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Enquanto o presidente Jair Bolsonaro fala em indicar o procurador-geral da República, Augusto Aras, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e lhe concede honraria militar, quase 600 procuradores assinaram nesta sexta-feira (29) um manifesto pedindo independência do Ministério Público Federal (MPF). O documento, subscrito por mais da metade dos 1.131 procuradores da República do País, pede a criação de uma emenda constitucional que obrigue o presidente a escolher o chefe do MPF a partir de uma lista tríplice elaborada pela categoria.

Embora essa regra não exista, desde 2003 todos os procuradores-gerais saíram de uma relação de três nomes feita a partir de eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Bolsonaro quebrou a prática ao indicar Aras, em setembro. Aras vem sendo alvo de críticas internas no MPF por tomar medidas consideradas "pró-governo", como o pedido, feito na quarta-feira (27) para o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o inquérito das fake news, que atinge políticos, empresários e blogueiros bolsonaristas.

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O cortejo de Bolsonaro a Aras já tinha ficado explícito anteontem, quando o presidente afirmou que daria uma eventual vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ao procurador-geral. Ao classificar a atuação do procurador-geral como "excepcional", o mandatário disse que "o nome de Augusto Aras entra fortemente", caso apareça uma terceira vaga - até 2022, os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello deixarão a Corte. Nesta sexta-feira, Bolsonaro tentou atenuar a repercussão negativa da declaração e escreveu, em suas redes sociais, que não cogita indicar o procurador-geral para uma dessas duas vagas.

O aceno de Bolsonaro a Aras aumentou o ritmo de adesões ao manifesto dos procuradores da República, lançado no último dia 27 pela ANPR. "Considerando que cabe ao PGR investigar e acusar criminalmente o presidente da República, seria certamente mais adequado, partindo do princípio do fortalecimento institucional e da independência de atuação, que a lista fosse respeitada", afirma nota da ANPR.

Homenagem

Na manhã desta sexta, 29, Bolsonaro incluiu Aras numa lista de homenageados pela Ordem de Mérito Naval, uma das maiores honrarias militares, concedida a integrantes da Marinha e, excepcionalmente, corporações militares, instituições civis e personalidade que tenham prestados serviços relevantes à Marinha. Segundo publicação no Diário Oficial da União, o procurador receberá a homenagem junto com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que ontem prestou depoimento para explicar por que disse, na reunião ministerial de 22 de abril, que queria prender ministros do Supremo.

A íntegra do encontro ministerial foi divulgada há oito dias por autorização do Supremo, como parte de outro inquérito que incomoda Bolsonaro e que tem atuação da PGR: a investigação de suposta interferência política na Polícia Federal (PF). Ao longo da investigação, Aras poderá ser provocado pelo Supremo a se posicionar sobre medidas relacionadas ao presidente, como um pedido para prestar depoimento. Ao fim da colheita de provas, caberá a ele denunciar ou não Bolsonaro.

A atuação de Aras no caso já havia sido questionada por seus pares. Ao pedir a abertura do inquérito, o procurador-geral mirou também o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que fez as acusações contra o presidente. Outro episódio contestado foi o pedido de apuração sobre ato antidemocrático convocado contra o STF em abril. Apesar de o presidente ter feito até discurso na manifestação, o PGR o livrou do inquérito.

Reprovação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso criticou nesta sexta a possibilidade de procuradores-gerais serem reconduzidos ao cargo ou indicados para outras funções pelo presidente. "A recondução, evidentemente, pode gerar a tentação de agradar. (…) Acho que quem tem que ser independente não pode ser reconduzido, portanto acho que teria que ser um mandato único", defendeu o ministro, que assumiu, nesta semana, a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barroso disse ser a favor de uma lista tríplice "vinculante", ou seja, que torne obrigatória a nomeação de um dos três mais votados.

De acordo com a professora de direito internacional e comparado da Universidade de São Paulo (USP) Maristela Basso, não há nenhuma violação a lei específica que justifique uma ação contra o presidente pela sua fala. No entanto, a declaração cria um impedimento de ordem moral. "Qualquer ato que ele (Aras) tomar agora, será um ato suspeito: se ele for rígido, vai parecer que é uma tentativa de demonstrar independência. Se ele for mais flexível, vai se questionar se ele não está mantendo esse flerte com o presidente por um eventual cargo", disse a professora.

Para o advogado Pedro Lucena, mestre em direito administrativo pela PUC-SP, a declaração do presidente ultrapassa a barreira do elogio e passa a sugerir uma possível recompensa, o que poderia interferir na independência das instituições. "A manifestação, por si só, não configura tipificação criminal ou ato de improbidade. Porém, levando em conta a educação política da sociedade, não tenho dúvidas de que a declaração gera efeito negativo, pois dá a entender que a autonomia da PGR pode ser flexibilizada e barganhada."

Curiosamente, Fernando Bezerra Coelho é líder do governo no senado. (Divulgação)

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Em sessão remota na tarde desta segunda (30), o Senado Federal apresentou um manifesto em apoio à política de isolamento social que está sendo adotada pelos governos estaduais brasileiros para combater a pandemia do coronavírus. A ação foi articulada justamente pelo líder do governo na casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e contou com a adesão de lideranças como Antonio Anastasia, vice-presidente do Senado. O ato marca o posicionamento dos congressistas contra a postura do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a lançar uma campanha nacional contra a quarentena.

“Eu queria agradecer às diversas lideranças, à expressiva maioria dos líderes que manifestaram seu apoio a essa manifestação do Senado Federal no dia de hoje, em um agradecimento particular aos senadores Eduardo Braga, Randolfe Rodrigues, que de certa forma, participaram da elaboração e da sugestão do texto", comentou. Coelho, contudo, confessou que foi procurado por colegas preocupados com a duração indefinida do isolamento social. “Para que a gente possa buscar em algum momento uma discussão sobre critério de flexibilização. Para que a gente possa buscar o achatamento da curva do contágio e, por outro lado, proteção de emprego e renda para os brasileiros”, completou.

No documento, o Senado reforça que “a experiência dos países que estão em estágios mais avançados de disseminação da doença deixa claro que, diante da inexistência de vacina ou de tratamento médico plenamente comprovado, a medida mais eficaz de minimização dos efeitos da pandemia é o isolamento social”.

Confira o manifesto na íntegra:

Pelo isolamento social

"A pandemia do coronavírus impõe a todos os povos e nações um profundo desafio no seu enfrentamento. A experiência dos países que estão em estágios mais avançados de disseminação da doença deixa claro que, diante da inexistência de vacina ou de tratamento médico plenamente comprovado, a medida mais eficaz de minimização dos efeitos da pandemia é o isolamento social. Somente o isolamento social, mantidas as atividades essenciais, poderá promover o “achatamento da curva” de contágio, possibilitando que a estrutura de saúde possa atender ao maior número possível de enfermos, salvando assim milhões de vidas, conforme apontam os estudos sobre o tema. Ao Estado cabe apoiar as pessoas vulneráveis, os empreendedores e segmentos sociais que serão atingidos economicamente pelos efeitos do isolamento. Diante do exposto, o Senado Federal, através da maioria expressiva dos seus líderes, se manifesta de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e apoia o isolamento social no Brasil, ao mesmo tempo em que pede ao povo que cumpra as medidas ficando em casa".

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou um manifesto, na noite desse domingo (22), em que pede o fim da troca de acusações entre autoridades envolvidas nas ações de enfrentamento ao novo coronavírus e diz que os conflitos "não levam a lugar nenhum". O documento também é assinado por Antonio Anastasia (PSDB-MG), vice-presidente da Casa.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro e alguns governadores, como os do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB), têm trocado farpas publicamente sobre medidas administrativas adotadas para tentar conter a disseminação da covid-19.

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O episódio mais recente dos ruídos foi a publicação de Medida Provisória, deixando claro que cabe ao governo federal, com base em orientações técnicas das agências reguladoras, decidir sobre fechamento de rodovias e aeroportos.

A medida foi tomada após uma série de iniciativas de Rio e São Paulo para restringir a circulação de pessoas. Witzel havia decretado o fim o trânsito de ônibus e de carros de aplicativo entre a Região Metropolitana e o interior do Rio.

Sem mencionar lideranças ou brigas específicas, Alcolumbre e Anastasia apelam por harmonia e integração em todas as esferas da federação. "É vital que haja plena harmonia e integração entre todos os poderes públicos, de todas as esferas da federação. As ações devem ser coordenadas e integradas, de forma a otimizar os seus resultados, conforme a melhor orientação dos especialistas", diz o manifesto dos senadores.

Ex-aliados de Bolsonaro e eleitos na onda bolsonarista, Doria e Witzel se afastaram do presidente e, mesmo antes da crise do novo coronavírus, têm buscado uma aproximação em busca de protagonismo para as eleições de 2022. Para Alcolumbre, o momento não é o de buscar capital eleitoral.

"Devemos superar conflitos e discussões inoportunas. Acusações e mal-entendidos têm ocorrido com frequência nos últimos dias entre autoridades e as quais não nos levam a lugar nenhum, especificamente quanto ao controle da pandemia. O povo brasileiro merece o melhor de todos nós. Com seriedade, equilíbrio, bom senso e, sobretudo, eficiência", frisa o manifesto.

No documento, chamado de manifesto da presidência do Senado à Unidade de Ação, os senadores alegam que a tentativa de mediar os conflitos se dá em razão do papel da Casa, o de buscar harmonia federativa. "O Senado aguarda o diálogo construtivo entre estes poderes para a realização desta tarefa grave e urgente".

Com o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia na reta final, com base no instrumento de trabalho divulgado antes do evento e das discussões que vieram a público ao longo deste mês, é possível imaginar um documento que trate de questões urgentes não só da região amazônica: crise climática, questões imigratórias, respeito aos povos e preocupação com os recursos ambientais.

"Todos fomos convidados a desfrutar da criação. Não podemos destruir as coisas do mundo", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o padre sinodal dom Ernesto Romero, bispo do vicariato apostólico de Tucupita, no nordeste da Venezuela. "Devemos defender a vida do planeta, a vida da Amazônia. Isso é um dom de Deus e um compromisso com Deus. Tenho esperança de que o mundo mude e nos convertamos à vida, ao amor, à paz, à justiça e à esperança."

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"O documento que está sendo preparado deve mostrar que queremos uma Igreja que constrói o reino de Deus e, para isso, devemos assumir o caminho da conversão ecológica", afirma Romero Dentre os 200 mil habitantes da circunscrição de Tucupita, 30 mil são indígenas.

"O sínodo está proporcionando que construamos relações fraternas e nos dando a riqueza de compartilhar realidades de nossos povos. São realidades muito parecidas, com diferentes situações e riscos", enumera o religioso. "Em comum, somos povos que amam a vida e queremos defender a vida que Deus nos deu. Somos ameaçados por mineradores e pelas grandes corporações que querem ter uma riqueza fácil, destruindo a natureza. Como bispo da região, trato da tarefa de defesa da vida."

Pároco da igreja de São Sebastião em Manaus, Amazonas, frei Paulo Xavier Ribeiro acredita que o encontro dos bispos no Vaticano serve para "propor caminhos que consolidem a paz, a integridade da criação e o respeito com todas as pessoas". "É preciso pensar a realidade que nos cerca, os indígenas, os migrantes, os povos ribeirinhos, as situações todas. Sempre a serviço da vida, da esperança e do amor", comenta ele, em conversa com a reportagem.

Romero, por sua vez, lembra que a ação de mineração tem poluído os rios que abastecem as comunidades indígenas da região amazônica. "Essa ameaça está quase na sombra e queremos que o sínodo denuncie essa situação", diz.

Questão cara ao contexto atual da sociedade venezuelana, a crise imigratória também é uma preocupação latente no discurso do bispo venezuelano. "A imigração é um fenômeno da humanidade. Os seres humanos sempre recorreram a essa opção de colocar o caminho em horizonte para encontrar melhores condições para si e para a família. A Igreja não tem solução para o fenômeno mas nos convida a ser homens e mulheres de coração aberto para todos. Ser católico é ser universal, saber que todo ser humano é irmão e irmã", comenta ele, dizendo que o acolhimento recebido por seus conterrâneos em comunidades brasileiras é "um sinal evidente da fraternidade, do reino de Deus".

Uma das acadêmicas convidadas para debater as questões do sínodo com os religiosos, a antropóloga Moema Miranda, professora do Instituto Teológico Franciscano e assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), afirma que as discussões realizadas ao longo do mês de outubro foram "extremamente ricas, interessantes e importantes". "Os diálogos foram qualificados e aprofundados", pontua ela.

"O tema do sínodo é internacional: como devemos fazer para viver neste planeta, limitado, vivo e vivente, rico, profícuo e extremamente abundante, mas no qual os modos de vida dominante, a produção, a acumulação e o desperdício não estão mais compatíveis", explica a estudiosa.

"Papa Francisco já diz isso: essa economia mata, não está vinculada à lógica da Terra, à ecologia, à proposta de uma conversão ecológica integral que, de fato, articule os princípios aos níveis pessoal, social, espiritual, coletivo e político. É o grande desafio: esse sistema é impossível e não pode continuar, precisamos de outro caminho."

Outras questões

"Nossa esperança é que possamos construir uma igreja sempre nessa dinâmica: preocupada com a defesa da vida, a defesa do reino de Deus. E que homens e mulheres possam participar, todos, dessa construção. Somos chamados a reconhecer a dignidade do ser humano, homem e mulher. São muitas as expectativas que teremos sobretudo no campo da participação de toda a comunidade", afirma o bispo Romero.

Além das questões de natureza ambiental e social, há expectativa de que o documento traga comentários sobre a maior participação feminina na liturgia, além de abrir a possibilidade de ordenação de homens casados, sobretudo em regiões com déficit de sacerdotes, como é o caso da região amazônica.

"Há esperança ativa que haja avanços nas propostas sinodais com audácia e sem medo, que haja novidades carismáticas e ministeriais e, sobretudo, que haja conversão eclesial e não colonialista em relação ao novo rosto amazônico da Igreja e das igrejas", analisa o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O caráter sociopolítico das discussões do atual sínodo, em um contexto global de forte polarização ideológica, atraiu críticas aos padres sinodais e ao papa. "Sempre vão existir na Igreja forças conservadoras, porque somos humanos e cada um tem sua visão, sua opinião", avalia o bispo Romero.

"O importante é deixarmos espaço ao Espírito Santo, porque sempre existiu em nossa igreja latino-americana uma luta pela manifestação do Evangelho. Devemos apontar o horizonte, sem cruzar os braços diante das dificuldades que nos aparecem durante a vida. É preciso debater, sobretudo com espírito de solidariedade e de busca pela verdade. Ninguém tem a verdade no bolso, a verdade está no Evangelho. Nós estamos chamando a conversão pastoral e ecológica, assumindo o compromisso de viver no reino de Deus e na justiça", defende ele.

O Esporte Clube Bahia divulgou um manifesto no qual chama para toda a população - sem deixar de cobrar as autoridades - a responsabilidade ambiental de preservar os mares e mangues, diante do desastre ambiental do aparecimento de toneladas de petróleo cru em mais de 150 praias em 171 municípios dos nove estados nordestinos. Na próxima segunda-feira (21), às 19h30 (horário de Brasília), a equipe entrará em campo contra o Ceará no estádio de Pituaçu, em Salvador, e divulgou que usará um uniforme manchado de óleo. 

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“Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido? O Bahia é você, somos nós, cada ser humano. É a forma como representamos o amor, o apego, o chamego, o sagrado, a justiça. O Bahia é a união de um povo que vibra na mesma direção, que respira o mesmo ar e que depende da mesma natureza para existir, para sobreviver. (...) Um convite à reflexão: o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade? A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural”, diz o manifesto divulgado pela equipe.

No Estado, as manchas de óleo surgiram pela primeira vez em outubro. Até agora, atingiram os municípios de Itacaré, houve registro da substância nas cidades de Vera Cruz, Itaparica, Salvador, Jandaíra, Lauro de Freitas, Conde, Camaçari, Entre Rios, Esplanada e Mata de São João. O problema teve proporções tão graves que levaram o Governo a decretar Estado de Emergência.

A atitude do Bahia foi apoiada não somente por seus torcedores, mas também por outras equipes e competições de futebol do Brasil. A conta oficial da Ouvidoria Fortaleza Esporte Clube respondeu ao Bahia com emojis de aplausos, enquanto o perfil da Copa do Nordeste disse “Parabéns, Bahia! Sensacional”. A conta oficial do Santos e o pernambucano Íbis também felicitaram o Bahia pela atitude. 

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Um grupo senadores divulgou um manifesto contra a liberação de recursos do Orçamento pelo governo como forma de garantir apoio nas votações no Senado. A justificativa é de se antecipar a "rumores" de que o Palácio do Planalto poderia aplicar verbas em redutos eleitorais de parlamentares que aprovarem suas pautas, entre elas, a reforma da Previdência e a provável indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador nos Estados Unidos.

No documento, o grupo cobra "transparência e ampla publicidade". Os senadores afirmam que o governo deve atender a todos, sem discriminação entre base aliada e oposição, caso decida acelerar a liberação de emendas parlamentares ou ainda acatar indicações para aplicar recursos, as chamadas verbas "extraorçamentárias". Isso agradaria principalmente os 49 eleitos no ano passado, que não tiveram direito a indicar emendas impositivas no atual Orçamento.

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Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a ideia do Palácio do Planalto é usar até R$ 2 bilhões do valor do Orçamento que deve ser desbloqueado para pagar emendas prometidas quando a reforma da Previdência começou a ser discutida, mas as negociações, segundo senadores ouvidos pela reportagem, incluiriam agora uma espécie de compromisso de adesão a um "pacote" de interesse do governo.

"Esperamos que tal processo tenha plena transparência e ampla publicidade, atendendo a todos os senadores independente de filiação partidária ou de posicionamento em votações", afirma o manifesto, liderado pelo bloco informal "Muda, Senado", que apoiou a eleição, mas hoje faz uma espécie de contraponto ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A carta foi lida na quarta-feira, 18, pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS), segundo vice-presidente da Mesa Diretora. Ela será encaminhada ao líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para que chegue ao Palácio do Planalto. Lasier afirmou que é "difícil acreditar" que o governo adote essas práticas e que senadores se submetam à barganha. "Se houver qualquer proposta de alguma emenda suplementar, deve ocorrer generalizadamente para todos e não haver distinções", disse ele.

Segundo Lasier, o movimento contra o "toma lá, dá cá" chega a 35 parlamentares - vai, portanto, além do "Muda, Senado", formado por 21 senadores que apoiam as CPIs contra o Poder Judiciário. A lista de nomes, ainda aberta a adesões, não foi divulgada, mas a maior parte deles vota a favor de pautas do governo Bolsonaro.

Um deles é o senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Eleitor declarado do presidente, ele lembrou que foram bandeiras da campanha bolsonarista "uma nova forma fazer política, sem barganha, sem toma lá, dá cá". Para Girão, o momento não é oportuno para o governo fazer liberação de recursos, de forma a não interferir nos votos dos senadores.

"Se houver esse tipo de ajuda, é bem-vinda, mas a época não é propícia - não é agora, para não interferir no voto de ninguém -, e também que seja feita e distribuída para os 81 senadores, caso haja", disse Girão. "Eu acredito ser algo muito prejudicial para a democracia. Vai totalmente contra o que pensa o povo brasileiro se distribuir cargos em troca de voto, em troca de posição e, mais ainda, em troca de emendas parlamentares."

Recém-egressa do PSL por desavenças com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, a senadora Juíza Selma Arruda (Podemos-MT) disse que todos os Estados e municípios precisam de recursos do governo federal. Ela rechaçou que o governo atrele os pagamentos a votos e pediu que os senadores, se aceitarem as emendas, o façam "sem perder a dignidade" e que o Senado não perca "prestígio" e "seriedade".

"Isso eu não sei que nome tem, emenda não é", afirmou Selma. "Eu sou senadora de primeiro mandato, estou no meu primeiro ano, eu sei que não tenho direito a emendas, mas, se vai haver algum tipo de benefício aos Estados e municípios, que seja, então, dividido e não atrelado a reforma nenhuma ou a nenhuma aprovação de lei, que seja dividido equânime entre todos os parlamentares."

Neste ano, cada congressista pode indicar a destinação de R$ 15,4 milhões em até 25 emendas a Estados e municípios. Essa quantia é de pagamento obrigatório pelo governo, o chamado orçamento impositivo. Nos primeiros oito meses do ano, o Planalto se comprometeu com o desembolso de R$ 523 milhões indicados por senadores, dos quais R$ 252 milhões já foram quitados.

Leia a íntegra do manifesto:

"Somos senadores da República conscientes de nossa responsabilidade como legisladores.

As emendas parlamentares, caso sejam liberadas e executadas, podem ser um importante instrumento para atender necessidades prementes de Estados e municípios, e é claro que os senadores têm plenas condições de contribuir, alocando corretamente tais recursos.

Portanto, de forma a evitar interpretações distorcidas sobre os critérios para liberação das emendas, esperamos que tal processo tenha plena transparência e ampla publicidade, atendendo a todos os Senadores independente de filiação partidária ou de posicionamento em votações. Afinal, todos foram eleitos da mesma forma, com a legitimidade do voto democrático.

Milhões de brasileiros, assim como nós, esperam do atual governo a ousadia de promover a grande política, digna dos verdadeiros estadistas da história, adotando critérios republicanos em sua relação com o Congresso Nacional."

Seis ex-ministros da Saúde divulgam nesta segunda-feira, 5, um manifesto em que alertam para o risco de retrocesso no setor. Para eles, políticas de saúde estão sendo desconstruídas, sem que Ministério da Saúde ou o parlamento sejam ouvidos. Entre as medidas citadas pelo grupo estão as propostas feitas pelo governo de Jair Bolsonaro para as mudanças nas regras de lei de trânsito, como a dispensa do uso de cadeirinhas para bebês, a alteração no limite de velocidade nas estradas e ainda o número de pontos para ter a carteira de habilitação cassada - sugestões que podem trazer um aumento dos acidentes envolvendo veículos.

No documento de cinco páginas, os ex-ministros listam ainda as restrições de políticas voltadas para direitos sexuais e reprodutivos, as mudanças no estatuto do desarmamento, a liberação sem critério de agrotóxicos e pesticidas. Foram citadas também propostas para a redução do preço do cigarro, que poderia fragilizar a política de prevenção contra o tabagismo e também o incentivo fiscal para indústria de refrigerantes, que poderá trazer um impacto nos indicadores de obesidade do País.

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Assinada pelos ex-ministros Humberto Costa, José Saraiva Felipe, José Agenor Alvarez da Silva, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro, a carta adverte também para retrocessos de normas de segurança do trabalho, ataques ao Estatuto da Criança e do Adolescente, o contingenciamento da educação pública e da ciência e a nova política de drogas, que dá prioridade à abstinência e às comunidades terapêuticas. Essa última alteração, no entanto, foi aprovada no Congresso.

O manifesto, que será apresentado nesta segunda-feira durante um ato em Defesa do SUS programado para 17 horas na Esplanada dos Ministérios, argumenta que nenhum sistema universal tem investimentos públicos tão baixos quanto o brasileiro e que, apesar das restrições orçamentárias, o SUS é responsável por inúmeros avanços, como a redução da mortalidade infantil. O grupo observa que, embora a melhora seja inegável, está em curso uma política para o aprofundamento dos cortes dos gastos sociais e uma desvalorização das políticas universais, que podem fragilizar o SUS.

"É preciso, mais do que nunca, fortalecer e ampliar a participação social na formulação, acompanhamento e fiscalização das políticas de saúde em todas as esferas de governo. Respeitar e implementar as decisões das conferências e dos conselhos de saúde, aprimorando e garantindo a democratização do Estado e a participação cidadã é fundamental para os destinos do SUS e do País", afirmam os ex-ministros.

A carta dos ex-ministros da Saúde se soma a outras iniciativas semelhantes, realizadas por ex-ministros de outras áreas, todas alertando para retrocessos na condução de políticas setoriais. Em maio, ex-ministros do Meio Ambiente divulgaram documento alertando para desmonte do setor. Em junho, foi a vez de ex- ministros da Educação, que pediam por recursos e garantia da autonomia universitária. No mesmo mês, ex-ministros da Justiça, também divulgaram um documento em que protestaram contra as mudanças que permitiam maior acesso a armas de fogo. Mês passado, ex-ministros de Ciência e Tecnologia fizeram um manifesto contra cortes e retrocessos no setor.

Um manifesto assinado por mais de mil acadêmicos de várias universidades do mundo (incluindo o Brasil), se opõe às recentes declarações do governo Bolsonaro, juntamente com o Ministério da Educação, que anunciaram medidas de descentralização de verbas das áreas de humanas, como filosofia e sociologia. O abaixo-assinado foi publicado nesta segunda-feira (6) pelo Jornal francês Le Monde e contou com assinaturas de intelectuais de Harvard, Universidade da Califórnia, Universidade de Cambridge, Universidade de Londres e Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras.

O manifesto foi organizado pela Gender International, rede é uma rede de pesquisadores que estudam gênero e sexualidade. Entre os signatários, está a filósofa e escritora Judith Butler, que já esteve no Brasil mais de uma vez. Outro manifesto já tem 15 mil assinaturas de sociólogos

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Uma outra carta aberta critica decisões do governo Bolsonaro na Educação. Sociólogos e filósofos de diversas partes do mundo se dizem contrários a ideia de que uma “educação universitária é valiosa apenas na medida em que é imediatamente lucrativa” e que, por este motivo, se opõem a tentativa do governo de deixar de investir na sociologia ou outros programas nas ciências humanas ou sociais. “O objetivo de uma instituição de ensino superior não é produzir retornos imediatos, e sim, formar uma sociedade educada que se beneficie do esforço coletivo para criar o conhecimento humano”, diz o documento.

Clique aqui para conferir a carta aberta em inglês, na íntegra

 

 

O ato deste sábado (9), em prol da liberdade do ex-presidente Lula, no Alto da Sé, em Olinda, conta com diversas atividades culturais que juntam dezenas de apoiadores do petista. Artesanato, pinturas, dança e poesia são alguns dos atrativos na manifestação do grupo.

“Lula guerreiro do povo brasileiro” é uma das frases de ordem que os presentes gritam durante o ato. A apoiadora do ex-presidente Maria de Andrade escreveu uma série de poemas em lembrança ao petista. Um deles se chama “Lula livre”.

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No microfone, Maria de Andrade declamou o poema e foi aplaudida pelos presentes. Confira o trabalho escrito por ela:

Poema

Lula Livre!!!!

No ato da condenação

Toda a verdade esclarecida

Da culpa a todos terão seu quinhão

Justiça amordaçada

A esperança em prontidão

A liberdade roubada

Junto com a condenação

A eleição fraudada

Vitória da corrupção

São laranjas exportadas

Dinheiro em carrilhão

Malas e malas negadas

Verdadeira podridão

As leis negadas

E rasgada a constituição

O Brasil pátria desonrada

Em nome da putrefação

História de Lula preso pela PF guardada

Verdadeiro ato em ação

Provas e verdades negadas

Para dar-lhe condenação

Teus algozes pela memória esperada

Como nefastos malfeitores serão

Pela história lembrada

Urubus domados à espera do caixão

Lula Livre! A nação encantada

E a memória em consideração

Tua vida ao mundo levada

O líder! Ideia! Consagração

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Conhecido nacionalmente por sua variedade quando o assunto é tapioca, o Alto da Sé, em Olinda, é o local de trabalho de dezenas de tapioqueiras, que elevam a culinária local a níveis máximos. Neste sábado (9), muitos turistas visitam o espaço e dividem a atenção com o ato em prol do ex-presidente Lula. Organizado por apoiadores do petista, o grupo pede a liberdade do pernambucano.

As “tapioqueiras da Sé”, como são conhecidas, não ficaram de fora e endossaram a luta em prol do ex-presidente. Dezenas delas vieram trabalhar, neste dia de ato a favor do petista, devidamente munidas de bandeiras e adereços que remetem à causa de Lula.

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Maria José trabalha no Alto da Sé há 47 anos vendendo tapioca. Para ela, Lula mudou a sua vida. “Ele foi maravilhoso, esse novo governo que está no poder só aumenta minha saudade. Ele foi um ótimo presidente para mim”, afirmou a tapioqueira.

Josefa dos Santos atua há quatro anos no mercado de tapioca em Olinda. “Tudo que eu tenho é graças ao governo de Lula, inclusive minha casa. A minha filha faz faculdade pelo ProUni, que foi ele quem criou. Acho uma injustiça ele estar preso”, lembra, saudosa, Josefa dos Santos. “Precisamos reivindicar o direito que nós, trabalhadores, temos e o governo Bolsonaro tirou. Nós perdemos muito com ele”, lamenta a tapioqueira.

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Figurinha carimbada quando o assunto é a defesa do ex-presidente Lula, a deputada estadual Teresa leitão (PT) marcou presença no ato deste sábado (9), que pede a liberdade do ex-presidente.

No Alto da Sé, em Olinda, a deputada reforçou a relevância de homenagear Lula.  “É muito importante porque a prisão de Lula é injusta e fere os direitos democráticos. Com Lula, que é o maior líder do Brasil e da América latina, tem um aspecto simbólico”, comentou.

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Teresa Leitão não deixou de mencionar que manifestações são realizadas em várias partes do Brasil e do mundo. “Atos dessa natureza são realizados no Brasil inteiro e no exterior também. Aqui em Pernambuco não podia ser diferente e estamos chamando atenção. Tem turistas parando para ver, pegando material, abraçando a causa”, pontua. “Não podemos deixar a militância desanimar. Lula nos dá força e a gente retribui com essa manifestação”, finalizou a deputada.

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Em sessão solene organizada para um ato de defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, afirmou nesta quarta-feira, 3, que é preciso que o "diálogo construtivo e a transformação" assumam o lugar da "agressão e de ódio".

Com presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Toffoli fez uma menção direta ao deputado federal, sobre o "esforço" de Maia em reconhecer a importância do diálogo, citando também o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

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Toffoli afirmou que é preciso ser firme na defesa do Supremo porque a Corte é o guardião do pacto fundante no Brasil. "Ao fazermos isso, estamos defendendo a própria democracia, a liberdade e os direitos fundamentais", disse.

"É preciso que o diálogo construtivo e transformador assuma definitivamente o lugar da agressão e do ódio, que não devem entrar em nossa sociedade", continuou Toffoli, afirmando que "agora, mais do que nunca, sociedade civil e Poderes da República precisam seguir o caminho desse diálogo transformador" para buscar "o desenvolvimento do País, ao equilíbrio fiscal, à segurança e à redução das desigualdades sociais", completou o presidente.

A sessão de julgamentos desta quarta-feira foi cancelada em função da solenidade. No início, o presidente da OAB leu um manifesto subscrito por mais de 160 entidades em defesa do STF.

Um grupo de diplomatas brasileiros divulgou nesta segunda-feira, dia 1°, um manifesto de repúdio às declarações do presidente Jair Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo em defesa do golpe militar de 1964. A narrativa do material usa a mesma definição adotada pelo presidente e alguns de seus ministros militares para classificar o fato histórico. Para eles, a derrubada de João Goulart do poder, que marcou o início do período de 21 anos de ditadura militar no Brasil, foi apenas um movimento para conter o avanço do comunismo no País.

O texto apoiado por dezenas de diplomatas, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, é apócrifo devido ao temor de represálias e retaliações por parte do chanceler. Segundo o manifesto, a postura de Bolsonaro e Araújo em relação ao golpe de 64 viola "os mais elementares compromissos que regem hoje a inserção internacional do Brasil e trazem danos graves à imagem do país".

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Os diplomatas repudiam ainda declarações do presidente em relação às ditaduras de Alfredo Stroessner, no Paraguai, e Augusto Pinochet, no Chile, e lembram que a Comissão Nacional da Verdade fez diversas recomendações ao Itamaraty "entre elas a de compreender como foi possível 'se deixar capturar' pelo envolvimento direto na repressão, com graves consequências para as vidas de muitos cidadãos brasileiros".

Por fim, o manifesto lista uma série de violações cometidas pelo regime militar.

"A ditadura instaurada em 1964 cometeu crimes contra a humanidade, de forma sistemática e como estratégia para se manter no poder por mais de vinte anos. Assassinou, sequestrou e torturou opositores de diversas correntes ideológicas, entre eles lideranças políticas contrárias à luta armada. Perseguiu funcionários públicos que não se sujeitaram ao arbítrio, inclusive militares e diplomatas. Censurou as artes, o pensamento e a expressão da pluralidade brasileira. Arrancou de gerações de brasileiros os direitos políticos mais fundamentais. Destruiu famílias, massacrou povos indígenas, estuprou mulheres, torturou crianças. Deixou profundas e deletérias marcas na vida institucional do País, cujas consequências para o efetivo respeito aos direitos humanos ainda hoje enfrentamos", diz o texto.

Um dos autores do atentado contra duas mesquitas na Nova Zelândia, Brenton Tarrant enviou à primeira-ministra Jacinda Ardern uma cópia de seu manifesto de extrema-direita minutos antes de cometer o ataque que deixou 49 mortos e 48 feridos.

O escritório da premier, através do porta-voz à imprensa Andrew Campbell, confirmou à emissora CNN que o atirador enviou um e-mail com o manifesto de mais de 70 páginas para a caixa-postal do gabinete.

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A mensagem foi remetida por um endereço de e-mail "genérico" e as autoridades não chegaram a ver o manifesto antes da tragédia.

Fortemente armado, o jovem australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, invadiu e abriu fogo contra duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia. Ele e outras três pessoas foram presas.

Tarrant é considerado o mentor do atentado e chegou a transmitir ao vivo, via redes sociais, seus disparos dentro das mesquitas. Ele deixou um manifesto justificando suas ações, no qual defende a extrema-direita e a supremacia branca.

Neste sábado (16), ele se apresentou a um tribunal e ficará preso sob acusação de assassinato até 5 de abril, quando haverá uma nova audiência do Tribunal Distrital de Christchurch.

Algemado, Tarrant permaneceu calado durante a apresentação na corte, com seu advogado apontado pelo Estado não solicitando nem fiança nem que permanecesse anônimo. Logo que ingressou na sala, o atirador fez um gesto em referência aos supremacistas.

A autoridades da Nova Zelândia começaram a identificar as primeiras vítimas do maior massacre do país. Entre os 49 mortos, há quatro cidadãos do Egito, três da Jordânia, um afegão e um sírio.

Da Ansa

Mais de 600 procuradores entregaram à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, um manifesto por independência funcional. O número de subscritores do manifesto, 619, ultrapassou a maioria absoluta dos membros da instituição, 1.151. Na lista estão o coordenador da Operação Lava Jato, no Paraná, Deltan Dallagnol, a procuradora Thaméa Danelon, da Lava Jato em São Paulo, e o procurador regional da República José Augusto Vagos, da Lava Jato no Rio.

Os procuradores classificam como "radical" um projeto apresentado por Raquel Dodge, que muda critérios de distribuição de investigações dentro do Ministério Público Federal. Na avaliação dos procuradores, a mudança vai concentrar "nas mãos da cúpula da instituição um enorme poder e pode vir a resultar, em algum momento, como efeito colateral deletério, na criação de mecanismos de ingerência, ainda que de forma indireta, sobre a atuação dos Procuradores da República, em prejuízo de sua plena independência para atuar".

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No documento, os procuradores apontam "preocupação" com o projeto Raquel Dodge. A proposta estabelece a criação de "ofícios especializados de atuação concentrada em polos".

Na avaliação dos procuradores que subscrevem o manifesto, "da maneira como redigida, a proposta, sob alegação de conferir maior eficiência e especialização à atuação do Ministério Público Federal, altera significativamente os critérios que disciplinam a distribuição de casos entre os Procuradores da República em todo o país".

"Preocupa ainda, e em especial, a tentativa de aprová-la a toque de caixa no Conselho Superior da instituição, em prejuízo de uma discussão mais aprofundada, tendo em vista seu caráter profundamente reestruturante", afirmam.

De acordo com os procuradores, atualmente, a definição do responsável por cada investigação "observa critérios objetivos de distribuição previstos na lei e na própria Constituição".

"A finalidade de tais critérios é assegurar à sociedade transparência quanto à forma de escolha do Procurador natural para cada caso, impedindo qualquer tipo de interferência em sua designação, seja da própria cúpula da instituição, seja de agentes externos, bem como garantir que não haverá intromissões indevidas tanto na instauração quanto no curso das investigações", apontam.

Segundo os procuradores, o projeto de Raquel "pretende modificar as formas de designação de membros que atuarão em casos prioritários, relacionados a 'problemas crônicos ou de alta complexidade' que chegarem ao Ministério Público Federal".

"Pela proposta, esses casos especiais passariam a ser conduzidos por membros definidos, em última análise, pela cúpula da instituição, não mais por membros que alcançaram os ofícios pelo critério legal e objetivo da remoção. Tampouco teriam a permanência garantida na condução desses casos, criando-se a necessidade de renovação de sua designação a cada dois anos, situação sem paralelo na atuação de juízes, delegados, auditores fiscais e tantas outras carreiras", afirmam.

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Coletivos paraenses uniram-se na última quinta-feira (10) para protestar contra posicionamentos do governo federal. O ato “Azul e Rosa +10” ocorreu na frente do Mercado de São Brás, em Belém.

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“As perdas desastrosas desses dias aliadas às declarações da titular do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, deixam claro que é urgente mostrar ao novo governo que a população não ficará inerte”, declarou o movimento em nota.

Além de apresentações artísticas como o grupo drag “Demônias”, houve a abertura do “Fórum de Resistência pela Diversidade e Lutas Sociais”. O fórum será um espaço de articulação e organização das diversas pautas que se apresentem como urgentes.

Os grupos Comunicadores pela Democracia, Cade.as 3, Rede Paraense de Pessoas Trans, Instituto Nangetu, Juntos, Afronte!, Olívia, Resistência LGBTI+, Noite Suja, Fórum Estadual de Juventude de Terreiro, Quilombo Raça e Classe, Bloco da Canalha, Batuque do Mercado de São Brás, Rede de Mulheres Negras e Coletivo Sapato Preto assinaram o manifesto

Por Wesley Lima.

Um manifesto intitulado Cientistas pela Democracia, que está circulando na comunidade acadêmica desde o dia 17, já recebeu mais de 1.600 adesões até a manhã desta quinta-feira, 25.

Sem citar o nome de nenhum candidato, o documento pede respeito à democracia e faz um apelo contra "qualquer tipo de violência", discriminação e intimidação.

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"As imperfeições do processo democrático necessitam correções, porém nunca deverão servir de pretexto para que renunciemos à democracia. Também repudiamos, com veemência, toda e qualquer apologia à tortura, as inúmeras formas de violação e as ameaças à preservação do meio ambiente praticadas por regimes autoritários do passado e do presente", diz o documento.

O primeiro nome no manifesto é o do físico Sergio Rezende, professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula, entre 2005 e 2010; seguido da bióloga molecular Helena Nader, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); e várias outras lideranças da comunidade científica e acadêmica.

"A iniciativa pertence a um grupo de pesquisadores, de diversas áreas. Não é uma iniciativa organizada por sociedades ou organizações científicas, e se trata mais de uma iniciativa de cidadania", disse ao blog o imunologista Manoel Barral-Netto, pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade Federal da Bahia, que é um dos organizadores do manifesto.

A motivação, segundo ele, foi um "desconforto com a situação atual do país, com claros sinais de possibilidade de comprometimento do estado democrático", assim como "várias declarações de desrespeito às instituições" que vêm sendo feitas ao longo da campanha eleitoral.

"Como houve uma receptividade bastante positiva, decidiu-se por solicitar às sociedades científicas a divulgação do texto pelos seus meios de comunicação com os sócios", diz o pesquisador.

Abaixo, a íntegra do manifesto:

"Cientistas pela democracia

Nós cientistas brasileiros, independente de nossas posições políticas ou ideológicas, vimos a público reafirmar o nosso pétreo compromisso com a democracia. A ciência, como bem público, precisa do ambiente democrático para progredir e produzir seus benefícios. Os regimes autoritários muito frequentemente instrumentalizam a ciência para fins contrários aos interesses da sociedade. A boa ciência necessita da crítica e do contraditório, do reconhecimento das diferenças e do respeito a opiniões divergentes, todas características que somente podem florescer em ambiente democrático.

As imperfeições do processo democrático necessitam correções, porém nunca deverão servir de pretexto para que renunciemos à democracia. Também repudiamos, com veemência, toda e qualquer apologia à tortura, as inúmeras formas de violação e as ameaças à preservação do meio ambiente praticadas por regimes autoritários do passado e do presente.

O fazer ciência pela vida, pelo progresso social, pelo bem estar da população, passa pela garantia da manutenção das liberdades, dos direitos humanos, pela pluralidade de ideias, pela eliminação da intimidação, da discriminação e da tortura, e pela oposição a qualquer tipo de violência, qualquer que seja sua motivação (étnica, de gênero, sexualidade, posição política ou qualquer outra).

Necessitamos sempre aperfeiçoar e consolidar a democracia para que a ciência avance e possa contribuir para as transformações sociais, tão necessárias à nossa sociedade.

Em 17 de outubro de 2018. "

Na reta final da disputa pela Presidência da República, os representantes de 31 associações da construção civil e do mercado imobiliário publicaram na quarta-feira, 24, nos jornais, uma carta aberta com as principais reivindicações do setor destinadas aos candidatos. A lista tem 15 itens, sendo o primeiro deles "observância irrestrita à Constituição" e o último, "defesa firme e obstinada da democracia".

Os empresários dizem que o objetivo da iniciativa foi defender ideais que prevaleçam em qualquer governo, independentemente dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

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A lista de reivindicações também pede segurança jurídica, respeito aos contratos e defesa do direito de propriedade, temas sensíveis às empresas de incorporação e construção, que têm perdido dinheiro por conta dos distratos e das ocupações de terrenos.

O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flavio Amary, afirmou que o comunicado não busca endossar nenhuma candidatura, mas sim defender "princípios e ideais". "Publicamos o manifesto agora por entendermos que é um momento oportuno, a poucos dias das eleições", explicou.

Amary esteve reunido com Paulo Guedes e Marcos Cintra, integrantes da equipe econômica de Bolsonaro, e fez um alerta sobre possíveis efeitos colaterais da proposta de criação de um imposto sobre valor agregado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ativistas ligados à organização Memory Gaps lideram um movimento para demolição de uma sacada, construída em 1938, para Adolf Hitler discursar. A sacada faz parte de um edifício histórico que atualmente pertence à prefeitura de Viena, na Áustria.

A varanda, construída às pressas para Hitler discursar, foi remodelada para ficar de acordo com a fachada neogótica do edifício. Para os ativistas, além do peso da origem de sua construção, a obra não combina com a linha arquitetônica da torre principal.

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De acordo com a imprensa austríaca, as autoridades do país foram surpreendidas com o pedido dos ativistas. Não há consenso sobre a proposta; muitos defendem a manutenção da varanda por motivações históricas.

A diretora da comissão responsável por pesquisar e devolver bens roubados pelos nazistas, Eva Blimlinger, disse que, como tudo o que resultou do nacional-socialismo, a varanda também faz parte da história.

A relação da Áustria com seu passado nazista continua sendo uma questão difícil, ainda mais com a legenda de extrema direita Partido da Liberdade (FPÖ) que assumiu o governo no ano passado.

*Com informações da Deutsche Welle, agência pública de notícias da Alemanha.

Um manifesto assinado por escritores, editores, livreiros e outros integrantes do mercado editorial, em apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) para a Presidência da República, foi divulgado nesta quarta-feira, 17. Entre os signatários estão alguns dos maiores nomes da literatura brasileira - Luís Fernando Veríssimo, Chico Buarque e Milton Hatoum -, e estrangeiros, como o linguista americano Noam Chomsky e a filósofa americana Angela Davis.

"Professor, pesquisador, ministro da Educação e prefeito de São Paulo, Haddad demonstrou compromisso claro com valores que são essenciais para a vida intelectual e literária de um país democrático: a promoção do letramento e da democratização da vida escolar, a defesa intransigente da liberdade de opinião e a busca pela igualdade de vozes no debate político, cultural e pedagógico", diz o manifesto.

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"Essa postura se traduziu em avanço na escolarização, na diversidade nas escolas - como a inclusão de pessoas com deficiência - e na ampliação do acesso à universidade. Seu programa de governo promete aprofundar essas mudanças essenciais para a democracia e a bibliodiversidade", continua o texto.

O manifesto ressalta "o risco de retrocessos" que a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) representa, "ao apoiar projetos como o Escola sem Partido" e defender "a censura de livros" e "restrições à liberdade de pensamento". "Sendo assim, em favor da democracia duramente conquistada e de um País melhor e menos desigual, nosso voto não poderia ser outro", conclui.

Compartilhado no site de petições online Avaaz, o manifesto foi assinado por cerca de 1.500 pessoas. Na lista estão: Arnaldo Antunes, Fernando Morais, Luiz Schwarcz, Augusto de Campos, David Harvey, Lília Schwarcz, Lira Neto, Marilena Chauí, Peter Burke, Maria Rita Kehl, Renato Janine Ribeiro, Roger Chartier, Anita Leocadia Prestes e Eric Nepomuceno.

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