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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta terça-feira, 13, com representantes de movimentos sociais que integram o conselho de participação social do governo de transição. No encontro, com a presença de líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento Negro Unificado (MNU), Lula recebeu demandas para a criação de um conselho de diálogo e negociação com a sociedade civil, com destaque aos grupos organizados. A ideia é que o colegiado fique subordinado à Secretaria-Geral da Presidência. Segundo os presentes, o petista teria indicado que pode acolher essa proposta na estrutura do futuro governo.

"Saímos bastante satisfeitos porque há uma inclinação do presidente Lula e também do seu vice, Geraldo Alckmin, em atender esta solicitação da sociedade", disse a coordenadora nacional do MST, Kelly Mafort. "Tivemos a certeza de que há disposição e abertura para avançar na participação social, mas com um olhar especial para aqueles segmentos que historicamente estão ausentes da participação política."

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A coordenadora do MST disse que os integrantes do conselho de movimentos sociais apresentaram a Lula uma lista de decretos e portarias do presidente Jair Bolsonaro (PL) que devem ser revogados para retomar a participação popular na estrutura do governo.

Na reunião, os militantes discutiram com o petista a criação de um orçamento participativo com indicações de prioridades dos movimentos no Plano Plurianual, que serviria como contraponto ao orçamento secreto. A prática, revelada pelo Estadão, consiste na distribuição de recursos de emendas parlamentares em troca de apoio político a Bolsonaro. Essa alternativa no orçamento foi proposta por Lula durante a campanha.

O conselho de participação social atuou por apenas 15 dias e com estrutura diferente daquela adotada pelos grupos de trabalho da transição, que apresentarão nesta terça-feira, 13, os primeiros relatórios com as conclusões de análises sobre o governo Bolsonaro.

"Hoje, na reunião, nos foi assegurado que todos os conselhos de participação da sociedade serão retomados e também as conferências, principal forma de ouvir o povo para transformar isso em política pública", disse Mafort. "Os mais de 90 conselhos e espaços de participação que existiam no nosso País foram totalmente destruídos. Deste total, 76 deles tiveram grande impacto de decretos de Bolsonaro, os quais estamos tentando acabar", afirmou Simone Nascimento, que coordena o MNU.

   O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se pronunciou nas redes sociais após o Centro de Formação Paulo Freire, pertencente ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na zona rural de Caruaru (PE), ter sido invadido por bolsonaristas na madrugada do domingo (14).

“Não vamos tolerar ataques de natureza discriminatório e de incentivo ao ódio em nosso estado”, afirmou. o governador. Além disso, ele assegurou que o governo tratará com prioridade as investigações do caso. “Determinei ao Secretário de Defesa Social, Humberto Freire, prioridade na investigação da invasão registrada na madrugada de ontem, no Centro de Formação Paulo Freire, no Assentamento Normandia, em Caruaru”, disse o governador no Twitter”. 

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 O caso 

Centro de Formação Paulo Freire foi invadido por volta das 3h, e teve paredes pichadas com a suástica (símbolo do nazismo) e com a palavra "mito", em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL).   

“As três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO. Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foi alertada e consegui ainda apagar o incêndio.

A casa, entretanto, foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences”, afirmou a direção do MST em nota.  

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco denunciou ter sido alvo de uma agressão por parte de bolsonaristas no último sábado (12). Em nota, a direção do MST no Estado afirma que eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Assentamento Normandia, em Caruaru, e picharam as paredes do Centro de Formação Paulo Freire. Imagens compartilhadas nas redes sociais, mostram o local com a palavra “mito” escrita diversas vezes e o desenho de uma suástica, símbolo do nazismo.

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O comunicado também detalha que a casa da coordenadora do Centro foi incendiada, mas os moradores do local conseguiram contornar a situação, antes que o fogo se alastrasse.

A nota diz que o ataque foi feito por um grupo com quatro pessoas, que vestiam “camisas amarelas” e aproveitaram uma festa de vaquejada em frente ao assentamento para agir.

“As três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO. Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foram alertados e conseguiram ainda apagar o incêndio. A casa, entretanto, foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences”, diz o texto.

A direção do MST diz lamentar o fato de a democracia não ser respeitada por uma minoria de bolsonaristas.

“Lamentamos muito, ter que fazer este informe, já que saímos de uma jornada eleitoral polarizada e acirrada.  O Brasil e o povo brasileiro clamava por atitudes e empenho para resgatar a democracia, os preceitos constitucionais do estado democrático de direito e uma postura enérgica contra a fome, contra a violência, contra o ódio e contra todo o tipo de preconceito. Os bolsonaristas foram derrotados nas eleições, mas uma minoria, movida pela intolerância, preconceito e ódio de classe, de raça e gênero, não aceitaram os resultados da democracia e estão querendo nos impor um terceiro turno”, pontua a nota.

O LeiaJá questionou a Polícia Civil sobre a denúncia. O órgão disse que foi registrada, através da 14ª Delegacia seccional de Caruaru, uma ocorrência de incêndio doloso na zona rural do município, no último sábado (12), e um inquérito policial foi instaurado.

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 A casa que continha uma bandeira do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o carro com bandeira do candidato à presidência Lula (PT), de um idoso de 75 anos foram atingidos por tiros, no bairro do Ipsep, na madrugada desta quarta-feira (19), segundo informações do Diário de Pernambuco.   

O caso aconteceu na mesma madrugada em que o carro de uma professora também foi atingido a tiros, no mesmo bairro.   

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Após o ocorrido, o homem registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia do Ipsep, e está sob apuração e investigação da Polícia Civil. Além disso, a corporação informou que o caso foi classificado como “dano e depredação” e que, “as investigações seguem até o esclarecimento”.  

Na madrugada desta quarta-feira (19), uma casa que tinha a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e um carro que tinha a bandeira do ex-presidente Lula (PT) foram atacados a tiros no bairro do Ipsep, localizado na Zona Sul do Recife.

Djalma Machado de Souza Filho, aposentado de 75 anos, é o dono do imóvel. A professora Danieli Maria da Silva é a proprietária do veículo, que foi alvejado a 700 metros da casa do aposentado. Ela, inclusive, acreditava que tinha sido a única vítima.

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Segundo o G1, quando foi prestar queixa na delegacia, Maria encontrou Djalma relatando o ataque que, para ele, pode ter sido motivado por questões políticas.

"Acho que quiseram atirar na bandeira do MST, que está há 42 dias hasteada ao lado de um adesivo pequeno de Lula com Danilo Cabral. O primeiro tiro foi na janela que fica por trás da bandeira, ao lado do adesivo. Depois, eles deram ré no carro, chegaram bem no meio-fio da garagem, que tem um portão de ferro vazado, e atiraram na traseira do carro, estilhaçando o vidro traseiro", contou o homem.

As vítimas relataram que os casos aconteceram após a meia-noite. Uma vizinha falou ao aposentado que viu quando o segundo tiro foi dado dentro de um carro, identificado por ela como um Celta pequeno de cor "verde musgo". Acredita-se que havia dois suspeitos dentro do veículo.

A professora detalhou que o seu carro estava com a bandeira do ex-presidente Lula estacionado na frente de sua casa. "Quando acordei pela manhã, tinham atirado nos dois vidros. Como foi do lado da bandeira de Lula, imaginei que fosse alguma coisa relacionada à política. Meus filhos falaram que achavam que tinham atirado. Eu pensei que poderia ter sido pedra. Na minha rua, a maioria é eleitor de Bolsonaro", revelou em entrevista.

Ao LeiaJá, a Polícia Civil confirmou que registrou o fato por meio da delegacia do Ipsep como ocorrência de dano/depredação. "As investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do caso", pontuou. A polícia não detalhou se há outros casos registrados em Pernambuco e se os possíveis suspeitos já foram identificados.

No programa que foi ao ar nesta quinta-feira, 22, no horário eleitoral gratuito na TV, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu reduzir o preços dos alimentos e usou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para atacar seu principal adversário na eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta conquistar o apoio de uma parcela do agronegócio.

"Antes, no governo Lula e Dilma, o MST fazia da terra motivo de invasão, briga e morte. Com Bolsonaro, a terra é motivo de vida, trabalho e orgulho", diz o narrador da peça publicitária, em meio a imagens de uma invasão do MST a propriedades produtoras de laranja. "Agora vocês vão ver só quem ajuda o homem do campo", afirma um agricultor.

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A defesa do armamento no campo e o repúdio ao MST são os dois principais elos entre Bolsonaro e o agronegócio. O presidente vem recorrendo às citações ao movimento e à ameaça do retorno das invasões de terra na tentativa de se fortalecer com os produtores rurais - importante base do seu eleitorado.

Depois do ataque ao PT, o programa eleitoral continua com a citação de ações do governo e promessas de Bolsonaro para um eventual segundo mandato. "Muita gente nasceu no campo e a sua vida passou a ser essa, produzir alimentos tão necessários para todos nós. Nós concedemos mais de 400 mil títulos de propriedade. Desses, 80% para as mulheres", diz o candidato à reeleição, em aceno ao público feminino, que o rejeita mais do que os homens.

"Sem o PT e as enganações do MST, Bolsonaro deu mais títulos de terra do que Lula e Dilma juntos", emenda o narrador do programa eleitoral. Na peça de marketing, Bolsonaro promete dar títulos de terra para todos os assentados do País, em um eventual próximo governo, e aumentar o crédito para pequenos produtores comprarem sementes, equipamentos e tratores.

"Bolsonaro vai tornar o Brasil autossuficiente na produção de fertilizantes. Vai seguir fortalecendo a segurança no campo e reduzir o custo de transportes, concluindo obras de ferrovias, rodovias e portos. E tudo isso vai ajudar para que o preço dos alimentos possa cair de verdade", afirma o narrador.

Especialistas avaliam que, apesar da redução dos preços dos combustíveis e o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, o que impede Bolsonaro de ganhar votos entre eleitores de baixa renda é a inflação de alimentos e o aumento da fome no País. "E tem mais, com o programa Alimenta Brasil, Bolsonaro vai comprar alimentos da agricultura familiar e distribuir. Assim, combatemos a fome de verdade, porque a comida vai chegar na mesa de todo mundo que precisa", diz outro trecho do programa eleitoral.

"Agronegócio e agricultura familiar integrados por um Brasil melhor", afirma Bolsonaro na peça. A agricultura familiar é um dos principais pilares do programa de governo do ex-presidente Lula para o setor.

A propaganda do chefe do Executivo dirigida exclusivamente ao setor vem após movimentos de aproximação de ruralistas à campanha de Lula, que segue à frente nas pesquisas de intenção de votos. A peça foi transmitida exatamente um dia após o petista conceder entrevista voltada aos produtores rurais.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram ameaçados por um policial militar durante uma discussão com um grupo de bolsonaristas em Juiz de Fora, Minas Gerais. De acordo com lideranças de esquerda, a abordagem policial foi solicitada pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (11). Lula deve visitar a cidade mineira durante a tarde para cumprir agenda de pré-campanha. Bolsonaristas, portanto, teriam organizado um protesto à visita e acabaram entrando em conflito verbal com os ativistas, que tinham um ato favorável a Lula ocorrendo no mesmo momento. 

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À ocasião, um dos militares apontou uma arma para os ativistas do MST desarmados. Nas redes sociais, já circulam diversos vídeos nos quais o policial pode ser visto em posição de atirar. É possível ouvir pessoas dizendo "Atira!" e "Nós estamos numa manifestação pacífica", enquanto outros tentavam acalmar o militar. Um outro policial é visto ignorando a situação e mexendo no celular. 

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"Cerca de 20 bolsonaristas com um carro de som tentaram bloquear a saída do aeroporto e nós estávamos em um grupo de 60 pessoas e nos posicionamos sobre a rotatória, sem atrapalhar o trânsito, em manifestação pacífica", disse Nei Zavaski, membro da coordenação estadual do MST em Minas. 

De acordo com o UOL, o comando da Polícia Militar vai analisar o procedimento adotado pelo militar que aparece nas imagens apontando a arma em direção à cabeça de um dos manifestantes. 

"O policial faz uma análise do que está passando. E nós vamos depois fazer uma análise mais aprofundada para saber se a utilização [da arma] foi adequada, oportuna, até porque havia um número bastante grande de pessoas que poderiam se enfrentar. Mas o equipamento foi o adequado", disse o major Jean Amaral. Segundo o militar, os policiais estão utilizando "equipamento de menor potencial ofensivo, calibre 12, de borracha, mas não houve a necessidade de disparo". 

O comando da Polícia Militar em Juiz de Fora demonstrou preocupação com os possíveis atos de violência entre simpatizantes de Lula e de Bolsonaro na cidade. 

"A preocupação existe. Nós estivemos, ao longo dos últimos dias, nos organizando para que o efetivo policial estivesse adequado à movimentação de pessoas. Juiz de Fora tem uma tradição ligada ao PT, hoje a prefeita [Margarida Salomão] é do PT, e nós temos o costume de acompanhar candidatos do PT na cidade sempre com muita movimentação de simpatizantes", continuou Amaral. 

O policial disse também que o efetivo da PM nos eventos de Lula hoje é de 60 militares, além da Guarda Municipal. 

 

A Arquidiocese de Olinda e Recife se uniu ao projeto Cozinha Solidária para ajudar as famílias desabrigadas pelo incêndio na comunidade Beco do Sururu, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, ocorrido nessa sexta-feira (6). A paróquia do bairro foi disponibilizada como ponto de arrecadação de alimentos não perecíveis. 

Na manhã deste sábado (7), o arcebispo Dom Fernando Saburido visitou o local e orou junto aos ex-moradores das palafitas destruídas pelo fogo. Ele se solidarizou com a iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e reforçou a campanha de arrecadação para que as pessoas 'possam ter pelo menos o pão diário'. 

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"Isso tá muito no espiríto daquilo que o Congresso Eucarístico Nacional desse ano propõe: 'pão em todas as mesas'. Também vamos ajudar encaminhando alimentos e vestimentas para a Paróquia do Pina, e também para o barracão do MST, que funciona na Rua do Imperador", anunciou.

As doações à Cozinha Solidária também podem ser feitas através do telefone (81) 98182-9197.

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Nesta quinta-feira (23), a campanha Mãos Solidárias, uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), irá encerrar as suas ações de combate a fome em 2021 doando 50 toneladas de alimentos no "Natal Sem Fome". 

Os alimentos foram produzidos em assentamentos da Reforma Agrária do MST para famílias dos mais de 30 territórios que a campanha tem atuação na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

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A distribuição será feita durante todo o dia 23, no Armazém do Campo, localizado na Avenida Martins de Barros, na área central do Recife. 

Já na sexta-feira (24), a programação segue com a entrega de 300 ceias natalinas, com alimentos para famílias de até 6 pessoas. Estes alimentos foram arrecadados pela campanha por meio de doações da sociedade civil e também acompanham frutas e verduras das produções do MST. As famílias que serão contempladas já estão cadastradas pela Mãos Solidárias em todos os territórios da sua atuação. 

Às 4h30 do último dia 23, a agricultora Levânia Silva Cardoso, de 38 anos, se despediu do marido e do casal de filhos pequenos, pegou um facão, vestiu seu boné vermelho e foi se juntar ao grupo de 46 pessoas que, uma hora depois, cortaria com um golpe de machado o cadeado da porteira para ocupar a fazenda Santa Cruz do Kurata, em Mirante do Paranapanema, no Pontal que leva o mesmo nome, no extremo oeste do Estado de São Paulo. "Essa é a minha 10.ª ocupação e, como sempre, o objetivo é ter o nosso pedaço de terra", disse, na quinta-feira, ao Estadão.

Foi também a 11.ª invasão sofrida pela fazenda de uma família descendente de imigrantes japoneses - dez delas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação marcou a retomada das ocupações de terras no Brasil "depois de um longo período de quarentena produtiva contra a fome e trabalho de base frente à pandemia", como divulgou o MST. No entanto, desde o início do governo Bolsonaro, que na campanha havia pregado "receber os invasores de terras a bala", o número de ocupações já vinha caindo.

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De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora os conflitos agrários no País, após 143 ocupações em 2018, o número despencou para 43 em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro e ainda sem pandemia. Nos anos anteriores tinham sido 169 em 2017 e 194 em 2016. No ano passado, já com a pandemia, foram 29 ocupações. Neste ano, até o fim de setembro, aconteceram apenas duas - uma na Bahia, outra no Rio Grande do Norte. Passou em branco em 2021 até o "abril vermelho", mês em que o MST faz ocupações por todo o País para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), onde 19 sem terra foram mortos em ação da Polícia Militar.

A retomada teve ocupações também na Bahia e no Rio Grande do Norte. Na Chapada Diamantina, oeste baiano, 40 famílias tomaram a fazenda Água Branca, no município de Ruy Barbosa. Já em terras potiguares, cerca de 100 famílias se instalaram à margem da rodovia RN-188, entre Jucurutu e Caicó, à frente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte.

Novas ações vão acontecer em outros Estados, promete o MST, alegando que o avanço da vacinação contra a covid-19 já permite que as bases se organizem para lutar pela terra.

O movimento volta a se organizar para ocupar terras a um ano das eleições. Embora afirme que não se posiciona politicamente, a proximidade com o PT é evidente. O MST engrossou os principais protestos contra Bolsonaro em todo o País.

Queda

De acordo com a Pastoral da Terra, houve 49 ocupações em 2019, ante 143 em 2018

No dia 16 de agosto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidenciável em 2022, visitou, a convite, o assentamento Che Guevara, em Moreno, Região Metropolitana de Recife (PE). "Nossa pauta é autônoma e há 37 anos lutamos pela reforma agrária, mas não podemos ignorar a crise que afeta principalmente os brasileiros mais pobres, nem as 606 mil mortes pela pandemia. Também perdemos muitos companheiros", disse Ricardo Barbosa, liderança no Pontal do Paranapanema.

O movimento afirma ter 90 mil famílias acampadas, à espera de um lote, em todo o País.

"A ocupação é uma ferramenta legítima de luta pela terra e cobramos do Estado agilidade na destinação de terras para assentamentos de Reforma Agrária, pois as famílias trabalhadoras sem terra são diretamente impactadas neste momento de crise e precisam da terra para ter uma forma de viver e de trabalhar", disse Aparecido Gomes Maia, dirigente do MST em São Paulo.

Palco de conflitos

 

Durante décadas, o Pontal do Paranapanema, região de grandes fazendas entre os rios Paraná e Paranapanema, onde São Paulo faz divisa com os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, viveu um clima de tensão entre fazendeiros e sem terras. Desde 1994, quando se instalou na região, o MST protagonizou a luta pela terra em São Paulo.

Do outro lado, na defesa dos fazendeiros, estava o então presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, hoje titular da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, do Ministério da Agricultura.

Inimigo do MST, Nabhan é o homem incumbido pelo presidente Jair Bolsonaro de resolver os conflitos pela terra no País. Sua família tem propriedades na região. "Estamos transformando uma reforma agrária que foi feita lá atrás de uma forma política e ideológica e inconsequente de uma realidade onde transformamos assentados em produtores e proprietários rurais", disse, sobre o programa de titulação dos assentamentos do governo.

Incra diz que invasões geram conflitos e trazem insegurança

Para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), invasões como as realizadas pelo MST geram conflitos, promovem insegurança no campo e colocam as famílias em risco, ampliando a vulnerabilidade social. "O imóvel rural invadido não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, conforme a Lei 8.629/1993", informou.

O Incra disse ter publicado este ano 24 editais de seleção de candidatos ao Programa Nacional de Reforma Agrária com a oferta de 1.791 vagas em 13 Estados. "Somente em outubro foram realizadas inscrições de candidatos em oito Estados para oferta de 609 vagas, por meio de editais", disse.

O instituto esclareceu que não foram publicados decretos desapropriatórios de imóveis rurais no período de 2019 a 2021, visto que os processos de obtenção de novas áreas foram suspensos em 2019 devido à indisponibilidade financeira. "Cabe destacar que, desde 2019, a autarquia desembolsou R$ 4,9 bilhões para pagamento de precatórios de desapropriação de imóveis. Ou seja, coube à gestão anterior arcar com valores de processos judiciais de exercícios anteriores", disse.

Desde 2019, segundo o órgão federal, foram criados oito assentamentos nos Estados do Pará, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte, assentando cerca de 13 mil famílias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A fome cresce no Brasil em meio à pandemia da Covid-19, com mais da metade da população vivendo a insegurança alimentar, sem ter acesso pleno e permanente a alimentos. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), são mais de 19 milhões de brasileiros passando fome atualmente.

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Na tentativa de diminuir a fome e possibilitar que moradores das comunidades mais carentes de Pernambuco recebam alimentos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou, em março de 2020, vários projetos como o "Marmitas Solidárias"  e o "Roçado Solidário", sendo este último responsável pelas plantações dos alimentos que são distribuídos para a Rede de Bancos Populares de Alimentos que tem dezenas de bancos descentralizados.

Assentamento Che Guevara, em Bonito, Região Metropolitana do Recife. Foto Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

Nova remessa

Na manhã desta quinta-feira (14), como parte da Jornada Nacional de Soberania Alimentar, os movimentos populares que integram a Via Campesina fizeram a doação de 10 toneladas de alimentos produzidos nos assentamentos e acampamentos da reforma agrária para 19 bancos populares espalhados no Grande Recife. 

Vani Souza, integrante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), afirmou que "nós temos como proposta mudar esse cenário. Não vamos permitir, num país com terras agricultáveis, de camponeses e camponesas, ver 20 milhões de pessoas passando fome por um projeto de morte do capitalismo, do agronegócio e de Bolsonaro". 

Jaime Amorim, que integra a Direção Nacional do MST e da coordenação da Via Campesina Internacional revelou que "não basta ter segurança alimentar, fazer com que o alimento chegue a todas as partes do mundo. É necessário que ele seja saudável, tenha boa relação com o meio ambiente, que as pessoas sejam respeitadas, que quem produz alimentos tenha direitos. A soberania alimentar é um princípio da vida componesa", detalha.

 

Continuando a caravana que faz pelo Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nesta segunda-feira (16) no assentamento Che Guevara, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Moreno, na Região Metropolitana do Recife (RMR). No local, ele participou da inauguração do busto do educador Paulo Freire e discursou para os trabalhadores do campo.

"O Brasil não merece sofrer o que está sofrendo", disse o petista. "Este país em 2008 era considerado o país do povo mais alegre do mundo e o país do povo com mais esperança do mundo", acrescentou.

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"O Estado não pode achar que o capitalismo vai resolver tudo, que o mercado vai resolver tudo. O mercado resolve onde já tem mercado. Onde não tem mercado, é o Estado que tem que ir lá e colocar sua mão para garantir que o povo tenha direito", continuou o petista.

Lula mencionou as eleições de 2022, alegando estar em uma briga que não é eleitoral ou de "um homem que quer ocupar o lugar do outro."

"É uma briga pela recuperação da soberania desse país. A coisa mais forte da soberania de um país é ter um presidente que tome conta do seu povo", declarou.

No discurso, o ex-presidente também destacou ter participado da inauguração de um busto de Paulo Freire no assentamento. Lula declarou ter sido companheiro e amigo do educador. 

"Eu nunca consegui compreender por que tanto ódio da elite brasileira contra o Paulo Freire se no mundo todo quando a gente viaja Paulo Freire é uma das figuras unânimes."

O petista deixou o local após o pronunciamento. Até o dia 26 de agosto, ele planeja visitar os estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. 

Em Pernambuco, ele participou de jantar com integrantes do PSB, como o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, João Campos. Lula também teve uma conversa com o deputado federal Túlio Gadêlha, que está de saída do PDT. Antes de deixar o estado, ele deve se encontrar nesta segunda-feira com os deputados federais Raul Henry (MDB), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Eduardo da Fonte (PP).

Na manhã desta segunda-feira (16), o ex-presidente Lula visitou um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Moreno, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Em um discurso realizado durante o encontro, o petista reafirmou os planos de disputar a presidência da República em 2022.

“Não é uma briga eleitoral. Não é uma briga de um homem que quer ocupar o lugar do outro, não. É uma briga pela recuperação da soberania deste país”, disse, pontuando em seguida a necessidade de o Brasil “tomar conta das suas fronteiras marítimas, do espaço aéreo, das florestas” e investir em educação, saúde e tecnologia. “Mas, sobretudo, a coisa mais forte da soberania de um país é ele ter um presidente que tome conta do seu povo”, complementou Lula, sem retirar a máscara de proteção contra a Covid-19.

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No assentamento, ele ainda inaugurou um busto do educador pernambucano Paulo Freire e elogiou as iniciativas de distribuição de alimentos capitaneadas pelo MST. Entre os correligionários que acompanharam o petista na ocasião, estão Marília Arraes, deputada federal, Carlos Veras, também deputado, o senador Humberto Costa e o ex-prefeito do Recife, João Paulo. Lula segue em agenda pelo Nordeste por todo o mês de agosto, e deve visitar o Maranhão, Fortaleza e a Bahia.

Neste sábado (24), mais manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometem pressionar pela abertura do processo de impeachment e cobrar por agilidade no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Em Pernambuco, além do Recife, outras 13 cidades confirmaram a participação no #24J, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A entidade sindical aponta que cerca de 300 municípios em todo Brasil e no exterior vão protestar contra a atual gestão federal. Dentre as reivindicações estão a volta do Auxílio Emergencial de R$ 600, vacina para todos, reforma tributária justa, a luta por alimentação digna, e contra as privatizações e a Reforma Administrativa.

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"Vamos nos mobilizar neste sábado pelo Fora Bolsonaro e contra os blefes golpistas dos militares. Devemos gritar que Arthur Lira é um engavetador. Exigir esclarecimentos do general Braga Neto sobre as ameaças às eleições. Que os golpistas vistam pijama o mais breve possível", acrescentou o presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.

Pernambuco

Em Pernambuco, a tradicional concentração na Praça do Derby, área Central da capital, ocorre às 10h e vai seguir em direção à Avenida Guararapes a partir das 11h. Outros municípios do Agreste, Sertão e da Zona da Mata também vão às ruas pela destituição de Bolsonaro.

Confira o cronograma:

. Arcoverde – às 9h, na Praça da Bandeira

. Bezerros – às 9h, no Anfiteatro atrás da Igreja da Matriz

. Caruaru – às 9h, em frente à sede do INSS

. Garanhuns – às 9h, na Fonte Luminosa

. Goiana – às 7h, na Igreja dos Pretos Velhos

. Igarassu - às 15h, na Pracinha Saramandaia

. Palmares – às 9h, na Praça Paulo Paranhos

. Petrolândia – às 7h30, no Polo e SRT

. Petrolina – às 9h, na Praça da Catedral

. Santa Cruz do Capibaribe - às 14h30, no Coreto da Av. Padre Zulzinho (Centro)

. São José do Egito – às 8h, Ato unificado Sertão do Pajeú na Feira Livre Central

. Serra Talhada – às 10h, no Pátio da Feira

.  Vitória de Santo Antão – às 9h30, em frente ao Banco do Brasil

Por volta das 18h do último domingo (18), quatro pistoleiros invadiram a Ocupação Nelson Mandela, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em um conjunto habitacional localizado às margens da BR-101, no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife. De acordo com a organização, eles ameaçaram as famílias, fizeram um refém e atiraram contra as pessoas. Um militante foi atingido na cabeça e conduzido para a UPA do Jordão.

Segundo testemunhas, ao chegar à unidade de saúde, a vítima teve seu atendimento médico tumultuado por um homem fardado como policial militar, sem identificação. O agente teria dito ainda que o militante era um "vagabundo" e mentia sobre a invasão da ocupação. Outros ocupantes do conjunto informaram que os pistoleiros se apresentaram com policiais militares.

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“Eram ameaças para que o povo desocupasse o espaço, acho que há outros interesses por detrás delas, tem toda uma especulação imobiliária na região. Nós vamos continuar no local e estamos em diálogo com o Governo do Estado, inclusive com a CEHAB [Companhia Estadual de Habitação e Obras], que ofereceu um terreno próximo para as famílias saírem de lá”, explica Paulo Mansan, dirigente estadual do MST.

O conjunto de 16 prédios foi ocupado por cerca de 370 famílias há quatro meses. A estrutura, que teve suas obras paralisadas há 12 anos, conta com 278 apartamentos. Dentre os atuais ocupantes do local, a maioria é composta por pessoas que já estavam cadastradas para receber um dos imóveis do local e por vítimas de alagamentos causados pelas chuvas neste ano no município de Jaboatão dos Guararapes.

O militante atingido na cabeça se encontra internado no Hospital da Restauração (HR) e não corre risco de morte. O MST informou que registrará Boletim de Ocorrência na próxima terça (20), já que a população não realizou o registro por temer o envolvimento de milícias na ação.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma das entidades populares presente no protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deste sábado (3), no Recife. Agentes populares de saúde do movimento se responsabilizaram pelo estabelecimento das medidas básicas de proteção contra a Covid-19. Foram distribuídas máscaras e álcool gel, além do distanciamento social de um metro e meio.

A iniciativa é conjunta ao projeto Mãos Solidárias, ao projeto Periferia Viva, à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e à Fiocruz.

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O ato teve concentração na Praça do Derby, às 9h. Às 10h, fileiras de manifestantes se dirigiram à Avenida Conde da Boa Vista, por onde o protesto deve seguir até às imediações da Praça do Diário.

Entidades estudantis, políticas e movimentos sociais se reúnem na terceira mobilização contra o governo federal este ano, acompanhando a convenção nacional. As novas reivindicações em pauta são a cobrança de desfecho para o caso Covaxin e para as denúncias de pagamento de propina associadas à compra de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Os participantes também pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, volta do auxílio emergencial de R$ 600 e mais vacinas.

A Campanha Mãos Solidárias vai doar nesta quarta-feira (23), 10 toneladas de alimentos e cinco mil espigas de milho advindos da Reforma Agrária, por meio da ação São João Solidário. As doações devem reforçar 21 Bancos Populares de Alimentos, em comunidades da Região Metropolitana do Recife. 

Ainda na véspera de São João serão distribuídas 500 marmitas que estarão recheadas de comidas típicas do período junino, e serão entregues pelas ruas do Centro do Recife para pessoas em situação de rua.

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A entrega das 10 toneladas de alimentos e das 5 mil espigas de milho acontece no Armazém do Campo, localizado na área central do Recife, às 10h da quarta (23). 

A campanha depende de voluntários para o trabalho solidário de organização e entrega. Interessados em participar desta e de outras ações podem entrar em contato pelo número (81) 99926-5613.

Na noite dessa terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de terrorista e indicou reação armada ao grupo. Ele lembrou da extensão do porte de arma de fogo ao produtor rural, que também possuem autorização para comprar armas com calibre maior.

“No Brasil como um todo o MST perdeu muita força. Eles ficavam com muito dinheiro vindos por ONGs e nós cortamos isso aí”, comentou o presidente ao ser questionado sobre as invasões de terras em Rondônia em entrevista à SIC TV.

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As ocupações ilegais no Estado são atribuídas à Liga Camponesa dos Pobres (LCP). Porém, não há confirmação de que os grupos que atacaram as propriedades têm ligação com o movimento.

Bolsonaro acrescentou que o MST é responsável por 'barbaridades' em Rondônia e ressaltou que os proprietários já podem adquirir armas semelhantes a fuzis para proteger suas terras.

“Nós concedemos também o porte estendido para o produtor rural. Ou seja, no passado o homem do campo tinha a posse da arma de fogo, mas era para usar dentro da sua casa. Então, com porte estendido ele monte montar no seu cavalo e andar em sua propriedade toda armado. E também armas de calibre um pouco maior está podendo ser compradas pelo brasileiro. Não são fuzis ainda, mas são armas bastante próximas disso. Então isso tem levado uma certa tranquilidade ao campo. No caso de Rondônia, sempre considerei o MST um grupo terrorista, sim. São grupos terroristas, sim, que fazem barbaridades”, afirmou.

Autorização para matar

O governador Marcos Rocha (PSC) solicitou ao presidente o envio da Força Nacional de Segurança Pública e o reforço das polícias Federal e Rodoviária para evitar novas invasões. Bolsonaro aproveitou para fazer propagando do projeto de excludente de ilicitude, o qual dá liberdade para que policiais matem possíveis invasores sem  responder pelos assassinatos.

“A Força Nacional, a nossa inteligência tá funcionando. Agora, resolver em definitivo nós temos um projeto dentro do congresso que acho que resolve em definitivo. Chama excludente de ilicitude. Ou seja, o nosso policial, ele porventura venha trocar tiro com esse tipo de gente, ele vai para casa e não vai receber a visita do oficial de justiça, o que ele fez lá passa a ser uma parte da operação e ele não vai responder por esses atos”, concluiu.

Cerca de 250 famílias que haviam montado um acampamento do Movimento Sem Terra (MST) em um engenho em Amaraji, Mata Sul de Pernambuco, foram despejadas na manhã desta terça-feira (25). Ao todo, nove pessoas foram levadas para a delegacia, entre elas um garoto de 12 anos.

O Acampamento Bondade, como foi batizado, estava montado desde o último mês de março no Engenho Bonfim, onde fica localizada a Usina União. Segundo o MST, os acampados são, em sua maioria, ex-trabalhadores da própria usina. "Despejar não resolve o problema, cria outro problema. A terra continua improdutiva e 250 famílias continuam sem terra", diz Jaime Amorim, coordenador nacional do MST.

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Os policiais começaram a chegar por volta das 7h. As famílias tentaram resistir fazendo uma vala e colocando fogo em pneus. O Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo, conseguindo dispersar os agricultores. "O início foi muito tenso, pois um major chegou apontando um fuzil para os trabalhadores no momento inicial da conversa", diz o advogado do MST Tomás Agra.

Durante a reintegração de posse, nove pessoas foram detidas. Até às 13h30, apenas duas haviam sido liberadas. Entre os sete que seguem na delegacia, há um garoto de 12 anos, segundo Agra. As informações preliminares recebidas pelo advogado são de que o menino estaria tocando fogo na área. "O que acho difícil, porque já teria sido na evacuação. E ele deveria estar correndo, não tocando fogo", avalia.  

As famílias estavam vivendo do roçado, com a plantação de macaxeira, milho, coco, banana, entre outros alimentos. Após o despejo, elas montaram um acampamento provisório em uma área próxima. "A gente vai fazer como sempre faz. Vamos esperar até umas 48 horas e a gente volta a ocupar o mesmo engenho, a mesma usina", afirma o coordenador Jaime Amorim.

A deputada estadual Kátia Cunha, que integra as Juntas (Psol), acompanhou a reintegração como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ela critica a forma como ocorreu a reintegração. "O despejo aconteceu de forma violenta, queimando e destruindo as casas e pertences das moradoras e moradores, que foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), do Batalhão de Choque e da Cavalaria da Polícia Militar", diz nota das Juntas.

As codeputadas tentaram aprovar um Projeto de Lei Ordinária que pede a suspensão do cumprimento de mandados de reintegração de posse, despejos e remoções enquanto Pernambuco estiver em situação de calamidade pública devido à pandemia da Covid-19.

Os agricultores relataram nos últimos dias que estavam sendo intimidados. Segundo o MST, pessoas armadas estariam rondando o local. O LeiaJá aguarda posicionamento da Polícia Militar sobre a operação de reintegração de posse nesta manhã.

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, negou trancar a ação penal contra um engenheiro agrônomo apontado como o autor de dois ataques à sede do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Município de Terra Rica, no Paraná, em 2008. O homem é acusado da 'autoria intelectual' dos delitos de disparo de arma de fogo e tentativas de homicídio.

Segundo os autos do processo, no primeiro ataque, em 1º de junho de 2008, foram disparados vários tiros contra a fachada, as janelas e a porta principal da sede do movimento. No segundo ataque, em 22 de julho do mesmo ano, os executores, mediante emboscada, desferiram vários tiros contra três vítimas. Os homicídios não foram consumados por erro de pontaria.

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As informações foram divulgadas pelo Supremo.

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná havia trancado o processo criminal, mas o Superior Tribunal de Justiça acolheu recurso especial do Ministério Público do Paraná e restabeleceu seu andamento. Ao STF, os advogados alegaram ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal.

Ao analisar o pedido, o ministro Nunes Marques destacou que as duas Turmas do STF fixaram orientação de que é inadmissível a utilização de habeas corpus para discutir pressupostos de admissibilidade de recursos de outros Tribunais.

Quanto à suposta ausência de justa causa para a persecução penal, o ministro apontou que a jurisprudência do STF é no sentido de que o trancamento da ação penal somente é viável, por meio de habeas corpus, em casos excepcionais, quando for evidente a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a ausência de justa causa.

Nesse sentido, Nunes Marques registrou que, na fase processual do recebimento da denúncia, não cabe ao magistrado analisar, com profundidade, se há ou não probabilidade de condenação, mas apenas verificar se existe lastro probatório mínimo que indique a plausibilidade da imputação.

O ministro entendeu que, no caso concreto, para acolher a tese de ausência de indícios mínimos de materialidade e autoria, seria indispensável o reexame do todo conjunto fático-probatório produzido nos autos, medida inviável em habeas corpus.

"Desse modo, não vislumbro demonstrada nestes autos excepcionalidade apta a justificar o trancamento prematuro da ação penal instaurada em desfavor do ora paciente", registrou.

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