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O Feed Dog Brasil 2022 – Festival Internacional de Documentários de Moda ocorre de 13 a 19 de outubro, de forma presencial, no Espaço Itaú de Cinema Augusta – Anexo, totalmente gratuito. São 15 títulos de importantes nomes do mundo fashion como Salvatore Ferragamo, Lorenzo Riva (Balenciaga), a estilista Mary Quant, William Klein e também filmes de impacto sobre o incêndio numa fábrica de roupas em Bangladesh, os estereótipos da mulher negra na moda.  

O inédito ‘Salvatore: Shoemaker of Dreams’, do aclamado diretor Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”), ganhador do Oscar de melhor roteiro, entre diversos prêmios, abre o festival no dia 13 de outubro às 20h para os convidados. O filme será exibido no dia 19 de outubro para o público. Para assistir o trailer, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=uxebX9kvwJ0.

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O festival traz uma série de debates em instituições de ensino e aberto ao público, sobre sustentabilidade, inclusão e diversidade, além da masterclass com o estilista e ativista Isaac Silva, um encontro com o estilista e figurinista João Pimenta, e a 1ª Mostra Estudantil Fashion Film realizadas por estudantes.  

“No Feed Dog buscamos um olhar amplo, que vai além do estilo, do modelo e da vitrine. A indústria da moda é uma das mais complexas do mundo porque inclui criatividade, glamour e investimentos altíssimos, mas também para questões cruciais para a sociedade atual como a sustentabilidade, a diversidade dos corpos e a inclusão social, por exemplo”, disse a curadora do festival, Flavia Guerra. Para conferir a programação completa, basta acessar o site: http://www.feeddog.com.br/.

Nesta segunda-feira (26), no Dia Internacional da Linguagem de Sinais, ouvintes e surdos caminharam pelo Centro do Recife na 20ª passeata de surdos de Pernambuco em protesto por mais inclusão e por mais escolas bilíngues em Pernambuco. 

Rogério Santos, coordenador de educação inclusiva da cidade de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, explica que a luta é por mais inclusão. “Estamos na luta por escolas que sejam bilíngues, pelo reconhecimento da língua de sinais, pela acessibilidade de Libras. Esse movimento é um marco porque, mesmo depois da pandemia da Covid-19, ele não se desfez e esse momento mostra o quanto a sociedade surda é forte. A gente precisa continuar incentivando a sociedade a ser mais inclusiva com a comunidade surda, difundindo a Libras (Língua Brasileira de Sinais)”, destaca Rogério.

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Carol Logman, que é uma pessoa surda, aponta que a atividade de hoje é para destacar o dia do “orgulho surdo” e para dar visibilidade a essa comunidade. Ela aponta que a população foi às ruas por mais inclusão, escolas bilíngues de referência para os surdos em Pernambuco, onde possam aprender a primeira língua de forma de empoderamento, onde possam ver o mundo de forma diferente.

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“A gente está lutando para continuar desenvolvendo a nossa língua, que é a Libras, e acabar com o capacitismo. Queremos que vocês, ouvintes, possam se comunicar conosco, aprendam mais sobre a comunidade surda. Aí vocês vão conseguir entender a importância da nossa língua, da nossa luta e da nossa cultura”, fala Logman.

Ela explica que o dia 26 de setembro foi escolhido para representar a comunidade porque foi neste dia quando se foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), centro de referência nacional na área da surdez, que subsidia a formulação de políticas públicas.

“A gente pretende hoje se reunir com a prefeitura [do Recife] para pedir várias questões, mas o principal é a escola bilíngue para os surdos porque é o primeiro passo para que a criança surda possa se desenvolver. Já existem algumas escolas, mas não são bilíngues, de referência, para que também o professor possa ser surdo, onde ele fale de surdo para surdo” assevera.

A EconTransformar, em parceria com a NTICS Projetos e com o patrocínio da Ingredion, realizará, entre os dias 27 de setembro a 16 de novembro, o projeto social intitulado Programa Educação e Diversidade (PED), que estará presente nas cidades de Mogi Guaçu (SP), São Gonçalo (RJ), Balsa Nova (PR), e Cabo de Santo Agostinho (PE).

Realizado em ambiente virtual, a iniciativa terá duração de dois meses e pretende impactar em torno de 3 mil alunos matriculados no 5º ano e 300 professores da rede pública de ensino. As escolas participantes serão escolhidas pela Secretaria de Educação do Município, em parceria com os organizadores. 

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A proposta do programa é dialogar com os estudantes e fazê-los refletir sobre temas como a comunicação não violenta, a percepção da riqueza da diversidade cultural e de pensamento e a busca por uma sociedade mais igualitária, inclusiva e pacífica, que são alguns dos temas mais emergentes entre as pautas sociais dos municípios. 

Para isso, serão realizadas três etapas de aprendizagem, sendo a primeira a realização de workshops para professores com foco na especialização do tema, seguida de três oficinas para os alunos e uma feira de ideias. Nas oficinas, os alunos serão acompanhados por uma pedagoga e receberão um material de apoio digital sobre como elaborar projetos, formar lideranças e trabalhar em equipe.

Após essa parte, os alunos serão orientados a criar um projeto para a comunidade e que abrace o tema da diversidade. Todos os projetos inscritos participarão da Feira de Ideias. A diretora de Inovação e ESG da NTICS Projetos, Ana Carolina Xavier, destaca a importância dessa disseminação de conhecimentos para que os jovens passem a ser mais proativos dentro da sua realidade:

“Precisamos reconhecer o valor da contribuição de toda a humanidade, nos seus mais diferentes aspectos e promover o diálogo não violento, para que assim então, possamos melhorar nossa percepção dos valores comuns. Os jovens têm esse poder e estamos propondo uma profunda transformação social a partir deles”, afirma.

Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas no site do PED.

Para integrar as iniciativas em prol do mês de luta das pessoas com deficiência (PcD), a Cielo realiza a terceira edição do Programa de Formação de Gerente de Negócios, iniciativa voltada exclusivamente para esse grupo minoritário. São disponibilizadas 34 vagas para a mentoria e contratação de profissionais, com inscrições abertas até o dia 29 de setembro na página do projeto

O programa tem o objetivo de formar novos colaboradores em vendas, desenvolvendo carreiras na área comercial e habilidades estratégicas. Assim, durante 90 dias, os selecionados receberão mentorias com profissionais seniores da companhia, no qual poderão desenvolver habilidades relacionadas aos processos comerciais, produtos, vendas consultivas e soft skills. 

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Após essa preparação os participantes poderão se tornar gerentes de negócios da Cielo. “Em pouco tempo o programa já se tornou uma referência internamente como ação importante dentro da estratégia afirmativa de Diversidade da Cielo. Ficamos entusiasmados com sua realização porque conseguimos estimular a inclusão de PcDs na nossa companhia.”,  diz Paulo Naliato, vice-presidente comercial da companhia.

Entre os benefícios de participar do programa, está o recebimento de assistência médica e odontológica, previdência privada, auxílio-refeição, fretado, vale-transporte, seguro de vida, Gympass e o Programa “De Bem com a Vida", que inclui uma série de atividades voltada para a qualidade de vida dos colaboradores.

Para aumentar a inclusão, a Cielo não exige experiência prévia na área comercial, nem veículo próprio, carteira nacional de habilitação (CNH) ou mesmo ensino superior completo. As exigências da empresa são sobre a comprovação da deficiência por meio de laudo a ser anexado na plataforma no ato da inscrição e a aprovação do candidato no Fit Cultural, que ocorre durante o processo.

Com informações da assessoria

 Ter um filho deficiente abre um universo de conhecimento e muita luta por inclusão. Na busca por respeito da sociedade, as mães também acabam negligenciadas e são colocadas em uma realidade que tende a empurrar as crianças com deficiência para longe dos seus direitos. Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21), o movimento Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR) clama por visibilidade às mulheres que abandonaram a vida para cuidar dos filhos. 

Há 10 anos no Recife, Juliana Penha deixou o Sertão de Pernambuco pela falta de tratamento descentralizado. Na capital, ao invés do filho receber atendimento adequado, ela se deparou com as mesmas barreiras no acesso à saúde. Desde então, entrou no movimento por direitos à pessoa com deficiência e se tornou a presidenta da ONG, onde busca motivar outras mulheres a se empoderar para defender os filhos. 

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"Eu vim do Sertão, sou de Trindade, e a gente veio para o Recife para cuidar do meu filho e dar tratamento a ele, e a gente esbarra nas mesmas dificuldades de lá. Precisei deixar minha família toda e vim aqui em busca de melhorias para que outras mães não passem pelo que eu passei", afirmou. 

Ela aponta que as mães sobrevivem em um caos em meio à demanda suprimida em todas as regiões do estado e cobra um olhar diferenciado, especialmente no apoio à saúde mental. "Elas estão adoecidas e precisam de um cuidado também. Essas mães também estão à margem da sociedade. Elas precisam de tratamento, de atendimento psicológico", destacou. 

Juliana Penha também destaca a inclusão no lazer e no transporte público. João Velozo/LeiaJáImagens

Na luta por políticas mais robustas e pelo cumprimento das garantias apresentadas pela Lei Brasileira de Inclusão de Pessoa com Deficiência (LBI) - 13.146/2015 -, Juliana lembra que, além do atendimento na rede pública de saúde e a assistência com moradia para as mulheres que deixam as casas pelos filhos, a educação também precisa estar compromissada com a causa de igualdade. 

"Existe uma lacuna e a gente tá cansada do sistema dizer que não está preparado para receber crianças com deficiência. O que acontece é que as mães estão ficando com seus filhos em casa e têm crianças fora da sala de aula porque não tem essa assistência", denunciou.  

O próprio lazer fica limitado quando se é deficiente. Parques e praças sem estrutura para receber suas crianças e eventos sem intérprete de Libras também ferem o direito à inclusão. Outra condição imposta ocorre no transporte público, onde muitas vezes não está preparado, nem equipado para passageiros com deficiência. "Quando se tem um elevador, muitas vezes está quebrado, e na maioria das vezes, o motorista não tem sensibilidade e empatia nenhuma", reclamou  

Para Juliana, a mudança deve partir dos gestores, que precisam assumir um papel mais atuante e oferecer meios para facilitar a rotina das famílias com pessoas com deficiência. “O Legislativo e o Executivo precisam olhar, e não enxergar como uma causa política, mas como uma causa de urgência”, reforçou. 

Quando faz o caminho de volta da Neo Química Arena para casa, Juliana Prado, 30 anos, geralmente está exausta, tanto que precisa se isolar em algum canto e ouvir uma música tranquila para recuperar as energias depois de apoiar o Corinthians. No estádio em Itaquera, na zona leste da capital paulista, ela se mistura à multidão, canta, sofre e joga junto com o time.

Juliana tem um grau leve de autismo, por isso a exposição à bagunça de um estádio tende a ser um pouco desgastante, mas a paixão dela pelo futebol e pelo time alvinegro é maior. O sentimento a faz voltar continuamente à arena corintiana, levando uma faixa na qual está escrito "Autistas Alvinegros".

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O corintiano mais atento notou que, desde o primeiro duelo contra o Santos, pelas oitavas da Copa do Brasil, no fim de junho, a faixa aparece estendida em todos os jogos da equipe na Neo Química Arena. Embora conversem com uniformizadas do Corinthians para organizar eventos e estreitar laços, os Autistas Alvinegros não são uma torcida organizada. Eles se definem como um movimento de inclusão social.

"A gente quer ser conhecido mesmo como a torcida da inclusão, que futuramente possa organizar projetos e encontros inclusivos. Nosso intuito é usar o futebol para trazer a imagem do autismo", explica Juliana, funcionária do setor administrativo dos Correios.

O propósito principal da organização, ela reforça, é dar visibilidade à causa por meio do futebol. "Infelizmente, o autismo é pouco visível, pouco conhecido, principalmente se for o autismo leve. O pessoal não sabe identificar ainda uma pessoa autista", constata. "Se todos se unirem nessa causa, os autistas vão ter mais acessibilidade aos estádios para poderem se sentir mais confortáveis".

"Essa faixa abriu o caminho", entende Rafael Souza Lopes. O auxiliar de expedição, de 35 anos, criou o movimento junto com Juliana há pouco mais de três meses, em 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007.

"A ideia do movimento veio pelo amor ao Corinthians", resume Rafael, feliz com a adesão ao projeto. A iniciativa ganhou corpo e os torcedores, mesmo os que não são autistas, abraçaram a causa. Hoje, oito pessoas compõem uma espécie de diretoria da torcida. Há um grupo de WhatsApp com cerca de 140 participantes, entre pessoas com autismo, familiares de autistas e psicólogos, usado para compartilhar informações a respeito do tema, além de um perfil recém-criado no Instagram com mais de 2 mil seguidores.

"Já recebemos relatos de pessoas emocionadas quando viram nossa faixa estendida no estádio", relata Rafael. "A gente tem recebido bastante mensagem de outros torcedores. Teve até vários palmeirenses que vieram nos elogiar. São grupos rivais, mas é o que eu sempre respondo: essa causa vai além de clube", reforça Juliana.

Os dois torcedores se descobriram autistas tardiamente. Ela, aos 29, e ele, aos 33. "Existem muitas razões pelas quais os indivíduos podem não ter recebido um diagnóstico de autismo quando eram crianças. Uma razão é que os critérios de diagnósticos mudaram ao longo do tempo. Além disso, a conscientização sobre o autismo costumava ser menos difundida e muitos indivíduos que atualmente atendem aos critérios podem não ter sido avaliados quando crianças", explica André Cavallini, médico da Clínica Gravital, que atende pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e usa terapias à base da cannabis para tratar esse transtorno no desenvolvimento do cérebro em alguns casos.

ESPAÇO PARA AUTISTAS

A lista é curta, mas há clubes preocupados com seus torcedores autistas. Na Neo Química Arena, por exemplo, existe um espaço destinado a acomodar corintianos com TEA. Situada no setor Oeste Superior, a sala tem paredes e janelas com isolamento de som, bem como atividades desenvolvidas para autistas e deficientes intelectuais. Além disso, o portador de autismo tem direito a um ingresso gratuito e até três bilhetes com desconto de meia-entrada para seus acompanhantes.

Rafael e Juliana conseguem se misturar ao "bando de loucos" porque são autistas de "nível leve". O alarido no estádio incomoda, mas não impede que estejam nas arquibancadas. No caso dele, o "hiperfoco" no futebol ajuda a reduzir o incômodo.

"É um fenômeno que reflete a absorção completa de uma pessoa em uma tarefa, a um ponto que parece ignorar completamente ou se desligar de todo o resto", elucida Cavallini. "Sou fissurado no Corinthians, então mesmo que o ruído me faça mal eu suporto porque tenho prazer de estar lá", diz o corintiano.

No Paraná, o Couto Pereira, estádio do Coritiba, inaugura em agosto uma sala de acomodação sensorial. O espaço será destinado para pessoas autistas e seus familiares. O clube levantou recursos para construir a estrutura por meio de um leilão das camisas, utilizadas pelos jogadores nas finais do Campeonato Paranaense deste ano, com o símbolo do autismo.

A ação aconteceu por meio de uma parceria do clube com o Instituto ICO, uma associação sem fins lucrativos voltada ao atendimento de pessoas autistas que promoveu o leilão das camisas. "A ação do Coritiba é de grande alcance: futebol é o coração do país", afirma Elyse Matos, presidente e fundadora do ICO.

Ela conta que a campanha foi tão bem-sucedida que arrecadou mais de R$ 100 mil, gerando excedente. O dinheiro que sobrou, fruto de doações de patrocinadores e do leilão, foi doado para a construção de uma sala de integração sensorial para o ambulatório da prefeitura de Curitiba. No Recife, o Náutico reservou uma área no Estádio dos Aflitos para torcedores com TEA.

FOGO SERRANO, A TORCIDA PIONEIRA

Se corintianos, torcedores do Coritiba e do Náutico têm um espaço adaptado para autistas, o botafoguense ainda briga pela construção dessa área no Engenhão. Um dos que encampam essa luta é o bancário Walter de Souza Azevedo, de 51 anos. Morador de Miguel Pereira (RJ), ele se tornou pioneiro quando fundou a Fogo Serrano, primeira torcida do País cujas bandeiras, faixas, adesivos e camisetas expõem o símbolo do autismo.

"Tento falar, mas o Botafogo não me ouve. Não temos nenhum apoio do Botafogo, infelizmente. Eu já mandei carta para o Botafogo pedindo um lugar apropriado não só para autista, para o deficiente visual e o deficiente auditivo", reclama Walter, pai de Lucas, garoto de 11 anos com TEA.

"Tentei ajudar não só meu filho, mas outras crianças com autismo, inclusive que eu via no colégio dele. Eu via que existia muita desinformação", observa o bancário, explicando a origem da Fogo Serrano, que nasceu graças ao amor de Walter pelo Botafogo e por Lucas.

"Eu quis juntar o amor que eu tenho pelo meu filho com a paixão que eu tenho pelo Botafogo". A torcida acabou ajudando no desenvolvimento do jovem botafoguense, hoje mais desinibido. "Com seis, sete anos de idade, ele não cantava. A primeira música que ele cantou foi o hino do Botafogo", conta.

O grupo de inclusão social já amealhou mais de 500 botafoguenses. A grande parte deles não é autista, mas se dedicam à causa. Na torcida estão sete crianças com TEA e dois adultos, além de um deficiente visual.

O Ministério da educação (MEC), em parceria com a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), está disponibilizando uma cartilha virtual com orientações para volta às aulas de alunos surdos da educação básica, baseadas no contexto pandêmico atual. A cartilha também possui instruções para estudantes surdocegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades, superdotação e outras deficiências associadas.   

O documento orienta medidas como a utilização de máscaras transparentes e a disposição das salas em círculos, visto que é imprescindível que alunos surdos vejam as expressões faciais e movimentos da boca durante o processo de comunicação visual.  

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No tocante às ações sanitárias, a cartilha enfatiza que o cuidado com os alunos surdocegos sejam redobrados, e sugere que os guias-intérpretes usem luvas, máscaras transparentes e higienizem as mãos com frequência, já que o contato físico é indispensável.  

Outro tópico ainda destaca a importância da escolha dos materiais pedagógicos, que devem ser fornecidos respeitando as especificidades linguísticas dos estudantes surdos, ou seja, com acesso à Libras e ao português escrito. 

Para acessar a guia completa com todas as orientações basta acessar o link.

A Ânima Educação, grupo educacional voltado para o ensino superior, está com vagas abertas exclusivas para professores de todo o país que se autodeclaram pretos ou pardos. A iniciativa é da Ânima Plurais, uma política institucional que possui o objetivo de construir e a fortalecer a cultura de diversidade e inclusão da companhia.

As oportunidades são para diversas áreas de conhecimento. Para concorrer às oportunidades, é necessário possuir mestrado completo, que é exigido para todas as vagas docentes da organização educacional. Além disso, o doutorado será um diferencial na seleção.

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O Processo seletivo é divido em três partes: análise de currículo, vídeo-entrevista e avaliação técnica com o gestor da vaga. As inscrições devem ser feitas por meio do site da instituição até o dia 4 de agosto. 

“Para a Ânima, a representatividade racial é um dos principais pilares para o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária, justa e inclusiva. Por isso, inciativas como essa, têm sido cada vez mais prioritárias para a companhia. Queremos que nosso ecossistema seja um ambiente de mais equidade, diversidade e inclusão”, comenta Luiz Carneiro, analista de Diversidade e Inclusão da Ânima.

O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) em Pernambuco está oferecendo cinco vagas com início imediato para enfermeiros e técnicos em enfermagem indígenas, além de formação de cadastro reserva. A seleção faz parte do Projeto Jovens Indígenas: Meu primeiro Emprego, elaborado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).

Serão disponibilizadas duas vagas para enfermeiros de nível superior, com remuneração total de R$ 7925,79; e três vagas para técnicos em enfermagem, com remuneração total de R$ 2619,54; todas para jornada de 40 horas semanais.

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Entre os requisitos para participação, é exigido que os profissionais tenham no máximo, 24 meses de formados, e possuam no mínimo, 18 anos na data da convocação.

O processo seletivo será dividido em 4 etapas: inscrição, análise curricular, avaliação escrita e entrevista. A avalição escrita será objetiva e terá, no mínimo, 10 questões técnicas correspondentes à área selecionada. Além disso, o participante deve atingir a partir de 07 pontos para ser aprovado para a próxima fase.

As inscrições devem ser realizadas de forma gratuita através do e-mail, onde os candidatos devem enviar toda a documentação descrita no edital até às 17h:00 do dia 20 de julho.

O Banco Itaú está com as inscrições abertas para o bootcamp de operações, projeto de inclusão exclusivo para pessoas trans. As candidaturas podem ser feitas através do site do projeto, até o dia 24 de julho. A data prevista para o início das aulas é 9 de setembro.

Para participar, é necessário ter no mínimo 18 anos, ter concluído o ensino médio, residir no Brasil, possuir carteira de trabalho emitida e ter disponibilidade para atuar oito horas por dia.

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A turma fará uma capacitação durante cinco semanas, que inclui metodologias e conhecimentos técnicos em Kaizen, Lean, Ágil e Design Thinking. Esses conhecimentos serão aplicados para o mapeamento de processos, identificação e mitigação de desperdícios, agilidade como modelo de trabalho, estímulo ao desenvolvimento criativo e resolução dos problemas dos clientes da instituição.

O programa oferece benefícios como vale transporte, vale refeição/vale alimentação, convênio médico e odontológico, seguro de vida, PLR, previdência privada, descontos em produtos financeiros, licença maternidade estendida, auxílio creche/babá, incentivo aos estudos, Gympass ou Totalpass, acesso aos clubes Itaú, entre outros.

Além disso, também será disponibilizada uma rede de apoio oferecida pelo EducaTranforma, com encontros recorrentes, apoio psicológico, psiquiátrico e endócrino, para pessoas que estão em transição hormonal ou desejem iniciar a transição.

Um levantamento realizado pelo Infojobs, empresa de soluções de tecnologia para RH, aponta que 57,6% dos profissionais LGBTQIA+ acreditam que a preocupação com diversidade e inclusão é apenas discurso de marketing das empresas. A mesma pesquisa mostra ainda que 34,7% de trabalhadores pertencentes a esse grupo afirmam que essas ações representam uma junção de marketing com preocupação genuína.

Além disso, apenas 7,6% dos entrevistados responderam que acreditam na dedicação das empresas acerca dessas temáticas. No que se refere a processos seletivos inclusivos, a maioria dos profissionais, 47%, consideram "pouco inclusivo". Já 9,7% dos participantes disseram que as seletivas não são inclusivas e 3,8% afirmam que são "muito inclusivas".

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Mercado de trabalho e discriminação

Ao serem questionados sobre se pertencer ao grupo LGBTQIA+ dificulta contratação no mercado de trabalho, 82% responderam que "sim" ou "às vezes". Assim como, 95% sabem da existência, no ambiente de trabalho, do preconceito velado. Nesse mesmo contexto, 45% dos entrevistados relataram que sofreram discriminação sexual em empresas. Entretanto, apenas 17% levou o caso até a gestão e 68% tiveram receio de falar sobre a situação e omitiram a informação.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conseguiu derrubar uma decisão proferida pela Justiça Federal do Acre que obrigava o instituto a incluir no questionário do Censo Demográfico 2022 uma pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero.

O desembargador federal José Amilcar Machado, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), acolheu o argumento do órgão estatístico de que não havia tempo hábil, nem metodologia adequada, tampouco recursos financeiros para que o levantamento censitário levantasse as informações demandadas.

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A decisão judicial lembra que o instituto precisaria de uma "dedicação de, no mínimo, mais 06 (seis) meses" para ajustar procedimentos, metodologia e questionário para atender à demanda do MPF. No entanto, a data de início do processo de coleta de dados está prevista para o dia 1º de agosto, lembra o documento.

"Conquanto seja evidente a relevância do pleito de identificação de toda a população brasileira, em todos os seus aspectos, a elaboração, processamento e definição de qualquer alteração nos questionários constitui trabalho que deve ser realizado com critério e responsabilidade técnica que atenda ao objetivo almejado", menciona a nova decisão do TRF.

Mais de 200 mil recenseadores estão sendo recrutados e treinados para fazer o levantamento de informações em todos os cerca de 76 milhões de domicílios do País a partir de agosto.

"Com efeito, a coleta de dados tirada com informações obtidas sem o respectivo respaldo técnico metodológico pode implicar estabelecimento de política pública inconsistente ou até mesmo equivocada para a população LGBTQIA+" escreveu Machado, na decisão publicada na última sexta-feira, 24.

No último dia 9, o instituto informou em comunicado ter acionado a Advocacia Geral da União (AGU) para recorrer da decisão liminar concedida pelo juiz Herley da Luz Brasil, da 2ª Vara Federal Cível e Criminal do Acre, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), sob o argumento de que a falta de estatísticas dificulta o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a população LGBTQIA+.

"A omissão que o Estado brasileiro, historicamente, tem usado em desfavor da população LGBTQIA+ é relevante e precisa ser corrigida", escreveu o juiz Herley da Luz Brasil, na decisão anterior, favorável ao pleito do MPF. "Ignorando-os, o Brasil não se volta às pessoas LGBTQIA+ com o aparato estatal que garante, minimamente, dignidade. Nega-se até mesmo a própria personalidade dessas pessoas."

O IBGE alertava em resposta que, se tivesse que cumprir o determinado pela Justiça Federal no Acre, o levantamento censitário teria que ser adiado pela terceira vez. Em comunicado, o órgão afirmava não ser possível atender à decisão "com técnica e metodologia responsáveis e adequadas".

"Seria irresponsabilidade arriscar a integridade do Censo Demográfico enquanto principal pesquisa do país, ainda que por iniciativa inspirada em legítimas causas e boas intenções", alertou o IBGE à época. "Nesse caso - para dar cumprimento escorreito à liminar da Justiça do Acre - restaria ao IBGE, como única alternativa possível, o adiamento do Censo 2022. O IBGE tem ciência de que um novo adiamento do Censo imporá vultosos impactos financeiros e sociais, inclusive prejudicando vários planejamentos nacionais, como a repartição das verbas dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM), além de repasses de verbas destinadas a programas sociais", acrescentou.

O IBGE alegava que haveria "impacto financeiro severo, especialmente se for constatada a necessidade de mudança metodológica, caso as perguntas precisem ser respondidas individualmente - exigindo que as informações sejam coletadas com a própria pessoa - o que aumentaria a necessidade de revisitas, correndo o risco de inviabilizar a operação censitária".

"Essas mudanças podem diminuir significativamente a produtividade do recenseador e elevar o tempo de coleta como um todo, aumentando o gasto com mensalistas, aluguéis, dentre outros", argumentou o IBGE, em nota divulgada no dia 9 de junho.

O órgão afirmou ainda que quesitos relacionados a identidade de gênero e orientação sexual já estão previstos para investigação em outras pesquisas domiciliares do IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), no primeiro trimestre de 2023; Pesquisa Nacional de Demografia em Saúde (PNDS), prevista para ir a campo no segundo trimestre de 2023; Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), prevista para ir a campo em 2024; e na próxima edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os lares brasileiros. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. A falta de destinação de verbas pelo governo federal também foi um obstáculo. Em 2021, o orçamento não trouxe os recursos necessários para a condução do Censo, que acabou cancelado novamente, mas desta vez sob uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ocorresse em 2022. Dois concursos públicos para contratação de mais de 200 mil trabalhadores temporários tiveram que ser cancelados.

A operação censitária foi orçada inicialmente pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões. No ano de 2021, o valor de apenas R$ 53 milhões no orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro inviabilizava até os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022. Mais tarde, após a decisão do STF, o IBGE conseguiu assegurar uma complementação orçamentária para os preparativos em 2021 e a verba para a coleta em 2022.

As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de Estados e municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planejamento de políticas educacionais. Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e até para pesquisas eleitorais.

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Segundo dados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), 80% dos detentos que passam pela reabilitação social não voltam à criminalidade. Ainda de acordo com a Secretaria, houve uma redução de 28,51% no número de mulheres encarceradas, que saiu de 831 para 594, entre 2019 e 2021.

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Iniciativa importante para apoiar a ressocialização, a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), fundada em 2014, no Centro de Reeducação Feminino (CRF) de Ananindeua, Pará, tem como objetivo incentivar mulheres que estão em privação de liberdade, auxiliando no processo de reinserção social. O grupo atua na produção de artesanato, itens decorativos, roupas e acessórios.

Gerson Santos, assessor de projetos da Seap e tutor da Coostafe, fala que, por meio do trabalho desenvolvido pela cooperativa, o principal benefício para as mulheres que fazem parte é o aprendizado, visto que, quando estiverem em liberdade, elas poderão permanecer com o ofício. “Inclusive, a Coostafe, hoje, é referência nacional, vanguardista nesse segmento e única”, informa.

Gerson explica que a gestão da unidade prisional busca, desde o início, parceiros que apoiem as cooperandas na criação e geração de renda, com instrumentos que auxiliem na reinserção social e treinamentos. “Buscou-se apoio da Organização das Cooperativas do Brasil e de outros parceiros para a configuração dessa pessoa jurídica. A Seap é uma grande parceira. Por meio da Gerência de Ensino Profissionalizante, busca trazer capacitações específicas”, diz.

Para as internas serem parte da cooperativa, a Seap estabelece critérios por meio de portarias. A seleção começa com uma triagem biopsicossocial (abordagem que engloba as dimensões biológica, psicológica e social), seguida por avaliação comportamental. Após essas etapas, a detenta poderá iniciar sua produção.

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A arte liberta

A liberdade é a condição que as custodiadas tanto esperam. Pelo cooperativismo, as detentas descobriram que há um caminho promissor: a arte.

A interna e diretora comercial Edineuza Leão, ao chegar na cooperativa, há 1 ano e 8 meses, diz que encontrou uma nova chance para viver. “A minha vinda para a Coostafe foi um novo mundo que se abriu para mim. Quando eu vim presa, eu cheguei aqui no cárcere pensando que estava tudo acabado. Não queria fazer nada, só queria morrer e pensei que tinha tudo chegado ao fim. Mas, quando eu recebi a oportunidade de vir para Coostafe, quando cheguei aqui, vi que não estava tudo perdido e que eu tinha uma nova chance, um recomeço”, relata.

Edineuza diz que a partir do projeto teve trabalhos aperfeiçoados e, hoje, além de ser crocheteira, manuseia o bordado e a costura. A diretora comercial destaca que não tem palavras para agradecer tudo o que está aprendendo. "Hoje eu tenho um cargo aqui na Coostafe e, assim, eu já tenho uma responsabilidade. Isso aqui eu já vejo como uma empresa, tenho as minhas responsabilidades e faço de tudo um pouco", fala.

Para a responsável pelo estoque, Jakeline Magalhães, que está há 6 meses na Coostafe, a costura foi a maior descoberta e a atividade que mais ama realizar. “A gente aprende várias coisas, coisas que até mesmo não sabíamos antes de chegar nesse lugar. Comecei com bordado e a costura era uma coisa que eu queria fazer mais, porque era o que eu mais gostava e queria aprender. Hoje o meu foco é a costura, mas eu bordo e faço até mesmo crochê”, conta.

Jakeline se sente orgulhosa em produzir e ressalta que, para cada interna, é uma oportunidade única fazer parte do projeto. “A cada coisa que a gente faz, a gente coloca o nosso sentimento, coloca o nosso amor, tudo aquilo de bom que tem entre a gente”, relata.

Há 5 anos e 8 meses na Coostafe, a coordenadora do crochê, Rosiane Pinheiro, conta que, apesar de ser de uma comunidade quilombola e ter conhecimento de algumas atividades, ao chegar na cooperativa pôde ensinar e aprender mais. Rosiane diz, ainda, que os trabalhos desenvolvidos podem ajudar na ressocialização, como forma de trabalho. “Digo que as pessoas [detentas] procurem [a cooperativa], porque assim como elas vão ter remissão, vai ser um aprendizado bom para quando sair, um sustento para a família”, conclui.

* Todas as entrevistadas autorizaram o uso de nomes e imagens nesta reportagem.

Por Lívia Ximenes, Even Oliveira e Clóvis de Senna (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

 

 

A Via, grupo dono de lojas como a Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br, abriu nesta terça (24) o processo seletivo para contratação de Pessoas com Deficiência (PCDs). As vagas podem ser operacionais ou corporativas, e são distribuídas em unidades localizadas em todas as regiões do país.

A Via se uniu ao Oportunidades Especiais, uma das maiores plataformas de empregabilidade para PcDs do Brasil, com o objetivo de interagir diretamente com seu público-alvo. “Só no último dia 17, quando fizemos uma Feira de Carreiras on-line, recebemos mais de 160 currículos”, revela Rosi Balabram, diretora de Gestão de Pessoas da marca.

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A empresa afirma ter o compromisso de garantir a inclusão integração total da equipe, além de oferecer condições para que todos desenvolvam seus talentos.

"Trabalhamos para ter o Brasil representado na Via, por meio dos nossos quase 50 mil colaboradores. Por isso, valorizamos todo tipo de diversidades em nossos processos seletivos. Só no primeiro trimestre deste ano, a Via contratou aproximadamente 130 profissionais com deficiência”, conta Amanda Ferreira, gerente de Diversidade e Inclusão na empresa.

As inscrições podem ser feitas através do site no link.

Por Ayanne Lima, com informações de assessoria

Por Ayanne Lima

A empresa Dow, que atua no setor químico, abriu nesta terça feira (24) as inscrições para o programa de estágio Jump to the future, que conta com 32 vagas distribuídas em São Paulo, Hortolândia, Jacareí, Guarujá, Jundiaí, Breu Branco e Santos Dumont. A multinacional tem como objetivo ampliar a representatividade da sua equipe incentivando a inscrição de talentos diversos.

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As ações afirmativas já integravam os programas de seleção e ganharam força a partir do Dow ACTs, iniciativa assumida pela empresa em 2020 para combater o racismo estrutural e acelerar a equidade racial na sociedade e na empresa. Os bons resultados ampliaram a meta de contratação de pessoas com deficiência e LGBTQIA+. 

O tema “protagonismo que transforma” possui papel fundamental no processo seletivo. A empresa busca candidatos que assumiram um papel de protagonismo em iniciativas da faculdade, do cotidiano ou da comunidade em que vivem a fim de gerar transformação. Além da oportunidade de trabalhar em uma multinacional, os candidatos selecionados para as vagas de estágio irão vivenciar um projeto de desenvolvimento pessoal e profissional, com duração mínima de um ano.

“Como a Dow valoriza a construção de um plano de carreira também para os estagiários, os “jumpers” terão acesso a um aprimoramento profissional por meio de metas desafiadoras e um ambiente inclusivo em que todos os funcionários têm a oportunidade de potencializar suas habilidades”, destaca Vanessa Grossi.

As inscrições  para o “Jump to the future” podem ser feitas até o dia 07 de junho através do link.

O termo "não binário" — expressão para pessoas que não se identificam como homens e nem como mulheres — será incluído nos cartórios dos registros de nascimentos do Rio Grande do Sul. De acordo com a Corregedoria-Geral (CGJ) do Estado, a autorização abrangerá pessoas com 18 anos ou mais.

Assinado na última sexta-feira, 22, pelo corregedor-geral da Justiça, o desembargador Giovanni Conti, a inclusão do termo deverá ser feita pela própria pessoa em um cartório. Dessa forma, cairá a necessidade da busca pela alteração através de processo judicial.

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Segundo Conti, a mudança acompanha a evolução das relações humanas, respeitando a vontade dos cidadãos, reconhecendo a pluralidade identitária da sociedade brasileira.

A medida atende ao pedido efetuado pela defensora pública Aline Palermo Guimarães, dirigente do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDDH) da Defensoria Pública do Estado (DPE/RS). "Buscamos sempre garantir que as pessoas sejam reconhecidas e respeitadas pelo que efetivamente são", apontou.

"O novo provimento, acolhendo o pedido formulado pelo NUDDH , garante que pessoas não-binárias possam, agora, retificar sua documentação civil, sem necessidade de uma ação judicial, tornando o procedimento muito mais célere. É um avanço extremamente importante no reconhecimento de diferentes identidades de gênero e que certamente impactará na vida de muitas pessoas", completou.

Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, que pessoas trans podem alterar o nome e o sexo no registro civil sem que se submetam a cirurgia. O princípio do respeito à dignidade humana foi o mais reforçado pelos ministros para decidir pela autorização. A medida vale inclusive sem decisão judicial.

Contudo, a norma não deixa expressamente clara a hipótese de registro de pessoas cuja identidade quem se reconhece é não binária, obrigando os não binários a buscarem o reconhecimento na esfera judicial.

O Dia da Conscientização do Autismo é comemorado anualmente no dia 2 de abril, celebrado para chamar atenção da mídia e sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) com a cor azul. As redes sociais têm ajudado bastante a dar voz a pessoas autistas que, devido (também) à condição, acabam não interagindo muito socialmente, além de ajudar a desmistificar o autismo e também como identificar se uma pessoa tem possíveis sinais de TEA. 

De acordo com a psiquiatra infantil Liliane Moreno, que faz parte da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP),  o transtorno do neurodesenvolvimento é caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. “Os sintomas estão presentes desde o período inicial do desenvolvimento e alguns sinais precoces podem ser observados a fim de que seja realizado o diagnóstico precoce e um tratamento mais efetivo”. 

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“Alguns sintomas precoces são falta de atenção para a voz humana, preferência por objetos à pessoas, não olhar para a mãe ao ser amamentado, não apresentar comportamentos de imitação (dar tchau), não compartilhar a sua atenção com o principal cuidador (apontar algo que chame a sua atenção), atraso na aquisição da fala(não fala nenhum palavra aos 2 anos)”, explicou. 

Liliane afirmou que, ainda com o maior acesso à informação, alguns adultos acabam se descobrindo autistas através do diagnóstico dos filhos, tendo em vista que “antigamente não se tinha tanto conhecimento e esclarecimento sobre o autismo”. “Os indivíduos com autismo leve, muitas vezes, não recebiam o diagnóstico mais cedo e só após o diagnóstico dos filhos. Devido uma gama muito grande de quadros clínicos e à variação fenotípica infinita, nos casos leves as alterações são muito sutis e, muitas vezes, o diagnóstico só é dado por um psiquiatra infantil com experiência na área. Eles chegam ao profissional com vários diagnósticos prévios e a partir do diagnóstico de autismo eles passam a entender seus comportamentos que muitas vezes eram vistos apenas como estranhos”, relatou. 

“Sobretudo em mulheres, o diagnóstico de TEA leve é ainda mais difícil, seja porque o quadro é mais sutil ainda, seja porque a sociedade é mais permissiva com as dificuldades delas, seja porque mascaram a externalização da sintomatologia autística. São crianças que são mais “chatas”, não conseguem fazer novas amizades, são mais ingênuas, sensíveis, permissivas, pois não percebem a intenção ou maldade do outro”. 

A psicopedagoga clínica Alexandra Lima completou que há uma maior conscientização dos profissionais que têm os primeiros contatos com as crianças, como os pediatras. “Hoje já existe uma conscientização e um alerta aos pediatras, que são quem tem o primeiro contato, para que percebam isso. Geralmente as famílias se queixam muito que, desde bebês, eles se incomodavam de ficar no colo, ou queriam colo demais, ou choravam muito”. 

Rivany Burgos pedagoga, voluntária municipal de Educação de Olinda, ativista da causa da pessoa com deficiência, é mãe de Maria Cecília de 7 anos que tem autismo, hiperatividade e déficit de atenção e TOD (Transtorno Opositor Desafiador), transtorno em que a pessoa sempre se opõe às regras.

A mãe conta que começou a desconfiar quando a menina tinha oito meses, devido sua falta de contato visual que a fazia pensar que a bebê estava no seu próprio mundo. Mas no início a mãe acreditava que isso seria algo de personalidade, só que quando a menina foi crescendo notou-se uma dificuldade no seu desenvolvimento linguístico. 

Após perceber essa dificuldade, a mãe junto com o pai começaram a estimular Maria Cecília dentro de casa, com atividades que a ajudassem a desenvolver a fala. Passou o tempo e apenas com 4 anos a criança foi diagnosticada. Segundo a mãe, essa demora foi referente à grande dificuldade em conseguir os tratamentos multiprofissionais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “No começo foi muito difícil, porque a gente tem que usar de outras estratégias para que ela possa entender o que estamos falando. Para ela, usávamos imagens, joguinhos, músicas. Fomos adaptando as coisas para ela ter sucesso no desenvolvimento cognitivo e social, trabalhando com vários recursos visuais”. 

Rivany detalhou que sua filha tem hipersensibilidade sensorial auditiva, algo que nem todos os autistas possuem. Ela relatou que, recentemente, precisou se mudar devido ao grande barulho que seu vizinho fazia, que deixava Cecília sofrendo. Barulhos em geral a incomodam, fogos de artifício, os ônibus, latido de cachorro fazendo-a algumas vezes gritar. 

Segundo a mãe, sua maior dificuldade é conseguir o tratamento adequado. “Está sendo muito difícil, porque desde então minha filha não tem acompanhamento terapêutico. Atualmente ela só tem um psicólogo que faz terapia em grupo, e ela precisa de outros tipos tratamentos multiprofissionais, que pode desenvolver bem melhor a vida da minha filha”.

“É muita luta. A gente passa por filas de espera que dura anos para conseguir um tratamento digno para que essas crianças possam se desenvolver e ter uma vida mais próxima do normal, mesmo tendo essas condições”. Ela lamentou, “é muito sofrimento saber que seu filho tem capacidade de desenvolver mais, e por causa da má política não desenvolve”.

Por sua vez, Cristiane Castro, dona de casa e mãe de Elaine Fonseca de 4 anos, que foi diagnosticada com autismo com 2 anos e 4 meses, relatou ter começado a desconfiar da condição quando ela parou de falar o que já tinha aprendido com 1 ano e 4 meses, além de não atender pelo nome. 

Ela disse que no início achou estranho, mas pensou que era o tempo da menina. Para completar, a chegada da pandemia a impediu de investigar sobre a condição de sua filha. Apenas em junho de 2020, ela foi atrás de um psiquiatra e uma fonoaudióloga, que foi identificado pela fono à Apraxia (falta de fala e linguagem) e também a suspeita do Autismo. Já o psiquiatra informou que a menina era autista.

 “Naquele momento eu não sabia o que vinha pela frente. Pensei no medo, no preconceito, o que as pessoas iam falar, o que minha família ia falar”. “Hoje depois de um ano, ela começou a terapia, começou a soltar sons, já fala algumas vogais, já me chama de mamãe”. Com o tempo, a menina está se desenvolvendo, se tornando mais independente, disse.

Educação

A psicopedagoga clínica Alexandra Lima, da Clínica da Aprendizagem Alexandra Lima, detalhou que é preciso fazer uma avaliação nas crianças autistas “para saber as dificuldades delas e, a depender do grau, saber se vamos precisar ou não fazer as adaptações” na educação. “Às vezes pode ser uma criança que não precise de tanto suporte, que é o que se considera autismo leve. Se for uma criança com bom funcionamento, poucas adaptações vão ser necessárias, a não ser o teste de rastreio, mapear as áreas que ela tem mais dificuldade e traçar o plano de intervenção como qualquer outra criança”. 

“Se ela precisar de mais suporte, lançamos mão de alguns protocolos com base nas abordagens terapêuticas que já fazem. Lançamos esse manejo para chegar mais fácil nelas, e o que usamos bastante é o suporte visual. A gente tenta chamar mais atenção para eles e rastrear as áreas de aptidão, gostos, nada que também não pudéssemos fazer com uma criança que não tem autismo. Mas nelas conseguimos estabelecer singularidades que ajudam a descobrir o canal de acesso até elas”, disse a profissional. 

De acordo com Alexandra, é preciso considerar o transtorno autista dentro da sala de aula. “Se for uma criança que tem um bom funcionamento, ela vai dar conta do conteúdo. Claro que ela pode não interagir e, uma vez que isso não acontece, ela sai prejudicada. Essa interação não só com os outros, mas com o conhecimento. Aquelas que têm uma dificuldade maior vão precisar de metar, provas, conteúdos, tudo adaptado para ela e, muitas vezes, também vai precisar de alguém que fique mediando essa aprendizagem”, afirmou. 

Ela salientou a importância do verdadeiro acolhimento como auxílio no melhor desenvolvimento da criança autista, “ele é tudo”. “Não é acolher de boca e nem levantar  bandeira. É acolher dentro, na alma. Acho muito importante que exista um preparo e uma conversa que se fale sobre, explique que não é uma doença, que as crianças autistas, por mais que não interajam, elas escutam, entendem, sentem. É importante falar desse acolhimento para professores, alunos, toda a comunidade escolar, e falar bastante, conhecer, procurar, saber de todas as formas porque, a partir do momento que você acolhe, você conhece e se abre para esse ‘diferente’. A informação é importante para que eu desmistifique muita coisa, mas a gente só acolhe verdadeiramente com o coração”, enfatizou. 

Ausência de inclusão

Alexandra Lima ressaltou que a inclusão nas escolas é um ponto crítico a ser discutido pela falta de preparação das escolas, sobretudo as particulares. “A lei diz que a gente tem que incluir e, na contramão, tem as escolas que não são preparadas e não querem, mas elas não dizem isso porque é politicamente incorreto”. 

“O que vemos hoje são crianças dentro das escolas, porque não podem ter esse direito negado, mas são sem nenhum preparo, sem nenhum olhar. As escolas deixam a criança lá fazendo de conta, essa é a realidade. Existe inclusão no papel, na lei, na boca, mas efetiva, não existe. O que temos é uma comunidade de autista imensa de crianças que não conseguem ser incluídas. É muita coisa que precisa ser revista, mas o fato é que as escolas recebem porque são obrigadas”, observou. 

No entanto, ela salientou que o trabalho das escolas públicas na inclusão de alunos autistas é “mais estruturado”. “As escolas particulares não têm uma organização e predisposição. Vejo trabalhos muito mais lindos, bem preparados e estruturados na escola pública do que na privada. E isso estamos falando apenas de autismo. Falta disponibilidade para sentar todo mundo e falar sobre”. 

A profissional fez questão de ressaltar que a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, deve ser discutida nas comunidades escolares como um todo. “Hoje não existe essa discussão para saber onde vai chegar, porque é preciso se ouvir como é o dia a dia, o que se precisa, profissionais para esclarecer essa inclusão. A criança para estar dentro da escola precisa ter um plano individualizado que a lei orienta, que seja feito a partir do mapeamento de todas as possibilidades dessa criança, o que vai ter como meta para ela. Esse plano de ensino é o que vai nortear a vida dela dentro da escola, e é o que a inclusão diz que seja feito”. 

“Muitas escolas não sabem nem o que é um plano de ensino individualizado. É preciso ter a garantia dessa lei para que a criança tenha o plano de ensino individualizado para que ela possa se desenvolver através das metas estabelecidas para ela”, finalizou.  

Rede social 

Alguns grupos de apoio a pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se materializam nas redes sociais, além de pessoas autistas que fazem da internet um meio de comunicação para desmistificar alguns preconceitos e temas relacionados ao transtorno falando para várias pessoas de uma vez e, naturalmente, respeitando os seus limites de interação social, quando ele existe. 

Recentemente, uma mulher bolsonarista “burlou” o uso de máscara durante a circulação no Shopping RioMar, na Zona Sul do Recife, se dizendo ser autista (sem ser) e postou nas redes. Na ocasião, ela chegou a afirmar, rindo, que “tá todo mundo doido, a gente se faz de doido também e tá tudo certo”. Após repercussão nas redes sociais, Natasha Borges comentou não ter preconceito e respeitar a condição por ter um familiar autista. 

O perfil do Instagram Autista falando de autismo (@autistafalandodeautismo), em vídeo, Pedro Jailson, dono do perfil, criticou a fala da bolsonarista. “Vai ficar famosa agora. Não era isso o que ela queria?”. Na página, ele diz que foi diagnosticado aos 28 anos e dá várias dicas de indicações de profissionais, livros, e tem um destaque “entenda o autismo”, com publicações como “existem medicações para tratar o autismo?”, “existem exames para detectar o autismo?”. 

Um outro perfil em destaque no Instagram é o de Ivan Baron, o “influenciador da inclusão”. Ele também fala de “expressões capacitistas”, “como é pra chamar?”, dentre outros assuntos relacionados a vários tipos de condições. 

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Com a colaboração de Camilla Dantas

O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira, 1º de abril, incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro remédio de eficácia comprovada para o tratamento de casos graves de covid-19. A inclusão havia sido recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) esta semana. Estudos realizados em vários países, entre eles o Brasil, mostraram que o baricitinibe reduz em 38% a mortalidade de pacientes hospitalizados.

O Olumiant, nome comercial do medicamento, é produzido pela Eli Lilly. Já é usado em mais de 70 países, entre eles o Brasil. É aplicado no tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica.

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Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou seu uso no tratamento de pacientes adultos de covid-19. São casos de internados que precisam de oxigênio por máscara, cateter nasal, alto fluxo ou ventilação não invasiva. Outros 15 países já fazem esse uso do remédio. Trata-se de um imunomodulador. Atua no sistema imunológico reforçando as defesas e bloqueando vias inflamatórias.

"O Olumiant é um medicamento já disponível no SUS para a indicação de artrite reumatóide, portanto já temos entregas acontecendo para o governo", lembrou o diretor de assuntos corporativos e regulatórios da Lilly, Orlando Silva. "O governo já tem estoque disponível para atender imediatamente os pacientes em ambas as indicações."

A eficácia da droga no tratamento da covid foi testada em dois estudos clínicos internacionais. Esses trabalhos envolveram mais de 2,5 mil pacientes em vários países, inclusive no Brasil. No País, foram testados 366 pacientes em dezoito centros clínicos em cinco estados. A dose recomendada é um comprimido de 4mg ao dia, por 14 dias. O custo é de cerca de R$ 3 mil pelo tratamento completo. Segundo o fabricante, em todo o mundo, cerca de 740 mil pessoas já foram tratadas com o remédio.

"Na covid, o aumento da gravidade da doença pode estar associado a um estado hiperinflamatório", explicou a gerente médica da farmacêutica, Camila Tostes. "Estudos realizados mostraram que, através da inibição das proteínas JAK1 e JAK2, o remédio reduziu a "tempestade de citocinas" associada às complicações desta infecção.

Além disso, o medicamento tem um papel na inibição das proteínas das células hospedeiras que auxiliam na reprodução viral, reduzindo a capacidade das células infectadas de produzir mais vírus."

Segundo relatório técnico da Conitec, os pontos favoráveis à incorporação foram os desfechos positivos nos estudos. Os trabalhos mostraram redução da mortalidade em pacientes hospitalizados. Houve ainda avaliações econômicas e análises de impacto orçamentário. Elas sugeriram que o medicamento é sustentável para o SUS. E mostraram que não há outras opções de tratamento disponíveis.

"É um remédio muito bom para casos graves de covid, a um custo plausível", afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz. "É um excelente imunomodulador."

O ministério ainda não informou sobre expectativas de compra do produto para distribuição na rede pública.

Na última quarta-feira, 30, a Anvisa aprovou também o uso emergencial do Paxlovid. É uma droga indicada para o tratamento de casos mais leves de covid-19.

O remédio, fabricado pela Pfizer, reduz em 89% o risco de internação e morte por covid. Já é usado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

O Ministério Público Federal acionou a Justiça para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclua campos para identificação de "identidade de gênero" e "orientação sexual" nos questionários do Censo 2022 e em futuras pesquisas. A Procuradoria argumenta que o fato de não haver um "perfil social, geográfico, econômico e cultural" da comunidade LGBTQIA+ no Brasil resulta em um "verdadeiro empecilho" para a formulação de políticas públicas focadas nas necessidades de tal população.

"O censo demográfico do IBGE ignora totalmente a identidade de gênero e a orientação sexual em seus questionários. Trata-se de uma verdadeira limitação em sua metodologia censitária, que, além de excluir importante parte da população brasileira do retrato real que deve ser demonstrado pela pesquisa, também restringe o alcance das políticas públicas que efetivam os seus direitos fundamentais", sustenta o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias no documento.

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A ação foi apresentada ao juízo da 2ª Vara Federal em Rio Branco após representação do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público do Estado do Acre.

A petição inicial classifica como 'crucial' que o censo capte o máximo da diversidade da população: "Sem esse conhecimento, subpopulações importantes tornam-se invisíveis e iniciativas para coletar dados representativos são severamente limitadas, senão inviabilizadas, como é o caso atual da população LGBTQIA+".

Nessa linha, a Procuradoria explica como dados oriundos do censo são essenciais para que as políticas possam ser projetadas eficazmente a áreas deficitárias. O Ministério Público Federal frisa que a população LGBTQIA+ 'enfrenta vários encargos pessoais e sociais relacionados à saúde física e mental, altas taxas de suicídio, disfunções familiares, discriminação, falta de moradia e emprego, marginalização e barreiras ao acesso a serviços públicos que demandam apoio governamental direcionado'.

A ação destaca que o Brasil é o País onde mais ocorreram relatos de violência contra a população LGBTQIA+ pelo 13º ano consecutivo. Além disso, o documento cita estudo realizado pela ONG TODX sobre violências contra a comunidade nos anos de 2018 e 2019 que revelou uma "realidade assustadora" sobre o volume de subnotificações nos casos de LGBTfobia.

Em dezembro, a Procuradoria da República no Acre chegou a abrir um inquérito civil sobre a falta de perguntas, no questionário do Censo, sobre comunidade LGBTQIA+. Na ação, o Ministério Público Federal rebate alguns dos argumentos apresentados em nota pelo IBGE após a notícia de instauração da apuração.

Um dos pontos citados pela Procuradoria é a alegação do Instituto de que a "investigação de gênero" seria considerada quesito sensível e poderia impactar na coleta de todas as demais informações coletadas. O Ministério Público Federal sustenta que o tratamento de dados sensíveis "não é novidade" no questionário do IBGE, indicando que o "quesito sobre cor e raça também faz parte desse grupo e suscita dúvidas na população".

O MPF também rebateu argumento de que a Justiça Federal negou, em 2019, uma ação que pedia a inclusão, no censo 2020, de pergunta visando a contagem da população transexual. A Procuradoria ressalta que, na ocasião, foi acolhido o argumento do IBGE de que o pleito era inédito no mundo e que apenas Grã-Bretanha e Austrália começaram a desenvolver pesquisas para incluir questões exclusivamente sobre orientação sexual em seus censos.

Agora, a ação diz apresentar metodologia censitária adequada para incluir questões sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo 2022, conforme já realizado pela Inglaterra, País de Gales, Escócia, Canadá e Nova Zelândia. "Se antes não havia metodologia adequada, nem questionários semelhantes em outros países, hoje não faltam referências internacionais sobre como incluir sexualidade e gênero no censo demográfico", diz o documento.

COM A PALAVRA,O IBGE

A reportagem busca contato com o instituto. O espaço está aberto para manifestações.

“O que significa a inclusão?” é o tema escolhido este ano pela organização Down Syndrome International (DSI), do Reino Unido, para marcar o Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado hoje (21). A data foi criada pela instituição em 2006, com o objetivo de celebrar a vida das pessoas com a síndrome e garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades das demais.

Neste dia, os portadores da síndrome e aqueles que vivem e trabalham com eles em todo o mundo organizam e participam de atividades para aumentar a conscientização pública e defender os direitos, inclusão e bem-estar dessas pessoas. A data foi escolhida em alusão à presença de três cópias do cromossomo 21 nas pessoas com a síndrome, em vez de duas, existentes nas demais.

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Isso significa que a síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo, o que ocorre no momento da concepção. Cromossomos são estruturas biológicas que contêm a informação genética. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. Trissomia significa, portanto, a existência de um cromossomo extra.

A alteração genética conhecida como síndrome de Down está presente na espécie humana desde sua origem. Foi descrita assim há 150 anos, quando o médico inglês John Langdon Down se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria, em 1866. Em 1958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram, de maneira independente, a origem cromossômica da síndrome. Foi quando ela passou a ser considerada síndrome genética.

Genética

A neurologista pediátrica Karly Lagreca, pós-graduada em autismo e psiquiatria infantil, disse que o comportamento dos pais não causa a síndrome de Down. “É uma condição genética. Se houver o aconselhamento genético, os pais podem saber a chance de gerar um segundo filho portador da síndrome”. Ela explicou que, ao ter o primeiro filho, o casal pode estudar a genética dele para ver se a síndrome pode ser herdada.

A médica alertou que a síndrome de Down não é uma doença e nem deve ser tratada como tal. “Devemos apenas saber os cuidados mais necessários para oferecer a essas crianças e adultos fisioterapia para fortalecer o tônus e a investigação de doenças no coração e na tireoide, por exemplo”. Apesar de apresentarem, em sua maioria, deficiência intelectual de gravidade variável, os portadores podem ter vida normal, estudar, trabalhar, casar, ter filhos, afirmou a médica. Para isso, garantiu que “o grau da deficiência, a quantidade de terapias e estimulação recebidas ao longo da vida e o suporte familiar e social serão fundamentais”.

Conscientização

O Dia Mundial da Síndrome de Down visa a conscientizar a sociedade global sobre essa alteração genética que acomete uma em cada 700 crianças nascidas vivas no Brasil. Em termos mundiais, a incidência estimada é de uma em mil nascidas vivos, o que sinaliza que, a cada ano, cerca de 3 mil a 5 mil crianças nascem com síndrome de Down. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que cerca de 300 mil pessoas têm síndrome de Down no país. De modo geral, os portadores apresentam olhos amendoados, rosto arredondado, além de alguns problemas, como cardiopatia congênita e deficiência intelectual de gravidade variável.

A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (Fbasd), associada à Down Syndrome International, está exibindo em suas redes sociais, em alusão à data, lives (transmissões ao vivo na internet) e vídeos mostrando o que é inclusão no entendimento dos jovens com trissomia 21. Os vídeos foram feitos com portadores da síndrome no Brasil e na Espanha, por meio da Federação Iberoamericana de Síndrome de Down (Fiadown), com tradução para o português.

“É um tema muito importante para que as pessoas possam ter interpretação correta da própria Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU)”, disse o presidente da FBASD, Antonio Sestaro.

Um desses jovens é Bruno Ribeiro, do Recife, que faz parte do Grupo Nacional de Autodefensoria da FBASD. Para Bruno, inclusão significa “reconhecimento de capacidades, garantia de direitos, respeito, igualdade de oportunidades, amor”.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), da ONU, estabelece a “participação e inclusão plena e efetiva na sociedade” de todos os portadores de deficiência e das pessoas com síndrome de Down. A realidade, porém, mostra que essas pessoas ainda hoje não se beneficiam de uma participação e inclusão plenas na sociedade.

Invisibilidade

Antonio Sestaro informou que algumas filiadas da federação vão realizar hoje (21) caminhadas para chamar a atenção da população sobre o papel das pessoas com síndrome de Down como cidadãos. “E sair da invisibilidade. Esse é um dos principais objetivos do dia”, destacou.

“O mundo todo se une neste dia para poder fazer a divulgação do que é a síndrome, dos avanços, da educação inclusiva, que é uma bandeira da federação e, mais do que isso, o respeito à Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência. A sociedade precisa quebrar barreiras para que possam ter espaço na sociedade”, afirmou Sestaro.

O presidente da FBASD lembrou que ainda há muito preconceito, não só no Brasil, mas no mundo, em relação às pessoas com síndrome de Down. “Mas avançamos muito. Nos últimos 30 anos, principalmente depois da Convenção da ONU, e mais recentemente, a partir de uma educação que permite que as crianças com Down estejam junto com as demais, a sociedade avançou”.

No último dia 4 de março, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 377/2011, que institui o Dia Nacional da Síndrome de Down. A data já constava na agenda da ONU desde 2006, mas ainda não fazia parte do calendário brasileiro.

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