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O curso de Letras da UNAMA - Universidade da Amazônia promove nesta quinta-feira (18), às 20 horas, por meio remoto, mais um encontro literário do programa Rio de Nós, série #LetrasUnamaConvida, que ocorre mensalmente, com o apoio do programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura. O convidado é o poeta João de Jesus Paes Loureiro. O evento será na plataforma google meet (link disponibilizado nas mídias sociais do curso de Letras UNAMA).

João de Jesus Paes Loureiro possui graduação em Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Federal do Pará (1976), graduação em Direito pela Universidade Federal do Pará (1964), mestrado em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973) e doutorado em Sociologia da Cultura - Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) (1994). Com ampla experiência nas disciplinas de Estética e Literatura na UFPA, professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA, é professor e pesquisador renomado. Atualmente é professor voluntário da Universidade Federal do Pará. Tem experiência nas áreas de Artes, Comunicação e Letras, nas quais atua com os seguintes temas: Arte, Comunicação, Imaginário, Amazônia, Cultura, Cultura Amazônica, Magistério, Criação Literária, Poesia, Encantaria e Mito.

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Poeta aclamado, publicado em diversos idiomas, francês, italiano, japonês, alemão, Paes loureiro escreve poesia e prosa. Em breve lançará seu segundo romance, "Andurá (onde tudo é e não é)", pela editora Valer, de Manaus, uma das mais renomadas editoras em se tratando de acervo amazônico.

A conversa com Paes Loureiro será mediada pelos professores Paulo Nunes e Elaine Oliveira.

Serviço

Link de acesso em https://www.facebook.com/letras.unama.5

 

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A Pará.grafo Editora começou neste mês de agosto a campanha de financiamento coletivo para arrecadar fundos e lançar o primeiro volume da publicação “Antologia da Poesia Paraense”, idealizada pelo poeta Ronaldo Franco. O projeto reúne produções poéticas de escritores paraenses contemporâneos. A campanha ficará no ar até 29 de setembro, no site Cartase.

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A editora tem como tradição a valorização e a divulgação da literatura paraense e amazônica. O caráter social também está presente na nova campanha. Os exemplares que não forem entregues aos apoiadores da campanha serão doados às bibliotecas de escolas públicas do Estado, com a presença dos autores em ações solidárias de difusão e revigoramento da poesia paraense.

Com três volumes, a antologia reunirá ao todo 60 poetas (20 em cada volume), escolhidos por meio de uma criteriosa curadoria, e pretende apresentar aos leitores uma amostra significativa da poesia regional produzida nas primeiras décadas do século presente.

Neste primeiro livro, 20 vozes foram convidadas para compartilhar um pouco da sua produção artística. São elas: Airton Souza, Antônio Moura, Daniel da Rocha Leite, Emanuel Matos, Franciorlyz ViannZa, Garibaldi Parente, Girotto Brito, Heliana Barriga, Lígia Saavedra, Lilia Silvestre Chaves, Luciana Brandão Carreira, Marcos Quinan, Mayara La-Rocque, Paulo Nunes, Rita Melém, Ronaldo Franco, Rosa Watrin, Telma Cunha, Vânia Alvarez e Vasco Cavalcante.

O escritor e designer Dênis Girotto é o responsável pelo projeto, que ganhará páginas coloridas e uma programação visual voltada para a melhor experiência ao leitor. Os exemplares adquiridos na campanha serão enumerados e vão ganhar um selo de exclusividade.

Para apoiar a campanha, o leitor pode acessar o site da Catarse e escolher uma das várias opções de apoio. São muitos kits disponíveis que estão custando desde R$ 15,00 até valores mais altos.

Por Amanda Martins.

 

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O livro “Poemas de navegação”, de Luiz Roberto Carepa, vai ser lançado virtualmente, às 20h30 desta quinta-feira, dia 20, nos perfis do instagram @editorapakatatu e @luizrobertocarepa. “São poemas que guardam duas décadas de sussurros, de tentativas de apreender a emoção e do colorido da vida e de marcar no infinito branco do papel a finitude de um pôr do sol ou de um amor”, diz o autor, que atua como médico e professor universitário na capital paraense.

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Será o primeiro lançamento virtual da Paka-Tatu, devido ao momento de pandemia da doença covid-19. Durante cerca de uma hora, a jornalista Alcione Carepa, representando a editora, vai intermediar a apresentação do poeta Luiz Roberto Carepa e de sua obra “Poemas de navegação”, com momentos de declamação de algumas poesias das 37 que integram o livro. “São poemas que falam sobre amor, cotidiano, Deus, pai, mãe, amigos e filosofia”, explica o autor.

Luiz Roberto Carepa nasceu na década de 1960, em Belém. Formou-se em 1983, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em Medicina, e dedica-se à área da ortopedia e da traumatologia. “Gosto muito de ser médico. E adoro ser professor”, ressalta o autor, que ministra disciplinas na Universidade do Estado do Pará (Uepa).

“Mas antes de tudo, sou um leitor apaixonado, desde os meus 10 ou 12 anos de idade. Comecei a escrever desde sempre. Porém, fui começar a gostar do que escrevia após uns 30 anos. Lembro que, primeiro, comecei a imitar poetas que admiro. Em seguida, fui me libertando e escrevendo do meu jeito. Escrevo provocado pela inspiração e por insights, que eu chamo de 'colheita', quando surge uma ideia. Sento e 'transpiro' trabalho por horas, dias e até meses, em um único poema”, relata Luiz Roberto Carepa, sobre o seu processo de criação.

O livro “Poemas de navegação”, de Luiz Roberto Carepa, pode ser encontrado no site https://www.editorapakatatu.com.br/, no instagram @editorapakatatu e no facebook Editora Paka-Tatu. Ou por meio do autor, pelo celular (91) 98416.1389.

Serviço

Lançamento virtual do livro “Poemas de navegação”, de Luiz Roberto Carepa.

Dia: 20 de agosto de 2020 – quinta.

Hora: 20h30.

Plataforma: Instagram (@editorapakatatu / @luizrobertocarepa)

Informação: (91) 98416.1389.

Por Alcione Carepa, especialmente para o LeiaJá.

 

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A Universidade do Estado do Pará (Uepa) deu início à campanha #PoesianaUepa, idealizada pelas equipes do Laboratório de Artes e Humanidades Médicas e da Assessoria de Comunicação. O objetivo é contribuir para uma cultura do cuidado que promova o vínculo afetivo entre as pessoas, a partir da arte poética, usando a palavra como recurso de promoção da vida.

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A campanha, iniciada no dia 31 de março, tem a proposta de durar pelo menos até o final do isolamento social que se seguiu à pandemia do novo coronavírus. A curadoria é feita pela professora Luciana Brandão Carreira, coordenadora do Laboratório de Artes e Humanidades Médicas da Uepa.

Desde o lançamento do projeto, já foram reunidos 80 poemas de, aproximadamente, 50 pessoas, entre artistas, escritores, médicos, discentes, jornalistas, advogados, entre outros profissionais. Os poemas são divulgados por meio do perfil do Laboratório nas redes sociais (Instagram).

A #PoesianaUepa é “motivada por um anseio antigo de trabalhar a palavra poética como um recurso transformador no Laboratório, na busca de promover ações de humanização na área da saúde, articulando com a arte enquanto elementos educativos na formação médica. Com o surgimento da pandemia da covid-19 e o isolamento social, foi um momento decisivo para essa campanha acontecer, pois há uma convocatória afetiva por meio da escrita e da leitura como uma resposta de resistência”, afirmou a coordenadora do Laboratório de Artes Médicas da Uepa, Luciana Brandão.

O movimento que a campanha #PoesianaUepa gera é em prol de uma integralidade da saúde em convergência com o fazer artístico e literário. Pensando nisso, os escritores Harley Dolzane e Vasco Cavalcante enviaram textos não apenas para o entretenimento, mas com o intuito de oferecer algo que possa aliviar as dores ou esquecer as dificuldades concretas. “Muito tem se falado sobre como a arte é importante porque ela, em momentos como este, nos ajuda a entretermo-nos e isso é verdade, num jogo de apropriação de afetos”, disse o poeta Harley Dolzane.

“Acho a campanha maravilhosa, pois além de dar ocupação aos que estão cumprindo a quarentena nesses tempos de pandemia, ainda é fomento de cultura promovendo a poesia de um modo geral, o autor paraense e sua obra, por meio das lives e exposições através das redes”, comentou o escritor Vasco Cavalcante.

A busca por uma reação humanizada aos problemas que a pandemia é o combustível da proposta da #PoesianaUepa. “A campanha é muito importante para estimular o encontro com o que vemos desenvolvendo dentro do Laboratório de Artes e Humanidades Médicas, mas sobretudo um contato das pessoas com a arte por meio do fazer artístico nesse momento de incertezas”, disse oJoão Vítor Tavares, aluno do 6º semestre de Medicina na Uepa.

Para participar é necessário enviar um poema autoral para o e-mail lucianabrandaocarreira@gmail.com. Também é possível participar com a leitura de poema de algum autor ou autora escolhido, a partir da gravação de um vídeo de no máximo 50 segundos filmado na horizontal. O interessado deve, no início da gravação, mencionar o título do poema e nome do autor e no final será preciso dizer “Poemas em tempos de pandemia, campanha #PoesianaUepa”.

Confira a campanha:

Instagram: @lab_artesehummeduepa

Da assessoria da Uepa.

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O Dia Internacional da Mulher surgiu a partir de diversos movimentos feministas, no início do século XX. Sendo celebrado todos os anos, marca e relembra a luta por direitos, respeito e visibilidade que tem se tornado cada vez mais frequente entre as mulheres. Hoje, o sentimento de muitas ainda é de desvalorização, apesar dos grandes avanços e das conquistas de espaços antes considerados inatingíveis, como no campo da ciência, em trabalhos masculinizados e na arte.

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Durante muitos séculos, a voz das mulheres no âmbito artístico foi silenciada. Dentro das correntes acadêmicas a maioria dos seus integrantes era de homens, o que não significava a ausência das mulheres. “A elas não era dado espaço de reconhecimento”, lembra a professora de História da Arte Ana Paula Andrade.

“Hoje, na contemporaneidade, a gente consegue ter mais espaços para essas mulheres. O modernismo brasileiro traz, por exemplo, grandes nomes como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti", informa a professora.

Já no campo literário, novas artistas femininas estão surgindo, como é o caso do projeto de competição “Slam Dandaras do Norte”, idealizado pela MC e poeta Shaira Mana Josy. Ele tem como objetivo fortalecer grupos de mulheres, de Belém e da região Norte, que utilizam expressões artísticas como poesia, hip hop, rap, grafite e fotografia. ”A maioria das mulheres sempre escreveu suas angústias, sempre usou a caneta e o papel como forma de desabafar, já que nós sempre fomos silenciadas”, diz Shaira.

A partir da criação desse projeto, muitas mudanças significativas podem ser vistas nas artes locais, sendo uma delas a coragem que as mulheres passaram a ter após fazerem parte das batalhas de poesia. Além disso, houve o crescimento de saraus poéticos em Belém e o grupo levou muitas mulheres a refletir sobre a importância de escrever e ser protagonista das próprias ações. “Nunca se falou tanto em poesias, poetas mulheres quanto a gente está falando agora”, comenta a responsável pela iniciativa.

Shaira acredita que a arte tem o poder de influenciar mulheres a partir do momento em que elas veem outras mulheres conquistando o espaço que historicamente lhes era negado, com performances que representam as inquietações e revoltas femininas. A MC ressalta que a valorização e remuneração da arte feminina são importantes, tendo em vista que os homens ainda são mais privilegiados. Assim como o respeito, entende a artista, já que o preconceito e o machismo, presentes na sociedade, são reproduzidos até mesmo por mulheres.

Embora existam grandes obstáculos a serem superados, grupos e artistas femininas como as Dandaras do Norte são importantes ferramentas para buscar a igualdade entre os gêneros dentro da arte e da sociedade no geral. A professora de Sociologia Brenda de Castro ressalta “a necessidade de rever o sistema, a estrutura baseada no patriarcado que acaba limitando que as mulheres possam, de forma coletiva, ter mais liberdade para que não sofram nenhum tipo de opressão”.

Por Carolina Albuquerque, Isabella Cordeiro e Karoline Lima.

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O professor de história e poeta olindense Lucas Holanda lança seu segundo livro no próximo sábado (21) no Recife. Em uma poética carregada de aflição, 'Sonetos-amputados' escancara ao leitor um cotidiano banal e de desalentos da vida na cidade.

 Composta por quatro partes, a obra é a continuação do primeiro trabalho publicado do poeta, o 'Sonetos-amputados de sequela e desejo', de 2018. O novo livro é artesanal e possui diversas capas distintas feitas pelo próprio autor com técnica de colagem. A publicação é da Castanha Mecânica, editora independente do Recife.

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O lançamento de 'Sonetos-amputados' será às 19h, do sábado, no espaço Colofão.lab no bairro de Santo Amaro, área central da capital. O evento terá música, espaço com comidas veganas e microfone aberto. 

Serviço

Quando: 21/12/2019 (sábado)

Horário: 19h

Onde: Colofão.lab - Rua Tubinambás, 763, Santo Amaro - Recife

Quanto: Livro Sonetos-amputados, R$ 25,00; evento gratuito

Shows, poesias e uma feira especial de Natal. Essas e outras atividades integram a programação cultural deste sábado (14) da Vila de Nazaré, no litoral do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, a partir das 12h, no Teju Bar Nazaré, bem como às 21h, no Esperantivo – Casa, Comida e Cultura.

Durante as ações culturais, livros sobre cordel, de autoria da pernambucana Shirley Izabela, serão expostos ao público. Os poetas Jadson Lima e Davi Lima – campeão da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa na categoria poesia – apresentarão seus trabalhos, assim como os Pifados da Abelha.

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O DJ Marco Da Lata também promete animar os visitantes com sua discotecagem de vinil. Todos esses artistas estarão na programação da Feirinha do Vale da Lua, no Teju Bar Nazaré. Organizada por mulheres empreendedoras da região, a feira - em atividade das 12h às 20h - chega a sua quarta edição reunindo expositores da cidade e produtos de gastronomia, artes, moda, artesanato, sustentabilidade e saúde.

“Será uma oportunidade especial para quem quer comprar o presente de natal ou incrementar a decoração com arte feita por empreendedores da cidade. Além disso, é uma ótima chance de experimentar delícias locais e cuidar da saúde”, disse a morada de Enseada dos Corais e uma das organizadoras da Feirinha, Denise Montenegro, conforme informações da assessoria de comunicação. A entrada da feira é gratuita.

Figurando como uma das grandes atrações deste sábado, a banda capixaba My Magical Glowing Lens, comandada pela multi-instrumentista Gabriela Terra Deptulski, vibrará com uma mistura de ritmos, do Indie Pop a elementos do Rock Psicodélico. O grupo terá uma apresentação no Esperantivo, a partir das 21h. Antes da apresentação, porém, poetas pernambucanos e do Rio Grande do Norte se apresentarão.

As entradas antecipadas para o show da My Magical Glowing Lens custam R$ 10. Os bilhetes podem ser adquiridos pela internet. “A venda de ingressos no local, na hora do evento, ocorrerá apenas se ainda houver vaga para um dos 50 lugares e custará R$ 15”, informou a organização do evento.

Serviço

Show do My Magical Glowing Lens

No Esperantivo Casa Comida e Cultura

R. do Sol, S/N (ao lado do Museu do Pescador), na Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape), Cabo/PE

Sábado, dia 14 de dezembro, 21h

Feirinha do Vale da Lua

No Teju Bar Nazaré

R. do Sol, S/N (na esquina de entrada da Vila), na Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape), Cabo/PE

Sábado, dia 14 de dezembro, a partir das 12h

Há quem use a internet para fazer pesquisas.

Há quem gaste o pacote de dados para pedir comida.

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Há quem se conecte tentando suprir a correria do dia a dia.

E há quem se loga para se curar com poesia.

A poesia, esse gênero textual que combina palavras, significados e rimas, também está surfando a onda da web e já conta com um novo subgênero, a poesia digital. Trata-se de textos que se valem de formas gráficas, imagens, grafismos, sons, elementos animados e, claro, hipertexto. O número de poetas digitais, que usam as plataformas online para escoar sua produção, também vem aumentando a cada dia. Confira essa lista com a indicação de alguns autores e se conecte com essa poesia. 

Hugo Novaes

O poeta alagoano começou sua incursão pela internet em 2017 e hoje acumula milhares de fãs. Pelo Instagram e pelo YouTube, com os perfis 1tema1minuto1poema, ele compartilha sua obra em pequenos vídeos acompanhados pela transcrição da poesia. 

Fabio Gomes

O jornalista, cineasta e fotógrafo Fabio Gomes também é um dos que levaram sua produção poética ao meio digital. Em seu blog oficial, a seção Rapidola é atualizada, semanalmente, com seus poemas. Fabio também reserva um momento para resgatar alguns clássicos da poesia nacional. 

Lilian Cardoso

Como o nome do perfil bem o diz, as poesias de Lilian Cardoso são escritas em papel de pão. Ela compartilha suas poesias com mais de 30 mil seguidores., no @numpapeldepao.

Daniel Daarte

Poeta, desenhista e médico, Daniel Daarte também usa o Instagram como ferramenta de veiculação da sua arte. As poesias do escritor são compartilhadas no perifl @da.arte, que já conta com mais de meio milhão de seguidores. 

Bárbara Marca

Bárbara Marca reúne mais de 50 mil seguidores no perfil @babiemversos. Ela também costuma compartilhar seus escritos em um perfil no Twitter. 

Clarice Freire

Além de ter dois livros publicados, a escritora Clarice Freire também faz uso do meio digital para compartilhar sua poesia. No perfil @podelua, ela faz suas publicações e compartilha os escritos com os seguidores. 

 

 

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Lar dos Inválidos, Campinas, 1973. Em uma cama, no canto do quarto de um pavilhão no térreo, há um homem negro de cabelos e barbas brancas. Ele amou três mulheres, três cidades, publicou quatro livros, fundou companhias teatrais e movimentos sociais, excursionou pela Europa e ainda assim está deitado na cama de um asilo, a menos de um ano do momento em que morrerá ou, em suas palavras, tornar-se-á “cantiga determinadamente” e nunca terá “tempo para morrer”. Francisco Solano Trindade deixou sua trajetória de sucesso como os personagens de seus escritos: à margem do mercado, em luta permanente. Escritor, pintor, ator, dramaturgo e folclorista, Solano- em todas as linguagens- abordou a luta do povo negro pela igualdade, a partir de uma estética acessível à compreensão popular e, nesse sentido, tornou-se um pioneiro na arte brasileira. No Dia da Consciência Negra, o LeiaJá relembra a vida do homem que se imortalizou como o primeiro poeta brasileiro “assumidamente” negro.

Em seus escritos autobiográficos, Solano Trindade descreve suas memórias de garoto. Filho do sapateiro Manuel Abílio Trindade e da quituteira Emerenciana, o poeta nasceu no Recife, no dia 24 de julho de 1908, em cujo centro urbano recebeu suas primeiras aulas de poesia. Morador do Pátio do Terço, um dos lugares de resistência mais emblemáticos para a memória afro-brasileira em Pernambuco, Solano conviveu desde cedo com a Igreja de Nossa Senhora do Terço, o Bloco de Samba Turma do Saberé e o terreiro da famosa ialorixá Maria de Lourdes da Silva, conhecida como Badia, uma das figuras centrais do xangô pernambucano. Do burburinho do cotidiano urbano, o artista tirou suas primeiras lições de poesia. “É doce, é doce/o abacaxi/ é doce, é doce/ e é barato [...] Eram os pregões que ele ouvia no bairro de São José”, lembra Raquel Trindade, a falecida filha do poeta e espécie de herdeira artística, no documentário “Solano Trindade, 100 Anos", dirigido por Alessandro Guedes e Helder Vieira.

Militante desde os anos 1960, Inaldete Andrade frisa que Solano era uma de suas poucas referências negras no período. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

“Raquel nasceu no Recife, saiu e voltou, mas não soube identificar a casa em que ele nasceu. Também fomos visitar, Badia, que não tinha maiores informações, mas penso que aquele bairro não é o mesmo em que Solano nasceu, em termos de arquitetura, pois ele veio ao mundo em uma casa muito pobre”, comenta a escritora Inaldete Andrade. Ativista do movimento negro em Pernambuco desde 1969, Inaldete encantou-se pela obra de Solano ainda em sua primeira reunião na militância, por intermédio de um colega, João Batista Ferreira. “Ele chegou dizendo que recitaria uma poesia de uma poeta negro pernambucano que conheceu em São Paulo, Solano Trindade. O Ferreira, como o chamávamos, explicou que Solano havia saído do Recife porque não obteve muita aceitação no Estado. Ele nunca escreveu isso, essas eram nossas deduções”, frisa.

As memórias de Inaldete com o movimento remontam a um período de poucas referências negras no mundo da cultura e das artes. “Essa divulgação dos artistas negros é recente. Inicialmente, éramos considerados ‘racistas ao contrário’, a imprensa pernambucana também não nos recebeu bem, mas pouco a pouco fomos encontrando espaços. Solano dava essa contribuição enquanto poeta, porque a gente tinha a necessidade de divulgar um nome nosso onde íamos”, afirma.

Filha de criação de Badia, Maria Lúcia indica que Solano morou na casa de número 152 da Rua Vidal de Negreiros, atualmente uma loja, no Centro do Recife. (Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

A reportagem do LeiaJá foi à casa de Badia, oficialmente conhecida como Casa das Tias, na Rua Vidal de Negreiros, Pátio do Terço. Falecida em julho de 1991, a ialorixá deixou o imóvel aos cuidados de sua prima e filha de criação, Maria Lúcia Soares dos Santos. “Não tenho muito o que falar sobre Solano, só sei que eles foram vizinhos e que ele era frequentador daqui, Badia sempre comentava que ele tinha morado nessa casa da frente, mas teve que ir embora. Os dois tinham relação de amizade, mas ela morreu sem revê-lo”, lembra Maria Lúcia. Na casa em que teria morado Solano Trindade, agora funciona uma loja de variedades, sem placas ou quaisquer outras referências ao escritor. Curiosamente, foi o Pátio de São Pedro o local escolhido pela Prefeitura do Recife para receber uma estátua em homenagem a Solano.

No interior de casa, Maria Lúcia, contudo, ainda conserva um boneco gigante de Solano e outro de Badia, entregues pela Prefeitura. “Há três anos eles podem ser vistos desfilando na Noite dos Tambores Silenciosos”, acrescenta.

O ano era 1937 quando cinco rapazes até então desconhecidos fundaram a Frente Negra Pernambucana, co-irmã da Frente Negra Pelotense. Gerson Monteiro de Lima, José Melo de Albuquerque, José Vicente Rodrigues Lima, Miguel Barros Mulato e Solano Trindade, que reunira estatísticas da época, verificando a quase completa ausência de negros nos cursos superiores. “Na década de 1930, o racismo era velado. Os brasileiros nunca admitiram que eram racistas, escravocratas e que ainda são. Depois da abolição, que não foi bem aceita por muita gente, as primeiras frentes negras surgiram para reivindicar inclusão para essa população, que segue sem muitas oportunidades”, explica a professora do departamento de história da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Giselda Brito.

Seduzido pelo ideal de igualdade que permeava sua luta no movimento negro, Solano também aderiu ao comunismo, justamente em uma conjuntura de avanço das teorias fascistas em todo o mundo. “Depois da Revolução Russa, em 1917, o mundo capitalista passou a temer a expansão desse processo. No Brasil, o integralismo ficou conhecido como fascismo brasileiro, embora os membros desse movimento preferissem ser chamados de nacionalistas, devido ao aparecimento dos crimes de guerra de Hitler. Como diria (Eric) Hobsbawm, o século XX é o século do fascismo”, completa Brito. Geralmente homens brancos e de alto poder aquisitivo, os integralistas estavam aglutinados por uma forte orientação anticomunista. “Vestiam um fardamento verde, tinham milícia e um movimento de massa”, descreve a professora.

Aos 29 anos, Solano Trindade participou da fundação da Frente Negra Pernambucana. (Arquivo Nacional/Acervo)

Em nota publicada pelo Diario de Pernambuco no dia 10 de maio de 1944, a respeito da retirada dos clubes e associações de negros do triângulo paulista devido a uma suposta solicitação do Sindicato dos Lojistas da região, Solano reagiu: “Isso é um atentado contra a melhor conquista da civilização brasileira”, acrescentando, segundo o jornal, acreditar que se estava usando “a técnica fascista para dividir os brasileiros”. Na ocasião Solano discursava como presidente do Centro de Cultura Afro-brasileiro, por ele criado.

Trindade já havia morado em Belo Horizonte (MG) e Pelotas (RS), no ano de 1940, e lançado seus dois primeiros livros, Poemas Negros (1936) e Poemas de uma vida simples (1944), quando foi preso pelo Estado Novo, em função de suas crenças comunistas. “Minha mãe procurou por ele em diversas detenções, por dias, e sempre ouvia que ele não estava naquele local. Em um deles, ela insistiu e um militar confirmou a presença dele”, conta Godiva Trindade, filha de Solano. No poema confessional “Rio”, o poeta dá a pista de onde foi encontrado: Rua da Relação, na capital fluminense. “Apreenderam muitos livros dele, mas ele não sofreu maus tratos”, continua Godiva.

Bem relacionado, o pernambucano chegou a ser acobertado pela amiga e atriz Ruth de Souza, primeira dama negra do teatro brasileiro, que o escondeu em sua própria casa. O suplício, segundo Godiva, não se compararia, no entanto, ao trauma familiar sofrido em 1964, durante o governo de Castelo Branco, na ditadura militar. “Ele perdeu um filho e eu meu irmão: Francisco Solano Trindade Filho. À epoca, ele servia ao exército e foi chamado a se apresentar ao exército, ao qual servia, através de uma ligação feita para nossa casa às cinco horas da manhã”, lembra Godiva. Aos 18 anos, Solano Filho se despedia pela última vez de sua família. “O que voltou foi o corpo dele, morto. O exército alegou que ele foi vítima de um acidente”, lamenta.

Corporação Warner-Elektra-Atlantic insistiu pela liberação do poema "Trem Sujo de Leopoldina". (Arquivo Nacional/Acervo)

Abatido, o poeta ainda voltaria a sentir o amargor da censura. Em 1973, seus poemas “Mulher Barriguda” e “Trem sujo da Leopoldina” foram musicados por João Ricardo, um dos membros da banda Secos & Molhados, que contava ainda com o cantor Ney Matogrosso e o músico Gérson Conrad. Ao contrário da primeira, a segunda música teve sua divulgação impedida pela Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP) e não pôde integrar o disco Secos & Molhados, um dos mais icônicos da música popular brasileira. Em 1979, a corporação Warner-Elektra-Atlantic voltou a requerer a liberação da letra, conforme consta em documento atualmente armazenado pelo Arquivo Nacional. Desta vez, a música foi liberada e então lançada pelos Secos & Molhados em conjunto com seu videoclipe oficial, com exclusividade no programa Fantástico, da Rede Globo.

O professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Muniz Sodré, uma das maiores referências nacionais em sua área, é um entusiasta da obra de Solano. “‘Trem sujo da Leopoldina’ é uma poesia de ritmo, movimento, que você pode cantar e até dançar. Poesia não é significado, é sentido, porque ela desestabiliza e escandaliza a linguagem. Você não vai confiar na poesia para um mensagem de ordem prática, mas o grande poeta é o que faz da linguagem uma festa, onde ele dança e orquestra”, coloca. Pela junção desta característica a seu engajamento político, Solano é associado por Sodré a Vladimir Maiakovski. “Um grande poeta da revolução russa, ao mesmo tempo propagandista dela. A propaganda visa objetivos de convencimento e persuasão, mexer com a consciência, o coração do outro, então as palavras têm que ser mais diretas”, prossegue. Assim, a poesia, na visão de Sodré, não se faz apenas com a subversão das palavras. “Mas pelo encantamento das aliterações, pela movimentação forte das palavras e pelas inflexões de espírito. Solano era isso. Maiakóvski era isso”, conclui.

Sem a sofisticação de Ferreira Gullar ou Manuel Bandeira, Solano ginga com as palavras para conquistar seu leitor. “A poesia dele é ritmo, aliteração, assonância e impacto, para trazer o que era o coração dele. Um propósito de libertação do homem negro. Ele sabia que a abolição não tinha realmente abolido a forma social onde a escravidão estava instalada, então queria libertar o negro”, acrescenta Sodré.

Solano atuando em cena do filme "A hora e a vez de Augusto Matraga" (1965), do diretor Roberto Santos. (A hora e a vez de Augusto Matraga/Reprodução)

Durante sua estadia no Rio de Janeiro, Solano fundou o Teatro Popular Brasileiro, em parceria com a companheira Margarida Trindade e o sociólogo Edison Carneiro. Em um artigo do Diario de Pernambuco de 1952, o escritor é lembrado como figura cativa do Café Vermelhinho, reduto da intelectualidade carioca da época. “Surge Solano Trindade, sempre de talão de cobrança em punho, lutando com unhas e dentes para pagar a sala do serviço nacional do teatro, onde seu ‘Teatro Folclórico" ensaia números de candomble, xango, ‘pontos’ e ‘macumbas’. Esse negrinho humilde e incansável nunca se humilha quando se trata de ‘implorar quase’ para manter seu teatro de pé, pagar as despesas, deixar tudo em ordem. Por isso não se espantem quando o virem de talão em punho, perguntando com aquela sua voz analasada: ‘você pode pagar hoje?”’, descreve o cronista.

Composto por operários e estudantes, o elenco do Teatro Popular, contudo, adotou uma postura bem diferente da resignada atitude atribuída a Solano pelo jornal. Com muito esforço, o projeto circulou pela Europa, divulgando expressões populares como o côco de umbigada, o jongo, o maracatu e as festas de xangô. “Na verdade, o Teatro Popular Brasileiro era uma ideia. Quando meu avô morreu, o nome mudou para Teatro Popular Solano Trindade. Nos anos 1980, Raquel Trindade conseguiu construir, em Embu das Artes (SP), um espaço para 400 pessoas, com palco de mais de 40m², dois andares de plateia, dois banheiros, dois camarins e uma sala de aula especial”, relata o músico e neto de Solano, Vitor Trindade, atual presidente do Teatro Solano Trindade.

O Teatro Solano Trindade é uma das muitas heranças deixadas por Solano ao município de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. “O Sakai do Embu, mestre da terracota, falou para o Assis, que era negro, que tinha conhecido o Solano na capital e que ele era uma grande entendedor de cultura afro-brasileira. Dessa forma, o Solano foi convidado a vir ao Embu e se encantou pelo lugar, passando a morar aqui”, conta a artista plástica Tônia do Embu, discípula de Sakai. Para Tônia, a presença de Trindade transformaria para sempre a cidade. “Nossa cultura era muito jesuítica e indígena, não tínhamos conhecimento das danças, cores e comidas negras. Quando o Solano veio para cá, o Embu virou uma cidade festiva, graças aos eventos que ele organizava no Largo da Matriz. Isso atraía muitos visitantes paulistanos”, conta.

No Embu, Solano mergulhou em uma antiga paixão. Aproveitando o bom fluxo de turistas na cidade, passou a exercitar sua pintura, classificada por alguns artistas como naïf, isto é, a arte produzida por autodidatas, com traços originais. “Em outros momentos, dava a impressão de ser expressionista ou ainda abstrato. Aqui no Embu há um nicho de arte popular enorme e o Solano não escapou disso. Suas temáticas sempre traziam cenas de bumba-meu-boi, maracatu e candomblé”, comenta Tônia. Segundo a escultura, as dificuldades financeiras enfrentadas pelos artistas na cidade, àquela época, eram enormes. “A gente dependia dos turistas, porque a cidade era muito pobre e pequena, mas o Solano sempre foi muito cercado de amor, carinho, as pessoas ajudavam. Além disso, com assinatura dele, seus quadros vendiam muito. No Museu Afro-brasileiro, em São Paulo, há um quadro dele exposto”, afirma.

Após a morte de seu pai, Raquel Trindade inaugurou o Teatro Solano Trindade, no Embu das Artes. (Prefeitura de Embu das Artes/divulgação)

Com bisnetos, netos e filhos vivendo na cidade, o escritor segue sendo bastante declamado no município. “O Teatro Solano Trindade tem muitos problemas na relação com a construção física, mas mantemos as atividades, oferecendo aulas de dança, percussão e capoeira”, informa Vitor Trindade. Com o terreno em comodato e sob administração da família Trindade, o teatro aguarda verbas para reforma. “Temos um projeto de R$ 20 mil para conserto do telhado, com um dinheiro que viria da prefeitura. Vamos ver se isso se torna realidade”, finaliza.

“Pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte”. A mais célebre frase de Solano Trindade, tomada como lema pelo Teatro Popular Brasileiro, denota a essência de seu trabalho: mergulhar fundo na história dos afro-brasileiros para transmitir-lhes uma mensagem clara e acessível, capaz de propagandear uma causa comum. Por isso, nada de termos rebuscados ou construções complexas. Com seus versos diretos, rimados e ritmados, Solano talvez tenha sido o primeiro rapper da poesia brasileira. “Ele já usava termos como ‘mano’ e ‘salve’, para ser acessível. Não buscava uma linguagem acadêmica, porque o acesso à literatura sempre foi restrito à elite. Além disso, lançar e comprar livros era muito caro”, opina o bisneto de Solano, Zinho Trindade, que gosta de se definir como “artista multimídia”, trabalhando, dentre outras linguagens, com o rap.

Zinho recita o bisavô, Solano, diante de sua estátua, no Pátio de São Pedro, Centro do Recife. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)

Zinho lembra que seu pai, Vitor Trindade, gravou um disco inteiro, o “Ossé” (2015), com poemas de Solano musicados. “São textos vivos até hoje, fáceis de musicar, em diversos ritmos. Não sei se isso foi proposital, mas ele era um cara que pensava muito à frente de seu tempo”, completa.

Com apenas 16 anos, a poeta Bione acaba de iniciar sua carreira no rap, através de sua mixtape “Sai da Frente”, apresentada em novembro deste ano. “Comecei a escrever poesia marginal aos 13 anos de idade, porque comecei a reparar em problemas sociais como o racismo, o machismo e a LGBTfobia. Só escrevia porque queria desabafar”, lembra. Em 2018, a jovem representou Pernambuco no Slam das Minas Brasil, um dos principais eventos de poesia do país. “A luta de Solano valeu a pena, é um estímulo para a gente. Se tinha gente resistindo naquela época, posso fazer o mesmo hoje; se ele perdeu um filho na ditadura, muitas mães pretas perdem os seus o tempo inteiro para a polícia militar. Então é importante que a gente esteja aqui para reproduzir o que ele fazia, mas de uma maneira mais atualizada, porque o fascismo também está se atualizando. É importante ser essa semente de Solano”, finaliza.

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O Drummond Day, evento anual da Universidade da Amazônia – UNAMA que faz homenagem ao escritor Carlos Drummond de Andrade, foi realizado este ano na última quarta-feira (30), um dia antes do aniversário do autor, no campus Alcindo Cacela, em Belém. É uma reunião informal e lúdica na qual universitários e professores leem as obras, interpretam, celebram, cantam e debatem sobre a importância do poeta.

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Segundo o professor Paulo Nunes, coordenador do curso de Letras da Universidade, participaram do evento alunos de Letras e do curso de Pós-Graduação Comunicação, Linguagens e Cultura. “A literatura de Drummond é significativa para o Brasil, para a Amazônia e para todos nós. Não se pode passar por aqui sem conhecer a obra desse que é o principal poeta brasileiro do século XX. A poesia dele é fundamental, pois ajuda na formação humana e social”, afirmou o professor.

“O Drummond Day é a nossa oportunidade de rememorar o grande poeta e escritor Carlos Drummond. Ele merece ser muito estudado e reconhecido por todos”, reiterou a aluna Jaqueline Bandeira, do oitavo semestre de Letras. De acordo com a universitária, levar os poemas e mostrar a mensagem do autor para os alunos que estão iniciando o curso de Letras é interessante, porque a maioria deles tem pouca afinidade com a literatura e prefere a outra vertente do curso, a linguística.

Vanessa Carvalho, aluna do oitavo semestre de Letras, acha importante sair do cotidiano da sala de aula e enriquecer mais o conhecimento através do contato com novas experiências e com interpretações diferentes. “Eu descobri a poesia por meio de Drummond, aos 12 anos, quando achei em minha casa um livro chamado ‘Antologia Poética’, de autoria dele. A obra despertou o meu amor pela poesia. Minha relação com o autor é afetiva e ele sempre está presente nas minhas leituras. Sou realmente muito apaixonada”, relatou a universitária.

Por Ana Luiza Imbelloni.

 

O poeta pernambucano Miró faz sua estreia na literatura infantil. Neste domingo (3), ele lança seu primeiro título destinado aos pequenos, 'Atchim!', durante a 5ª Feira Nacional do Livro (Fenelivro), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O lançamento começa às 17h. 

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--> Aos 57 anos, Miró da Muribeca se reencontra em sua poesia

'Atchim!' tem 44 páginas e é um poema sobre as perguntas que as crianças costumam fazer sobre a vida e Deus. O livro está sendo lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e tem ilustrações do cartunista e chargista mineiro Cau Gomez. 

João Flávio Cordeiro da Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca, tem 59 anos e 11 livros lançados. Sua última publicação, o livro 'Meu filho só escreve besteira', foi uma produção totalmente independente e teve edição limitada com apenas 100 exemplares. 

As obras do poeta mato-grossense Manoel de Barros inspiram o espetáculo “Meu quintal é maior que o mundo”, que estreia nesta quinta-feira (24), no Teatro Universitário Claudio Barradas. A montagem é resultante do projeto de extensão Grupo de Teatro Universitário da UFPA – GTU e fica em cartaz até domingo (27).

O espetáculo conta a história de Clarice, uma menina fascinada por literatura. Ela menina tenta envolver seus irmãos, que são inteirados em jogos virtuais e celulares, no universo dos livros.

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Entre leituras e brincadeiras, os três acabam atravessando os poemas de Manoel de Barros com suas imaginações e palavras poéticas. Criam seres que se multiplicam em letras e recriam a própria história, com objetos e frases encontrados no caminho.

No realismo fantástico repleto de memórias inventadas, formas e personagens as levaram até o quintal dos seus sonhos. Lá a imaginação é livre para dar novos significados às coisas desimportantes.

Serviço

Espetáculo: Meu quintal é maior que o mundo.

Datas e horários: 24, 25, 26 e 27 de outubro, às 20h.

Local: Teatro Universitário Claudio Barradas (Jerônimo Pimentel, 546, Umarizal).

Ingressos: R$20,00 inteira e R$10,00 a meia para estudantes.

Ficha técnica

ELENCO

Babu Viana

Carmecy Paixão

Carlos Eduardo

Francielly Natasha

Jayme Leno

Kevin Braga

Lua Miranda

Lucas Bereco

Mario Saldanha

Mateus Almeida

Maurilo Silva

Raul Lima

Renata Ribeiro

Sarah Souza

Willian Marignan

Yasmin Santos

 

EQUIPE TÉCNICA

Direção e Dramaturgia: Luiz Girard

Assistentes de Direção: Kevin Braga e Bernard Freire

Preparação corporal: Bernard Freire

Figurino e maquiagem: Kevin Braga

Assistentes de Figurino: Lucas Bereco, Raul Lima e Renata Ribeiro

Cenografia: Handerson Ramos

Assistente de cenografia: Thiago Augusto

Iluminação: Malu Rabelo

Direção Musical: João Urubu e Diego Vattos

Arte: Kevin Braga

Fotografia: Leirson Reis

Edição de imagens: Rhero Lopes

Assessoria de imprensa e produção de conteúdo digital: Rhero Lopes e Lucas Del Corrêa

Curadoria: Olinda Charone e Paulo de Tarso

APOIO

Escola de teatro e dança da UFPA

Paulo Bico Rocha

José Neto

Por Lucas Corrêa.

 

 

 

 

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O primeiro livro de poesias do escritor, urbanista e professor Flávio Nassar nasceu por acidente. Desde que escreveu “O armagedon na cidade do Pará e a polêmica ressurreição do Engolecobra”, em 2001, o autor buscava inspiração para um novo romance. “Apesar de inúmeras tentativas, não consegui me convencer do que estava fazendo. Então mudei de ideia e, como leio muita poesia, comecei a me arvorar por esse caminho. Comecei a escrever uma coisa ou outra, até que o livro ficou pronto”, relata Nassar.

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Intitulado “Corpo Opaco”, lançado na quinta-feira, na Livraria da Fox, em Belém, a obra trabalha a criatividade não apenas na escolha de palavras, mas também na estética de apresentação dos textos. O escritor, que também assina o projeto gráfico, criou uma tipografia exclusiva e ilustrações em forma de QR Code para marcar cada um dos seis capítulos do livro.

“O QR Code por si só já trabalha com a linguagem de branco e preto, essas duas cores antagônicas. As minhas ilustrações acabaram tendo uma terceira cor, que é o vermelho, um pouco inspirado no grafismo dos poetas concretistas russos”, explica o autor.

A maior parte dos poemas reunidos no livro foi escrita entre 2016 e 2018. Entre os temas explorados há reflexões sobre a condição humana, a ocupação de cidades, o momento brasileiro nos últimos cinco anos e a própria literatura a partir do sentimento do autor.

Apesar da variedade de temas, Flávio Nassar ressalta que os textos não possuem referências regionalistas. “Tentei fugir ao máximo de referências como Ver-o-Peso, tacacá, pirarucu. Tentei escrever um texto que não chega a ser universal, mas foge do regionalismo. A única poesia que vai dar uma dica do lugar de onde eu sou é uma que cita Santa Maria de Belém, mas em um contexto que tem a ver com qualquer cidade”, conta.

Lançado sob o selo da editora 7Letras, “Corpo Opaco” tem direção de arte de Mirtes Morbach e editoração de Calazans Souza. A apresentação da obra é assinada por Pedro Pinho, professor de literatura brasileira da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os escritores Vicente Cecim e Caco Ishark assinam os textos na orelha da edição física. A obra já pode ser adquirida no site www.7letras.com.br.

Flávio Nassar é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (FAU-UFPA). Também é coordenador do Fórum Landi, entidade de caráter internacional que reúne estudiosos brasileiros, portugueses e italianos interessados no estudo da realidade amazônica no século XVIII. Além de sua produção acadêmica, escreveu o romance “O armagedon na cidade do Pará e a polêmica ressurreição do Engolecobra” (2001), além de diversos artigos publicados em jornais e revistas.

Da assessoria da editora.

Após passar por São Paulo, o espetáculo chega ao Recife para contar a história da mistura do Sertão com a cidade. “Poesia em frevo: A solidão aprende a dançar” é um convite para percorrer o chão de Pernambuco com a poesia visceral de Cida Pedrosa e o frevo potente da Orquestra de Frevo Henrique Dias. O evento acontece nesta quarta-feira (25), às 19h30, no Teatro Hermilo Borba Filho, no bairro do Recife.

Sob o comando do musicista Henrique Albino, que assina a direção musical e os arranjos, o espetáculo segue o fluxo de rimas e métricas, dividido em três suítes: Chegança, Urbe e Lilithianas, composto em vários movimentos, unindo palavra e música que se entrelaçam em busca de aproximação e estranhamento.

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Serviço

Poesia em Frevo: A solidão aprende a dançar

Quarta-feira (25) | 19h30

Teatro Hermilo Borba Filho ( Cais do Apolo, 142)

R$ 20; R$ 10 (meia)

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O folk eletrônico de Lucas Gutierrez, carregado de poesia, embala os sucessos do cantor. O artista paraense se apresentou no programa Som Pará, da TV UNAMA.

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Lucas se apaixonou pela música ainda na infância. Inspirou-se no pai, que tocava violão para o filho dormir. “Meus pais sempre me incentivaram musicalmente e me botaram no conservatório Carlos Gomes aos 8 anos de idade, sendo que fiquei lá até os 14 anos”, disse o cantor.

Dependente de música, como afirma, Lucas começou a gravar seus projetos na adolescência. “Sempre tive um Home Studio em casa. Sempre gravei, produzi e lancei de forma independente. Quando preciso, ainda gravo todos os instrumentos sozinho, mas o lance mais legal da música é que a gente pode compartilhar isso com outras pessoas”, explica Lucas.

A apresentação no Som Pará teve um gostinho especial, disse Lucas. “A UNAMA me proporcionou inúmeras experiências positivas. Além de gravar meu primeiro clipe pela Universidade, o Som Pará foi uma daquelas que eu sempre vou lembrar, porque foi a primeira vez que eu fui veiculado para um público grande demais, dada a proporção da Rádio UNAMA e a soma de todos os canais”, concluiu o cantor, afirmando que levará essa recordação para sempre.

O programa Som Pará, da TV UNAMA, abre espaço para que os artistas e bandas paraenses possam divulgar seus trabalhos para o público. As gravações são ao vivo, nos estúdios da TV UNAMA ou em uma área externa do campus Alcindo Cacela, em Belém. A primeira temporada, com 38 programas, estará disponível no canal do Youtube do LeiaJá, às quintas e sextas-feiras, sempre às 19 horas. A segunda temporada começa em agosto.

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Sussurros e memórias habitam cada canto da cidade, fazendo o passado e o presente interagirem com uma trilha sonora que convida o público a viajar pelas ruas, pontes, calçadas e marquises do Recife Antigo. Assim se constrói o ambiente que o Grupo Experimental trabalha em sua obra "Pontilhados", que estreia nesta quarta-fiera (10) e segue em temporada até o dia 20 de julho. Depois de passar por São Paulo e Porto Alegre, a obra retorna ao Recife, onde foi concebida, e propõe ao público uma imersão e passeio pelo Bairro do Recife misturando poesia, música, história e dança.

Dirigido por Mônica Lira, "Pontilhados" é um espetáculo que fala e revive amores antigos, com personagens como Das Neves, Doras e Madonnas, cujas presenças ecoam como seres emblemáticos, donos de narrativas transgressoras em sua época, mas também transgredidas pelo mundo que as incompreendia. Por entre as frestas do tempo, estas mulheres, suas vidas, suas memórias são revividas durante a obra. Mulheres da beira do cais, neste porto onde convergem tantos Recifes, com seus homens e mercadorias. Lugar onde corpos, afetos, perfumes, marcas de batom e violência assumem o papel de moldura da cidade velha.

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 Neste obra, o palco são as ruas e cantos do Recife. Através de um guia, o público segue o roteiro passando pelos personagens e espaços públicos enquanto a trama se desenvolve, visitando passado, memória e afetos, onde o cenário é a própria interação com a cidade e com as pessoas. Apesar de ser na rua, para ouvir a trilha e a narração de toda a montagem, é necessário adquirir o ingresso do espetáculo no site Sympla, que corresponde ao fone individual, que compartilha através de rádio toda a dramaturgia e trilha do espetáculo.

Serviço

Espetáculo "Pontilhados"

De 10 a 20 de julho | 16h

Recife Antigo (saída ao lado da antiga livraria Cultura)

Ingressos: R$ 40 (inteira) / R$ 30 (social) - +1kg de alimento não perecível / R$ 20 (meia) - válida para estudantes, idosos e educadores que comprovem vínculo com as referidas entidades

*Da assessoria

O fim de semana é de arraial no Cabo de Santo Agostinho. Neste sábado (14), o Espaço Esperantivo, localizado na Vila Nazaré, recebe o Grupo 8 Baixos e Poesia, que tem como um dos integrantes o poeta Esperantivo, que dá nome à casa de eventos. O espetáculo está marcado para as 20h, tem entrada livre, mas é recomendado o pagamento de couvert de R$ 10.

Com a sonoridade dos trios pé-de-serra e a declamação ao invés do canto, a banda também conta com Givaldo Aleixo (sanfona e produção musical), filho do icônico sanfoneiro Zequinha dos 8 Baixos e Biu do Pandeiro (pandeiro e percussão). No evento, os artistas lançam o o show de São João do Grupo 8 Baixos e Poesia.

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SOBRE O ESPERANTIVO - CASA, COMIDA E CULTURA

O Esperantivo - Casa, Comida e Cultura, como o nome sugere, é um espaço cultural e hamburgueria artesanal localizada na Vila de Nazaré, entre as praias de Calhetas e Suape, no Cabo de Santo Agostinho/PE, Região Metropolitana do Recife. O espaço é responsável por revitalizar a vida cultural da Vila. Situado em um conjunto arquitetônico de proteção municipal, foi inaugurado no dia 26/11/2017, abre aos sábados à noite e em eventos, servindo hambúrgueres artesanais, bebidas e uma visita guiada pelo espaço que resguarda e divulga a história da Vila de Nazaré e a obra do cordelista cabense Esperantivo, autor de centenas de títulos e imortal pela Academia Cabendo de Letras, Academia Caruaruense de Literatura de Cordel e Academia de Cordel do Vale da Paraíba.

Serviço: Show de Santo Antônio com 8 Baixos e Poesia

Dia: Sábado, 15 de junho

Hora: partir das 20h

Ingressos: Couvert livre com valor recomendado de R$ 10

Endereço: Rua do Sol, S/N (ao lado do Museu do Pescador), Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape) - Cabo/PE

Após cumprir três anos e meio de prisão por tráfico de drogas, Carlos Alves dos Santos, de 52 anos, deixou o Presídio de Salgueiro (PSAL) acompanhado pela ansiedade de lançar seu segundo livro, intitulado “A moldura”, dessa vez em liberdade e junto a sua família. Em agosto do ano passado, o ex-reeducando já havia apresentado a obra “O pensador”, através da qual pôde compartilhar seus sentimentos com os colegas de detenção.

Além de escrever, Carlos já tinha uma carreira musical desde os 12 anos de idade. Aos 20, ele compôs a canção “Eu Vou Pedir a Lua”, que teve boa repercussão na voz do cantor Hilton Vargas. Nascido no distrito de Ibó, na cidade de Belém de São Francisco, no sertão de Pernambuco, o poeta já tem quatro discos gravados e é pai de três filhos.

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“Aqui [a prisão] foi a minha escola do conhecimento e da criatividade, jamais do crime, pois estudei, cantei e ainda virei poeta, saio feliz”, contou Carlos. De acordo com ele, seu próximo livro aborda o machismo na sociedade moderna.

“O que importa para a gente é o resultado final. Carlos nos dá ânimo para incentivar projetos como o de Remição pela Leitura, de canto, cursos profissionalizantes, estudo e trabalho”, explica Francenildo Bezerra, gerente do PSAL, onde Carlos concluiu o Ensino Fundamental 2. Agora, o ex-reeducando ficará sob o regime aberto vinculado ao Patronato Penitenciário de Pernambuco.

 Em março deste ano, a cena literária pernambucana ganhou mais uma produção independente. ‘Furtiva’, escrito pela jovem poeta Júlia Bione, de 16 anos, traz à superfície o íntimo da sua alma. A obra conta com 19 poesias que discorrem essencialmente sobre o amor. O livro faz parte do projeto Mostra de Publicações Independentes (MOPI), uma iniciativa da editora pernambucana Castanha Mecânica.

As poesias sem rimas, escritas em sua maioria dentro dos ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife, serviram como válvula de escape para Bione, que usou todo seu talento para se desprender das amarras e convenções sociais e de expor sua homossexualidade à família. A necessidade de ser vista, ouvida e de se fazer existente foi o motor necessário para que a obra tomasse vida.

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“‘Furtiva’ foi um pedido de socorro e depois que ele foi pra rua eu me senti livre, eu falei ‘Eu estou livre para ser o que eu sou, para ser quem eu sou’”, revelou a jovem escritora em entrevista ao LeiaJá.

Criada por uma base formada por mulheres, Bione foi instruída desde cedo sobre o suposto ‘lugar de mulher’. Submissão e machismo eram vistos como necessários. No entanto, isso nunca entrou em sua cabeça: conformismo não era uma opção para a menina.

Aos 11 anos, inspirada em Racionais MC's, Bione escreveu seu primeiro poema. Assim como os do livro, ele também falava de amor.

Poesia Marginal e Slam

Com 13 anos, Bione ainda era Júlia, mas ela já sabia o que queria ser e resolveu se arriscar em uma roda de rima próxima de sua casa, no Prado, Zona Oeste do Recife. Antes de conseguir batalhar, foi impedida de disputar pelo menos duas vezes, simplesmente pelo fato de ser mulher. Na primeira vez, ela se deparou com a afirmação ‘Menina não batalha. A gente pega muito pesado e não queremos pegar pesado com menina’. Indignada, a adolescente voltou para casa e continuou a escrever, meses depois retornou na roda e aderiu o nome de ‘Bione’, com o intuito de confundir os realizadores sobre seu gênero, mas a tentativa foi em vão.

Frustrada, em decorrência da proibição de fazer o que foi destinada, a adolescente passou por problemas psicológicos durante um período. “Eu pensava: ‘Eu não tô conseguindo batalhar aqui, não tô conseguindo fazer o que eu gosto do lado de casa, como é que vou fazer pra o mundo inteiro?’”, revela.

No entanto, Bione não estava satisfeita com a proibição e voltou à roda uma terceira vez, quando finalmente conseguiu batalhar. A poeta conta que a primeira vez que conseguiu participar foi quando sentiu mais medo. “A primeira vez que eu pensei em desistir foi a primeira vez que eu quis fazer”, diz. Como a batalha era de rap (com improviso) a adolescente não se saiu bem, mas já se sentiu uma vitoriosa por ter conseguido fazer parte da roda.

Um tempo depois, Bione conheceu o ‘Slam das Minas’, em que as poetas recitam poesias autorais e foi ali que encontrou o seu lugar. Produzindo poesias marginais sobre resistência e revolução, ela trata de problemas sociais, como o racismo, o machismo e a homofobia. A jovem poeta conta que no início só queria falar sobre o que estava sentindo, até perceber que outras pessoas também sentiam a mesma coisa e encontravam nela uma maneira de ter voz na sociedade.

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Em Pernambuco, existem três grupos de Slam: O Slam PE, o Slam Caruaru e o Slam das Minas, do qual Bione faz parte. Além das rodas de batalhas individuais em cada grupo, os slams também competem entre si para garantir representantes do Estado no Slam BR - Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, que acontece anualmente em São Paulo. O evento reúne ‘slammers’ de todo o Brasil e o vencedor representa o país na Copa do Mundo de Slam, disputada em Paris.

Em 2018, após vencer as batalhas em Pernambuco, Bione foi a São Paulo representando e ficou em 3° lugar. Com 15 anos, ela era a poeta mais nova da competição. “Eu fiquei muito assustada, pois no ano anterior quem tinha ganho era Pernambuco, com Bell Puã. Eu era a sucessora, em busca do bi”, conta.

Sobre políticas públicas de incentivo à cultura, Bione fala que é escassa e seletiva, um assunto complicado de falar. “Quando a gente fala de Slam e batalhas de rap, políticas públicas é um assunto que não se encaixa muito, elas às vezes impedem de que a gente vá pra rua, que a gente fale. Vai além de colocar um palco e colocar os meninos pra rimar, tem relação com o respeito. Todo mundo respeita uma roda de poesia na rua da Aurora, porque é na rua da Aurora, mas políticas públicas dentro da favela não existe”, enfatiza. Bione sabe por quem fala e para quem fala. Confira uma de suas poesias:

Acontece neste sábado (30), às 19h, a 66º edição do Sarau da Boa Vista. O encontro, que reúne poetas e artistas da cena Cultural do Recife e resiste ao tempo, será realizado na Rua do Hospício, em frente ao Teatro do Parque, área Central da cidade.

Idealizado em 2013 pelo poeta Aldo Lins, o Sarau da Boa Vista conta com dois blocos musicais e dois blocos de poesia intercalados entre si. Nesta edição, o evento homenageia a artista Isabel Sougarret e a poeta Terezinha Simão.

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O Sarau da Boa Vista acontece todo último sábado do mês e está completando 6 anos.

Serviço

Sarau da Boa Vista

30 de março | 19h

Restaurante Maremoto (Rua do Hospício, 68, Boa Vista- Recife)

(81) 99934 4184

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