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  No último domingo (12), mais um detento faleceu dentro do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), no Complexo do Curado, no Recife. Greyton de Santana Nogueira, de 31 anos, chegou a ser socorrido para uma unidade hospitalar, mas não resistiu.

Um preso, que trabalhava como barbeiro na unidade, foi assassinado no último sábado (11) por arma de fogo. Na ocasião, cinco detentos também ficaram feridos. Após o ocorrido, uma vistoria recolheu dez armas de fogo no presídio. Não haveria relação entre os casos do sábado e do domingo.

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Greyton estava no setor de disciplina, onde ficam presos que receberam algum tipo de punição, estão ameaçados ou têm problemas de convívio no cárcere. Segundo informações recebidas pelo LeiaJá, o corpo do preso não tinha marcas de violência e a suspeita é que ele tenha sido asfixiado por outro detento.

"Todas as duas situações são um reflexo da falta de segurança nos presídios de Pernambuco, que são superlotados", diz a assistente social Wilma Melo, coordenadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri). Segundo ela, Pernambuco tinha uma taxa de ocupação prisional de 241%, cerca de 2,4 presos para uma vaga, em fevereiro. Considerando só o PFDB, a taxa sobe para 399,34%, aproximadamente quatro presos por vaga. "A gente não tem uma estrutura de segurança nos pavilhões internos, porque há um déficit de agentes penitenciários. Tem lugares improvisados de forma artesanal, estruturas danificadas e um processo de favelização social grave", diz Melo.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que o caso será investigado pela Polícia Civil. Greyton respondia pelo crime de roubo.

Dois detentos foram recapturados, na tarde desta sexta-feira (10), no Centro do Recife, após descumprirem regras de monitoramento eletrônico, violando, em tempo real, o perímetro de circulação permitido pelas autoridades. Ademar de Oliveira Donato e José Vando Ferreira de Souza haviam sido liberados da cadeia pelo Poder Judiciário para cumprimento de prisão domiciliar, em uma tentativa de prevenir a propagação do novo coronavírus nos presídios de Pernambuco.

A recaptura foi feita por equipes do Centro de Monitoramento Eletrônico de Reeducandos (Cemer) e da Gerência de Operações e Segurança (GOS), segundo informações da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) do Estado. Os presidiários foram levados para a Penitenciária de Itaquitinga, Zona da Mata de Pernambuco.

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Segundo a Seres, desde o início da epidemia do novo coronavírus, 768 reenducandos do regime fechado e semiaberto foram liberados para prisão domiciliar. Foram contemplados idosos acima de 60 anos, “com comorbidades, pensão alimentícia e aqueles com previsão para migrar para o regime aberto até 31 de julho de 2020”.

Independente do monitoramento eletrônico, a Seres ressalta que os presos devem permanecer em suas residências, sob “pena de indeferimento do benefício e regressão para o regime fechado”. “A Seres e a Polícia Militar seguirão monitorando os beneficiados com a medida e todos os que infringirem as regras serão punidos com a regressão de pena”, acrescentou a Secretaria.

A Secretária de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) em conjunto com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) anunciaram medidas impostas a partir desta terça-feira (17) para prevenção dos internos do sistema penitenciário de Pernambuco em relação ao coronavírus. 

A principal mudança nas rotinas dos presídios do Estado é a diminuição no número de visitantes e também o tempo permitido para a permanência. Serão apenas um familiar por semana permanecendo por até quatro horas. Anteriormente eram três familiares permitidos das 8h às 16h. 

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“O sistema prisional de Pernambuco conta com uma circulação diária muito significativa de pessoas. Esse controle já vem sendo intensificado com muito mais atenção para que possamos resguardar a todos: servidores, presos e seus familiares”, disse o Secretário do SJDH, Pedro Eurico. 

Ao todo foram 16 medidas tomadas. Consultas odontológicas só em casos de emergência, assim como atendimentos no geral. Atividades religiosas também estão suspensos.

Confira todas as medidas:

a) As visitações ocorrerão nos sábados e domingos, de acordo com a população carcerária, sendo permitida a entrada de 50% de visitantes num dia e 50% no dia seguinte.

b) As visitas íntimas estão suspensas.

c) Fica limitado a 01 visitante por Pessoa Privada de Liberdade – PPL.

d) As visitações ocorrerão das 08h00 às 12h00.

e) Fica, temporariamente, suspensa a entrada de religiosos nos estabelecimentos prisionais.

f) As audiências judiciais ficam suspensas até o dia 31/03/2020.

g) Os estabelecimentos prisionais deverão manter as PPL’s na triagem, devidamente monitoradas, pelo menos, 10 dias na entrada e nas transferências entre estabelecimentos.

h) As capacitações de servidores e PPL’s serão permitidas através de ensino à distância e ficarão limitadas a 10 pessoas por espaço.

i) A Secretaria Estadual de Saúde – SES realizará triagem das PPL’s que retornarem das saídas temporárias para a visita familiar.

j) O atendimento dos advogados será realizado exclusivamente no parlatório, limitado a uma vez por semana.

k) Será permitida a entrada de 100 ml de álcool gel e 05 máscaras por visitante.

l) Fica suspenso o atendimento odontológico nos estabelecimentos prisionais, excetuando-se as urgências.

m) A participação de PPL's em atividades religiosas fica restrita a 10 pessoas.

n) Fica definido a redução das transferências e proibição da entrada de presos de outros Estados.

o) O público de risco nos estabelecimentos prisionais (Idosos, diabéticos, cardiopatas, asmáticos, autoimunes, tuberculosos, portadores do HIV, gestantes, dentre outros) deverá ser identificado e separado das demais PPL’s.

p) O estabelecimento prisional que identificar algum caso suspeito de corona vírus deverá suspender as visitações.

A primeira profissão de José Érico Serafim, de 33 anos, foi pintor. Sobrevivia com a realização de outros bicos, mas a pintura lhe fascinava mais. A profissão foi interrompida quando ele acertou dois tiros em um adolescente de 13 anos em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), em 2014 e foi preso e condenado por tentativa de homicídio. A pintura voltou para a sua vida agora e ele a enxerga como um caminho para parar de cometer erros e organizar sua vida e a de sua mãe. 

Serafim é integrante do projeto Pinte Seu Patrimônio, uma parceria entre o Governo de Pernambuco e a Prefeitura de Olinda, que busca manter preservado o Sítio Histórico da cidade. No projeto, o morador é responsável por adquirir os materiais para a reforma de seu imóvel, enquanto o Governo do Estado oferece a mão de obra carcerária por meio do Patronato Penitenciário e da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), e a prefeitura, o apoio técnico. O projeto foi um dos vencedores da 32ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2019.

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“Hoje eu me sinto uma pessoa melhor”, diz Serafim. Ele mora em uma palafita com a mãe em Olinda e sonha em construir uma casa de tijolo para os dois após conseguir a liberdade. 

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Para os moradores, a vantagem é a economia e a preservação de seu bem. Eles não gastam com a contratação de mão de obra especializada, que seria necessária para esse tipo de recuperação.

Já os reeducandos recebem capacitação e uma chance de se integrarem ao mercado de trabalho. Segundo a secretária executiva de Patrimônio de Olinda, Ana Cláudia Fonseca, diversas vezes os moradores contrataram os reeducandos para serviços extras. “O projeto oferece uma inclusão social dos reeducandos. Eles estão vivenciando o dia a dia do Sítio Histórico”, destaca a secretária.

O detento Roberto da Silva, 52, trabalhava como servente de pedreiro e foi preso por roubo. Desde 2018 usa tornozeleira eletrônica e dorme em sua casa no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. “Não tenho mais idade para estar dentro do sistema penitenciário. Minha rotina lá era de aperreio e estresse. Minha família sofria humilhação na fila, humilhação dos agentes penitenciários”, recorda ele enquanto faz a decapagem de um casarão na Rua de São Bento, onde funciona o Olinda Sorvetes e Sucos. Roberto espera poder continuar com o serviço de restauro.

A pintura não é feita com tinta acrílica tradicional, que, nas casas de alvenaria antiga, gera bolhas na parede e pode danificar a estrutura. O material utilizado no Pinte Seu Patrimônio é cal, por permitir que a parede respire. 

O morador do Sítio Histórico interessado em inscrever seu imóvel deve comparecer à Secretaria de Patrimônio. Ele precisa estar com o IPTU em dia e não ter nenhum processo de dano ao patrimônio não resolvido. A secretaria fica localizada na Rua de São Bento, 160, bairro do Varadouro.

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Um detento de 22 anos morreu por suspeita de meningite no Presídio de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, na sexta-feira (7). Um segundo preso, de 28 anos, está internado com sintomas da mesma doença.

As secretarias Estadual de Saúde (SES), de Saúde de Vitória de Santo Antão e Executiva de Ressocialização (Seres) estão realizando medidas de controle epidemiológico. O paciente internado está, desde a quinta-feira (6), na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Correia Picanço, no Recife, que é referência estadual para doenças infecto-contagiosas. A última informação obtida é que o quadro de saúde do preso é grave.

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Os reeducandos, servidores e demais funcionários do presídio estão realizando a profilaxia indicada para esses casos, com uma dose de antibiótico. 

Por nota, a SES informou que não há outro paciente com sintoma da doença no presídio. A Seres suspendeu todas as visitas na unidade neste final de semana.

Participando de um jogo amistoso contra os detentos do Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), situado em Canhotinho, Agreste de Pernambuco, o time do ex-jogador Carlinhos Bala perdeu por 3 a 0. O amistoso foi uma iniciativa da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e é uma das apostas para "driblar o ócio e a violência na unidade prisional", explica o órgão.

Bala, que já passou pelos três principais times de Pernambuco, foi convidado pela Seres para participar do projeto. O atacante Betinho (ex-Náutico) também jogou a partida. O gerente prisional Marcos Braga aponta que "o esporte é capaz de proporcionar um ambiente tranquilo e melhora as relações da unidade prisional". 

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Essa foi a primeira vez que Carlinhos Bala visitou o CRA. “Ganhamos a feliz sensação de motivar as pessoas com o futebol que é paixão nacional e, apesar de ser visto com um ídolo por muitos, jogamos com a mesma emoção. Com dedicação e o apoio da família, todos são capazes de retomar a vida longe da vida errada”, destacou o artilheiro.

Na última quarta-feira (15), 14 detentos do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), no Complexo do Curado, Zona Oeste do Recife, foram graduados em capoeira. A ação faz parte do projeto Liberdade da Ginga, que existe há seis anos e conta com 21 inscritos.

Mais de 100 detentos do Pjallb já participaram do grupo desde sua criação. O mestre Ubiraci Lima, 43 anos, recebeu o título dentro da unidade prisional e, no evento da quarta-feira, graduou mais dois professores. Conhecido como Timaia, Ubiraci ganhou a liberdade em novembro de 2019.

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De acordo com o gestor do Pjallb, José Sidney Souza, quase 100% dos que participam do projeto não se envolvem em problemas no cárcere. "Por ser um evento coletivo, baixa a tensão e o ócio criando uma irmandade. Mostra outro mundo, outras possibilidades", disse.

O professor de capoeira Williams Oliveira, 32, cumpriu pena de um ano e seis meses e ganhou a liberdade em 2016. "Eu era instrutor de capoeira quando fui convidado para dar aula. No início, eu era mais parado, ficava com raiva quando chegava a hora da aula, mas depois isso se tornou meu passatempo. Os alunos me fortaleceram", contou.

Com informações da assessoria

Após a saída temporária de Natal, cinco presos não voltaram às unidades prisionais em Pernambuco, informou a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). O benefício, respaldado pela Lei de Execução Penal, havia liberado 400 detentos no período de 19 a 26 de dezembro.

A Secretaria não informou o nome dos presos que não retornaram. Nesses casos, segundo as pastas, as unidades prisionais comunicam o ocorrido ao poder judiciário, Ministério Público e Polícia Civil para expedição de mandado de prisão.

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 Os reeducandos que têm direito ao benefício estão no regime semiaberto. A saída temporária tem o objetivo de proporcionar o retorno do preso ao convívio social. Para ter acesso à medida, o detento precisa ter bom comportamento no cárcere e ter cumprido um sexto da pena em caso de réu primário ou um quarto da pena se for reincidente.

Nos dias em que está fora da prisão, o reeducando precisa cumprir algumas regras. Ele deve possuir um endereço fixo para ficar, voltar para a residência em horário determinado, não permanecer fora de casa em horários noturnos e não visitar locais como bares e casas de show ou ingerir bebida alcoólica em local público. Em caso de descumprimento, o preso pode sofrer punições e regredir de regime. 

Com um total de dez ocorrências, 2019 fechou com uma queda de 33% no número de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) dentro dos presídios de Pernambuco. O levantamento da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) também destaca a redução de fugas.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos Pedro Eurico aponta o investimento no sistema prisional como causa para os indicadores. No ano passado, as 23 unidades pernambucanas registraram dez CVLIs, enquanto em 2018 foram somadas 15 ocorrências.

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O órgão também percebeu uma baixa no número de fugas, traduzida na diminuição de 43,39%. Em 2019, 53 fugas foram registradas, dessas, 42 reclusos foram recapturados. No ano retrasado, o sistema prisional sore 76 fugas.

 

A 'saidinha' de Natal liberou temporariamente 400 detentos em Pernambuco. Os presos deixaram suas respectivas unidades prisionais em 19 de dezembro e ficam em liberdade até 26 deste mês.

Os reeducandos que têm direito ao benefício cumprem o regime semiaberto. Todos eles estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) não informou o quantitativo de presos liberados por região como medida de segurança.

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 A saída temporária é um benefício determinado pela Vara de Execuções Penais e tem o objetivo de proporcionar o retorno do preso ao convívio social. Para ter acesso à medida, o detento precisa ter bom comportamento no cárcere e ter cumprido um sexto da pena em caso de réu primário ou um quarto da pena se for reincidente. 

 Os dias das saídas são definidos pelas Varas de Execuções Penais de cada estado, comumente caindo em datas comemorativas, quando as famílias se reúnem, como Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, Ano Novo e Páscoa. 

 Nos dias em que está fora da prisão, o reeducando precisa cumprir algumas regras. Ele deve possuir um endereço fixo para ficar, voltar para a residência em horário determinado, não permanecer fora de casa em horários noturnos e não visitar locais como bares e casas de show ou ingerir bebida alcóolica em local público. Em caso de descumprimento, o preso pode sofrer punições e regredir de regime. 

 É comum a confusão entre saída temporária e o indulto de Natal. Esse último é concedido por decreto presidencial, ou seja, apenas o presidente da República pode realizá-lo. O indulto de Natal consiste no perdão de pena. Nesse caso, o preso deixa a prisão permanentemente.

Divulgação/ César Muñoz Acebes/ Human Rights Watch

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O cenário de grande déficit de vagas para presos em Pernambuco abre espaço para a figura dos chaveiros. Eles são presos, frequentemente condenados por crimes graves como homicídio, que exercem funções do Estado, como abrir e fechar celas, fazer a contagem de detentos, encaminhar para acompanhamento jurídico, escoltar durante deslocamento, entre outras ações. Com direitos a regalias, esses presos também são acusados de promover violência nas unidades. Familiares de reeducandos contam que chaveiros têm, inclusive, determinado transferências no cárcere. 

 “De alguma forma, eles são um braço do Estado lá dentro”,  diz o especialista em segurança pública e doutor em sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Eduardo Matos de Alencar. O especialista é autor do livro “De quem é o Comando? O desafio de governar uma prisão no Brasil”. Publicada neste ano pela Editora Record, a obra discute as mediações do sistema penitenciário brasileiro a partir de vivências no Complexo do Curado, no Recife.

 Alencar conta que os chaveiros, também chamados de representantes dos presos, regulam diversos conflitos e gerenciam mercados ilegais no cárcere, como tráfico de drogas, venda de celas e alimentos. Por conta da posição que ocupam, geram ressentimentos, disputas e desejo de vingança, que acabam se concretizando em violência e perseguições quando eles chegam ao semiaberto. “Ninguém que tenha trabalhado junto com a polícia tem boa reputação”, conta.

 O doutor em sociologia estima que os chaveiros surgiram no nascimento do sistema penitenciário pernambucano. “Quando nasce [o sistema penitenciário], não tinha a figura do agente penitenciário, era sempre gente pouco qualificada da Polícia Civil e o número sempre foi aquém de pessoas. Na década de 90 já tinham notícias desses caras [chaveiros]”, explica.

 Um relatório, produzido por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a partir de inspeções realizadas em 2008, apontava a presença desses detentos no Complexo do Curado: "Donos da cadeia, os ‘chaveiros’ têm um pequeno comércio em seu pavilhão, onde vendem para outros detentos e familiares produtos alimentícios e de higiene por preços bem maiores do que os praticados no mercado. A CPI encontrou uma ‘bodega’ que havia sido alugada pelo ‘chaveiro’ a outro detento mediante o pagamento de R$ 200 reais por mês. O preso ‘locatário’, por sua vez, contratou como ‘empregados’ da vendinha outros três detentos, que  recebiam salário mensal de R$ 650 cada um, demonstrando que ter ‘comércio’ dentro da cadeia dá lucro, e bastante! O que faz o ‘chaveiro’ com o lucro das ‘bodegas’? Divide com os funcionários da cadeia, apurou a CPI”, diz relatório.   

Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também tratou do tema: “Os agentes não ingressam a fundo nos pavilhões, os quais ficam sob o controle absoluto dos presos, favorecendo o comércio de drogas, armas e até mesmo de alimentos, ficando clara a circulação de dinheiro. Registre-se que durante a inspeção no PFDB [Presídio Frei Damião de Bozzano, no Complexo do Curado], ocorrida num dia chuvoso, uma pessoa se apresentou com um guarda-chuva para amparar os integrantes da comissão de inspeção, o qual permaneceu por algum tempo. No entanto, a comissão foi surpreendida com a voz alta de um agente penitenciário mandando que aquela pessoa levantasse a camisa, constatado que estava de posse de duas facas peixeiras na cintura, uma em cada lado, demonstrando com isso a total insegurança dos que ali transitam ou fazem inspeção.”

 Já um relatório do Humans Right Watch de 2015 diz que “eles também usam ‘milícias’ compostas de outros presos para ameaçar e espancar aqueles que não pagam suas dívidas ou que questionam sua autoridade. Os agentes e autoridades do sistema prisional fazem vista grossa ou até participam das ações dos chaveiros em troca de propinas, de acordo com vários entrevistados, incluindo o diretor de um presídio.”

 O mesmo relatório do Humans Right Watch aponta que os chaveiros vivem em celas privadas, muitas vezes equipadas com televisores, ventiladores, geladeiras e banheiro. Presos conhecidos como 'chegados' cozinham, limpam e lavam roupas para os chaveiros em troca de privilégios, diz o órgão. 

Um diretor contou à equipe do Humans Right Watch que, em alguns casos, os chaveiros são escolhidos pelos diretores ou designados pelo chefe de segurança penitenciária em Pernambuco. Em outras ocasiões, os chaveiros libertados escolhem seus sucessores. "Os chaveiros são um mal necessário, pois não temos efetivos suficientes", disse um diretor de presídio durante a visita. 

 "Chegado" de chaveiro conversando com presos na ala disciplinar do Presídio Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), no Complexo do Curado. Divulgação/César Muñoz Acebes/Humans Rights Watch

 Em sua tese de mestrado publicada neste ano, a advogada Deise Benedito estudou o processo que ela chama de “favelização do Complexo do Curado”. Ela visitou o presídio pernambucano e identificou a presença dos chaveiros. “Cada pavilhão tem um chaveiro que fica com as chaves do pavilhão, e tem seus auxiliares conhecidos como ‘gatos’ que fazem o trabalho de apoio, trancando e destrancando as celas. São responsáveis pela segurança interna das celas, denunciam outros presos, internamente instalam ‘processos disciplinares’ entre os presos”, escreve a advogada. 

 Uma mulher que não quis se identificar, esposa de um detento da Penitenciária de Itaquitinga (PIT), na Mata Norte de Pernambuco, acusa o chaveiro do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, de ter determinado a transferência de seu marido. A mulher conta ter comprado uma televisão para seu companheiro, que foi tomada pelo chaveiro, além de roupas e o colchão. “Eu fui reclamar e ele disse que se eu fosse no pavilhão pegar minha televisão ele iria estourar minha cara de murro”, ela lembra. A relação entre o chaveiro e o companheiro dela seguiu estremecida a ponto do chaveiro ter pago R$ 1 mil para que o desafeto fosse transferido para Itaquitinga, segundo o relato da mulher. "Hoje em dia, quem bota as pessoas para Itaquitinga são os chaveiros pagando”, acusa.

Não é de hoje que a mulher tem que lidar com chaveiros. A denunciante diz ter pago R$ 2,5 mil por um barraco para o marido no Cotel. Ele ficou na unidade por cinco anos. A esposa conta que os barracos menores, com menos ventilação, são adquiridos por R$ 1,5 mi e afirma ter pago R$ 4 mil por uma cela em 2008 quando o marido estava no Presídio de Igarassu, no Grande Recife.

Uma mãe de preso que também conversou com a reportagem contou ter discutido com um chaveiro no Presídio Frei Damião de Bozzano, localizado no Complexo do Curado. “Eu disse para que ele não vendesse mais drogas para meu filho. Quando chegava o final de semana eu tinha que pagar R$ 1 mil, R$ 2 mil de dívida”. Segundo ela, os chaveiros estão sempre envolvidos e gerenciando o tráfico de drogas no cárcere.

De acordo com a coordenadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), Wilma Melo, o chaveiro tem sido responsável por promover castigos a presos. “Hoje reduziu muito a prática de tortura pelos agentes penitenciários, mas aumentou muito a ocorrência de espancamento e maus tratos pelos chaveiros”, ela afirma. 

“Hoje o Sempri entende que a questão do chaveirismo chegou a um ponto que desestrutura o sistema”, completa Melo. Segundo a defensora de direitos humanos, o entendimento se baseia, principalmente, na situação de Itaquitinga. “O maior problema que a gente tem em Itaquitinga é com pessoas que de uma forma ou de outra prestaram serviço ao sistema penitenciário no espaço prisional, como chaveiro ou auxiliar de chaveiro”. Ela diz que hoje há uma disputa de poder na unidade e presos que estão insatisfeitos com a perda da legitimidade que em algum momento tiveram.

Chaveiros podem ter impedido o crescimento de facções no Estado

 O pesquisador Eduardo Matos de Alencar acredita que a existência dos chaveiros pode ter contribuído para que facções criminosas não crescessem em Pernambuco, ao contrário do que ocorreu no Ceará e no Rio Grande do Norte. Negociando com presos, o reeducando conseguiria atenuar o sentimento de revolta na população carcerária.

"Não há um incentivo muito claro para ele [o preso] se rebelar e para ele ficar contra a gestão, que tem o chaveiro como mediador. Qual é o incentivo nesse jogo para o cara se faccionalizar? Para que o cara vai desobedecer? E o que ele vai procurar em uma facção se, dentro da prisão, se ele souber negociar, ele tem acesso a tudo, armas, drogas, mulher?", pondera. 

De acordo com o escritor, o chaveiro ajuda a despressurizar as tensões no cárcere. Mas ele destaca: "Os chaveiros exercem poder coercitivo, metem porrada, praticam tortura, fazem tudo que agentes fazem, mas pior."

Alencar também destaca que o chaveiro não deve levar todo o mérito pelo não fortalecimentos de facções nacionais. "Nada em crime é monocausal. No auge da política de repressão qualificada, ali em 2012, não foi favorável para os traficantes de outros estados atuarem em Pernambuco", diz, citando um exemplo. O pesquisador acrescenta: “Eu acho que o Estado tem no chaveiro uma função que resolve um problema para ele e é um Estado que não quer investir em sistema penitenciário.”

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) recebeu uma série de questionamentos sobre a temática. Por meio de uma vaga nota, a pasta emitiu o seguinte posicionamento: "A Secretaria Executiva de Ressocialização informa que a exemplo de grandes comunidades, há nas unidades prisionais os representantes, porém reafirma o poder maior do Estado em todas as circunstâncias no ambiente prisional".

O LeiaJá tentou contato com o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-PE) para apurar, junto à entidade, uma visão sobre a questão dos chaveiros nas unidades prisionais. Porém, até o fechamento desta reportagem, não fomos atendidos.

O número de armas de fogo apreendidas nas unidades prisionais de Pernambuco subiu 56,3% em 2019 em comparação com 2018. Os números foram apresentados pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp). Houve aumento também nas apreensões de munição, maconha, cola, comprimido psicotrópico, bebida alcóolica e chip de celular.

Segundo os dados, foram apreendidas 86 armas de fogo em 2019 contra 55 no ano anterior. As apreensões de munição subiram 65,7%, saltando de 663 em 2018 para 1099 neste ano.

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A apreensão de maconha também teve um crescimento expressivo de 29,4%. Em 2018, haviam sido confiscados 77 kg da droga, enquanto em 2019 houve o recolhimento de 99,67 kg. 

Quanto à bebida alcoólica, enquanto houve um aumento na apreensão da bebida artesanal, menos bebida industrial foi apreendida. Somando as duas categorias, o resultado é de 250 litros a mais de bebida alcoólica recolhida no cárcere em 2019.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) diz que as apreensões realizadas são fruto do trabalho permanente de revistas em todo o Estado. “Como resultado desses esforços está a redução no número de crimes violentos letais intencionais (CVLI) registrada este ano”, comemora a pasta em nota. Ainda de acordo com a Seres, foram registradas dez ocorrências este ano contra 15 em 2018. “A Seres informa também que as revistas nas portas de entrada foram intensificadas com equipamentos como o scanner corporal, detectores de metal e portais de detecção, que identificam a presença de materiais ilícitos”, complementa.

Também houve redução na quantidade de alguns itens apreendidos. Estão nessa lista: crack (menos 57,4%), cocaína (17,4%), faca (28,2%), chuço (21,6%), celular (1,6%) e carregador (3%). Em 2018, 76 pessoas fugiram da prisão, mas 58 foram recapturadas. Em 2019, 53 fugiram e 40 foram recapturadas.

Conforme dados de 10 de dezembro divulgados pelo Sindasp, Pernambuco tem 33615 presos para 11756 vagas, um déficit de 21859 pessoas. O Estado tem 1630 agentes penitenciários.

Fabson Lemos, apelidado de 'Cebola', foi ovacionado no campeonato de futebol do Presídio de Igarassu. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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É contraditório respirar liberdade dentro do sistema prisional. Por todos os lados, grades, cadeados e muros determinam o limite exato entre o universo carcerário e o mundo que há além da contenção. Porém, por alguns instantes, Fabson Lemos, 39, sentiu-se liberto, mesmo dentro da cadeia. Correu, sorriu, vibrou. Abraçou amigos. Recebeu uma leve brisa no corpo. Ouviu seu nome sendo exaltado em gritos de outros detentos, o colocando em um patamar de estrela. A democracia do futebol permitiu que homens encarcerados se vissem livres.

Fabson está privado de liberdade há oito anos. Cumpre pena no Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, onde vivenciou uma experiência para carregar na memória, nessa quarta-feira (11). O reeducando disputou a final do campeonato de futebol da unidade prisional, que neste ano chega a sua terceira edição. Barro vermelho, laterais estreitas. Terra batida, traves franzinas. O campo acanhado foi o palco da disputa cujo objetivo, literalmente, não foram as medalhas e troféus. De acordo com os detentos, o simples fato de correrem atrás de uma bola vale mais que uma premiação; na cadeia, qualquer distração é bem vinda.

“O futebol é primordial em termos de ressocialização. Fico lisonjeado em sentir o calor dessa massa. O campeão hoje é um só: o Presídio de Igarassu. O coração fica a mais de mil, desde ontem ninguém dorme. A cadeia parou para assistir esta final. Os detentos não falam outra coisa: comentam a decisão, falam do futebol limpo. Essa cadeia é um exemplo”, relata Lemos ao LeiaJá, momentos antes de jogar a partida decisiva da competição. Ele é integrante da Juventus, do Pavilhão H do PIG, que encarou o time do Real Madrid, formado por detentos do Pavilhão G.

Ligeiro no campo e nas palavras. Jeferson Santos Pereira, de 22 anos, discursa rapidamente antes de a bola rolar. Habilidoso nas quatro linhas, o reeducando herdou o talento dos tempos de liberdade, época em que passou por categorias de base de diferentes times de Pernambuco. Na cadeia, contudo, ele é apenas mais um detento, uma vez que sua capacidade futebolística não o faz superior em relação aos demais homens. Prevalece o respeito aos companheiros de cadeia. “Minha vida lá fora era complicada, mas, com fé em Deus, estava vencendo. Quando vim para Recife sofri influência, minha cabeça também não estava boa. Hoje estou preso. Este futebol aqui representa muitas coisas. Só eu sei o que passei no Cotel, tive muitos apertos, desgosto da vida. Graças a Deus, vim para Igarassu e a situação começou a ficar um pouco melhor”, desabafa o jovem.

Rivalidades do mundo do crime são descartadas no momento da partida. Entre os próprios presidiários havia o entendimento de que a ordem precisava ser preservada para que novos eventos esportivos sejam realizados na cadeia. “Já é a terceira liga e nós estamos acostumados. O respeito é mútuo e se tiver inimigo é na rua. Aqui, a magia do futebol transforma isso: o retorno é a tranquilidade. A rivalidade é no futebol”, afirma o diretor do PIG, Charles Belarmino.

Charles Belarmino, diretor do PIG, argumenta que o futebol é um instrumentos de recuperação social. Fotos: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A competição teve início em julho deste ano e seguiu com o formato de pontos corridos. Ao todo, 12 times, de diferentes pavilhões, entraram na disputa, cada um com dez jogadores. Até a decisão, 74 partidas foram disputadas.

O PIG tem capacidade para 426 homens. No entanto, assim como em outros presídios, existe lotação: a unidade possui mais de 4 mil reeducandos. “Todos estão aptos a jogar, independente de habilidade. Cada representante dos pavilhões faz sua equipe e coloca os times para jogar”, explica o supervisor de segurança do Presídio de Igarassu, Eronildo Santos.

Ao final da partida, a Juventus venceu o Real Madrid por 4x1. O placar, porém, não foi o mais importante. A cadeia comemorou o futebol e reviveu, mesmo que por alguns instantes, o que a liberdade pode oferecer. Com o apito derradeiro, a arbitragem apontou o campeão; cabe agora ao juiz decidir quem seguirá trancado ou retornará ao convívio social.

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Detentos do sistema carcerário de Pernambuco poderão participar de um campeonato de futebol. A informação foi revelada ao LeiaJá, nesta quarta-feira (11), pelo diretor do Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, Charles Belarmino.

A proposta está sendo estudada pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), do Governo de Pernambuco. Segundo o diretor do PIG, reeducandos de diferentes presídios poderão se enfrentar na competição, em jogos que deverão ser realizados no campo do próprio Presídio de Igarassu. Além disso, times de várzea formados por pessoas em liberdade poderão disputar o campeonato.

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“Quem vai organizar é o Presídio de Igarassu”, afirmou o diretor da unidade. Sobre como serão realizados os transportes dos detentos de um presídio para outro, Charles Belarmino revelou que o procedimento já está em fase de estudo. “Tudo isso está sendo estudado e, se Deus quiser, vai dar certo. Vai ser um sucesso”, disse ao LeiaJá.

Ainda de acordo com o diretor do PIG, caso seja aprovado, o campeonato entre presídios deve ser iniciado em julho do próximo ano. “É o tempo que estará pronta a nossa arena. Pretendemos fazer um society. Com o apoio da Secretaria e do Governo do Estado a gente vai conseguir”, declarou. O investimento para a construção do campo e realização da competição ainda não foi definido.

No que diz respeito aos presídios que deverão disputar o campeonato, alguns já estão em pauta. “Cotel, a PAI (Penitenciária Agrícola de Itamaracá) está interessada, Barreto Campelo também”, relatou Belarmino.

O diretor do PIG também informou à reportagem que triagens deverão ser feitas para definir quais detentos poderão participar do campeonato. Boa conduta é um dos principais critérios para a escolha dos participantes.

O secretário executivo da Seres, Cícero Rodrigues, também confirmou ao LeiaJá a intenção de promover o campeonato de futebol entre presidiários. Confira no vídeo:

Um detento da Penitenciária de Itaquitinga, considerada um presídio de segurança máxima em Pernambuco, foi morto depois de uma briga com outro preso. O caso aconteceu na madrugada desta sexta-feira (6). O Instituto de Criminalística e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram acionados e devem apurar os fatos. 

Ao G1, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que o acusado do crime foi encaminhado para uma delegacia da Polícia Civil. O presídio, que fica na Zona da Mata de Pernambuco, é alvo de várias denuncias, sendo a mais recorrente os maus tratos sofridos pelos detentos. Alimentos vencidos, podres, e chaveiros 'causando o terror' em Itaquitinga é o que o LeiaJá vem denunciando.

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Presídios e penitenciárias de Pernambuco organizaram uma programação especial para filhos de detentos que fazem visita aos domingos em alusão ao Dia das Crianças. Corredores e grades das unidades foram decorados com bolas de festa, enfeites e brinquedos.

Nas colônias penais femininas do Recife, Buíque e Abreu e Lima foram montados cama elástica, cinema e pula-pula. As unidades masculinas contaram com música ao vivo, brincadeiras, palhaços, pintura, café da manhã, oficinas pedagógicas, além de sorteios de brinquedos e bicicletas.

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As visitas ocorreram até as 16h. Segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), aos domingos são registrados cerca de 19 mil visitantes nas 23 unidades prisionais de Pernambuco. Segundo a Seres, as atividades são organizadas para que os reeducandos e os familiares se sintam valorizados.

Dados da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) indicam que no ano de 2019, 1.382 reeducandos de 23 unidades prisionais e de uma cadeia pública de Pernambuco fizeram inscrição no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja PPL) 2019. A prova da avaliação é realizada em dois dias, sendo o primeiro nesta terça-feira (8) e outro nesta quarta (9), dentro dos estabelecimentos prisionais.

O número de inscritos, com relação ao ano de 2018, registrou um aumento de quase 65%, no qual 160 são do Presídio Rorinildo da Rocha Leão, localizado no município de Palmares e 137 da Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina. Segundo o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a prova pode ser uma oportunidade de ressocialização ao convívio social. “Apostamos na educação e no trabalho como grandes aliados neste processo”, declara, em nota divulgada pela Seres.

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Além do número de candidatos do Encceja PPL 2019, a Seres também revelou o número do total de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio Para Pessoas Privadas de Liberdade e Jovens Sob Medida Socioeducativa (Enem PPL), que conta com 1.162 reeducandos de 22 estabelecimentos penais.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) apreendeu armas de fogo na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A revista ocorreu um dia após a morte de um detento e a mobilização de presos na unidade prisional.

Entre os itens recolhidos estão duas pistolas calibre 40, três carregadores e 67 munições. A ação foi realizada pelos agentes penitenciários e equipes de segurança da Seres, além dos batalhões de Choque, Bope e Radiopatrulha da Polícia Militar. As armas de fogo e drogas serão encaminhadas à delegacia.

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Confira a lista de materiais apreendidos:

3 aparelhos celulares

3 carregadores de celular

2 fones de ouvido

6 facas industriais

1 modem (celular)

2 balanças de precisão

20 gramas de substância aparentemente ácido bórico

180 g de substância aparentemente maconha

31 papelotes de substância aparentemente maconha

48 pedras de substância aparentemente crack

2 pistolas cal.40

3 carregadores cal.40

54 munições cal 40

13 munições cal 38

Um detento morreu durante princípio de tumulto na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (RMR), na quarta-feira (28). Eberty Liberato da Silva Barros, de 30 anos, foi morto por disparo de arma de fogo.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que os presos realizaram uma mobilização pacífica solicitando a agilização nos processos judiciais. Segundo a secretaria, já existem tratativas com o Poder Judiciário para implementar maior celeridade nas análises.

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De acordo com a Seres, as varas de execuções penais estão em fase de migração do sistema físico para o eletrônico por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que tem dificultado o andamento dos processos.

Um procedimento administrativo foi aberto para apurar as circunstâncias em que ocorreu a morte do preso. Eberty tem passagens por roubo, furto e receptação. Ele também cometeu uma falta disciplinar de natureza grave por ter fugido da penitenciária em 20 de março deste ano, sendo recapturado em 21 de maio.

Detentas da Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (Cpfal), no Grande Recife, participam de aulão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 neste sábado (24). O aulão de redação com a professora Fernanda Pessoa, realizado na Faculdade Joaquim Nabuco, em Paulista, está sendo transmitido simultaneamente para 40 reeducandas concluintes do Ensino Médio da Escola irmã Dulce, da Cpfal, através de projeção.

No próximo dia 5 de outubro, haverá outro aulão com professores da rede estadual. O objetivo da ação é enriquecer a aprendizagem das estudantes que vão se submeter ao Enem prisional.

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A ação é realizada pela Gerência Regional Metropolitana Norte (GRE-Metro Norte), da Secretaria de Educação de Pernambuco, com apoio da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).

 

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