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A cinco dias do primeiro turno das eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encabeça um manifesto em defesa da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) que será lançado nesta quarta-feira, 3, e reúne 91 assinaturas.

Além de FHC, entre os signatários estão o economista Samuel Pessoa, o cientista político Rubens Figueiredo, o cineastas João Batista de Andrade, o administrador Guilherme Setúbal e o educador Cláudio Moura e Castro. Os organizadores são Rubens Figueiredo, Antonio Lanzana, Gustavo Dedivitis, José Álvaro Moisés e Roberto Macedo.

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O texto diz que o Brasil precisa de um "compromisso radical com a democracia" e defende a realização de reformas. A iniciativa ocorre em um momento delicado para a campanha de Alckmin, que na mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo apareceu com 8% das intenções de voto. Segundo levantamento do Datafolha divulgado nesta terça-feira, 2, o tucano oscilou para baixo - de 10% para 9%.

Centro

O iniciativa do manifesto ocorreu depois que fracassou a última tentativa de evitar a fragmentação dos partidos do "centro" na eleição presidencial. Em maio, lideranças de PSDB, DEM, MDB e PTB uniram esforços para articular um palanque único na disputa, em um movimento que teve a chancela do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A proposta, no entanto, não foi adiante porque nenhum dos candidatos se dispôs a abrir mão da própria candidatura.

Tentativa

Em setembro, a consolidação da liderança de Jair Bolsonaro (PSL) e o crescimento de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas levou o PSDB a fazer um apelo a Fernando Henrique para que ele articulasse a retomada do movimento Polo Democrático, que tentava atrair os candidatos do centro ao palanque tucano para evitar a polarização. A iniciativa, porém, esbarrou no ceticismo de aliados e novamente resistência dos candidatos em abrir mão da disputa.

Após o fracasso da segunda tentativa, a campanha de Alckmin partiu para uma estratégia agressiva de usar os comerciais do horário eleitoral para buscar diretamente o eleitor de Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoedo (Novo) com o argumento do voto útil.

A cartada final da campanha tucana foi apelar para o "medo" da volta do PT e pregar que votar em Bolsonaro significaria carimbar o passaporte para a volta do partido de Lula ao poder. "Você vê que o PT poupa o Bolsonaro, porque tudo o que o PT quer é ter o candidato de maior rejeição no segundo turno", afirmou o ex-governador em declarações. A campanha também reforçou o tom antipetista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, está dando os retoques finais no que vem sendo chamado de "Manifesto à Nação", no qual pretende fazer um compromisso em defesa da democracia, responder às críticas de racismo e misoginia, e reiterar ao mercado de que trabalhará pelo ajuste fiscal. O formato ainda está sendo definido - se será um texto ou um vídeo - e a ideia é divulgar a mensagem nas redes sociais.

A intenção é que o conteúdo tenha forte tom emocional e possa ser gravado ainda no quarto do hospital, onde o candidato se recupera da facada que recebeu no dia 6 deste mês, em Juiz de Fora (MG), durante agenda de campanha. A equipe de apoiadores gostaria de divulgar o manifesto "o quanto antes", mas Bolsonaro, que é quem dá a palavra final sobre tudo em sua campanha, ainda quer discuti-lo um pouco mais.

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O documento está sendo elaborado a várias mãos e um dos temas centrais, de acordo com um dos auxiliares que participaram da discussão, é rebater acusações de que o capitão da reserva não tem compromisso com a democracia e que a sua chegada ao Palácio do Planalto represente um resquício de ditadura.

Neste domingo, 23, um grupo que inclui intelectuais, juristas, artistas, esportistas, ativistas e empresários subscreveu um manifesto contra o candidato do PSL, intitulado "Pela democracia, pelo Brasil" (mais informações nesta página).

Seguidores de Bolsonaro entendem que existem vários pontos que precisam ser respondidos. O candidato quer mostrar que deseja a união do País e responder que a acusação de racista não se sustenta porque ele vem de uma instituição (o Exército) que é um extrato de toda a população brasileira.

Embora inicialmente a ideia tenha sido inspirada na Carta aos Brasileiros, feita pelo então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, com o objetivo de acalmar o mercado, a campanha rechaça a comparação. Diz que Bolsonaro quer somente responder aos ataques que vem recebendo.

O momento da divulgação, porém, ainda não foi definido porque o candidato teme eventuais efeitos negativos do manifesto a menos de 15 dias do primeiro turno. Apesar de não citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), aliados de Bolsonaro usam como exemplo as críticas que o tucano recebeu ao divulgar no fim da semana passada uma carta em que defendeu a necessidade de deter a "marcha da insensatez".

Pelo que ficou acertado até o momento, o candidato do PSL dirá que está em franca recuperação no hospital e vai agradecer ao povo brasileiro pelas orações. Ele também deverá tratar de economia, destacando a importância do ajuste fiscal e rechaçando a tese de que é estatizante. Pretende ainda reforçar que não tem divergência com seu guru econômico, Paulo Guedes, mesmo após as polêmicas da semana passada envolvendo a proposta de criação de tributos aos moldes da CPMF.

Um grupo que inclui artistas, advogados, ativistas e empresários articula um manifesto contra a candidatura de Jair Bolsonaro. O documento intitulado "Pela democracia, pelo Brasil" não indica apoio à candidatura do PT nem de qualquer um dos adversários do deputado, mas afirma ser necessário um movimento contra o projeto antidemocrático do candidato do PSL.

"É preciso dizer, mais que uma escolha política, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial. É preciso recusar sua normalização, e somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do destino coletivo entre nós", diz o texto.

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O documento diz que o País já teve em Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello "outros pretensos heróis da pátria, aventureiros eleitos como supostos redentores da ética e da limpeza política", mas que acabaram levando o Brasil ao "desastre".

"Nunca é demais lembrar, líderes fascistas, nazistas e diversos outros regimes autocráticos na história e no presente foram originalmente eleitos, com a promessa de resgatar a autoestima e a credibilidade de suas nações, antes de subordiná-las aos mais variados desmandos autoritários", diz outro trecho do manifesto.

Versão preliminar do manifesto, obtido pela reportagem, conta com cerca de 150 nomes, entre eles os de Maria Alice Setúbal, educadora e acionista do Itaú Unibanco; do economista Bernard Appy; do empresário Guilherme Leal, sócio da Natura; de Caetano Veloso e Paula Lavigne; do advogado e professor da FGV Carlos Vilhena; e do médico Drauzio Varella.

Caetano e Paula Lavigne declararam apoio a Ciro Gomes (PDT) nesta eleição. Maria Alice Setúbal e Guilherme Leal já atuaram ao lado de Marina Silva (Rede) em pleitos passados, mas não têm papel na campanha atual da ex-senadora.

O manifesto deve ser lançado ainda neste domingo, 23, com uma relação inicial de signatários e ficará hospedado num site próprio do movimento. A lista ficará aberta para quem quiser incluir a assinatura.

O documento foi fechado na quinta-feira pelas mãos de um grupo de amigos, entre eles o advogado José Marcelo Zacchi. O texto foi sendo circulado em grupos de Whatsapp a partir de sexta e ganhando adesões ao longo do fim de semana.

Segundo Zacchi, o objetivo é reunir vozes que representem diversos segmentos da sociedade e possam mobilizar esses setores. "É sobre repudiar um projeto que nos parece contrário aos princípios democráticos", diz. "É um chamado para quem vota em quem quer que seja, mas está dentro do campo democrático".

Leia abaixo a íntegra do manifesto:

"Pela Democracia, pelo Brasil

Somos diferentes. Temos trajetórias pessoais e públicas variadas. Votamos em pessoas e partidos diversos. Defendemos causas, ideias e projetos distintos para nosso país, muitas vezes antagônicos.

Mas temos em comum o compromisso com a democracia. Com a liberdade, a convivência plural e o respeito mútuo. E acreditamos no Brasil. Um Brasil formado por todos os seus cidadãos, ético, pacífico, dinâmico, livre de intolerância, preconceito e discriminação.

Como todos os brasileiros, sabemos da profundidade dos desafios que nos convocam nesse momento. Mais além deles, do imperativo de superar o colapso do nosso sistema político, que está na raiz das crises múltiplas que vivemos nos últimos anos e que nos trazem ao presente de frustração e descrença.

Mas sabemos também dos perigos de pretender responder a isso com concessões ao autoritarismo, à erosão das instituições democráticas ou à desconstrução da nossa herança humanista primordial.

Podemos divergir intensamente sobre os rumos das políticas econômicas, sociais ou ambientais, a qualidade deste ou daquele ator político, o acerto do nosso sistema legal nos mais variados temas e dos processos e decisões judiciais para sua aplicação. Nisso, estamos no terreno da democracia, da disputa legítima de ideias e projetos no debate público.

Quando, no entanto, nos deparamos com projetos que negam a existência de um passado autoritário no Brasil, flertam explicitamente com conceitos como a produção de nova Constituição sem delegação popular, a manipulação do número de juízes nas cortes superiores ou recurso a autogolpes presidenciais, acumulam declarações francamente xenofóbicas e discriminatórias contra setores diversos da sociedade, refutam textualmente o princípio da proteção de minorias contra o arbítrio e lamentam o fato das forças do Estado terem historicamente matado menos dissidentes do que deveriam, temos a consciência inequívoca de estarmos lidando com algo maior, e anterior a todo dissenso democrático.

Conhecemos amplamente os resultados de processos históricos assim. Tivemos em Jânio e Collor outros pretensos heróis da pátria, aventureiros eleitos como supostos redentores da ética e da limpeza política, para nos levar ao desastre. Conhecemos 20 anos de sombras sob a ditadura, iniciados com o respaldo de não poucos atores na sociedade. Testemunhamos os ecos de experiências autoritárias pelo mundo, deflagradas pela expectativa de responder a crises ou superar impasses políticos, afundando seus países no isolamento, na violência e na ruína econômica. Nunca é demais lembrar, líderes fascistas, nazistas e diversos outros regimes autocráticos na história e no presente foram originalmente eleitos, com a promessa de resgatar a autoestima e a credibilidade de suas nações, antes de subordiná-las aos mais variados desmandos autoritários.

Em momento de crise, é preciso ter a clareza máxima da responsabilidade histórica das escolhas que fazemos.

Esta clareza nos move a esta manifestação conjunta, nesse momento do país. Para além de todas as diferenças, estivemos juntos na construção democrática no Brasil. E é preciso saber defendê-la assim agora.

É preciso dizer, mais que uma escolha política, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial. É preciso recusar sua normalização, e somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do destino coletivo entre nós.

Prezamos a democracia. A democracia que provê abertura, inclusão e prosperidade aos povos que a cultivam com solidez no mundo. Que nos trouxe nos últimos 30 anos a estabilidade econômica, o início da superação de desigualdades históricas e a expansão sem precedentes da cidadania entre nós. Não são, certamente, poucos os desafios para avançar por dentro dela, mas sabemos ser sempre o único e mais promissor caminho, sem ovos de serpente ou ilusões armadas.

Por isso, estamos preparados para estar juntos na sua defesa em qualquer situação, e nos reunimos aqui no chamado para que novas vozes possam convergir nisso. E para que possamos, na soma da nossa pluralidade e diversidade, refazer as bases da política e cidadania compartilhadas e retomar o curso da sociedade vibrante, plena e exitosa que precisamos e podemos ser."

Atenta aos desafios estruturais das “Instituições de Memória” brasileiras e diante da tragédia do Museu Nacional, a Rede Memorial de Pernambuco publicou um manifesto com algumas proposições de políticas públicas que salvaguardem o patrimônio histórico. O documento, assinado por 150 pessoas, é produto de uma reunião celebrada na Biblioteca Central da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pela Rede e membros da comunidade acadêmica, na última terça-feira (4).

Nele, é denunciada a ausência de políticas públicas “que garantam, para além de investimentos, a observância de transparência, equidade e responsabilidade na administração dos recursos”.

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Dentre as proposições da Rede estão “a instalação de um processo de debate e consulta pública para o desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis e legitimadas pelos diversos segmentos da população” e a garantia de recursos públicos “suficientes para fazer cumprir o que determina do artigo 216 da Constituição Federal”, que versa sobre a responsabilidade do estado de manter, proteger e promover o patrimônio cultural brasileiro.

“A gente tem o mesmo orçamento há cerca de quarenta anos, não adianta criar novos museus e bibliotecas sem recursos. Entre uma demanda de um hospital e outra da Biblioteca Pública do Estado, a qual das duas o governador vai atender? Ele faz isso porque não há uma política pública que garanta que esse compromisso seja honrado”, afirmou o professor Marcos Galindo, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFPE.

Galindo, em breve, irá a Brasília apresentar o manifesto e as proposições da Rede ao Ibram e às comissões da câmara dos deputados voltadas à discussão do patrimônio. “Já marcamos reuniões inclusive com a Fundarpe. Falta de orçamento, não é falta de dinheiro, mas de uma designação formal para ele”, defende.

Questionado a respeito de Pernambuco assistir a uma catástrofe como a do Museu Nacional, o professor é pessimista. “É bem provável que a gente passe por algo do tipo. Algumas instituições locais estão com problemas graves, como a Biblioteca Pública e o Arquivo Público. Não adianta deter o patrimônio sem recursos mínimos para manutenção: é melhor fechado e protegido do que aberto e correndo risco”, lamenta.

"R - E - S - P - E - C - T!": mais do que uma versão da canção de Otis Redding, a enérgica gravação de 1967 de "Respect" por Aretha Franklin transformou esta música em um hino político e feminista, consagrando sua intérprete como a rainha do soul com apenas 25 anos.

A revista Rolling Stone coroou este sucesso internacional como a quinta melhor canção "de todos os tempos" em uma lista de sucessos publicada em 2004, na qual Aretha Franklin aparecia atrás apenas de Bob Dylan, Rolling Stones, John Lennon e Marvin Gaye.

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"Respect" foi escrita e gravada por Otis Redding em 1965, mas foi a versão de Aretha Franklin, com seu refrão contagiante, que a fez passar à posteridade.

Na versão de Redding, um homem exige o respeito de sua esposa, um respeito que considera que ela lhe deve já que ele é quem sustenta a família. Mas Franklin, em sua versão gravada no dia de São Valentim de 1967 em Nova York, elimina esse esquema tradicional, colocando as palavras na boca de uma mulher forte e dinâmica.

- 'Uma nova alma' -

A cantora originária de Detroit manteve os versos, mas acrescentou um coro dinâmico, com suas irmãs Erma e Carolyn, e algumas expressões, como este provocativo "Sock it to me", que pode ser traduzido como "Me mostre do que você é capaz".

E colocou ênfase no "R-E-S-P-E-C-T", que não parece pedir, mas exigir.

"Para Otis o respeito tinha uma conotação tradicional", assinalou o produtor de Aretha Franklin, Jerry Wexler, em sua autobiografia, citado pela revista Rolling Stone. "O fervor na voz de Aretha exigia esse respeito".

"Não apenas mudou algumas palavras e o ponto de vista, como também lhe deu uma nova alma", disse à AFP a musicóloga americana Victoria Malawey, professora no Macalester College de Minneapolis-Saint Paul.

Aretha Franklin transformou a canção "de forma tão radical que até diria que a reescreveu", acrescentou esta especialista em música pop.

O título saiu em seu álbum "I Never Loved A Man The Way I Loved You", o primeiro com a Atlantic Records, e se tornou um hino feminista. Mas também deu voz aos negros na luta por seus direitos na década de 1960 nos Estados Unidos.

- No momento certo -

"Respect" atravessou os anos e foi retomada por vários movimentos de reivindicação, apontou Victoria Malawey. "É algo que vai além do texto e da melodia, que realmente nos transporta, que deu o seu poder à canção e fez com que durasse tanto tempo".

"Era o que se necessitava naquele momento", resumiu em 2016 a própria Aretha Franklin, citada pela revista francesa Elle, sobre esta canção que, em seu lançamento, esteve durante duas semanas entre as mais vendidas.

Com este grande sucesso levou os dois primeiros de seus 18 prêmios Grammy. E embora seja uma artista com uma grande caminhada, "Respect" a converteu na nova rainha do soul e do R&B, e marcou também o início de sua carreira internacional.

Este clássico da música americana apareceu em cerca de 30 filmes, como "Platoon", "Os Irmãos Cara-de-Pau" e "Forrest Gump: o contador de histórias". Vários artistas, incluindo Stevie Wonder, fizeram as próprias versões.

Neste contexto, Otis Redding reagiu bem. Uma "boa amiga" que "a levou para longe", disse com um sorriso sobre esta canção no palco em um Festival de Monterrey. Meses depois, em dezembro de 1967, morreu em um acidente de avião.

Após ser alvo nas redes sociais, a candidata da Rede, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 13, esperar que a sociedade denuncie os ataques da forma que puderem. Para ela, se as tentativas de "reeditar a violência", que sofreu das campanhas adversárias em 2014, continuarem, o País vai para "um poço sem fundo".

O jornal O Estado de S. Paulo noticiou no domingo que a equipe da presidenciável acionou o Facebook após comentários em sua página que a associavam ao número do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

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"A tentativa de reeditar a violência, a intimidação, enfim, a tragédia que nos trouxe para o fundo do poço, e se isso se repetir, vamos para um poço sem fundo", disse a candidata, após assinar manifesto do Pacto pela Democracia.

"Nós temos o compromisso de fazer uma campanha limpa, democrática, sem fazer o uso de fazer robôs pra fazer difamações (...). Esses ataques, eu espero que sejam denunciados por quem pode denunciar", completou.

A candidata da Rede assinou hoje o manifesto em defesa da democracia, com o compromisso de realizar reforma política, caso eleita. Questionada sobre se há nomes na disputa que possam pôr em risco a democracia, ela respondeu que "os que têm saudosismo em relação a ditadura, com certeza preocupam, os que fizeram uso do caixa 2 também preocupam".

"No caso do Brasil, uma das formas de enfraquecer a democracia é a corrupção, a falta de equidade na disputa eleitoral, a falta de mobilidade política dentro das estruturas partidárias", disse Marina Silva, após assinar o documento.

O documento pontua que o candidato deve "realizar uma ampla reforma política após as eleições, abrindo o caminho para sair da crise melhores do que antes, no rumo reafirmado da construção do país que precisamos". Não detalha, contudo, quais mudanças devem ser feitas.

Essa já é uma das principais bandeiras de Marina Silva, que defende o fim da reeleição, a restrição do foro privilegiado, mandato de dois anos para o Legislativo e voto distrital misto.

A presidenciável foi a primeira a se comprometer com as diretrizes propostas pelo grupo suprapartidário Pacto pela Democracia, do qual fazem parte movimentos de renovação, como Agora!, do Luciano Huck, o RenovaBR e o Raps. A ONG já conversou com as campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e a do PT.

"A ideia é que isso seja uma agenda compartilhada. A gente precisa conseguir fazer uma reforma legítima para valer", disse José Marcelo Zacchi, um dos coordenadores do Pacto. Eles querem que o presidente eleito já convoque consulta pública no Congresso, em novembro, para que a próxima legislatura já comece com essa agenda.

O manifesto do Pacto defende ainda o "diálogo e da tolerância", eleições limpas, e reafirma o "repúdio pleno a todas as formas de discriminação e violência na ação política". O evento ocorreu depois da sabatina da ONG Todos Pela Educação, na sede da entidade.

A educadora e acionista do Banco Itaú, Neca Setubal, esteve presente no encontro desta tarde. "Completamente afastada" da campanha, como ela já disse à reportagem, Neca disse que não chegou junto de Marina e que veio para o evento do Todos e do Pacto - ela faz parte das duas organizações.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta terça-feira, 5, em mensagem lida durante o lançamento de um manifesto pela união dos partidos de centro, que as eleições deste ano representam a chance de recuperar a "legitimidade democrática" no País. O manifesto, cujo teor foi antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 17 de maio, foi lançado na Câmara, em um evento esvaziado e sem a presença de nenhum pré-candidato à Presidência.

"As eleições de outubro serão um divisor de águas na história do País. As lideranças políticas precisam enxergar que está em jogo a recuperação da legitimidade democrática da autoridade política ou a desorganização política, econômica e social do Brasil", disse FHC na mensagem, sem mencionar o nome do presidente Michel Temer, que chegou ao poder em 2016 após o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

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O ex-presidente afirmou que o Brasil precisa recuperar a confiança no futuro e que não será possível chegar lá "voltando ao passado do autoritarismo ou ao passado mais recente do lulopetismo". "O manifesto é um chamado à consciência sobre a gravidade do momento atual e sobre as consequências profundas e duradouras que terão nossas ações e inações", disse o tucano, que não compareceu ao evento.

O manifesto tem nomes de 30 intelectuais e políticos do PSDB, MDB, PSD, PPS, PV e PTB, mas o lançamento foi prestigiado só por lideranças dos quatro primeiros partidos. Dos 19 políticos presentes, a maioria (13) era do PSDB, legenda que tem o ex-governador Geraldo Alckmin como presidenciável.

O documento divulgado traz como apoiadores políticos do DEM, mas integrantes da sigla negam que tenham assinado o manifesto. "Participamos das reuniões de discussão, mas não assinamos em respeito à candidatura do Rodrigo (Maia)", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Além do nome dele, o documento trazia como apoiadores os deputados do DEM José Carlos Aleluia (BA) e Heráclito Fortes (PI), na casa de quem foram feitas algumas das discussões sobre o manifesto. O deputado Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB e principal articulador do manifesto, por sua vez, garante que os parlamentares do DEM assinaram o documento.

"Não queremos substituir a iniciativa e o protagonismo dos pré-candidatos, que são os maiores atores. Queremos nos restringir ao papel de fermento", afirmou Pestana. "Não estamos criando arqui-inimigos, estamos definindo posições. Se vai ter a unidade de apenas um candidato, isso só o processo vai dizer", disse o presidente do PPS, Roberto Freire.

No manifesto, eles apresentaram 17 propostas para o País. Entre as medidas, estão reformas da Previdência, com adoção de um sistema único para servidores e trabalhadores da iniciativa privada, e tributária, sem aumento de impostos. Também pregam a manutenção do Bolsa Família, mas "recuperando seu caráter educacional". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em manifesto pregando união nas eleições deste ano, lideranças do PSDB, DEM, PPS, MDB, PTB e PV apresentam 17 propostas para que o candidato à Presidência da República apoiado pelo grupo defenda. Entre as medidas, estão "modernização" do licenciamento ambiental, reformas da previdência e tributária, sem aumento de impostos, e mudanças no Bolsa Família.

No documento, que foi lançado nessa terça-feira (5), essas lideranças dizem que as eleições deste ano se apresentam, talvez, como a "mais complexa e indecifrável" de todo o período da redemocratização e que, nesse momento, tudo que o Brasil não precisa é de "mais intolerância, radicalismo e instabilidade". Afirmam também que é "central" a construção de um novo ambiente político, que privilegie diálogo, serenidade, experiência, competência e respeito à diversidade.

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"É neste sentido que as lideranças políticas que assinam este manifesto conclamam todas as forças democráticas e reformistas a se unirem em torno de um projeto nacional, que a um só tempo, dê conta de inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico, a partir dos avanços já alcançados nos últimos anos, e afaste um horizonte nebuloso de confrontação entre populismos radicais, autoritários e anacrônicos", diz o texto.

Nas propostas de agenda apresentadas, essas lideranças pregam a "busca incansável do equilíbrio fiscal", o que, na avaliação delas, passa inevitavelmente pela "Reforma do Estado". Defendem, por exemplo, "mudança estrutural" no sistema tributário para torná-lo mais "simples, justo, desburocratizado e eficiente", mas ponderam que esse "ajuste fiscal não pode se dar com aumento da já alta carga tributária".

O manifesto também prega reforma no sistema previdenciário atual, classificado como "injusto e insustentável". "Precisamos de um sistema único, que elimine privilégios e assegure o equilíbrio atuarial, sob pena de colocarmos em risco o pagamento de aposentadorias e pensões no curto prazo e impedir o necessário equilíbrio das contas públicas", afirma o documento.

As lideranças defendem um "novo marco" para concessão de estímulo e subsídios a empresários e indústria, marcado por intervenção estatal "seletiva e muito calibrada". E pregam a "modernização da atividade de licenciamento ambiental", para desburocratizar e dar "mais celeridade" às licenças. Na área da segurança, defendem "postura firme" e "tolerância zero" com o crime organizado, sem aprofundar as medidas.

Na área social, o manifesto defende qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS) e "aprimoramento" de programas de assistência social para dar-lhes "caráter transformador". "Um exemplo é o Bolsa Família, que deve ser mantido, recuperando seu caráter educacional de quando foi criado com o nome de Bolsa Escola, reunindo propósitos de transferência de renda e garantia de acesso de todos à educação de qualidade", diz trecho do documento.

RIO DE JANEIRO - A arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL) viajou na noite de segunda-feira (7) para a República Dominicana, onde tem um compromisso na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). 

Mônica embarcou com o vereador e amigo de Marielle, David Miranda (PSOL), e levaram um manifesto com mais de 20 mil assinaturas, intitulado "Nós exigimos Justiça para Marielle", elaborado a partir de uma campanha mobilizada na internet.

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O documento também foi assinado por diversas personalidades, que se destacam na luta por direitos humanos, como as escritoras feministas Angela Davis e Chimamanda Ngozi Adichie, o teórico político Noam Chomsky, Naomi Campbell, Danny Glover, a cantora Janelle Monáe, Eduardo Snowden e muitos outros.    

"Foram mais de 20 mil assinaturas entre membros da sociedade civil e nomes de peso na luta pelos direitos humanos e por uma sociedade mais justa e democrática. Não vamos descansar. Marielle era uma lutadora da liberdade e seu assassinato foi um crime político. Nós queremos saber quem mandou matar Marielle e por quê", escreveu David Miranda, em seu perfil no Facebook.

Investigação

Os deputados Jean Wyllys (PSOL) e Alessandro Molon (Rede) se reuniram com delegado que investiga o caso. Foto: Facebook/reproduçãoNesta terça-feira (8), os deputados federais Alessandro Molon (PSB) e Jean Wyllys (PSOL), integrantes da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações do caso, se reuniram com o delegado Fábio Cardoso, titular da Divisão de Homicídios da Capital.

Os parlamentares questionaram a polícia sobre o que consideram ter sido "uma série de erros nas investigações", entre os quais, a demora na identificação da arma usada no crime e o tempo que o carro das vítimas ficou exposto fora da delegacia, antes de ser levado para o Instituto Carlos Éboli.

Os questionamentos foram embasados em informações divulgadas em reportagens, como a que foi exibida no programa Domingo Espetacular da Record TV, no dia 6. Os órgãos de segurança do Estado seguem mantendo sigilo sobre as linhas de investigação, mas as suspeitas recaem sobre grupos de milícia. 

Na próxima quinta (10), será realizada a reconstituição da cena do crime, no bairro do Estácio. O horário ainda não foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (Seseg). No dia 14 de maio, o assasinato de Marielle e Anderson completa dois meses.

Com a proposta de resgatar a essência do Underground, Rock ‘n’ Roll e Heavy Metal e lutar contra o fascismo, o Movimento Resistência Underground (MRU) lançou manifesto, publicado na página oficial do grupo, pontuando a necessidade de se questionar posturas consideradas conservadoras, machistas, racistas ou homofóbicas entre os apreciadores do ritmo.

"O Movimento Resistência Underground é uma resposta ao recrudescimento conservador nas cenas rock ‘n’roll, punk e metal. Acreditamos que o silêncio diante da degradação de nossas cenas acaba por nos tornar cúmplices desse processo. Assim, nos posicionamos e hasteamos a bandeira M.R.U. em prol de um underground livre de toda a praga moralista, conservadora e fascista que afeta nossos tempos. Lutamos em nossa cena contra o cristianismo enrustido, o racismo, o nazismo, a misoginia, o machismo, a LGBTfobia e toda a sorte de idiotia reacionária e fascista de base judaico-cristã que insiste em permear nosso submundo transgressor e obscuro", diz trecho do manifesto.

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Além disso, para o lançamento do MRU, 16 bandas nacionais de Black, Death e Trash Metal participam da coletânea intitulada 'Satan Smaches Fascism'. Entre os participantes estão Vingador, Terror Revolucionário, Antrochaotic e Psycophobia. Na capa da compilação é notória a crítica ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), retratado com fardamento militar e aparecendo com a cabeça sendo esmagada por um demônio. Toda renda do disco será revertida para novas ações do coletivo.

O coletivo dividiu opiniões nas redes sociais. A maioria das críticas acusam o coletivo de 'esquerdista', comunista e questionam o fato dos metaleiros demonstrarem um posicionamento político. "Metal é sem bandeira política cambada de ignorante, única coisa que vocês sabem fazer é dividir a cena!", criticou um seguidor. "É melhor Jair procurando um trabalho, essa vagabundagem vai acabar ! Trouxas", ironizou uma internauta.

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com os administradores da página, mas não obteve retorno dos questionamentos.

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O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, entregou na tarde desta segunda-feira, 2, ao Supremo Tribunal Federal (STF) um abaixo-assinado de entidades que se posicionam contra a possibilidade de execução de penas, como a prisão, após sentença judicial de segundo grau - antes, portanto, do esgotamento de todos os recursos.

Segundo Kakay, o abaixo-assinado foi entregue ao gabinete do decano da Corte, ministro Celso de Mello, que não estaria em Brasília. "O pedido é exatamente pra tentar preservar a Constituição, que é expressa: o trânsito em julgado e a presunção da inocência têm de ser preservados. É a Constituição quem diz, não sou eu", disse o advogado a jornalistas.

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O documento reúne assinaturas de membros de entidades como a Abracrim (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas), Instituto de Garantias Penais (IGP), Associação Nacional dos Defensores Públicos, Defensoria Pública do Estado Rio de Janeiro, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, entre outras.

"Eu não faço pressão sobre o Supremo. Estamos defendendo tese, é exatamente o cerne da questão. Se nós tivéssemos julgado as ADCs 43 e 44 (ações de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, cujos méritos ainda não foram julgados pelo plenário do STF), no ano passado, esse tema estaria pacificado. As pessoas que estão sendo condenadas saberiam se poderiam ou não esperar em liberdade", observou Kakay.

Para Kakay, "é muito ruim" que essa questão se decida no habeas corpus de um ex-presidente da República.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em agosto do ano passado, Celso de Mello disse que Operação Lava Jato não sairia enfraquecida, caso a Corte firme um novo entendimento e reveja a possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância.

Celso de Mello foi um dos cinco ministros que em outubro de 2016 votaram contra a possibilidade da execução de penas, como a prisão, após a sentença judicial de segundo grau.

Advogados e acadêmicos paulistas lançaram nesta quarta-feira, 28, um manifesto que pede que o Supremo Tribunal Federal deixe de entrar em competências dos Poderes Legislativo e Executivo. Os juristas criticam o que chamam de atuação política da Corte em casos como o do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo do abaixo-assinado é pedir a preservação do Estado democrático de direito e da segurança jurídica.

Professor emérito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o advogado Ives Gandra da Silva Martins afirmou que o documento, assinado por 80 juristas, foi motivado pela situação de "desconforto" em que o Supremo se encontra em relação ao caso do ex-presidente. O manifesto foi lançado pela Academia Paulista de Letras Jurídicas.

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"Qualquer decisão que o STF tomar no dia 4 de abril será criticada", afirmou Martins. "O Supremo foi colocado nesta situação por excesso de ativismo jurídico".

O jurista também citou a crítica do manifesto ao "protagonismo excessivo" que os colegiados passaram a ter a partir dos governos petistas. Um dos exemplos deste novo perfil da Corte, segundo Martins, são as agressões verbais que ocorreram em sessões recentes. Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso chamou o colega Gilmar Mendes de "mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia".

"Havia sempre uma dignidade própria das discussões jurídicas no STF. As agressões verbais têm levado as discussões do Supremo a ganharem conotações políticas próprias do Poder Legislativo", disse Martins.

Ele cita alguns episódios em que o STF incorreu em competências do poder Executivo, como a suspensão pela Corte do indulto de Natal do presidente Michel Temer, e do Poder Legislativo, como a liberação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Os ministros não podem substituir nem o Executivo nem o Legislativo, eleitos por 140 milhões de brasileiros. Eles são um poder técnico, não político", disse. "Sei que o Barroso é um idealista, mas a função do Supremo é ser guardião da Constituição".

Insegurança

Para o presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas, Ruy Altenfelder, a maioria da população está "insegura com os destinos do País".

"Os dispositivos básicos da Constituição Brasileira estão estremecidos. O primeiro deles: todos estão iguais perante a lei. O outro: os poderes são independentes e harmônicos entre si. O que temos hoje não é a independência dos poderes, mas o ativismo judicial", afirmou.

Na avaliação de Altenfelder, o maior risco de uma situação de insegurança jurídica é a anarquia. O presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas cita os ataques à caravana de Lula no interior do Paraná como sinal dos "nervos à flor da pele" no País atualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

NÃO PUBLICAR AINDA Contrários à gestão do presidente Arnaldo Barros, sócios do Sport criaram um grupo que faz duras críticas à atuação do mandatário leonino. Denominado “Democracia Rubro-Negra”, o movimento foi criado há três anos para debater internamente assuntos relacionados ao clube, no entanto, nesta quarta-feira (21), os ideais do movimento foram levados ao público por meio de um texto divulgado para veículos de imprensa.

No manifesto, o grupo demonstra preocupação com alguns problemas que envolvem o Sport, como o vexame da eliminação da Copa do Brasil deste ano, bem como o movimento critica os baixos públicos da Ilha do Retiro, a “infeliz opção de não jogar a Copa do Nordeste”, “crise com Luxemburgo”, atrasos salariais, relação com as torcidas organizadas, entre outros inúmeros assuntos.

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Ao todo, 51 assinaturas de torcedores do Sport aparecem no texto do movimento. Um dos coordenadores do manifesto, o advogado Pedro Josephi, em entrevista ao LeiaJá nesta quarta-feira, afirmou que o número de participantes deve aumentar, contando com a partição de novos sócios e de torcedores não associados. De acordo com ele, além dos pontos mencionados no texto do movimento, o grupo acredita que da época do ex-presidente João Humberto Martorelli até o atual mandato de Arnaldo Barros houve um processo de elitização do Sport que afastou os torcedores mais pobres da Ilha do Retiro.

Pedro Josephi ainda diz que a proposta do grupo não é pedir a saída de Arnaldo da presidência, uma vez que ele foi eleito pelos sócios do clube. Por outro lado, o movimento espera que o presidente possa atender às demandas sugeridas pela torcida. O advogado ainda convocou outros torcedores rubro-negros que tenham interesse em integrar o grupo.

“Com sucessivas gestões desastrosas, no âmbito do futebol e nas finanças do clube nos últimos dois anos, a gente resolveu apresentar ideias, sugestões e reflexões. A gente não tem pretensão eleitoral alguma, qualquer torcedor pode participar das nossas reuniões e assinar o manifesto. A ideia do manifesto surgiu em especial após a eliminação da Copa do Brasil e depois das notícias que o clube está em débito com alguns jogadores”, explica Pedro Josephi em entrevista ao LeiaJá.

O coordenador do manifesto também acredita que é preciso haver um barateamento das associações e ingressos do clube. “O Sport não pode ser apenas para o sócio. Essa dicotomia que Martorelli criou e que Arnaldo reproduz de que o clube é para os sócios, para a gente fez com que a torcida do Sport em sua integralidade se afastasse ainda mais. Existem pessoas que não têm condições de ser sócias do clube. É uma discussão que queremos fazer, baratear os preços dos ingressos”, argumentou Pedro Josephi.

O movimento também cobra a criação de um “Portal da Transparência”. Segundo o texto do manifesto, a ideia é que ele “forneça aos rubro-negros, de forma fácil e clara, acesso a balancetes financeiros, receitas e despesas com contratos, valores de compra e venda de jogadores”. “Essas informações podem e devem estar disponíveis para os verdadeiros donos do Sport: os seus sócios e torcedores. A falta de transparência nas transações financeiras é o que abre espaço para conchavos com empresários ou para dívidas que vêm sido roladas para frente como as oriundas das compras de Rithely, André e Rogério”, complementa o texto.

Outro ponto do manifesto aborda a relação do Sport com as torcidas organizadas. Assim como na gestão de Martorelli, Arnaldo fortaleceu o rompimento do clube com as uniformizadas, em especial a Torcida Jovem. “Uma das marcas que Arnaldo Barros ostenta com orgulho é de ter afastado as torcidas organizadas do clube. O problema é que ele afastou a torcida inteira, organizada e não organizada. Na verdade, o movimento de elitização que Arnaldo Barros e seu grupo propunham para o Sport (Arena com ingressos caríssimos, como visto em outras partes do País) precisava de um bode expiatório que pudesse associar com o crime. Fez parte de uma estratégia maior de afastar a massa mais pobre dos torcedores do Sport da Ilha, não só a Torcida Jovem”, aponta o grupo por meio do manifesto.

“Na hora do desespero, recorria ao povão, colocando ingressos a 10 reais quando o Sport estava quase caindo para a Série B. Este modelo é um engodo. Propomos que o Clube não tenha relações com nenhuma torcida organizada que faça apologia ao crime e à violência, mas que não passe uma régua única nas torcidas que mantém seu propósito original: torcer e ajudar o Sport. São torcedores que amam o Clube como cada um de nós, que ajudam a preparar a festa para os jogos, bandeirões, faixas, papéis picados”, complementa.

O LeiaJá procurou a assessoria de imprensa do Sport para que o presidente Arnaldo Barros respondesse às críticas divulgadas no manifesto. Porém, até o fechamento desta matéria, não fomos atendidos. Leia o texto na íntegra do manifesto divulgado pelo movimento Democracia Rubro-Negra.  

A poucos dias do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região, por crimes investigados pela Lava Jato, o Movimento Ética e Democracia lançou um manifesto “em defesa do pleno funcionamento das instituições, do cumprimento do calendário e da independência da Justiça no Brasil”. 

No texto, o grupo composto por acadêmicos, empresários e pessoas da sociedade civil pernambucana defende a Lava Jato e pondera que os valores foram invertidos, ao afirmar que a Justiça vem sendo “afrontada”, inclusive, segundo o movimento, por Lula, com os questionamentos de falta de provas contra o ex-presidente.  

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“A estratégia vem sendo adrede preparada, e teria a mão do próprio réu na organização da campanha de afronta ao Judiciário. Tática escorada no desgaste do presente governo, que, apesar de ter trazido de volta a racionalidade da política macroeconômica e significativa redução de inflação e da taxa básica de juros, faz rasa e pífia governança, e tem vários componentes investigados pela Lava Jato”, argumenta o documento.

Veja o manifesto na íntegra:

É temerário o jogo feito pelas defesas de acusados e culpados nos grandes escândalos de corrupção que vêm sendo investigados, julgados e condenados pelas instituições brasileiras. Na impossibilidade de contestar, tecnicamente, argumentos inequívocos da polícia federal, dos tribunais de contas e da procuradoria, subvertem a lógica e passam a fabricar a versão de que a Justiça está acabando com a Democracia brasileira. A História, no entanto, deverá registrar o avanço institucional representado por investigações contra poderosos, que ocorrem há algum tempo e que culminam com a Lava Jato (desde 2014). A maioria da sociedade reconhece tal avanço e apoia a Justiça. Mas desde que próceres do PT passaram a ser investigados e condenados, veio a germinar o discurso de “não há provas”, “politização da Justiça”, e agora “país assaltado pelos próprios poderes da República”. Tivemos prisão e condenação de José Dirceu, Marcelo Odebrecht, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral (ex-governador do Rio) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda). E outros ilustres, do PMDB e do PSDB, virão em breve a ser bola da vez. Portanto, não era “só o PT” – outro mantra da campanha de mistificação.

Há a centralidade da figura do ex-presidente Lula, agora bem próximo da primeira condenação em segunda instância. Então ficam mais nítidas e mais ousadas, na mídia, a tese de politização e a tentativa de constranger e desafiar a Justiça. Invertem-se valores democráticos: afronta-se a Justiça, alardeando-se a falsa tese de “condenação sem provas” para pôr o julgamento sob suspeita. Aparentemente não se trata apenas de tosca ginástica argumentativa solta no ar, tipo “se colar, colou”. Ora, todos os já condenados tiveram os processos transitados nas devidas instâncias, sem significativas contestações de caráter técnico. Por que tudo seria tão falho quando se trata do ex-presidente, investigado e julgado sob o mesmo padrão de transparência, e de normalidade do funcionamento das diversas instâncias judiciárias?

A estratégia vem sendo adrede preparada, e teria a mão do próprio réu na organização da campanha de afronta ao Judiciário. Tática escorada no desgaste do presente governo, que, apesar de ter trazido de volta a racionalidade da política macroeconômica e significativa redução de inflação e da taxa básica de juros, faz rasa e pífia governança, e tem vários componentes investigados pela Lava Jato. Repetem-se mentiras e criam-se falsas verdades, inclusive com base em pesquisas de opinião viciadas, que incluem perguntas indutoras de respostas “convenientes” – a tentar convencer parte da população de que a Justiça atropela a democracia. Ora, a História é prenhe de exemplos de desvios do papel constitucional da Justiça: em regimes de exceção, civis ou militares. No Brasil, como todos sabemos, há pleno funcionamento constitucional e democrático.

A Justiça estaria a impedir a candidatura de um cidadão, apoiado por tanto por cento da população; portanto, suspenda-se o julgamento, porque a Justiça é suspeita, diria a voz popular. Ignora-se que estão sendo respeitados todos os direitos constitucionais de defesa e de recursos contra decisões judiciais, até que se esgote o processo. Portanto, neste caso – e só neste caso, porque não tem sido assim com outros poderosos já condenados – pergunte-se ao povo o que fazer; portanto, anulem-se a Justiça e anos de investigação.

Conclamamos a sociedade brasileira, e outros grupos organizados da sociedade civil, a se manifestarem em defesa do pleno funcionamento das instituições, do cumprimento do calendário e da independência da Justiça no Brasil. O país avançou bastante desde a redemocratização. O trem já saiu da estação e nada será como antes, como disse um ministro do Judiciário.

ASSINAM ESTE DOCUMENTO:

Aécio Gomes de Matos – Engenheiro e Pós-Graduado em Psicologia

Afranio Tavares da Silva – Engenheiro

Alcides Pires – Empresário e Economista

Ana Olimpia Gurgel – Psicóloga e professora IES

Cesar Garcia – Professor aposentado da UFRPE

Chico de Assis Rocha Filho – Advogado e Poeta

Clemente Rosas Ribeiro – Advogado e Procurador Federal aposentado

Edmundo Morais – Advogado e Executivo de empresas

Francisco José Araújo – Engenheiro

Gustavo Gesteira Costa – Advogado

João Rego – Engenheiro e Consultor

Jorge Jatobá – Economista, Professor aposentado da UFPE

José Arlindo Soares – Sociólogo

José Claudio de Oliveira – Engenheiro e Empresário

José Vasconcelos Neto – Advogado

Leonardo Guimarães – Arquiteto e Urbanista

Luiz Rangel – Arquiteto e Urbanista

Marcia Maria Guedes Alcoforado de Moraes – Engenheira Elétrica e Professora da UFPE

Mirtes Cordeiro – Pedagoga

Olímpio Barbosa de Moraes Filho – Médico e Professor da UPE

Sérgio Buarque – Economista e Consultor

Plinio Augusto Duque – Médico

Sergio Alves – Professor da UFPE

Silvio Ernesto Batusanschi – Sociólogo

Socorro Araújo – Pesquisadora.

Tarcisio Patricio de Araujo – Economista, Professor do Departamento de Economia, UFPE

Teógenes Leitão – Engenheiro

O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e da Força Sindical, assinou o manifesto "Eleição sem Lula é Fraude" que defende o direito de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser candidato na eleição presidencial deste ano.

Aliado de Lula durante o governo do PT, Paulinho foi um dos principais defensores e articuladores do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff.

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Segundo aliados do parlamentar, Paulinho justificou a adesão ao manifesto com o argumento de que "Lula só pode ser afastado pelo voto popular" e não por decisões judiciais.

O ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em primeira instância no caso do triplex do Guarujá. No dia 24 o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) vai julgar a apelação da defesa de Lula. Se a condenação for confirmada o petista pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível.

O manifesto "Eleição sem Lula é Fraude" foi elaborado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e conta com mais de 150 mil assinaturas, entre elas as do linguista Noam Chomsky e do cineasta Oliver Stone.

Paulinho não é o único possível adversário de Lula a assinar o documento. A deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB-RS), pré-candidata pelo PCdoB, e o líder sem-teto Guilherme Boulos, que negocia a possibilidade de ser candidato pelo PSOL, também firmaram o manifesto.

Artistas

Na semana que antecede o julgamento no TRF-4 Lula vai participar de duas reuniões com artistas e intelectuais em São Paulo, no dia 15, e no Rio, dia 16.

Após a cerimônia do Globo de Ouro, no último domingo (7), em que mulheres da indústria cinematográfica se uniram em uma campanha contra o assédio e abusos sexuais, outro grupo de mulheres bastante influentes publicou, nesta terça (9), um manifesto contra o movimento #MeToo, que elas chamaram de "denuncismo". O manifesto foi publicado no jornal francês Le Monde e contou com nomes como o da escritora Catherine Millet e da atriz Catherine Deneuve.

A carta se manifesta contra a onda de denúncia de abusos e assédio sexual na indústria que começou no último ano, em Hollywood. Assinado por 100 atrizes e acadêmicas francesas, o manifesto chama o movimento de "denuncismo" e afirma que os homens "devem ser livres para abordar as mulheres". Em um dos trechos, a carta diz: "Os homens foram punidos, obrigados a demitir-se, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém, tentar roubar um beijo, falar sobre coisas «íntimas» num jantar de negócios ou enviar mensagens sexualmente explícitas para uma mulher cuja atração era recíproca”; e lamenta a falta de oportunidade dos denunciados se defenderem. A Atriz Catherine Deneuve coloca que "é excessiva" a maneira com que as militantes do movimento #MeToo agem.

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O manifesto também fala sobre o estupro classificando-o como crime mas ressalta que "seduzir alguém, mesmo que de forma insistente" não é, e que os homens devem ter a “liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual”. Finalizando, as autoras afirmam: "Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo, que além de denunciar o abuso de poder assume um ódio aos homens e à sexualidade"; e se dizem "suficientemente conscientes de que o desejo sexual é por sua natureza selvagem e agressivo".

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Em reação ao movimento ‘Pernambuco quer mudar’, lançado por lideranças da oposição, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que o momento não é propício para “politicagem” e “oportunismo política”, mas para sanar as dificuldades que o Estado enfrenta com a atual crise econômica e os altos índices de violência, temas do manifesto divulgado pelos oposicionistas criticando o pessebista.

“Não é momento de estar fazendo campanha política, não é momento de estar fazendo politicagem, eu acho que não é momento da gente buscar, diante de tanta dificuldade, oportunismo político para questões que são tão sérias”, cravou o governador. “Estou muito ciente do meu papel, do meu dever, do meu trabalho. Acho que Pernambuco tem se sobressaído ao longo desses últimos três anos, apesar de tanta dificuldade, de tanto desemprego, de tanta crise, cujo responsável não somos nós pernambucanos, a população sabe quem é o responsável por toda crise”, acrescentou.

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Na noite dessa segunda-feira (11), Paulo Câmara foi duramente atacado durante o discurso de lideranças oposicionistas como o senador Armando Monteiro (PTB) que chegou a classificar o pessebista como um “experimento que não deu certo”. Além disso, o documento divulgado pelo grupo ressalta a queda no desenvolvimento estadual, além de dados como o ranking da violência no Estado e o quantitativo de obras paralisadas. No documento, a oposição diz que “o pernambucano tem sofrido com a falta de liderança, de ousadia e de capacidade de gestão”. 

Em resposta, o governador declarou que, no âmbito da segurança pública, usado como trunfo pelos opositores, nunca fugiu do debate. “Pelo contrário, se quiser contribuir será muito bem ouvida [a oposição]. Agora, não contribui”, salientou. Além disso, Paulo também fez cobranças ao grupo. “A oposição poderia nos ajudar lá em Brasília, tem ministros de Estado e senadores da República, falando com o Governo Federal que o grande problema da segurança no Brasil é a droga que entra pelas fronteiras, que infelizmente está entrando com muita facilidade junto com armas”, argumentou. 

Um grupo de engenheiros formados pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) lançou uma carta que nada tem a ver com a construção de aeronaves. Intitulado Manifesto pelo Brasil, o texto expõe preocupação com os rumos do País, "nestes tempos de instabilidade política, corrupção, desemprego e violência", e se dispõe a pensar em novas saídas para a crise nacional. É a primeira vez que ex-estudantes da instituição se posicionam sobre assuntos dessa natureza.

"Os alunos do ITA nunca participaram do processo político como um grupo, mas a situação do País está muito complicada e estamos insatisfeitos. Quisemos nos manifestar para romper o silêncio. É nesse sentido que saiu o manifesto. É sobre princípios, sem tomar partidos", disse um dos organizadores do grupo, Pedro John Meinrath, de 80 anos, empresário formado no ITA em 1959.

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Assinado por 211 engenheiros formados na instituição entre 1956 e 2007, o manifesto diz que o grupo pretende apresentar "algumas sugestões para encaminhamento de mudanças que, no nosso entender, iniciarão um ciclo virtuoso, propiciando recuperação econômica e mais qualidade de vida". Um dos signatários é Ozires Silva, que deixou o ITA em 1962 e fundou a Embraer sete anos depois.

Formado na instituição em 1963, Gilberto Dib foi o "pai" do movimento dos engenheiros aeronáuticos. "O documento mostra que estamos pensando um País diferente. Nossa prioridade é propor mudanças na administração do País", afirmou Dib, hoje com 76 anos.

Na avaliação do grupo, o primeiro ponto é que é necessário dar mais independência às administrações estaduais, descentralizando o poder do governo federal. "Tanto o Poder Executivo quanto os demais Poderes ficam excessivamente concentrados no nível federal, inflados e ineficientes, comandando enormes orçamentos e sujeitos a manobras suscetíveis à corrupção", diz o manifesto.

O texto representa apenas a opinião dos signatários. "Nós somos egressos do ITA, mas o manifesto nada tem a ver com o instituto. Ele nos forneceu um ensino singular, e nos tornamos engenheiros de qualidade e queremos contribuir", afirmou Meinrath.

A Associação de Estudantes do ITA não subscreve o manifesto, mas não vê o movimento com maus olhos. "Nós apoiamos, achamos positivo esse tipo de iniciativa. Única ressalva que fiz com Gilberto (Dib) foi para deixar claro que o manifesto não representa a opinião do ITA", disse o presidente da associação, Marcelo Dias Ferreira.

Um dos mais novos do grupo, da turma de 2007, Bernardo Ramos é um dos que subscrevem o manifesto. Nesse grupo, os mais velhos são os mais engajados. "Na nossa faculdade, a conduta e a educação são muito fortes, e acho que o grupo surgiu do entendimento de que é preciso se posicionar vendo a corrupção crescer e a educação piorar no País", disse o hoje professor de Matemática de 34 anos.

O grupo, que começou com apenas uma corrente de e-mail de 35 pessoas, quer tornar-se um "think tank" - grupo que discute grandes questões. Com reunião presencial marcada para setembro, eles pretendem formular diretrizes mais acertadas para os próximos passos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Artistas e intelectuais lançam, na próxima segunda-feira (6), um manifesto com o intuito de incentivar a candidatura do ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT) para a disputa presidencial em 2018. 

O abaixo-assinado pretende, de acordo com a organização do movimento, pressionar o líder-mor petista a “desde já lançar sua candidatura como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam.”

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O manifesto, que estará disponível em uma plataforma virtual ainda não divulgada, já tem a adesão de nomes como o do teólogo Leonardo Boff, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o cantor e compositor Chico Buarque, o líder do MST João Pedro Stédile e o jurista Fábio Konder Comparato. 

Segundo o movimento, a carta aberta [veja abaixo] deve ser debatida em eventos com a presença do próprio Lula marcados para as próximas semanas. O texto diz que “o Brasil precisa de Lula” e pondera características da gestão do petista. 

Veja a carta na íntegra:

“CARTA DAS(OS) BRASILEIRAS(OS)

Por que Lula?

É o compromisso com o Estado Democrático de Direito, com a defesa da soberania brasileira e de todos os direitos já conquistados pelo povo desse País, que nos faz, através desse documento, solicitar ao ex-Presidente Luiz Inácio LULA da Silva que considere a possibilidade de, desde já, lançar a sua candidatura à Presidência da República no próximo ano, como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam.

Foi um trabalhador, filho da pobreza nordestina, que assumiu, alguns anos atrás, a Presidência da República e deu significado substantivo e autêntico à democracia brasileira. Descobrimos, então, que não há democracia na fome, na ausência de participação política efetiva, sem educação e saúde de qualidade, sem habitação digna, enfim, sem inclusão social. Aprendemos que não é democrática a sociedade que separa seus cidadãos em diferentes categorias.

Por que Lula? Porque ainda é preciso incluir muita gente e reincluir aqueles que foram banidos outra vez; porque é fundamental para o futuro do Brasil assegurar a soberania sobre o pré-sal, suas terras, sua água, suas riquezas; porque o País deve voltar a ter um papel ativo no cenário internacional; porque é importante distribuir com todos os brasileiros aquilo que os brasileiros produzem. O Brasil precisa de Lula!”

Depois de ter sofrido ataques homofóbicos recentemente na internet, o ator Leonardo Vieira divulgou, nesta segunda-feira (9), em sua página oficial nas redes sociais, um texto de manifesto, em que expõe sua opinião sobre o que aconteceu. O fato ocorreu depois que Leonardo foi fotografado beijando outro homem. Ele passou a receber várias mensagens de ódio nos comentários de suas fotos. 

No texto, o ator esclarece que nunca escondeu sua sexualidade, mas depois das ofensas virtuais que vem sofrendo, sentiu a necessidade de se declarar publicamente e falar do assunto.

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Vieira chegou a atuar em diversos personagens na Globo e outras emissoras. Um de seus papeis mais conhecidos é o vilão Vitor Lopo Júnior, na novela Prova de Amor, que foi exibida em 2005, na Rede Record. Confira a publicação na ítegra do ator: 

Quero iniciar essa carta primeiramente desejando a todos um feliz 2017! Desejo que o ano novo seja cheio de realizações para todos, mas que seja principalmente um ano de mais tolerância, respeito e amor entre todos os povos, crenças, religiões, cores, classes sociais, ideologias e orientações sexuais. O ano de 2016 terminou e com ele recebi uma tarefa para enfrentar em 2017, a qual quero dividir com vocês. Encarar essa missão será uma grande mudança em minha vida, talvez a maior e uma efetiva quebra de um paradigma. Ainda não sei que consequências estão por vir, mas quero transformar o episódio e as consequências que vivencio em algo que tenha algum valor para um número maior de pessoas.

No dia 28 de dezembro, comemorei meu aniversário e, para celebrar, fui a uma festa privada de um conhecido. Lá reencontrei um amigo que já não mora mais no Brasil e acabamos nos beijando. Um fotógrafo não perdeu a oportunidade e disparou uma rajada de cliques registrando a situação. O que era para ser um momento meu acabou se tornando público. No dia seguinte, a foto do beijo entre dois homens estava estampada na capa de um grande site de celebridades e replicada em diversos outros espaços.

Nunca escondi minha sexualidade, quem me conhece sabe disso. Não estou “saindo do armário”, porque nunca estive dentro de um. Também nunca fui um enrustido. Meus pais souberam da minha orientação sexual desde quando eu ainda era muito jovem. No início não foi fácil pra eles, pois somos de famílias católicas e com características bem conservadoras, mas com o tempo eles passaram a me respeitar e aceitar a minha orientação. Eles puderam perceber através da minha conduta que isso era apenas um detalhe da minha personalidade. Eles entenderam que o filho deles podia ser uma boa pessoa, honesto, bom caráter, bom filho, bom amigo, mesmo sendo “gay”. Hoje, a única preocupação da minha mãe é que eu não seja feliz. Eu posso afirmar para ela que sou feliz. Tenho um trabalho que me realiza, amigos que me amam e uma família que me conhece de verdade e que me aceita como eu sou, sem hipocrisias. Meu caso não é nem o primeiro e nem será o último.

Desde cedo já sabia que eu queria ser ator. Já fazia teatro amador na escola, antes mesmo de me descobrir sexualmente. Aos 22 anos, fui alçado para a fama como um foguete. Em quatro capítulos de uma novela fiquei famoso nacionalmente e me tornaram o galã do momento, um “namoradinho do Brasil”. Em pouco tempo estava em todas as capas de revistas e jornais. Passei a receber inúmeras cartas, convites para comerciais de televisão, festas, desfiles, presenças VIPs. A mídia me classificou como símbolo sexual e jornalistas me perguntavam como eu me sentia sendo o novo “símbolo sexual”. Eu era novo e não sabia responder, dizia apenas que estava feliz com a repercussão do meu trabalho. Eu nem me achava tão bonito e sexy assim para ser tido como um símbolo sexual. Sempre me achei um cara normal. Convivi com uma dúvida pessoal que me tirou a paz por um tempo. Como eu poderia ser um símbolo sexual para tantas meninas e mulheres quando a minha sexualidade na “vida real” apontava em outra direção? Como lidar com isso? O que fazer? Declaro minha sexualidade? A pressão era enorme de todos os lados, eu não sabia o que fazer e acabei não me declarando publicamente, mantive uma vida discreta e tratei o assunto em meio a círculos de amizade, trabalho e família como algo natural.

Sempre achei que um ator deve ser como uma tela em branco. Ali colocaremos tintas, cores, formas e sentimentos para dar vida a diferentes personagens. Respeito, mas nunca concordei com atores que expõem sua vida íntima ou levantam bandeiras ideológicas, exatamente porque no meu entender isso poderia macular essa tela em branco e correr o risco de tirar a credibilidade de um trabalho. O público passa a ver o ator antes da personagem e para mim isso nunca foi bom. Um dos motivos de nunca ter feito o meu “outing” foi esse e isso não é uma desculpa. Provavelmente, se eu fosse hétero, manteria a mesma postura discreta em relação a minha vida privada.

Infelizmente, vivemos em um país ainda cheio de preconceitos e a homofobia é um deles. Revelar-se homossexual não é fácil pra ninguém e acredito que seja ainda mais difícil para uma pessoa pública. Sempre achei “assumir” um termo pesado demais. Assume-se um crime, um delito, um erro e uma falta grave. Será que estou errado em ser quem sou? Será que tenho alguma culpa para assumir? Esse termo “assumir” me perseguiu como se eu tivesse cometido algum crime e que eu teria que fazer o “mea culpa” e ser condenado. Nunca me senti criminoso ou culpado por ser homossexual, eu me sentiria assim se tivesse matado alguém, ou roubado alguém ou a nação. O fato de ser gay nunca prejudicou ou feriu alguém, a não ser a mim mesmo; e não escolhi ser gay. Se pudesse escolher, escolheria ser heterossexual com certeza. Seria muito mais fácil a vida, não teria que ter enfrentado as dificuldades que enfrentei com meus pais, não seria discriminado em certos círculos sociais, teria uma família com filhos (sempre sonhei em ser pai), não sofreria preconceito de colegas, não seria atacado nas ruas, não seria xingado nas redes sociais, não deixaria de ser escolhido para certos personagens, seria convidado para mais campanhas publicitárias e capas de revista. Tenho vivido e venho sofrendo preconceito durante toda a minha vida e na maioria das vezes ninguém percebeu, só eu senti na pele, mas nem por isso me vitimizei.

Nunca deixei de fazer nada na minha vida privada por ser ator famoso. Sempre fui a lugares gays, namorei caras incríveis, tenho vários amigos e amigas gays e também frequento lugares héteros, tenho amigos héteros, vou ao supermercado, à feira… Sempre tive uma vida normal como todo ser humano merece ter. Nunca me senti especial por ser ator e sempre fiz questão de transitar livremente, mesmo que muitas vezes tivesse que parar um minuto da minha existência para tirar uma foto ou dar um autógrafo. Agora, pessoas do público as quais dediquei meu tempo, atenção e carinho, me atacam nas redes sociais de maneira vil e violenta, porque “descobriram” que eu sou gay. Eu nunca disse que não era, só não saí por aí com uma bandeira hasteada. Eu não traí a confiança de ninguém, sempre fui o que sou. Algo muito simples de ser entendido se em nossa sociedade essa questão ainda não fosse um tabu no ano de 2017.

Sobre o episódio do “beijo gay”, que a princípio parecia ser um “escândalo do último minuto” ou uma pedra no caminho, eu parei para refletir e vi que era, na verdade, um presente. Uma ótima oportunidade para tirar das minhas costas algo que me fez sofrer por muitos anos. Agradeço sinceramente ao site e ao fotógrafo que publicaram as fotos do beijo, pois assim me vi na obrigação de escrever essa carta e deixar clara a minha posição, tirando, assim, um peso que carrego há anos nas costas, além de poder ajudar a tantas pessoas que sofrem preconceitos, discriminação  ou ainda não assumiram sua sexualidade. Estou me sentindo bem mais leve, mas poderia estar me sentindo bem mais pesado, caso eu não tivesse o suporte de minha família e amigos. Embora a publicação tenha me feito um grande favor, pode ter me prejudicado imensamente profissionalmente (só saberemos no futuro) ou poderia ter destruído minha família, se por acaso eles já não soubessem da minha situação. Infelizmente a mesma mídia que se diz contra a intolerância, a discriminação e o preconceito, alimenta esses sentimentos irresponsavelmente, sem medir as consequências.  É incrível que obras como o ” Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, baseada em um beijo entre homens e transformado em sensacionalismo midiático, ainda sejam atuais.

Essa carta aberta aqui não é um pedido de desculpa, pois não acho que deva pedir desculpas por ser gay. Pelo contrário: sempre tive orgulho de ser quem eu sou. Essa carta é um manifesto contra a homofobia. Descobri estupefato que homofobia não leva ninguém à cadeia. Este crime, que pode ser devastador na vida das pessoas, não tem defesa à altura. Algumas cometem suicídio e outras matam por simples preconceito, que, aliado à violência verbal, psicológica ou física, é uma das mazelas de nossa sociedade. Não gostaria de me colocar no papel de vítima, mas sou e não posso deixar de querer meus direitos como cidadão de bem e exigir justiça para mim e, quiçá, para tantos outros homosexuais em meu país que também sofrem com isso diariamente e por anos em suas vidas. Homofobia precisa ser tratada com seriedade pela justiça e pela sociedade.

O objetivo dessa carta não é só esclarecer, de uma vez por todas e a quem interessar possa, a minha orientação sexual, mas também alertar para o verdadeiro crime psicológico e letal que as pessoas cometem ao perderem tempo de suas vidas para atacar os outros na internet ou nas ruas. O que ainda me surpreende é a violência, a guerra, a discriminação, a intolerância, a falta de respeito entre pessoas iguais que se atacam pela diferença, seja pelo fato de alguém ser gay, hétero, preto , branco, rico, pobre, evangélico ou muçulmano. Se sou gay, isso não vai mudar em nada a vida de ninguém ou a de quem estiver lendo isso, mas meu caso talvez possa ajudar pessoas que sofrem com a discriminação sexual ou com qualquer outra forma de discriminação e preconceito. Não consigo entender porque as pessoas ainda se preocupam tanto com a sexualidade alheia e fazem disso motivo de discórdia e violência.

Existem mulheres e homens na internet dizendo coisas horríveis a meu respeito. Tenho sofrido ataques homofóbicos pelo fato de ter sido fotografado beijando um homem. Se eu fosse hétero jamais me envolveria com uma mulher preconceituosa e deselegante, porque também não me envolveria com um homem preconceituoso e deselegante. Ser um ser humano com bom caráter, honesto, amigo, leal, educado, gentil, generoso e outras qualidades é muito mais importante do que quem você beija ou se relaciona sexualmente, independentemente se você é homem ou mulher.

Por isso estou indo esta tarde à comissão dos direitos humanos entender quais são os meus direitos como cidadão e quem sabe assim servir de exemplo para que meu caso não seja mais um e isso possa mudar algo em nossa legislação.

Para terminar esse manifesto gostaria de homenagear e agradecer algumas pessoas que, antes de mim, tiveram a coragem de dar sua cara à tapa e declararam suas orientações sexuais sem medo de enfrentar as consequências: Kevin Spacey, Rick Martin, Ian McKellen, Alessandra Maestrine, Marco Nanini, Ney Matogrosso, Daniela Mercury e tantos outros. Deixo aqui meu muito obrigado e todo meu respeito a todos que lutam por esta causa: a da liberdade para que todos possam ser quem são.

Bom, a vida continua e quem quiser conferir meu trabalho, estou em cartaz no teatro Folha em São Paulo, a partir do dia 11 de janeiro, sempre as quartas e quintas, às 21 horas, na comédia Nove em Ponto, de Rui Vilhena.

 

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