra um acusado a um juiz magistrado, que permite que a investigação avance. Normalmente, a polícia prende e interroga o acusado.

O relatório contra Khan inclui depoimentos do juiz Ali Javed, que descreveu estar no comício de Islamabad no sábado e ouvir Khan criticar o inspetor-geral da polícia do Paquistão e outro juiz. Khan continuou dizendo: "Você também se prepare para isso, também tomaremos medidas contra você. Todos vocês devem estar envergonhados."

Khan pode enfrentar vários anos de prisão pelas novas acusações, que incluem ameaças a policiais e um juiz sob a lei antiterrorismo de 1997 do Paquistão, que concedeu poderes mais amplos à polícia em meio à violência sectária no país. No entanto, 25 anos depois, os críticos dizem que a lei ajuda as forças de segurança a contornar as proteções constitucionais para os réus, enquanto os governos também a usam para fins políticos.

Khan não foi detido por outras acusações menores feitas contra ele em sua recente campanha contra o governo.

O Judiciário paquistanês também tem um histórico de politização e de tomar partido nas disputas de poder entre os militares, o governo civil e políticos da oposição, de acordo com o grupo de defesa Freedom House, com sede em Washington. O atual primeiro-ministro Shahbaz Sharif provavelmente discutirá as acusações contra Khan em uma reunião do gabinete marcada para terça-feira.

Khan chegou ao poder em 2018, prometendo quebrar o padrão de governos familiares no Paquistão. Seus oponentes afirmam que ele foi eleito com a ajuda dos poderosos militares, que governaram o país durante metade de seus 75 anos de história.

Ao buscar a expulsão de Khan no início deste ano, a oposição o acusou de má gestão econômica, à medida que a inflação dispara e a rúpia paquistanesa despenca de valor. O voto de desconfiança do parlamento, que derrubou Khan em abril, foi o ápice de meses de turbulência política e uma crise constitucional que exigiu a intervenção da Suprema Corte.

Khan alegou, sem provas, que os militares paquistaneses participaram de uma conspiração dos EUA para derrubá-lo. Washington, os militares paquistaneses e o governo de Sharif negaram a alegação. Enquanto isso, Khan vem realizando uma série de comícios em massa tentando pressionar o governo.

Em seu último discurso na noite de domingo (21) em um comício na cidade de Rawalpindi, nos arredores de Islamabad, Khan disse que os chamados "neutros" estão por trás da recente repressão contra seu partido. Ele usou no passado a frase "neutros" para falar dos militares.

"Um plano foi feito para colocar nosso partido contra a parede. Garanto a você que a situação do Sri Lanka vai acontecer aqui", ameaçou Khan, referindo-se aos recentes protestos econômicos que derrubaram o governo daquele país insular.

"Agora estamos seguindo a lei e a Constituição. Mas quando um partido político se desvia desse caminho, a situação dentro do Paquistão, quem vai parar o público? São 220 milhões de pessoas".

O partido de Khan vem realizando protestos em massa, mas o governo e as forças de segurança do Paquistão temem que a popularidade da ex-estrela do críquete ainda possa atrair milhões para as ruas. Isso pode pressionar ainda mais o país com armas nucleares, enquanto luta para garantir um resgate de US$ 7 bilhões do Fundo Monetário Internacional em meio a uma crise econômica, exacerbada pelo aumento dos preços globais dos alimentos devido em parte à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

No domingo, o grupo de defesa de acesso à internet NetBlocks disse que os serviços de internet no país bloquearam o acesso ao YouTube depois que Khan transmitiu o discurso na plataforma, apesar de uma proibição emitida pela Autoridade Reguladora de Mídia Eletrônica do Paquistão.

A polícia prendeu o assessor político de Khan, Shahbaz Gill, no início do mês, depois que ele apareceu no canal de televisão ARY TV e instou soldados e oficiais a se recusarem a obedecer "ordens ilegais" da liderança militar. Gill foi acusado de traição, que acarreta pena de morte sob o ato de sedição do Paquistão, que decorre de uma lei da era colonial britânica. A emissora de televisão também permanece fora do ar após essa transmissão.

Khan alegou que a polícia abusou de Gill enquanto estava sob custódia. A polícia diz que Gill sofre de asma e não foi abusado enquanto estava detido.

Gill recebeu alta de um hospital para comparecer a uma audiência na segunda-feira. Ele apareceu saudável em imagens de televisão quando saiu para o tribunal em meio a uma forte segurança. O tribunal então ordenou que ele fosse devolvido à custódia policial para dois dias de interrogatórios, disse a ministra da Informação, Maryam Aurangzeb. Ele provavelmente aparecerá novamente no tribunal na quinta-feira. Fonte Associated Press.

Um grupo de homens armados atacou neste domingo (5) uma igreja católica na região de Ondo, sudoeste da Nigéria, e matou uma grande quantidade de fiéis, informaram o governo e a polícia.

O ataque aconteceu durante a missa matinal na igreja católica de São Francisco na localidade de Owo, situada no sudoeste do país, uma região onde os atentados jihadistas e de grupos criminosos não são comuns.

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"Ainda é cedo para dizer quantas pessoas morreram. Mas muitos fiéis perderam suas vidas e outros ficaram feridos", disse à AFP Ibukun Odunlami, porta-voz da polícia na região de Ondo.

Abayomi, testemunha do ataque, afirmou que pelo menos 20 pessoas foram mortas. "Eu passava pelo bairro, quando ouvi uma explosão e tiros dentro da igreja", contou.

Por ora, não se sabe quem foram os responsáveis nem a motivação do ataque, descrito pelo presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, como "um assassinato odioso de fiéis".

O Papa lamentou a "morte de dezenas de fiéis" e disse que rezava pelos mesmos.

Há 12 anos, a Nigéria enfrenta uma insurreição jihadista no nordeste do país, enquanto grupos criminosos cometem sequestros envolvendo grandes quantidades de pessoas no noroeste e grupos separatistas operam no sudeste.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Sicário, com o fim de reprimir a prática de atos preparatórios de terrorismo. Ao todo, 14 policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária. 

A investigação teve início após comunicação da Universidade Federal de Jataí de que um aluno teria feito graves ameaças contra a comunidade universitária. 

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Durante as investigações, foram constatados fortes indícios que revelaram a iminência de um atentado, pelo que foi necessária ação rápida e efetiva da Polícia Federal. 

O investigado poderá responder pela prática do crime de realização de atos preparatórios de terrorismo (art. 5º da Lei n. 13.260/2016), cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão, entre outros que venham a ser elucidados até a conclusão das investigações.

Da assessoria

O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, na sexta-feira (25), que vai enviar ao Congresso Nacional projetos que ampliam situações que configuram legítima defesa, inclusive as que envolvem agentes de segurança e alteram a lei de terrorismo. O anúncio foi feito durante evento do Ministério da Justiça. 

O governo enviou ao Congresso, em 2019, o pacote anticrime, que propunha alterações na legislação penal. Entre as proposições, estava a ampliação das situações que configurariam excludente de ilicitude (determinadas situações que podem levar à isenção de pena).

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O Código Penal determina como causas excludentes de ilicitude casos de legítima defesa, estado de necessidade e no estrito cumprimento do dever legal. Essas disposições podem ser utilizadas por agentes de segurança e, a depender do caso, por qualquer cidadão. 

“Devemos trabalhar e buscar o entendimento entre os poderes para que, no futuro, espero que não demore muito, o policial, ao cumprir sua missão vá pra casa repousar, reencontrar-se com a sua família e, no dia seguinte, receber uma medalha e não a visita de um oficial de justiça. A vida dessas pessoas se decide em frações de segundos, é uma classe especial, e nós temos que ter consciência disso”, disse o presidente. 

Projetos

Um dos textos altera a legislação no que se refere à legítima defesa. Desta forma, o governo pretende incluir um artigo para prever que a legítima defesa pode ser configurada para evitar ato ou iminência de ato "contra a ordem pública ou a incolumidade das pessoas mediante porte ou utilização de ostensivos por parte do agressor ou suspeito, de arma de fogo ou instrumento capaz de gerar morte ou lesão corporal de natureza grave", ou de terrorismo, como revelou a TV Globo. 

Um parágrafo da proposição afirma que "considera-se exercício regular de direito a defesa da inviolabilidade do domicílio". Uma outra mudança reduz as situações consideradas excesso no direito à defesa, condição que pode impedir a isenção de pena. 

A proposta fala em "continuar empregando meios para defesa de si ou outrem, mesmo tendo cessado a agressão".

Pelo menos 21 pessoas morreram na quarta-feira (16), entre elas dois policiais, em um ataque de supostos jihadistas a um ônibus e um caminhão no sudoeste do Níger, perto de Burkina Faso - informou uma fonte local de segurança nesta quinta, à AFP.

"Um ataque terrorista realizado na tarde de quarta-feira por indivíduos fortemente armados em uma motocicleta e em um veículo deixou 19 mortos entre os passageiros de um ônibus, incluindo dois policiais, e outros dois mortos no ataque a um caminhão", relatou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

Os dois veículos foram incendiados, afirmou, acrescentando que os dois ocupantes do caminhão, que transportava frutas e legumes, morreram queimados. Além disso, cinco passageiros do ônibus ficaram gravemente feridos, entre eles um policial. Todos foram levados para a capital, Niamey.

Quatro mulheres e três homens sobreviveram ao ataque.

A região das "Três Fronteiras" - entre Níger, Burkina Faso e Mali - é, desde 2017, palco de ações sangrentas de movimentos jihadistas ligados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico (EI).

As autoridades britânicas classificaram, nesta segunda-feira (15), como um "incidente terrorista" a explosão de um táxi em frente a um hospital em Liverpool no domingo, elevando para "grave" o nível de alerta de potenciais ameaças ao território.

"Elevamos o nível de ameaça de importante para grave", declarou a ministra na televisão, ressaltando que a ocorrência de Liverpool foi o segundo ato considerado terrorista depois do assassinato do deputado David Amess há um mês.

Este nível de ameaça significa que o risco de um atentado é considerado "altamente provável".

Em declarações nesta segunda, o premiê Boris Johnson disse que o povo britânico "nunca se deixará intimidar pelo terrorismo".

"Nunca cederemos ante os que querem nos dividir com atos insensatos", completou.

Johnson também expressou seu apoio "a todos os afetados pelo terrível incidente em Liverpool".

"Quero agradecer aos serviços de emergência por sua rapidez na intervenção e pelo profissionalismo, e à polícia, por seu trabalho investigativo contínuo", tuitou.

Na noite de ontem, a polícia antiterrorismo informou no Twitter que "três homens de 29, 26 e 21 anos" foram detidos "no âmbito da lei de terrorismo", na zona de Kensington. Hoje, a polícia anunciou a detenção de um quarto indivíduo, de 20 anos.

As razões da explosão ainda são desconhecidas, disse o diretor da polícia antiterrorista no noroeste da Inglaterra, Russ Jackson.

- Artefato artesanal -

Os investigadores acreditam que o artefato explosivo tenha sido "fabricado" pelo passageiro, que o levou para dentro do veículo e morreu na deflagração.

O passageiro pegou um táxi na avenida Rutland, em Liverpool, e pediu para ir ao Hospital para Mulheres, a 10 minutos de carro.

A polícia revistou um domicílio nesta avenida, onde "foram encontrados artigos significativos, e mais investigações serão necessárias hoje e potencialmente nos próximos dias". Os policiais também revistaram outro endereço.

Esta manhã, o entorno da avenida continuava isolado, e um "pequeno número de casas foi evacuado por precaução", informou a polícia da Grande Manchester.

A explosão ocorreu pouco antes das 11h locais (8h em Brasília) durante as homenagens às vítimas da guerra, o "Dia da Lembrança", no Reino Unido. A apenas algumas centenas de metros dali, soldados, veteranos e o público se reuniam na cerimônia, realizada na Catedral de Liverpool.

A polícia não sabe se a explosão também tinha as celebrações como alvo. De acordo com a imprensa local, citando investigadores e amigos do taxista, uma outra versão do ocorrido é que o passageiro quis ir primeiro à catedral. Como algumas ruas estavam fechadas, o motorista teve de passar em frente ao hospital.

"Não podemos estabelecer uma conexão neste momento, mas é uma linha de investigação que estamos explorando", disse Jackson na entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Ainda segundo ele, os investigadores acreditam ter a identidade do passageiro, mas preferem não revelá-la por enquanto.

Alguns tabloides e lideranças políticas chamaram o taxista de "herói". Ele se feriu na explosão, mas permitiu - segundo eles - evitar mortes. De acordo com a polícia, ele já deixou o hospital, onde estava sendo atendido.

"O caso ainda está sob investigação, então não posso comentar os detalhes, ou dizer exatamente que tipo de incidente foi (...), mas parece que o taxista em questão se comportou com incrível coragem", disse Johnson, durante visita a um centro médico de Londres.

A investigação está sob responsabilidade da polícia antiterrorista, com o apoio do serviço de Inteligência MI5, informou a rede BBC.

De acordo com o Daily Mail, o motorista percebeu que o passageiro era "suspeito" e trancou-o no táxi antes de fugir.

"O motorista de táxi, com seus esforços heróicos, conseguiu evitar o que poderia ser uma catástrofe terrível no hospital", afirmou a prefeita de Liverpool, Joanne Anderson, em entrevista à BBC nesta segunda.

Ela confirmou que o motorista havia "trancado as portas" do veículo.

O presidente do Partido Conservador, Oliver Dowden, aproveitou para destacar que este episódio "nos lembra que a ameaça do terrorismo não desapareceu".

O número de investigações da Polícia Federal por suspeita de terrorismo diminui desde o ano passado. De janeiro até agora, foram abertos apenas seis inquéritos sobre o tema. Caso o ritmo se mantenha pelos próximos meses, a PF deve fechar o segundo ano de queda nos casos de apurações desse crime. No ano passado, foram 12 investigações abertas - metade do volume de 2019, que teve recorde de 24.

Investigações com base na Lei Antiterrorismo, de 2016, são raras. Foram seis inquéritos em quase dez meses. No mesmo período, a PF abriu 798 apurações por suspeitas de desvio de dinheiro público, 472 para investigar fraude a licitação e 381 contra organizações criminosas. Suspeitas de crime contra a segurança nacional motivaram 47 inquéritos.

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Essa redução no número de investigações se dá no momento em que a Câmara discute um projeto que amplia o alcance de ações contra o terrorismo. Analistas e entidades que representam policiais consideram a proposta em discussão inconstitucional e desnecessária, diante da ausência de ameaças terroristas relevantes no País, e alertam para o risco de perseguição de ativistas e movimentos sociais.

Um desses seis casos no ano levou à prisão preventiva de um suspeito em Maringá, no Paraná. A apuração teve início quando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passou a monitorar um jovem que publicava vídeos em que exibia armas e munição, e dizia ter vontade de realizar um ataque suicida. A Abin repassou informações à PF, que pediu a prisão temporária dele.

A prisão ocorreu há um mês. Na casa do suspeito, policiais encontraram uma espingarda calibre 32 e simulacros de armas. A corporação diz que ele chegou a discutir uma viagem ao Iraque para se filiar a uma organização extremista. O jovem continua preso.

Para o presidente da Associação Nacional de Delegados da PF, Edvandir Paiva, o caso ilustra como a atuação dos órgãos de segurança já seria suficiente para conter as poucas suspeitas de atividade radical no País: o jovem foi detido antes que pudesse cometer um eventual ataque, em uma ação que teve a colaboração entre os dois órgãos responsáveis por monitorar e combater esse tipo de ameaça. "Entendemos que a legislação, hoje, é suficiente, e que esse projeto não está trazendo nada que possa realmente modernizar e facilitar o combate ao terrorismo", disse Paiva.

‘Autoridade’

 

Um dos pontos mais questionados na proposta é a criação de uma Autoridade Nacional Contraterrorista, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e ao presidente da República. Essa entidade teria poderes para infiltrar agentes em grupos suspeitos e acessar dados de localização de celulares, por exemplo, e seus agentes. Para especialistas, o órgão não se encaixa na ordem jurídica do País.

"É uma autoridade que está fora da persecução penal: não é o juiz, não é o delegado, não é o promotor e não é a defesa. Ou seja, é alguém de fora com um poder muito amplo", afirmou Paiva. Já para o autor da projeto, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), o texto tem diretrizes para orientar qual é a responsabilidade de cada órgão de segurança no caso de uma ameaça iminente. "Se formos ver as leis atuais, elas não são explícitas em relação ao papel de cada órgão", disse o parlamentar quando a comissão para tratar do projeto foi instalada. Ele também rebateu a tese de que a lei poderia ser usada para perseguir críticos do governo. Segundo o deputado, o instrumento não poderia ser usado contra "movimentos que fizerem manifestações pacíficas ou até mais exaltadas, mas sem colocar em risco a vida de pessoas".

Tipificação

 

A Lei Antiterrorismo fez cinco anos em 2021 com um total de 11 pessoas condenadas. Até nas maiores operações contra supostos terroristas no País houve casos em que a Justiça recusou as acusações e de suspeitos que, após prisões preventivas, não foram processados.

A proposta em discussão na Câmara permitiria reprimir situações que hoje não são tipificadas como terrorismo. Um artigo do projeto prevê combater qualquer ato que "aparente ter a intenção de intimidar ou coagir a população civil ou de afetar a definição de políticas públicas por meio de intimidação, coerção, destruição em massa, assassinatos, sequestros ou qualquer outra forma de violência". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As autoridades do Marrocos anunciaram nesta terça-feira (14) que desmantelaram uma célula "terrorista" no sul do país, afiliada ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e que três suspeitos foram detidos.

De acordo com um comunicado do Escritório Central de Investigação Judicial (BCIJ, na sigla em francês) publicado pela agência de notícias oficial MAP, os três suspeitos que foram detidos na localidade de Errachidia, no sudeste do país, têm 21, 27 e 37 anos e planejavam "ações terroristas".

A nota acrescenta que os suspeitos já tinham escolhido "como alvo iminente de assassinato" uma pessoa que trabalha em "um serviço de utilidade pública".

As diligências realizadas permitiram que os agentes confiscassem uniformes paramilitares, manuscritos que fazem apologia de "operações terroristas", material para divulgação digital e cartazes.

Estes últimos mencionam a região de "Khorasan", a "província" do braço do EI no Afeganistão, como o novo campo de batalha, segundo o comunicado.

Além disso, o líder da célula terrorista se dedicava "ao treinamento e recrutamento", detalhou o BCIJ.

No fim do mês de junho, o BCIJ deteve quatro suspeitos filiados ao EI na região de Marrakech, no sul do país, que tinham a intenção de colocar em prática os planos "das organizações terroristas internacionais" para realizar atentados no Marrocos.

A monarquia árabe do norte da África, que nos últimos anos vem tentando se livrar da violência vinculada a grupos jihadistas, foi palco de um ataque em 2018 contra duas turistas escandinavas, que foram decapitadas em nome do EI.

Cerca de uma semana antes do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, o Brasil foi incluído na lista de alerta internacional de países que preocupam em relação à defesa dos direitos humanos. O país não era citado pela entidade desde a redemocratização.

Na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda (13), a representante de direitos humanos da entidade, Michelle Bachelet, afirmou que alteração de três leis do pacote antiterrorismo proposta pelo governo brasileiro ameaça ativistas e entidades da sociedade civil. A mudança é vista como uma movimentação para silenciar a oposição e limitar o direto de protesto, bem como liberdades individuais.

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"Meu escritório também está preocupado com a nova proposta de legislação antiterrorista no Brasil que inclui disposições excessivamente vagas e amplas que apresentam riscos de abusos, particularmente contra ativistas sociais e defensores dos direitos humanos", criticou ao comentar sobre o projeto que estende a definição de terrorismo, libera a infiltração de agentes públicos em manifestações e autoriza operações sigilosas.

A comissária também se mostrou atenta aos abusos contra povos indígenas, em especial o Yanomami. "Estou alarmada com os recentes ataques contra membros dos povos Yanomami e Munduruku por garimpeiros ilegais na Amazônia [...] tentativas de legalizar a entrada de empresas em territórios indígenas, e limitar a demarcação de terras indígenas - notadamente através de um projeto de lei que está sendo analisado na Câmara dos Deputados - também são motivo de grande preocupação", destacou Bachelet.

A lista de alerta de direitos humanos da ONU é composta por aproximadamente 40 países dentre Haiti, Honduras, Guatemala e El Salvador, Mali, Filipinas, Myanmar, Níger, Ucrânia, China ou Venezuela.

O processo contra o homem acusado de ser o autor intelectual dos atentados de 11 de setembro, Khalid Sheikh Mohammed, e outros quatro acusados foi retomado nesta terça-feira (7), mas a conclusão parece distante, na véspera do 20º aniversário dos ataques.

Mohammed, com uma grande barba, e os outros réus compareceram ao tribunal na base naval dos Estados Unidos na Baía de Guantánamo, Cuba, para a retomada do processo, após uma pausa de 18 meses provocada pela pandemia de covid-19.

O tribunal militar estava repleto de promotores, intérpretes e cinco equipes de defesa para Mohammed e os supostos cúmplices Ammar al-Baluchi, Walid bin Attash, Ramzi bin al-Shibh e Mustafa al-Hawsawi.

Entre o público, atrás de espessa proteção de vidro, estavam parentes das 2.976 pessoas que morreram nos ataques de 2001, assim como repórteres para acompanhar a audiência, a poucos dias do sombrio aniversário dos atentados, que acontecerá no próximo sábado.

Os cinco acusados, que estão detidos na prisão militar americana há quase 15 anos, podem ser condenados à pena de morte por acusações de assassinato e terrorismo no tribunal de crimes de guerra.

Mas, com o processo ainda em sua fase de prévia ao julgamento nove anos após o início, e marcado pela questão central do momento, a de que as provas do governo estão contaminadas pela tortura que os réus sofreram sob a custódia da CIA, não se vislumbra um fim imediato.

O processo é presidido por um novo juiz militar, o coronel da Força Aérea Matthew McCall, o oitavo do caso.

O oficial decidiu que a audiência de terça-feira seria consagrada a suas próprias qualificações. O restante da semana será marcado principalmente por reuniões com os procuradores militares e as equipes de defesa.

E a fase prévia ao julgamento pode demorar mais um ano, o que adiaria o aguardado veredicto.

Ao ser questionado se o caso poderia finalmente chegar a este ponto, um advogado de defesa, James Connell, respondeu: "Não sei".

- Impacto duradouro da tortura -

Os advogados afirmam que os cinco homens estão fisicamente debilitados pelos efeitos duradouros das graves torturas que sofreram nos centros clandestinos de detenção da CIA entre 2002 e 2006.

Além disso, deve ser adicionado o impacto acumulativo de 15 anos passados em condições duras e de isolamento.

Os réus são representados por advogados designados pelo exército, assim como advogados 'pro bono' do setor privado e de organizações não governamentais.

- Caso encerrado? -

Desde o início do caso, os promotores o consideram encerrado, inclusive sem as informações contaminadas obtidas nos brutais interrogatórios da CIA.

Eles afirmam que apresentaram provas sólidas contra os acusados dos ataques de 11 de setembro durante os chamados interrogatórios de "equipe limpa", organizados pelo FBI em 2007, depois que os cinco chegaram a Guantánamo.

Mas os advogados de defesa argumentam que os interrogatórios de 2007 dificilmente foram "limpos" porque o FBI também foi parte das torturas organizadas pela CIA.

Os acusados falaram com os interrogadores do FBI porque temiam ser martirizados novamente, afirmaram.

"Não se enganem, acobertar a tortura é a razão pela qual estes homens foram levados a Guantánamo", e não apresentados a um juiz federal em território americano, disse Connell, advogado de Baluchi.

- Atrasos -

Para provar seu caso, a defesa exige enormes quantidades de material confidencial que o governo resiste a entregar, que vão do programa de tortura original até as condições que imperavam em Guantánamo e as avaliações do estado de saúde dos detentos.

Os advogados pretendem ainda entrevistar dezenas de testemunhas adicionais, depois que 12 já compareceram ao tribunal, incluindo dois homens que supervisionaram o programa da CIA.

As demandas atrasaram o julgamento, mas a defesa culpa o governo por esconder de maneira ativa materiais relevantes para o caso.

Alka Pradhan, outro advogado de defesa, destacou que o governo demorou seis anos para admitir que o FBI participou no programa de tortura da CIA.

"Este caso é exaustivo", disse. "Estão retendo coisas que são procedimentos normais nos tribunais".

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, 2, um jovem por "possíveis atos preparatórios de terrorismo". De acordo com a PF, as investigações "apontam para o recrutamento e radicalização do jovem por meio virtual". Ele teria assumido "uma visão religiosa extremista e violenta, com potencial para provocar atos definidos em lei como terrorismo’, dizem os investigadores.

"A PF apurou que o indivíduo vinha mantendo contato direto com radicais islâmicos no exterior, manifestando intenção de viajar para outros países, como o Iraque, e incorporar-se a organizações terroristas", registrou a corporação em nota.

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Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do suspeito foram apreendidos uma espingarda calibre 32 e "muitos simulacros de arma", diz a corporação. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal de Maringá e fazem parte de operação batizada como Trastejo. De acordo com a PF, o nome da ofensiva se dá em razão de o investigado divulgar ser professor de música nas redes sociais, fazendo referência a "um defeito no braço do instrumento de corda que provoca problemas na emissão do som".

Segundo a Polícia Federal, o suspeito divulgou vídeos em grupos na internet em que, encapuzado, "exibia armas, munição, rádio comunicador, cédulas de dólares americanos, dentre outros itens, proferindo conteúdo extremista e manifestando desejo de executar mortes de inocentes em uma ação suicida".

Os investigadores apontam que o jovem preso tem extenso histórico de registros criminais, incluindo posse de entorpecente, ação penal pela prática do crime de homicídio qualificado e condenações por posse irregular de arma de fogo e por tentativa de roubo.

"A investigação constatou que o preso possui treinamento para o manuseio e emprego de armas, além de motivação (radicalismo religioso) e meios (armas e munições), podendo a qualquer momento ou oportunidade fechar o ciclo para a consumação de ato terrorista. Conforme previsão da Lei de Enfrentamento ao Terrorismo sobre a prática de atos preparatórios ao terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito (art. 5º, caput, da Lei n. 13.260/2016), a Polícia Federal desencadeou a operação de hoje. As penas previstas na lei chegam a 30 anos de reclusão", explicou a PF em nota.

A Polícia Civil de Goiás afirma ter descoberto, na manhã desta quinta-feira (27), que um jovem de 16 anos planejava um massacre nas escolas da capital goiana. A investigação contou com o apoio da “Homeland Security Investigations”, da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Após troca de mensagens indicando a intenção de ataques a escolas da capital, um menor de 16 anos de idade foi apreendido por prática de ato infracional análogo ao crime do art. 20 da Lei 7716/89 (racismo).

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No aparelho celular do adolescente, foram encontrados inúmeros indícios de participação em grupos que planejam massacres a escolas, além de apoio às ações e doutrina nazista.

Também foram encontrados anotações e desenhos feitos à mão, cujas imagens são de cunho violento e enaltecem o nazismo por meio de dizeres e símbolos.

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Foi lavrado um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) em desfavor do menor na DPCA e as investigações seguem para identificação de outros possíveis autores de crimes de racismo e terrorismo.

Em viagem à Israel durante os dias 7, 8 e 9 de março, a comitiva brasileira enviada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) ao país no mediterrâneo debateu mais do que soluções sobre a Covid-19: terrorismo estatal, liberdade de culto e cooperação espacial também foram temas do encontro diplomático. A priori, a viagem havia sido registrada com o intuito de tratar sobre um spray nasal que ajuda a combater o coronavírus. A informação consta em documentos enviados à CPI da Covid pelo Itamaraty.

Segundo o MRE, a iniciativa da viagem partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sob a justificativa de que desde o início de seu governo, "o Brasil procurou elevar a patamar inédito o nível do relacionamento bilateral com Israel nos mais diversos domínios".

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Anteriormente, a pasta negou que questões de segurança internacional, armamentos e munições tivessem sido abordadas.  Porém, trecho do documento mostra que a delegação foi recebida pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para tratar sobre temas como saúde, educação, ciência, tecnologia e inovação, defesa, segurança, cooperação espacial e agricultura.

"Reafirmaram ademais, a relevância da coordenação política entre os dois países em fóruns internacionais; a preocupação com o terrorismo estatal e o crime transnacional em suas respectivas regiões; e o compromisso conjunto de salvaguardar o princípio da liberdade de culto e lutar contra o antissemitismo", diz o documento.

Parte dos documentos entregues à comissão está sob sigilo. Já aqueles que são públicos, não detalham o que foi debatido nos encontros.

Debate sobre a Covid-19

O grupo cumpriu agenda com autoridades, empresas e entidades locais para discutir sobre o desenvolvimento de vacinas, tecnologias utilizadas no campo da saúde, além de soluções no desenvolvimento de antivirais, telemedicina, terapias avançadas e saúde digital. Não há, porém, detalhes sobre essas ações e acordos.

Durante a viagem foi assinada uma carta de intenções entre o MCTI e o Hadassah Medical Organization, voltado para cooperação científica e troca de informações relacionadas a novas vacinas e tratamentos antivirais, com foco no enfrentamento da Covid. "O entendimento também prevê participação da RedeVírus do MCTI nessas pesquisas", diz o documento.

A delegação brasileira também se reuniu com o diretor do Hospital lchilov/Sourasky, Dr. Ronni Gamzu. lchilov é o hospital responsável pelo desenvolvimento do spray nasal EXO-CD24. No encontro, diz o Ministério, foi tratado, sem chegar à finalização, de uma de carta de intenções que previa o compartilhamento de informações, boas práticas e apoio técnico, analítico e logístico com contraparte brasileira, com vistas à participação do país no desenvolvimento conjunto do produto (fases 2 e 3 dos estudos), caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) autorizassem ensaios clínicos no Brasil.

Cooperação espacial

Ainda segundo o relatório do MRE, a delegação brasileira manteve duas reuniões adicionais no dia 8 da viagem, a pedido do governo israelense. Na primeira, com representantes do lsrael Export Institute, órgão financiado pelo governo e setor privado, responsável pela promoção das exportações daquele país na área de equipamentos médicos e de saúde, decidiu-se formar grupo de trabalho com o objetivo de estabelecer plano conjunto de ações para 2021, com foco em soluções para o combate à pandemia.

O segundo encontro foi com o diretor da Agência Espacial lsraelense, Avi Blasberger. O documento diz que na ocasião "foram traçadas as perspectivas da cooperação Brasil-lsrael no campo espacial, com ênfase na participação do Brasil no prometo israelense Beresheet-2 (Gênesis 2), que envolve o desenvolvimento e o envio de módulo à Lua, com pouso planejado em 2024". Também foi discutida a eventual negociação de acordo amplo entre as Agências Espaciais Brasileira e israelense.

O ator Lima Duarte perdeu a oportunidade de fazer parte de um dos maiores sucessos da televisão brasileira, a novela O Clone, de Glória Perez, por medo. Ele revelou, durante entrevista, que recusou um papel no folhetim de 2001 após se deparar com as imagens do atentado às Torres Gêmeas, nos EUA, o que o deixou com medo de possíveis ataques terroristas. 

Lima relembrou que havia sido escalado para a novela de Glória Perez mas mudou de ideia após o atentado de 11 de setembro. "Tive medo de os terroristas me pegarem. Os diretores tentaram me tranquilizar, porque era uma novela romântica. Foi uma bobagem minha, a novela foi um sucesso. Mas não fiz", disse o veterano em entrevista ao jornal Extra. 

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O Clone, escrita por Glória Perez, contava a história de amor entre uma muçulmana nascida no Brasil e um não-muçulmano. O romance do casal é envolto de proibições por conta das tradições islâmicas, que não permitem às mulheres da religião casarem com homens que não professam a mesma fé. A novela mostrou um pouco da cultura árabe e fez grande sucesso, no início dos anos 2000, entrando para a história da televisão nacional. 

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