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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, deferiu a Suspensão de Segurança (SS) 5183 para cassar os efeitos da decisão proferida por desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que havia determinado a paralisação da licitação para as obras do Eixo Norte do projeto de transposição do rio São Francisco.

A ministra Cármen Lúcia considerou que a manutenção dos efeitos da decisão questionada "expõe a risco de lesão a ordem econômica, pois o prejuízo desencadeado pela paralisação do certame e consequente descontinuidade das obras supera significativamente eventual vantagem da proposta oferecida pelas impetrantes”.

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O caso

A suspensão de segurança foi ajuizada pela União, no dia 23 de maio deste ano, visando suspender a decisão do relator do caso no TRF-1 pela qual antecipou os efeitos da tutela recursal para determinar a suspensão do procedimento licitatório conduzido pelo Ministério da Integração Nacional.

O desembargador acolheu agravo de instrumento interposto pelo Consórcio São Francisco Eixo Norte, no qual o grupo de empreiteiras questionava a legalidade do ato administrativo que importou na inabilitação técnica de suas empresas no processo de licitação por Regime Diferenciado de Contratações Públicas.

O magistrado assentou que deveria ser assegurada ampla competitividade na administração pública para a contratação de obras, serviços, compras e alienações , conforme se observa no artigo 37, caput e inciso XXI, da Constituição Federal. Considerou também que a adoção do regime diferenciado de contratação pública seria incompatível com o valor vultoso da obra.

Partes

Mas a União, inconformada com a paralisação do processo licitatório e o atraso no cronograma para a execução das obras, ajuizou a suspensão de segurança contra aquela decisão. Alegou risco de lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, que poderia comprometer “ o fornecimento de água para as regiões mais carentes do nordeste brasileiro”, inclusive na região metropolitana de Fortaleza/CE, cidade com aproximadamente 4,5 milhões de habitantes.

Destacou o alto custo social na demora para a conclusão das obras, colocando em risco o funcionamento de escolas, hospitais e atividades industriais e ponderou que a decisão questionada ao invés de evitar lesão ao erário acarreta em mais custo para a Administração Pública, seja pelo aditamento de contratos, seja pela adoção de ações emergenciais para mitigar os efeitos da seca, na Região Nordeste, “que nos últimos onze meses superam R$ 650 milhões”.

O consórcio contestou o pedido requerido no STF pela União, defendendo a manutenção da decisão atacada, pois estaria amparada em fundamento infraconstitucional. Sustentou também as empresas possuem reconhecida qualificação técnica em relação à vazão de água para a execução das obras e que apresentaram proposta mais vantajosa economicamente para a administração pública.

Decisão

Ao decidir sobre o pedido, a ministra Cármen Lúcia explicou que a suspensão de segurança é uma medida excepcional de contracautela, destinada a resguardar a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas e lembrou que no caso é avaliada a existência de potencialidade lesiva do ato questionado em relação ao interesse público, não havendo análise de mérito da questão.

Observou que embora a decisão questionada enfatize contrariedade ao disposto na Lei das Licitações (Lei 8.666/1990) e na Lei 12.462/2011, que institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas, há no caso “referência expressa à pretensa incompatibilidade da adoção desse modelo de contratação com a ordem constitucional vigente”, razão pela qual não se pode afastar a competência do STF para examinar o pedido de suspensão. Apontou que houve consulta pública prévia à abertura da licitação e que a exigência de capacidade técnico-operacional para a capacidade de vazão especificada no edital, “não constitui mero formalismo”.

Assim, por entender que “não fosse apenas o risco de lesão à ordem econômica razão suficiente para suspender a decisão contrastada, o potencial agravamento da crise hídrica e a precarização do abastecimento de água compromete inegavelmente a saúde pública, direito constitucional insuperável”, a presidente do STF deferiu o pedido de suspensão.

Da assessoria do STF

Senadores membros da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) iniciam, nesta segunda-feira (19), uma série de visitas às obras de transposição do Rio São Francisco nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. A "Caravana das Águas", como está sendo chamada a iniciativa, foi proposta pela presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), para fiscalizar o andamento das obras do Eixo Norte da transposição. 

A programação da caravana se inicia com as visitas às obras paralisadas na cidade de Terra Nova (PE) e às barragens das cidades de Jati (CE), São José de Piranhas (PB) e Cajazeiras (PB). Um ato público na Praça do Trabalhador em Cajazeiras encerrará as atividades da segunda. 

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Para a terça (20), estão marcadas duas audiências públicas. A primeira às 9h no Auditório Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia, em Pau dos Ferros (RN); e a outra às 14h30 no Auditório do Centro de Ensino Superior do Seridó em Caicó (RN).

A Justiça determinou ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue a licitação do Eixo Norte, última etapa das obras de transposição do Rio São Francisco. O projeto teve forte disputa, mas o Ministério da Integração Nacional inabilitou os dois primeiros consórcios por critérios técnicos e declarou o terceiro colocado, o consórcio Emsa-Siton, como vencedor.

Primeiro colocado na concorrência, o consórcio formado pela Passarelli, Construcap e PB Engenharia entrou com ação judicial para suspender o processo. A Justiça não deu a liminar, mas decidiu enviar o caso ao Ministério Público Federal por conta da diferença de preços entre a primeira e a terceira proposta, de R$ 75 milhões.

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"Não obstante isso, determino o imediato encaminhamento de cópia integral dos presentes autos ao MPF, em meio eletrônico, considerando que chama a atenção a alegada diferença de R$ 75 milhões entre a proposta apresentada pelas impetrantes e a que foi reputada vencedora pela administração pública", diz o despacho.

A Passarelli informou que vai entrar com recurso para tentar suspender o processo. Enquanto isso, o Ministério da Integração Nacional anunciou ontem que assinou o contrato com o consórcio Emsa-Siton. Segundo a pasta, as obras devem ser retomadas na próxima semana, e a previsão é que as águas do rio São Francisco cheguem ao Ceará até o fim deste ano.

Disputa

Maior concorrência na área hídrica do País neste ano, o Eixo Norte atraiu seis empresas para a disputa. O consórcio Emsa-Siton, vencedor da licitação, apresentou um orçamento de R$ 517,92 milhões, mas uma renegociação com o governo reduziu o valor a R$ 516,84 milhões. O extrato do contrato deve ser publicado nos próximos dias no Diário Oficial da União. Em seguida, a ordem de serviço deve ser assinada.

O Trecho Norte é o único que ainda não foi concluído no projeto de transposição do Rio São Francisco, e viabiliza a chegada das águas até o Ceará. São 146 quilômetros de canais entre as cidades de Cabrobó (PE) e Jati (CE). A concorrência foi vencida pela construtora Mendes Junior, que abandonou a obra após envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato.

Uma nova licitação foi lançada no fim do ano passado, mas foi revogada três dias depois. No início deste ano, o governo publicou o novo edital, com redução no valor da obra e alteração nas exigências técnicas para os interessados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Lula continua repercutindo a sua visita às obras da Transposição do Rio São Francisco, no último dia 19, em Monteiro, na Paraíba, compartilhando matérias e fotos do evento. Dilma Rousseff, utilizando o mesmo gancho, chegou a escrever, na sua página do Facebook, nesse domingo (26), que era a “mãe da Transposição”. Ainda disse que foi em sua gestão que a obra mais avançou: 72%. 

O prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), falou que sabe bem a importância da obra no combate à seca. Ele, em conversa com o LeiaJá, criticou o atraso do projeto, mas é esperançoso. “Mas é uma obra necessária que deu certo, que vai dar certo”, enfatizou. 

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Sobre a briga pela paternidade travada entre Michel Temer (PMDB) e Lula, Patriota exaltou o petista. “Lula foi a liderança que teve seu importante papel. O registro da história está aí. Dilma continuou, depois teve alguns problemas e, agora, com Temer”.

O gestor ressaltou que a disputa é desnecessária já que a obra foi construída com recurso do povo. “Não teve dinheiro dos governos federal, estadual ou municipal. O dinheiro foi da população”. 

 

 

 

Independente de ter bancado ou não o ato da Transposição em Monteiro, domingo passado, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), ficou em maus lençóis. Seu discurso, rasgando o verbo para amaciar o ego de Lula, Dilma e o PT, é uma peça contraditória para não classificar de oportunista. Se não, vejamos.

Há 40 dias, no mesmo local em que Lula esteve ontem, o presidente Michel Temer (PMDB) foi elogiado pelo governador ao inaugurar, oficialmente, a chegada das águas do Velho Chico ao seu Estado. Agradeceu pela decisão política do seu Governo de priorizar a retomada das obras do projeto e que isso seria com o tempo reconhecido e valorizado.

Já ontem, diante de Lula e Dilma, Coutinho mudou o tom. Numa recaída petista – hoje é filiado ao PSB – o governador se inspirou no ditado que diz que a mão que afaga é a mesma que apedreja. Como se passasse uma borracha no que saiu da sua boca em tão pouco tempo atrás, carimbou o Governo Temer de golpista e voltado para as elites do centro-sul maravilha.

Coutinho, certamente querendo agradar a Lula e ao PT, afirmou que ninguém, com exceção dele e Dilma, poderia se apresentar ao povo nordestino como padrinhos da Transposição. O governador quis roubar a cena. Não permitiu que ninguém falasse depois dele, a não ser Lula. Até a ex-presidente Dilma foi obrigada a discursar antes, por imposição dele ao cerimonial.

E quando discursou, além de trair as palavras de elogios a Temer no evento anterior, mentiu ao afirmar que seu Governo não deu um tostão para fazer o ato maior do que Lula esperava. “Aqui, no território livre da Paraíba, o povo sabe o que é verdade, o povo tem a coragem de ir às ruas. […] Eu agradeço aos meus companheiros, prefeitos aqui da região. Botaram a mão na massa. Fizeram, efetivamente, de burro, de carroça, de carro, de ônibus, de qualquer jeito criaram as condições para que muita gente estivesse aqui. Não foi gasto um centavo de dinheiro público, não foi gasto nada, a não ser o sentimento de gratidão que o nosso povo tem”, disse. Dá para acreditar?

CAMPANHA– O PMDB começou a exibir, ontem, 15 inserções na TV com foco em medidas econômicas tomadas pelo Governo Michel Temer e dirá que a reforma da Previdência é "sem dúvida a de maior importância". Sem fala nem aparição do presidente, umas das peças publicitárias, a que o blog teve acesso, diz que, sem a reforma, o sistema pode entrar em "colapso". "A reforma não é uma imposição, é uma necessidade. E o presidente não vai fugir a ela", diz a inserção. O marqueteiro Elsinho Mouco, responsável pelo conteúdo, nega que Temer tenha evitado gravar para fugir de vaias ou das "panelas". "Ele vai gravar para o programa do PMDB no final do mês, e o programa tem dez minutos", disse.

Itapetim recebe R$ 10 milhões– Antes de abrir o novo modelo de seminários regionais em Afogados da Ingazeira na próxima quinta-feira, às 14 horas, o governador Paulo Câmara (PSB) cumpre agenda em Itapetim, o berço imortal da poesia. Lá, ao lado do prefeito Adelmo Moura (PSB), assina ordem de serviço, no valor de R$ 10 milhões, para obras de saneamento no município e inaugura uma ponte com recursos do FEM. A programação começa às oito da manhã, 40 minutos após o governador pousar na cidade paraibana de Patos.

Lista fechada– Políticos investigados e citados na Operação Lava Jato ocupam cargos de destaque no comando de nove dos dez partidos com maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Esses dirigentes terão influência na definição dos candidatos que integrarão as listas partidárias fechadas, caso essa forma de votação para eleição de deputados federais, estaduais e vereadores seja aprovada pelo Congresso. Todos negam qualquer irregularidade. A lista fechada vem sendo articulada pelos presidentes da Câmara e do Senado, com aval do presidente Temer e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.

Santa Misericórdia – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) visitou, ontem, a Santa Casa de Misericórdia do Recife. Após reunião com o superintendente executivo, Fernando Costa, o parlamentar se comprometeu a liberar recursos para a entidade junto ao Ministério da Saúde. "O trabalho filantrópico feito pela Santa Casa ajuda muita gente. Vou batalhar para que essa instituição continue cuidando dos pernambucanos", pontuou Fernando, que é do mesmo partido do ministro Ricardo Barros, o PP.

PT ou movimentos sociais?– O deputado Sílvio Costa (PTdoB), que esteve presente na comitiva do ex-presidente Lula em Monteiro, disse que as despesas do mega evento foram pagas pelo diretório nacional do PT. Na Paraíba, o secretário de organização estadual do PT, Jackson Macedo, deu outra versa, livrando a cara do partido e do Governo da Paraíba. Segundo ele, quem bancou foram os movimentos sociais, entre os quais a CUT e o MST. Quem está falando a verdade?

CURTAS

VIOLÊNCIA – Em muitos Estados do País a problemática da falta de segurança está em alta. E, infelizmente, no sertão esta realidade não é diferente. Para ajudar os prefeitos no combate à violência, o deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB) pediu ao ministro da Justiça, Osmar Serraglio, a criação de um Plano de Ações voltado para vários municípios do Sertão.

FILIADO– Na manhã de ontem, o escritor e advogado Antônio Campos recebeu um informativo, assinado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Domingos Meirelles, sobre a aprovação da sua proposta de filiação ao órgão. Agora, Campos é colaborador da ABI, categoria que lhe confere amplos direitos sociais, como votar na eleição que a Associação promove anualmente.

Perguntar não ofende: Fundo partidário pode bancar festa com o perfil eleitoral que se deu em Monteiro?

O pretexto foi a Transposição. Mas na verdade, o que se viu, ontem, em Monteiro, cidade paraibana que virou um mar de gente vermelha, a cor do PT, foi o reencontro do povo nordestino com o ex- presidente Lula. As manifestações, desde a mais simples com uma foto dele na camisa, traduziram um único objetivo: ver Lula. “A saudade estava grande”, resumiu dona Maria Madalena Freitas, para quem Lula é o patrono nordestino.

E para vê-lo valeu todo tipo de sacrifício, desde levar sol escaldante na cara numa espera de mais de seis horas, que parecia não ter fim, até mesmo arriscar tocá-lo enfrentando o cordão de isolamento feito pela Polícia. Homens e mulheres de todas as idades, crianças no colo e desidratadas pelo sol forte encheram às margens do canal da Transposição, num primeiro momento, e a praça, depois, para ouvir o ídolo.

Não dá para fazer prognósticos quantitativos. Para não errar ou ser acusado de chute, prefiro falar num formigueiro de gente. Uma massa humana compacta, que foi ao delírio quando Lula botou seus pés em Monteiro. "Nem Frei Damião seria capaz de juntar tanta gente", resumiu o agricultor Antônio Oliveira, da longínqua Serrita, em Pernambuco, falando ao celular.

O ato foi convocado em nome da Transposição, que tinha quer ser entregue por Lula e não por Michel Temer, atual presidente. O que se viu na pequena Monteiro, no entanto, foi um verdadeiro desagravo. Os lulistas de carteirinha deixaram transparecer isso nas ruas, com gestos e palavras. No palanque, o desagravo ficou mais latente ainda por parte dos aliados de Lula.

A começar pelo padre da cidade, que chamou Lula de “predestinado”. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, pediu para a elite bater mais nele. “Quanto mais batem, mas Lula cresce”, afirmou. Entre os artistas, o cantor paraibano Chico César fez uma música especial para a ocasião, levando Lula às lágrimas.

Em toda parte, o sentimento de agradecimento pela água transportada do rio São Francisco estava presente. Em algumas faixas, o Governo da Paraíba deixou claro que o pai da Transposição era Lula e também Dilma. Muitas frases emocionantes traduziram a alegria do povo. “Velho Chico, um rio que agora passa em minha vida”, dizia uma delas, carregadas com muito orgulho por um grupo de jovens.

CARA DE PAU– A ex-presidente Dilma fez um duro discurso em Monteiro classificando seus adversários, especialmente o presidente Temer, de cara de pau por tentarem vender a ideia de que são os verdadeiros responsáveis pela obra da Transposição. “Lula iniciou e eu deixei praticamente pronta, porque este era o nosso compromisso com o Nordeste”, disse. Dilma criticou ainda a proposta da reforma da Previdência encaminhada pelo Governo e disse que estão tentando um segundo golpe, que traduziu pelo esforço de impedir que Lula seja candidato a presidente.

Socialista de coração vermelho– Filiado ao PSB, partido que rompeu com o PT, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, foi tratado como aliado de coração vermelho por Lula, Dilma e os petistas de medalhões presentes ao ato da Transposição. Coutinho afagou o ego de Lula. Depois de chamá-lo de querido companheiro, Coutinho afirmou que quanto mais batem nele mais crescem as suas chances de ser eleito presidente da República. Coutinho chamou o Governo Temer de cínico e afirmou que é voltado para atender aos interesses da elite.

Pouso dificil– Tinha tanta gente, ontem, esperando Lula na beira do canal da Transposição, em Monteiro, que o helicóptero que o conduzia não conseguiu pousar onde estava previamente programado. Depois de duas tentativas, teve que arremeter pousando bem distante. De lá, Lula chegou num ônibus com toda a comitiva sendo aclamado como padrinho da Transposição e pai dos pobres. Muita gente ensaiou ainda a música da primeira campanha presidencial de Lula, com o refrão “Lula lá”.

Já havia vazado – Antes mesmo de a Operação Carne Fraca ser deflagrada pela Polícia Federal, um delator da Lava Jato já havia revelado ao Ministério Público detalhes de uma história que demonstrava como funciona a busca por influência no setor de fiscalização do Ministério da Agricultura. Essa história envolvia o ex-deputado Eduardo Cunha, o doleiro Lucio Funaro e o empresário Joesley Batista. Na última sexta, a Carne Fraca revelou um esquema envolvendo a corrupção de fiscais do ministério que, em troca de propina, liberavam licenças sem realizar a fiscalização adequada nos frigoríficos.

Entrando para ganhar– Na sua fala, ontem, em Monteiro, o ex-presidente Lula foi comedido quando tratou de 2018. Disse que não sabe ainda se será candidato, porque candidaturas só se definem em convenções, que estariam muito longe. Mas afirmou que se vier mesmo a disputar o Palácio do Planalto será eleito. “Seu eu entrar vai ser para ganhar”, afirmou, mandando um recado aos adversários que se tentarem impedir sua candidatura terão que se acertar com o povo.

CURTAS

AGRESSÃO – Tão logo o comício começou, ontem, em Monteiro, os animadores começaram a incitar a plateia a gritar “Abaixo a Rede Globo”, numa crítica à postura da televisão no noticiário da Lava Jato. Os militantes vermelhos agrediram com palavrões todos os veículos de comunicação, inclusive o meu blog.

FATURA ALTA– Nunca os donos de restaurantes, bares e hotéis de Monteiro faturaram tanto com a invasão que se deu na cidade, ontem, em função do ato da Transposição com a presença do ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma. Nas ruas, uma água era vendida a R$ 3 e não dava para ninguém. Refrigerante, R$ 4. Todos os restaurantes acabaram seus estoques de comida.

Perguntar não ofende: Lula fez o maior evento político do Nordeste para mostrar que tem a força do povo?

Cerca de 100 mil pessoas participaram, neste domingo (19), da "festa popular de inauguração do Projeto de Transposição do Rio São Francisco", segundo o Partidos dos Trabalhadores (PT). O ato político aconteceu na cidade de Monteiro, na Paraíba, um dos municípios beneficiados pela obra.

Estiveram presentes o ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Ciro Gomes, governadores e ex-governadores, diversos deputados, senadores, prefeitos da região, militantes, dirigentes de partidos, além de outros nomes que ajudaram este sonho do povo do sertão a se tornar realidade. O cantor Chico César também fez uma participação, homenageando Lula e Dilma e cantando para a população.

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Dilma afirmou que as águas do rio São Francisco estão ajudando a lavar a alma do povo brasileiro. Ela comentou que Lula tomou a iniciativa de tirar do papel a Transposição porque sabia o valor da água para o povo nordestino. “É preciso que a pessoa decida, tome medidas, supere desafios, dificuldades”.

A ex-presidente Dilma lembrou ainda que “Lula deixou esse projeto pronto” e disse ter a “honra de ter dado prosseguimento”. Ela ainda criticou a “cara de pau dos golpistas" que fizeram uma cerimônia fechada de inauguração da Transposição, em Monteiro, e no passado fizera oposição ao projeto. Enquanto a presidenta falava e os criticava, o povo respondia em coros de “Fora Temer”.

Ela voltou a se defender das acusações de irregularidades. “Até as pedras desse país sabem q eu nunca cometi nenhum crime e que deram esse golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos”. “Eu sou obrigada a dizer que o golpe não acabou. Faz parte do golpe fazer mentiras sistemáticas que levam alguém que nunca levantou um dedo pela transposição se vangloriar e dizer que foi ele quem fez”, acrescentou a presidenta, que também criticou o desmonte da Previdência.

Dilma afirmou também que os "golpistas e opositores" tentaram impedir que o Brasil tenha uma eleição livre, aberta, ampla. “Impedirão essa eleição?”, questiona ela. “Não, porque tenho certeza que o povo desse país não suporta um segundo golpe”.

O presidente nacional da Central Única dos Trabahadores (CUT), Vagner Freitas, também esteve no ato e conclamou o povo a lutar contra os desmontes promovidos pelo governo Temer. “Quem aqui vai deixar o temer tomar nossas férias? Quem disse que esse governo, que está sendo processado, tem alguma legitimidade para tirar algo nosso?”, ouvindo um sonoro “não” dos presentes.

Para Eden Duarte, prefeito de Sumé, município vizinho de Monteiro, a paternidade das obras da Transposição não é desconhecida. “Se obra pública tiver certidão de nascimento, a nossa teria escrito que o pai é Luiz Inácio Lula da Silva e que a mãe é Dilma Rousseff, com o povo brasileiro como testemunha”.

Representando os senadores do PT, o líder da Oposição no Senado,  Humberto Costa (PT-PE), exaltou a "verdadeira festa de inauguração" do eixo leste da Transposição. “A oposição era contra a Transposição, diziam que não ia sair do papel. Quando a água chega, são os primeiros a querer surfar na alegria da população do Nordeste”, lembrou o senador. “A população viu um brasileiro retirante tornar esse sonho uma realidade. Lula que teve a ideia e começou a obra, Dilma que não deixou parar, isso é só o começo da redenção do Nordeste”, acrescentou.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, também exaltou a iniciativa de Lula ao iniciar as obras, sonhadas há milhares de anos pelos nordestinos. “Não podia ser qualquer membro daquela elite, tinha que ser um filho do povo, alguém que sentiu na pele o que é ser um nordestino”. Coutinho afirmou que “não são águas apenas para tirar uma cidade do colapso, é uma necessária e progressiva mudança de mentalidade do nosso povo. Esse é o mais duro golpe no coronelismo aqui no Nordeste”.

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Pai, mãe, irmão, tio e sobrinho

A visita do ex-presidente Lula e da comitiva mudou o cenário da cidade do sertão nordestino. As estradas, hotéis e pousadas da região ficaram completamente lotadas. 

“Tenho muito orgulho de ter tido a coragem de iniciar esse projeto. Se eles têm vergonha, nós não temos. Dilma e eu, nós temos orgulho de dizer: somos pai, mãe, irmão, primo, tio e sobrinho da Transposição das águas do São Francisco”, afirmou Lula.

Apesar do sucesso das obras da Transposição, Lula reforçou que o problema da seca no Nordeste ainda não está resolvido. “O fato da água estar aqui não significa que o problema está resolvido, porque está cheio de gente morrendo de seca na beira do São Francisco e do açude. Agora é preciso levar para a adutora, tratar a água e levar para a torneira. Esse projeto tem compromisso com 290 comunidades para que a água possa chegar para ele plantar o mínimo necessário”.

No palco, ele voltou a defender o povo nordestino e relembrou os "ataques" que vem sofrendo ao longo dos últimos anos. “Vocês sabem o que eles estão tentando fazer comigo. Eu só queria avisar pra eles, se eles quiserem brigar comigo, eles vão brigar comigo nas ruas desse País, para que o povo possa ser o senhor da razão nessa disputa. Eu estou a espera de um empresário me denunciar, que eles digam se tem um real na minha conta porque, se tiver, eu não preciso nem me defender”.

“Eu aprendi a andar de cabeça erguida, de pescoço esticado, venci os preconceitos. Se querem me prejudicar, criem vergonha e não prejudiquem 204 milhões de pessoas”, completou o ex-presidente.

Com informações da Agência PT de Notícias

 

A ex-presidente Dilma Rousseff chamou de "mentira" a inauguração feita na semana passada pelo governo federal da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba. Ao lado de Lula e do governador Ricardo Coutinho em um palco montado às margens da obra, Dilma disse que não haverá "tapetão" nas eleições de 2018.

"Não vamos permitir um segundo golpe. O objetivo deles é impedir que candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é esse candidato", afirmou Dilma. "No tapetão, não", completou a ex-presidente, dizendo que os brasileiros têm um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018.

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Temer esteve na semana passada na inauguração da obra e afirmou que não quer ter a paternidade da transposição do Rio São Francisco. "Não quero a paternidade desta obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino", disse Temer, em uma indireta ao ex-presidente Lula, em cujo governo foi iniciada a construção do canal. A declaração foi feita após ex-presidentes petistas reivindicarem a autoria das obras na região.

A deputada federal Luciana Santos (PCdoB) estará presente, neste domingo (19), na visita que Lula fará à obra da transposição do Rio São Francisco, na cidade de Monteiro, na Paraíba, o que deve aumentar as polêmicas envolvendo a “paternidade da obra”. Em conversa concedida ao LeiaJá, a comunista declarou que não adianta ficar discutindo sobre o assunto. 

“Essa questão da paternidade é realmente uma demonstração da desfaçatez das forças que, historicamente, tiveram a chance de realizar a obra e nunca fizeram. Essa é uma obra que foi idealizada no tempo do império, que foi paga pelo povo, mas que Lula tomou a decisão política de fazer, que teve a vontade política e a sensibilidade. Então, é o tipo de disputa que a população distingue quem é que, de fato, tomou a decisão de realizar a transposição”, declarou. 

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A parlamentar acredita que a força de vontade de Lula também deve-se por ele ter convivido com “o fenômeno tão cruel e excludente que é a seca”. Também chamou o presidente Temer e sua equipe de “cara de pau” por querer “rasgar e negar a história” da forma que estão tentando. 

“Todo mundo tem memória. O povo tem memória desse legado, dessas conquistas, que são marcas indeléveis do ciclo político iniciado por Lula lá atrás”, concluiu.

O senador Humberto Costa (PT), que também participa do ato de hoje, foi um crítico ferrenho desde que Temer começou a tentativa de aproximação no Nordeste utilizando, também, a obra da transposição do Velho Chico como um meio. O petista chegou a declarar que “o povo não é besta”. 

No sábado (18), Humberto ressaltou que estava “impressionado” com a mobilização do povo para participar do evento afirmando que há dificuldades de encontrar hospedagem na região. “A gente tem notícia de caravanas saindo do Nordeste inteiro e até de outras regiões. São famílias, grupos de amigos e, claro, centenas de lideranças políticas de todo o Brasil. Muita gente organizou, alugou ônibus, carro, pessoas que juntaram o seu dinheiro suado para passar, às vezes, um dia inteiro na estrada para acompanhar esse momento histórico e mostrar a sua gratidão a Lula pela maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil”, contou o senador. 

Lula e Dilma devem desembarcar, às 11h, em Campina Grande, e seguem para o trecho da obra, em Monteiro. A previsão é que eles façam uma carreata até o centro do município. O discurso do ex-presidente, certamente, será o momento mais esperado do dia.  

Li, ontem, na internet, que o ex-presidente Lula está tão entusiasmado com a viagem programada para o próximo domingo a Monteiro (PB), para inaugurar, extraoficialmente, a chegada das águas da Transposição à Paraíba, que pode tomar banho no canal transbordante. Se isso ocorrer, por excesso de euforia, estará dando um péssimo exemplo.

Há pouco, imagens de um grupo de sertanejos tomando banho no canal em Sertânia geraram protestos e indignação. As águas transpostas do Velho Chico chegam para matar a sede de 12 milhões de nordestinos, segundo estimativa do Ministério da Integração, e não para amenizar o calor brutal ou servir de lazer para quem quer que seja.

Além de poluir, o banho é proibido. Ao longo dos canais, o Governo instalou placas de advertência sobre o risco de afogamento. Às margens do trecho da Transposição em Monteiro, Lula fará um ato político, avocando para si a paternidade do projeto. Ao seu lado estará a ex-presidente Dilma e três governadores do Nordeste – Ceará, Piauí e o anfitrião Paraíba.

Está prevista, ainda, uma carreata pelas principais ruas da cidade paraibana para que Lula possa gravar cenas que, provavelmente, serão exibidas pelo PT no horário da propaganda eleitoral. Delegações de várias cidades próximas estão sendo organizadas pelos sindicatos atrelados ao PT para bater palmas para o ex-presidente e carimbá-lo como o pai da Transposição.

Mesmo com quatro processos da Lava Jato nos ombros, já na condição de réu, Lula usa a estratégia eleitoral própria do futebol, de que a melhor defesa é o ataque. Mais do que isso, apresenta-se como vítima para o grande público e eleitorado cativo, perseguido pela mídia. O ex-presidente usou, recentemente, o depoimento da 10ª Vara Federal em Brasília como palanque, num teatro deplorável. Monteiro não será diferente.

FISCALIZAÇÃO– Técnicos do Governo da Paraíba estão fiscalizando as águas do rio São Francisco no trecho entre as cidades de Monteiro e Camalaú. As equipes também cadastram usuários e instalam plataformas de coleta de dados. Moradores ribeirinhos recebem orientações sobre a necessidade de permitir o fluxo normal da água. “Não admitiremos construções de cercas transversais no leito do rio, pequenas barragens ou qualquer outro impedimento. A água só poderá ser usada para consumo humano e animal. A nossa prioridade é garantir a chegada dela no açude Epitácio Pessoa”, alertou o presidente da Agência estadual de Águas, João Fernandes.

Caveira de burro em Goiana– A pindaíba é de tamanha magnitude em Goiana que o prefeito Osvaldo Rabelo Filho (PMDB), eleito como o “salvador da lavoura”, teve que cortar até o transporte dos universitários para o Recife. Sabendo que não contariam mais com a boa vontade do poder público, os estudantes passaram a bancar o custo se cotizando. Próximo a completar 100 dias de gestão, Osvaldinho, como é mais conhecido o prefeito, não disse a que veio. Goiana é, literalmente, uma cidade sem sorte, azarada.

Confiança zero– A Apac – Agência Pernambucana de Águas e Clima – virou objeto de piada e gozação na rádio corredor do Parque da Jaqueira. Tudo porque não acerta uma só previsão de chuvas no Recife. Na semana passada, quando caiu uma verdadeira tromba de água na capital, em torno de 100 mm, a Apac previu apenas 2 mm. Em tempo: trata-se da empresa que recebeu o maior investimento em termos de equipamento ainda na gestão do ex-governador Eduardo Campos. Dá para confiar?

Carta fora do jogo – Ao aparecer isolado entre os nomes pernambucanos na lista da Lava Jato do procurador geral da República, Rodrigo Janot, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), desidratou-se. Perdeu o entusiasmo no eleitorado que enxergava nele uma renovação política em 2018. E há quem diga que tende a se complicar. Se isso ocorrer, aos olhos dos analistas políticos da província, já pode se considerar carta fora do baralho para qualquer projeto majoritário nas eleições do próximo ano.

Josinaldo será reeleito– Os aliados do vereador André Valença (PSD), candidato da oposição na disputa pela presidência da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), em eleição marcada para o próximo dia 24, em Bonito, já jogaram a toalha. “É quatro por um”, prevê o vereador Gilvan da Malhadinha, de Cumaru (PSC), referindo-se à votação que terá o atual presidente da instituição, Josinaldo Barbosa (PTB), cuja reeleição, para ele, só tem riscos de dar errado se ocorrer uma hecatombe. “Josinaldo está fortíssimo porque seu adversário não tem apelo nem a confiança da categoria”, afirma Gilvan.

CURTAS

VIOLÊNCIA– Em apenas 28 dias, um total de 497 pessoas foram assassinadas em Pernambuco. Esse foi o número anunciado na tarde de ontem pela Secretaria de Defesa Social. O resultado deixa a população assustada mais uma vez. Os números refletem que quase 18 pessoas foram mortas por dia no estado. Ainda, segundo o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, no mês de janeiro foram contabilizados 480 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em Pernambuco.

DEFESA– O Senai está prestes a inaugurar a sua mais nova unidade do Estado, em Ipojuca. A previsão é de que o prédio esteja pronto até o final de abril e comece a atender ao público já no próximo semestre. A novidade é que, além da boa estrutura, a unidade será a única de Pernambuco a abrigar o curso de Polímeros, estudo das macromoléculas, um dos componentes do plástico e seus derivados.

Perguntar não ofende: Será que Lula sabe que tomar banho no canal da Transposição polui a água que servirá para o consumo humano?

Faltam poucos dias para que Lula visite a cidade de Monteiro, no município da Paraíba, para visitar o eixo leste da Transposição, mesmo local no qual o presidente Michel Temer (PMDB) esteve no último dia 10 deste mês para fazer a “inauguração” dessa primeira etapa. O deputado federal Daniel Coelho (PSDB), em conversa com o LeiaJánesta quarta-feira (15), falou sobre a visita do ex-presidente, que deverá fazer uma “reinauguração”. 

O tucano disse que ele [Lula] tem direito, como todo brasileiro, de viajar pelo país, falando o que pensa e defendendo a ideia que achar conveniente, mas disse “estranhar” a luta pela paternidade de uma obra no qual foram gastos milhões de reais e que não foi concluída.

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“Na verdade, é uma paternidade negativa e não positiva porque já foi gasto várias vezes o dinheiro da Transposição e não foi concluída, então, na verdade eu não pergunto nem quem é o pai e, sim, quem é o responsável por tanto descaso, por tanto dinheiro público utilizado de forma equivocada ao longo desses últimos anos porque, na prática, foram milhões e milhões de reais gastos sem a conclusão da obra como o planejado. Isso merece uma investigação. A gente precisa saber quem é o responsável por ter tocado de forma tão irresponsável os recursos públicos”, cravou.

Questionado se há um marketing envolvido sobre o tema, Daniel Coelho declarou que era “evidente” que sim. “Ele [Lula] vem tentando fazer um posicionamento da própria candidatura, mas isso faz parte da democracia. Cada um pode defender as suas ideias. O que eu acho é que termina não colando e não funcionando bem porque a população sabe que a obra atrasou muito. Foi gasto dinheiro demais e não foi dado solução”, criticou o parlamentar. 

Na última sexta (10), durante a “inauguração” feita por Temer, ele chegou a dizer que não queria paternidade da obra. “Eu não quero a paternidade dessa obra. Ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo. Vocês é que permitiram que pudéssemos fazer grandes investimentos nessa obra, que cada vez mais está sendo festejada", disse.

Apesar do tom ameno, o presidente não perdeu a oportunidade para dizer que o governo fez “muitos esforços”, nos últimos meses, para inauguração do primeiro eixo da obra. 

Na tribuna do plenário, nesta terça-feira (14), o senador Armando Monteiro (PTB) não perdeu a oportunidade de falar sobre a obra da Transposição do Rio São Francisco. Ele afirmou que não queria “politizar”, mas que o início do funcionamento da Transposição deve ser atribuído a Lula e Dilma ressaltando que é deles o “mérito da obra”. 

Sem querer tomar partido, o petebista também disse que não poderia deixar de se “congratular” com o presidente Michel Temer (PMDB). “Por não haver contingenciado as verbas para o projeto, nos últimos dez meses, e por ter ampliado em 23% o volume dos repasses para o Eixo Leste garantindo a entrega dos trechos dentro do cronograma”, declarou.

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Armando não deixou de fazer uma sutil crítica ao dizer que é necessário executar obras complementares no entorno da obra. “A conclusão das obras da Transposição é uma redenção para os nordestinos”, enfatizou”. Entre elas, citou a Adutora do Moxotó, a Adutora do Agreste e o Ramal do Agreste. 

Ele alertou que irá cobrar a liberação dos recursos. “Que tornem possível o término de adutoras, ramais e barragens que darão efetividade à Transposição em Pernambuco”, concluiu.

Também falou, hoje, sobre o assunto o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB). O socialista declarou que a Transposição é um projeto muito importante, que iniciou no governo de Lula. Ele ainda disse que a ex-presidente Dilma Rousseff  “deu uma empurrada no projeto”. 

 

 

As discussões envolvendo a obra da Transposição do Rio São Francisco parece que ainda irá gerar ainda mais polêmica, ao menos até a visita do presidente Lula, no próximo domingo (19), à cidade de Monteiro (PB). Nesta terça-feira (14), em pronunciamento na Câmara Federal, foi a vez do deputado Gonzaga Patriota (PSB) falar sobre o assunto. 

O socialista disse que esse é um projeto “muito importante” iniciado pelo governo de Lula e que a ex-presidente Dilma “deu uma empurrada no projeto”. 

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Patriota também falou sobre a ida do presidente Michel Temer (PMDB) aos municípios de Sertânia (PE) e Monteiro, na última sexta-feira (10), no qual ele estava pressente. “O presidente foi à minha cidade, em Sertânia, inaugurar água e levar água para o Açude Barra, que estava fechado há muitos anos. De lá, essa água foi para a Paraíba e, obviamente, que de Monteiro para Campina Grande vai demorar talvez um mês, dois meses, para atender toda aquela região da Paraíba”, disse. Na ocasião, durante a visita, Patriota chegou a dizer que o momento era histórico e que “e que vida desses sertanejos vai se transformar para melhor”.

Durante a sessão de hoje, o deputado federal ainda falou sobre a integração do Velho Chico e o rio Tocantins. "As portas do Rio Tocantins já foram abertas para abastecer o Rio São Francisco. Não adianta só tirar água do São Francisco para atender Rio Grande do Norte e tantos estados, senão tirar água de Tocantins para o Rio São Francisco”. 

Gonzaga Patriota, em 1988, apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição criando o Estado do Rio São Francisco. Recentemente, dentro das comemorações do Bicentenário da Revolução de 1817, ele voltou a falar sobre o tema. “Não queremos mais o território junto a Pernambuco, queremos um estado independente. A proposta foi aprovada, está aqui prontinha; mas aguarda um despacho do Supremo Tribunal Federal de que precisamos ouvir a população da Bahia e do futuro estado. Não foi assim que colocamos na Constituição”, chegou a dizer.

 

 

 

Nesta segunda-feira (13), os senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) repercutiram a visita de Lula, no próximo domingo (13), à cidade de Monteiro, na Paraíba, município beneficiado com as obras da Transposição do Rio São Francisco. Entre eles, Lindbergh Farias que pediu para que caravanas fossem organizadas para prestigiar o momento. “O próximo domingo será um dia histórico. Lula e Dilma, na Paraíba, eu acho que vai ser um dia lindo”, disse.

Lindbergh declarou que Lula foi o maior presidente da história do Brasil. “Eu tenho falado muito nas redes sociais, mas quero novamente convocar para o próximo domingo. Sou senador pelo Rio, mas sou paraibano e tenho muito orgulho de ser nordestino. Lula e a presidente Dilma [sic] merecem esse abraço. É o Nordeste abraçando aquele que foi o maior presidente da história do nosso país”.

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Hoje, em discurso no Senado Federal, a senadora Fátima Bezerra (PT) disse que o presidente Temer tenta apagar a imagem do partido nas obras do Velho Chico. “A mesquinhez do governo federal de querer apagar o papel histórico do Partido dos Trabalhadores na execução das obras da Transposição. Não vamos agir com mesquinhez. Vamos agir com respeito dando a César exatamente o que é de César, fazendo justiça a quem merece justiça. É preciso deixar muito claro que se não fosse a ousadia e a determinação dos governos do PT, por meio do presidente Lula e da presidenta Dilma, esse sonho, até hoje, estaria adormecido”.  

Ela também afirmou que Lula e Dilma tiveram ousadia e determinação “para iniciar a obra e quem teve sensibilidade, responsabilidade e compromisso para deixá-la praticamente concluída”.

Já o senador José Pimentel afirmou que Temer e sua comitiva, no último dia 11, sofreu um "revés”, em Monteiro, onde foi inaugurar o eixo leste da obra. “Ao chegar no local da solenidade, o presidente usurpador foi recebido pela população da região com gritos de “Fora Temer” e “Olê, olê, olá, Lula, Lula”. No palanque, na frente de todos, o governador Ricardo Coutinho creditou a obra a Lula e Dilma Rousseff”, contou. 

O senador Humberto Costa foi um dos primeiro a repercutir sobre o assunto antes mesmo do anúncio oficial. Ele chegou a dizer que a ex-presidente Dilma Rousseff deixou a presidência com 91% das obras concluídas. “E eles [Governo Temer] estão inaugurando. O governador de São Paulo, o homem que conseguiu a proeza de deixar São Paulo sem água, veio aqui para o Nordeste para inaugurar parte da transposição. O povo não é besta. É preciso ter muita cara de pau”, declarou.

 

 

 

 

O projeto de Transposição do rio São Francisco tem dois eixos, o Norte, em fase de conclusão, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217 quilômetros, que foi inaugurado na sexta-feira (10). O projeto basicamente prevê a captação e o transporte da água do rio com o uso de canais de concreto, galerias subterrâneas, bombeamento hidráulico e a criação de reservatórios, de forma a garantir o abastecimento de rios e açudes nas áreas mais secas do Nordeste.

A obra foi iniciada em 2007, no governo de Luís Inácio Lula da Silva, sob forte oposição, especialmente de ambientalistas. A previsão inicial é que seria concluída em três anos, em 2010, ao custo de R$ 6,6 bilhões.

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Consórcios com grandes construtoras, como OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia eram responsáveis pela obra. Em 2013, porém, foram substituídas sem que tivessem concluído os trabalhos. Até agora, o projeto já consumiu quase R$ 10 bilhões. A previsão é que o trecho Norte seja entregue até o fim deste ano.

A água chegando

No semiárido dos Estados de Pernambuco e Paraíba, região consumida pela seca há seis anos, a grande atração tem sido a água. Mais especificamente, a água que, desde a virada do ano, foi preenchendo os 217 quilômetros do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco. Ela sai da represa da Usina de Itaparica, formada pelo Rio São Francisco, na divisa da Bahia, atravessa quatro municípios de Pernambuco - Floresta, Betânia, Custódia e Sertânia - até desembocar na cidade de Monteiro, na Paraíba.

À medida que a água avançou, primeiro na beira de povoados, depois nas cidades maiores, foi recebida com deslumbramento. Famílias inteiras vestem roupas de banho e mergulham nas represas da Transposição. Os mais audaciosos se jogam no canal, mesmo sem ter noção da profundidade. O gesto mais trivial por lá é tirar selfie com a água.

"A gente faz a foto para registrar e acreditar que não estamos imaginando: olha aí, a água do Chico chegou. Depois de séculos, mas chegou", diz Rafael Barbosa dos Santos, 26 anos, desempregado, que junto de uma amiga, a técnica de enfermagem Raquel Simplício dos Santos, 31 anos, se autofotografava, quinta-feira passada, no final da Transposição, em Monteiro.

Lazer

No último mês, não faltaram episódios para ilustrar o surto de euforia. No município de Floresta, dois nadadores morreram afogados. Em Sertânia, os banhistas ocupam as represas, sem a menor cerimônia, desde o carnaval. "É impressionante, no domingo, vira o piscinão, a prainha de uma quantidade absurda de pessoas", diz a comerciante Iranuedja Moreira de Aquino, 42 anos, que se espantou quando foi ver com os próprios olhos a aglomeração. Seu marido, Paulo Cesar Santana, 50 anos, tem uma justificativa para o descontrole coletivo. "Quando a gente, que vive na estiagem, vê uma represa cheia, se sente como ganhador da Mega-Sena, não qualquer Mega-Sena, a da virada."

Há uma semana, a água ensaiou uma tragédia. O reservatório Barreiro, em Sertânia, se rompeu. A força da água foi tão violenta que abriu uma cratera na pista da rodovia quilômetros à frente. As causas estão sendo apuradas, mas quem mora no entorno conta que o reservatório encheu rápido demais. Na véspera do acidente, dava a impressão de que iria transbordar.

O auge do encantamento ocorreu na sexta-feira passada, em Monteiro, na cerimônia de inauguração do Eixo Leste. A cidade já estava mobilizada pela manhã. O casal Aldo Lídio e Luciana Ferreira levou os filhos Abraão, de 10 anos, e Sara, 4, para a borda da Transposição. "Queremos participar desse momento histórico", disse Aldo. E foi de tirar o fôlego. Um jorro de água eclodiu da Transposição e promoveu o milagre da engenharia hidráulica: o leito estorricado do rio Paraíba, vazio há seis anos, foi inundado em minutos. Tornou-se tão caudaloso que ninguém na multidão, assombrada com o feito, teve coragem de mergulhar. O rio Paraíba é estratégico. Alimenta os principais açudes do Estado e cheio vai tirar centenas de municípios do racionamento.

Deserto

O entorno do Eixo Leste da Transposição é desolador. São centenas de quilômetros de desertos, preenchidos por arbustos retorcidos, terra ocre, rios secos e rebanhos de cabras magras. As poucas manchas verdes são plantações de palma, tipo de cacto que alimenta o gado. A região sempre foi pouco desenvolvida, já que agricultura, indústria e urbanização só prosperam com garantia de água. E a prolongada estiagem fez dessa carestia uma rotina insustentável para os padrões de vida no século 21.

Luiza Aurélia da Silva, 68 anos, moradora do assentamento Serra Negra, em Floresta, passou a infância buscando água em lata, na cabeça e em lombo de burro. Saía ao amanhecer e voltava na hora do almoço. Hoje, as 64 famílias do assentamento são abastecidas por um poço, de água salobra, e por carros pipas da prefeitura. Parte da comida vinha do cultivo de feijão e milho. "Como não chove, todo ano a gente planta e todo ano perde quase tudo", diz Luiza.

Mas quis Deus, diz ela, que a Transposição passasse do lado do assentamento. A sua casa está a poucos metros do canal. A expectativa por lá é que haverá irrigação para o plantio de culturas comerciais, como a melancia, viabilizando uma vida nova. "Um hectare irrigado vale mais do que 10 secos. Meu tempo passou, mas meus filhos e netos poderão ter uma vida melhor", diz Luiza.

A falta de água, porém, não é problema apenas de comunidades pobres e isoladas. Entre os moradores do semiárido não se fala outra coisa: que o governo acelerou a conclusão da Transposição Leste para evitar o colapso no abastecimento do polo econômico de Campina Grande e mais 18 cidades. Na área vivem 800 mil habitantes. Todos dependem do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão. Hoje, ele está no volume morto, com 3% de água.

O garçom José Gonçalves, 67 anos, lembra que até Juscelino Kubitschek inaugurar o Boqueirão, nos anos 50, os moradores de Campina Grande tiravam água de um chafariz. Gonçalves recorda que ele mesmo carregava galões. Com o crescimento da cidade, aquilo parecia ter ficado para trás. Há um ano, o desabastecimento voltou: ele teve de reequipar a casa com uma caixa d’água adicional e baldes de 100 litros, além de manter um estoque com 12 galões de 20 litros água mineral para fazer comida. "Agora, só o rio São Francisco nos salva", diz ele.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nega que o cronograma de obras foi acelerado para atender a uma única cidade, mas confirma que Campina Grande havia se tornado preocupação. "A informação é que em setembro a água vai acabar, mas como o volume morto já é uma reserva comprometida, a cidade poderia ficar sem água a qualquer momento", diz. Barbalho lembra que a Transposição é apenas um ponto de partida. Várias obras adicionais, como o Ramal do Agreste e o Ramal Juá, estão em andamento para criar, enfim, uma rede segura de abastecimento contra a estiagem.

Apreensão. Como isso depende de obras adicionais, de saneamento e encanamento, os moradores da região ainda estão preocupados. "Nossa pergunta agora é: quando a água do São Francisco chega às torneiras?", pergunta a comerciante Gilvanete Pires, de 53 anos, proprietária de um café em Monteiro. Para fazer a limpeza do estabelecimento, gasta, por semana, mais de R$ 300 em água de carro-pipa. Também precisa desembolsar R$ 50 com tambores de água mineral para preparar as refeições que serve na hora do almoço. Todos os meses, recebe a conta de água, apesar de não receber uma gota. São mais de R$ 200 por mês.

O agricultor José Severino da Silva Irmão, o Zequinha, tem a mesma preocupação. Em um sítio da família, em Sertânia, ele cria um bezerro, duas vacas, três bois, seis cachorros e 17 jumentos, que recolheu na estrada porque ninguém mais os quer. Hoje, ele busca água no vizinho e colhe mandacaru para engrossar a ração. No entanto, se a Transposição regularizar o abastecimento dos açudes, a água deixará de ser problema e ele poderá garantir uma alimentação melhor para os animais e ampliar o rebanho. "Por ora, a única coisa que a Transposição nos dá é alegria - alegria de ver a belezura da água."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Está confirmada a vinda de Lula ao Nordeste. A informação é do senador Humberto Costa (PT), que garantiu que o ex-presidente desembarca na Paraíba, mais especificamente na cidade de Monteiro, para visitar a Transposição do Rio São Francisco, no dia 19 de março. 

O senador declarou que é necessário fazer justiça aos governos do PT. "Foi Lula quem tirou do papel o sonho da Transposição, maior obra hídrica no Nordeste e que teve seu andamento assegurado pela presidente Dilma Rousseff. Neste momento, em que as águas do Velho Chico chegam a cidades do semiárido de Pernambuco e Paraíba, é preciso fazer justiça", discursou.

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Humberto Costa ressaltou que o PT que é responsável pelo sonho de 14 milhões de sertanejos virar realidade. "Foi a sensibilidade e a ousadia de Lula que possibilitou a Transposição”, acrescentou.

O parlamentar ainda reclamou do oportunismo em torno da obra. "Os políticos que antes condenavam o projeto e o chamavam de obra inacabada, hoje posam de pais da transposição. Os tucanos foram os primeiros a agourar e até boicotar a obra. É ridículo estarem hoje dizendo que têm responsabilidade por ela", cravou. 

Segundo Humberto, Dilma deixou a Transposição com mais de 90% da obra concluída e com a previsão de finalizar todos os trechos, em 2017. "O governo de Michel Temer disse que só termina em 2018, castigando ainda mais o Nordeste que sofre com a pior seca dos últimos 100 anos", finalizou.

Em discurso, ontem, na Paraíba, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, em tom categórico, que não deseja nem quer a paternidade da Transposição do Rio São Francisco, obra que encontrou praticamente paralisada e que está tocando com a mais absoluta prioridade. Apropriação de obra pega mal para quem quer que seja, mas como Temer bem disse o projeto não pertence a ninguém, mas ao povo brasileiro, porque saiu do papel graças aos impostos pagos por todos os brasileiros.

Temer quis passar muita modéstia. Na verdade, como comentei ontem neste espaço, a Transposição tem o DNA de Lula, mas Dilma, sua sucessora, paralisou suas obras. Nunca teve compromisso com o Nordeste nem com nada neste País. Foi a pior governante dos últimos anos, uma barata tonta, sem interlocução política, sem tato político, sem rumo. A pior herança deixada por Lula ao povo brasileiro.

Na mesma fala, Temer pediu o apoio e o empenho da bancada nordestina no Congresso para operar as reformas priorizadas no  seu Governo, especialmente a da Previdência. Este é o mote e a razão da sua passagem pelo Palácio do Planalto. Tirar do papel o que os seus antecessores não foram capazes passa por uma estratégia que Temer deve conduzir de forma exitosa, porque ninguém faz reformas se não tiver jogo de cintura e capacidade de articulação política.

E isso são atributos que Temer possui em demasia. Ninguém conhece o Congresso melhor do que ele. Como presidente da Câmara em três oportunidades, o peemedebista sabe como as duas Casas - Senado e Câmara - funcionam. Seu oxigênio são o bom trato, a conversa tête-à-tête e o saco para suportar as demandas intermináveis e insaciáveis dos parlamentares.

Ontem, um deputado me revelou que recebeu um telefonema do presidente na véspera de uma votação importante para o Governo. "Estava decidido a votar contra, mas ele me ligou direto, sem a interferência de secretária ou assessor, pedindo meu voto. Estou no meu quarto mandato e nunca tinha visto um presidente agir desta forma, com simplicidade e humildade", disse o mesmo parlamentar.

O depoimento deste deputado tira qualquer sombra de dúvida sobre as chances de sucesso que o Governo tende a ter nas reformas em discussão no Congresso. Nos cinco anos e meio em que despachou no mesmo gabinete, Dilma nunca recebeu um do senador ou deputado em audiência protocolar. Com nariz empinado de igual magnitude, imagina se Dilma pegaria um dia um celular para falar com um deputado da sua base! Ela se achava uma deusa! Por isso, deu no que deu. O mundo da política foi feito para os animais da política. Temer é um deles.

FALTA SEGUNDO EIXO– Os debates para realizar a Transposição começaram no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As obras tiveram início em 2007. A previsão inicial era que todo o projeto fosse concluído em 2012, ao custo de R$ 4,5 bilhões. Entretanto, somente agora o primeiro eixo está sendo inaugurado, e os investimentos já passaram dos R$ 8,2 bilhões. Nos últimos dez meses, por exemplo, foram injetados mais R$ 602 milhões nas obras, segundo as informações divulgadas ontem no ato em Sertânia pelo ministro da Integração, Helder Barbalho. 

Queiroz de olho no Senado– Nos bastidores, os primeiros encontros promovidos pelo presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, com vistas às eleições de 2018, sinalizam para articulação da pré-candidatura do seu pai, o ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, ao Senado. Queiroz é aliado do governador Paulo Câmara, mas as chances de o PDT ter um nome na chapa da sua reeleição seriam mínimas, tendo em vista que uma vaga já foi prometida para Jarbas Vasconcelos, pelo PMDB, e a outra tende a ser do PSB. Restaria a Queiroz uma postulação no campo da oposição. 

No acampamento– O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT), visitou, ontem, a ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no bairro do Barro, na Zona Oeste do Recife, para acompanhar de perto as negociações do grupo para a construção de casas no terreno de 10 mil metros, onde mais de 1,5 mil famílias do MTST estão acampadas.  Recentemente, integrantes do MTST foram detidos após um protesto dentro da Cehab. Um dos presos foi o advogado do grupo, Caio Moura, que havia sido atingido por bala de borracha atirada pela Polícia.

Fortaleza em colapso– Com mais de 3,5 milhões de habitantes, a Região Metropolitana de Fortaleza poderá enfrentar um colapso de abastecimento hídrico no ano em 2018, algo que não acontece desde o fim dos anos 90. Se mais um período de chuvas fracas se repetir entre fevereiro e maio, confirmando o sexto ano consecutivo de seca no Nordeste, a capital cearense ficará dependendo exclusivamente da conclusão da Transposição do São Francisco. 

Bruno sonha alto– Prefeitos que estiveram com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, ao longo desta semana em Brasília, saíram convencidos de que as articulações do tucano para 2018 não se dão em torno do Senado. “Ele quer ser mesmo candidato a governador”, disse um prefeito em reserva. Com um Ministério bombado de recursos para conveniar com prefeituras, Bruno está com a faca e o queijo nas mãos para sonhar com um projeto majoritário. 

CURTAS 

ESPERANÇA– O senador Fernando Bezerra Coelho comemorou a chegada das águas do “Velho Chico” ao município de Monteiro (PB). “É mais que a concretização de um grande projeto. É a chegada de esperança ao povo nordestino”, destacou. Bezerra foi ministro da Integração Nacional e um dos gestores do chamado Projeto de Integração do São Francisco. 

SIGILO – Advogados de dirigentes e ex-dirigentes da Odebrecht que firmaram acordos de delação premiada entraram com pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, mantenha sob sigilo os depoimentos dados em vídeo no âmbito dos acordos. Até ontem, 18 pedidos haviam sido protocolados no Supremo. São iniciativas individuais de advogados dos executivos, e não um pleito único da empresa.

Perguntar não ofende: Nordestino hostiliza quem leva água para quem tem sede no Sertão ou os protestos contra Temer são dirigidos?

A polêmica envolvendo a “paternidade” da obra da Transposição do Rio São Francisco tem tido repercussão intensificada ao longo das últimas semanas, após o ex-presidente Lula publicar uma série de vídeos mostrando a chegada da água nas barragens dos municípios utilizando a hashtag #OSertãoVaiVirarMar. Nesta sexta (10), inclusive, o presidente Michel Temer (PMDB) chegou a dizer que tem somado esforços, nos poucos meses de governo, para que a obra pudesse chegar ao ponto em que se encontra. Ele também afirmou que não quer “a paternidade da obra” e que “ninguém poderia tê-la”. 

Em conversa com o LeiaJá, durante a Entrevista da Semana nesta sexta-feira (10), a deputada estadual Teresa Leitão (PT) comentou sobre a declaração do peemedebista. “Ele não quer a paternidade, mas fica tirando foto na beira do Rio. Ele não pode querer a paternidade, pois não foi ele quem fez, ele foi contra. Ele botou agora Teto de Gastos para a continuidade da obra, mas essa obra é irreversível e o povo precisa lutar por ela. O povo sabe que a obra é de Lula. Lá em Sertânia foi isso que todo mundo viu quando Humberto Costa [senador] foi lá”, cravou. 

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A petista também não poupou críticas ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB). “Quando você vê Alckmin e o Cássio tirando fotos, às margens da Transposição, você vê que é muita cara de pau. Esse povo não tem o mínimo de vergonha porque eles foram contra a Transposição. Disseram que era jogar dinheiro fora, que não tinha necessidade disso. Alckmin gastou com a limpeza do Tietê, que não ficou todo limpo, o mesmo valor que se gastou em uma parcela da Transposição”, frisou.

Leitão também comentou a possível vinda de Lula, ainda este mês, ao estado. Ela, que está em Brasília participando de um evento para discutir a proposta da reforma da Previdência, contou que já foi definida a necessidade de organizar caravanas com pessoas de locais estratégicos da obra para reforçar o apoio ao ex-presidente.

“É necessário que Lula venha porque é isso que o povo, que está recebendo a água, quer. O pessoal quer reconhecer que essa obra pode vir a trazer de transformação na vida das pessoas. E quem foi o responsável por essa obra além do Governo de Lula e, depois, Dilma dando continuidade? Eu sou favorável que ele venha, acho positivo, o povo quer e merece”, defendeu a deputada. 

A parlamentar ainda falou que o povo está precisando acreditar que o Brasil tem jeito. “Os golpistas não vão conseguir acabar o país”, finalizou. 

Na semana passada, o senador Humberto Costa (PT) também subiu o tom ao falar sobre o assunto. Ele chegou a ressaltar que o povo não é besta. “E eles [Governo Temer] estão inaugurando. O governador de São Paulo, o homem que conseguiu a proeza de deixar São Paulo sem água, veio aqui para o Nordeste para inaugurar parte da transposição. O povo não é besta. É preciso ter muita cara de pau”, disparou. 

 

 

 

Utilizando a hashtag #OSertãoVaiVirarMar, a página do Facebook do ex-presidente Lula, nesta quinta-feira (2), foi voltada a enaltecer a transposição do Rio São Francisco. Na primeira publicação do dia, o destaque foi para o município de Sertânia. “A água da transposição do rio São Francisco já chegou. A obra, iniciada por Lula e mantida por Dilma, vai assegurar a oferta de água para 12 milhões de habitantes de 390 municípios do semiárido nordestino, nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”, diz o texto. 

A postagem também destaca uma frase de Lula, em 2010. “O sertão nunca mais voltará a ser motivo de estudos sociais para medir a fome e a miséria. O sertão vai fazer parte do Brasil desenvolvido”, teria dito o ex-presidente.

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Em outro vídeo publicado, diz que Lula iniciou essa grande obra “para combater a histórica seca, que castiga o sertão nordestino há séculos. Esse sofrimento, felizmente, está chegando ao fim”.

Na última do dia, é enfatizado que o Nordeste está em festa. “O Velho Chico, finalmente, chegou ao sertão para melhorar as milhões de pessoas que antes estavam condenadas a ter vidas secas. Lula e Dilma decidiram que era hora de acabar com essa história e colocaram a transposição do São Francisco em marcha. Agora, a água jorra por diversas cidades. Vem mais por aí. A viagem do Velho Chico ainda não terminou”.

O presidente Michel Temer (PMDB) acionou, na manhã desta segunda-feira (30), o dispositivo remoto que dá início ao processo de bombeamento da EBV-3 do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Floresta, no Sertão de Pernambuco. O governador Paulo Câmara (PSB); os ministros da Integração Nacional, Helder Barbalho, e das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), além de deputados federais acompanham a agenda. 

A nova estação, segundo o Governo Federal, vai permitir que a água do canal avance por mais 60,9 quilômetros cortando a região sertaneja da Paraíba e de Pernambuco. Na cidade, o presidente também assinará duas ordens de serviço no valor de R$ 40,4 milhões para o início do Projeto do Ramal do Agreste. A previsão é de que a obra hídrica aumente o abastecimento de 72 cidades pernambucanas. 

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Ainda na manhã de hoje, Temer cumpre agenda em Serra Talhada, onde inaugura o novo campus do Instituto Federal do Sertão ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). 

Esta é a segunda vez em menos de dois meses que o peemedebista vem a Pernambuco e a terceira agenda no Nordeste desde que assumiu o Palácio do Planalto. Em dezembro, o presidente esteve em Surubim, no Agreste, e em Salgueiro, no Sertão. 

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