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José Maria Marin, o ex-presidente da CBF preso em Zurique, será extraditado nesta terça-feira aos EUA depois de fechar um acordo com a Justiça norte-americana. Fontes próximas ao processo na Suíça revelaram à Agência Estado que a viagem será na manhã desta terça-feira, colocando um fim a mais de cinco meses de prisão.

Ao desembarcar em Nova York, o que deve ocorrer no meio da tarde desta terça, ele será levado diretamente para uma corte, onde irá se declarar inocente e passará algumas horas numa delegacia. Graças a um acordo preestabelecido com o FBI, o brasileiro vai permanecer em prisão domiciliar, em seu apartamento na Quinta Avenida.

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Marin foi o último entre os sete cartolas presos em maio a ter seu caso avaliado pelos suíços. Foi a negociação para sua prisão domiciliar que acabou atrasando uma definição sobre o brasileiro que, em junho, havia entrado com um recurso na Suíça para não ser extraditado. Enquanto isso, seus advogados se lançaram em um diálogo com o Departamento de Justiça para garantir que, em uma ida aos EUA, o ex-presidente da CBF receberia certos privilégios.

Pelo entendimento, Marin continuará a se declarar inocente e o processo vai seguir seu trâmite durante 2016. Mas ele aceita "colaborar" com a investigação e coloca uma parte significativa de seus bens nas mãos da Justiça. Isso vai incluir até mesmo uma garantia assinada por sua esposa.

Por enquanto, ele não teria obrigações de delatar ninguém. Mas a Justiça norte-americana garante que, assim que Marin desembarcar nos EUA, voltará a colocar o assunto sobre a mesa. Um dos focos da investigação é traçar o envolvimento de Kleber Leite, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.

Ao chegar aos EUA, Marin ficará no máximo 72 horas numa delegacia e já será levado para seu apartamento. O prazo é apenas para garantir que o depósito seja feito em uma conta da Justiça, além de trâmites burocráticos.

Aos advogados suíços, Marin não conseguiu negar que os fatos apontados no indiciamento são falsos. Num primeiro encontro ainda na prisão no início de junho, o brasileiro se dizia inconformado com as acusações e o fato de estar preso. Mas, na reunião seguinte e ao ser confrontado com o ato de acusação, mudou radicalmente de tom. Sua frustração teria sido com o comportamento de José Hawilla, o empresário que o gravou em uma conversa pedindo propinas para a Copa do Brasil.

Seus advogados nos EUA optaram por sair em busca de um acordo, no mesmo padrão que vingou para Jeff Webb, o ex-vice-presidente da Fifa. O cartola entregou relógios de luxo, propriedades, carros e até o anel de noivado de sua esposa.

Mas o acordo esbarrava em outro problema: quem pagaria a fiança. O ex-dirigente indicou que não estaria disposto a arcar sozinho com a conta, que pode chegar perto de US$ 10 milhões.

A Justiça na Suíça também colaborou e aguardou por um acordo entre Marin e os americanos, antes de dar sua posição. Isso porque, se os suíços o extraditassem pelas vias legais, Marin chegaria aos EUA eventualmente sem um acordo, deixando-o em uma posição de maior vulnerabilidade. Por isso, seu processo levou mais de cinco meses e acabou sendo o último dos sete cartolas presos em maio a ser tratado.

Com todos esses aspectos solucionados, a Justiça suíça então convocou Marin para uma audiência na terça-feira e o questionou se ele estaria disposto a ir voluntariamente aos EUA. A resposta foi "sim".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) gravou um vídeo, nesta quarta-feira (28), a pedido do deputado federal Raul Jungmann (PPS), reforçando o apelo do pernambucano para que a proposta de flexibilização do acesso às armas de fogo seja rejeitada pela Câmara dos Deputados.

Para FHC, embora a quantidade de mortes ainda seja grande, houve uma importante evolução no combate à violência com a adoção dda norma. “O Estatuto do Desarmamento foi uma construção política feita com a sociedade. E teve efeitos. Reduziu o número de mortos que continua sendo um absurdo. Como vamos agora derrubar esse estatuto e permitir que até criminosos tenham legitimamente armas? Isto é um escândalo! Por isso, faço um apelo: que se recuse essa votação e que o plenário mantenha o Estatuto do Desarmamento”, afirmou o ex-presidente.

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Raul Jungmann foi ministro do Desenvolvimento Agrário (1996-2002) durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Como deputado federal, no seu primeiro mandato, o pós-comunista foi um dos principais líderes em defesa da implantação do Estatuto do Desarmamento, que entrou em vigor em 2003, e da “Frente Brasil sem Armas”, no referendo sobre a comercialização de armas e munições, em 2005.

Atualmente, Raul Jungmann preside a “Frente Parlamentar pelo Controle de Armas, pela Vida e pela Paz”, que conta com o apoio da CNBB e de ONGs, como a Sou da Paz e a Viva Rio. “Se aprovado, este projeto que descontrola o acesso às armas de fogo vai levar a sociedade a um banho de sangue, com os policiais sendo os primeiros a tombar. Não quero isto para o meu País, por isso digo sim à vida, e não à cultura da morte”, enfatizou o deputado do PPS.

O ator Leonardo DiCaprio produzirá um filme sobre o escândalo envolvendo a Volkswagen e a adulteração de softwares de medição da emissão de gases poluentes, revela nesta segunda-feira a imprensa americana.

A revista especializada The Hollywood Reporter assinala que a Paramount e a produtora Appian Way, criada por DiCaprio, compraram os direitos de um livro que será lançado em breve sobre o escândalo.

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A fabricante de automóveis alemã admitiu em setembro que 11 milhões de carros com motor a diesel - em todo o mundo - tiveram seu software adulterado para mostrar níveis de emissões menores e compatíveis com as exigências técnicas.

A trapaça, descoberta pelo governo dos Estados Unidos, provocou a demissão do presidente do grupo, Martin Winterkorn, agora investigado pela promotoria alemã.

DiCaprio, 40 anos, é um dos atores de Hollywood mais ativos na luta contra o aquecimento global.

O prefeito de Roma, Ignazio Marino, envolvido em um escândalo de gastos irregulares e na mira da imprensa italiana há semanas, apresentou nesta quinta-feira (8) sua renúncia em uma mensagem aos romanos.

"Eu fiz a minha escolha: apresento minha renúncia", declarou Marino, referindo-se à perda do apoio do Partido Democrático (PD), e acrescentando que "as condições políticas" para continuar eram "quase inexistentes".

O prefeito lembrou, contudo, que, nos termos da lei, tem até 20 dias para mudar de opinião.

Marino afirmou que iria utilizar este período para ver se era possível "reconstruir as condições políticas" para permanecer no cargo, mas a tarefa parece extremamente difícil, depois que todos os principais líderes do PD, incluindo o chefe de Governo Matteo Renzi, viraram as costas para ele.

Se a renúncia for mantida, o prefeito de Roma deverá nomear um comissário que irá administrar a cidade até as próximas eleições, provavelmente na próxima primavera.

O Ministério Público da Alemanha informou nesta quinta-feira que não abriu nenhuma investigação sobre o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn pelo escândalo de carros com softwares que fraudavam resultados de emissões de poluentes, ao contrário do que havia anunciado na segunda-feira.

O comunicado divulgado na segunda-feira pela promotoria de Brunswick (norte) estava "incorretamente formulado", informou à AFP um porta-voz da instituição.

A investigação diz respeito aos "responsáveis" pela manipulação das medições de contaminação dos motores a diesel, mas não menciona até o momento nenhum nome, explica o novo comunicado do MP.

Winterkorn é objeto de várias denúncias de particulares, que estão sendo examinadas para determinar se existe a possibilidade de abertura de uma investigação formal, destacou o porta-voz.

Winterkorn, de 68 anos, comandou a Volkswagen de 2007 até sua renúncia na semana passada, depois da revelação de que a montadora havia instalado um sistema que fraudava os controles de poluição em milhões de carros a diesel.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriu investigação contra a Volkswagen no Brasil para verificar se algum carro da montadora no País possui o mesmo software que alterou os motores a diesel da marca nos Estados Unidos, para torná-los mais eficientes durante testes de emissões de gases. Segundo a autarquia, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, a empresa será notificada para prestar esclarecimentos. Caso a violação das regras brasileiras seja comprovada, o órgão informa que a companhia poderá ser multada em até R$ 50 milhões e será obrigada a corrigir o problema em todos os veículos que eventualmente possuam o equipamento.

A fraude envolvendo o software foi descoberta inicialmente nos Estados Unidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês). O órgão americano afirmou que o equipamento teria sido instalado pela Volks nos modelos Beetle, Golf, Jetta e Passat, e pela Audi, no Audi A3, fabricados de 2009 a 2015. De acordo com a denúncia, o equipamento detectava quando os carros estavam sendo avaliados, ativava o controle de emissões de poluentes, que era desabilitado após os testes.

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No Brasil, contudo, o único veículo da Volkswagen a diesel é a picape Amarok. Todos os outros modelos são movidos à gasolina ou a etanol. Para o Ibama, a fraude descoberta nos Estados Unidos é um "caso gravíssimo".

Procurada, ontem (25) à tarde, pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a assessoria de imprensa da Volkswagen informou que não tinha conhecimento da notificação.

Nos Estados Unidos, a montadora assumiu a fraude e confessou que o software está instalado em aproximadamente 11 milhões de veículos em todo o mundo. Ao assumir o erro, a empresa também anunciou que reservou ¤ 6,5 bilhões para usar em ações que resolvam o problema. O escândalo levou à renúncia do presidente mundial da Volks, Martin Winterkorn. O executivo alega que não sabia da fraude, mas que abriu mão do cargo para deixar a montadora ter um novo começo.

O Inmetro, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que está "reunindo informações técnicas", "conhecendo detalhes" e monitorando as ações dos órgãos de fiscalização do exterior para decidir se irá ou não investigar a Volks no Brasil. O órgão é responsável pelo Programa de Etiquetagem Veículo, que atesta a eficiência energética de carros vendidos no Brasil. O teste, contudo, não contempla carros a diesel. "Como no Brasil ainda não há veículos de passeio movidos a diesel, o monitoramento das ações dos órgãos responsáveis no exterior poderá ajudar o instituto a se antecipar a eventuais fraudes aqui no País", disse o Inmetro em nota.

Caminhonetes

Ontem (25), o ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, disse que a manipulação nos testes de emissões de poluentes também foi feita em caminhonetes da Volkswagen, e não apenas em automóveis. "Com base em nosso conhecimento, as caminhonetes, bem como os carros feitos pela Volkswagen, também foram afetados pela influência indevida de emissões nos motores a diesel", disse.

O Ministério dos Transportes alemão começou nesta semana uma investigação especial sobre o escândalo das emissões da Volkswagen que reduziu quase um terço do valor de mercado da empresa.

A Volkswagen disse nesta semana que o software foi instalado em até 11 milhões de carros e Dobrindt disse na quinta-feira que outros veículos na Europa também foram afetados.

Ontem (25), a Daimler disse que não havia manipulado as emissões após especulações de que o escândalo pode ter afetado outros fabricantes de carros também. "Um software que reduz as emissões de forma ilegítima durante os testes nunca foi e nunca será usado na Daimler. Isso vale para ambos os motores a diesel e a gasolina", disse a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Fifa mudou o local de sua última reunião do ano, em dezembro, para evitar um país que possa extraditar ou questionar o presidente da entidade, Joseph Blatter. O encontro estava programado para ocorrer no Japão, para coincidir com o Mundial de Clubes, mas os dirigentes optaram por realocar a reunião para Zurique, evitando que Blatter tenha de sair do país.

Desde a prisão dos dirigentes do futebol em maio, o suíço tem evitado viajar. Ele não foi à Copa América, ao Mundial Sub-20 e nem à Copa do Mundo de Futebol Feminino, no Canadá. Seu único deslocamento foi ao sorteio da Copa de 2018, na Rússia, onde recebeu garantias de que não seria questionado.

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Nos Estados Unidos, o FBI não nega que tem feito um inquérito sobre a situação de Blatter, e o suíço admitiu que não sairia da Suíça enquanto "as coisas não estiverem claras".

Nesta quarta-feira, Blatter participou do sorteio do Mundial de Clubes, em Zurique, e fez questão de tecer elogios aos japoneses. Os organizadores de Tóquio, porém, não sabiam dizer onde seria a reunião da Fifa.

Blatter ainda decidiu brincar com o nome de um dos clubes classificados, o River Plate. "La Plata, La Plata", disse, fazendo um sinal de dinheiro com a mão.

Em espanhol, "plata" é sinônimo de dinheiro. Mas o nome do clube não é uma referência a valores monetários. O River foi o campeão da Copa Libertadores e, junto com o Barcelona, já está classificado para o evento no fim do ano no Japão.

Se Blatter brinca ao falar de dinheiro, a segurança da entidade fez questão de não deixar qualquer brecha para um eventual protesto durante o sorteio. Todos os jornalistas tiveram de se registrar com dias de antecedência, malas foram abertas antes da entrada no edifício e o saguão da Fifa foi fechado à imprensa, obrigando a entrada por uma porta lateral.

As medidas foram tomadas depois que, em julho, o comediante britânico conseguiu entrar em uma conferência de imprensa concedida por Blatter e, antes do evento, jogou notas de dinheiro sobre o cartola. As imagens rodaram o mundo e, visivelmente afetado, Blatter exigiu mudanças profundas no acesso ao prédio.

O presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, anunciou nesta quarta-feira sua renúncia em função do escândalo dos motores a diesel adulterados para manipular os controles de poluição.

"Estou consternado pelos acontecimentos dos últimos dias. Estou chocado com o fato de que condutas impróprias tenha ocorrido em tal escala dentro Grupo Volkswagen", indicou Winterkorn em um comunicado.

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Seu substituto será escolhido na sexta-feira, segundo o Conselho de Fiscalização. A Volkswagen admitiu na terça-feira ter equipado 11 milhões de carros em todo o mundo com um software de manipulação de dados de emissões de poluentes. Desta maneira, em dois dias, a desvalorização dos papéis da maior montadora do mundo chegou a 35% em relação a sexta-feira, quando estourou o escândalo.

O caso foi descoberto nos Estados Unidos, que na terça também anunciou a abertura de uma investigação penal. Os softwares fraudulentos detectados em modelos das marcas VW e Audi nos Estados Unidos podem estar presentes em outras filiais, que conta com marcas como Seat, Skoda e Porsche.

A Volkswagen anunciou também que gastará 6,5 bilhões de euros no terceiro trimestre do ano para enfrentar as primeiras consequências do caso. Isso levará a empresa a ajustar suas metas de lucro para 2015. Winterkorn declarou "sentir muito pela falta cometida pelo grupo".

A princípio, na sexta-feira, a Volkswagen prolongaria o mandato de Winterkorn até o final de 2018, mas analistas questionavam se essa decisão será mantida após o escândalo. A justiça alemã abriu uma investigação preliminar ligada às acusações de manipulação das emissões de veículos, segundo um comunicado na promotoria de Brunswick (norte). Em um primeiro momento, serão recolhidas e examinadas todas as informações e estudadas todas as denúncias apresentadas.

O Ministério da Justiça da Suíça aprovou nesta sexta-feira o pedido de extradição do nicaraguense Julio Rocha para o seu país de origem. Rocha, ex-presidente da Federação de Futebol da Nicarágua e um dos responsáveis pela área de desenvolvimento da Fifa, foi um dos dirigentes da entidade presos no dia 27 de maio, em Zurique.

Rocha, de 64 anos, é acusado de receber propina para beneficiar agências de marketing esportivo na venda de direitos de transmissão de competições organizadas pela Conmebol, da qual a federação nicaraguense é uma das filiadas.

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Apesar da aprovação por parte da Justiça suíça, o ex-dirigente da Fifa aguarda autorização do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que encabeça a investigação. O governo norte-americano também quer extraditar Rocha, assim como já fez com o ex-vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb. O ex-presidente da CBF José Maria Marin é outro alvo da Justiça americana.

"Cabe às autoridades americanas decidir se concordam com a prioridade dada à Nicarágua", declarou Folco Galli, porta-voz do Ministério da Justiça da Suíça. Se os americanos rejeitarem o pedido de Rocha, diz Galli, as autoridades suíças vão decidir para onde Rocha será extraditado.

O empresário argentino Alejandro Burzaco se declarou inocente diante de um tribunal federal dos Estados Unidos, em Nova York, nesta sexta-feira. Ele é acusado de corrupção no escândalo que vem abalando a Fifa desde a prisão de sete cartolas no dia 27 de maio, em Zurique.

O juiz federal responsável pelo caso estipulou fiança de US$ 20 milhões ao argentino, que não deve ter dificuldades para pagar o valor. Ele é dono de diversas propriedades e era o presidente da empresa Torneos y Competências, que detinha os direitos de comercialização de competições como a Copa América.

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Após pagar a fiança, Burzaco poderá optar pela prisão domiciliar. Para tanto, deverá contar com uma tornozeleira eletrônica. Nem o empresário e nem seus advogados concederam entrevistas ao fim da audiência realizada nesta sexta.

O empresário de 50 anos, principal executivo da Torneos y Competências, é acusado de pagar milhões de dólares em propinas a dirigentes da Fifa e da Conmebol para obter os direitos de comercialização de competições organizadas por estas entidades. Entre estes torneios estão quatro edições da Copa América.

Procurado pelo FBI e pela Interpol, ele era considerado foragido desde que foi indiciado, no fim de maio. Em Zurique, às vésperas da eleição presidencial da Fifa, ele tomava seu café da manhã no hotel Baur au Lac quando a operação policial teve início. Ao se dar conta de que se tratava de uma ação contra a Fifa, deixou o local sem ser notado, não retornou ao seu quarto e conseguiu sair da Suíça.

Ele, então, viajou para a Itália, onde permaneceu até se entregar às autoridades no dia 9 de junho, aconselhado por seus advogados para que tentasse negociar um acordo de delação premiada. Extraditado para os Estados Unidos, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Burzaco se apresentou a um tribunal federal nesta sexta.

O argentino é o terceiro indiciado no escândalo da Fifa a se apresentar à Justiça americana. Antes dele, o ex-vice-presidente da entidade, Jeffrey Webb, foi extraditado pela Suíça. E o executivo americano Aaron Davidson, presidente da unidade dos EUA da Traffic, se apresentou às autoridades.

A atriz francesa Brigitte Bardot condenou o massacre de dois milhões de gatos selvagens que o governo da Austrália planeja realizar com o objetivo de proteger outras espécies em perigo.

Este plano é um "escândalo", disse Brigitte Bardot em uma carta dirigida ao ministro australiano do Meio Ambiente, Greg Hunt. "Matar dois milhões de gatos em uma população estimada de 20 milhões é uma vergonha", escreveu Bardot.

A atriz propõe em vez de matar os gatos utilizar os recursos para uma campanha de esterilização em grande escala. Os gatos selvagens são responsáveis pelo desaparecimento de 10% das espécies registrado na Austrália desde a chegada dos colonos europeus há dois séculos, segundo números do ministério.

Estes felinos "representam um verdadeiro tsunami de violência e de morte para as espécies indígenas da Austrália", declarou recentemente o ministro do Meio Ambiente.

Além da morte de dois milhões de gatos até 2020, as autoridades cogitam criar santuários que possibilitem a renovação de determinadas populações de pássaros e mamíferos. "A única alternativa é a esterilização. Os gatos operados defendem seu território, mas não podem se reproduzir", escreveu a atriz francesa.

A polícia de Los Angeles, na Califórnia, informou nesta quarta-feira que está investigando as acusações contra Bill Cosby por agressão sexual, depois que dezenas de mulheres asseguraram que o ator americano as drogou e violentou.

Esta investigação, no entanto, não está vinculada à publicação, na segunda-feira, de um documento judicial que data de 2005 e no qual Cosby admite ter dado um poderoso sedativo a pelo menos uma mulher para fazer sexo com ela.

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A investigação em curso inclui supostos atos prescritos, razão pela qual não se pode denunciar o ator. Trinta mulheres o acusaram recentemente de agredi-las sexualmente há várias décadas.

"Há uma investigação em curso que não está vinculada às últimas revelações", disse o chefe do Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD), Charlie Beck, dois dias depois de vir à tona a confissão de Cosby de 2005.

Um porta-voz do LAPD, Chris No, lembrou que seu departamento já tinha investigado as acusações contra Cosby de uma série de mulheres no ano passado, mas nenhuma acusação foi feita.

"Estamos explorando todos os aspectos só para nos assegurar de que tudo está coberto (...) Estamos atando os nós, velhos e novos", disse Chris No à AFP.

Cosby era o rosto do "The Cosby Show", uma comédia familiar que teve enorme sucesso nos anos 1980 e 1990 e que transformou o ator em um astro mundial.

A China alertou que a decisão dos Estados Unidos de interferir na Fifa vai "estabelecer um precedente negativo para as relações internacionais" e acusou Washington de "arrogância" ao lançar uma operação contra a corrupção no futebol. Nesta terça-feira (9), a agência oficial do governo de Pequim, a Xinhua, atacou a iniciativa da Justiça americana de processar cartolas do futebol e de agir como "a polícia mundial".

No último dia 27, atendendo a um pedido do FBI, a polícia da Suíça prendeu sete dirigentes esportivos em Zurique, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Dias depois, Joseph Blatter anunciou que vai renunciar de seu cargo.

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Apesar de a tempestade anticorrupção ter ajudado o organismo mundial do futebol a acelerar suas reformas, parece ser mais o caso de um plano bem desenhado para atingir certos objetivos geopolíticos", indicou a agência, ligada diretamente ao governo. Segundo os chineses, a operação ocorrer "no momento em que Sepp Blatter garantia um quinto mandato e a Rússia se prepara para sediar a Copa de 2018".

Os chineses ainda citam um representante da CBF que, sem ser identificado, denuncia a ação americana. "O envolvimento de Washington nos assuntos internos da Fifa transformou o organismo mundial em uma arena para a guerra política entre potências mundiais e onde uma nova Guerra Fria será encenada", teria dito o brasileiro.

O texto ainda cita ainda um advogado russo, Igor Trunov, que acusa os Estados Unidos de estar "colocando seu sistema legal acima do internacional ao tentar prender dirigentes de uma organização internacional". A Xinhua ainda cita o presidente Vladimir Putin, que acusou os americanos de tentar "estender sua jurisdição para outros países".

"Os EUA sempre agiram nos assuntos internos de organismos internacionais e outros países, forçando-os a agir para atender a seus objetivos políticos". Para os chineses, "o esporte não pode se transformar em instrumento para jogos políticos".

RÚSSIA - Mas a preocupação entre os líderes políticos é real. O governo russo admitiu ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, que está "preocupado" com o impacto que a crise na Fifa pode ter para as futuras Copas do Mundo. Na última segunda-feira, os dois parlamentares brasileiros estiveram em Moscou para uma reunião dos Brics. Mas entre os temas debatidos esteve o escândalo de corrupção e a operação contra a Fifa.

"Há um enorme desconforto dos russos", disse à reportagem, por telefone, o presidente da Câmara. No fim de semana, auditores da Fifa chegaram a dizer que a Copa de 2018 e 2022 na Rússia e Catar estariam ameaçadas. "Os russos vieram nos falar da situação", disse Cunha.

Renan Calheiros, presidente do Senado, confirmou o clima de preocupação. Mas indicou que não haverá uma posição comum dos Brics sobre o assunto. Para eles, os russos não acreditam que perderão a Copa de 2018. "Está muito perto". Mas a edição de 2022 do torneio poderia de fato estar ameaçada. "Os russos nos dizem que isso teria um grande impacto no Oriente Médio", alertou Cunha.

Também na segunda-feira, o tema entrou na agenda dos membros do G7, reunidos na Alemanha. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu "integridade" no futebol e alertou que, além de um esporte, a modalidade se transformou "em um grande negócio".

"Em conversas que tive na Europa, as pessoas acham que é muito importante que a Fifa opere com integridade, transparência", disse Obama. "O futebol é um jogo, mas também um grande negócio", afirmou.

Obama se recusou a comentar o conteúdo da investigação americana. Mas estimou que seria "importante" que a entidade funcionasse em "total transparência". "O futebol é fonte de um incrível orgulho nacional e as pessoas no poder precisam ter certeza que ele é administrado com integridade", disse. "Como os EUA jogam cada vez melhor a cada Copa do Mundo, nós queremos ter certeza que um esporte que ganha popularidade é administrado de forma apropriada", completou.

Blatter, antes de deixar o cargo, acusou os Estados Unidos de promoverem uma conspiração por não terem vencido a corrida para sediar a Copa de 2022, que ficou com o Catar. "Isso não cheira nada bem", declarou o cartola suíço.

Por dias, Blatter insistiu que não existia razão de uma mudança nas sedes das duas próximas Copas. Mas, neste fim de semana, o auditor da Fifa não descartou a possibilidade, caso provas de compra de votos sejam encontradas. Tanto o FBI quanto o Ministério Público da Suíça investigam esses casos.

Brasil e Suíça fecharam um acordo para permitir que prisioneiros possam cumprir penas ou aguardar sentenças em seus países de origem. Mas o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não será beneficiado do novo tratado, mesmo estando em uma prisão de Zurique. O cartola tem até segunda-feira para apresentar um recurso pedindo a espera por uma definição de extradição em liberdade condicional.

Marin foi detido na semana passada no luxuoso Hotel Baur au Lac, na Suíça. A polícia local atendeu a um pedido do FBI, depois do indiciamento do brasileiro por crimes financeiros na condição de presidente da CBF.

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O novo acordo prevê que "presos suíços e brasileiros possam cumprir o resto de suas penas em seus países de origem". O tratado foi aprovado pelo Conselho Federal suíço nesta sexta-feira, permitindo a transferência de detentos. Segundo os suíços, o acordo tem "uma meta humanitária e visa facilitar a reinserção social dos presos depois de sua liberação".

Mas para que a transferência de fato ocorra, precisa haver um sinal verde do estado onde ocorreu a condenação, o estado de execução da nova pena e do próprio condenado. "O tratado bilateral não prevê a possibilidade de uma transferência de um condenado contra sua vontade", disse um comunicado suíço.

Ao Estado de S. Paulo, o porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça, Folco Galli, explicou que Marin não poderá evocar o tratado. "O tratado bilateral não tem um impacto no caso de Marin, já que ele é alvo de um processo criminal nos EUA, e não na Suíça", explicou.

A procuradoria nos EUA o acusa de uma série de crimes e teria grampeado reuniões com parceiros comerciais. Uma eventual condenação poderia significar 20 anos de prisão.

Marin deve apresentar um pedido para acompanhar o processo de extradição aos EUA em liberdade condicional. Mas os suíços já indicaram que dificilmente ele ganhará esse benefício, mesmo com 83 anos de idade. O brasileiro não tem propriedades na Suíça e o "risco de fuga" seria alto.

Quando a Conmebol ficou sabendo da prisão de Marin e de seu ex-presidente, Eugenio Figueredo, fontes de alto escalão na entidade repetiam nos corredores da Fifa que tal atitude aos dirigentes "jamais ocorreria na América do Sul". "Teríamos dado um jeito", declarou um deles.

Nicolas Leoz, um dos citados no indiciamento nos EUA, estava no Paraguai. Mas, depois de detido, foi autorizado a aguardar o processo em sua residência.

O governo sul-africano sabia dos pagamentos considerados pelo FBI como propinas para garantir a Copa do Mundo de 2010 no país de Nelson Mandela. Uma carta publicada pelo jornal Mail & Guardian da África do Sul revela como pelo menos dois ministros do governo de Thabo Mkebi foram consultados sobre os pagamentos. Pretória nega qualquer envolvimento.

A carta era de Danny Jordaan, o organizador do Mundial, ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Nela, ele aponta que debateu a transferência de US$ 10 milhões com Nkosazana Dlamini-Zuma, na época ministra de Relações Exteriores e hoje presidente da União Africana, e Jabu Moleketi, então vice-ministro de Finanças.

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A carta é de dezembro de 2007 e Jordaan indica a Valcke opções de caminho para que o dinheiro seja pago para cartolas do Caribe. Oficialmente, os sul-africanos insistem que o dinheiro era parte de um programa social para atender a "diáspora" no Caribe. Mas, para o FBI, o dinheiro era um suborno em troca do voto de Jack Warner, o poderoso vice-presidente da Fifa naquele momento.

Valcke já negou qualquer envolvimento e disse que não renuncia. Segundo ele, quem aprovou o envio de dinheiro foi outro dirigente, Julio Grondona, morto no ano passado.

Mas, na carta, Jordaan pede a Valcke que organize a transferência e indica o conhecimento do caso pelas autoridades. "O governo sul-africano assumiu o pagamento equivalente a US$ 10 milhões para o programa de legado para a diáspora", escreveu.

Segundo o cartola, o vice-ministro Moleketi "recomendou que o dinheiro passe pela Fifa". Moleketi insistiu que a carta era uma 'fabricação' e que jamais falou disso com Jordaan.

A carta ainda revela que o cartola 'discutiu' com a ministra Nkosazana Dlamini-Zuma, que defendeu que o dinheiro passasse pelo Comitê Organizador Local. "Diante disso, eu sugiro que a Fifa deduza do orçamento futuro do COL e que lide diretamente com o pagamento", escreveu Jordaan.

Na prática, a triangulação afastaria o governo de qualquer envolvimento numa transferência de dinheiro. Três meses depois, outra carta instruiria Valcke a fazer o pagamento e pediria que Warner fosse o destinatário.

Numa outra revelação, um cheque enviado ao delator do escândalo, Chuck Blazer, seria um dos indícios de que os sul-africanos repassaram dinheiro. Blazer, aliado de Warner, recebeu US$ 750 mil e o cheque seria a primeira parcela de três pagamentos de US$ 250 mil.

O cheque, porém, foi de um banco de Trinidad e Tobago, país de Warner, e dado ao cartola no aeroporto de Nova Iorque.

A renúncia de Joseph Blatter da presidência da Fifa promete abrir uma verdadeira guerra pelo poder no futebol e vai jogar toda a estrutura do esporte em um clima de incerteza, inclusive sobre as sedes das próximas duas edições da Copas do Mundo.

O futuro dos Mundiais estaria no centro da agenda de encontro da Uefa, no fim de semana, numa reunião que poderia começar a desenhar a nova Fifa. Porém, o encontro foi cancelada pelo fato de a entidade considerar o debate ainda "prematuro".

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Fora da entidade desde que João Havelange assumiu o poder em 1974, os europeus estão comprometidos a recuperar a direção do futebol mundial. Blatter, apesar de suíço, jamais foi considerado como um europeu.

O cartola era um dos maiores defensores do Mundial da Rússia em 2018 e chegou a comprar a versão de que a campanha contra ele era uma forma de o Ocidente derrubar a Copa promovida pelo Kremlin. Vladimir Putin passou a ser um de seus aliados, denunciando os Estados Unidos.

Agora, sem Blatter, a pressão por uma investigação sobre a compra de votos da Rússia para ser escolhida a sede do Mundial de 2018 deve aumentar. O Ministério Público da Suíça já apura o caso e deve interrogar cerca de dez cartolas nas próximas semanas. Não por acaso, a única patrocinadora da Fifa que não emitiu um comunicado comemorando a renúncia foi o Gazprom, de Moscou.

Quem também demonstrou preocupação na última terça-feira foi a delegação do Catar que, nesta semana, está justamente em Zurique para tentar entender o que está ocorrendo na Fifa. Ao ver a eleição de Blatter na semana passada, até mesmo a Bolsa de Valores do Catar comemorou. Nesta terça, o clima era de tensão.

Não apenas Blatter caiu, mas praticamente todos os eleitores do país foram expulsos, estão presos ou morreram. Ricardo Teixeira, Julio Grondona, Nicolás Leoz, Rafael Salgueiro, Mohamed Bin Hammam e Franz Beckenbauer são apenas alguns dos eleitores do Catar hoje fora de cena.

Jornais ingleses ainda revelaram na manhã desta quarta-feira que dirigentes esportivos do Catar estão sendo orientados a não viajar aos Estados Unidos, sob o risco de serem interrogados ou mesmo presos. Apenas aqueles com imunidade diplomática estão circulando.

O governo do Catar e cartolas da região rapidamente reagiram nesta quarta, alegando que não existe motivo para se preocupar. Para o presidente da Federação do Catar, Hamad Bin Khalifa bin Ahmed Al Thani, não existe risco de o país perder a Copa. "Já fomos inocentados", disse, em relação à investigação interna realizada pela Fifa.

Mas a pressão passou a ser intensa e tanto o FBI como o Ministério Público da Suíça passaram a investigar o caso. Greg Dyke, presidente da Associação de Futebol da Inglaterra, deixou claro que ele "não estaria muito confortável" se fosse hoje um dirigente do Catar. O comentário foi duramente respondido por Doha. "Deixem o processo correr", disse.

A esperança dos árabes é de que alguns dos opositores à Blatter também votaram no Catar, entre eles Michel Platini, presidente da Uefa.

Oito meses antes de acusações de corrupção levarem oito dirigentes da Fifa à prisão, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, colocou à venda a casa que possui em Sunset Island, um dos endereços mais luxuosos de Miami. O dirigente comprou o imóvel em 2012 da tenista russa Anna Kournikova. Pagou US$ 7,43 milhões, US$ 2 milhões a menos do que o pedido inicial. Construída no ano 2000, a casa tem sete quartos e oito banheiros e atracadouro para iates.

Segundo um corretor que negocia o imóvel que preferiu não se identificar, Teixeira pedia US$ 15,5 milhões pelo imóvel em setembro. O valor foi reduzido para US$ 13,5 milhões em janeiro e para US$ 12,9 milhões no mês passado. "As pessoas costumam baixar o preço quando concluem que o imóvel foi superavaliado ou quando têm pressa para vendê-lo", avaliou.

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O nome de Teixeira não aparece nas investigações da Justiça norte-americana que levou à prisão de sete dirigentes da Fifa, entre os quais o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Mas os procuradores de Nova York declararam que o caso está "no começo". Entre as operações investigadas pelo Departamento de Estado estão contratos de patrocínio assinados durante a gestão de Teixeira na CBF, de 1989 a 2012.

Após passar uma temporada em Mônaco, Teixeira retornou ao Brasil no início desta semana e se instalou em sua residência no bairro do Itanhangá, na zona oeste do Rio, onde vive uma rotina reclusa. Desde que chegou, ele pouco deixou seu imóvel e durante a semana, frequentemente, recebeu a visita de seus advogados.

Teixeira acompanha em silêncio os desdobramentos do escândalo de corrupção desencadeado pelas investigações da justiça norte-americana, que resultaram na prisão de antigos aliados.

Um deles foi José Maria Marín, vice-presidente em seus últimos anos de gestão. Marín é acusado de cobrar propinas milionárias em diversos contratos da entidade, a partir do momento em que sucedeu Teixeira na presidência.

A residência onde Teixeira mora fica em um luxuoso condomínio, que mais parece uma fortaleza, dada a grande quantidade de câmeras espalhadas em seu interior e seguranças armados vigiando o local. Além do ex-presidente da CBF, o atacante Fred, o ator Bruno Gagliasso e a atriz Ísis Valverde são outros famosos proprietários de imóveis no condomínio.

Alheios à repercussão das denúncias de corrupção na CBF e no futebol mundial, os funcionários do condomínio elogiam a "simpatia do Dr. Ricardo Teixeira", que frequentemente faz agrados ao trabalhadores, distribuindo presentes como camisas de futebol e outros materiais esportivos.

Momentos depois da detenção de Marín, em Zurique, na Suíça, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, prestou solidariedade ao "amigo" e vice-presidente de sua gestão, dizendo que as irregularidades que o levaram à prisão foram cometidas na gestão anterior, portanto, na administração de Ricardo Teixeira.

As investigações se aproximam de Teixeira. Um dos alvos das autoridades dos Estados Unidos é o contrato de fornecimento de material esportivo entre uma empresa do país e a CBF. O negócio teria rendido U$ 30 milhões em propina para José Hawilla e um representante da CBF, que à época era gerenciada por Teixeira.

J. Hawilla, como é conhecido, foi um dos réus confessos da operação e já devolveu cerca de R$ 80 milhões à justiça norte-americana após confessar algumas irregularidades. Mas, por enquanto, Teixeira não foi citado formalmente nas investigações.

Seu silêncio, porém, não deve resistir por muito tempo. Diante do impacto negativo causado pelas prisões, o senador Romário Faria (PSB-RJ) conseguiu a aprovação de seu projeto de CPI para investigar os bastidores da CBF e da Copa do Mundo de 2014.

O senador acredita que as investigações da CPI podem levar Teixeira e Marco Polo Del Nero à prisão. "Posso afirmar que essa CPI é de verdade, muitos daqueles que fazem mal ao futebol vão pagar pelos seus crime", afirmou em entrevista à TV Bandeirantes. "Tenho esperança que vai sobrar para o presidente da CBF (Del Nero). É o corrupto mor. O Ricardo Teixeira também. Merecem uma vaga ao lado de Marín em uma cela", considerou.

O juiz da corte de Nova York Raymond Dearie negou nesta sexta-feira o pedido de acesso à confissão do empresário J.Hawilla na investigação sobre corrupção que envolve vários dirigentes da Fifa. Também nesta sexta, Aaron Davidson, presidente da Tusa (Traffic USA, subsidiária norte-americana da Traffic), se declarou inocente das acusações de conspiração, fraude financeira e lavagem de dinheiro ligadas ao escândalo.

Dearie justificou a sua decisão de não liberar o acesso às declarações do réu confesso J.Hawilla por considerar o sigilo "essencial para preservar a investigação e servir aos interesses do governo". O brasileiro está em Miami. Pode circular pela cidade, mas, se viajar, tem de informar às autoridades norte-americanas. E só poderá sair dos Estados Unidos se for autorizado.

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Já Aaron Davidson se disse inocente por meio de seu advogado, que leu um documento também em um corte federal de Nova York. O principal executivo da Traffic nos Estados Unidos é um dos 14 acusados de pagar ou receber propinas nas negociações de direitos de transmissão e marketing de torneios de futebol. Ele foi o primeiro acusado a se pronunciar perante a Justiça norte-americana.

ACORDO DE J.HAWILLA - No acordo feito com a Justiça norte-americana, José Hawilla se comprometeu a restituir US$ 151 milhões (cerca de R$ 480 milhões) nem que para isso a Traffic tenha de ser vendida. O brasileiro já pagou US$ 25 milhões em 12 de dezembro passado, dia em que declarou-se culpado de extorsão, lavagem de dinheiro, fraude e obstrução da Justiça e assinou a confusão. Em dezembro deste ano, terá de pagar mais US$ 75 milhões. No próximo ano, precisará desembolsar outros R$ 51 milhões.

Para obter o dinheiro, a família do empresário terá de vender parte do patrimônio. Se ainda assim não for obtida a quantia suficiente, a Justiça norte-americana poderá vender a Traffic brasileira e suas filiais nos Estados Unidos e na Europa, por um valor mínimo de US$ 126 milhões. Se o valor foi maior, a diferença também ficará com os norte-americanos.

Pelo acordo, se J.Hawilla não cumprir o compromisso, vai perder os benefícios obtidos com a confissão e poderá sofrer novas acusações. Além disso, o valor que ele ganharia nos contratos em que houve corrupção e que estão em vigência (Copa América de 2016, Copa de Ouro e a Liga dos Campeões da América Central e Copa do Brasil) será destinado às autoridades norte-americanas.

O faturamento anual da Traffic é estimado em US$ 500 milhões/ano e seu patrimônio imobiliário em no mínimo R$ 1 bilhão. J.Hawilla também é concessionário da TV TEM, rede no interior paulista, e de outras emissoras de TV e de rádio.

José Maria Marin, detido na última quarta-feira (27) depois de ser indiciado por corrupção nos Estados Unidos, adotou uma metodologia inusitada para solicitar as suas propinas que chegou a surpreender parceiros comerciais, principalmente aqueles que não conheciam a CBF: para não deixar qualquer rastro do valor que pediria a cada contrato, o dirigente escrevia o quanto queria em sua conta privada sempre em guardanapos de papel.

A estratégia de Marin foi relatada à reportagem por três diferentes empresários que, desde 2012, foram obrigados a negociar contratos comerciais com a CBF. Era de costume que os guardanapos viajavam de um lado a outro das mesas de negociação, com os valores extraoficiais.

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Segundo pelo menos um deles, Marco Polo del Nero também estava em algumas dessas reuniões. Em um dos guardanapos usados em uma reunião realizada na Europa, os interlocutores da CBF se surpreenderam quando o valor colocado superava R$ 1 milhão em contratos ligados à seleção brasileira.

No indiciamento da Justiça norte-americana contra Marin, o brasileiro é pego falando abertamente de propinas e a conclusão do informe é de que ele "fraudou" a CBF. Em outras ocasiões, Marin também aceitou negociar com empresas no exterior, ainda que fossem oficialmente sediadas no Brasil.

E-mails confidenciais obtidos pela reportagem revelam que uma destas transações fora do País - e do controle do Fisco - envolveu uma empresa do Grupo Figer no exterior. Atuando como intermediadores na assinatura do que poderia ter sido um novo contrato com a CBF, os documentos mostram que a família Figer ficaria com US$ 132 milhões por permitir mais de 100 jogos da seleção entre 2012 e 2022, um valor superior ao que ficaria com a CBF. O acordo não foi selado.

O ministro do Esporte, George Hilton, defendeu nesta quinta-feira a investigação internacional conduzida pelo FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, sobre esquema de corrupção na Fifa. A operação prendeu na quarta-feira sete dirigentes da entidade, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

"O governo apoia as investigações e quer que tudo seja devidamente esclarecido", disse o ministro. "Nós entendemos que as investigações precisam e devem ocorrer", afirmou Hilton, após participar de audiência na Câmara dos Deputados.

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Ao ser questionado pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se o esquema poderia ter agido na organização da Copa de 2014, o ministro disse que o governo "não sabia ainda" sobre eventuais desvios ocorridos na organização da competição no Brasil.

"Iremos acompanhar cada passo (da investigação) e, se isso efetivamente aconteceu (no Mundial), nós estamos abertos que haja investigações, que se esclareça e que os eventuais culpados sejam punidos no rigor da lei", declarou o ministro. "O que o governo vai fazer é, a partir dos esclarecimentos, se posicionar e exigir que se faça o que determina a nossa Justiça", observou.

O ministro evitou, contudo, manifestar apoio à criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a CBF, cujo pedido foi protocolado no Senado Federal pelo senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ). "O parlamento tem essa prerrogativa e acredito que toda investigação tem de ser respeitada", considerou.

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