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Um mês após deixar a presidência da Petrobrás no polêmico episódio da redução dos preços dos combustíveis para colocar fim à greve dos caminhoneiros, Pedro Parente fez, na terça-feira (3), críticas à governança pública e ao fragmentado modelo político brasileiro, que resulta em aparelhamento de órgãos que deveriam ser pautados pelas decisões técnicas. "Não sou otimista sobre o assunto".

"O planejamento e a gestão púbica não existem porque existem 26 partidos representados. E a pergunta que vem é: essa é melhor maneira de gerir?", disse o ex-presidente da Petrobrás, agora no comando da BRF, durante debate promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

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No discurso de abertura no evento, o presidente Michel Temer elogiou Parente, apesar de ele ter deixado a estatal. "Há dois anos, a Petrobrás representava um exagero, quase um palavrão, e Parente foi lá para recuperá-la e o fez ao longo desse período." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A euforia com a confirmação de Pedro Parente na presidência da BRF durou pouco, diante da rápida deterioração do cenário externo. A ação da companhia chegou a abrir o dia em alta, na esteira da mudança no comando da gigante de alimentos, mas ainda pela manhã o humor dos investidores com a empresa virou e a companhia passou a operar em queda.

No fim do dia, o papel da BRF fechou com recuo de 3,83%, cotada a R$ 20,20. No acumulado de 2018, a companhia acumula desvalorização de 45,16%. Nos últimos 12 meses, a desvalorização supera a marca de 50%.

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Segundo relatório da Guide Investimentos, embora a notícia já fosse mais do que esperada, a chegada do executivo, cerca de 15 dias depois de deixar a Petrobrás, é extremamente positiva e deve acelerar o processo de "turnaround" (reestruturação) da companhia, que acumulou prejuízos de mais de R$ 1,5 bilhão em 2016 e 2017 - só no ano passado, as perdas foram de R$ 1,1 bilhão.

Do ano passado para cá, BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, se viu envolvida em uma série de reveses: a Operação Carne Fraca, a ascensão da marca Seara, da rival JBS, e, mais recentemente, uma pesada taxação chinesa para a carne de frango produzida no Brasil.

Do lado da governança, a empresa viu a saída de Abilio Diniz da presidência do conselho - cargo que ele ocupava desde 2013 - para a entrada de Pedro Parente, no fim de abril, ainda antes de o executivo deixar o comando da Petrobrás na esteira da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. Com a decisão de Parente de deixar a Petrobrás, ficou aberto o caminho para que ele exercesse o comando executivo da BRF, que estava interinamente nas mãos do executivo Lorival Nogueira Luz.

Reações. Em comentário distribuído a clientes, o time de analistas da XP Investimentos disse que uma nova diretoria deve trazer maior visibilidade sobre a estratégia da companhia.

Para a Guide, "o executivo deverá atuar no planejamento estratégico e financeiro da companhia, liderando o processo de recuperação da BRF, em especial, preenchendo as lacunas chaves e questões relacionadas à governança". A Guide, no entanto, ressalvou que o cenário para 2018 permanece desafiador para a BRF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

O grande responsável por indicar Pedro Parente para executar o desmonte da Petrobras foi ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele afirmou que o governo de Michel Temer acabou e colocou isso em um dos jornais de maior circulação do Brasil. A fala de FHC foi dura. "Dificilmente o governo atual, dada a sua origem e o encrespamento político havido, conseguirá pouco mais do que colocar esparadrapos nas feridas. Nada de significativo será alcançado sem que uma liderança embasada no voto e crente na democracia seja capaz de dar resposta aos atuais desafios econômicos e morais".

O artigo

Repercutindo muito entre os tucanos o artigo de Fernando Henrique foi publicado no Estado de São Paulo e você pode acompanhar abaixo na íntegra.

Decifra-me ou te devoro

A semana que acabou ontem foi plena de tensão, demonstrando a quem não percebera antes a profundidade das dissensões que vêm de há muito tempo

A semana que acabou ontem foi plena de tensão, demonstrando a quem não percebera antes a profundidade das dissensões que vêm de há muito tempo. As incongruências da política econômica dos governos de Lula e Dilma, em sua fase final, já haviam levado a economia à paralisação e o sistema político a deixar de processar decisões. Daí o impeachment do último governo, ainda que baseado em arranhões de normas constitucionais.

Todo impeachment é traumático. Fui ministro de um governo que resultou de um impeachment, o do presidente Itamar Franco. Este, com sabedoria, percebeu logo que precisaria de um Ministério representativo do conjunto das forças políticas. Como o PT, que apoiara o impeachment do presidente Collor, se recusava a assumir responsabilidades de governo (com olho eleitoral), Itamar conseguiu a aceitação de uma pasta por Luiza Erundina, então no PT.

Mesmo eu, eleito presidente por maioria absoluta no primeiro turno sem precisar buscar o apoio do PT, tive como um de meus ministros um ex-secretário-geral do PT.

De lá para cá os tempos mudaram. A possibilidade de algum tipo de convivência democrática, facilitada pela estabilização econômica graças ao Plano Real, que tornou a população menos antigoverno quando viu em marcha uma política econômica que beneficiaria a todos, foi substituída por um estilo de política baseado no "nós", os supostamente bons, e "eles", os maus. Isso somado ao descalabro das contas públicas herdado pelo governo atual, mais o desemprego facilitado pela desordem financeira governamental, levou a uma exacerbação das demandas e à desmoralização dos partidos. A Lava Jato, ao desnudar as bases apodrecidas do financiamento partidário pelo uso da máquina estatal em conivência com empresas para extrair dinheiro público em obras sobrefaturadas (além do enriquecimento pessoal), desconectou a sociedade das instituições políticas e desnudou a degenerescência em que o País vivia.

A dita "greve" dos caminhoneiros veio servir uma vez mais para ignição de algo que estava já com gasolina derramada: produziu um contágio com a sociedade, que, sem saber bem das causas e da razoabilidade ou não do protesto, aderiu, caladamente, à paralisação ocorrida. Só quando seus efeitos no abastecimento de combustíveis e de bens essenciais ao consumo e mesmo à vida, no caso dos hospitais, se tornaram patentes houve a aceitação, também tácita, da necessidade de uma ação mais enérgica para retomar a normalidade.

Mas que ninguém se engane: é uma normalidade aparente. As causas da insatisfação continuam, tanto as econômicas como as políticas, que levam na melhor das hipóteses à abstenção eleitoral e ao repúdio de "tudo o que aí está". Portanto, o governo e as elites políticas, de esquerda, do centro ou da direita, que se cuidem, a crise é profunda. Assim como o governo Itamar buscou sinais de coesão política e deu resposta aos desafios econômicos do período, urge agora algo semelhante.

Dificilmente o governo atual, dada a sua origem e o encrespamento político havido, conseguirá pouco mais do que colocar esparadrapos nas feridas. Nada de significativo será alcançado sem que uma liderança embasada no voto e crente na democracia seja capaz de dar resposta aos atuais desafios econômicos e morais. Não há milagres, o sistema democrático-representativo não se baseia na "união política", senão que na divergência dirimida pelas urnas. Só sairemos da enrascada se a nova liderança for capaz de apelar para o que possa unir a Nação: finanças públicas saudáveis e políticas adequadas, taxas razoáveis de crescimento que gerem emprego, confiança e decência na vida pública.

É por isso que há algum tempo venho pregando a união entre os setores progressistas (que entendam o mundo e a sociedade contemporâneos), que tenham uma inclinação popular (que saibam que, além do emprego, é preciso reduzir as desigualdades), que se deem conta de que o mundo não mais funciona top/down, mas que "os de baixo" são parte do conjunto que forma a Nação, e que, em vez de se proporem a "salvar a pátria", devem conduzi-la no rumo que atenda, democraticamente, com liberdade, aos interesses do povo e do País.

Não se trata de formar uma aliança eleitoral apenas, muito menos de fortalecer o dito "centrão", um conjunto de siglas que mais querem o poder para se assenhorearem de vantagens do que se unir por um programa para o País. Nas democracias é natural que os partidos divirjam quando as eleições majoritárias se dão em dois turnos, quando os "blocos sociais e políticos" podem ter mais de uma expressão partidária. Mas é preciso criar um clima que permita convergência. E, uma vez no caminho e no exercício do poder, quem represente esse "bloco" precisará ter a sensibilidade necessária para unir os que dele se aproximam e afastar o risco maior: o do populismo, principalmente quando já vem abertamente revestido de um formato autoritário.

Na quadra atual, entre o desemprego e a violência cada vez mais assustadora do crime organizado, a perda de confiança nas instituições é um incentivo ao autoritarismo. O bloco proposto deve se opor abertamente a isso.

Não basta defender a democracia e as instituições, é preciso torná-las facilitadoras da obtenção das demandas do povo, saber governar, não ser leniente com a corrupção e entender que sem as novas tecnologias não há como atender às demandas populares crescentes. E, principalmente, criar um clima de confiança que permita investimento e difundir a noção de que num mundo globalizado de pouco vale dar as costas a ele.

Tudo isso requer liderança e "fulanização". Quem, sem ser caudilho, será capaz de iluminar um caminho comum para os brasileiros? "Decifra-me ou te devoro", como nos mitos antigos.

São João pelo interior

Mais de 10 mil pessoas superlotaram o pátio montado no bairro da Areia Branca, em Petrolina. O volume de público bateu recorde e marcou a noite de encerramento. A abertura da segunda noite do festejo junino no bairro ficou por conta da voz marcante de Taline Clara, que trouxe as músicas mais tocadas do momento, forró das antigas e também música autoral, como a canção “Vai que cola”.

PCR promove debate sobre o tema memória e verdade 

 

A Prefeitura do Recife realiza hoje dia (4) de junho, uma formação sobre direitos humanos para os servidores da PCR que será aberta ao público, no auditório do 15º andar do edifício-sede da Prefeitura.

Discutindo

O debate, que terá o tema “Memória e verdade: ontem e hoje”, faz parte do projeto DHialogando sobre Direitos Humanos, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife.

Direitos humanos

A discussão vai girar em torno das violações dos direitos humanos durante a ditadura militar, dos novos direitos humanos e do direito à memória e à verdade. Participarão o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira; o advogado Marcelo Santa Cruz, que integra a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), e o professor de Direito da Universidade Católica de Pernambuco Manoel Severino Moraes de Almeida, que foi membro da Comissão da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara.

Eleições no Tocantins

Os candidatos Mauro Carlesse (PHS) e Vicentinho Alves (PR) vão disputar o segundo turno da eleição suplementar para o governo do Tocantins. Os eleitores voltam às urnas no dia 24 de junho para decidir quem será o governador até dia 31 de dezembro.

Confira os resultados

Mauro Carlesse (PHS) - 30,32%

Vicentinho Alves (PR) - 22,16%

Carlos Amastha (PSB) - 21,46%

Kátia Abreu (PDT) - 15,64%

Márlon Reis (REDE) - 9,93%

Marcos Souza (PRTB) - 0,49%

Mário Lúcio Avelar (PSOL) - 0% *votos não computados

Eleições nunca param por aqui

Além da disputa em Tocantins, outros 20 municípios realizam eleições suplementares para prefeito pelo Brasil. São eles: Teresópolis (RJ), Jeremoabo (BA); Pirapora do Bom Jesus, Bariri e Turmalina (SP); Umari, Tianguá, Frecheirinha e Santana do Cariri (CE); Bom Jesus (RS); Niquelândia (GO); Vilhena (RO); Guanhães, Ipatinga e Pocrane (MG); João Câmara, Pedro Avelino, São José do Campestre, Parazinho e Galinhos (RN). 

 

Eduardo Cunha continua curtindo prisão 

 

O Juiz Vallisney Oliveira, de Brasília, condenou o ex-deputado cassado Eduardo Cunha a 24 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Ele foi condenado por violação de sigilo funcional, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. Cunha terá que pagar ainda R$ 7 milhões de reais como reparação do dano.

 

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse hoje (2), no Twitter, que a troca de comando na presidência da Petrobras não vai alterar a política preços da empresa. Segundo o ministro, a estatal continua com liberdade para definir a política de precificação dos combustíveis que, atualmente, segue os preços internacionais do barril de petróleo.

"A troca de comando não alterou a política de preços da Petrobras. A Petrobras continua tendo toda liberdade para aplicar sua política de preços. Mas isso não é incompatível com a busca de ações que mitiguem os impactos de flutuação de preços. Porque governo tem que governar. E é isso o que vamos fazer: proteger as pessoas e atividades econômicas das flutuações internacionais dos preços dos combustíveis", afirmou.

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Em pronunciamento à nação, Temer também reafirmou o apoio à política de preços praticada pela empresa. 

“Reafirmo que meu governo mantém o compromisso com a recuperação e a saúde financeira da companhia. Continuaremos com a política econômica que nesses dois anos tirou a empresa do prejuízo e a trouxe para o rol das mais respeitadas do Brasil e do exterior. Declaro também que não haverá qualquer interferência na política de preços na companhia.”

A saída de Pedro Parente da Petrobrás aumentou as expectativas de que o executivo possa assumir o comando da BRF, maior exportadora global de frangos. Parente foi eleito presidente do Conselho de Administração no dia 26 de abril, no lugar do empresário Abilio Diniz. As ações da companhia fecharam ontem com a maior alta do Ibovespa, a R$ 23,39, elevação de 9,2%. Enquanto isso, o papel ON da Petrobrás teve baixa de 14,92%, para R$ 18,88.

Fontes próximas à BRF afirmaram que a renúncia de Parente da estatal abre caminho para que ele assuma a presidência da gigante dos alimentos, hoje ocupada interinamente por Lorival Nogueira Luz, desde 23 de abril. Uma pessoa próxima à companhia já considera certa a ida de Parente para o comando do negócio, que registrou prejuízos por dois anos consecutivos.

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Parente só participou de uma reunião de conselho - a de sua posse. Mas tem trabalhado nas últimas semanas para entender os números da BRF e tentar melhorar a eficiência operacional do negócio - fábricas da empresa foram embargadas para exportação em decorrência da Operação Carne Fraca. Nos últimos dias, unidades também foram paralisadas por causa da greve dos caminhoneiros. Ele tem falado todos os dias, por telefone, com Lorival, dizem fontes.

Na semana passada, Pedro Parente disse a interlocutores que não tinha sido sondado para ser presidente da companhia.

Remuneração. A BRF (união de Sadia e Perdigão) começou a passar por turbulências no início do ano passado, com a divulgação do primeiro prejuízo de sua história. Vários executivos saíram da empresa, e a gestão do empresário Abilio Diniz, presidente da Península, começou a ser questionada. Ainda sob gestão de Abilio, o conselho da BRF aprovou para este ano um pacote de remuneração para conselheiros e diretores de até R$ 92,4 milhões.

Em nota, a BRF diz que continua avaliando a estrutura organizacional da empresa antes de escolher o novo presidente. "A companhia reforça o que foi comunicado anteriormente sobre a escolha de um novo CEO novo. Qualquer nova informação será reportada ao mercado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. / Colaborou Nayara Figueiredo

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), reagiram nesta sexta-feira, dia 1º, de formas distintas ao pedido de demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Enquanto Eunício comemorou, Maia lamentou e disse que a questão da redução dos preços dos combustíveis poderia ter sido resolvida "sem intervenção".

"Era o que a sociedade esperava", declarou o presidente do Senado ao Broadcast Político. "Ele tinha muita credibilidade e estava fazendo um ótimo trabalho. A questão do preço dos combustíveis poderia ter uma saída sem nenhum tipo de intervenção", reagiu o presidente da Câmara, para quem o governo poderia ter resolvido a questão por meio de impostos regulatórios.

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Como mostrou mais cedo o Broadcast, Pedro Parente entregou sua carta de demissão ao presidente Michel Temer durante reunião nesta sexta-feira no Palácio do Planalto.

Na carta, o executivo afirmou que a greve dos caminhoneiros desencadeou "intenso" e "emocional" debate e colocou a política de preços da Petrobras sob "intenso questionamento". "Diante desse quadro, minha permanência na Petrobras deixou de ser positiva", declarou.

Segundo informou a Coluna do Broadcast na última terça-feira, 29, Parente estaria cogitando trocar o comando da estatal pela presidência da empresa de alimentos BRF. Após demissão de Pedro Parente, o papel da companhia no exterior (ADR) chegou a cair 15% e a Bovespa, que operava em alta, inverteu o sinal.

Em fato relevante, a Petrobras informa que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração ao longo do dia, e que a composição dos demais membros da diretoria executiva não sofrerá qualquer alteração.

Na carta de demissão entregue pessoalmente pelo agora ex-presidente da Petrobras Pedro Parente ao presidente Michel Temer, na manhã desta sexta-feira (1°), ele relata que a greve dos caminhoneiros e suas consequências colocaram a política de preços da Petrobras sob “intenso questionamento” e “novas discussões serão necessárias”.

Parente diz que, diante desse quadro, sua presença à frente da empresa deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente.

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“Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas”, registrou na carta.

No texto, Parente diz ainda que ao ser convidado por Temer para assumir o cargo para trabalhar pela recuperação da estatal, o presidente concordou inteiramente com sua visão e o concedeu a autonomia necessária para levar a cabo a difícil missão. “Os resultados obtidos revelam o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços”, avalia.

Pedro Parente diz que entrega hoje uma Petrobras com reputação recuperada, indicadores de segurança em linha com as melhores empresas do setor e resultados financeiros muito positivos. Ele elogia a atuação do presidente Temer em relação à estatal.

Na carta, ele destaca que o pedido de demissão é apresentado “em caráter irrevogável e irretratável” e se coloca à disposição para fazer a transição pelo período necessário.

Veja a íntegra da carta de demissão de Pedro Parente:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Quando Vossa Excelência me estendeu o honroso convite para ser presidente da Petrobras, conversamos longamente sobre a minha visão de como poderia trabalhar para recuperar a empresa, que passava por graves dificuldades, sem aportes de capital do Tesouro, que na ocasião se mencionava ser indispensável e da ordem de dezenas de bilhões de reais. Vossa Excelência concordou inteiramente com a minha visão e me concedeu a autonomia necessária para levar a cabo tão difícil missão.

Durante o período em que fui presidente da empresa, contei com o pleno apoio de seu Conselho. A trajetória da Petrobras nesse período foi acompanhada de perto pela imprensa, pela opinião pública, e por seus investidores e acionistas. Os resultados obtidos revelam o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços.

Faço um julgamento sereno de meu desempenho, e me sinto autorizado a dizer que o que prometi, foi entregue, graças ao trabalho abnegado de um time de executivos, gerentes e o apoio de uma grande parte da força de trabalho da empresa, sempre, repito, com o decidido apoio de seu Conselho.

A Petrobras é hoje uma empresa com reputação recuperada, indicadores de segurança em linha com as melhores empresas do setor, resultados financeiros muito positivos, como demonstrado pelo último resultado divulgado, dívida em franca trajetória de redução e um planejamento estratégico que tem se mostrado capaz de fazer a empresa investir de forma responsável e duradoura, gerando empregos e riqueza para o nosso país.

E isso tudo sem qualquer aporte de capital do Tesouro Nacional, conforme nossa conversa inicial. Me parece, assim, que as bases de uma trajetória virtuosa para a Petrobras estão lançadas.

A greve dos caminhoneiros e suas graves consequências para a vida do País desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento. Poucos conseguem enxergar que ela reflete choques que alcançaram a economia global, com seus efeitos no País.

Movimentos na cotação do petróleo e do câmbio elevaram os preços dos derivados, magnificaram as distorções de tributação no setor e levaram o governo a buscar alternativas para a solução da greve, definindo-se pela concessão de subvenção ao consumidor de diesel.

Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, Sr. Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica claro que a minha permanência na presidencia da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas.

Sendo assim, por meio desta carta, apresento meu pedido de demissão do cargo de Presidente da Petrobras, em caráter irrevogável e irretratável. Coloco-me à disposição para fazer a transição pelo período necessário para aquele que vier a me substituir.

Vossa Excelência tem sido impecável na visão de gestão profissional da Petrobras. Permita-me, Sr. Presidente, registrar a minha sugestão de que, para continuar com essa histórica contribuição para a empresa — que foi nesse período gerida sem qualquer interferência política — Vossa Excelência se apoie nas regras corporativas, que tanto foram aperfeiçoadas nesses dois anos, e na contribuição do Conselho de Administração para a escolha do novo presidente da Petrobras.

A poucos brasileiros foi dada a honra de presidir a Petrobras. Tenho plena consciência disso e sou muito grato a que, por um período de dois anos, essa honra única me tenha sido conferida por Vossa Excelência.

Quero finalmente registrar o meu agradecimento ao Conselho de Administração, meus colegas da Diretoria Executiva, minha equipe de apoio direto, os demais gestores da empresa e toda força de trabalho que fazem a Petrobras ser a grande empresa que é, orgulho de todos os brasileiros.

Respeitosamente,

Pedro Parente

O pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, nesta sexta-feira (1º), causou reações entre os políticos que, nos últimos dias, pregavam a saída do executivo como um dos meios para a mudança da política de preços da estatal para os combustíveis, um dos fatores que gerou a paralisação dos caminhoneiros por dez dias em todo o Brasil. Entre os que comemoraram a saída do executivo da estatal petroleira, houve quem recomendasse o presidente Michel Temer a fazer o mesmo que Parente. 

“Pedro parente já vai tarde. A desastrosa política de preços da Petrobras e a privatização branca causaram um estrago que o povo brasileiro está sentindo no bolso.  Parente já foi, agora falta o Temer”, disse o pré-candidato a presidente pelo PSOL e líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. 

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A postura adotada por Parente vinha fazendo com que a estatal refletisse as variações do petróleo no mercado internacional e também a oscilação do dólar para reajustar os combustíveis, diariamente. 

“Que ao menos essa política de preços dos combustíveis, dolarizada, acabe, já! E que a capacidade de nossas refinarias seja plenamente utilizada. Sem Pedro, sem pedras nesse caminho. Que é longo, e não será trilhado por esse (des)governo. Temer podia seguir o exemplo de Parente”, argumentou o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), por sua vez, chamou Pedro Parente de “fanfarrão”. “Ministro do apagão elétrico do PSDB e ministro do apagão de combustível de Temer, não aguentou a pressão e caiu fora do governo golpista”, afirmou o senador. O senador Roberto Requião (MDB-RS) também disse que “a queda do Parente” era “o primeiro passo da caminhada para devolução da dignidade ao povo brasileiro”. 

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demIssão do cargo nesta sexta-feira (1º). A informação foi confirmada pela estatal. O executivo está reunido com o presidente Michel Temer (MDB), neste momento, no Palácio do Planalto, quando deve comunicar da decisão.

A saída de Parente ocorre depois da greve dos caminhoneiros contra os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis. Durante a paralisação, a política adotada por Parente na estatal petroleira foi bastante criticada.  

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De acordo com a Petrobras, a nomeação de um interino deve ser avaliada ainda hoje pelo Conselho de Administração da empresa e, até o momento,  a composição dos demais membros da diretoria executiva não sofrerá alteração.

O centro do Recife, nesta quarta-feira (30), foi palco de protesto em apoio aos petroleiros e caminhoneiros. Os manifestantes também pediam a liberdade do ex-presidente Lula. O ato foi organizado pela frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, com participação de vários sindicatos. 

O grupo seguiu da Praça do Derby, no bairro do Derby, até a Rua da Aurora, no bairro da Boa Vista. Segundo o coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e Paraíba (Sindmetro), Rogério Almeida, as refinarias estão ficando ociosas. “As pessoas perguntam ‘como assim petroleiro está pedindo redução do preço dos combustíveis? Estamos pedindo isso sim, é pauta nossa também porque o preço baixo está ligado a nossas refinarias do Brasil voltar a processar 100% do nosso petróleo. Desde que Temer assumiu o poder, ele reduziu a produção das refinarias a 70%”, disse. Os petroleiros iniciaram greve de 72 horas nesta quarta-feira. Na próxima sexta (1°), eles pretendem fazer um ato em frente à Refinaria Abreu e Lima, onde um acampamento foi montado.

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O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) era um dos grupos participantes do protesto. “Só o povo na rua é capaz de barrar esse retrocesso. Os preços são uma extorsão ao povo brasileiro. A gasolina aumenta quase que diariamente. As famílias humildes não conseguem comprar o gás mensalmente”, denunciou Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol.

A manifestação foi encerrada por volta das 19h15. No chão da Avenida Conde da Boa Vista, os participantes escreveram frases como “Petrobras pública” e “#LulaLivre”. 

Mais cedo, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) proferiu uma decisão para aumentar valor da multa a ser paga pelos petroleiros. A Justiça já havia estipulado um valor para que as entidades sindicais dos petroleiros se abstivessem de paralisar as atividades, o que não foi obedecido. Os representantes de sindicatos dos petroleiros se reunem nesta noite para discutir se há ilegalidade no ato e qual será a defesa. 

Na pauta dos petroleiros, além da retomada da produção interna de combustíveis e redução do preço do diesel, gasolina e gás de cozinha, está manutenção dos empregos, a não privatização de refinarias e a saída de Pedro Parente, presidente da Petrobras.

O senador Armando Monteiro (PTB) afirmou, nesta terça-feira (29), durante um debate sobre o preço dos combustíveis na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a atual crise enfrentada no país é resultado de uma "política de preço maluca" adotada pelo governo do presidente Michel Temer (MDB). O petebista descartou que a responsabilidade seja do presidente da Petrobras, Pedro Parente, e destacou que a gestão do emedebista ficou em “uma situação de conforto” diante dos sucessivos aumentos dos combustíveis. 

“A responsabilidade é do governo que não teve a compreensão de que estávamos vivendo um momento extremamente delicado, saindo de um quadro depressivo na economia brasileira, e, portanto um choque de preços dessa magnitude que aconteceu no petróleo, agravado e potencializado por essa estrutura tributária que torna os entes públicos sócios dessa volatilidade e imprevisibilidade, resultaria nessa crise”, argumentou Armando para o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. 

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Na avaliação de Armando, “não é possível imaginar um preço em que 41% da gasolina e 31% do diesel correspondem a impostos”.  “O preço explode e a arrecadação explode”, salientou o senador.

“A posição dos entes públicos neste processo é confortável. Os Estados tiveram um aumento de arrecadação fantástico e a própria União que, nos primeiros quatro meses de 2018, teve uma alta de 57,8% sobre o igual período de 2017. O que se assistiu foi vamos resolver o endividamento da Petrobras, que está dramático, havia, inclusive, o temor de que tivesse que capitalizar a empresa. Mas resolver isso com uma política de preço maluca, imprevisível e que produziu essa situação que o país está enfrentando”, completou Armando.

O aumento sucessivo no preço dos combustíveis gerou uma greve dos caminhoneiros em todo o país. A paralisação já dura nove dias, apesar de acordos feitos entre o Governo Federal e a categoria e tem gerado um desabastecimento de alimento, remédios, gasolina e outros insumos em todo o país.

Após mais de dez horas de espera, Pedro Parente, presidente da Petrobrás, foi eleito nessa quinta-feira, 26, presidente do conselho de administração da BRF. O nome havia sido acertado no último dia 19 pelos principais acionistas. Augusto Cruz (ex-Pão de Açúcar) será o vice-presidente. O presidente Petrobrás foi eleito pelos acionistas por aclamação, proposta por Luiz Fernando Furlan, às 21h20 de quinta. "Proponho a escolha de Parente por aclamação no sentido de pacificar a empresa", afirmou o ex-ministro na assembleia.

Os acionistas da BRF finalizaram a votação após atrasos e certo tumulto sobre a dinâmica de votação. Foram eleitos, além de Parente e Cruz, os outros oito nomes indicados: Dan Ioschpe, Flávia Buarque de Almeida, Francisco Petros, José Luiz Osório, Luiz Fernando Furlan, Roberto Antonio Mendes, Roberto Rodrigues e Walter Malieni. O novo conselho se reúne nesta sexta-feira, 27, de manhã em São Paulo.

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A reunião dessa quinta-feira foi realizada em Itajaí, no litoral de Santa Catarina, e contou com a participação presencial de cerca de 40 acionistas e representantes de investidores que passaram o dia na sede da empresa. Nem todos esperaram o desfecho do dia. Previa-se uma reunião rápida e sem percalços, mas houve uma reviravolta antes mesmo de começar. Até a manhã dessa quinta, a votação seria feita por chapa e não por nomes. Porém, a escolha acabou sendo feita por voto múltiplo, após a Comissão de Valores Mobiliárias (CVM) recomendar que a escolha fosse feita por voto múltiplo. Esta alteração foi um dos principais motivos para os atrasos na reunião que estava marcada para as 11h e só começou de fato às 17h40. O encerramento ocorreu por volta das 21h30.

A mudança causou questionamentos entre os participantes. A contagem dos votos presenciais foi tumultuada. Acionistas tiveram dúvidas na hora de votar de acordo com a estratégia do voto múltiplo, já que vieram preparados para fazer a escolha por chapa. Os acionistas precisaram votar uma quantidade de ações, do total detido, em cada um dos candidatos.

O nome de Parente, que está à frente da Petrobrás desde junho de 2016, foi proposto pelo empresário Abilio Diniz, no comando do colegiado desde 2013, e teve apoio da gestora brasileira Tarpon, e dos fundos de pensão Petros (Petrobrás) e Previ (Banco do Brasil). A perspectiva é de que Parente terá condições de conduzir a reestruturação da companhia, que passa por fortes turbulências.

Petros e Previ ingressaram com pedido de destituição do conselho no início de março após a BRF anunciar prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2017. Os resultados negativos foram atribuídos pelos fundos ao comando de Abilio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta segunda-feira (27), após reunião com o presidente Michel Temer, que não vê a necessidade de considerar sua permanência ou saída do comando da estatal caso o PSDB decida deixar o governo. "Uma característica da minha carreira é que nunca me vinculei a nenhum partido. Tenho uma visão da maneira de governar o País muito próxima da social-democracia, mas nunca tive vinculação partidária", disse Parente, que negou que seu nome tenha sido indicado pelo partido.

O presidente da Petrobras disse também que Temer está muito bem disposto, após o presidente ter sido submetido a uma angioplastia em três artérias coronárias com implante de stent - uma prótese para desobstruir vasos sanguíneos. "Ele está bem, normal, trabalhando, como eu o vi na semana passada", afirmou Parente. Temer recebeu alta nesta segunda pela manhã do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e à tarde chegou a Brasília. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Manifestantes contrários ao governo de Michel Temer se posicionaram na noite desta quarta-feira, 4, na frente de um hotel em um bairro nobre de Londres para protestar contra a escolha dos presidentes da Petrobras, Pedro Parente, e da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden, como homenageados do ano pela Câmara Brasileira de Comércio no Reino Unido.

Nara Filippon, moradora de Londres há 21 anos, contou que as cerca de dez pessoas que se posicionaram com cartazes em frente ao local do evento e gritavam palavras de ordem que representavam vários grupos, como o Democracy for Brazil, Arts for Democracy, o comitê do PT na cidade, além de outros latino-americanos. "Shame on you! (você deveria se envergonhar!)", gritavam repetidamente os brasileiros em inglês a cada autoridade ou convidado que chegava ao local.

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"Estamos indignados com o que acontece com o Brasil, com o golpe, e ficamos extremamente irritados com o fato de Pedro Parente e do CEO da Shell serem homenageados pela Câmara. Principalmente, pela questão da Petrobras. Estão liquidando a Petrobras e a Eletrobras, mas todos os recursos naturais são nossos", disse a manifestante.

Além de Parente, foram ao evento o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho; o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, e o embaixador brasileiro em Londres, Eduardo dos Santos, entre outros.

Ao final do evento, o grupo continuava posicionado em frente ao hotel, quando um dos convidados mandou que os manifestantes "fossem trabalhar". A sugestão gerou uma reação ainda maior do grupo, fazendo com que os manifestantes gritasse ainda mais. Dois deles chegaram a agredir verbalmente a reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Ao participar nesta segunda-feira (24), da abertura da 18ª edição Rio Oil & Gas 2016, no Rio de Janeiro, o presidente Michel Temer elogiou a administração do engenheiro Pedro Parente à frente da Petrobras e a aprovação, por parte do Congresso Nacional, do projeto de lei que retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do petróleo do pré-sal, tirando da empresa a condição de exploradora única.

Temer disse que a nova gestão deu maior credibilidade à Petrobras, colocou a empresa no caminho certo de uma “administração equilibrada” e já possibilitou a recuperação do preço de mercado da estatal, que passou de R$ 101 bilhões para R$ 240 bilhões, o que representa uma valorização de 137%.

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Ao discursar para uma plateia de agentes do setor de petróleo e gás, na sua totalidade, o presidente disse que a nova lei flexibilizada vai possibilitar a atração de investimentos, um desenvolvimento mais rápido do setor, com a consequente geração de emprego e renda para os brasileiros.

Segundo o presidente, “além da flexibilização e da geração de emprego, uma vez sancionada, a lei trará desafogo à Petrobras e vai possibitar a vinda de novas empresas do setor para o país, na medida em que dará maior estabilidade política.

Na ocasião, o presidente também defendeu o projeto da lei geral das agências reguladoras, em tramitação atualmente no Congresso, na medida em que essa lei dará maior estabilidade jurídica aos agentes de mercado, levando o setor a crescer, gerando emprego e renda com responsabilidade e segurança fiscal e social.

Estiveram presentes à solenidade de abertura do Rio Oil & Gas, além do presidente Michel Temer; os ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e do Planejamento, Henrique Dyogo; os presidentes da Petrobras, Pedro Parente, e do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo; o governador do estado, Luiz Fernando Pezão; e a diretora geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.

A recuperação do investment grade foi determinante para a antecipação da meta de redução de alavancagem da Petrobras, para 2,5 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda, disse o diretor financeiro Ivan Monteiro.

De acordo com o executivo, a companhia buscou referências de outras empresas que mantêm o rating das agências de classificação de risco para balizar a elaboração da principal meta financeira do novo plano de negócios.

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"Era uma métrica para 2020 e resolvemos antecipar para 2018 e não chancelar o aumento de risco em relação aos títulos de dívida da companhia. Isso foi determinante para a discussão", afirmou o executivo, em teleconferência com analistas.

Nas considerações finais, o presidente da estatal, Pedro Parente, resumiu a aposta da empresa com o novo plano. "É um plano ousado, mas factível. Temos absoluta convicção da relevância do plano", afirmou.

O diretor Ivan Monteiro ainda explicou que os números do plano não trazem previsões nominais de perdas com a class action movida nos Estados Unidos ou com a perspectiva de aporte no fundo de previdência dos trabalhadores, a Petros. "Todos os valores que envolvem disputas judiciais são acompanhados no plano. A companhia tem a sua atribuição de risco a cada um deles. Cada um desses processos envolve discussões administrativas ou jurídicas", disse.

A Justiça dos Estados Unidos suspendeu no início de agosto por tempo indeterminado o julgamento da ação coletiva contra a Petrobras, movida pelos acionistas em função dos prejuízos provocados pela corrupção revelada na Operação Lava Jato. A suspensão foi determinada pela Corte de Apelação após recursos movido pela própria estatal. "Não há como atribuir valor", disse Monteiro. "O que colocamos no plano não é só ter conhecimento do risco a que estamos sujeitos, mas efetivamente gerenciá-los e considerá-los com o impacto de comportamento dessas variáveis no plano. Isso é bastante diferente do que ocorria e terá impacto importante na execução do plano", completou.

O conselho de administração da Petrobrás aprovou na segunda-feira, 19, o novo plano de negócios da companhia para os próximos cinco anos, de 2017 a 2021. Os detalhes da estratégia devem ser apresentados nesta terça-feira. A expectativa do mercado é de uma redução no volume de investimentos e na meta de produção, para sinalizar mais transparência nos indicadores da companhia e, principalmente, comprometimento com a redução da dívida.

O último plano, divulgado em junho de 2015, previa nos cinco anos investimentos totais de US$ 130 bilhões, sendo mais de 80% concentrados na área de exploração e produção. Os números, entretanto, foram revistos duas vezes, em função da queda das cotações de petróleo e da variação cambial do período. Na última revisão, a previsão era de investimentos anuais na faixa de US$ 20 bilhões - cerca de 30% menos do que a previsão inicial.

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No último dia 11, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, antecipou as diretrizes do novo plano em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele sinalizou que a redução de investimentos deverá ocorrer em linha com a melhoria da eficiência de gestão. O executivo afirmou também que a companhia manterá a "mesma intensidade" de desinvestimentos, sem afetar a curva de produção prevista para o período.

O plano anterior, elaborado sob a gestão de Aldemir Bendine, previa "desinvestimentos e reestruturações" de US$ 42,6 bilhões entre 2017 e 2018, mas não apresentava os projetos em reavaliação. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Parente sinalizou que "nenhum número ficaria sem explicação" no novo plano, que aposta nas parcerias na gestão de ativos.

Desde 2015, quando foram negociados US$ 4,6 bilhões. A companhia ainda deve confirmar até o fim do mês a venda de participação na Nova Transportadora Sudeste (NTS) por US$ 5,2 bilhões. A lista de ativos à venda pela petroleira inclui ainda Liquigás e BR Distribuidora.

Os desinvestimentos são apontados pelo presidente da estatal como a principal alternativa para reduzir a dívida, atualmente na faixa de US$ 120 bilhões. Hoje, para cada R$ 1 gerado pela companhia, há R$ 5 comprometidos com o pagamento da dívida. A meta é reduzir à metade o nível de comprometimento, chegando a R$ 2,50 de dívida para cada R$ 1 de caixa.

Pelo modelo desenhado pela nova gestão, a petroleira vai definir metas para diversos setores e níveis hierárquicos, e fará acompanhamento trimestral dos resultados. Após as reavaliações, a empresa poderá rever a definição orçamentária para o ano seguinte. A diretriz é inspirada no sistema de gestão adotado pela Ambev. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os investimentos da Petrobras em Pernambuco, principalmente a Refinaria Abreu e Lima (Renest) e a PetroquímicaSuape (PQS), foram temas da primeira conversa de trabalho entre o governador Paulo Câmara (PSB) e o novo presidente da empresa, Pedro Parente. “Foi uma conversa inicial, mas o presidente se mostrou muito sensível e receptivo às nossas preocupações, especialmente no que toca a geração de emprego e renda”, declarou Paulo.

Durante a conversa, que aconteceu nessa terça-feira (23) no Rio de Janeiro, Parente ressaltou a importância da Renest, já que é responsável por 30% de todo o diesel produzido no Brasil. De acordo com o presidente da Petrobras, o chamado “segundo trem” da refinaria está sendo analisado no âmbito do planejamento estratégico da empresa para os próximos anos, que será anunciado no mês de setembro.

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Com relação à PetroquímicaSuape, foram confirmadas as negociações com o grupo mexicano Alpek, que tem unidades semelhantes à de Pernambuco. Além de Câmara e de Parente, também participaram da reunião o diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, o secretário estadual da Fazenda, Marcelo Barros, e o procurador-geral do Estado, César Caúla.

Paulo aproveitou para convidar o presidente da Petrobras para voltar a Suape. Parente ainda não conhece a Refinaria Abreu e Lima.

Apontado por centrais sindicais como "ultraliberal", o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou ontem que a privatização da estatal "não está madura" para ser discutida com a sociedade. Segundo ele, a privatização não está em pauta no governo. Parente descartou socorro do governo a estatal e , defendeu "parcerias" com investidores para projetos estratégicos e voltou a pedir o fim da participação obrigatória da estatal em áreas de exploração do pré-sal.

"Não vim para cuidar de privatização da Petrobras. Não vou perder tempo com essa questão, porque não está madura para uma discussão na sociedade", afirmou o executivo em entrevista à Rádio Gaúcha, ontem. "Isso é uma decisão de acionista controlador. Eu não vejo essa discussão acontecendo no governo e não foi parte da conversa do presidente (Michel) Temer comigo".

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Parente disse que sua missão é "resgatar" a companhia que, segundo ele, foi vítima de uma "quadrilha organizada". "O principal acionista não é o governo federal, é a sociedade brasileira. Nós somos proprietários", completou.

Segundo o executivo, sua atuação terá foco na redução do endividamento. Parente voltou a descartar uma capitalização na empresa pelo governo. "Se o problema foi gerado dentro da companhia, temos que encontrar os meios para resolvê-lo dentro da própria companhia", afirmou o executivo.

Ele disse priorizar parcerias com investidores à venda completa de ativos. "É onde pensamos em ir neste momento", afirmou Parente. Ele não detalhou o modelo estudado para subsidiárias já listadas para venda, como BR Distribuidora e Transpetro.

Ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, o novo presidente defende retirar da estatal a obrigação de atuar em todos os consórcios do pré-sal, além de ser a operadora única das áreas de exploração.

O projeto que altera a lei do setor, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), aguarda votação na Câmara, após ter sido aprovado no Senado, em fevereiro. Parente acredita que as mudanças podem "levar ao potencial máximo" a exploração do pré-sal.

Críticas

O discurso de posse e as posições do executivo foram criticados por sindicatos de trabalhadores e por pesquisadores. Para o professor Luiz Pinguelli, diretor da Coppe/UFRJ, a Petrobrás deve manter o "protagonismo" no pré-sal e a política de conteúdo local para diversificar a indústria, também criticada pelo novo executivo.

"O problema não é aumentar a produção e se tornar exportadora. Ela vive batendo recordes. A questão é diminuir a necessidade de importação de derivados. A empresa só faz sentido enquadrada em uma política de Estado".

Para Pinguelli, o novo presidente não é ligado ao setor e se equivoca nas posições anunciadas, que diz "discordar radicalmente". "Ele volta à política neoliberal do governo FHC, tem um viés nitidamente ideológico. Se é para destruir a Petrobras, vamos brigar contra ele", afirmou.

Outras entidades de classe criticaram as propostas de Pedro Parente para a empresa. A Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), o acusa de "promover o desmonte da empresa, inclusive abdicando do pré-sal". "As posições de Parente atentam contra a integridade da Petrobras".

Também a Federação Única dos Petroleiros (FUP), maior entidade da categoria, criticou "a agenda de privatização" do executivo.

"O Parente explicitou o que pensa o PSDB sobre o pré-sal, que é entregá-lo a outras empresas. Somos o único país que tem petróleo e prefere vender mesmo com as cotações em baixa", afirmou o sindicalista José Rangel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro Pedro Parente vai assumir a presidência da Petrobras. O anúncio foi confirmado pelo Palácio do Planalto. Parente está reunido com o presidente interino Michel Temer. Pedro Parente vai substituir Aldemir Bendine, nomeado em fevereiro do ano passado após a renúncia de Graça Foster.

O novo presidente da Petrobras foi ministro do Planejamento, da Casa Civil e ministro interino de Minas e Energia no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

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No governo federal, também foi presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia de 2001/2002 e coordenou a equipe de transição entre os governos de FCH e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Engenheiro de formação, Pedro Pullen Parente foi presidente e CEO da Bunge Brasil entre 2010 e 2014. Também já atuou como consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de secretarias estaduais.

Atualmente, é presidente do Conselho de Administração da BM&FBOVESPA, membro dos conselhos da SBR-Global e do Grupo ABC e sócio-diretor do grupo Prada de consultoria e assessoria financeira. Em 2012, foi apontado como uma das 100 personalidades mais influentes do Brasil na categoria construtores, segundo a revista Época.

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