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O número de brasileiros em busca de emprego há pelo menos dois anos chegou a 3,3 milhões no primeiro trimestre de 2019, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgados nesta terça-feira (18). O número de desempregados nessa situação é 42,4% superior ao do mesmo período de 2015, primeiro ano da crise econômica que afeta o país.

A técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras, pondera que o mercado de trabalho é o mais atingido pela crise econômica enfrentada no país e que os trabalhadores menos escolarizados e as famílias de menor renda são os maiores prejudicados.

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"Estamos com o mercado de trabalho ainda muito deteriorado, embora nos últimos meses a gente veja alguma reação. Mas a crise tem dificultado a geração mais forte de postos de emprego. Além de reagir depois da economia como um todo, a reação [do mercado de trabalho] costuma ser muito lenta no começo", explica.

O Ipea avalia que a recuperação do mercado de trabalho está condicionada à aprovação da reforma da Previdência. Para Maria Andreia, uma tramitação mais rápida no Congresso Nacional pode aumentar a confiança do mercado e mostrar efeitos para o início de 2020, já a aprovação mais demorada pode adiar a recuperação para o segundo semestre do próximo ano.

O preço do plano de saúde individual acumulou, entre 2000 e 2018, um aumento de 382%, bem acima da inflação geral de 208% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que também questiona a regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A diferença de preço é ainda maior se comparada ao IPCA Saúde, que registrou inflação de 180% no mesmo período. O aumento médio anual dos planos, de 8,71%, foi maior que o de serviços médicos e dentários (6,45%), produtos farmacêuticos e óticos (4,93%) e serviços laboratoriais e hospitalares (4,50%).

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O teto para reajuste de planos individuais, que correspondem a 20% do total de usuários no Brasil, é definido pela ANS. Em dezembro de 2018 a agência reguladora adotou uma nova metodologia para o cálculo do reajuste.

Os pesquisadores do Ipea questionam a razão de o novo método não incluir os planos coletivos, que respondem por 80% dos usuários no país e que têm reajuste definido pela própria pessoa jurídica contratante e a operadora.

Para o instituto, é necessário avaliar a criação de outro índice de preços para todas as modalidades de planos, levando em conta a produção dos serviços médico-hospitalares e o IPCA Saúde.

O Projeto de Lei que foi protocolado na Câmara dos Deputados nesta última quinta-feira (6), batizado pelos internautas como “Neymar da Penha”, visa endurecer as penas de uma lei que já existe no Brasil contra o crime de denunciação caluniosa. A PL tomou as redes sociais e conversas de amigos por conta do suposto estupro sofrido pela modelo Najila Trindade que, além do abuso sexual, também acusa o jogador Neymar Júnior pelo crime de agressão.

O crime de denunciação caluniosa se configura quando a pessoa faz a comunicação de um crime que, na verdade, não aconteceu, gerando uma investigação policial ou administrativa, processo judicial, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém (inocente). O caluniador dessa história pode ser responsabilizado pelo crime que está previsto no artigo 339 do Código Penal, estando sujeito a uma pena de 2 a 8 anos de prisão - além de multa.

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Foi o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) quem protocolou a PL 3369/19 que visa agravar a pena de denunciação caluniosa de crimes contra a dignidade sexual. No entendimento do pesselista, o atacante Neymar está sendo vítima da mulher que está - segundo Carlos -, querendo "ganhar seus minutinhos de fama". Se o projeto for aprovado, os processados poderão ter a pena aumentada em até 1/3.

No entanto, o nome que o Projeto de Lei ganhou (dos internautas) não vem agradando parte da população. Alguns afirmam que isso demonstra total desrespeito a Lei 11340/2006, batizada de Lei Maria da Penha, que está em vigor no Brasil há 12 anos (prestes a completar 13 anos em agosto). É ela a responsável pelo fortalecimento do combate à violência doméstica e familiar que muitas mulheres sofrem no Brasil. Para se ter ideia, antes da Maria da Penha, as agressões dos maridos contra as suas esposas eram considerados crimes de menor potencial ofensivo, muitas vezes o acusado respondia o crime em liberdade, como foi no caso da farmacêutica inspiradora da Lei, Maria da Penha.

Ela foi vítima de dupla tentativa de homicídio (na época) por parte do seu então marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Maria da Penha levou um tiro do marido enquanto dormia, foi mantida em cárcere privado e quase foi eletrocutada pelo companheiro enquanto tomava banho. Mesmo paraplégica, Penha conseguiu se tornar um símbolo de resistência e luta pelo fim das agressões domésticas.

Décadas após as agressões sofridas por Maria da Penha, sua história e resiliência serviram para a criação da lei que leva o seu nome. De acordo com o advogado, professor e especialista em ciências criminais Rodrigo Diniz, a Lei 11340/2006 é tida como uma ação afirmativa e visa o princípio da igualdade e equidade entre homem e mulher. “Muita gente ainda não entende que bater em mulher é crime, mas a lei está aí para confirmar isso”, diz.

Quando a Lei estava prestes a completar 10 anos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou uma pesquisa que avaliava a efetividade da lei. De acordo com o órgão, mesmo a Lei Maria da Penha não tendo como foco o homicídio de mulheres, os resultados indicaram que a Lei fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro das residências no Brasil.

Até a década de 70, a tese de legítima defesa de honra era aceita nos tribunais para inocentar maridos que assassinavam seu cônjuge. Segundo levantamento do IPEA, até a sanção da Lei Maria da Penha, os incidentes de violência doméstica eram julgados segundo Lei nº 9.099/1995, sendo considerados crimes de menor potencial ofensivo, nenhuma medida protetiva era oferecida à vítima.

Nesse mesmo tempo, quando os acusados eram condenados tinham suas penas reduzidas ao pagamento de cestas básicas - o que acabou de vez em 2006. "A Lei Maria da Penha modificou a forma de como o Estado tratava os casos envolvendo a violência doméstica: aumentou o custo de pena para o agressor; aumentou o empoderamento e as condições de segurança para que a vítima pudesse denunciar; aperfeiçoou os mecanismos jurisdicionais,  possibilitando que o sistema de justiça criminal atendesse de forma mais efetiva os casos envolvendo violência doméstica", pontua o IPEA.

Homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos meses mais quentes do ano entre 18h e 22h. Este é o perfil dos indivíduos com mais probabilidade de morte violenta intencional no Brasil. Os homicídios respondem por 59,1% dos óbitos de homens entre 15 a 19 anos no país. É o que aponta o Atlas da Violência 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (5).

Apenas em 2017, 35.783 jovens de 15 a 29 anos foram mortos, uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens, recorde nos últimos 10 anos. A juventude perdida é considerada um problema de primeira importância para o desenvolvimento social do país e vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte. Os dados do Atlas da Violência também trazem evidências de outra tendência preocupante: o aumento, nos últimos anos, da violência letal contra públicos específicos, incluindo negros, população LGBTI+ e mulheres, nos casos de feminicídio.

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De 2007 a 2017, a desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no Brasil. A taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros apresentou um aumento de 3,3%. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídio eram pretas ou pardas. Mais uma vez, o Rio Grande do Norte está no topo do ranking, com 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais que o dobro da taxa nacional. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios negros estão localizados na região Nordeste.

O ano de 2017 registrou, também, um crescimento dos homicídios femininos no Brasil, chegando a 13 por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007 – 66% delas eram negras. Entre 2007 e 2017, houve um crescimento de 30,7% nos homicídios de mulheres no Brasil. A situação foi mais grave novamente no Rio Grande do Norte, que apresentou uma variação de 214,4% em 10 anos, seguido pelo Ceará (176,9%). As maiores reduções decenais ocorreram no Distrito Federal, no Espírito Santo e em São Paulo, entre 33,1% e 22,5%. Chama a atenção o caso do Espírito Santo, que era campeão da taxa de homicídios femininos no país em 2012.

 

O Atlas de 2019 traz uma seção inédita, sobre a violência contra a população LGBTI+.  Segundo uma das bases utilizadas pela pesquisa (o canal de denúncias Disque 100), houve um forte crescimento nos últimos seis anos nas denúncias de homicídios contra a população LGBTI+, que subiram de cinco em 2011 para 193 em 2017, ano em que o crescimento foi de 127%. Os pesquisadores compararam esses dados com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, e encontraram um mesmo resultado qualitativo. Em mais de 70% dos casos, os autores do crime são do sexo masculino, enquanto que a maioria das vítimas é de homo ou bissexuais do sexo feminino.

Recorde negativo

O Brasil atingiu, pela primeira vez em sua história, o patamar de 31,6 homicídios por 100 mil habitantes. A taxa, registrada em 2017, corresponde a 65.602 homicídios naquele ano e revela a premência de ações efetivas para reverter o aumento da violência. 

O estudo identifica dois fenômenos no país: enquanto mais estados reduzem a taxa de letalidade violenta, há forte crescimento no Norte e no Nordeste. Em 2017, as taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram bastante heterogêneas entre as unidades da Federação, variando de 10,3 em São Paulo a 62,8 no Rio Grande do Norte. Houve diminuição no Sudeste e no Centro-Oeste, estabilidade no Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste.

O estado com maior crescimento no número de homicídios em 2017 foi o Ceará, que registrou alta de 49,2% e atingiu o recorde histórico de 5.433 mortes violentas intencionais, causados por armas de fogo, droga ilícita e conflitos interpessoais. No Acre, a variação foi de 42,1% em 2017, totalizando 516 homicídios – considerando-se o período de 2007 a 2017, o número de homicídios subiu 276,6% no estado.

O crescimento da violência letal no Acre está associado à guerra por novas rotas do narcotráfico, que saem do Peru e da Bolívia e envolvem três facções criminosas: o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e o Bonde dos 13 (B13). Este fenômeno também influencia o número de homicídios no Amazonas, que praticamente dobrou em uma década e chegou a 1.674 em 2017. Na outra ponta, o estado com maior redução na taxa de homicídios em 2017 foi Rondônia (-22%), seguido por Distrito Federal (-19.7%) e São Paulo (-4,9%).

Acesse a íntegra do Atlas da Violência 2019

Da assessoria do Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) lançam nesta quarta-feira (5) o Atlas da Violência de 2019. O levantamento, com base em dados oficiais do Ministério da Saúde, traz os dados referentes ao ano de 2017. Pernambuco figura de forma negativa no estudo, apresentando índices elevados nos diversos recortes da violência no país.

Em 2017, Pernambuco figurava no grupo com mais elevadas taxas de homicídio, acompanhado de Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Pará e Acre. O estado pernambucano teve um aumento de 21% na taxa de homicídios, consolidando uma trajetória de crescimento na violência no estado desde 2014 e demarcando a triste derrocada do programa Pacto pela Vida, segundo os autores do estudo. Para o Ipea e o FBSP, a morte do governador Eduardo Campos em 2014 dá pistas do caráter voluntarista dos mecanismos de governança, em contraposição à importância da arquitetura institucional e dos arranjos de governança para uma política de Estado. Além da morte do ex-governador, as resistências das corporações policiais em relação ao controle externo de sua atividade seriam o motivo do declínio do programa.

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Um dos destaques negativos do estado é a morte prematura de jovens, idade que vai dos 15 aos 29 anos. Além da tragédia, os homicídios de jovens geram consequências sobre o desenvolvimento econômico e geram custos significativos para o país. Um estudo apresentado no levantamento constata que as mortes violentas de jovens custaram ao Brasil cerca de 1,5% do PIB nacional em 2010.

As três taxas mais elevadas de homicídio de jovem por 100 mil habitantes foram as dos estados do Rio Grande do Norte (152,3), Ceará (140,2) e Pernambuco (133). As menores ficaram com São Paulo (18,5), Santa Catarina (30,2) e Piauí (38,9). Ao todo, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil em 2017. Esse número representa uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos. Homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos.

Entre 2016 e 2017, os estados com os maiores aumentos na taxa de homicídios de jovens foram Ceará (+60%), Acre (+50,5%), Pernambuco (+26,2%), Rio Grande do Norte (+21,3%) e Espírito Santo (+20,2%). O Brasil experimentou um aumento de 6,7% nessa taxa no mesmo período.

"A criminalidade violenta vem sendo fortemente relacionada ao sexo masculino e ao grupo etário dos jovens de 15 a 29 anos", aponta o estudo. Observando especificamente o grupo dos homens jovens, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a 130,4 em 2017. Dos 35.783 jovens assassinados em 2017, 94,4% (33.772) eram do sexo masculino. Considerando apenas o sexo masculino, os três estados com maiores taxas foram Rio Grande do Norte (281,9), Ceará (262,6) e Pernambuco (255,4). Já as menores taxas são observadas em São Paulo (33,3), Santa Catarina (53,6) e Mato Grosso do Sul (72,3).

Entre 2007 e 2017, a evolução das taxas de homicídios de homens jovens no país foi de 38,3%. No período 2016-2017 a mesma taxa cresceu 6,4%. Pernambuco novamente aparece no topo dos maiores aumentos, ficando na terceira posição com 27,4%. “É fundamental que se façam investimentos na juventude, por meio de políticas focalizadas nos territórios mais vulneráveis socioeconomicamente, de modo a garantir condições de desenvolvimento infanto-juvenil, acesso à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho”, orientam os responsáveis pela pesquisa.

Pernambuco também tem presença negativa nos levantamentos das taxas de homicídios de negros. Os cinco estados com maiores taxas são do Nordeste. Em primeiro lugar está o Rio Grande do Norte, com 86 mortos a cada 100 mil habitantes negros, seguido de Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). Entre 2007 e 2017, Pernambuco conseguiu uma redução de 0,9% nessa taxa. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios no país foram indivíduos negros, definidos como a soma de pretos e pardos.

Com relação aos homicídios contra mulheres, Pernambuco figurou na 12ª posição. Sobre a violência contra a população LGBT, o estado registrou 62 denúncias através do Disque 100, canal que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos. Segundo a pesquisa, 19 denúncias foram de lesão corporal, duas de tentativa de homicídio e 12 de homicídios.

Quase a metade dos jovens que possuem graduação ou pós-graduação (44%) ocupam postos de emprego que requerem menor qualificação do que a escolaridade adquirida, conforme mostram dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

As estatísticas revelam que o número de brasileiros com formação superior passou de 10,2% em 2012 para 13,9% no ano passado, ao passo que o número de trabalhadores graduados ou pós-graduados deu um salto de 13,1 milhões para 19,4 milhões no mesmo período.

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No entanto, a proporção de trabalhadores de 24 a 35 anos com nível superior e que desempenham funções de menor qualificação é de 38%, o maior contingente já registrado desde que o Ipea começou a coletar esse tipo de informação, em 2012, ano em que a taxa era de 33%.

Formado em Fotografia, Anderson Donato, 31 anos, nunca conseguiu um emprego com carteira assinada na área, nem mesmo estágio no período em que ainda estava na universidade. "Eu terminei a faculdade em 2015 e todas as vagas que eu já encontrei pedem requisitos absurdos, como experiência em administração e conhecimento em programas que não são de fotografia, como AutoCad, Illustrator e CorelDRAW, que não se encaixam na área e nem na grade curricular do curso", afirma.

Apesar da dificuldade, Donato acrescenta que não desistiu de exercer a profissão que escolheu. “A fotografia sempre será minha primeira opção, mas no momento procuro trabalho em outras áreas para conseguir gerar renda e investir na minha carreira”, explica.

O caso da atendente de aeroporto Laís Ferreira, 24 anos, é parecido. Recém-formada em Arquitetura e Urbanismo, ela ainda não teve oportunidade de trabalhar na área. "Hoje me arrependo do curso que escolhi, porque é um ramo que precisa de indicação e com essa crise econômica ficou ainda mais difícil. Quase ninguém que era da minha turma conseguiu emprego na área”, revela.

Ainda segundo o Ipea, a diferença salarial entre a população de nível superior que ocupa cargo compatível com a formação e a que exerce função abaixo de sua escolaridade também aumentou entre 2012 e 2018, passando de 46% para 74%. A expectativa dos pesquisadores do instituto é de que esse índice melhore até o fim de 2019, embora isso dependa do fortalecimento da economia.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira (29), a taxa de desempregados no Brasil. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), encerrada em fevereiro, aponta que há 13,1 milhões de pessoas desocupadas no país, um crescimento de 7,3% em relação ao trimestre passado, relativo ao meses de setembro a novembro de 2018. Boa parte dessas pessoas tem entre 18 e 24 anos e encontra dificuldades para conseguir dar o primeiro passo da vida profissional. Nessa semana, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um estudo que mostra esse grupo com menores chances de ser contratado e sendo mais propício à demissão.

Para a coautora do estudo, que faz parte do grupo de Conjuntura do Ipea, Maria Andréia Lameiras, a experiência profissional é o maior obstáculo para os jovens. Ela explica também o motivo para que esta mão de obra seja dispensável, em algumas ocasiões. “Ao se levar consideração que, em momentos como o atual, em que o desemprego é elevado e há um contingente grande de desempregados, a disponibilidade de mão de obra que combina experiência e instrução acaba sendo a primeira opção dos empregadores, pois o custo de treinamento deste trabalhador é menor. Em relação a se manterem empregados, o raciocínio é semelhante: o empregador prefere, na maioria das vezes, demitir os menos experientes, pois os danos à manutenção do processo produtivo são menores”, afirma a pesquisadora.

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Quem está sentindo na pele os efeitos desse cenário é Felipe José da Silva, de 23 anos. Morador da cidade de João Alfredo, interior de Pernambuco, ele busca inserção no mercado desde os 18 anos. Conseguiu fazer alguns trabalhos temporários em estabelecimentos da cidade, mas nada que lhe garantisse a formalidade. “Já fiz uns cursos básicos no Senai de pedreiro, modelagem e costura, mas mando meu currículo e nada de entrevista”. O jovem pensa em deixar o interior para tentar começar a vida profissional no Recife. Com o sonho de fazer fisioterapia, ele acredita que todos precisam de uma chance. “Eu nunca desisti. Eles precisam dar chance para pessoa como eu, sem experiência, mostrar seu talento. Por isso que tem vários jovens sem emprego, porque não abrem as portas do mercado de trabalho para a gente”, diz.

Para os especialistas, a crise econômica enfrentada pelo Brasil desde o início de 2014, justifica o receio das empresas na geração de vaga e também o fechamento de postos, reduzindo os custos, principalmente os relacionados ao treinamento de novos profissionais. No caminho da redução de custos, é muito mais prático manter um funcionário mais antigo, também por razões pessoais e econômicas.

“Na visão das empresas entre demitir um funcionário mais experiente em detrimento do mais jovem, há a questão de o mais velho ter custos e obrigações com seus familiares. Manter um funcionário mais experiente vai de encontro com um dos princípios da economia que para aumentar as riquezas das empresas, precisamos de produtividade e os mais experientes tendem a produzir mais”, explica o economista e professor da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, Lenilson Firmino.

Em um recorte da pesquisa divulgada pela Pnad, os desalentados, que são aquelas pessoas que simplesmente desistiram de procurar emprego, em meio às dificuldades encontradas, chegam a 4,9 milhões. Para o economista, ainda este ano pode haver um crescimento na oferta de emprego, mas o crescimento maior está sendo esperado para 2020. “Ainda são necessárias algumas mudanças de cultura tanto por parte do empregador e por parte do empregado. É necessário criar incentivos para as empresas contratarem os mais jovens. E os mais jovens para se manterem no mercado de trabalho necessitam da busca pelo conhecimento”, conclui Lenilson.

Incentivo à capacitação

Para que os jovens consigam de fato iniciar uma carreira é preciso qualificação, mas alguns deles sequer tem uma renda familiar que possa ser utilizada para investimento em formação. Muitos terminam o ensino médio e não buscam formação profissional por falta de recursos, incentivos ou oportunidades.

No entanto, diversos órgãos possuem programas de qualificação gratuita, ou com preços acessíveis, entre elas o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Trabalho e Qualificação. “Nós temos o programa Projeto Novos Talentos, em que a gente faz a capacitação direcionada para os jovens, para inseri-los no mercado de trabalho. Vamos iniciar também um projeto junto com NEO, financiado pelo Bid, e outros parceiros, em conjunto com a Secretaria de Educação e o Senai, para que a gente possa inseri,r até 2020, 9 mil jovens no mercado”, explica o secretário executivo da pasta, Álvaro Jordão.

A Neo é uma iniciativa privada, financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e trabalha para melhorar a qualidade de vida na América Latina e no Caribe. No Brasil, a Neo atua em Pernambuco, numa parceria entre o Governo, empresas privadas e sociedade civil, buscando promover políticas públicas relacionadas ao emprego dos jovens, por meio do fortalecimento da qualidade dos serviços de educação voltada para o mercado de trabalho, orientação vocacional e colocação efetiva em 128 unidades parceiras de todo Estado.

De acordo com o secretário executivo de trabalho e qualificação de Pernambuco, um caminho para os jovens também é o empreendedorismo e que os interessados podem buscar suporte para abrir o próprio negócio nos balcões do Expresso Empreendedor. Ainda entre as ações promovidas para buscar a diminuição do desemprego no Estado, existe um movimento em prol da estimulação dos polos vocacionais de cada região. “No Pólo de Confecções do Agreste, estamos discutindo e incentivando a qualificação e também o apoio através do microcrédito. Estamos discutindo o Arranjo Produtivo Local de flores, em Gravatá e cidades vizinhas, como Barra de Guabiraba e Camucim de São Félix. Também vamos incentivar o APL do café em três cidades de Pernambuco: Triunfo, Taquaritinga do Norte e Garanhuns, onde a gente vai incentivar a produção do café e tentar criar um roteiro turístico, incentivando a produção naquela região”, explicou o Álvaro Jordão.

Entre os números divulgados pelo último Pnad Contínuo, está a taxa da população subutilizada, (os desempregados, ou que trabalham menos horas que o poderiam, quem não procurou emprego, mas está disponível para trabalhar ou que procurou, mas não estava disponível para vaga). Essa taxa chegou a 27,9 milhões de pessoas em fevereiro.

Já os trabalhadores com carteira assinada somam 33 milhões e os sem formalização caiu 4,8% na comparação com novembro (menos 561 mil pessoas) e subiu 3,4% (mais 367 mil pessoas) comparado a fevereiro, totalizando mais de 11 milhões de ocupações.

O comprometimento da renda dos brasileiros com o pagamento de juros e amortizações é o dobro da média registrada em uma lista de 17 países desenvolvidos - 12 deles europeus, além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Com base nos dados divulgados pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), estudo do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), ao qual o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso, mostra que embora o nível de endividamento seja baixo no Brasil, se comparado internacionalmente, o comprometimento da renda com o serviço da dívida é alto, limitando o avanço do crédito no País.

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No Brasil, o comprometimento da renda com o pagamento das parcelas de amortizações e dos juros ficou em 19,8%, enquanto na média em 17 países avaliados pelo BIS, o banco central dos bancos centrais, é de 10%. Já o endividamento total (além do pagamento de juros e amortizações) alcançou 42,5% em novembro do ano passado. Considerando o todo, para a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o endividamento é muito mais alto, de 130% da renda anual.

De acordo com o pesquisador do Ipea, Estêvão Xavier Bastos, a solução para o problema é o alongamento e barateamento das dívidas dos brasileiros, com a troca de dívidas de curto prazo sem ou com poucas garantias (por isso, mais caras) por dívidas de longo prazo com garantias robustas. Entre as dívidas de curto prazo estão cheque especial, cartão de crédito e crédito pessoal. Já o financiamento à casa própria é um exemplo de dívida de longo prazo.

Os dados mostram que há espaço para que a parcela do endividamento das famílias com crédito habitacional, de longo prazo e com a garantia do próprio imóvel, continue aumentando no Brasil. Para Bastos, seria desejável que o seu aumento do endividamento dos brasileiros estivesse vinculado à compra da casa própria.

Bastos ressaltou que a composição do endividamento das famílias entre crédito habitacional e demais tipos de financiamento já passou por importante alteração entre 2009 e 2016, quando saltou de 14% para 44%. Mas a partir de 2017 se estabilizou, ficando dessa forma também no ano passado. Em outros países, essa parcela é bem elevada, como 97% na Alemanha, Noruega e Países Baixos, 96% na Espanha, 92% na Austrália e na Itália.

O estudo destaca também que a inadimplência no último trimestre de 2018 para as pessoas físicas no crédito livre (aquele que não utiliza recursos da poupança e do BNDES) continuou caindo e chegou ao nível mais baixo da série histórica. A inadimplência das empresas também continuou caindo de forma acentuada para níveis históricos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira (12) aponta que o número de jovens com nível superior atuando em postos de trabalho com funções incompatíveis à sua escolaridade é de 44,2%. Segundo o estudo “A evolução da população ocupada com nível superior no mercado de trabalho”, o registro subiu 6,1 pontos percentuais.

De acordo com o levantamento, a taxa de desocupação atual é de 11,7% e o número de pessoas subocupadas (aquelas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais horas) chega perto de sete milhões, representando um aumento de 10,4% na comparação interanual.

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Dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego revelam que mais de 790 mil vagas de trabalho com carteira assinada foram geradas em 2018. Atualmente, o Brasil possui 12,7 milhões de desempregados.

A demanda por bens industriais aumentou 0,3% em outubro, na comparação com setembro. O resultado foi impulsionado pelo crescimento de 0,8% na produção líquida de exportações, acompanhado de uma queda de 1% nas importações.

Os dados são do Indicador Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais divulgado hoje (10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Na comparação com outubro de 2017, a demanda interna por bens industriais avançou 2,2%, superando o desempenho apresentado pela produção industrial, que registrou alta de 1,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado de 12 meses, a demanda seguiu um ritmo de crescimento intenso de 4,3%, enquanto o apresentado pela produção industrial foi de 2,3%.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que 56 mil jovens do Recife estão enquadrados na “geração nem-nem”, termo que caracteriza aqueles que nem trabalham nem estudam. A análise entitulada como "Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?" foi resultado de uma pesquisa realizada em nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

O estudo analisou 1,4 mil jovens do Recife e apontou que 71% dos jovens entre 15 e 17 anos apenas estudam, registrando uma taxa de analfabetismo de apenas 1% entre esse grupo. "Temos no Brasil 56 mil jovens que não estudam e não trabalham, mas são jovens que aspiram ter emprego e estudar. Eles querem alcançar o nível superior e acreditam ser possível alcançar o nível superior, além de terem confiança na possibilidade de alcançar o mercado de trabalho atuando na profissão que desejam. Esta nova geração é bastante otimista com relação a suas metas", destacou a pesquisadora do Ipea, Joana Costa.

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Recife foi considerado uma cidade referência para a coleta de dados no Brasil. Na capital pernambucana, a média entre o público feminino “nem-nem” é de 26,3%; entre o público masculino, 17,5%. A alta taxa de natalidade entre mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos, é considerado como um dos motivos dessa disparidade.

"Primeiramente, escolhemos fazer a pesquisa em um centro urbano e o Nordeste foi escolhido como área específica, pois observamos que o público da região estava sujeito a uma condição mais vulnerável. Então, comparando com a média nacional, o jovem do Nordeste tem menor nível de escolaridade, enfrenta uma taxa de desemprego maior, encara um maior índice de informalidade no mercado de trabalho. Então, Recife foi escolhida porque apresenta uma alta taxa de desemprego”, analisou Joana, que pontuou, ainda, que a capital tem uma média semelhante à média do Nordeste.

*Com informações da assessoria de imprensa

Confira dados da pesquisa em gráfico:

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Os gastos dos estados com servidores inativos aumentaram, em média, 8% entre setembro de 2017 e agosto deste ano, conforme apontam dados divulgados hoje (26) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).  No mesmo período, os gastos com servidores ativos cresceram 0,8%.

Um dos autores da pesquisa, Cláudio Hamilton dos Santos, explicou que o esforço de contenção dos gastos com os funcionários públicos ativos não foi suficiente para compensar o rápido aumento das despesas com os profissionais inativos.

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Segundo o estudo, de 2014 a 2017, vinte estados registraram queda no número de servidores ativos, enquanto o número de inativos subiu em 24. Contabilizando todos os estados, o número de funcionários públicos ativos caiu 1,6%, enquanto o de inativos subiu 5,6%.

Os estados tiveram um crescimento de 2,7% na receita do primeiro semestre de 2018. A alta na arrecadação decorre da recuperação gradual da economia e de aumento de impostos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que não foram suficientes para recuperar o pico atingindo em 2014.

A pesquisa aponta, no entanto, que o espaço fiscal alcançado pelos estados, de R$ 11,5 bilhões até agosto deste ano, foi consumido principalmente por gastos com servidores e encargos sociais. O que também dificultou o espaço para investimentos, que representam somente 11,5% do aumento total da despesa primária entre 2017 e 2018.

Além disso, segundo o Ipea, é comum que em anos eleitorais as despesas com investimentos aumentem. Mas até o quarto bimestre deste ano o gasto acumulado foi de R$ 16,7 bilhões, valor abaixo de praticamente toda a série analisada pelo instituto, em anos de eleição ou não.

O desempregado no Brasil tem um perfil: é mulher, nordestina, e com idade entre 18 e 24 anos. Ela tem ensino fundamental incompleto e mora em regiões metropolitanas. É o que consta da seção Mercado de Trabalho, da Carta de Conjuntura, divulgada hoje (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Tendo por base dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estudo identifica um comportamento distinto da ocupação, dependendo da idade do trabalhador e de seu grau de instrução. De acordo com o Ipea, o recuo da taxa de desocupação ocorre “de modo disseminado em todas as categorias, sendo mais significativo nas regiões Norte e Centro-Oeste e no grupo de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, com ensino médio incompleto e não residente nas regiões metropolitanas”.

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Na comparação com os números obtidos em 2017, os estados que registraram aumento da desocupação foram Piauí, Sergipe, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já os estados que apresentaram queda mais acentuada no índice de desemprego foram Amazonas, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Idoso

A população ocupada com idade superior a 60 anos aumentou em 8%, percentual bem acima ao do registrado na população de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, que aumentou 0,9% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período de 2017. Entre os com ensino médio incompleto, a ocupação aumentou 10%. Já entre os com ensino fundamental, a ocupação recuou 9%.

Na avaliação do Ipea, o crescimento dos mais idosos na força de trabalho tem ocorrido pelo fato de a parcela de idosos que decidem deixar a força de trabalho e ir para a inatividade vem recuando, e não devido ao aumento do número desses trabalhadores que estão saindo da inatividade e retornando ao mercado de trabalho.

Alguns fatores são citados pelos pesquisadores como relevantes para explicar a permanência dos mais velhos no mercado de trabalho. Um deles está relacionado à busca por um aumento na renda. O outro fator está relacionado ao aumento de expectativa de vida do brasileiro.

Desemprego

Citando números divulgados pelo PNADC, o estudo mostra que em abril o desemprego voltou a cair, após ter apresentado aumento no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o último trimestre de 2017. Se comparado aos números de abril do ano passado, o recuo do desemprego ficou em 0,7 ponto percentual (p.p.). A construção civil apresentou saldos mensais positivos mas, no acumulado de 12 meses, o setor continua apresentando “destruição de empregos”, segundo o Ipea.

“Em maio de 2018, esse setor abriu mais de 3 mil vagas com certeira assinada, apresentando um resultado bem superior ao observado no mesmo mês de 2017”. O setor que apresentou maior dinamismo foi o de serviços, com um saldo positivo líquido próximo a 190 mil novos postos de trabalho nos 12 meses até maio.

Autora da pesquisa, Maria Andréia Lameiras avalia que apesar de o mercado ter apresentado sinais de melhora nos últimos trimestres, dados recentes apontam uma estabilidade que “coloca em dúvida o ritmo da recuperação”. Devido à desaceleração do crescimento da população ocupara, a taxa de desocupação vem se mantendo em torno de 12,5%. “Viemos de um período de retração muito grande. Nossa recuperação apresenta bases ainda frágeis, com muita informalidade, o que traz alta volatilidade para o setor, tanto em termos de ocupação, quanto de rendimento”, explicoua pesquisadora do Ipea por meio de nota.

No primeiro trimestre de 2018, o grupo instituído pelos chamados desalentados – pessoas que não procuram emprego por não acreditarem na possibilidade de conseguir uma vaga – voltou a avançar “de forma mais significativa, correspondendo a quase 3% do total da população em idade ativa”. De acordo com o Ipea, o aumento desse grupo “ocorreu por conta da migração de trabalhadores que até então estavam ocupados, mas ao perderem seus postos de trabalho transitaram diretamente para o desalento, ao invés de permanecerem na desocupação”, não estando, portanto, relacionado a pessoas que estavam sem emprego e desistiram de procurar emprego.

A violência no Brasil é extremamente concentrada em algumas regiões e municípios, sobretudo naqueles que têm os piores indicadores sociais, mostrando que o combate ao problema pode ser menos complicado do que parece. Esta é a principal conclusão do Atlas da Violência 2018 - Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o documento, somente 2,2% dos municípios brasileiros concentram metade das mortes violentas do País.

Entre os dez municípios mais violentos, quatro estão na Bahia e dois, na Baixada Fluminense, no Rio. O município mais violento é Queimados (RJ), com a pior taxa do País, 134,9 (contra taxa média de 38,6). O local é seguido por Eunápolis (BA), Simões Filho (BA), Porto Seguro (BA), Lauro de Freitas (BA), Japeri (RJ), Maracanaú (CE), Altamira (PA), Camaçari (BA) e Almirante Tamandaré (PR).

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O Atlas fez um mapeamento das mortes violentas dos municípios brasileiros com população acima de 100 mil em 2016, com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. "Fica claro que, com planejamento e políticas focalizadas territorialmente, é possível mudar a realidade dessas comunidades, com grande impacto nas condições de segurança pública das cidades e mesmo do Brasil", diz o relatório.

O mapeamento das mortes violentas foi comparado a dez indicadores sociais, como acesso à educação, renda per capita, emprego e gravidez na adolescência. O estudo mostra que, quanto melhores são os indicadores, menores são as taxas de violência. "Vivemos em uma era de pessimismo e, muitas vezes, o medo nos impele a pensar saídas desesperadas, saídas que a gente sabe que não funcionam, como combater a violência com mais violência", diz o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, um dos coordenadores do Atlas. "Várias cidades do mundo conseguiram reduzir a violência e há dois pilares centrais para isso: um sistema de segurança pública com base mais na inteligência e na investigação, e investimento na prevenção social."

Do outro lado. A cidade menos violenta do País fica em Santa Catarina. Trata-se de Brusque, que tem uma taxa de violência letal de 4,8 (ante média nacional de 38,6). Na sequência estão Atibaia (SP, com taxa de 5,1), seguida de Jaraguá do Sul (SC, com 5,4), Tatuí (SP, com 5,9), Varginha (MG, com 6,7), Jaú (SP, com 6,9), Lavras (MG, com 6,9), Botucatu (SP, com 7,1), Indaiatuba (SP, com 7,2) e Limeira (SP, com 7,4). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 3,0% este ano, seguido de outro avanço também de 3,0% em 2019, segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira, 22, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve ter elevação de 4,5% em 2018. Em 2019, a expectativa é de crescimento de 6,0% em 2019. Ainda pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias deve subir 3,4% em 2018 e aumentar 2,8% em 2019.

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Já o Consumo do Governo deve ficar estável (0,0%) este ano, mas avançar 0,5% em 2019. As exportações devem subir 6,2% em 2018 e ter expansão de 5,8% em 2019, enquanto as importações podem subir 7,5% agora e registrar elevação de 5,5% no ano seguinte.

Pelo lado da oferta, a previsão para o PIB da Indústria é de expansão de 3,6% em 2018, seguido por avanço de 3,1% em 2019. No PIB de Serviços, a estimativa é de crescimento de 2,9% este ano e avanço de 3,0% no ano que vem. Já o PIB da Agropecuária deve cair 2,2% em 2018, mas crescer 3,5% no ano que vem.

O Ipea estima que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2018 em 3,60%. A taxa acumulada em 2019 subiria a 4,25%.

A estimativa para a taxa básica de juros - reduzida em 0,25 ponto porcentual na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central - é de 6,25% ao fim deste ano. A taxa Selic em 2019 aumentaria para 7,0%.

"O Banco Central tem conseguido ancorar as expectativas e isso acaba levando nossas projeções nessa direção. O Banco Central também mostra cautela de não jogar a taxa de juros muito para baixo para não ter que subir muito em seguida. No nosso entender é uma forma melhor de fazer. Fazer variações bruscas não seria bom", avaliou José Ronaldo de Castro Souza Junior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

A projeção do instituto para a taxa de câmbio ficou em R$ 3,40 ao fim de 2018 e de R$ 3,45 em 2019.

Os investimentos na economia recuaram no primeiro mês do ano, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou uma queda de 2,4% em janeiro de 2018 ante dezembro de 2017. No mês anterior, houve crescimento de 3,3%.

"Embora tenha recuado na série com ajuste sazonal, o indicador apontou crescimento de 4,1% na comparação com janeiro de 2017, com destaque para o componente máquinas e equipamentos, que registrou alta de 16% sobre o mesmo mês do ano passado", ponderou o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Leonardo Mello de Carvalho, em nota oficial.

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Na passagem de dezembro para janeiro, o mau desempenho foi disseminado entre os componentes da FBCF.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) - obtido pela produção doméstica excluídas as exportações e acrescidas as importações - teve queda de 4,2% em janeiro ante dezembro. Já o indicador de construção civil recuou 2,2%, após o crescimento de 2,7% em dezembro. O terceiro componente da FBCF, classificado como "outros ativos fixos", registrou redução de 0,4% em janeiro.

Na comparação com janeiro de 2017, porém, todos os componentes da FBCF apresentaram crescimento. O Came saltou 16%, enquanto a construção civil cresceu 0,4%. O componente outros ativos fixos teve elevação de 1,1%.

Com o resultado obtido no primeiro mês de 2018, o Indicador Ipea de FBCF acumula uma perda de 1,1% nos 12 meses encerrados em janeiro.

O consumo aparente de bens industriais no País aumentou 1,9% na passagem de outubro para novembro de 2017, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Consumo Aparente (CA) de Bens Industriais cresceu ainda 10,1% em relação a novembro de 2016.

Na comparação entre o trimestre encerrado em novembro de 2017 e o trimestre terminado em agosto, o indicador registrou uma alta de 2%. O consumo aparente é calculado através da soma da produção industrial doméstica com as importações, excluídas as exportações de bens industriais.

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Entre os componentes do consumo aparente, as importações de bens industriais sofreram uma queda de 2,% em novembro ante outubro, a segunda retração consecutiva. A produção doméstica, já descontadas as exportações, avançou 2,8%.

A demanda por bens da indústria extrativa mineral cresceu 4,1% em novembro ante o mês anterior, enquanto a demanda por bens da indústria de transformação avançou 1,9%. Houve crescimento em 12 dos 22 segmentos da indústria, entre eles metalurgia (7,8%) e farmoquímicos (4,7%).

Em relação a novembro de 2016, os principais destaques foram o consumo aparente de veículos automotivos (alta de 16%) e outros equipamentos de transporte (334%).

A Carta de Conjuntura, divulgada ontem (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que há uma melhora no mercado de trabalho. A economista do Ipea, Maria Andréia Parente, observou que o setor está com sinais de recuperação. “De forma agregada, a gente viu uma taxa de desocupação caindo, combinando com um aumento da ocupação, porque até então você tinha que a ocupação começou a cair menos”.

No último trimestre até julho, apesar de a ocupação mostrar variação pequena (+0,2%), essa é a primeira variação positiva em dois anos, destacou Maria Andréia. “Já é um sinal”.

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Quando se olha o mercado de trabalho formal, com carteira assinada, há sinais de que o quadro está melhor. Segundo a economista, um indicativo disso é a redução do ritmo de demissões. “O mercado formal já está demitindo menos. Ele ainda não contrata no agregado. A população ocupada dele ainda está caindo, mas ele está reduzindo o ritmo de demissão”. A taxa de desemprego registrada no trimestre encerrado em julho teve queda de 12,8%.

Maria Andréia afirmou que outro sinal positivo do mercado formal é dado pelo rendimento. A análise dos rendimentos por vínculo de ocupação mostra que está no mercado formal a maior alta de rendimentos (3,6%). 

De acordo com dados divulgados hoje (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os movimentos do mercado de trabalho mostram que a crise econômica atinge com mais intensidade os jovens, que têm mais dificuldade de conseguir emprego e mais chance de serem demitidos.

A pesquisa aponta que de abril a junho deste ano, apenas 25% dos desempregados com idade entre 18 e 24 anos foram recolocados no mercado, atingindo um nível bem abaixo do observado no início do estudo em 2012 (37%). “Os dados salariais revelam que, além de receber as menores remunerações, o grupo dos trabalhadores mais jovens apresenta queda de salário: 0,5% na comparação com o mesmo período de 2016. Na outra ponta, os empregados com mais de 60 anos elevaram em 14% seus ganhos salariais, na mesma base de comparação”, diz o documento.

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De abril a junho deste ano, enquanto os empregados com mais de 60 anos receberam, em média, R$ 2.881, aqueles com idade entre 18 e 24 anos obtiveram remuneração média de R$ 1.122. Segundo o Ipea, no segundo trimestre, o país tinha aproximadamente 13,5 milhões de desempregados. Neste grupo, 65% das pessoas têm idade inferior a 40 anos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre janeiro e julho de 2017, a cidade registrou cerca de sete casos de estupros por dia. Foram notificados, nas delegacias, 1.384 casos no período. Isso significa uma média de 197 por mês.

Do total de registros, 903 foram classificados como estupro de vulnerável – como os que têm vítimas menores de 14 anos; pessoas que tenham deficiência física ou intelectual; e indivíduos com estado mental alterado a ponto de não serem capazes de dar o consentimento para o ato. Nove delegacias paulistanas registraram aumento de 100% no número de denúncias durante o período analisado: Alto da Mooca, Itaim Bibi, Itaquera, Lapa, Parque da Mooca, Parque São Lucas, Santo Amaro, Vila Clementino e Vila Formosa.

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O levantamento ainda mostra que o número de casos de estupro registrados de janeiro a julho em São Paulo é 14% maior do que o registrado no mesmo período em 2016 (1.214). De janeiro a dezembro do ano passado, a alta foi de 10% em relação a 2015 – de 2.087 para 2.316. 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que apenas 10% das vítimas reportam o crime à polícia. Levando este dado em conta, o número real na cidade chegaria a quase 14 mil – ou 65 estupros por dia. O estudo, que usa dados de 2011 e 2013, estima que por ano sejam estupradas 527 mil pessoas no Brasil. Das vítimas, 89% são mulheres.

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