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O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA-SP), deflagrou, nesta quarta-feira (6), a Operação Vênus, que visa a desarticular fraude fiscal estruturada e inadimplemento fraudulento perpetrado por grupo econômico atuante no comércio de vestuário, explorador de renomadas marcas de sua titularidade por meio de mais de 200 lojas próprias espalhadas por todo o território nacional.

Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Jundiaí, Guarulhos, Santo André, Campinas e Colatina (ES), todos expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, com a participação de 21 integrantes do Ministério Público, 60 auditores fiscais estaduais, seis auditores fiscais federais, quatro procuradores da Fazenda Nacional, 19 integrantes da Procuradoria-Geral do Estado, além de 104 policias civis e 31 policias militares do Estado de São Paulo.

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Em Jundiaí, um dos alvos foi a Hot Point, uma das marcas do Grupo Restum, alvo da operação, que ainda não se manifestou sobre as acusações.

Diversos crimes

Investigações do CIRA-SP, iniciadas no ano de 2022, detectaram, em associação a robustos episódios de sonegação fiscal e indevida redução de tributos devidos, inclusive via operações simuladas, fortes indícios de implementação de um esquema de blindagem e ocultação patrimonial com uso de interpostas pessoas (“laranjas”), offshores e cessões de bens e recebíveis em fraudes à execução, tudo de modo a garantir, ao longo de toda a atuação fiscal, o esvaziamento da cobrança e a proteção ilegítima das riquezas do grupo, avolumadas em grande parte à custa do erário e de players atuantes em um cenário de regularidade tributária e concorrencial.

Como resultado de tal fraude fiscal estruturada, aferiu-se, no curso das investigações, um passivo total acumulado pelo grupo perante o Estado de São Paulo de ordem superior a R$ 2,5 bilhões, montante relacionado a débitos de ICMS inscritos e ainda não inscritos em dívida ativa. Além disso, o grupo possui um passivo junto à União em quantia atualmente superior a R$ 600 milhões.

O CIRA é integrado pelo MPSP por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), pela Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento (DIFIS e DICAR) e Procuradoria-Geral do Estado (GAERFIS), bem como pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Organização crimosa e lavagem

Na seara criminal, inobstante as fortes evidências de sonegação fiscal, que poderão acarretar novas autuações e sanções administrativas, surgiram também indícios plurais de organização criminosa e lavagem de capitais através de empresas patrimoniais e em nome de terceiros e offshores, cuja investigação robustece o escopo da presente operação.

Espera-se, para além da recuperação de créditos tributários estaduais e federais superiores a R$ 3 bilhões e da regularização fiscal pelos investigados, um efeito dissuasivo no segmento econômico, possivelmente contaminado com práticas semelhantes de outros agentes, demonstrando a capacidade de atuação integrada das instituições do Estado.

Samuel Eto'o, ex-jogador, ídolo de Camarões e com passagens pela Inter de Milão e o Barcelona, e seu ex-agente, José María Mesalles, foram sentenciados a 22 meses e um ano de prisão, respectivamente, por fraudes fiscais. Segundo a Justiça de Barcelona, mais de 3,8 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões, na conversão da época) foram fraudados do Tesouro Nacional da Espanha, entre 2006 e 2009.

O camaronês esteve presente no julgamento nesta segunda-feira, em Barcelona. Em declaração, Eto'o assumiu o crime, mas culpou Mesalles, seu antigo agente, a quem se referia como um "segundo pai". "Reconheço os fatos e vou pagar, mas que saibam que eu era criança na época e que sempre fiz o que meu pai me pediu para fazer", afirmou o ex-jogador.

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Eto'o já havia movido uma ação contra Mesalles por supostos crimes de fraude e apropriação indébita na gestão de seu patrimônio. O tema ainda está em fase de investigação.

Os fatos foram julgados nesta segunda-feira, ocorridos entre 2006 e 2009, têm relação com o valor da transferência de seus direitos de imagem para a Puma e o Barcelona. Tais valores deveriam constar em suas declarações de imposto de renda, mas isso não aconteceu.

Na acusação inicial, o Ministério Público pedia penas de quatro anos e seis meses de prisão, tanto para Eto'o quanto para Mesalles. Estas foram reduzidas a 22 meses para o ex-jogador, como autor de quatro crimes fiscais, e um ano para seu ex-agente.

Entretanto, as sentenças não serão executadas imediatamente, visto que nenhum dos acusados possuí antecedentes criminais e por Eto'o devolver parte dos valores fraudados. Além das penas de prisão, Eto'o foi condenado a pagar quatro multas, uma por cada um de seus crimes, no valor de 1,8 milhões de euros (cerca de R$ 9,8 milhões).

Uma ação contra companhias farmacêuticas acusadas de sonegação fiscal cumpriu 88 mandados de busca e apreensão em 32 cidades paulistas. De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), as empresas são suspeitas dos crimes de fraude e lavagem de dinheiro que podem ter causado um rombo de R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

O empenho, que envolveu a Sefaz-SP e outros órgãos públicos como a Receita Federal, Ministério Público e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), é parte da segunda fase da Operação Monte Cristo. A ação fez buscas em empresas e nas residências de membros ligados aos esquemas que, segundo a força-tarefa, existia há cerca de seis anos. De acordo com as investigações, um grupo de distribuidores nacionais, duas redes de farmácias, com cerca de 300 drogarias e cinco distribuidoras de medicamentos levavam vantagem com as fraudes.

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O caso

A estrutura para a prática das fraudes e da lavagem de dinheiro ia desde a indústria de medicamentos, passava pelas distribuidoras e chegava ao comércio varejista. O grupo utilizava dois modelos de prática irregular para não repassar impostos aos cofres públicos. Uma das estratégias para diminuir o custo final dos produtos aos envolvidos, era a criação de atacadistas de fachada em nomes dos chamados "laranjas". Esses distribuidores eram abertos para que assumissem a responsabilidade de pagar os impostos que deveriam ficar a cargo dos fabricantes.

Outra maneira de burlar a Receita era o envio de medicamentos fabricados no estado de São Paulo para território goiano. De acordo com o Fisco paulista, são os laboratórios que devem recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desde a origem até o produto final. Com o encaminhamento a Goiás, as indústrias farmacêuticas transferiam a obrigação do repasse, pois o mecanismo fiscal da fraude fazia com que distribuidoras ilegais pagassem menor valor no imposto. Assim, os fármacos voltavam às lojas do Sudeste e, quando comercializados, rendiam créditos que deveriam ter sido repassados aos cofres públicos.

O trabalho investigativo da Operação Monte Cristo começou há três anos e a primeira fase da força-tarefa monitorava as ações da rede Farma Conde, na região do Vale do Paraíba. Durante a averiguação, alguns dos acusados optaram pela delação premiada para se livrarem da prisão e levaram a outros desmembramentos para apuração de novos ilícitos. Além da confissão, os delatores devolveram cerca de R$ 340 milhões às finanças públicas.

Apreensão milionária

Na casa de um dos sócios da Bifarma, que tem mais de 150 unidades espalhadas pelo país, o apoio da Polícia Civil à força-tarefa encontrou quase R$ 9 milhões em dinheiro. Em outro imóvel de um ex-colaborador de outra farmacêutica acusada, o homem chegou a jogar R$ 200 mil no lixo quando avistou as equipes da Operação Monte Cristo.

Nesta quinta-feira (4), em São Paulo, a segunda fase da operação Olho de Hórus multou empresas do segmento siderúrgico que se beneficiavam de um esquema de sonegação de impostos. O valor das multas soma R$ 338.590.982,65. Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Secretaria da Fazenda e Planejamento também cumpriram quatro mandados de busca e apreensão dentro da ação.

Na primeira fase da operação realizada em novembro do ano passado, as autoridades prenderam temporariamente cinco pessoas. O plano dos criminosos era transferir créditos de ICMS por meio de empresas fictícias. A organização agia por meio de empresas simulando operações falsas de entrada de mercadoria, o que gerava créditos tributários irregulares para benefício do grupo.

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As investigações desarticularam as atividades do bando punindo empresas e sócios, que faturavam alto e tinham ciência de todo o esquema fraudulento. 

O embate entre os candidatos a governador realizado na manhã desta terça (18) em Caruaru também tratou da questão fiscal e a relação entre o governo e as empresas pernambucanas. Neste quesito, Dani Portela questionou Maurício Rands (Pros) sobre como ele vai combater a sonegação fiscal no Estado.  

“Sonegação é parte de um contexto maior, Pernambuco hoje é um estado profundamente burocrático e não propicia um ambiente para o investimento. Isso é muito triste, dá um Pernambuco muito diferente desse pintado na propaganda. A questão não é empresário contra a sociedade. É de investimento. É preciso respeitar a capacidade de atração de investimentos. Estamos apresentando um conjunto de propostas que vai fazer com que o ambiente tributário atraia investimentos locais e internacionais”, observou Rands.

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Ao rebater o argumento do adversário, Dani disse que o sonegar imposto em Pernambuco virou algo “fácil” e rotineiro e perguntou a Rands como ele pretende garantir o que promete sendo sócio de um empresa de comunicação que enfrenta problemas trabalhistas. 

“Tenho uma história de participar das lutas sociais. Quando ninguém queria fui advogado sindical. Fiz a minha opção pelos trabalhadores quando ainda era a época da ditadura militar. Minha vida é de luta social, como investidor tenho várias ações de várias empresas. Meu irmão teve coragem de assumir o Diario de Pernambuco e está recuperando com muita capacidade”, disse o candidato.

Envolvido em processo fiscal de R$ 188 milhões (com as correções monetárias, o valor chega a R$ 200 milhões), Neymar teve vitória parcial no que diz respeito a direito de imagem em julgamento feito pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) nesta quarta-feira (15), em Brasília. A terceira sessão continua com o debate sobre o envolvimento do Barcelona e as multas a serem aplicadas.

O jogador do Barcelona era acusado de irregularidades no pagamento de impostos entre 2011 e 2013. Em vez de pagar tributos como pessoa física - a alíquota do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é de 27,5% - Neymar usou as empresas da família e foi beneficiado pelo alíquota de 15% a 25% do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

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No período da manhã, a discussão foi centrada na questão dos direitos de imagem. O colegiado reconheceu a legalidade da NR Sports (criada em 2006) como intermediária de Neymar a partir de um contrato firmado em 2009 entre as partes, no qual o atleta cedeu à empresa da família o direito de explorar sua imagem até 31 de dezembro de 2020 sem qualquer custo. Diante disso, a relatora Bianca Felicia Rothschild alegou que não caberia ao Fisco avaliar o acordo de compensação financeira entre os contratantes.

E, a partir do instante que o direito de uso de imagem foi reconhecido, a relatora entendeu que a NR Sports também estava apta a explorar a imagem do atleta nos contratos celebrados com terceiros - Nike, Red Bull, Ambev, Panasonic, entre outros patrocinadores - mesmo que a ação dependesse de um ato exclusivo do indivíduo, como usar um boné ou participar de um evento, por exemplo. Segundo o advogado Marcos Neder, 80% do valor que Neymar recebe de direitos de imagem vem de 100 patrocinadores.

Em sua análise, a relatora Bianca ainda questionou a restrição do conceito de imagem em que a fiscalização se baseou no processo e usou o julgamento de Alexandre Pato, ocorrido em fevereiro, como parâmetro em seu posicionamento. Sendo assim, ela deu parecer favorável à defesa e conseguiu maioria entre os conselheiros.

Já no que diz respeito ao acerto entre a NR Sports e o Santos, a relatora argumentou que havia um confusão em relação ao pagamento de direito de imagem e o contrato de trabalho e salientou a desproporção do valor pago. Destacou também que a remuneração fixa do direito de imagem era cinco vezes superior ao salário do atleta e estava assegurada mesmo se as receitas não ocorressem. Diante disso, ela se posicionou contra o recurso do jogador e novamente teve o acompanhamento do colegiado.

O alemão Paul Lange, de 29 anos, foi extraditado na última terça-feira (29) do Recife para Dresden, na Alemanha. Em seu país natal, Lange responde pelo crime de sonegação fiscal. 

Lange já foi preso duas vezes no Recife. A primeira ocorreu no dia 18 de março de 2014, após a Interpol informar que um procurado iria encontrar outro suspeito no Aeroporto Internacional dos Guararapes, na capital pernambucana.

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O estrangeiro foi preso, mas como o prazo da prisão preventiva se encerrou, ele foi posto em liberdade. O governo alemão renovou o prazo de sua prisão e ele foi detido novamente no dia 25 de setembro de 2015.

Em nenhuma das ocorrências Lange reagiu à abordagem policial. Ele responde a três processos por fraude, datados de 2008, 2011 e 2012. As penas podem chegar a 32 anos de reclusão. 

Segundo a Polícia Federal, o alemão disse que seus documentos foram usados de maneira criminosa por outra pessoa cujo nome não foi revelado. As fraudes giram em torno de 250 mil euros, o equivalente a R$ 1.110.000.  Lange chegou ao Brasil em 2011 pelo Rio de Janeiro-RJ e morava no Recife há quatro anos. A previsão é que ele chegasse à Alemanha por volta das 7h20 desta quarta-feira (30).

Uma carga de whisky sem nota fiscal avaliada em R$ 18 mil foi apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde da quarta-feira (9), na BR-423, em Garanhuns, Agreste de Pernambuco. Ao todo, foram confiscadas 429 garrafas do produto.

A mercadoria era transportada na carroceria de uma picape que havia saído de Arapiraca-AL com destino a Sanharó, também no Agreste pernambucano. O condutor, de 24 anos, informou aos policiais que estava levando a bebida para um casamento. A PRF, entretanto, descobriu que o pai do motorista possui um estabelecimento comercial na região.

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A carga de whisky não apresentava indícios de falsificação. O condutor e a mercadoria foram encaminhados à Secretaria da Fazenda de Bom Conselho, no Agreste. O suspeito vai responder por sonegação fiscal.

O atacante Neymar entrou com uma ação contra a União pelo vazamento do processo no qual ele e seus pais são investigados por suposta sonegação de impostos no Brasil. O jogador reclama que o acesso ao processo é sigiloso, porém informações foram divulgadas na imprensa sem a sua autorização.

O jogador do Barcelona pede que a União "adote medidas eficazes para evitar novos vazamentos". Ele também exige que a União "informe as medidas que estão sendo tomadas para investigação dos fatos e punição dos responsáveis pelo vazamento".

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Além de Neymar, os demais autores da ação contra a União são o seu pai, Neymar da Silva Santos, sua mãe, Nadine Gonçalves, e três empresas da família: Neymar Sport e Marketing, NN Consultoria Esportiva e Empresarial e NN Administração de Bens.

Em sua decisão, o juiz federal Eduardo Santos da Rocha Penteado diz que há elementos que "sugerem que a imprensa obteve acesso a informações de forma prematura, ou seja, antes mesmo de os interessados no processo administrativo fiscal terem sido intimados de atos nele praticados".

Por isso, o magistrado determinou à União que informasse o nome e a matrícula funcional dos servidores que possuem ou possuíram acesso ao processo contra Neymar e seus familiares. O juiz pede ainda o andamento processual discriminado, com datas e ocorrências.

Em setembro do ano passado, o desembargador Carlos Muta, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, determinou o bloqueio de R$ 188 milhões de Neymar. O jogador é acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos de 2011 a 2013, período em quem defendia o Santos e negociou sua transferência para o Barcelona.

Proprietários de postos de combustíveis conseguiam comprar álcool direto de usinas sem passar pelas distribuidoras credenciadas nem pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os participantes do esquema foram alvos da Operação Avaxi, deflagrada pela Polícia Civil em parceria com a Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE), na quinta-feira (3). Nesta sexta-feira (4), os investigadores detalharam as ações dos suspeitos.

A Polícia Civil solicitou a prisão dos envolvidos, mas o Judiciário autorizou apenas conduções coercitivas. Foram cumpridos 14 mandados de condução coercitiva e 23 mandados de busca e apreensão. Dois alvos se destacam entre os demais: Paulo Fernando Ferreira, dono de nove postos de combustíveis, proprietário de distribuidora de combustível e suspeito de adulterar o contador das bombas; e Eduardo José Santos Pragana, gerente das usinas Cachool, no município de Escada, e Estreliana, no município de Ribeirão, que distribuía álcool diretamente aos postos.

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Segundo a delegada da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Deccot), Wedyja de Andrade e Silva, o combustível deveria seguir a uma distribuidora credenciada, onde a sua qualidade é avaliada e o tributo é adicionado. “Descobrimos que vários postos estavam recebendo álcool sem nota fiscal. O gerente das usinas tinha contato direto com donos de postos e outros empresários”, comenta. As diligências policiais ocorreram em dois postos no Recife e em Vitória de Santo Antão, Glória do Goitá, Bezerros, Lagoa do Carro, Escada e Ribeirão. Há fortes indícios de que os diretores das usinas Cachool e Estreliana também participavam do esquema, por isso as investigações continuam. 

Entre as estratégias para evitarem serem flagrados pela Secretaria da Fazenda, os suspeitos adulteravam os encerrantes, que são os contadores das bombas, o que podia ser feito até por controle remoto. Com isso, as equipes da Sefaz não conseguiam determinar num primeiro momento se havia alguma irregularidade. De acordo com o diretor de Operações da Sefaz-PE, Anderson Alencar, a adulteração teria o consentimento de técnicos. “Essas máquinas passam por manutenção feitas por técnicos autorizados. Esses grupos já conseguiram corromper esses técnicos, que faziam a adulteração”, detalha Alencar.

A organização também reutilizava as mesmas notas fiscais diversas vezes. Em 2015, consta que um total de 15 milhões de litros de etanol foram destinados ao estado do Ceará, mas é provável que estes documentos tenham sido usados outras vezes, para justificar mais entregas.

O esquema pode ser interestadual. Além do Ceará, há movimentações estranhas para distribuidoras de Minas Gerais e Espírito Santo. A suspeita é que nesses casos as distribuidoras sejam empresas fantasmas.

Segundo Anderson Alencar, esse tipo de organização está trazendo prejuízos imensos para Pernambuco. “A gente estima, em relação a essa prática de desvio de etanol, estar perdendo cerca de 10% da arrecadação mensal do Estado, o que representa em torno de R$ 20 milhões por mês”, explica o diretor de operações. Em janeiro de 2016, a arrecadação do estado só com combustível representou 19,49% de tudo que foi coletado. 

Para o chefe da Polícia Civil, delegado Antonio Barros, o fato da Justiça não conceder os mandados de prisão prejudicou o andamento das investigações. “Já temos provas que houve prejuízo na coleta de provas em razão das pessoas não terem sido presas”, relata. A Sefaz-PE irá fazer um confrontamento de dados entre o que é produzido na usina e o que o posto revendedor adquiriu. 

Apesar de não terem sido detidos, os alvos foram indiciados por crime contra a ordem econômica, associação criminosa para sonegação fiscal e, em alguns casos, falsidade ideológica. Entre os suspeitos estão pessoas que alteram os contadores das bombas, que escondem máquinas de cartão de crédito da fiscalização e donos de transportadoras. 

Os consumidores também podem ficar atentos. Segundo a Sefaz-PE, há um grande risco do combustível nesses postos não serem de qualidade. Os clientes devem sempre solicitar o cupom fiscal, desconfiar de postos que não possuem bandeira clara e preferir postos de combustíveis de uma rede confiável. 

JOÃO PESSOA (PB) - O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) denunciou, na manhã desta sexta-feira (10), o Grupo Thiago Calçados. A empresa tem, segundo o seu site oficial, 26 lojas funcionando em João Pessoa, Campina Grande e Natal.

A Promotoria de Combate à Sonegação Fiscal do MP-PB ofereceu 14 denúncias por prática de crime de sonegação fiscal em conjunto com crime continuado. A promotora de Justiça Renata Carvalho da Luz informou que as empresas do grupo vinham sendo investigadas há cerca de um ano e possuem, em autos de infrações, mais de R$ 50 milhões sonegados.

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A pena prevista na Lei de Crimes Contra a Ordem Tributária (Lei Federal nº 8.137/1990) é de dois a cinco anos de detenção por cada sonegação. A denúncia é nominal aos proprietários da empresa.

A Thiago Calçados foi procurada, mas os responsáveis pelo Grupo não foram localizados.

Com informações da Assessoria

A Prefeitura do Recife (PCR) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) assinaram, nesta quinta-feira (10), um Termo de Cooperação Técnica oficializando o Programa Permanente de Combate ao Crime Contra a Ordem Tributária, que será conduzido em conjunto entre MPPE e PCR, com o objetivo de combater sonegação de impostos e taxas municipais, por empresas e prestadores de serviço. 

O documento coibe os crimes contra a ordem tributária municipal e prevê que os auditores do Tesouro Municipal passem a municiar o Ministério Público com informações e elementos materiais que servirão de base para eventuais ações penais movidas pela promotoria. O corpo técnico da Secretaria de Finanças deverá acionar o Ministério Público quando encontrar indícios de atos ou fatos que possam configurar crime contra a ordem tributária, de acordo com a Lei Federal 8.137/1990.

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A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, no início da manhã desta quarta-feira (7), uma ação para desarticular uma organização envolvida com a fabricação e comercialização clandestina de cigarros. A quadrilha utilizava selos fiscais falsos nas embalagens do produto e também é acusada de contrabando e sonegação fiscal.

A Operação Alcatrão conta com um efetivo de 100 policiais civis, 22 auditores da Receita Federal, 34 auditores da Secretaria da Fazenda Estadual e 35 policiais militares. Os agentes irão cumprir 10 mandados de prisão temporária, além de seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Criminal de Caruaru.

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De acordo com a polícia, o grupo estava sendo investigado há nove meses pela Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (Decot). Os detidos estão sendo encaminhados para a sede da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), onde às 9h será divulgado um balanço parcial da operação.

A Polícia Civil do Rio, o Ministério Público e a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio (Sefaz) deflagraram, nesta quinta-feira, a Operação Sudeste S.A., com o objetivo de desbaratar um esquema que contava com empresas de fachada que emitiam notas fiscais falsas. Com o apoio de 102 policiais civis e 20 auditores fiscais, foram cumpridos 25 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão. A operação também foi feita nos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

As investigações, iniciadas há oito meses, revelaram que 14 empresas, que atuavam na venda de bebidas, móveis, e no comércio atacadista de embalagens, cosméticos e perfumaria, movimentaram R$ 1,1 bilhão em mercadorias e teriam causado prejuízo estimado em R$ 80 milhões aos cofres públicos. Dois funcionários da Sefaz e um servidor da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ) estão entre os presos.

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O esquema investigado é uma sofisticada evolução das antigas "notas fiscais frias". A quadrilha abria empresas de fachada, em salas ou boxes, mantendo apenas a estrutura mínima que proporcione uma aparência de legalidade (uma mesa, um computador e um funcionário) e que permitisse emissão de notas fiscais para acobertar as transações do esquema. As empresas investigadas eram constituídas em nomes de "laranjas" e abandonadas após algum tempo de atividade, sem pagar os impostos.

A operação desta quinta-feira irá coletar mais provas para que os impostos sonegados sejam cobrados dos empresários que se beneficiaram do plano. Também serão investigados funcionários de cartórios que autenticaram assinaturas dos "laranjas", contadores e os gerentes de bancos onde as empresas mantinham contas com valores expressivos.

A atuação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a sonegação fiscal levou à recuperação de R$ 34,343 milhões em créditos tributários estaduais, em 2012, e ao parcelamento junto à Secretaria da Fazenda (Sefaz) de outros R$ 5,6 milhões em dívidas. Esses valores chegaram aos cofres públicos depois que o MPPE notificou, processou ou articulou operações contra empresas sonegadoras.

Os dados constam em um relatório produzido pelo Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Combate à Sonegação Fiscal (Caop-Sonegação Fiscal), no qual lista todas as operações e ações judiciais contra sonegadores entre janeiro e dezembro do ano passado.

Em 2012, foram 65 denúncias de promotores de Justiça de vários municípios do Estado com valor geral de R$ 61,249 milhões sonegados. No relatório, o Caop, coordenado pelo procurador de Justiça José Lopes de Oliveira Filho, destaca a Operação Retalho, realizada em agosto, de combate à sonegação no polo de confecções do Agreste.

Comandada pelo Grupo de Apoio Permanente de Combate à Sonegação Fiscal (Gape), que congrega MPPE, Sefaz, Secretaria de Defesa Social e Procuradoria Geral do Estado, a ação redundou na prisão de seis pessoas e na apreensão de armas e computadores. Estima-se que o grupo desarticulado sonegou R$ 23 milhões.

Em 2013, o MPPE continuará o trabalho de aperto à sonegação. O Caop repassou às Promotorias de Justiça de vários municípios pernambucanos Comunicações Fiscais para Fins Penais ao Ministério Público (Cofimps) recebidas da Sefaz, indicando o total de débitos tributários (R$ 385,7 milhões) e quais os sonegadores por município, região e atividade econômica.

Na Região Metropolitana está a maior parcela desse débito fiscal, com R$ 145 milhões, seguido pelo Agreste, com R$ 37 milhões, e a Zona da Mata, com R$ 8 milhões.

Foi apresentado nesta quarta-feira (9) o resultado das denúncias feitas pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) à Justiça, em relação as 10 empresas do Estado suspeitas de sonegação fiscal. Sendo sete do Agreste pernambucano e as demais localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR).  Juntas, as empresas autuadas nesta operação somam mais de R$ 192,9 milhões de impostos sonegados.

A maior incidência das empresas envolvidas se encontra no ramo de bebida, supermercado, distribuidor de estiva e material de construção civil. As empresas atuadas pela Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz) e notificadas pelo MPPE estão no rol das 100 maiores empresas sonegadoras em Pernambuco. Ainda na operação, 50 empresas foram notificadas extrajudicialmente com o objetivo de recuperação do crédito tributário, oriundo de atuações fiscais pela Sefaz.

A operação, que visa garantir o ressarcimento dos valores sonegados aos cofres públicos, acontece em 22 estados e no Distrito Federal. Estão envolvidos na ação representantes dos ministérios públicos estaduais, secretarias de Fazenda e outros órgãos e instituições parceiras.

De acordo com o promotor de Justiça José Lopes a operação é fruto de uma investigação e monitoramento contínuo e que, para o sucesso das operações, “é fundamental as parcerias com outros órgãos ligados ao tema”. E destacou “Tal procedimento tem por objetivo a redução das práticas criminosas em face justamente dos vários crimes que enseja a conduta de sonegação fiscal, bem como o crime de constituição de empresas fantasmas, além de outras fraudes”, declara Lopes.

Lopes ainda falou sobre o sistema desenvolvido pelo Caop Sonegação Fiscal, que envolve o monitoramento de todas as ações sobre sonegação. “Com o sistema podemos verificar o quantitativo de sonegação por segmento, bem como o quantitativo sonegado. Antes do sistema, implantado há dois meses, não havia uma centralização de informações. Essa padronização permite que façamos o acompanhamento e fiscalização em tempo real, o que permite um controle da evasão fiscal no estado de Pernambuco”.

Este ano o MPPE ajuizou mais de 450 denuncias no Estado de Pernambuco, relacionados ao tema. Também foram recuperados mais de 40 milhões de crédito tributário. “O controle está sendo a cada dia mais aprimorado”, finaliza Lopes.

Mais de 6.500 representações penais por crimes de sonegação fiscal, no valor de R$ 11,8 bilhões, foram encaminhadas ao Ministério Público de São Paulo, que participou da megaoperação contra fraude fiscal deflagrada em quase todo o país hoje.

Os débitos constituídos de ofício ou declarados e não recolhidos por setores em sistema de substituição tributária no ano de 2011 somam créditos não pagos no valor total de R$ 11.826.469.913,58.

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O MP, após análise, determinará a abertura de inquérito policial contra os sócios das empresas e demais pessoas que participaram das infrações para responderem pelo crime de sonegação fiscal. A operação foi feita pela Secretaria da Fazenda do Estado, em 60 cidades de São Paulo e na capital paulista.

A ação da Fazenda paulista integra a Operação Nacional de Combate à Sonegação Fiscal coordenada pelo Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas (GNCOC), que envolve secretarias de Fazenda e Ministérios Públicos nos 17 estados e Distrito Federal.

 

Postos de combustíveis

As equipes de fiscalização realizaram também a coleta de amostras de combustíveis de 104 postos em todo o estado. O material será enviado para o laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para análise.

A força-tarefa efetuou também a cassação da inscrição estadual de 18 estabelecimentos por venda de combustível adulterado, seis por falta de renovação da inscrição estadual, dois por não localização e relacrou dois postos que funcionavam com liminar e tiveram a ordem judicial revogada.

No município de Diadema, foram retiradas as bombas de um posto que, apesar de ter a inscrição estadual cassada, havia rompido os lacres e retomado ilegalmente a venda de combustíveis.

As ações envolveram, além do setor de combustíveis, a fiscalização de 48 estabelecimentos de comércio popular e a verificação da regularidade de carga e descarga de mercadorias em 37 shopping centers de vários municípios do Estado.

O Ministério Público, por meio dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram hoje uma operação nacional de combate à sonegação fiscal, em 22 Estados e no Distrito Federal.

A operação foi deflagrada e coordenada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), por meio do Promotor de Justiça Francisco José Lins do Rêgo Santos. Este é o terceiro ano consecutivo em que o GNCOC deflagra este tipo de operação.

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