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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu nesta quinta-feira, 30, por unanimidade, que o teto dos gastos das campanhas eleitorais deste ano será o mesmo da eleição de 2018, com valores atualizados pela inflação no período. A correção se dará com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A previsão é que os valores finais sejam divulgados apenas no dia 20 de julho pela área técnica da Corte. Se considerados os valores disponibilizados no último pleito presidencial, no entanto, é possível aferir que candidatos à Presidência poderão gastar até R$ 88 milhões no primeiro turno deste ano, ante R$ 70 milhões na última eleição; e R$ 44 milhões no segundo turno (acréscimo de R$ 9 milhões em relação a 2018, em números absolutos).

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Os gastos eleitorais devem ser definidos por lei própria elaborada no Congresso. Como este ano o parlamento não definiu os valores para o pleito, o entendimento do ministro Edson Fachin, presidente da Corte, foi que a Justiça Eleitoral deveria regulamentar o texto.

O critério de correção dos gastos pelo IPCA já é o padrão aceito pela Câmara dos Deputados em Lei Complementar de 2021, que ainda está em tramitação no Congresso Nacional. Em nota, o TSE aponta que Fachin salientou que a decisão não é uma inovação no tema, mas apenas cumpre um dever normativo de fixar valores a partir de normas já chanceladas.

Em dezembro de 2021 o tema foi pautado no TSE em consulta realizada pela deputada federal Adriana Ventura (Novo). Na ocasião, o ministro Mauro Marques decidiu que a fixação de limites de gastos é fundamental para "manter o equilíbrio entre os concorrentes".

Os valores para deputado federal e estadual também mudaram. Em 2018, eram R$ 2,5 milhões e R$ 1 milhão, respectivamente, e agora passam a R$ 3,2 e R$ 1,27 milhão. As campanhas para governador e senador são balizadas pelo tamanho da população de cada Estado. No caso de São Paulo, os candidatos ao governo poderão desembolsar até R$ 26,7 milhões no primeiro turno; e ao senado, R$ 7,12 milhões:

VEJA QUANTO CANDIDATOS A GOVERNADOR DE CADA ESTADO PODEM GASTAR

- Acre: 1º turno R$ 3.559.592 | Acréscimo 2º turno R$ 1.779.796

- Alagoas: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Amapá: 1º turno R$ 3.559.592 | Acréscimo 2º turno R$ 1.779.796

- Amazonas: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Bahia: 1º turno R$ 17.797.958 | Acréscimo 2º turno R$ R$ 8.898.979

- Ceará: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ R$ 5.784.336

- Distrito Federal: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Espírito Santo: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Goiás: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Maranhão: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Minas Gerais: 1º turno R$ 17.797.958 | Acréscimo 2º turno R$ 8.898.979

- Mato Grosso do Sul: 1º turno R$ 6.229.285 | Acréscimo 2º turno R$ 3.114.643

- Mato Grosso: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Pará: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Paraíba: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Pernambuco: 1º turno R$ 11.568.673| Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Piauí: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Paraná: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Rio de Janeiro: 1º turno R$ 17.797.958 | Acréscimo 2º turno R$ 8.898.979

- Rio Grande do Norte: 1º turno R$ 7.119.183 | Acréscimo 2º turno R$ 3.559.592

- Rondônia: 1º turno R$ 6.229.285| Acréscimo 2º turno R$ 3.114.643

- Roraima: 1º turno R$ 3.559.592 | Acréscimo 2º turno R$ 1.779.796

- Rio Grande do Sul: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Santa Catarina: 1º turno R$ 11.568.673 | Acréscimo 2º turno R$ 5.784.336

- Sergipe: 1º turno R$ 6.229.285| Acréscimo 2º turno R$ 3.114.643

São Paulo: 1º turno R$ 26.696.937 | Acréscimo 2º turno R$ 13.348.468

- Tocantins: 1º turno R$ 6.229.285 | Acréscimo 2º turno R$ 3.114.643

Após se reunirem na tarde desta quinta-feira, 16, em Natal (RN), os governadores que compõem o Consórcio do Nordeste voltaram a criticar o teto de 17% para o ICMS sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicações e transporte coletivo, aprovado ontem no Congresso com apoio do Palácio do Planalto. Em nota, os representantes dos Estados disseram que a medida, se sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, causará um prejuízo imediato de R$ 17,2 bilhões na arrecadação do Nordeste.

"Tal medida é ineficaz e revela a preocupação de manter os altos lucros da Petrobras e o rendimento de seus acionistas, permitindo assim a continuidade do sucateamento dos ativos de refino. É importante dizer que a principal responsável pelos preços dos combustíveis é a atual política de paridade de preços de importação, sobre a qual nenhum governador tem capacidade de intervenção", diz nota assinada pelo presidente do Consórcio e governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

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Os governadores falam também em "grave risco ao arranjo federativo brasileiro" com o projeto de lei complementar que estabelece o teto de 17% para o ICMS. "Se sancionado, haverá prejuízo imediato, para o Nordeste, de R$ 17,2 bilhões, afetando, principalmente, saúde, educação, cultura, segurança pública e assistência social", afirma outro trecho da nota.

"A medida, eleitoreira e inconstitucional, a pretexto de reduzir o preço dos combustíveis, vai tirar dinheiro da educação, da saúde e dos municípios de forma permanente em troca de uma diminuição de valores ao consumidor que não se sustentará", escreveu Câmara (PSB), no Twitter, ao anunciar a reunião de hoje.

O teto do ICMS virou uma queda de braço entre o Executivo e os Estados. Durante a discussão da proposta no Senado, os governadores e os secretários de Fazenda foram ao Congresso tentar convencer o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o relator, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a mudarem o texto para incluir medidas mais benéficas aos cofres dos governos estaduais.

O Senado chegou a aprovar uma mudança no cálculo do gatilho para que a União compense os Estados pela perda de arrecadação, a pedido dos governadores, mas a Câmara derrubou essa alteração e resgatou o texto original. Os Estados queriam que o gatilho de 5% de queda de receita levasse em conta apenas a arrecadação de combustíveis, energia, telecomunicações e transporte, mas os deputados definiram que o cálculo será feito com base na arrecadação total do ICMS.

"Tudo isso porque o Governo Federal não enfrenta a verdadeira questão que são os lucros abusivos da Petrobras e seus acionistas", criticou Câmara. Como mostrou ontem reportagem do Estadão/Broadcast, os governadores consideram ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o teto de ICMS. Alguns Estados estudam, inclusive, não aplicar a lei para combustíveis com base em análise jurídica das suas procuradorias.

A decisão da Câmara de mudar a base de cálculo das perdas com a fixação de um teto de 17% para o ICMS - que seriam compensadas a partir do acionamento de um "gatilho" - pode significar, na avaliação dos Estados, nenhum centavo de repasse.

A mudança das alíquotas do ICMS e a compensação dos Estados estão previstas em projeto aprovado nesta semana no Congresso, e que vai agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro. A alteração do tributo vale para combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações - itens que têm apresentado grande alta de preços, gerando preocupação entre os articuladores da campanha à reeleição de Bolsonaro.

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Depois de pressão dos secretários de Fazenda dos Estados, o Senado definiu que o gatilho para o governo federal compensar os Estados seria acionado quando houvesse queda real superior a 5% somente na arrecadação com combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte público. Por esse modelo, os Estados estimavam recuperar cerca de 80% das perdas. Além disso, os valores da compensação seriam corrigidos pelo IPCA, o indicador oficial de inflação.

Essa base de cálculo, porém, caiu quando o texto voltou para ser examinado na Câmara dos Deputados. Em votação concluída ontem, os deputados retomaram o projeto original, sem considerar as mudanças feitas pelos senadores. Agora, o gatilho está definido para disparar com a perda para todo o ICMS, e sem qualquer correção pela inflação.

O que deve acontecer, segundo avaliação dos Estados, é que o crescimento nominal das receitas com a tributação de outros setores (influenciado pela alta inflação) deve anular a queda de arrecadação com os quatro itens que terão o ICMS reduzido.

Cálculos obtidos pelo Estadão apontam que a fórmula que havia sido definida pelo Senado garantiria cerca de R$ 33 bilhões de compensação até o fim do ano, de um total de R$ 41 bilhões em perdas (valor que chegaria a R$ 82,6 bilhões no acumulado de 12 meses). Isso sem considerar o impacto no diesel. Para esse produto, o governo promete compensar a desoneração a zero por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso com custo de quase R$ 30 bilhões.

Durante as negociações no Senado, os Estados manifestaram ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), receio de que as mudanças negociadas acabassem não prevalecendo na Câmara - comandada por Arthur Lira (Progressistas-AL), principal aliado do governo - ou mais tarde fossem vetadas por Bolsonaro. Eles receberam uma sinalização política de que, caso o presidente vetasse os pontos centrais, o veto seria derrubado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) rejeitou uma emenda para incluir os componentes da cesta básica no projeto do teto do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. O relator do projeto também descartou usar dividendos da Petrobras para compensar Estados pela perda de arrecadação com o tributo estadual.

A emenda para definir os componentes da cesta básica como itens essenciais havia sido apresentada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O projeto do teto do ICMS se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a aplicação de alíquota do tributo superior a 17% para bens e serviços essenciais.

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Já a emenda que previa o uso de dividendos da Petrobras para compensar de forma integral os Estados, durante quatro anos, pela perda de arrecadação, havia sido protocolada pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG).

Bezerra também rejeitou aumentar a cobertura do auxílio-gás de 50% para 100% do preço do botijão e instituir um "Benefício Combustível (BC)" para atenuar os custos da aquisição de combustíveis por motoristas profissionais autônomos e para famílias de baixa renda.

O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator do projeto de lei que estabelece um teto de 17% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia elétrica e combustíveis, informou nesta terça-feira, 7, que vai apresentar seu parecer na quarta-feira, 8.

O parlamentar se reuniu nesta terça com o presidente do Senado, Rod A votação da proposta, segundo ele, deve ocorrer na próxima segunda-feira, 13 rigo Pacheco (PSD-MG), e com líderes partidários para negociar os detalhes do parecer. A votação da proposta, segundo ele, deve ocorrer na próxima segunda-feira, 13.

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"Essa saída por redução de tributação não é uma inovação do Brasil. Os Estados Unidos estão indo por esse caminho, a Europa está indo por esse caminho e muitos outros países estão indo no sentido de aliviar a tributação nesse período excepcional que vai até 31 de dezembro deste ano", declarou o senador, em entrevista coletiva.

Nesta terça à noite, Pacheco vai se reunir com um grupo de governadores e, na quarta, com outro. A posição deles, de acordo com Bezerra, será levada em conta no relatório que será apresentado na quarta.

Na disputa com governadores para reduzir o ICMS, o governo promete jogar duro no Congresso para mostrar aos senadores que os Estados estão com o caixa cheio e descumpriram a lei aprovada em março que poderia ter garantido uma queda de R$ 0,60 no preço do diesel nas bombas.

Dados do Ministério da Economia apresentados a parlamentares apontam que os Estados tinham R$ 172 bilhões em caixa no dia 31 de março - resultado do acúmulo de medidas, segundo o governo federal, do "maior repasse que já teve na história para Estados e municípios de forma republicana".

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Segundo um auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes, os governadores se apresentam como "coitadinhos" por estarem perdendo recursos com medidas recentes para tentar segurar o preço de combustíveis, ao mesmo tempo que concedem entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões de aumento salarial a seus servidores. Pelos cálculos do governo, dos 27 governadores, 25 concederam reajustes de salários.

O esforço do governo é para que os senadores deem aval a projeto aprovado na quarta-feira, 25, na Câmara que fixa um teto de 17% para o ICMS sobre energia elétrica, combustíveis, gás natural, querosene de aviação, transporte coletivo e telecomunicações. Nesse projeto, foi incluído dispositivo para tornar impositivo o cumprimento da regra de transição do ICMS sobre o diesel que visava garantir a redução de R$ 0,30 do preço na bomba dos postos. Os outros R$ 0,30 foram previstos com a zeragem da tributação dos impostos federais sobre o diesel. A regra de transição previa a fixação de uma alíquota calculada com base na média dos últimos 60 meses.

'Harmonia'

O presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz), Décio Padilha, já pediu reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir o projeto do ICMS. Ao Estadão, Padilha, que é secretário de Fazenda de Pernambuco, disse que os Estados querem apresentar possíveis melhorias ao texto e demonstrar o desejo de construir o melhor caminho possível de forma "harmoniosa".

"O projeto traz graves prejuízos para os Estados e municípios porque reduzirá de forma significativa a arrecadação do ICMS", disse. Segundo ele, os Estados têm obrigações constitucionais para as áreas de saúde (12% do ICMS) e de educação (25%) e repasses aos municípios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiu, na manhã desta terça-feira, a nova troca no comando da Petrobras. Lula, que tem se colocado contra a privatização da estatal e a política de paridade de preços da petroleira, afirmou que não adianta o presidente Jair Bolsonaro (PL) trocar o comando da estatal. "Ele tem que trocar de postura", disse o petista.

"Ele pode fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, trazer a Petrobras para mesa, trazer o conselho da Petrobras, e decidir que o preço não será dolarizado, que nós não vamos pagar o preço internacional, nós vamos pagar o preço do custo da gasolina aqui no Brasil", sugeriu o petista durante entrevista à rádio Rádio Mais Brasil News. Para Lula, Bolsonaro precisa "ter coragem de assumir a Presidência desse País de verdade".

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) demitiu o terceiro presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, que estava há pouco mais de 40 dias no cargo. A fritura de Coelho foi antecipada pelo Estadão no dia 13 de maio, assim como a preferência por Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia para substituí-lo, o que foi formalizado nesta segunda-feira, 23.

Teto de gastos

Na entrevista, o pré-candidato do PT à Presidência reafirmou que, caso eleito, não dará continuidade à política de teto de gastos públicos aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB). Para o petista, a medida visa a favorecer os banqueiros "gananciosos" e consiste em um mecanismo das "elites econômica e política" brasileiras para evitar investimentos em políticas públicas para a população. Lula ainda afirmou que o teto de gastos não é necessário em um "governo sério".

"Por que aprovaram teto de gastos? Porque os banqueiros são gananciosos. Eles exigiram que o governo garantisse o que eles têm direito de receber e tentaram criar problemas para investimento na Saúde, na Educação, na Ciência e Tecnologia", disse Lula.

Para o ex-presidente, essa política é um mecanismo da elite. "O teto de gastos foi uma forma da elite econômica brasileira e que a elite política fez para evitar que o pobre tivesse aumento dos benefícios, das politicas sociais, da educação e da saúde para garantir que os banqueiros não deixem de receber as coisas que o governo deve para ele."

A política de teto de gastos públicos, conhecida também como Emenda Constitucional 95, foi aprovada durante o governo de Michel Temer em 2016 e estabelece um limite para os gastos da União para os 20 anos seguintes, a contar a partir de 2017, tendo como base o orçamento do ano anterior. Com a medida, o governo federal tem seus gastos controlados por lei e limitados a um valor anual, que é corrigido todos os anos pela variação da inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior.

Caso o teto seja descumprido, fica proibida a elevação de despesas obrigatórias, como reajustes de salários de servidores, abertura de concurso público e concessão de incentivos fiscais. O texto da emenda ainda prevê que os critérios do teto de gatos podem ser revistos dez anos após de sua criação.

"No nosso governo haverá responsabilidade social e não teto de gastos", afirmou Lula. Candidato à reeleição e principal adversário do petista, o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que pode rever a política de teto de gastos após as eleições.

Representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foram cobrar explicações ao diretor do Hospital da Restauração (HR), na área Central do Recife, nessa quarta-feira (4), dois dias após parte do forro do teto da ala de traumas desabar. Devido ao incidente, pacientes foram transferidos às pressas, mas ninguém ficou ferido, garantiu o gestor.

A promotora Eleonora Marise Rodrigues e os analistas ministeriais Gilberto Abreu e Ana Carolina Thé (Medicina) e Alice Pereira da Silva (Engenharia Civil) ouviram do diretor do HR, Miguel Arcanjo dos Santos, que um cano estourado causou o alagamento que resultou no desabamento.

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Conforme foi repassado à 11ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, o buraco no teto foi fechado, no entanto, ainda falta o acabamento com massa corrida. A área já funciona normalmente. 

"Fazemos manutenção prévia, mas sempre haverá defeitos. Temos problemas estruturais sim. Estão dizendo que o hospital está caindo e isso não é verdade", assegurou o gestor do HR.

Riscos a estrutura do prédio serão realtados 

Os analistas vão produzir um laudo de engenharia e a diretoria da unidade ficou incumbida de encaminhar um levantamento com as urgências estruturais do edifício.

“A vistoria foi proveitosa para conferirmos o funcionamento da ala onde houve o incidente. A Promotoria de Justiça fará o exame dos documentos técnicos produzidos pelos analistas ministeriais e a documentação a ser enviada pela direção do hospital para, em seguida, adotar as medidas necessárias sobre o caso", destacou a promotora Eleonora Marise Rodrigues.

Superlotação

A superlotação da ala também chamou atenção do MPPE pela limitação ao trânsito dos profissionais de saúde entre as macas acumuladas.

Aumento da rede de atendimento

Um inquérito civil acompanha a requisição administrativa do Hospital Nossa Senhora do Ó e as tratativas para incorporar o Hospital Alfa - Boa Viagem à rede assistencial do SUS.

A audiência deve ocorrer ainda neste mês, com a participação dos secretários de Saúde e da Fazenda.

Com informações da assessoria

O sentimento de medo pelo que aconteceu no Hospital da Restauração, no centro do Recife, na última segunda-feira (2), quando um cano estourou e o gesso da unidade cedeu, permanece para alguns familiares. É o caso da cuidadora Solange Maria da Silva, 41 anos, que acompanha sua mãe há quase um mês no hospital. “Minha mãe me informou que minutos antes [do desabamento] tinham tirado ela pra varrer. Se não fosse isso, teria sido em cima da minha mãe”, contou.

A mãe de Solange deu entrada no dia sete de abril no HR após sofrer um derrame. Desde então, com um quadro delicado, ela vem sendo cuidada no hospital. Com tanto tempo acompanhando a matriarca, a cuidadora conta que já tinha visto água caindo do teto uma semana antes do ocorrido.

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“Era bem na área onde minha mãe estava, então eu conversei com a assistente social que me disse que a infiltração não era nada”, revelou. O problema é que esse “nada” afirmado anteriormente acabou resultando no rompimento na tubulação de água do hospital, que causou a queda de parte do teto da unidade.

“Na segunda-feira, quando aconteceu a situação, a gente estava aqui fora. Eles colocaram o maior guarda impedindo a gente de entrar e fecharam as portas”, lembrou Solange Maria, que só pôde ver a sua mãe por algumas horas na terça-feira (3). “Parecia que eu estava em outro setor. Vi limpeza, organização e a área mais branda. Estava tudo bem organizado”, disse. 

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Paulo Câmara diz que vai redobrar cuidado

Na terça-feira (3), o governador Paulo Câmara (PSB) declarou que serão autorizados os recursos financeiros necessários para "qualquer tipo de intervenção necessária para a Saúde". 

Ele garantiu que depois do desabamento começou a manter contato com a Secretaria Estadual de Saúde para verificar se havia outros pontos de fragilidade. "A gente não pode ter mais riscos como o que nós sofremos", comentou.

O que diz a Secretaria de Saúde

Sem citar o desabamento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou em nota que reconhece a grande demanda das emergências de Pernambuco e que a situação do HR, maior emergência do Norte e Nordeste, "é mais grave pela complexidade e grau de especialização da unidade. No entanto, o serviço não recusa atendimento, garantindo assistência a todos os pacientes."

A SES informou ainda que o orçamento de 2022 da Secretaria de Saúde para reformas, obras e equipagem das unidades da rede estadual de saúde é de mais de R$ 200 milhões. "A requalificação do HR está em fase de projeto e também está entre as prioridades da SES. Por enquanto, a equipe de manutenção predial já foi reforçada e atua de forma permanente na unidade", acrescentou.

A nota ressalta que, no começo deste ano, o Governo de Pernambuco realizou a requisição administrativa do prédio onde hoje já funciona o Hospital de Retaguarda de Neurologia, localizado no Prado, Zona Oeste do Recife. A unidade conta atualmente com 55 leitos e está recebendo pacientes encaminhados pelo HR.

O deputado estadual Antonio Coelho (União Brasil) quer que o desabamento da ala de traumas do Hospital da Restauração seja apurado em audiência pública. Parte do forro do teto da unidade de referência caiu na tarde dessa segunda-feira (2) e pacientes tiveram que ser retirados às pressas. 

A proposta foi apresentada pelo líder da Oposição na reunião da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta terça (3), mas o pedido esbarrou na base governista e contou apenas com apoio do deputado Romero Sales Filho (União Brasil). 

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Mesmo assim, Antonio garantiu que vai seguir defendendo a realização da audiência pública em outras comissões e no plenário da Casa. 

“O incidente no Hospital da Restauração não pode ser normalizado e esquecido como tantos outros já foram. Esse incidente tem que servir como fator de mobilização para a melhoria da gestão do hospital. O sofrimento dos pacientes não pode continuar invisível”, apontou o deputado. 

Por Alice Albuquerque

Parte do teto do Shopping Caruaru caiu nesta sexta-feira (28), após fortes chuvas no Agreste pernambucano. Ruas e avenidas também ficaram alagadas. A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) informou que choveu cerca de 20mm durante 30 minutos. 

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A reportagem do LeiaJá tentou contato com a assessoria de imprensa do shopping por telefone, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria. Nas redes sociais, internautas brincaram e fizeram memes com a situação da cidade. Além disso, compartilharam vídeos do teto do shopping caindo e relataram ser uma ocorrência “comum” quando chove forte. 

Confira vídeos do teto caindo:

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Desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais receberam, ao longo de 2021, subsídios que ultrapassam em mais de dez vezes o teto remuneratório do funcionalismo público, de R$ 39,3 mil. Os vencimentos brutos dos 260 magistrados, incluindo desembargadores da ativa (140), aposentados e convocados para atuar temporariamente na Corte, custaram R$ 252,5 milhões entre janeiro e novembro - os valores de dezembro ainda não estão disponíveis no Portal da Transparência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O TJ de Minas Gerais é o segundo maior do País, com 27.334 servidores. Fica atrás apenas de São Paulo, conforme dados do CNJ.

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O desembargador Dárcio Lopardi Mendes se aposentou em agosto e recebeu, de uma vez, R$ 563,6 mil brutos - o maior contracheque do ano. Em seguida aparecem os desembargadores Alberto Henrique Costa de Oliveira, com R$ 442,9 mil brutos em setembro, e Paulo Cezar Dias, com R$ 394,5 mil brutos em maio, também por causa de aposentadorias.

Em agosto, quando parcelas significativas foram depositadas a título de "direitos eventuais", 95 magistrados receberam mais de R$ 300 mil brutos cada. O segundo mês com maiores holerites foi abril, quando 176 desembargadores ganharam acima de R$ 200 mil brutos. Em todos os 11 meses com dados disponíveis, houve holerites superiores a R$ 79 mil brutos - o dobro do teto.

'Proporcionalidade'

Em nota ao Estadão, o TJ de Minas afirmou ser "comum" que magistrados "deixem de gozar as férias-prêmio durante toda sua carreira, optando por receber em espécie o valor correspondente, por ocasião de sua aposentadoria". "Os subsídios dos magistrados mineiros são pagos de acordo com a legislação vigente e guardam proporcionalidade com os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Alguns juízes e desembargadores podem receber, eventualmente, valores adicionais referentes a férias, férias-prêmio não gozadas e acumuladas ou reposições salariais", disse o TJ mineiro.

Ainda de acordo com o tribunal, "trata-se de passivo devidamente reconhecido na Casa, que vem sendo pago, parceladamente, observada a disponibilidade orçamentária/financeira" da Corte. "A suspensão de férias regulamentares ocorre por necessidade do serviço e, não havendo possibilidade de fruição, são indenizadas, observada resolução do CNJ."

Auxílios

A Constituição limita o holerite do funcionalismo público ao que recebe um ministro do Supremo, mas magistrados recebem auxílios que não entram no cálculo. São verbas indenizatórias (como auxílios para transporte, alimentação, moradia e saúde) e vantagens eventuais (como 13.º salário, reembolso por férias atrasadas e serviços extraordinários prestados) contadas fora do teto, abrindo caminho para os chamados "supersalários".

Levantamento do Centro de Liderança Pública mostrou que o Brasil poderia economizar R$ 2,6 bilhões por ano cortando valores recebidos acima do teto constitucional.

Para o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, os "privilégios" do Judiciário são "praticamente intocáveis". Especialista no monitoramento de gastos públicos, ele considera as férias de 60 dias e o direito de venda do período de descanso como os direitos mais "problemáticos", porque funcionam, na prática, como uma "complementação salarial". "Uma reforma administrativa justa deveria reduzir privilégios não só no Executivo, mas no Legislativo e no Judiciário, a começar pelos supersalários", afirmou Castello Branco.

No TJ-AM, remuneração de mais de R$ 200 mil

No Tribunal de Justiça do Amazonas, 20 dos 26 desembargadores receberam em novembro passado um contracheque de mais de R$ 100 mil líquidos. Somando todos os magistrados, foram pagos R$ 3,5 milhões líquidos, média de R$ 135,5 mil para cada um naquele mês.

O magistrado que mais recebeu no mês de novembro ganhou R$ 237 mil brutos. Ao vencimento de R$ 35,4 mil somaram-se "direitos eventuais, indenizações e direitos pessoais".

O TJ do Amazonas disse, em nota, que a remuneração dos magistrados "observa estritamente o teto constitucional" e que verbas "porventura agregadas" são pagas nos "exatos termos da lei e de resoluções" do CNJ.

O teto do supermercado Recibom (antigo Extrabom), localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, caiu na cabeça do funcionário identificado como David Lima, 41 anos, que precisou ser socorrido por uma equipe do Samu.

Segundo confirmado pela assessoria do Samu, a vítima foi socorrida consciente e orientada para o Hospital da Restauração, na área central do Recife. 

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O LeiaJá ligou para a unidade Recibom de Boa Viagem, onde aconteceu o fato, mas o atendente revelou que a o supermercado não teria nada para falar.

 

Em meio à crise gerada pelas mudanças no teto de gastos e debandada na equipe econômica, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deve ir ao Ministério da Economia às 14h30 (de Brasília) desta sexta-feira (22). De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia é mostrar apoio ao ministro, que, apesar de especulações, pretende permanecer no governo.

A expectativa é que, ainda nesta sexta-feira, sejam anunciados os novos secretários da Economia.

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Como mostrou o Broadcast mais cedo, o mais cotado para o cargo é Esteves Colnago: a tendência é que o novo secretário monte sua equipe em acordo com Guedes e escolha o novo secretário do Tesouro.

Os cargos estão vagos depois da debandada ocorrida na pasta após perder para a ala política a disputa interna no governo pela manutenção do teto de gastos.

Pediram exoneração na quinta-feira o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

Como mostrou o Broadcast na quinta à noite, além de Esteves Colnago, foi aventado o nome do atual secretário de Política Econômica (SPE), Adolfo Sachsida. Também foi citado o nome do secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, como opção.

Pesa a favor de Colnago o fato de ele ter bom trânsito no Congresso Nacional - algo que a equipe econômica precisa muito no momento. Além disso, ele foi ministro do Planejamento no governo Michel Temer, quando acumulou experiência na área.

Colnago é hoje um dos assessores mais próximos a Guedes e atua como chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, cargo responsável pelo relacionamento com parlamentares e a ala política do governo. No início do governo, ele ocupou o cargo de secretário especial adjunto de Fazenda. Ele é mestre em Economia pela Universidade de Brasília e foi presidente dos Conselhos de Administração da Casa da Moeda, de Recursos do Sistema Financeiro Nacional e de Administração do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Após um dia de forte aversão a risco no mercado financeiro, devido ao acordo firmado dentro do governo para alterar o teto de gastos e à decisão de criar um benefício a benefício a caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira (21) que o mercado fica "nervosinho" com as medidas anunciadas por ele. "Se vocês explodirem a economia do Brasil, mercado (sic), vão ficar prejudicados também", declarou ainda o chefe do Executivo em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Como mostrou o Broadcast/Estadão, o governo acertou uma mudança no teto de gastos como forma de viabilizar o pagamento de R$ 400 a beneficiários do Auxílio Brasil até o final de 2022, ano eleitoral. Já os caminhoneiros vão receber esse mesmo valor, também adiantado pela reportagem, como forma de compensar a alta do diesel.

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Após a mudança no teto de gastos, o ministério da Economia sofreu uma debandada. O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seus adjuntos pediram exoneração nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado. A notícia pode pesar nos negócios no pregão de amanhã.

Após a debandada de quatro integrantes do seu time, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a participação no 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (CBIC), que estava prevista para ocorrer às 19h.

Às 19h02, a assessoria da pasta chegou a informar que a agenda estava mantida. Seis minutos depois, porém, avisou do cancelamento.

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Nesta quinta-feira, após perder para a ala política a disputa interna no governo pela manutenção do teto de gastos, Guedes viu sair também parte dos seus principais auxiliares. Pediram exoneração do cargo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

A direção executiva nacional do PSDB decidiu estabelecer um teto de gastos para os pré-candidatos à Presidência disputarem a campanha de prévias na sigla. O partido pretende distribuir entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão do Fundo Partidário para cada postulante ao Planalto.

O valor não foi definido oficialmente porque os tucanos ainda não sabem quantos serão os inscritos, mas a expectativa da legenda é de que a disputa interna, marcada para 21 de novembro, se afunile entre os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).

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"O PSDB vai definir um valor compatível com a necessidade dos inscritos. Se forem quatro candidatos, o valor será menor. Vai haver um teto para equilibrar o jogo", disse o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo. A lei, porém, permite que os pré-candidatos também usem recursos próprios ou doações.

O PSDB tem orçamento mensal que varia de R$ 3,8 milhões a R$ 4,2 milhões, mas há uma reserva em caixa para pagar os custos logísticos das prévias. Metade desse valor é distribuída para os diretórios estaduais, com valores que correspondem às votações dos deputados e senadores de cada Estado.

Por ora, os diretórios do Rio Grande do Sul e de São Paulo estão pagando, respectivamente, as despesas de Leite e de Doria, que já estão em campanha pelo Brasil. Ambos têm viajado de jato fretado.

O senador Tasso Jereissati (CE), que está nos EUA, não está fazendo campanha nem pretende se deslocar pelo País. Em conversas reservadas, tucanos consideram pouco provável que ele leve a candidatura até o fim e preveem que ele deve apoiar Leite. Já o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, que também se coloca como pré-candidato do partido ao Palácio do Planalto, dificilmente conseguirá cumprir a regra que estabelece um mínimo de apoiamento nas bancadas: 1/3 dos deputados e 1/3 dos senadores.

Pela resolução aprovada, o colégio eleitoral será formado por quatro grupos de votantes - (1) filiados; (2) prefeitos e vice-prefeitos; (3) vereadores, deputados estaduais e distritais; (4) governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente da Comissão Executiva Nacional, deputados e senadores. Cada um desses grupos tem peso de 25% no total dos votos. O prazo de inscrição para as prévias termina em 20 de setembro. Em outubro, serão realizados cinco debates presenciais.

Pré-campanha de Doria cita 'João vacinador'

A pré-campanha de Doria é a mais estruturada e já conta com equipes de comunicação, apoio nas redes sociais e até um jingle. Em ritmo de repente, o governador é apresentado no clipe como candidato a presidente e chamado de "João vacinador". O refrão diz que ele vai "endireitar" o Brasil. A ideia é que uma casa seja alugada para servir de "bunker" para a equipe do governador paulista.

Apesar de contar com uma campanha profissional, o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, disse que o partido só gastou R$ 20 mil até o momento. "Estamos esperando a definição da (Direção) Nacional sobre os recursos para programar quanto iremos gastar até o final e se precisará de doação de recursos", afirmou o dirigente.

Procurado, o PSDB do Rio Grande do Sul não respondeu quanto já gastou com as viagens do governador Eduardo Leite.

No segundo semestre, o Senado tem entre suas tarefas analisar o projeto que combate supersalários de agentes públicos. O PLS 449/2016 — PL 6.726/2016 na Câmara — foi aprovado por unanimidade pelo Senado em 2016. Na última terça-feira (13), os deputados o aprovaram com várias mudanças. Agora, o substitutivo terá que ser analisado novamente pelos senadores.

Atualmente, o teto para os servidores federais é de R$ 39.293,32, existindo subtetos para estados e municípios, conforme determina a Constituição. Apesar disso, muitos servidores recebem acima desse valor porque algumas parcelas, como auxílio-moradia, auxílio-educação e auxílio-creche, podem ficar fora desse limite. A intenção do projeto, elaborado pela Comissão Especial do Extrateto,  é disciplinar o que pode e o que não pode ser contato no teto.

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"Infelizmente, em alguns setores, estão inventando privilégios para inflar o salário. Obedecer a Constituição de cá, mas tirar do recurso público do outro lado", afirmou a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que foi relatora do projeto no Senado.

De acordo com a senadora, as mudanças da Câmara eram necessárias para corrigir uma imperfeição no texto, apontada pelo relator, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR). A intenção é ratificar essa correção no Senado.

"A Constituição solicita que nós coloquemos na lei o que é permitido receber fora o salário, e, se não estiver escrito nesta lei, nada mais pode. Nós colocamos 'o que não pode'. Então nós queremos corrigir essa distorção e aprovar por unanimidade, para que a gente faça valer na sociedade o reconhecimento de que todos os brasileiros deverão e são iguais perante a lei", disse a senadora.

Pelas redes sociais, o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que foi vice-presidente da comissão responsável por elaborar o projeto, em 2016, afirmou que a aprovação do projeto pela Câmara representa um grande avanço para a sociedade brasileira. Além disso, disse o senador, a mudança representa um “cartão de visitas” para a reforma administrativa (PEC 32/2020), que está sendo discutida na Câmara.

“Servirá para todos os Poderes e órgãos, para que haja, em definitivo, o cumprimento de um dispositivo que é constitucional. Vou trabalhar para sua célere tramitação e sua aprovação, para que possa seguir logo para a sanção”, disse o senador pelas redes sociais.

Mudanças

Uma das principais novidades no texto aprovado pela Câmara é a punição para agentes públicos que excluírem do teto parcelas que não estejam expressamente relacionadas na lei. O objetivo é evitar que os órgãos criem normas administrativas para “furar” o limite salarial.

De acordo com o texto, essa exclusão configura crime de improbidade administrativa, com punição tanto para o agente que autoriza o pagamento quanto para aquele que o efetua. A pena é de detenção de 2 a 6 anos para quem excluir ou autorizar a exclusão do teto salarial.

O projeto aprovado no Senado já previa punição para o servidor que omitisse informações ou fornecesse informações falsas para receber acima do limite. O substitutivo aprovado na Câmara mantém essa previsão e sujeita esse servidor às mesmas penas impostas para o agente público que autorizar a exclusão de parcelas do teto.

Regras

De acordo com o texto da Câmara, 32 tipos de pagamentos são considerados indenizações, direitos adquiridos ou ressarcimentos e, por isso, ficam na lista dos que podem ser pagos acima do teto. Entretanto, há limites em alguns deles, geralmente relacionados ao teto específico para a remuneração do agente público.

As regras se aplicam aos agentes públicos de todas as esferas de governo (federal, estadual, distrital e municipal) e a todas as esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), incluindo Ministério Público, Defensoria Pública, contratados temporários, empregados e dirigentes de empresas públicas que recebem recursos dos governos (dependentes) para pagar salários e custeio, militares e policiais militares, aposentados e pensionistas.

Para certos tipos de pagamentos, o relator fixa um limite para o recebimento de valores a esse título. É o caso, por exemplo, do auxílio-alimentação, limitado a 3% do teto aplicável ao agente. Valores para o pagamento de plano de saúde serão limitados a 5% desse teto. Auxílio-transporte e auxílio-creche para crianças até 5 anos poderão ser recebidos em valores de até 3% do teto para o servidor.

Para diárias e indenização devida em virtude do afastamento do local de trabalho para execução de trabalhos de campo, o valor máximo será de 2% do teto por dia, exceto no caso de moeda estrangeira.

Além disso, o texto aprovado determina que os pagamentos fora do teto relativos ao 13º salário, ao adicional noturno, à hora extra e aos adicionais para atividades penosas, insalubres e perigosas serão restritos àqueles pagos pelo Regime Geral da Previdência Social. O auxílio-funeral também será devido até o limite de benefícios do INSS.

Auxílio-moradia

Uma das parcelas mais polêmicas do fura-teto, o auxílio-moradia ficou entre os pagamentos que não contam para efeito do teto salarial.  O pagamento poderá ser feito em caso de mudança de local de residência que não tenha sido pedida pelo servidor, enquanto permanecer o vínculo, ou se a pessoa for ocupante exclusivamente de cargo de livre provimento e exoneração (cargo comissionado). Também poderá ser pago para os que exercerem mandato eletivo em local diferente do domicílio eleitoral e em caso de  missão no exterior.

Para receber o auxílio-moradia, o agente público não poderá morar com outra pessoa que ocupe imóvel funcional ou receba o mesmo auxílio. Também não pode receber quem tiver morado na localidade onde exercer o cargo por mais de 60 dias nos 12 meses anteriores ao início de seu trabalho no novo local.

*Das Agências Câmara e Senado

Líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado Federal, Paulo Rocha (PA), apresentou um projeto de decreto legislativo para derrubar a portaria do Ministério da Economia que permitiu o pagamento de salários acima do teto de R$ 39 mil para servidores aposentados que continuam na ativa.

A medida, publicada no dia 30 de abril, prevê que o teto salarial deve ser calculado sobre cada remuneração recebida por servidores civis e militares e beneficiários de pensões, em separado. Até aqui, quando o somatório das aposentadorias e salários recebidos ultrapassava os R$ 39,2 mil, aplicava-se o chamado 'abate-teto', reduzindo o valor final do contracheque. A portaria acaba com o cálculo conjunto. A estimativa é de que a mudança custe aos cofres públicos R$ 66 milhões ao ano.

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Como mostrou o Estadão na semana passada, a medida beneficiou diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que terá um aumento de R$ 2,3 mil e passará a receber R$ 41.544 por mês e o vice-presidente Hamilton Mourão, que receberá um total de R$ 63.511, R$ 24 mil mensais a mais. No caso do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, o reajuste, com a incorporação de R$ 27 mil, vai elevar seu salário para R$ 66,4 mil, um acréscimo de 69%.

A bancada do PT defende a derrubada da portaria. O principal argumento é o de que a mudança é inconstitucional, por violar o teto remuneratório e contrariar o interesse público. O partido também lembra que o próprio governo Bolsonaro enviou ao Congresso uma proposta de Reforma Administrativa para enxugar gastos com a administração pública, incluindo despesas com folha de pagamento e previdência social. Também observa que a União vem exigindo de governadores e prefeitos o congelamento de salários e benefícios como contrapartida aos recursos repassados a título de auxílio para o enfrentamento da pandemia.

"A decisão pela nova regulamentação vem em um momento crítico, no qual o país atravessa a sua maior crise econômica", afirma Rocha. "Onera os cofres públicos em benefício de poucos servidores que já recebem dois salários altos enquanto estão sendo implantadas medidas de austeridade fiscal por falta de recursos", acrescenta o senador.

Na Câmara, os deputados Elias Vaz (PSB-GO) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também apresentaram projeto semelhantes para suspender os efeitos da norma.

Parlamentares e entidades de servidores públicos reagiram à portaria do Ministério da Economia que permitiu que aposentados que continuam na ativa recebam acima do teto de R$ 39 mil. Como mostrou o Broadcast/Estadão na semana passada, a medida beneficiou diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que terá um aumento de R$ 2,3 mil e passará a receber R$ 41.544 por mês e o vice-presidente Hamilton Mourão, que receberá um total de R$ 63.511, R$ 24 mil mensais a mais. No caso do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, o reajuste, com a incorporação de R$ 27 mil, vai elevar seu salário para R$ 66,4 mil, um acréscimo de 69%.

A medida, publicada no dia 30 de abril, prevê que o teto salarial deve ser calculado separadamente sobre cada remuneração recebida por servidores civis e militares e beneficiários de pensões. Atualmente, quando o somatório das aposentadorias e salários recebidos ultrapassa os R$ 39,2 mil, aplica-se o chamado"abate-teto", reduzindo o valor final do contracheque. Isso acabou com a publicação da portaria.

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O deputado federal Elias Vaz (PSB/GO) apresentou na Câmara dos Deputados um projeto de decreto legislativo para suspender os efeitos da norma. "Em um momento de crise financeira, em plena pandemia que tem deixado várias famílias dependendo de um auxílio emergencial insuficiente de R$250, o governo apresenta uma medida para beneficiar o presidente e o alto escalão e que não teve aprovação prévia do Congresso Nacional. É vergonhoso!", afirma o deputado.

O deputado disse ainda que o governo não apresentou de onde virão os recursos para custear a medida que, de acordo com o Ministério da Economia, custará R$ R$ 66 milhões neste ano. "Serão beneficiados apenas aqueles que já têm altos salários e podem até dobrar em alguns casos", explica Elias Vaz.

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) divulgou nota criticando a medida. "O aumento seletivo autorizado pelo presidente da República, que dele se beneficiou, bem como a revelação - pelo jornal Estadão - de um orçamento paralelo na ordem de R$ 3 bilhões destinados à 'compra' de apoio parlamentar, demonstram a completa falta de sensibilidade para com as reais prioridades do País e a preocupação exclusiva com a satisfação de interesses pessoais que orientam a conduta do governo federal", afirmou.

Salários congelados

A entidade critica o fato de o governo permitir o aumento remuneratório ao mesmo tempo em que os salários dos servidores estão congelados e uma reforma administrativa tramita no Congresso Nacional com restrições às atuais regras do funcionalismo. "Enquanto os servidores públicos estão com seus vencimentos congelados, o governo libera aumento salarial para sua casta e lança mão do pouco que resta do orçamento de um país em crise para "comprar" votos para aprovar medidas de penalização da população", completa.

O cientista político Luiz Felipe D’Avila, do Centro de Liderança Pública (CLP) ressalta que, como os militares foram excluídos da reforma da Previdência feita em 2019, eles continuam recebendo aposentadorias acima do teto do INSS, o que não acontece com novos servidores públicos civis. "Precisamos acabar com os supersalários. Em um outro momento, que não na pandemia, você pode até rever a remuneração, o presidente até poderia ganhar mais. Mas o que não dá é ficar tendo subterfúgios constitucionais", completou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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