As cargas do novo coronavírus tiveram redução nos esgotos de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Somente Curitiba registrou aumento da carga viral. Apesar da melhora no quadro, as cargas medidas seguem elevadas em Curitiba e Fortaleza
O Boletim de Acompanhamento nº 18/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos, com dados das semanas epidemiológicas 30 a 33 (de 24 de julho a 20 de agosto), informa que cinco das seis capitais acompanhadas – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro – registraram a redução da carga do novo coronavírus em seus esgotos nesse período. Somente em Curitiba a carga viral aumentou. Em Curitiba e Fortaleza as cargas novo coronavírus seguem elevadas. No cenário de pandemia, o monitoramento dos esgotos realizado pela Rede segue sendo uma ferramenta para o acompanhamento dos efeitos das medidas de flexibilização na circulação do novo coronavírus. Veja as informações por cidade a seguir.
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Belo Horizonte (MG)
Em Belo Horizonte a Rede Monitoramento COVID Esgotos verificou uma tendência de redução das cargas virais entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto). Nesse período de quatro semanas, as cargas virais registradas foram respectivamente de: 12 bilhões; 84,4 bilhões; 7 bilhões; e 15,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Desde o início do monitoramento na capital mineira, em abril de 2020, a maior carga foi registrada na semana epidemiológica 3 deste ano (de 16 a 22 de janeiro): 662,1 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Evolução da carga viral no esgoto de Belo Horizonte
Entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, as concentrações do novo coronavírus em Belo Horizonte foram baixas (de 1 a 4 mil cópias do vírus por litro das amostras), moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias do vírus por litro) ou elevadas (acima de 25 mil cópias por litro), representadas respectivamente em amarelo, laranja e vermelho nos mapas a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Belo Horizonte entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Nos três pontos especiais de monitoramento da capital mineira, entre as semanas 30 e 33, o novo coronavírus foi detectado no lar de idosos e no terminal rodoviário acompanhados, assim como no Aeroporto Internacional de Confins – ponto onde foram registradas concentrações elevadas, conforme a tabela a seguir.
Concentração do novo coronavírus no esgoto dos pontos especiais de monitoramento em Belo Horizonte
Brasília (DF)
Entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), a carga do novo coronavírus nos esgotos das sete estações de tratamento de esgotos (ETEs) do Distrito Federal monitoradas apresentou uma tendência de redução. No período a carga viral caiu de 176,9 bilhões para 74,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes, sendo que os novos casos de COVID-19 confirmados acompanharam a tendência de redução das cargas virais no esgoto do DF.
Entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, as concentrações virais detectadas nas sete estações de tratamento de esgotos foram predominantemente moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias por litro), conforme os pontos identificados em laranja nos mapas a seguir. Na ETE Brasília Sul a concentração foi elevada (acima de 25 mil cópias por litro) nas semanas 30 e 32, indicadas em vermelho. Na semana 33 enquanto na ETE Brasília Norte a concentração viral foi baixa (de 1 a 4 mil cópias por litro), indicada em amarelo, a ETE Riacho Fundo não teve o registro de concentração do novo coronavírus.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas no DF entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Curitiba (PR)
Em Curitiba, entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), foi registrada uma variação entre 62,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes (semana 31) e 179,5 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes (semana 33). Como houve uma alta nas semanas epidemiológicas 32 e 33, a tendência identificada na capital paranaense foi de alta e com cargas virais em patamares elevados.
Evolução da carga viral no esgoto de Curitiba
Entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, Curitiba registrou concentrações virais consideradas elevadas (acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras) ou moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias por litro), conforme destacado respectivamente em vermelho e laranja nos mapas a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Curitiba entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Fortaleza (CE)
Entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 de julho a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou uma tendência de redução da carga viral em Fortaleza, que caiu de 181,5 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes (semana 30) para 58 bilhões de cópias (semana 33).
Evolução da carga viral no esgoto de Fortaleza
Na semana epidemiológica 30, as concentrações virais em todos os pontos monitorados em Fortaleza foram elevadas (acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras), conforme indicado em vermelho nos mapas a seguir. Nas semanas 32 e 33, as concentrações virais passaram a ser predominantemente moderadas (de 4 mil a 25 mil cópias por litro das amostras), indicadas em laranja abaixo.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados em Fortaleza entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Recife (PE)
Em Recife, entre as semanas epidemiológicas 30 (de 24 a 30 de julho) e 33 (de 14 a 20 de agosto), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou uma redução sistemática da carga viral de 5,1 bilhões para 0,6 bilhão de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes. Tais cargas observadas na capital pernambucana são consideradas baixas.
Evolução da carga viral no esgoto de Recife
Em termos de concentrações virais, o novo coronavírus foi detectado em concentrações baixas (de 1 a 4 mil cópias virais por litro das amostras) ou não foi detectado nos pontos monitorados em Recife entre as semanas epidemiológicas 30 e 33, o que está destacado respectivamente nos pontos em amarelo e verde a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Recife entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Rio de Janeiro (RJ)
Da semana epidemiológica 30 (de 24 a 30 de julho) à 33 (de 14 a 20 de agosto), a Rede Monitoramento COVID Esgotos somente detectou a presença de carga do novo coronavírus na semana 31 (de 31 de julho a 6 de agosto), quando houve uma carga de 0,1 bilhão de cópias por dia para cada 10 mil habitantes na Estação de Tratamento de Esgotos Alegria. Nas demais semanas não foi identificada carga viral nos esgotos monitorados no município do Rio de Janeiro.
Nos pontos monitorados na capital fluminense, entre as semanas 30 e 33, houve dois tipos de situação: ou o vírus não foi detectado ou teve baixas concentrações (entre 1 e 4 mil cópias por litro das amostras), o que está respectivamente destacado em verde e amarelo nos mapas a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados no Rio de Janeiro entre as semanas epidemiológicas 30 e 33 de 2022
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.
Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
Informações mais detalhadas sobre os pontos de monitoramento, incluindo a justificativa para o monitoramento de cada ponto, constam do Boletim de Apresentação da Rede. O histórico de resultados pode ser consultado nos Boletins de Acompanhamento, disponíveis no site da ANA. Acesse também o Painel Dinâmico da Rede Monitoramento COVID Esgotos, onde são disponibilizados semanalmente os resultados para todas as regiões que integram a Rede.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
*Da assessoria