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A Câmara dos Deputados pode votar, nesta quinta-feira (2), o projeto do novo Código Eleitoral (Projeto de Lei Complementar 112/21). A proposta consolida toda a legislação eleitoral e resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um único texto.

Também pela manhã, a relatora do projeto, deputada Margarete Coelho (PP-PI), e diversos líderes e deputados farão uma reunião com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para definir como será a tramitação da matéria e a abrangência do texto que irá a voto.

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O projeto foi apresentado pelo grupo de trabalho composto por representantes de diversos partidos e instituído para analisar o assunto.

Com cerca de 900 artigos, uma das inovações na legislação é a autorização da prática de candidaturas coletivas para os cargos de deputado e vereador (eleitos pelo sistema proporcional). Esse tipo de candidatura caracteriza-se pela tomada de decisão coletiva quanto ao posicionamento do eleito nas votações e encaminhamentos legislativos.

Segundo o texto, o partido deverá autorizar e regulamentar essa candidatura em seu estatuto, mas a candidatura coletiva será representada formalmente por apenas uma pessoa.

Imposto de Renda

Para esta quinta-feira também está pautada a votação dos destaques apresentados pelos partidos ao projeto de lei da reforma tributária do Imposto de Renda (PL 2337/21, do Poder Executivo). A proposta reajusta a faixa de isenção para fins de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), institui a cobrança do tributo sobre lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a acionistas, diminui o Imposto de Renda das empresas e cancela alguns benefícios fiscais.

Todas as medidas têm efeito a partir de 1º de janeiro de 2022, em respeito ao princípio da anterioridade, segundo o qual as mudanças em tributos devem valer apenas para o ano seguinte.

Segundo o substitutivo do relator, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), a faixa de isenção do IRPF passa de R$ 1.903,98 para R$ 2.500 mensais, correção de 31,3%. Igual índice é usado para reajustar a parcela a deduzir por aposentados com 65 anos ou mais.

Já o imposto das pessoas jurídicas cai de 15% para 8%; e a Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) baixa em 1 ponto percentual, condicionada ao aumento da contribuição sobre exploração de recursos minerais (CFEM) em 1,5 ponto percentual.

Autoridade nuclear

Em pauta também está a Medida Provisória 1049/21, que cria um órgão para monitorar, regular e fiscalizar as atividades e instalações nucleares no Brasil a partir do desmembramento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) será uma autarquia federal e assumirá essas e outras atribuições da comissão a partir de estrutura a ser definida pelo Executivo.

Entre as atribuições da ANSN estão estabelecer normas sobre segurança nuclear e proteção radiológica; controlar os estoques e as reservas de minérios nucleares; conceder autorizações para a transferência e o comércio de minerais radiativos; e licenças para usinas nucleares e reatores de pesquisa.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu impor prazo de uma semana para que o edital do 5G volte para a análise do plenário. Etapa fundamental para marcar uma data para o leilão, o processo seria votado pela corte de contas nesta quarta-feira, 18. O relator, Raimundo Carreiro, recomendou a aprovação do edital e recebeu dois votos favoráveis, os de Wallton Alencar e Augusto Nardes. Mas, em seguida, o ministro Aroldo Cedraz pediu vista do processo, algo que, tradicionalmente, interromperia o julgamento - o que não ocorreu hoje.

Mesmo com o pedido de vista, a presidente do TCU, ministra Ana Arraes, manteve a sessão aberta, e permitiu que outros quatro ministros - Bruno Dantas, Vital do Rêgo, Jorge Oliveira e Marcos Bemquerer - antecipassem seus posicionamentos. Ao final, foram sete votos a favor do edital e um pedido de vista, já que Ana Arraes não vota, a não ser em caso de empate.

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A formação de maioria em nada influenciaria a decisão de Cedraz. Regimentalmente, ele teria, no mínimo, 20 dias para trazer seu voto e, no limite, até 60 dias. Inicialmente, ele havia pedido os 60 dias a que tem direito. Pressionado pelos colegas, Cedraz não escondeu o incômodo e se comprometeu a trazer seu voto para discussão em 30 dias.

O debate, no entanto, prosseguiu, e veio do ministro Jorge Oliveira, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, a proposta para reduzir ainda mais esse tempo e determinar o retorno do assunto em plenário já na próxima semana.

A presidente do TCU, ministra Ana Arraes, chegou a declarar a sessão encerrada, mas mudou de ideia e submeteu o pedido de Jorge Oliveira à votação da maioria. Novamente, sete ministros votaram a favor dessa proposta, os mesmos que já haviam anunciado apoio ao voto do relator, isolando o autor do pedido de vista, Aroldo Cedraz.

Cedraz disse que acataria a decisão, mas manifestou "indignação" com a pressão. "Eu acolho naturalmente o que está sendo discutido e votado, mas não posso deixar de registrar minha indignação", disse. Antes, ele já havia dito que o edital do 5G estava fragilizado, já que houve pouco tempo para analisar o documento e diversos apontamentos dos técnicos acabaram não sendo acatados pelos ministros.

A área técnica pediu, por exemplo, que dois dos investimentos propostos pelo governo como contrapartida às teles pelo uso da faixa fossem excluídos do edital, por serem ilegais e representarem uma tentativa de driblar o teto de gastos - a rede privativa de comunicações, de uso exclusivo do governo, e um projeto para conectar regiões isoladas do Norte do País por meio de infovias. Para os técnicos, ambos deveriam ser executados por licitação e com recursos do Orçamento, e não por uma entidade privada a ser constituída pelos vencedores do leilão.

"O TCU não pode aceitar esse rolo compressor", afirmou Cedraz. Ele não citou nomes, mas deixou implícito que se referia ao ministro das Comunicações, Fabio Faria, que tem pressa em realizar a disputa até o fim deste ano e reclamou publicamente do TCU em ocasiões anteriores.

Em sua declaração de voto, Cedraz repudiou críticas de que o TCU havia contribuído para o atraso do 5G no País. "Em primeiro lugar, porque é função constitucional desta Corte assegurar a legalidade dos procedimentos e a adequação dos preços adotados em licitações para outorga de autorizações de uso de frequências de telecomunicações, e não poderíamos jamais nos omitir diante das impropriedades apontadas de forma minuciosa pela unidade instrutiva", disse.

"Ademais, é preciso considerar que o verdadeiro atraso seria permitir o prosseguimento da licitação nos moldes propostos, visto que, nessa hipótese, estaríamos condenando o Brasil e os cidadãos brasileiros a conviverem por mais 20 anos com serviços de telecomunicações caros e de baixa qualidade, desperdiçando em definitivo as oportunidades para o desenvolvimento econômico e social oferecidas pelo novo paradigma tecnológico das redes 5G."

Ainda há dúvidas sobre como se darão os próximos passos do leilão do 5G. Na avaliação do ministro Bruno Dantas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pode, desde já, publicar o edital, e fazer os ajustes propostos pelo TCU em seguida.

Na Anatel, porém, não há certeza sobre essa interpretação. O mais comum é que o órgão regulador aguarde a conclusão da fiscalização do TCU para acatar todas as sugestões da corte de contas antes de publicar o edital.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), decidiu levar para o plenário da Câmara a discussão sobre o voto impresso mesmo após o projeto ter sido derrotado em comissão especial nesta quinta-feira, 05, por 23 a 11. Segundo Lira, a disputa em torno desse tema "infelizmente, já foi longe demais" e somente com a votação em plenário "teremos uma decisão inquestionável e suprema".

"Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir", afirmou Lira.

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O deputado convocou a imprensa para um pronunciamento sem permitir questionamentos. O partido de Lira votou a favor do voto impresso, uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro. O PP havia se comprometido com outras legendas a derrubar a proposta, mas mudou de posição após o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), ser nomeado por Bolsonaro como ministro da Casa Civil na última quarta-feira.

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem ameaçado a realização do pleito em 2022 caso o Congresso não restabeleça o voto em papel. Nesta sexta-feira, 6, Bolsonaro xingou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, de "filho da p...". O ministro se tornou o maior alvo do mandatário pela defesa do voto eletrônico. Como revelou o Estadão, o próprio Lira recebeu um recado de um interlocutor do ministro da Defesa, Braga Netto, e de comandantes militares ameaçando as eleições.

"Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se. Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema porque o plenário é nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia. E vamos deixá-lo decidir. Esta é a minha decisão", comunicou.

O governo tenta construir um meio termo para a proposta ter maior aceitação entre os deputados. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR) avalia que não tem necessidade de todas as urnas terem o dispositivo que imprime o voto e que isso poderia ser aplicado em apenas uma porcentagem representativa.

"A ideia é fazer por amostragem. Como sempre que achei fosse, nunca achei que ia ter todas as urnas com voto impresso porque não tem nenhuma necessidade disso", afirmou.

Para justificar a ideia, Barros citou o exemplo das pesquisas eleitorais. "Se você pensar estatisticamente, você faz uma pesquisa de intenção de voto do Brasil com 2 mil entrevistas para quase 200 milhões de eleitores".

O deputado do Paraná ressaltou que a alternativa ainda não está fechada e precisa ser debatida. "Isso também é uma construção que pode acontecer e pode não acontecer. Estamos conversando. A ideia é chegar em um entendimento."

A proposta é criticada por especialistas e pelo próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, que enxerga um retrocesso no sistema eleitoral do País. Essa postura do magistrado fez dele o alvo principal dos ataques do presidente Jair Bolsonaro nos últimos tempos. Nessa escalada de críticas, Bolsonaro afirmou nesta semana que sua luta não é contra o TSE ou o STF, mas apenas contra Barroso, que, segundo ele, "se arvora como o dono da verdade".

'Botão amarelo'

Lira (PP-AL) voltou a falar sobre o "sinal amarelo", um recado indireto sobre seu papel institucional na vigilância da democracia no seu pronunciamento feito hoje, quando anunciou que levará a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso para ser votada no plenário da Casa, pelos 513 deputados e não apenas na comissão especial.

"O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento. Vinte e quatro horas atento. Todo tempo é tempo. Mas tenho de certeza que continuarei pelo caminho da institucionalidade, da harmonia entre os poderes e da defesa da democracia. O plenário será o juiz dessa disputa que já foi longe demais", disse Lira.

Ele já havia citado esse "sinal amarelo" em março deste ano, no dia em que o País ultrapassou a marca de 300 mil mortes provocadas pela covid-19 e após o presidente Jair Bolsonaro insistir em recomendações contrárias a diretrizes científicas. Sem citar a palavra impeachment, Lira disse, no dia 24 de março, que "os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos; alguns, fatais".

O próprio deputado deixou claro para quem o seu recado era direcionado. "Dirijo-me a todos que conduzem os órgãos diretamente envolvidos no combate à pandemia", afirmou ele. "Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o País se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a ser praticados", afirmou também naquele dia.

O ex-juiz Sérgio Moro utilizou a sua conta do Twitter para se posicionar sobre a decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou que ele foi parcial ao condenar o ex-presidente Lula, no caso do Triplex do Guarujá. 

"Os votos dos ministros Fachin, Barroso, Marco Aurélio e Fux, não reconhecendo vícios ou parcialidade na condenação por corrupção do ex-presidente Lula, correspondem aos fatos ocorridos e ao Direito. Nunca houve qualquer restrição à defesa de Lula, cuja culpa foi reconhecida por dez juizes", escreveu Moro.

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Por 7 votos a 4, o STF decidiu nesta quarta-feira (23), manter a decisão que reconheceu a parcialidade do ex-juiz na condução do processo do triplex envolvendo o ex-presidente na Operação Lava Jato. 

Com isso, o caso deve retornar à estaca zero, com as provas já colhidas não podendo ser utilizadas em um eventual novo julgamento do ex-presidente pela Justiça Federal do Distrito Federal, que ficou responsável pelas investigações. 

A votação do plenário começou em abril deste ano e, mesmo com maioria formada para manter a decisão, o julgamento foi interrompido após o ministro Marco Aurélio fazer um pedido de vista, conseguindo mais tempo para analisar os fatos.

As votações retomaram nesta quarta (23), com o decano votando contra a manutenção da decisão da Segunda Turma. 

Luiz Fux, presidente da Corte, também votou contra a decisão da turma. Na votação que ocorreu em abril, os ministros Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber já haviam votado pela manutenção da decisão da 2ª Turma.

Nesta segunda-feira (21), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu as convocações de nove governadores para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A liminar ainda deve ser analisada pelo plenário do Supremo.

A decisão da ministra deixa em aberto a possibilidade de os governadores irem depor voluntariamente quando chamados pela Comissão. “Pelas razões expostas, defiro o pedido de medida cautelar, ad referendum do Plenário desta Corte – e para tanto estou a solicitar, nesta mesma data, ao Presidente do STF, a inclusão desta ADPF em sessão virtual extraordinária -, suspendendo as convocações dos Governadores de Estado realizadas no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Senado Federal (CPI da Pandemia), sem prejuízo da possibilidade do órgão parlamentar convidar essas mesmas autoridades estatais para comparecerem, voluntariamente, a Reunião da Comissão a ser agendada de comum acordo”, determinou Weber.

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Deputados lamentaram a morte do humorista Paulo Gustavo, que faleceu ontem, aos 42 anos, em decorrência da Covid-19. Ele passou quase dois meses internado por conta da doença, mas não resistiu às complicações.

Nas redes sociais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prestou as homenagens em nome da Casa assim que foi divulgada a notícia da morte de Paulo Gustavo. “Em nome da Câmara, manifesto a minha solidariedade e a de todos deputados aos familiares e amigos do ator Paulo Gustavo. Sua obra e seu talento conquistaram a alegria e a admiração de todos e sua partida, tão cedo, deixa enorme tristeza, vazio e dor no coração dos brasileiros”, disse Lira.

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O fato dominou a fase de breves comunicações do Plenário da Câmara. O deputado Leo de Brito (PT-AC) lamentou a perda. “De todas as mais de 410 mil mortes que nós tivemos no País, talvez esta tenha sido a que gerou a maior comoção no nosso País”, afirmou. Para ele, é importante que a morte do artista não tenha sido em vão.

O deputado Rafafá (PSDB-PB) mandou condolências à família de Paulo Gustavo e de todos os familiares de vítimas da Covid-19. “Eu defendo que haja mais vacina no nosso País para que as pessoas não morram mais”, disse.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que a morte de Paulo Gustavo lhe trouxe tristeza e indignação. “Não só com o número crescente de vítimas pela pandemia, mas pela total incompetência de lidar com a pandemia por parte deste governo”, lamentou. Ela afirmou que a pandemia tirou, junto com a morte do humorista, sentimentos que são do povo brasileiro. “A vontade de viver, a vontade de sorrir, a vontade de amar”, lamentou.

O deputado General Girão (PSL-RN) afirmou que não é possível atribuir as perdas ao presidente da República. Ele afirma que há má-gestão dos governadores. “É lamentável ouvir repetidos discursos de pessoas que querem atribuir as perdas humanas, que lamentamos muito, ao Presidente da República”, disse.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) lembrou que Paulo Gustavo se foi um ano após a morte de outro grande artista brasileiro pela Covid-19, Aldir Blanc. “Choramos porque a alegria se vai, quando se vai Paulo Gustavo; choramos por Aldir Blanc, mas sofremos e choramos por cada brasileiro e brasileira”, disse. Ela destacou ainda a questão social dos órfãos da pandemia. “Quem responderá aos filhos e filhas do Brasil?”, questionou.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) e as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Alice Portugal (PCdoB-BA) também se uniram às homenagens ao ator.

 

 

O Supremo Tribunal Federal julgará a partir do próximo dia 16 ações de quatro partidos contra decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro para flexibilizar o porte de armas no País. O processo está sob relatoria da ministra Rosa Weber, que pautou o caso para discussão no plenário virtual da Corte.

Na semana passada, o PSB, um dos autores das ações, alertou Rosa sobre a iminência das medidas entrarem em vigor na próxima segunda, 12. A legenda afirmou que os decretos podem levar a um aumento de crimes violentos, como homicídios e feminicídios. "É urgente que o STF contenha essa política armamentista antes que seja tarde demais", afirmou o partido. A Rede, o PT e o PSOL também questionam os dispositivos.

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As mudanças promovidas por Bolsonaro em fevereiro elevaram o número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo (subiu de quatro para seis unidades), permitiram o porte nacional de armas e também abriram a possibilidade de substituição do laudo de capacidade técnica - exigido por lei - por um 'atestado de habitualidade' emitido por clubes de tiro.

O Planalto alega que as mudanças foram pensadas para 'desburocratizar procedimentos' e evitar 'entraves desnecessários' à prática do tiro desportivo. "Para se conseguir comprar uma arma de fogo é necessário 'investir tempo e dinheiro', sendo que levam meses até se conseguir todos os registros e autorizações necessários", escreveu a Secretaria-Geral da Presidência, em ofício enviado ao Supremo pela AGU.

No mês passado, o procurador-geral da República Augusto Aras propôs uma audiência pública no Supremo para discutir o tema. "Presta-se, pois, a dois propósitos: primeiro, subsidiar a Corte com informações técnicas sobre as questões em análise; e segundo, propiciar que tais informações sejam exaustivamente debatidas e questionadas pelos atores participantes das audiências", argumentou Aras.

VEJA ALGUMAS MUDANÇAS CONTESTADAS:

Decreto nº 10.627

Exclusão de uma série de itens da lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE); permissão para a prática de tiro recreativo de natureza não esportiva, com arma do clube ou do instrutor.

Decreto nº 10.628

Aumento do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo de quatro para seis unidades.

Decreto nº 10.629

Possibilidade de substituir o laudo de capacidade técnica - exigido pela legislação para colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) - por um 'atestado de habitualidade' emitido por clubes ou entidades de tiro; autorização para CACs comprovarem aptidão psicológica com laudo fornecido por qualquer psicólogo com registro ativo em Conselho Regional de Psicologia, sem exigência de credenciamento pela Polícia Federal.

Decreto nº 10.630

Permissão para o porte de duas armas simultaneamente; porte passa a ter validade nacional.

O plenário da Câmara dos Deputados concluiu, no início da madrugada desta quinta-feira (11), a votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição 186/19, chamada de PEC Emergencial, que permite ao governo federal pagar um auxílio emergencial este ano com R$ 44 bilhões por fora do teto de gastos.

A PEC determina também maior rigidez na aplicação de medidas de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários.

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Ao fim da sessão, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), convocou sessão extraordinária para as 10h de hoje a fim de votar a proposta em segundo turno.

Texto base

Na madrugada dessa quarta-feira (10) por 341 votos a favor, 121 votos contrários e 10 abstenções, o texto-base da PEC Emergencial já havia sido aprovado, restando analisar e votar dez destaques apresentados ao texto.

*Com informações da Agência Câmara

Na última sessão de 2020, o Plenário da Câmara aprovou sete projetos ligados ao enfrentamento à pandemia de Covid-19, apoio a setores econômicos, desburocratização e cidadania.

Um deles já seguiu para sanção presidencial. Trata-se do PL 5029/20, que aumenta os recursos da União no Fundo Garantidor de Operações. Na prática, a medida amplia o volume de recursos disponíveis para empréstimos no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O dinheiro virá do Programa Emergencial de Suporte a Empregos.

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Outras propostas aprovadas pela Câmara ainda serão analisadas no Senado. Os deputados aprovaram o chamado Fiagro (PL 5191/20), um conjunto de Fundos de Investimento de Cadeias Produtivas Agroindustriais. A intenção é ampliar os instrumentos de financiamento privado da produção agrícola e reduzir a dependência do setor em relação aos recursos públicos.

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Desburocratização

Dois projetos aprovados tratam de desburocratização. O primeiro (PL 1422/19) torna o CPF o único registro geral em todo o País. Assim, o número do cadastro de pessoa física passará a ser usado em documentos como as carteiras de trabalho, de habilitação e nas certidões, como as de nascimento, casamento e óbito.

O outro projeto (PL 7843/17) trata da ampliação dos serviços públicos informatizados. Os órgãos que emitem atestado, certidões, diplomas e outros documentos legais deverão usar o meio digital, com validação feita por meio de assinatura eletrônica.

Consumidor e filantrópicas

Os deputados ainda aprovaram uma proposta (PL 5675/13) para deixar claro, no Código de Defesa do Consumidor, que a prova de que produtos e serviços são próprios para consumo e uso cabe exclusivamente aos fornecedores.

Também foi aprovada a prorrogação, até 31 de dezembro, da suspensão da obrigatoriedade de metas de qualidade e de quantidade que os prestadores de serviço têm com o Sistema Único de Saúde (PL 2809/20). Além de beneficiar os parceiros do SUS durante a pandemia de Covid-19, o texto trata de requisitos para a renovação do certificado de entidade filantrópica.

Parcerias

O Plenário aprovou ainda novas regras para parcerias, durante a pandemia, entre o setor público e as entidades do chamado terceiro setor, como as ONGs (PL 4113/20). De acordo com o texto, poderão ser legalizados casos de suspensão parcial ou integral de atividades decorrentes da pandemia.

Também foi aprovado o texto-base do novo marco legal do câmbio, que ainda poderá ser alterado por meio de destaques; e a lista de integrantes da Câmara na comissão representativa do Congresso Nacional, que atuará durante o recesso parlamentar.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

 

 

 

Em campos opostos na disputa pelo comando da Câmara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), tiveram um duro embate na manhã desta quinta-feira, 17, numa prévia da queda de braço prevista para fevereiro, quando deputados escolherão quem vai chefiar a Casa nos próximos dois anos. Maia foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de tentar se reeleger, mas pretende lançar um candidato para enfrentar Lira.

O bate-boca foi motivado pelo fato de Maia ter iniciado pela manhã as votações na Câmara, ignorando que o Congresso teria sessão no mesmo horário para votar projeto de interesse do governo. Não é possível que as duas sessões ocorram simultaneamente. "Não fui comunicado ontem da sessão do Congresso por ninguém. O presidente do Congresso não me ligou, ninguém do governo me ligou, nenhum líder me ligou", argumentou o deputado.

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Lira, que conta com o apoio do Palácio do Planalto para suceder Maia e nos últimos meses tem atuado como um líder informal do governo, apelou para que a sessão da Câmara fosse cancelada. "A pauta do Congresso tem um item. A da Câmara tem 26 itens, 30 itens, 40 itens, não temos mais o controle. A pauta da Câmara fugiu do controle do colégio de líderes. É um apelo que faço", disse ele, reclamando com Maia de também não ser avisado previamente sobre o que vai ser votado. "Vários deputados, inclusive eu, não temos sido comunicados de inclusão de pautas há muito tempo nesta Casa", afirmou Lira.

Maia insistiu no argumento. "Deixa eu terminar que o senhor vai entender (...) Eu só fui comunicado hoje pela manhã. Toda vez que tem sessão do Congresso...", disse, sendo interrompido por Lira: "Como não foi comunicado? A pauta foi publicada", rebateu o líder do Centrão.

Pouco antes, o deputado Giovani Cherini (PL-RS), aliado de Lira, disse que Maia estava sendo autoritário ao não encerrar a sessão para permitir a reunião do Congresso. "O senhor não é o dono da Câmara nem o rei. O senhor precisa ouvir os deputados, os partidos. Vamos conversar, presidente. Não podemos fazer beicinho. Político que faz beicinho não é político", disse Cherini, em participação virtual no plenário, aparecendo por vídeo de dentro de um carro. "O senhor está no carro e eu estou no plenário trabalhando", rebateu Maia que depois pediu desculpas pela fala.

O debate seguiu por alguns minutos até Maia concordar em votar apenas uma medida provisória na Câmara e, em seguida, liberar o plenário para a sessão do Congresso.

Lira tem atualmente o apoio de dez partidos para a presidência da Câmara na disputa agendada para 1º de fevereiro. Já Maia, tenta unir a oposição com um bloco de seis partidos para lançar um candidato ainda indefinido entre os nomes de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP).

O Congresso Nacional oficializou a decisão de levar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para votação diretamente no plenário. Uma sessão será convocada para o próximo dia 16. Além disso, o Legislativo abriu o prazo para os parlamentares apresentarem emendas ao projeto. O cronograma e o limite de alterações que cada congressista poderá propor, porém, ficaram reduzidos em relação a anos anteriores.

Com a decisão de abrir um prazo para emendas, a cúpula do Legislativo tenta afastar o "fantasma" do shutdown. Sem a Comissão Mista de Orçamento (CMO), a possibilidade de uma discussão mínima sobre alterações no projeto era uma condição para líderes partidários concordarem em votar a lei diretamente no plenário. Se a LDO não for aprovada ainda neste ano, o governo fica sem autorização para realizar despesas básicas em janeiro, como salários e aposentadorias.

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Conforme ato publicado em edição extra do Diário do Congresso nesta sexta-feira, 4, os parlamentares terão cinco dias úteis para apresentar emendas na tentativa de sugerir mudanças. Ou seja, o prazo termina na próxima sexta-feira, 11. A sessão do Congresso, no próximo dia 16, será dividida em duas etapas, uma para deputados e outra para senadores. O senador Irajá Abreu (PSD-TO), acusado por estupro de uma modelo no último dia 22, foi oficialmente designado como relator do projeto. O parlamentar nega a acusação.

O prazo de cinco dias é menor do que o previsto anteriormente, de 11 dias corridos. Além disso, não haverá um período entre o preliminar e o parecer final ao projeto, o que geralmente ocorre na Comissão Mista de Orçamento. A decisão, assinada pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é justificada pela pandemia de covid-19, pela não instalação da CMO e pela necessidade de votar o projeto.

O número de emendas que cada parlamentar poderá apresentar para as prioridades e metas do Executivo também ficou menor: duas para cada bancada estadual e uma por congressista. O texto do governo estabelece a primeira infância e os investimentos em andamento como itens prioritários. No ano passado, o limite foi de três emendas por bancada, três por congressista e ainda duas para cada comissão da Câmara e do Senado. Desta vez, as comissões, sem funcionamento durante o período de sessões remotas, ficaram de fora.

Deputados e senadores geralmente tentam alterar a LDO para garantir que o governo aplique recursos em determinadas áreas. Se o Executivo resolver retomar a meta fixa de resultado primário em 2021, por exemplo, o que exigirá contingenciamento ao longo do ano, os parlamentares devem definir quais áreas do governo não poderão ter bloqueio de recursos. No projeto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro, a área militar foi priorizada entre as despesas livres de corte.

Além disso, outra alteração que o Congresso deve fazer é incluir as emendas do relator-geral do Orçamento e das comissões nas despesas com pagamento obrigatório pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, assim como ocorreu no ano passado. Na prática, a estratégia deve aumentar o volume de recursos que o Executivo gastará para atender a interesses de redutos eleitorais dos congressistas. O texto do governo prevê apenas o pagamento das emendas individuais, indicadas por cada deputado e senador, e das emendas de bancadas, indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado. Na Lei Orçamentária Anual (LOA), as emendas parlamentares totalizam R$ 16,3 bilhões. Com a alteração na LDO, o valor poderá ficar maior.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a decisão do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso que suspendeu as eleições municipais em Macapá, um dos 13 municípios do Amapá que sofrem com problemas de fornecimento de energia, "até que se restabeleçam as condições materiais e técnicas para a realização do pleito, com segurança da população". O colegiado decidiu, no entanto, acrescentar à decisão a indicação que o processo eleitoral deve ser concluído ainda este ano, até o dia 27 de dezembro.

A decisão dada por Barroso, na noite desta quarta-feira (11), foi submetida ao referendo do Plenário do TSE logo no início da sessão realizada na manhã desta quinta (12). Barroso destacou trechos de sua decisão, entre eles a indicação de que conversou com o Diretor-Geral da Polícia Federal, com o Diretor-Geral da Abin e com o Estado-Maior da Brigada da Foz, sediada em Macapá, e constatou que havia "consenso acerca dos riscos da realização das eleições neste domingo, em razão da instabilidade do fornecimento da energia, do aumento expressivo da criminalidade e mesmo sinais de convulsão social".

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"No caso em exame, parece fora de dúvida que os riscos apontados pelas autoridades competentes justificam o adiamento das eleições para data em que o exercício do voto possa se dar em ambiente de segurança e tranquilidade. À vista do quadro geral noticiado no presente processo, não é legítimo exigir que a população de Macapá compareça às urnas neste próximo domingo, dia 15 de novembro", registra a ementa da decisão de Barroso.

Ao apresentar o caso ao Plenário do TSE, o presidente da corte afirmou que o adiamento das eleições pareceu a medida mais prudente para proteção dos eleitores, dos mesários e da rigidez do processo eleitoral. Como mostrou o Estadão, Barroso consultou os demais ministros do TSE sobre o caso na noite desta quarta. Na sessão desta manhã, o presidente da Corte disse que houve "informalmente uma sessão extraordinária por telefone".

Durante a sessão, os ministros Renato Brill de Goés e Alexandre de Moraes manifestaram preocupações sobre novas datas das eleições. O primeiro sugeriu que o TSE determinasse ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá que já fixasse as novas datas para o pleito. O ministro Luís Roberto Barroso, no entanto, lembrou sobre alguns possíveis problemas da medida e destacou: "Não me parece bem fixar datas agora, porque acho pior ter que remarcar depois. De modo que prefiro fixar definitivamente quando tivermos uma posição do Tribunal Regional Eleitoral e das autoridades de segurança pública. Acho que o dia 27 de dezembro é o nosso marco", registrou.

Já Alexandre de Moraes frisou que o Tribunal Superior Eleitoral deveria deixar claro, independente das datas, que as eleições de primeiro e segundo turno em Macapá devem ser realizadas este ano. "De maneira alguma, nós devemos deixar aberta qualquer janela, qualquer possibilidade, para que haja uma prorrogação de mandato, para que este ano termine sem eleições. Eu reconheço a aleatoriedade das circunstâncias, o problema de segurança pública, mas gostaria de salientar que, se esse problema de segurança pública permanecer até o ano que vem, é caso de intervenção estadual em Macapá ou até seria caso de intervenção federal no Estado do Amapá", disse o ministro.

Após as ponderações, Barroso afirmou que acrescentaria à decisão de ratificação a orientação de que, até no máximo o dia 27 de dezembro, o processo eleitoral deve estar concluído.

Disputa

Durante a sessão plenária, os ministros também comentaram sobre a disputa política em Macapá. Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada nesta quarta-feira, Josiel Alcolumbre (DEM) caiu nove pontos percentuais em relação ao último levantamento, mas ainda lidera a corrida, com 26% das intenções de voto. Por outro lado, Patrícia Ferraz (Podemos) e Dr. Furlan (Cidadania), que aparecem em segundo e terceiro lugar na mesma pesquisa, oscilaram positivamente - aparecem com 18% e 17% da intenção de votos, respectivamente.

Como mostrou o Estadão, a decisão de Barroso se deu após uma conversa reservada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - um dos principais cabos eleitorais da candidatura de seu irmão, Josiel Alcolumbre, à prefeitura da capital de Macapá.

Na sessão da manhã desta quinta, Barroso afirmou que teve a "espacial preocupação de ter certeza que o TSE não estava sendo uma peça num tabuleiro político que pudesse convir a um ou a outro o adiamento". "Por essa razão conversei com o presidente do TRE e demais autoridades e me certifiquei de que era uma situação de interesse público geral e não de motivação política", frisou.

Os ministros também discutiram outras medidas relacionadas à situação de calamidade pública no Amapá. O ministro Mauro Campbell se ofereceu para ir ao Macapá, se fosse necessário. Já o ministro Tarcísio Vieira sugeriu a criação de um grupo formal de trabalho, pelo TSE, para o acompanhamento diário da situação, com esforços no sentido "da agilização da complementação dessa eleição no Macapá no menor prazo possível".

"Hoje ainda vou conversar com a Tecnologia da Informação. Não é banal o processo de reinseminar as urnas. Esse é um procedimento que tem muitas cautelas, como todos sabemos. E, portanto, vou saber da TI qual é o menor prazo possível para nós nos readequarmos para essas eleições", afirmou Barroso, em resposta.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou ao plenário da Corte o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acessar as mensagens obtidas pela Operação Spoofing. A apuração mirou hackers que invadiram os aparelhos telefônicos de autoridades brasileiras, entre elas figuras da Lava Jato como o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro e o ex-coordenador da força-tarefa Deltan Dellagnol.

No despacho, Fachin relembra que o ministro Luiz Fux, atual presidente do STF, deferiu em agosto liminar que determinou a preservação do material obtido pela Spoofing até a Corte formar manifestação sobre a licitude dos dados. Como isso não ocorreu, Fachin afirmou que o plenário deve resolver essa pendência antes de decidir sobre o acesso de Lula às mensagens.

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A Spoofing foi deflagrada em julho e setembro do ano passado contra hackers que invadiram os celulares de mais de mil autoridades brasileiras. A primeira etapa prendeu quatro investigados, entre eles Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', que confessou o hackeamento e o repasse das informações para o portal The Intercept Brasil, que tem divulgado diálogos envolvendo Moro e os procuradores da Lava Jato em Curitiba. O hacker disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.

Além de 'Vermelho', descrito como líder do grupo, a primeira fase da operação prendeu no dia 23 de julho Gustavo Henrique Santos, o 'DJ', sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Na segunda fase, foram presos o programador de computadores Thiago Martins, o 'Chiclete', e Luiz Molição.

O grupo foi denunciado por fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O editor-fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, foi denunciado, mas o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, rejeitou as acusações do Ministério Público Federal.

Em setembro, o juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, revogou as prisões de Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e Thiago Eliezer Martins dos Santos, o 'Chiclete'. Na decisão, o magistrado levou em conta um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, a pedido da Defensoria Pública da União, anulou as audiências realizadas desde o início da instrução da Spoofing.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, marcou para a próxima quarta-feira (21) um julgamento para referendar o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) por 90 dias. A determinação partiu do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, na quinta-feira (15), após Rodrigues ser flagrado com dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal.

A iniciativa de levar o caso ao plenário partiu de Barroso, após críticas do Senado quanto ao poder de um único ministro para afastar um representante político escolhido por voto.

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Coincidentemente, a liminar que afastou o senador foi tomada em um momento em que Fux defende a uniformização de decisões do tribunal - ele propõe que as decisões monocráticas sejam prontamente levadas a referendo no plenário ou nas turmas. É o que irá acontecer no caso do senador, alvo de inquérito que apura desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de Covid-19.

A decisão de Barroso, que ainda precisa ser referendada pelo Senado para continuar em vigor, foi tomada após Rodrigues ser flagrado com dinheiro na cueca, na última quarta-feira (14), durante operação da Polícia Federal. O inquérito apura desvio de recursos públicos que deveriam ir para o combate à pandemia de Covid-19.

A liminar do ministro do STF foi criticada por colegas de Chico Rodrigues, que ensaiam derrubá-la. Um dos argumentos levantados por senadores é o de que uma decisão tomada por um ministro, individualmente, não deveria ser capaz de afastar um representante escolhido pelo povo.

"Um ministro, seja ele quem for, não pode tirar o mandato de um senador só porque não gosta de político. Há um caminho certo para tanto, que certamente não é a caneta do ministro Barroso", afirmou o senador Plínio Valério (PSDB-AM)". "Temos que derrubar a decisão (de Barroso), sim. O Senado não deve aceitar essa usurpação de poder. O caminho para punir o senador é o Conselho de Ética e depois o plenário. E nós temos que fazer isso."

Ao remeter a decisão ao plenário do Supremo, Barroso disse que a medida não precisa ser ratificada internamente. Um referendo dos demais ministros, porém, pode ajudar a reduzir os questionamentos políticos no Legislativo.

Na manhã desta sexta-feira, Barroso se negou a comentar as críticas de senadores, quando foi perguntado sobre o tema durante entrevista que tratava das eleições 2020 - o ministro é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Eu não sou comentarista político. Houve uma decisão. Ela foi largamente fundamentada: a decisão de afastamento de parlamentar que integrava comissão no Senado responsável pela alocação de recursos de combate à pandemia", afirmou Barroso.

O magistrado destacou que na investigação foram encontrados indícios de que o senador estaria envolvido em desvios na saúde. "É óbvio que alguém que está sendo investigado pelos desvios de recursos na saúde não seja responsável pela alocação de recursos da saúde", disse Barroso.

Rodrigues também foi afastado, nesta sexta-feira, da comissão do Congresso responsável por acompanhar os gastos do governo federal com o combate à pandemia do coronavírus. A decisão, neste caso, foi do Senado.

Em outra frente, os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade entraram com uma representação contra Rodrigues no Conselho de Ética do Senado. O presidente do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), afirmou que seguirá o rito tradicional: pedirá um parecer à Advocacia da Casa e depois decidirá se dará andamento ao processo. Uma decisão, porém, dependerá de reunião presencial,

Entre os parlamentares, há quem avalie que a conclusão do caso no Conselho de Ética ficará para o próximo ano, por causa das eleições municipais. Nesse caso, parlamentares discutem a possibilidade de Rodrigues pedir licença por conta própria para evitar um desgaste maior, enquanto se defende das acusações.

"O tempo está curto. Acho muito difícil o Conselho de Ética julgar este ano", afirmou o senador Lasier Martins (Pode-RS), que prepara um requerimento pedindo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para pautar com urgência, no plenário, a decisão do ministro do Supremo.

Participantes de reunião técnica na Câmara, nesta segunda-feira (18), sobre o projeto de regularização fundiária (PL 2633/20) que está na pauta do Plenário desta quarta defenderam a ampliação dos limites de terras previstos no texto por considerar que os médios e grandes proprietários rurais estão sendo discriminados.

Os deputados que participaram do debate se dividiram entre os que apoiam a MP do governo e os que acreditam que o projeto é um avanço. Mas há os que não acham o assunto relevante durante este período de pandemia.

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O projeto foi apresentado pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), relator da Medida Provisória 910/19, que perde a validade nesta terça-feira (19) sem ter tido acordo para sua votação.

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e Pecuária, Nabhan Garcia, disse que o apelido dado à medida provisória, de MP da Grilagem, faz parte de um discurso “bolivariano”.

Já o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), relator da nova proposta, disse que estranhou a crítica do governo, que, segundo ele, mostrou-se favorável à substituição da MP na semana passada. Ramos afirmou que o projeto vai regularizar propriedades de até 6 módulos fiscais, o que corresponde a 92% do total.

Ele lembrou que a ideia é permitir que esses terrenos possam ser regularizados por autodeclaração e sensoriamento remoto. Terrenos maiores poderão ser regularizados, mas passarão por vistoria presencial, que é a regra antiga.

“Estes 92% significam 47% da área em processo de regularização; enquanto os 8% que sobram, acima de seis módulos fiscais, representam 53% da área. Sob a lógica do tamanho de área regularizada, talvez seja tímido, mas sob a ótica do ser humano, do trabalhador rural, daquele que precisa da titulação da terra para ter acesso ao crédito, para ter acesso à assistência técnica, para ter a quem cobrar pela recuperação das suas vicinais para retirar a produção, nós estaremos, com a aprovação do PL 2633, atendendo 92% dessas pessoas”, justificou.

Nabhan Garcia afirmou, porém, que as regras devem ser iguais para todos e que a Constituição permite a regularização de terras públicas até 2.500 hectares. Isso daria uma média de 50 módulos fiscais, segundo ele. O módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares.

“Nós não estamos aqui para regularizar grileiro de terra, não. Grileiro está na mente dos bolivarianos, daqueles que perderam a eleição e não souberam perder. Daqueles que seguem o bolivarianismo da Venezuela. Falta de respeito, de consideração com famílias que perderam até entes queridos quando foram enfrentar o Norte do Brasil", rebateu o secretário.

Nabhan Garcia foi acompanhado em sua defesa pelo ex-deputado Aldo Rebelo e por Muni Lourenço, representante da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ambos disseram que os agricultores estão injustamente sendo ligados à grilagem e ao desmatamento. Rebelo, que relatou na Câmara o novo Código Florestal, fez uma comparação, dizendo que ninguém faz regra para bancos tirando o Itaú e o Bradesco. Ele defendeu o aumento do limite do projeto para dez módulos fiscais na Amazônia Legal porque o Código Florestal só deixa utilizar 20% do terreno na região.

Incentivo a irregularidades

Raoni Rajão, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, elogiou as mudanças do projeto e disse que a MP incentivou várias irregularidades como terras sendo vendidas na internet:

“É possível ver que existe uma tendência grande de definir grandes conjuntos de áreas, que têm características de serem do mesmo imóvel, parceladas em blocos de 15 módulos fiscais. Já talvez esperando uma facilitação. É comum também observar Cadastros Ambientais Rurais que indicam a existência de um imóvel com dois registros do Incra dentro deste mesmo imóvel, o que não seria possível.”

A opinião do professor da UFMG foi semelhante à de Elias D'Angelo Borges, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

O texto do projeto também beneficia apenas os proprietários que estavam no imóvel até 2008 e não 2014, como prevê a MP.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Foi aprovado, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o Projeto de Lei nº 1015/2020, que visa a suspensão dos prazos de validade de concursos públicos enquanto durar o Estado de Calamidade Pública decretado em decorrência da pandemia de Covid-19. 

O objetivo do projeto é impedir que o prazo de validade dos concursos continue correndo durante o Estado de Calamidade, período em que muitos órgãos poderão ficar impossibilitados de convocar os aprovados por precisar disponibilizar recursos para outras prioridades que vieram com o surgimento da doença e a necessidade de combatê-la.

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O texto, que já foi aprovado em duas votações pelo Plenário da casa nesta quinta-feira (16), segue agora para sanção do Governador do Estado, Paulo Câmara (PSB). "Surge a pandemia, esse estado de excepcionalidade e a gente é obrigado a tomar essas medidas. (...) A nossa luta com os concursados começa aqui, com a aprovação desse projeto, porque ainda temos uma longa estrada para caminhar com eles até a nomeação", disse a deputada Gleide Ângelo, autora da proposta, durante a sessão plenária, realizada remotamente.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) celebrou, no Twitter, a aprovação do projeto de lei que obriga presos a pagarem as próprias despesas ao Estado enquanto estiverem na cadeia. O texto foi aprovado, nessa quarta-feira (12), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e agora segue para a análise do Plenário.

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A proposta, de autoria do senador Waldemir Moka (MDB-MS), prevê que os detentos arquem com os custos oferecidos pelo Estado de duas formas: ou com o próprio trabalho realizado no sistema prisional,  ou, no caso dos presos que tiverem recursos próprios, façam ressarcimento ao governo em dinheiro.

Caso o pagamento não seja efetuado, todas as despesas serão convertidas em dívidas ativas na Fazenda Pública.

 O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a política econômica do governo, que para ele tem sido incapaz de mudar o quadro de desemprego e estagnação econômica. Ele afirmou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem desmontado políticas públicas que vinham dando bons resultados, sem apresentar soluções para o país. Humberto Costa também pediu nesta quarta-feira (5) em Plenário ainda a união de "todos os democratas" em oposição ao governo Bolsonaro.

O desemprego atinge 12 milhões de pessoas, não incluindo aí o número de brasileiros que sequer saem da casa para procurar emprego, disse o senador. Mas o pior, acrescentou, é que o governo chama de "empreendedores" os brasileiros que, sem trabalho e perspectiva, atuam de forma precária e sem registro para empresas de aplicativos de transporte ou de entrega de comida.

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"A economia do nosso país está desaquecida. O PIB, pífio, inclusive com viés de baixa para 2020. Bolsonaro e [o ministro da Economia] Paulo Guedes não têm competência para lidar com a crise, não têm competência para fazer o Brasil crescer, não têm competência para produzir a redução de desigualdades no nosso país, e promover a justiça social", declarou.

Filas no INSS

Humberto Costa lamentou também a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários. Além disso, observou, mesmo os aposentados e pensionista que não foram atingidos pela perda de direitos, têm amargado na fila para poder receber os benefícios do INSS.

*Da Agência Senado

 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta terça-feira (10), o Projeto de Lei 6.341/2019 (PL 10.372/2018, na Câmara), que institui o chamado pacote anticrime.  A proposta agora segue para o plenário da Casa Alta. 

A proposta introduz modificações na legislação penal e processual penal para aperfeiçoar o combate ao crime organizado, aos delitos do tráfico de drogas, tráfico de armas e milícia privada, aos crimes cometidos com violência ou grave ameaça e crimes hediondos, bem como para agilizar e modernizar a investigação criminal e a persecução penal.

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O relator, senador Marcos do Val (Podemos-ES), reconheceu que a matéria tem pontos polêmicos, mas considerou que o substitutivo aprovado na Câmara dos Deputados “traz soluções jurídicas equilibradas”.

A presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), esclareceu que houve um acordo com os líderes partidários para votação do pacote do jeito que veio da Câmara. "Este pacote anticrime entrou como um fator de novidade. Depois de muitas conversas com os líderes, encontramos a saída", disse.

*Da Agência Senado

A sessão plenária desta quarta-feira (9) começa com a votação do projeto de lei da Câmara (PLC 113/2015 – Complementar) que autoriza o uso de garantia solidária por microempresas que precisam tomar empréstimos financeiros. O texto prevê a criação de sociedades formadas exclusivamente para fornecer caução em operações de crédito. O relator da proposta, senador Cid Gomes (PDT-CE), é favorável à matéria.

Esse tipo de projeto pode ser votado antes das medidas provisórias que trancam a pauta. A expectativa é de que os senadores votem duas das quatro medidas provisórias. Uma delas vence neste sábado (12). É a do Cadastro Rural. O PLV 22/2019, decorrente da MP 884/2019, acaba com o prazo final para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Antes da MP, a data limite era 31 de dezembro de 2018.

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O CAR foi criado pelo Código Florestal (Lei 12.651, de 2012) para recolher informações sobre o uso da terra e amparar o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que suspende multas por desmatamento aplicadas até julho de 2008. De acordo com o parecer do senador Irajá (PSD-TO), mesmo sem um prazo final definido, o proprietário rural que decidir se inscrever no CAR até 31 de dezembro de 2020 terá dois anos para aderir ao PRA.

A segunda que deve ser votada é a MP 885/2019, transformada em PLV 20/2019, que perde a validade na quarta-feira da próxima semana (16). Ela trata do repasse a estados e Distrito Federal do dinheiro arrecadado com a venda de bens apreendidos ligados ao tráfico de drogas. Segundo a MP, o repasse a outros entes federados não mais dependerá de convênio e poderá ser feito de forma direta, como transferência voluntária. A condição é que as polícias tenham estrutura para gerir os ativos e não deixem de enviar os dados estatísticos de repressão ao tráfico para o sistema de informações do Executivo federal.

*Da Agência Senado

 

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