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Indicado para a Presidência da Petrobras, Adriano Pires, desistiu oficialmente de assumir o comando da empresa depois de o governo Bolsonaro receber informações de que o nome dele não passaria no "teste" de governança da empresa. Ele enviou nesta segunda-feira, 4, uma carta ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em que oficializa a desistência em assumir a presidência da petroleira.

No documento, Pires agradece a indicação e reafirma o "compromisso de continuar nessa luta" pelo desenvolvimento do mercado de óleo e gás. Diz que não poderia conciliar o cargo com as atividades de consultoria que já desempenha, atualmente, para empresas do setor.

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A desistência vem depois de o Estadão revelar que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado. Ele foi indicado pelo governo como o terceiro presidente da Petrobras. Antes do general Silva e Luna (que ainda está no cargo), o comando era de Roberto Castello Branco.

Como sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pires tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás, como a Cosan. Ele teria que abrir mão dos negócios. Segundo fontes, Pires achou que daria simplesmente para passar para o filho, o que não é permitido pelas regras de governança da estatal. Com o impedimento, ele decidiu abrir mão do comando da Petrobras. Na carta ao ministro, disse que não teria como concluir esse processo em "tão pouco tempo".

Com o alerta da Petrobras apontado conflito de checagem, os patrocinadores da indicação de Pires no governo foram retirando o apoio. "O cara é um conflito ambulante", resumiu uma fonte do Palácio do Planalto. Alinhado com o ministro das Minas e Bento Albuquerque, a indicação de Pires também é vista com restrições por integrantes da equipe econômica que participaram das negociações da lei do gás. Na votação da Medida Provisória que permitiu a privatização da Eletrobras, Pires se aproximou de lideranças do Centrão, entre eles, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que teria pavimentado o acesso dele e de Pires ao gabinete de Bolsonaro. Hoje, Lira defendeu o nome de Pires e criticou quem viu conflito de interesse. "Tem que ser arcebispo para ser diretor da Petrobras", ironizou.

Em reuniões com representantes do Ministério da Economia, Pires defendeu os interesses das empresas ao patrocinar os "jabutis" (medidas estranhas ao projeto, como a exigência na contratação de térmicas) que foram colocados na nova legislação, o que irritou os negociadores do Ministério da Economia. É muito lembrado com ironia artigo escrito por ele que diz tratar de um completo equívoco técnico chamar de "jabutis" as modificações feitas pelos parlamentares, porque as mudanças mais se pareciam com "corujas", que representam sabedoria, inteligência e visão.

Na época da escolha de Pires para o comando da Petrobras, o sentimento foi de perplexidade no time do ministro da Economia, Paulo Guedes. O maior conflito de interesse de Pires é a ligação com o empresário Carlos Suarez, dono de distribuidoras de gás, e Rubens Ometto, da Cosan.

Após indicação de Pires, funcionários da Petrobras comemoram a desistência com a avaliação de que governança estava sendo suficiente para impedir nomeações que possam complicar os rumos da empresa. Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que ainda não recebeu "nenhum comunicado oficial" da desistência.

Além de Pires, o empresário Rodolgo Landim já tinha comunicado o governo na madrugada de sábado para domingo que decidiu recusar a indicação para presidir o conselho de administração da Petrobras porque também recebeu avisos de que não passaria no teste de governança. Landim havia sido indicado para o cargo em 28 de março, junto com o nome de Pires para a presidência da estatal. Em carta endereçada ao ministério, Landim, que também é presidente do Flamengo, afirma que, "apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso País, e da enorme honra para mim em exercer este cargo", decidiu abrir mão da indicação e concentrar-se na administração do time.

O general Joaquim Silva e Luna deixa claro não aceitar o rótulo imposto pelo presidente Jair Bolsonaro de responsável pela disparada no preço dos combustíveis no Brasil. "É muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução", diz. Indicado pessoalmente pelo presidente para o comando da Petrobras há um ano, o general passou por semanas de "fritura" pública, mas evitou insubordinação. Na segunda-feira, foi comunicado pelo ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) da demissão decidida por Bolsonaro.

De sua sala, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, o general revelou, em videochamada ao Estadão/Broadcast, que não conversa com o presidente da República há dois meses. Discreto, o militar revela desconforto com a forma como foi afastado e diz que é preciso respeitar sua biografia. No cargo até o dia 13, Silva e Luna nega que tenham lhe faltado jogo político e comunicação. E diz que só "com sorte" seu sucessor, Adriano Pires, poderá cumprir a missão que exige Bolsonaro.

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Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

O sr. se sentiu abandonado quando as críticas ao preço dos combustíveis se concentraram na Petrobrás?

Eu não diria abandonado, não. Vou usar uma expressão que está no meu interior. Sou uma pessoa religiosa, acredito em Deus. Então, meu grande conforto é que sempre me sinto acompanhado e fortalecido. Minha relação com o Ministério de Minas e Energia não foi afetada em nada, sempre tive um contato permanente com o ministro Bento Albuquerque, com a equipe dele.

O que diria hoje para o presidente Bolsonaro sobre sua passagem pelo comando da Petrobras? Chegou a conversar com ele depois do anúncio da troca?

Não conversei. Próximo de dois meses que a gente não tem conversado. Tem trocas com (interlocutores), mas contato pessoal, não. Eu diria o seguinte: que ele tem na Petrobras, talvez, uma empresa que qualquer país do mundo gostaria de ter, que representa 4% do PIB. Uma empresa que é reconhecida mundialmente. Se falar em Brasil, alguém vai pensar em perguntar sobre Petrobras.

Diria mais alguma coisa?

Que, na Petrobras, uma equipe mais dedicada e leal, impossível. Que agiu com correção em todos os momentos, ganhou no ano passado dez prêmios de conformidade, governança e sustentabilidade. Tem no conselho e na presidência uma pessoa que é fiel, leal e continuará sendo. Não tem ressentimento nenhum, mas queria que houvesse essa compreensão. Para o período de crise que tivemos, chegamos a ficar 152 dias sem reajustar o preço do GLP e 57 dias sem alterar o preço da gasolina. O câmbio ajudou um pouco, mas assumimos (o risco), e a empresa deu lucro. Esse lucro todo é devolvido à sociedade. Meu sucessor vai estar aqui para dar prosseguimento. Mas que tenha esse olhar para a empresa, para o que ela pode oferecer para o País, que é muito.

O sr. acredita que Bolsonaro teve essa compreensão?

Eu não sei. Como nestes últimos dois meses não tivemos contato, não sei. Mas precisaria ter. A solução que o mundo inteiro está dando nesse momento são os subsídios por um período temporário para aquelas classes que precisam. É esse o caminho que deve ser feito.

O sr. acredita que a privatização seja a solução para a Petrobras, para fugir da interferência do governo?

Para tirar essa pecha de que o presidente é o culpado pelo aumento de preço, diria que é uma solução, sim. Hoje se sabe que o valor da Petrobras está represado em função desse risco.

Como o sr. se sente ao colocarem no seu lugar o consultor Adriano Pires, que sempre defendeu a atual política de preços?

A empresa tem uma governança muito forte, construída a partir de problemas que aconteceram no passado. Dentro desse quadrado legal, o que se pode fazer é o que fizemos. A ideia de preço de paridade de importações, uma referência, está mais do que compreendida. Não aceitar isso é que é difícil. Agora, muitas vezes, o pessoal diz que é muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução. Talvez esse endereçamento tenha sido só para ficar na empresa, mas a gente sabe que o preço do combustível, se pegar a gasolina, por exemplo, é um terço do valor, depois tem tributos, tem serviços, e isso não está no nosso colo.

Esta semana seu antecessor, Roberto Castello Branco, disse que recebia mensagens de Bolsonaro sobre preço dos combustíveis. O sr. também recebia?

A minha relação com o presidente sempre foi muito respeitosa, recíproca, da minha parte 100% leal, imagino que da dele também. Pode ter seu momento ou sua forma de dizer também. Mas são contatos que eu preferiria não comentar. Tivemos encontros de diversas naturezas, para tratar de covid, para tratar de outros assuntos...

O sr. não se sentiu pressionado diretamente por ele?

Pressionado não, não deixei de trabalhar da forma que eu trabalhava. Eu respondia às perguntas, mas nunca alterei a voz, nunca mantive um tratamento que não fosse respeitoso e 100% leal.

O sr. não acha que esse cenário atrapalha a visão do investidor?

Acho não, afirmo que sim! O mercado fica instável. Essa (sucessão), estamos fazendo com todo o equilíbrio do mundo. Conversei com meu sucessor, com muita elegância. Não pessoalmente, mas por telefone. Eu fico até 13 de abril, não vou sair antes. O trabalho continua normal, temos a maior serenidade para fazer as coisas, porque a Petrobras é do Brasil, é um bem muito importante para o País, é 4% do PIB do País. Ela é dos brasileiros. São 63% dos investidores privados, sim, mas 750 mil são brasileiros, que colocaram no FGTS, muitas vezes, a esperança aqui dentro. Quando estão se pagando dividendos para a União também estão se pagando dividendos para os brasileiros. De qualquer maneira, tudo o que a Petrobras gera, ela gera para o Brasil. Nós temos de preservar essa imagem.

O que aconteceu nos bastidores enquanto o sr. recebia críticas do governo? Como o sr. se sentiu?

Há 53 anos fiz um juramento que termina dizendo que vou honrar a integridade das instituições, defender com a própria vida. Ser leal a essas instituições está no meu DNA, então, zero risco de eu querer atacar qualquer instituição ou qualquer rosto que represente uma instituição, jamais farei isso.

Mas foram muitas críticas...

Sempre que a gente recebe, a gente se machuca. Tem duas coisas que é preciso preservar. Uma é a reputação pessoal, que também passa a ser a reputação da empresa, porque o meu rosto é o rosto da Petrobras. A outra é a minha biografia, que pertence à minha família. Quem ficou, como eu, mais de 50 anos dentro das Forças Armadas, tem amigos para todos os lados, superiores, chefes e subordinados, que têm uma expectativa sobre a gente... Eu saí de cadete para general de Exército, essas pessoas não podem achar que, em algum momento, passaram 55 anos sendo enganadas por alguém, que tinha um perfil diferente. Esse cuidado eu tenho. Isso é sagrado para mim.

O que incomoda é o impacto que essas críticas podem ter na sua biografia?

Isso, na minha reputação, na minha biografia. Quero que olhem para trás, que verifiquem dentro da própria empresa se tem algum senão. Não tem, não vão encontrar. Agora, mudança (no comando da empresa) é natural. Não vejo nenhuma complicação nisso. A forma (de fazer a troca), o jeito aí é de cada um. Não me cabe julgar.

Mas foi uma forma meio turbulenta, com notícias diárias. Isso não deixa o processo mais confuso?

Um desgaste emocional gera, sim. Gera também para o entorno afetivo que a gente tem, de amigos e familiares.

Não é complicado lidar com as críticas do presidente Bolsonaro ao lucro de mais de R$ 100 bilhões obtido pela estatal em 2021? Atrapalha o trabalho?

Afeta sim. Faltou compreensão ou um bom assessoramento para esse tipo de narrativa. Lucro é consequência de investimento e, no caso da Petrobras, é dos desinvestimentos feitos, de 20 e poucos bilhões de reais, parte daquilo ali são desinvestimentos, e pelo fato de estar concluindo colocar a dívida em um nível saudável, o que antes era colocado para pagamento de dívida, de juros, passou a ser colocado para lucro, ou está pagando dívida, ou está fazendo investimento, ou está pagando dividendos para seus acionistas.

O sr. sentiu muita pressão política sobre as decisões da Petrobrás?

Tomamos todas as decisões técnicas, usando o que a gente tem de usar, a nossa diretoria executiva, o nosso conselho. Logicamente, a gente sente de alguma forma, cada dia um fato, uma notícia, uma coisa ruim. Rezando para que o preço caísse, o (petróleo tipo) Brent caísse para esse momento passar. Esse momento não chegava, e só complicava mais ainda (com a alta no preço do petróleo no mercado internacional).

Até agora não teve alívio...

Vamos ver se meu sucessor tem sorte, de ele chegar aqui, e a guerra acabar. Que o conflito de oferta e demanda se equilibre.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, contou à Veja sobre supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro (PL) na estatal. O militar estava há cerca de um ano à frente da empresa, que teria sido alvo de pressões para indicar diretores e ainda para controlar os preços dos combustíveis. A declaração feita à revista foi publicada nesta sexta-feira (1º).

No último dia 29, Luna comunicou publicamente a demissão e disse que os motivos da saída eram “complexos”. Sua atuação no cargo está prevista para ter fim em 13 de abril.

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“Não vendo minha alma a ninguém, não coloco meus valores em xeque”, disse. No começo de março, percebeu que sua relação com Bolsonaro estava desgastada quando o presidente declarou que a estatal “cometia um crime” contra a população e reclamou do último aumento do preço dos combustíveis, afirmando que “todo mundo no governo pode ser substituído”, disse o ex-presidente.

Silva e Luna foi informado de que deixaria o cargo após críticas severas da ala governista ao seu trabalho e até mesmo à sua remuneração. Bolsonaro chegou a culpar uma suposta corrupção na Petrobras pelo aumento no preço dos combustíveis. Ele considerou o anúncio desrespeitoso com a sua carreira.

“Tem coisas que para mim são sagradas, e a mais importante é a minha biografia. Quero minha reputação íntegra, para quem quiser olhar. Não aceito que ninguém jogue pedra nisso aqui e, por consequência, na própria empresa”, disse, segundo a entrevista à “Veja”.

Segundo o general, ele ainda sofreu "pressões crescentes" em torno do preço dos combustíveis e da troca de diretores. No último dia 10, a Petrobras reajustou o preço da gasolina em 18,77% e o diesel, em 24,9%.

"As pressões sempre foram crescentes. Em torno do preço dos combustíveis, por troca de diretores. Foram todas absorvidas, nunca cedidas. Nenhuma. Essas resistências foram crescendo, foram feitas algumas sinalizações públicas", afirmou Silva e Luna, dizendo que essas situações não o intimidavam, mas que ficou desconfortável.

Luna continuou: “Pressão nunca me intimidou. Passou a me incomodar quando começaram a falar coisas que não são verdadeiras, porque impactam a companhia. Tenho a responsabilidade de zelar pela imagem da empresa. Isso me incomodou. Disseram que ganho 200 mil reais mensais. Isso é mentira, não existe nada disso. Não é verdade, não ganhei nem metade disso”.

Silva e Luna também foi questionado sobre eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais e o general afirmou que "gostaria que o resultado fosse outro". "Tenho dito de forma contundente que aqui não cabe aventureiro, hoje a governança da Petrobras não permite isso. Graças à governança, não vejo possibilidade para que aconteça algo parecido com o que ocorreu no passado", acrescentou.

O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta quarta-feira, 30, que "o Brasil não precisa de mito, nem de salvador da pátria". Foi uma referência aos adversários Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente, que lideram as pesquisas. Segundo ele, o povo precisa dominar a política, para que "não seja um jogo de ódios e paixões, explorando suas angústias e suas esperanças despolitizadas". Ciro também acusou o presidente Bolsonaro de preparar a "morte final" da Petrobras, com sua privatização.

"A política que é boa é aquela em que o povo incorpora as ideias e obriga todos os políticos a aplicar as ideias corretas ao longo de todo o tempo", afirmou o pedetista no seminário "Petrobras não é problema, Petrobras é a solução", realizado na sede do partido no Rio.

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No evento, Ciro disse que o presidente Bolsonaro está "nomeando um novo e desqualificado quadro" para o comando da petroleira. "Este seminário, que já estava convocado há algum tempo, acontece num momento em que mais uma vez o presidente da República, mentindo despudoradamente ao povo brasileiro, simula que está incomodado com a política de preços - que ele é o responsável - da Petrobras, e o desatino que está fazendo, nomeando um novo e desqualificado quadro, cuja única tarefa, lobista que é, é preparar a Petrobras para a morte final, que é a privatização", afirmou.

No início da semana, o governo anunciou que mudará o comando da Petrobras. O general da reserva Joaquim Silva e Luna será substituído pelo economista Adriano Pires.

O seminário sobre a Petrobras faz parte de uma estratégia da equipe econômica que assessora Ciro Gomes para debater os rumos da petroleira. O grupo defende que a empresa opere de modo similar a uma parceria público-privada, mas com maior participação do Estado nas decisões.

"A política de preços da Petrobras é uma decisão política, ela não obedece a nenhuma lei, nenhuma interdição. Portanto, sendo uma decisão política, a política pode mudá-la. Depende de o povo brasileiro escolher qual política deseja para firmar o futuro dessa estratégia", defendeu Ciro.

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, reservou-se a dizer aos jornalistas que o motivo de sua demissão é "complexo".

"Vou passar por um período de silêncio. Pretendo conversar com toda a imprensa, colocar informações e tirar dúvidas, até pela reputação da empresa que pode estar sendo arranhada", respondeu, ao confirmar que fica no cargo até o dia 13 de abril.

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Ele discursou durante a inauguração da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União, no Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu tirar o general Joaquim Luna do comando da Petrobras, mas a decisão ainda não foi comunicada pelo chefe do Executivo. Com a saída de Luna, o nome mais forte no Planalto para assumiu o comando da estatal é o de Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. 

De acordo com a Veja, Joaquim Luna já foi avisado da demissão. A troca doi decidida pelo presidente da República ouvindo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

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Adriano Pires, nome cotado para assumir o cargo, atualmente é consutor de empresas privadas no setor de energia elétrica, petróleo, gás natural e biocombustíveis. Ele foi assessor do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Superintendente de Importação e Exportação de petróleo, seus derivados e gás natural, e também superintendente de Abastecimento. 

Pires é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em planejamento energético pela Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia e doutor em economia industrial pela Universidade Paris XIII. 

Nos idos de 2015, ao se licenciar da presidência do conselho de administração da Petrobras, posto que acabaria deixando em definitivo dois meses depois, o executivo Murilo Ferreira fez um diagnóstico sinistro da estatal a um amigo. "A Petrobras não é do acionista majoritário nem do acionista minoritário - ela é da corporação", disse Ferreira, que também era presidente da Vale, de acordo com o site Brazil Journal. "Se eu fosse morador de Nilópolis, São Gonçalo ou da Baixada (regiões pobres do Rio, onde se situa a sede da empresa), ficaria revoltado com os privilégios que os funcionários da Petrobras conseguiram garantir para si mesmos."

Desolado com a sua impotência para mudar a situação, ele fechou o desabafo traçando um paralelo entre a Vale, privatizada em 1997, e a Petrobras, símbolo maior do gigantismo do Estado no País: "Na Vale, consegui tirar os carros dos diretores. Na Petrobras, não é possível diminuir qualquer coisa que a corporação não queira."

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Passados quase sete anos do diagnóstico feito por Ferreira, o quadro continua praticamente o mesmo. Desde que ele deixou a companhia, ninguém conseguiu mexer para valer nas benesses do pessoal. Quem tentou, segundo ex-gestores da empresa, tornou-se alvo de ameaças e de campanhas difamatórias promovidas pela tropa de choque da turma.

'Longe Demais'

Os privilégios, é certo, vêm se acumulando desde a criação da Petrobras, em 1953, no governo Vargas. Mas, conforme relatos feitos ao Estadão, foi durante os governos Lula e Dilma, quando sindicalistas assumiram o comando da área de recursos humanos, que a situação degringolou de vez. "Sempre houve privilégios na Petrobras, mas as concessões feitas naquele período agravaram muito o problema", afirma um ex-executivo da estatal.

Os salários, que já eram inflados, também engordaram ainda mais. Entre 2003 e 2015, de acordo com dados dos sindicatos dos petroleiros, os funcionários da Petrobras tiveram um ganho real (já descontada a inflação) de 34%. Mesmo com a perda de 5,6% ocorrida nos governos Temer e Bolsonaro, ainda acumulam um aumento real de 26,4% (veja o gráfico). "Acho razoável que haja uma certa liberalidade numa grande empresa", diz Almir Pazzianotto, ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e ex-ministro do Trabalho. "Agora, na Petrobras, eles foram longe demais."

Pelos cálculos de um ex-gestor de RH da companhia, o custo das "jabuticabas" - como costuma chamar os privilégios que só os funcionários da estatal têm - alcança cerca de R$ 7 bilhões por ano, o equivalente a um terço do gasto total de pessoal, de R$ 21,7 bilhões em 2020, incluindo os encargos sociais e tributários.

'Coisa de Louco'

As "jabuticabas" fazem tanta diferença no bolso dos petroleiros que, para mantê-las no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020-2022, ainda em vigor, os sindicatos aceitaram o "congelamento" dos salários por um ano, proposto pela empresa.

Os funcionários da Petrobras recebem, por exemplo, 100% a mais pelas horas extras, em vez do adicional de 50%, previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Enquanto os demais trabalhadores ganham um adicional de 33,33% nas férias, eles embolsam 100% a mais. Recebem também um reembolso de até 90% dos gastos com matrículas e mensalidades escolares de filhos de até 18 anos e uma "ajuda de custo" para assistência alimentar de R$ 1.254 por mês, mais R$ 192 de vale-refeição.

Nas plataformas da empresa, a jornada funciona no esquema de 14 dias de trabalho por 21 dias de folga, em vez dos 14 dias de trabalho por 14 de folga praticados pela indústria de petróleo mundo afora, segundo um ex-dirigente da empresa.

O sistema é tão light, em sua avaliação, que há funcionários de plataformas que moram nos Estados Unidos, em Portugal e em outros países. Chegam ao aeroporto do Galeão, no Rio, vão direto para o heliporto usado pela Petrobras em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, passam duas semanas em alto mar e depois fazem o caminho inverso. Só voltam a trabalhar três semanas depois. Como não moram no Rio, ainda têm um benefício adicional: o tempo gasto na viagem de ida e volta de helicóptero conta como se estivessem trabalhando.

"É uma chuva de privilégios sem precedentes no setor privado", diz Paulo Uebel, ex-secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. "O acordo coletivo da Petrobras é uma coisa de louco, diferente de tudo o que eu conheço", afirma Pazzianotto.

Mesmo se perdessem os "penduricalhos", os petroleiros não poderiam reclamar da vida. Pesquisas encomendadas pela Petrobras apontam que seus funcionários ganham de duas a três vezes mais do que a média paga no mercado. Como apurou o Estadão, um "inspetor de segurança", responsável pela proteção das portarias, recebe de R$ 7 mil a R$ 8 mil por mês, enquanto no mercado a média para o cargo gira em torno de R$ 2,5 mil. Um técnico de operação, que trabalha em refinarias, recebe em média R$ 20 mil mensais, enquanto o ganho no setor privado não passa de R$ 7 mil.

Retificação

Nas posições de nível superior, como engenheiro, geólogo e psicólogo, a remuneração média é de R$ 25 mil por mês, podendo chegar a R$ 40 mil, conforme o tempo de serviço do funcionário, enquanto no setor privado a média fica ao redor de R$ 12 mil.

Um levantamento divulgado recentemente pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), vinculada ao Ministério da Economia, mostrou que, na média, a remuneração dos funcionários da Petrobras atingiu R$ 25.164 por mês em 2020. A maior remuneração mensal foi de R$ 145,2 mil e a menor, de R$ 1,5 mil. Pelo estudo, que incluiu as 46 estatais controladas pela União, o ganho médio na Petrobras só foi menor que o do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), onde chegou a R$ 31 mil mensais.

Apesar de os dados divulgados pela Sest terem sido fornecidos pela própria Petrobras, a empresa agora informa que a remuneração média em 2020 ficou em R$ 18,6 mil por mês, enquanto a maior foi de R$ 97,7 mil, e a menor, de R$ 3,3 mil. Mesmo que a retificação seja procedente, não altera muito o quadro. Em vez de ocupar o segundo lugar na lista das maiores remunerações das estatais, a Petrobras passaria para a terceira posição, atrás também da Embrapa, onde o ganho médio foi de R$ 20,2 mil por mês em 2020.

Monopólio

Na visão de Paulo Uebel, a situação chegou a esse ponto porque a Petrobras detém o monopólio no setor de fato, embora não de direito, já que a "reserva de mercado" que a favorecia caiu oficialmente em 1997. Isso, segundo ele, dá um poder enorme para os sindicatos e favorece a realização de greves com enorme impacto na vida dos cidadãos e das empresas. Uebel é favorável à privatização da Petrobras, combatida de forma feroz pelos sindicatos, mas pondera que, enquanto ela não vier, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deveria limitar sua participação de mercado, nas diferentes áreas em que atua, a no máximo 60%. "É preciso quebrar o monopólio não só de direito, mas de fato", afirma. "Só assim será possível reduzir a força da corporação."

De acordo com Uebel, o quadro atual se deve também às decisões da Justiça do Trabalho, que garantem estabilidade no emprego aos funcionários de estatais, apesar de eles serem contratados pela CLT e poderem negociar aumentos salariais e benefícios por meio de acordo coletivo. "No poder público, isso não existe: ou você tem estabilidade e só pode criar benefícios e definir reajustes salariais por meio de lei ou não tem estabilidade e aí pode negociar tudo por meio de acordo coletivo."

Uma saída, para Uebel, seria realizar uma reforma administrativa que incluísse o corte dos privilégios existentes nas estatais, sujeitando seus funcionários às mesmas regras e aos mesmos princípios da administração pública direta.

Pazzianotto sugere que a Petrobras contrate "gente de fora" para conduzir as negociações trabalhistas com os sindicatos. "É uma forma de evitar possível conflito de interesses por parte de advogados da empresa, que se beneficiam do acordo coletivo ou de uma decisão favorável aos trabalhadores na Justiça."

Preço dos Combustíveis

Os sindicatos rejeitam, obviamente, a percepção de que os benefícios recebidos pelos funcionários sejam "privilégios". "A CLT é um piso", diz o presidente do Sindipetro de São José dos Campos (SP), Rafael Prado, secretário de comunicação da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros. "Isso não quer dizer que não seja possível negociar um acordo coletivo melhor."

Para Prado, os altos lucros da Petrobras justificariam os benefícios e salários recebidos pelos funcionários. "Isso precisa ser encarado dentro da realidade do setor de petróleo e gás. Como ele tem uma rentabilidade muito superior à média da economia, paga salários melhores", afirma. "Isso significa que parte da riqueza toda gerada no setor fica com os trabalhadores."

A questão é que, independentemente dos fartos benefícios e salários recebidos por seus funcionários, a Petrobras já lhes concede participação nos lucros. Oferece também um programa de bonificação baseado no desempenho individual e coletivo, que é outra forma de reconhecer o papel dos trabalhadores no negócio. "A fatia que fica com os trabalhadores é ínfima perto do lucro que eles produzem."

Com os preços dos combustíveis na estratosfera, a tentação de atribuir o problema aos privilégios e à remuneração generosa dos petroleiros é grande. Mas não dá para dizer, segundo ex-gestores da Petrobras, que o impacto nos preços seja significativo. O que se pode afirmar é que isso afeta a eficiência e a produtividade, assim como a capacidade de investimento e de pagamento de dividendos aos acionistas, inclusive a própria União. "Embora o custo de extração seja muito baixo, há uma estrutura pesada, que é muito cara. O custo de refino também é muito alto por causa disso", diz um ex-executivo da empresa. Não é pouca coisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça apresentou um pedido de vista (mais tempo para análise) durante o julgamento sobre a prescrição da pena do ex-ministro José Dirceu (PT) por corrupção passiva ao mediar contratos fraudulentos entre a Petrobras e a empresa Apolo Tubulars. A votação estava em curso nesta terça-feira, 22, na Segunda Turma da Corte.

Mendonça exigiu mais tempo para estudar o caso por causa da repercussão que o seu voto teria em outros casos similares. Segundo o ministro, o precedente apresentado pela defesa pode ecoar em outras matérias do mesmo tema. O julgamento foi interrompido com empate de um a um.

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O ex-ministro da Casa Civil durante o primeiro governo Lula recorreu ao Supremo da condenação na 13ª Vara Federal de Curitiba por recebimento de vantagens indevidas em contratos fraudulentos envolvendo a Petrobras. Conforme consta nos autos do processo, Dirceu teria se beneficiado de R$ 1,4 milhão de reais repassados por meio da utilização de duas aeronaves do empresário Júlio Gerin de Almeida Camargo - envolvido nas fraudes - em 113 viagens.

A defesa de Dirceu pediu ao Supremo o reconhecimento de expiração da pretensão de punir, pois, entre o cometimento do crime, em 2009, e o recebimento da denúncia, em 2016, teria transcorrido o prazo prescricional previsto em lei para o crime de corrupção passiva. Em 2017, Dirceu completou 70 anos, o que lhe garantiu o direito de redução pela metade do tempo de prescrição, que, neste caso, correspondia exatamente aos seis anos registrados entre o fato e a denúncia.

Antes de a sessão ser suspensa, o relator da ação, Edson Fachin, votou contra o pedido da defesa pela prescrição. Para o ministro, a alegação dos advogados não se sustenta porque ficou considerado em decisão anterior que Dirceu teria se beneficiado das práticas de corrupção entre novembro de 2011 e abril de 2012, o que em sua avaliação impediria a prescrição. "A situação parece-me permanecer inalterada, pois não haveria o transcurso do lapso de tempo necessário entre a consumação do delito e o recebimento da denúncia", afirmou.

O ministro Ricardo Lewandowski divergiu do relator ao defender que o prazo prescricional expirou depois que Dirceu completou 70 anos, fazendo com que o tempo de prescrição caísse de 12 anos para 6 anos. Para o ministro, é necessário contabilizar o período para a punição prescrever a partir da data da consumação do delito

"Neste contexto, entre a consumação do crime corrupção passiva, em 16 de outubro de 2009, e o recebimento de da denúncia, em 29 de junho de 2016, transcorreram mais de 6 anos de maneira que se operou a prescrição quanto ao delito", afirmou.

A Comissão de Infraestrutura (CI) aprovou nesta terça-feira (22) a realização de duas reuniões para tratar da gestão da Petrobras, em meio à alta do preço dos combustíveis. Uma delas ouvirá o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, a outra, audiência pública com especialistas do setor de petróleo. As datas ainda não foram anunciadas. 

Autor da maioria dos requerimentos relativos a essas audiências, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez questão de pedir ao presidente da CI, senador Dário Berger (MDB-SC), que o presidente da estatal seja ouvido "em uma sessão separada" dos demais especialistas. 

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"A Petrobras é estratégica. A declaração dele de viva voz é importantíssima. Se este presidente está demissionário ou não, cargos são cargos, e as pessoas que os ocupam devem explicar inclusive o que o antecessor fez, porque são decisões coletivas", argumentou Jean Paul, referindo-se às notícias de que o presidente Jair Bolsonaro cogita uma troca de comando na estatal. 

Somando-se os requerimentos de Jean Paul e do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), serão convidados para a audiência pública que debaterá a política de distribuição de dividendos da Petrobras: Rodrigo Araújo Alves, diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras; Rosângela Buzanelli Torres, conselheira representante dos trabalhadores da Petrobras; Eberaldo de Almeida Neto, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP); Eduardo Lucano, presidente da Associação Brasileira das Sociedades Anônimas de Capital Aberto (Abrasca); Carlos Ambrósio, presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima); Mário Dal Zot, presidente da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro); e Eduardo Moreira, economista. 

Linhão de Tucuruí

Por acordo anunciado durante a reunião entre os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR) e Jean Paul Prates, foi retirado requerimento de audiência pública para debater o PLP 275/2019, que declara a passagem de linhas de transmissão de energia por terras indígenas "de relevante interesse público da União". O projeto diz respeito à passagem do Linhão de Tucuruí pelas terras Waimiri Atroari, na divisa de Amazonas e Roraima, o que interligaria Roraima ao sistema elétrico nacional.  Pelo acordo, o projeto avançará na CI e a discussão sobre o mérito do projeto ocorrerá na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). 

"Hoje gastamos quase R$ 3 bilhões com óleo combustível. É uma vitória da racionalidade. É uma obra importantíssima. Esse é um problema de geopolítica", explicou Chico Rodrigues, ao justificar a urgência do projeto. 

Audiências Foram aprovados outros dois requerimentos de audiência pública: do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), para debater a atração de investimentos para o setor elétrico; e do senador Jayme Campos (DEM-MT), convidando Juliano Alcântara Noman, diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para falar dos "gargalos e desafios da malha aérea nacional". 

*Da Agência Senado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), usou o Twitter para reclamar da Petrobras nesta quinta-feira (17). Em publicação, Lira disse que dois componentes que influenciam no preço dos combustíveis baixaram e a estatal não reduziu os valores.

“O barril sobe e a Petrobras aumenta. O barril baixa e a Petrobras não reduz o preço?”, questionou.

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“É importante que a estatal recue o preço do aumento que deu porque o dólar está caindo e o barril está caindo, dois componentes que fazem parte da política de preços dos combustíveis”, escreveu, ainda, o presidente da Câmara.

Arthur Lira não é o único chefe do Legislativo a reclamar da alta dos combustíveis. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também falou sobre o assunto nessa quarta (16).

"Nós confiamos nesse senso patriótico e nessa responsabilidade social da diretoria da Petrobras para nos apresentar respostas e soluções para esse problema", disse o senador.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a criticar o aumento no preço dos combustíveis anunciado na semana passada pela Petrobras. Nesta quarta-feira, 16, o parlamentar disse a jornalistas que a estatal deveria recuar do aumento porque o preço do barril de petróleo no mercado internacional e o dólar estão caindo.

"Nós estamos com o petróleo baixando e o dólar baixo. E a cobrança é: a Petrobras agora vai baixar o combustível? O óleo diesel é mais barato fora (do País) do que aqui. Nós vamos ter redução de preço?", questionou Lira. "O barril baixou. O barril sobe, a gente aumenta. O barril baixa, a gente não baixa? Então, é importante que a Petrobras recue o preço e do aumento que deu, porque o dólar está caindo e o barril está caindo, são os dois componentes que fazem a política de preços da Petrobras", acrescentou.

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Ao ser questionado sobre o trabalho do general Joaquim Silva e Luna, que preside a estatal, Lira disse que não poderia avaliar porque não conhece os processos internos da Petrobras. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que existe a possibilidade de demissão de Silva e Luna.

Nesta segunda-feira, 14, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também criticou a Petrobras. Ele afirmou que a empresa tem "função social" e precisa participar do esforço para a redução do preço dos combustíveis no País.

Na semana passada, a Petrobras anunciou um aumento de 18,7% na gasolina, de 24,9% no diesel e de 16% no gás de cozinha, para recuperar uma defasagem em relação aos preços no mercado internacional.

Hoje, o contrato mais líquido do petróleo do tipo Brent, usado como referência pela estatal, fechou em baixa de 1,89% (US$ 1,89) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 98,02.

Um tripulante de um helicóptero com funcionários da Petrobras morreu após um pouso de emergência na baía de Camamu, na Bahia, na manhã desta quarta-feira (16). A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

A Petrobras não detalhou se o tripulante era funcionário da estatal ou prestava serviço. Outras 12 pessoas foram socorridas com ferimentos leves e receberam atendimento em Salvador.

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Segundo informações preliminares, o helicóptero fez um pouso forçado após chegar para aterrissar na Plataforma de Manati. A Petrobras disse lamentar o incidente e informou que uma comissão vai apurar as causas do ocorrido.

Em mais um sinal de distanciamento em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB, mas de mudança para o Republicanos) saiu em defesa do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e criticou a possibilidade de intervenção nos preços dos combustíveis. O governo estuda a criação de um subsídio para conter a disparada dos produtos.

De acordo com Mourão, Silva e Luna "é resiliente, sempre foi". "Como um bom nordestino, aguenta pressão", declarou o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto.

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No último sábado, 12, Bolsonaro voltou a criticar a política de preços da Petrobras, que anunciou um forte reajuste dos combustíveis na semana passada, e disse que qualquer um em seu governo pode ser trocado.

Mourão ainda se mostrou contrário a uma intervenção no valor cobrado pelos combustíveis no País. "Intervenção no preço é algo que a gente sabe como começa e o término sempre vai ser uma bagunça", declarou.

Preocupado com a escalada do preço dos combustíveis - e seu impacto eleitoral -, o Executivo trabalha a hipótese de criar um subsídio para os produtos, caso a guerra entre Rússia e Ucrânia perdure e continue a pressionar a cotação do petróleo no mercado internacional, repassada pela Petrobras aos consumidores, ainda que parcialmente.

"O governo está buscando soluções junto com o Congresso, mudança do cálculo do ICMS, questão de fundo para estabilização, a redução do PIS/Cofins a zero. Então, são soluções que estão sendo buscadas em um momento difícil do mundo que, uma vez solucionada a situação do conflito vivido entre a Rússia e a Ucrânia, a tendência é que o preço volte aos níveis anteriores", acrescentou o vice-presidente sobre o tema.

As mudanças no ICMS cobrado pelos Estados sobre os combustíveis foram aprovadas pelo Congresso na última quinta-feira e sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de sexta-feira. O chefe do Executivo, no entanto, considera as alterações insuficientes e já acenou com a possibilidade de zerar o PIS/Cofins incidente sobre a gasolina.

O aumento no preço da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras que a alta já chegaria nas distribuidoras nesta sexta-feira (11), gerou vários memes satirizando a situação pelos internautas. O valor do barril superou o patamar de US$ 115. O preço médio de venda da gasolina nas refinarias vai passar de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Já para o diesel, o preço médio vei de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.

Num vídeo, por exemplo, a influencer pede para o frentista colocar R$ 50 de álcool e ele espirra um pouco de álcool na mão dela. 

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Em foto aparece um sapo lendo um livro de “como fazer gasolina caseira….”.

Já uma outra imagem é de uma capivara dirigindo um carro e falando “trabalhar pra comprar combustível pra trabalhar”.

Ironizando a valorização no preço do combustível, outro meme mostra o preço da gasolina a R$ 8,43 e do diesel a R$ 8,13, em Parauapebas, no Pará. “Sejam como a gasolina em Parauapebas, valorizem-se”.

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Em áudio enviado nesta sexta-feira, 11, aos caminhoneiros abrigados na Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o diretor da entidade, Carlos Alberto Litti Dahmer, mostrou sua indignação com o aumento do preço de combustíveis anunciado ontem pela Petrobras e disse aos seus pares que "não dá pra ficar calado com esse abuso do preço do combustível". "Não podemos ficar de braços cruzados aceitando a um desmando desse tipo", disse e acrescentou: "A gente não pode se permitir não dar um grito de saída e aceitar isso calado como ovelha e boi manso. Precisamos fazer algum movimento".

No áudio, Dahmer não mencionou, em nenhum momento, a palavra greve, mas disse que a categoria precisa "fazer algum movimento". "Estou à disposição da luta, de que alguma coisa precisa ser feita, mas sozinho ninguém faz nada; precisamos ter mais participação e estou aberto e disposto a ouvir."

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Dahmer, que é caminhoneiro em Ijuí (RS), lembrou que, especialmente este ano, no Rio Grande do Sul, com a quebra de safra de grãos no Estado, "vai sobrar caminhão (para transportar os grãos), não vai ter mercado e muita gente vai sair da atividade, inclusive". Então, protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis é, para ele, "uma questão de sobrevivência". "Os que ainda restam na atividade que se deem as mãos para sair do atoleiro da areia movediça. Tem que reagir", finalizou.

O Procon-PE realizou uma fiscalização, na manhã desta sexta-feira (11), em postos de gasolina do Recife. O objetivo da ação foi verificar os preços praticados na venda de combustível ao consumidor, diante do aumento no valor anunciado pela Petrobras.

Durante a ação, os fiscais entregaram aos donos dos estabelecimentos uma notificação para que apresentem as notas fiscais com os preços da compra do combustível nas distribuidoras, e com os da venda ao público consumidor. O órgão quer saber se os postos já vinham comprando o produto com aumento praticado pela distribuidora antes do anúncio oficial.   

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Entre os bairros visitados estão Pina e Boa Viagem, na Zona Sul, e Tamarineira e Casa Forte, na Zona Norte. O Procon afirma que tomará as medidas cabíveis de autuação e aplicação de multa caso seja constatada alguma irregularidade. O consumidor que quiser denunciar irregularidades pode ligar para o 0800.282.1512.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Fertilizantes (Fecombustíveis) calcula que, com o aumento anunciado pela Petrobras, que passa a vigorar nesta sexta-feira (11), a gasolina nos postos de abastecimento deve subir para média de R$ 7,02 o litro no País, contra a média atual de R$ 6,57 por litro. Já o diesel vai subir para uma média de R$ 6,48 o litro, contra a média atual de R$ 5,60 o litro.

Os cálculos levam em conta o Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) que, a partir da sexta-feira, a gasolina será reajustada em 18,7%; o diesel, em 24,9% e o Gás Natural Liquefeito (GLP), 16% nas suas refinarias.

Após quase dois meses com os preços congelados, e em meio a pressões para não trazer a volatilidade do mercado externo para o Brasil, a Petrobras anunciou que vai aumentar a gasolina em 18,7%; o diesel, em 24,9%; e o gás de cozinha em 16%, reduzindo assim a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%.

"Após 57 dias, a Petrobras fará ajustes nos preços de gasolina e diesel. E, após 152 dias, a Petrobras ajustará preços de GLP", informou a empresa em nota.

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A partir da sexta-feira (11), o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro.

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro.

Para o GLP, a partir da sexta, o preço médio de venda para as distribuidoras, passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.

"Esse movimento da Petrobras vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda", disse a empresa em nota, referindo-se aos aumentos promovidos este ano pela Acelen, controladora da refinaria de Mataripe, na Bahia, única refinaria vendida pela Petrobras até o momento, e que estão 27% acima do preço da estatal.

A Petrobras informou ainda, que apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo.

"Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento", explicou a companhia.

O governo indicou o nome de Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. O anúncio foi feito neste sábado (5) à noite, por meio de fato relevante enviado pela estatal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

“A Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras informa que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia com oito indicações para o Conselho de Administração e quatro indicações para o Conselho Fiscal da Companhia, e ofício da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Economia com duas indicações para o Conselho Fiscal da Companhia, para deliberação na Assembleia Geral Ordinária de 13 de abril de 2022”, informou a estatal. 

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O nome de Landim vem logo no topo da lista, com os demais nomes indicados. Em seguida, é publicado um currículo de cada candidato: “O Sr. Luiz Rodolfo Landim Machado é graduado em engenharia civil com especialização em obras hidráulicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), com pós-graduação em engenharia de petróleo pela Petrobras (1980) e pela Universidade de Alberta (1985) e em administração de negócios pela Universidade de Harvard (1994)”. 

Landim ingressou na Petrobras em 1980, onde trabalhou por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração & Produção, incluindo superintendente de Produção da Região de Produção do Nordeste, superintendente do Distrito de Produção da Área Norte, gerente geral de Exploração e Produção da Bacia de Campos e gerente executivo de Exploração e Produção das regiões Sul e Sudeste. 

Entre 2000 e 2003, foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural. Entre 2003 e 2006 foi presidente da Petrobras Distribuidora S.A. – BR. 

Após sair da Petrobras, atuou como diretor geral da MMX Mineração e Metálicos S.A. (2006 a 2008), fundador e posteriormente CEO da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (2008 a 2009) e CEO da OSX Brasil S.A. (2009-2010).  Desde 2019 é presidente do Clube de Regatas Flamengo.

O presidente Jair Bolsonaro deve nomear Rodolfo Landim para a presidência do conselho de administração da Petrobras. A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo Estadão com um auxiliar direto do chefe do Poder Executivo.

Landim é um engenheiro da área de petróleo, mas tem notoriedade hoje por comandar o Flamengo. De acordo com relatos de um ministro, que pediu anonimato, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, teve papel essencial na escolha do dirigente esportivo para o cargo de destaque na estatal.

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O atual chefe do conselho de administração da empresa petrolífera, Eduardo Bacellar Leal Ferreira confirmou, neste sábado (5), à agência Reuters que vai sair do cargo. Ele citou como motivo o fato de querer dedicar mais tempo para a família. A troca deve ser oficializada na segunda-feira (7).

O presidente do Flamengo, que precisará sair do comando do clube, é um dos nomes do mundo esportivo mais próximos do governo federal. Ele já foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto e também recepcionou Ciro Nogueira e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, em uma visita à sede do time no ano passado, no Rio. Landim foi reeleito no final de 2021 como presidente do time e sua gestão iria até 2024.

Em janeiro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se reuniu com o presidente do Flamengo no Rio de Janeiro. Na ocasião, a agenda surpreendeu jornalistas, que questionaram o motivo do encontro ao MME. A pasta, no entanto, não se manifestou na ocasião.

Não é a primeira vez que Landim assume um cargo na Petrobras. De 2003 a 2006, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o dirigente esportivo foi presidente da BR Distribuidora.

No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia para que o presidente do time e outras quatro pessoas respondessem por gestão fraudulenta. O caso, que é um desdobramento da Operação Greenfield, indica que os alvos teriam causado prejuízos a fundos de pensão.

A mudança no comando do conselho acontece em meio às reiteradas críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras. O modelo atual, que passou a ser adotado em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), atrela os preços à cotação do petróleo no mercado internacional. A política tem provocado um aumento dos preços dos combustíveis, o que provoca receio em Bolsonaro de perder apoio popular durante um ano eleitoral.

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