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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) pode autorizar provisoriamente "nos próximos dias" o medicamento antiviral remdesivir para o tratamento de pacientes com coronavírus na União Europeia, afirmou nesta segunda-feira (18) seu diretor, Guido Rasi.

"Poderá ser concedida uma autorização condicional de comercialização nos próximos dias", afirmou Rasi no Parlamento Europeu, acrescentando que dependerá de os especialistas considerarem os dados disponíveis sobre o medicamento "suficientemente sólidos".

A UE autoriza condicionalmente a comercialização de medicamentos, cujos benefícios são estimados maiores do que seus riscos, apesar de não terem ainda dados completos. Sua duração é de um ano renovável.

A molécula do laboratório americano Gilead Sciences foi desenvolvida para tratar pacientes com febre hemorrágica ebola, mas nunca foi aprovada para nenhuma doença antes da Covid-19.

Este é o primeiro medicamento que demonstrou certa eficácia contra a Covid-19 em um ensaio clínico significativo nos Estados Unidos, com mais de mil pacientes, que reduziram seu tempo de recuperação em quatro dias, passando de 15 para 11 dias.

Com base neste ensaio, a Food and Drug Admnistration (FDA) dos EUA concedeu uma autorização de emergência para tratar pacientes com a doença, assim como o Japão, que acelerou seus procedimentos geralmente longos.

Paralelamente, cientistas de todo o mundo estão imersos em uma corrida contra o relógio para achar uma vacina contra o coronavírus que, segundo o chefe da EMA, poderia estar disponível "dentro de um ano", no cenário mais otimista.

O novo coronavírus causou pelo menos 315.270 mortes no mundo desde seu surgimento em dezembro na China, segundo um balanço realizado pela AFP com base em fontes oficiais, nesta segunda-feira às 11H00 GMT (8h00 no horário de Brasília).

A Turquia anunciou ontem a abertura de sua fronteira com a Europa por 72 horas para a passagem de refugiados, a maioria sírios. A decisão é uma resposta ao ataque sírio que matou 33 soldados da Turquia em Idlib, na quinta-feira, e seria uma tentativa do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de pressionar a União Europeia a apoiar sua ofensiva contra as forças de Bashar Assad no norte da Síria.

A abertura das fronteiras foi anunciada na TV estatal turca. Imediatamente, refugiados seguiram para os pontos de passagem no norte, nas divisas com Grécia e Bulgária, e no oeste, perto das ilhas gregas de Lesbos e Chios. Sem a presença da Guarda Costeira da Turquia, que foi orientada a não reagir, muitos se arriscaram na travessia em barcos infláveis.

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Muitos imigrantes, temendo que a janela de 72 horas seja curta demais, organizaram caravanas de ônibus de Istambul para Edirne, última grande cidade antes da fronteira grega. Os governos de Grécia e Bulgária reforçaram a presença militar e garantiram que ninguém entraria na União Europeia.

"Eles não vão entrar na Grécia", afirmou à Reuters um funcionário do governo grego. "São imigrantes ilegais, não os deixaremos entrar."

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, também foi categórico pelo Twitter. "Um número significativo de migrantes e refugiados se reuniu em grandes grupos na fronteira terrestre grega-turca e tentou entrar no país ilegalmente. Quero deixar claro: nenhuma entrada ilegal na Grécia será tolerada", afirmou.

Mesmo com os alertas, a polícia grega teve trabalho ontem para conter cerca de 300 refugiados e empurrá-los de volta para a Turquia com bombas de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral.

Na outra fronteira terrestre da Turquia, com a Bulgária, a segurança também foi reforçada. O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, anunciou o envio de mil homens para impedir a entrada de imigrantes e refugiados. O premiê se reunirá com Erdogan na segunda-feira para discutir a crise.

Em Bruxelas, os burocratas europeus se assustaram quando viram as imagens, captadas por drones, de caravanas de refugiados atravessando campos, florestas e se aproximando da fronteira com a Grécia. Logo depois, a UE exigiu que Erdogan cumpra um acordo de 6 bilhões de euros (cerca de R$ 30 bilhões) para impedir a passagem de imigrantes. Segundo o tratado, em vigor desde 2016, a Turquia interromperia o fluxo de pessoas em troca do dinheiro.

A nova crise entre Turquia e UE ocorre após Erdogan intensificar sua intervenção militar na Síria. Ele pretende ocupar uma vasta zona-tampão no norte do país para realocar os 3,6 milhões de refugiados detidos na Turquia e expulsar da fronteira os rebeldes curdos, considerados terroristas pelo governo turco.

O problema é que Assad vem recebendo ajuda russa há mais de quatro anos. Desde setembro de 2015, o ditador sírio vem retomando o território perdido, primeiro para os jihadistas do Estado Islâmico, depois para os rebeldes dissidentes, que lutam ao lado da Turquia.

O último reduto dos opositores sírios e das forças turcas é a província de Idlib, onde ocorrem os maiores enfrentamentos. Na quinta-feira, um ataque de forças da Síria matou 33 soldados turcos na região. Irritado, Erdogan convocou uma reunião de emergência de seu gabinete.

Segundo autoridades do governo turco, ele mandou a polícia, a Guarda Costeira e os agentes de fronteira a não impedirem o trânsito de refugiados. Nos bastidores, diplomatas da UE acreditam que a medida seja uma forma de pressionar o bloco a dar mais apoio à operação militar turca na Síria.

Erdogan também tenta obter apoio da Otan, organização da qual a Turquia é membro, para criar uma zona de exclusão aérea em Idlib. A medida protegeria as tropas turcas de ataques de aviões russos e sírios. Até o momento, porém, os líderes da aliança atlântica tiveram uma reação tímida.

Ontem, após reunião dos países da Otan, os representantes da organização expressaram solidariedade com a Turquia, mas rejeitaram qualquer ação militar e descartaram a zona de exclusão aérea. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu apenas que Rússia e Síria interrompam os "ataques indiscriminados" e "respeitem a lei internacional".

Quanto a Moscou, Erdogan vem adotando cautela e evitando um confronto direto. Ontem, os russos negaram qualquer participação no ataque que matou 33 soldados turcos. Em Ancara, no entanto, o governo turco vê com desconfiança as declarações do Kremlin, já que a Rússia comanda as ações aéreas em Idlib. No entendimento da Turquia, mesmo que não tenham participado da operação, os russos sabiam do bombardeio e não fizeram nada para impedi-lo. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após mais de três anos de discussões e negociações, os britânicos finalmente saíram da União Europeia na sexta-feira (31). Curiosamente, o Brexit significa poucas mudanças para brasileiros que vivem no Reino Unido, e preocupa mais quem tem passaporte europeu.

O Brexit afeta as relações entre Reino Unido e UE. Por isso, as mudanças também mexem com a vida dos cidadãos que tinham direito de morar no país graças à cidadania de algum país-membro do bloco europeu. É o caso de muitos brasileiros.

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Entre 2002 e 2017, ao menos 170 mil ganharam cidadania de países europeus e o direito à livre circulação no bloco, incluindo o Reino Unido. Agora, na condição de europeus, esses brasileiros ganharam de presente uma gincana burocrática: precisam fazer uma solicitação para permanecer no país durante o período de transição, que termina em 31 de dezembro.

Mesmo assim, após o dia 1.º de janeiro de 2021, as regras podem mudar. Até lá, algumas proteções estão em vigor. O programa chamado EU Settlement Scheme, fruto de um acordo entre o Reino Unido e a UE - que também incluiu Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça -, pretende proteger os direitos dos cidadãos europeus e parentes que vivem no Reino Unido.

O consultor de imigração da Associação Brasileira no Reino Unido (Abras), Ricardo Zagotto, disse que, por enquanto, "o único efeito prático (da saída) é que os céticos tomaram consciência de que o Brexit é uma realidade e eles devem tomar providências".

Na Inglaterra há quase cinco anos, Sandra Santos e a família se mudaram em busca de melhores condições de vida, principalmente de segurança e de educação. Com cidadania portuguesa, acompanharam todo o processo do Brexit, da votação do referendo à aprovação final.

"Foi uma novela, mas agora todo mundo está bem tranquilo. Ninguém está com medo." A família já se cadastrou no sistema do EU Settlement Scheme. "É um procedimento simples, você faz tudo por celular", conta Sandra. "A única coisa que precisa é o passaporte europeu."

De acordo com dados da Embaixada Britânica em Brasília, até o final de dezembro, mais de 2,7 milhões de pessoas requisitaram acesso ao programa - dessas, 2,4 milhões concluíram o processo com sucesso. A maioria recebeu status que permite a permanência no Reino Unido.

Visto

Os brasileiros que planejavam se mudar para o Reino Unido usando passaporte europeu estão acelerando o processo para que ele esteja concluído até o fim do período de transição, que termina em dezembro.

"Eu comecei meu processo de cidadania portuguesa em 2015 e só consegui concluir no ano passado", conta Vinicius Rossi. "Então, recebi a notícia de que o Brexit ocorreria no dia 31 de outubro (prazo que depois foi estendido)."

"Eu pensei: preciso ir agora, senão não vou mais. Larguei tudo, emprego, devolvi apartamento", conta. Há seis meses no Reino Unido, Vinicius já está apto a se cadastrar no sistema EU Settlement Scheme e aguarda a chegada da noiva, que poderá permanecer no país com um visto familiar.

A advogada e diretora da Casa do Brasil em Londres, Vitória Nabas, afirma que muitos brasileiros ainda estão tentando chegar ao Reino Unido com passaporte europeu. Ela destaca que tudo ainda é muito incerto sobre o que vai ocorrer após o período de transição. "A legislação ainda não foi divulgada. Sabemos que deve ser feita com base em um sistema de pontos, como acontece na Austrália e no Canadá para alguns tipos de vistos. Mas ainda não sabemos como vai ser exatamente."

Na Inglaterra com cidadania portuguesa há dois anos, Samuel Couto é engenheiro de qualidade da companhia aérea British Airways. Ele diz que, até o momento, o Brexit só poderá influenciar seu trabalho na medida em que afetar a economia como um todo. "Tudo é muito imprevisível", diz.

A embaixada britânica em Brasília afirma que turismo e educação não devem ser afetados. "Não há mudanças previstas para entrada de turistas no país durante o período de implementação. Como antes, para viagens de turismo com duração de até 6 meses, será necessário apresentar um passaporte válido", afirmou o órgão em nota enviada ao Estado.

No entanto, quem vai ao Reino Unido para estudar precisa se planejar se pretende ficar após o prazo. A advogada Paula - que preferiu não ter o sobrenome publicado - pretende fazer um mestrado no país.

"Não seria interessante conseguir uma qualificação lá, principalmente em um tipo de direito diferenciado e, depois, precisar sair", diz. "Eu queria ter as portas abertas, caso decidisse ficar lá." Assim, Paula e o marido aceleraram o processo de mudança: ele, cidadão italiano, foi para o Reino Unido no dia 14 e ela seguirá em março. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Europeia publicou nesta quarta-feira (29) uma série de recomendações estritas para o desenvolvimento da rede móvel 5G na União Europeia (UE) para prevenir qualquer risco de segurança, sem excluir a chinesa Huawei, acusada de espionagem por Washington.

Elaboradas pelos países do bloco e pelo Executivo comunitário, as recomendações estipulam a aplicação de "restrições pertinentes para os provedores considerados de alto risco", sem nomear explicitamente nenhuma empresa.

A publicação do guia de medidas não vinculantes para os diferentes governos nacionais acontece um dia depois da autorização parcial do governo britânico à participação da Huawei em sua rede 5G.

O governo dos Estados Unidos, que pressiona os aliados a excluírem a empresa chinesa do desenvolvimento da nova geração de parâmetros da rede móvel ao acusá-la de espionar para Pequim, considerou a decisão decepcionante.

Para "mitigar os riscos de segurança", a UE recomenda realizar as "exclusões necessárias (...) para os ativos críticos e sensíveis, como as funções de gestão e de orquestração da rede", explica a Comissão.

Os países da UE estão convocados a vigiar que cada uma de suas operadoras "disponha de vários provedores para evitar a dependência de empresas consideradas de alto risco".

Austrália e Japão seguiram o exemplo dos Estados Unidos e proibiram o uso da Huawei, enquanto a maioria dos grandes mercados emergentes, liderados por Brasil e Índia, abrem os braços para a empresa chinesa.

O 5G, uma nova etapa da comunicação móvel, permitirá conectar tudo o que atualmente não está conectado, principalmente objetos, em indústrias, cidades ou na área da saúde.

A Grécia exigiu, nesta sexta-feira (17), a anulação de um acordo turco-líbio sobre a divisão das águas no Mediterrâneo, ao receber seu aliado, o marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste da Líbia que se opõe ao governo de Trípoli, a dois dias da Conferência de Paz de Berlim.

Atenas não foi convidada para a Conferência de Berlim, que pretende lançar um processo de paz na Líbia sob o patrocínio da ONU. Anunciou, contudo, que vetará na União Europeia (UE) qualquer pacto de paz na Líbia, se não forem anulados os acordos Ancara-Trípoli.

"A Europa tem uma posição comum e reconhece que este acordo é nulo e sem efeito", declarou o ministro grego dos Assuntos Exteriores, Nikos Dendias, após se reunir com o marechal Haftar.

A Grécia se opõe aos acordos firmados em 27 de novembro pelo chefe do Governo de União Nacional (GNA, reconhecido pela ONU), Fayez Al Sarraj, e pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, principal apoio de Sarraj frente ao marechal Haftar.

Estes acordos permitem à Turquia defender seus direitos sobre vastas zonas do Mediterrâneo oriental. Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, seu país começará "o quanto antes" a fazer prospecções nessas disputadas áreas ricas em hidrocarbonetos.

"A Grécia não participa da Conferência de Berlim. Esperamos que a Alemanha seja a guardiã da posição europeia sobre a Líbia", frisou.

Em um comunicado conjunto publicado há uma semana, Chipre, Egito, França e Grécia consideraram estes acordos "nulos".

Haftar chegou na quinta à noite a Atenas, em um avião particular. Conforme fontes ligadas à visita, será recebido pelo premiê Kyriakos Mitsotakis.

- Trégua -

Dotada das maiores reservas de petróleo na África, a Líbia é palco da violência e das lutas de poder desde a queda e a morte do ditador Muamar Khadafi em 2011, após uma revolta popular e uma intervenção militar liderada por França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

As forças do marechal Haftar iniciaram em abril de 2019 uma ofensiva para derrubar as autoridades de Trípoli. Mais de 280 civis morreram nos confrontos, assim como mais de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Cerca de 146.000 líbios fugiram dos combates.

Ancara apoia militarmente o governo de Sarraj. Erdogan já anunciou o envio de tropas para a Líbia, com o objetivo de ajudar o GNA a conter as forças de Haftar. Este último conta com o apoio dos Emirados Árabes Unidos e do Egito, dois adversários da Turquia.

Ontem, a assessoria de Sarraj confirmou que ele participará da conferência internacional em Berlim. Em Benghazi, o marechal recebeu o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas.

Haftar "prometeu respeitar o cessar-fogo" e "claramente indicou que quer contribuir para o sucesso da conferência de Berlim e, em princípio, está disposto a participar" dela, tuitou o chefe da diplomacia alemã, após o encontro.

Vários países estarão representados em Berlim, entre eles Rússia, Turquia, Estados Unidos, China, Itália e França.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, insistiu neste sábado, em conversa telefônica com o colega do Irã, Mohammad Zarif, na "necessidade de desescalada", após a morte do general iraniano Qasem Soleimani durante um ataque americano em Bagdá.

Ao longo do telefonema, "sobre os últimos acontecimentos", Borrell destacou "a necessidade de moderação e de evitar qualquer escalada", segundo sua conta no Twitter. Também lembrou a seu interlocutor "a importância de se preservar o acordo de Viena sobre o programa nuclear iraniano, que continua sendo crucial para a segurança do mundo", segundo o tuíte.

O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, disse ter pedido ao governo Bolsonaro que "explique" à comunidade internacional sua posição oficial sobre políticas de proteção ambiental.

A declaração foi dada em entrevista à ANSA, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP25, que acontece de 2 a 13 de dezembro, em Madri, na Espanha.

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"O fato de a delegação do Brasil ser chefiada pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles será uma boa oportunidade para explicar a posição", declarou o diplomata.

Bolsonaro já colocou em discussão a permanência no Acordo de Paris e é alvo de críticas por causa da fragilidade das políticas ambientais do governo, que permitiram o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia e um desastre ambiental que sujou de óleo praias de todo o Nordeste.

Apesar disso, Ybáñez garantiu que o Brasil não será "acusado" na cúpula climática. "Acho que as COPs não são um exame para ver o que cada um de nós está fazendo. Essa cúpula não é um processo", reforçou.

Da Ansa

A Comissão de Defesa do Consumidor quer ouvir hoje os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, sobre a liberação de novos agrotóxicos. O debate atende a requerimento dos deputados Ivan Valente (PSol-SP) e Felipe Carreras (PSB-PE).

O deputado Ivan Valente explica que dos quase 300 agrotóxicos liberados, cerca de 43% são considerados tóxicos ou altamente tóxicos. O parlamentar acrescenta que os limites de resíduos destes produtos na água demonstram o abismo existente entre a legislação brasileira e a europeia.

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Segundo dados citados pelo parlamentar, no Brasil são permitidos resíduos de atrazina 20 vezes maiores que na UE, no caso do herbicida 2,4 — D, os limites europeus são 300 vezes mais rígidos. No caso do Glifosato, o agrotóxico mais vendido no Brasil, a legislação nacional permite um resíduo 5 mil vezes maior do que o tolerado no bloco europeu.

"É certo que esse governo não tem demonstrado nenhuma preocupação à forma como o Brasil é visto pela comunidade internacional, no entanto, cabe a esse parlamento não permitir que se continue com essa insana política de liberação de veneno que, além dos produtos alimentícios, contamina a terra, a água e coloca em risco a saúde do povo brasileiro", afirma.

*Da assessoria

Os sócios europeus do Reino Unido na União Europeia aprovaram ontem uma extensão do prazo para o Brexit e assim evitar um divórcio sem acordo no dia 31, mas não chegaram a um acordo sobre a duração do adiamento solicitado, com relutância, pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Os embaixadores dos demais 27 membros da União Europeia apresentaram a posição de cada país durante uma reunião em Bruxelas, e "todos concordaram com a necessidade de uma extensão para evitar o Brexit sem acordo", disse uma fonte europeia ao término da reunião. "A duração de uma extensão ainda está em discussão", acrescentou a fonte. Uma nova reunião está agendada para amanhã.

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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, havia recomendado aos líderes dos 27 países da UE que adiassem o Brexit até 31 de janeiro, data que parece ser aceita pelo primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.

Durante uma conversa por telefone ontem, Tusk e Varadkar "indicaram que o Reino Unido poderá partir antes de 31 de janeiro de 2020, se o acordo de retirada for ratificado antes dessa data", anunciou o governo irlandês. "Essa extensão permitirá que o Reino Unido esclareça sua posição e o Parlamento Europeu (que ratificará o acordo do Brexit depois que o Parlamento britânico o fizer) desempenhe seu papel", disse o presidente do legislativo europeu David Sassoli.

A decisão de adiar o prazo de saída deve ser unânime e se houver diferenças entre os 27 membros, os líderes poderão confirmar a prorrogação durante uma nova cúpula que será realizada no dia 28 para fechar uma nova data para o Brexit.

Divergências

A França falou na terça-feira de sua disponibilidade para um "adiamento técnico" da data, mas de apenas "alguns dias".

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, defendeu o adiamento por duas ou três semanas, se isso permitir que deputados britânicos, que na segunda-feira apoiaram o acordo fechado dias antes por Johnson, ratifiquem a lei. "Se é para adiar o Brexit até o fim de janeiro, precisamos saber o motivo, o que acontecerá nesse meio tempo e se haverá eleições no Reino Unido", disse Maas à televisão alemã RTL.

Johnson, determinado a deixar o bloco no dia 31, não obteve o apoio do Parlamento para um processo acelerado da ratificação do projeto de lei, que garantiria a saída dentro do prazo.

No poder há menos de três meses, Johnson também tenta convocar eleições legislativas antecipadas, pois em setembro perdeu a maioria no Parlamento britânico. Mas a oposição está impedindo a manobra do premiê.

Uma terceira extensão do Brexit - que foi apoiado por 52% dos votos no referendo de 2016 e inicialmente programado para ocorrer em março - dará tempo para a realização de eleições, que Johnson ameaça convocar, além de prolongar um processo que parece interminável. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os sócios europeus do Reino Unido debatem nesta quarta-feira (23) o pedido de um adiamento do Brexit, com os países defendendo que a data de saída seja 31 de janeiro, como solicitado por Londres, e com a França a favor de "alguns dias" após o apoio do parlamento britânico ao acordo de divórcio.

Às véspera do Brexit, agendado para 31 de outubro, um relutante primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, solicitou um adiamento de três meses, um pedido de extensão que não gera debates em Bruxelas, a não ser relativo a sua duração.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recomendou que os líderes dos outros 27 países da União Europeia (UE) adiem o Brexit até 31 de janeiro, data que parece ser aceita pelo irlandês Leo Varadkar.

Durante uma conversa por telefone nesta quarta, Tusk e Varadkar "indicaram que o Reino Unido poderá partir antes de 31 de janeiro de 2020, se o acordo de retirada for ratificado antes dessa data", anunciou o governo irlandês.

"Essa extensão permitirá que o Reino Unido esclareça sua posição e a Câmara Europeia [que ratificará o acordo do Brexit depois que o Parlamento britânico o fizer] desempenhará seu papel", disse o presidente da instituição, David Sassoli.

A decisão requer unanimidade. Além dos contatos entre Tusk e os 27 líderes, seus embaixadores em Bruxelas se reúnem às à tarde para expressar o ponto de vista de cada país, segundo fontes diplomáticas.

Uma fonte europeia garantiu à AFP que não há garantias de que os 27 aceitarão a proposta de Tusk e alertou que, "se houver muitas diferenças", uma nova cúpula de líderes poderá ser convocada em 28 de outubro.

- Dias, semanas, meses -

As diferenças começam a aparecer. A França, através de sua secretária de Estado para os Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, falou na terça-feira de sua disponibilidade para um "adiamento técnico" da data do Brexit, mas de apenas "alguns dias".

A Alemanha não se oporá ao adiamento da data do Brexit, segundo a porta-voz da chanceler Angela Merkel, após o chamado do Presidente do Conselho Europeu para aceitar tal medida.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, já havia defendido o adiamento por duas ou três semanas, se isso permitir que deputados britânicos, que na segunda-feira apoiaram o acordo assinado quatro dias antes por Johnson, ratifiquem a lei.

"Se é para adiar o Brexit até o final de janeiro, precisamos saber o motivo, o que acontecerá nesse meio tempo e se haverá eleições no Reino Unido", disse Maas em declarações à televisão alemã RTL.

As dúvidas na UE estão focadas precisamente nos planos de Johnson, determinados a deixar seu país fora do bloco em 31 de outubro, mas na terça-feira ele não obteve o apoio do parlamento para um processo acelerado da ratificação.

Após essa caótica sessão parlamentar, o primeiro-ministro britânico garantiu que suspendeu o processo legislativo enquanto aguardava a decisão da UE, mas, ao mesmo tempo, garantiu que deixariam o bloco com esse acordo.

No poder por menos de três meses, Johnson também tenta convocar legislativas antecipadas, já que em setembro ele perdeu a maioria no Parlamento britânico, algo que a oposição está impedindo no momento.

Uma terceira extensão do Brexit, que foi apoiado por 52% dos votos no referendo de 2016 e inicialmente agendado para março passado, deve permitir que as eleições, e também estender um processo que parece interminável.

Um dia depois do primeiro-ministro britânico Boris Johnson retornar a Londres com um acordo de divórcio debaixo do braço, os governantes europeus abordam nesta sexta-feira o futuro da União Europeia (UE), em um momento de forte divisão.

Orçamento do bloco para 2021-2027, luta contra a mudança climática, prioridades da futura Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen: os desafios se acumulam sobre a mesa em Bruxelas.

Mas a unidade que os 27 sócios de Reino Unido demonstraram durante a longa, intensa e extenuante negociação do Brexit se rompe quando os olhares são voltados para o futuro, como ficou evidente na quinta-feira.

Os europeus não conseguiram aprovar o início das negociações de adesão com a Macedônia do Norte e a Albânia, especialmente pela oposição da França.

"Quando pedimos aos países vizinhos que façam um esforço adicional para mudar e eles fazem isto é nosso dever igualar este esforço", alertou, em vão, o presidente da Eurocâmara, David Sassoli.

"A ampliação exige unanimidade e simplesmente não temos unanimidade", declarou o primeiro-ministro da Letônia, Krisjanis Karin.

A UE deveria ter anunciado uma decisão em junho de 2018, que primeiro foi adiada por 12 meses e depois para outubro de 2019. E, apesar da pressão da Eurocâmara e dos líderes das instituições europeias, a situação permaneceu bloqueada na quinta-feira.

A questão que provoca mais divisão no segundo dia da reunião de cúpula é o futuro Marco Financeiro Plurianual (MFP) 2021-2027.

"Ainda estamos muito longe uns dos outros, resta muito trabalho por fazer para conseguir o avanço do planejamento financeiro", admitiu a próxima presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O próximo orçamento da UE terá de enfrentar o vácuo deixado pela saída do Reino Unido, um contribuinte líquido, que a Comissão estima calcula como uma perda de 12 bilhões euros no primeiro ano e de 84 bilhões para todo o período.

Além disso, os europeus desejam financiar novas prioridades, como o desenvolvimento militar, o setor digital ou a proteção das fronteiras, sem deixar de lado as políticas agrícolas e de coesão tradicionais entre as regiões.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira que as sanções impostas pela União Europeia (UE) após a morte de um militar preso o fazem "rir", enquanto acusou o bloco de se subordinar ao presidente dos EUA, Donald Trump.

"Eu não me importo com as sanções da União Europeia. Estamos rindo das sanções da União Europeia, porque elas a colocam em um beco sem saída e a afundam na lama de uma política fracassada (...) de Donald Trump contra a Venezuela", disse Maduro durante uma coletiva de imprensa em Caracas.

Na sexta-feira, a UE aplicou sanções a sete membros das forças de segurança venezuelanas por "tortura" e pela morte do oficial Rafael Acosta em 29 de junho, depois de sofrer supostos maus-tratos na prisão da Direção Geral de Contrainteligência Militar.

Com isso, são 25 funcionários do governo venezuelano são alvos de sanções com medidas que incluem a proibição de viajar para países da UE e o congelamento de contas. Em 2017, a Venezuela se tornou o primeiro país latino-americano punido pela UE com um embargo de armas.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi recebido nesta segunda-feira (30) com protesto de ambientalistas em Berlim, na Alemanha, a favor da proteção da Amazônia. O ato foi organizado pelo grupo Gira, braço alemão do Greenpeace, em frente à sede da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), no centro da capital do país. A visita do brasileiro foi alvo de pelo menos 50 manifestantes.

O grupo, que levava bandeiras do Brasil e da Alemanha, montou um cordão de isolamento em frente ao edifício para tentar impedir a entrada de Salles no local. Entre os cartazes carregados, o que mais chamou a atenção foi uma faixa fazendo referência ao acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, com a seguinte frase: "Sem acordo com criminosos do clima".

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Os manifestantes ainda exibiram um tronco de árvore em chamas pedindo para que a Amazônia não seja destruída. "A agenda do governo Bolsonaro em relação ao clima tem sido a favor do lobby do agronegócio, mas a destruição da Amazônia é algo que coloca todos no planeta em perigo", disse o representante do Greenpeace, Jannes Stoppel, à DW.

O ministro do Meio Ambiente iniciou uma turnê pela Europa na tentativa de "esclarecer" as atitudes do governo, duramente criticado pelo desmatamento acelerado na Amazônia e o aumento no número de queimadas na floresta.

Depois de participar na Assembleia Geral da ONU em Nova York, Salles chegou a Berlim no último domingo (29). No entanto, em sua agenda no site do ministério, não há informações sobre seus compromissos pelos próximos três dias. O ministro deve deixar a Alemanha na quarta-feira (2) e seguir para o Reino Unido.

Da Ansa

O Ministro das Finanças da Finlândia, que detém a presidência rotativa da União Europeia, emitiu comunicado nessa quinta (22) condenando a "destruição da Floresta Amazônica" e incentivando que a os países que compõe o bloco parem de importar carne bovina do Brasil.

"O ministro das Finanças, Mika Lintila, condena a destruição da Floresta Amazônica e sugere que a UE e a Finlândia devem considerar urgentemente a possibilidade de banir a importação de carne bovina brasileira", diz o comunicado.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira em evento do Santander que, se o candidato da ex-presidente Cristina Kirchner vencer as eleições na Argentina e quiser fechar o Mercosul, atrapalhando o acordo com a União Europeia, o Brasil sairá do bloco. "E se a Kirchner quiser fechar (o Mercosul para acordos externos)? Se quiser fechar, a gente sai do Mercosul. E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí", disse.

Ele minimizou ainda um agravamento da crise da Argentina e seu impacto para o Brasil. Segundo ele, a indústria automotiva só é tão afetada porque a economia brasileira é muito fechada. "Nosso foco é recuperar a nossa dinâmica de crescimento. Desde quando o país, para crescer, precisou da Argentina? Quem disse que esse é o modelo que a gente quer, queremos ter indústria competitiva", disse.

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Ao falar sobre a reforma da Previdência, Guedes afirmou que vai tentar, "mais para frente", passar um regime de capitalização no Congresso. Em relação à reforma tributária, afirmou que não haverá surpresas e que o governo garantirá previsibilidade. "Há previsibilidade, não tem susto, não tem surpresa. Não vem um imposto único e acabou tudo. Vamos pegando os impostos, simplificando, criando bases, tentando reduzir alíquotas", disse.

O presidente Jair Bolsonaro cancelou de última hora um encontro oficial que teria na tarde de ontem (29) com o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, que está em viagem ao Brasil.

O mandatário deveria se reunir com Le Drian às 15h, no Palácio do Planalto, em Brasília. Porém, minutos antes, o francês foi avisado pelo chanceler Ernesto Araújo de que Bolsonaro não estaria disponível para participar do encontro.

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De acordo com Araújo, o cancelamento ocorreu "por questão de agenda do presidente". No entanto, por volta das 15h45, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais mostrando que estava cortando os cabelos.

Fontes do Itamaraty suspeitam que a decisão de Bolsonaro de não participar da reunião tenha sido uma maneira de demonstrar descontentamento com declarações da França sobre a questão do meio ambiente no Brasil.

"Hoje eu vou receber o premier francês [sic], se não me engano, para tratar de assuntos como meio ambiente. Ele não vai querer falar grosso comigo. Ele vai ter que entender que mudou o governo do Brasil. Aquela subserviência que tínhamos no passado de outros chefes de Estado para com o primeiro mundo não existe mais. Se fosse outro governo qualquer, quando estava em Osaka, no G20, quando viesse para cá, demarcaria mais 10, 15, 20 reservas indígenas", disse Bolsonaro, na manhã de ontem, anunciando a reunião com o chanceler.

Bolsonaro e representantes do governo francês trocaram críticas nas últimas semanas em público. O brasileiro tem adotado a mesma postura que o vice-premier italiano, Matteo Salvini, de quem é próximo, contra Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel.

Diante da situação de confronto com o Brasil, a França tem se oposto ao acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE).

Nesta terça-feira, o chanceler francês se reunirá com o governador de São Paulo, João Doria.

Da Ansa

Muitos sites, sejam blogs ou veículos de notícias, têm em suas plataformas um plugin que permite “curtir” diretamente a postagem com uma conta do Facebook. Na briga por manter os dados de usuários e instituições protegidas a Suprema Corte da União Europeia decidiu, na última segunda-feira (29), que as empresas que usarem estes plugins ligados à rede social, serão corresponsáveis pela transferência dos dados dos visitantes.

Isso quer dizer que, em breve, quem transmitir dados sobre cidadãos europeus de volta ao Facebook ou outras redes sociais, utilizando plugins de curtida ou outros, deverão - primeiro - ter a permissão do usuário para isso. A permissão para compartilhamento deve ser explícita, de acordo com o estabelecido pelo GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa, na tradução livre).

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A medida aparece para fortalecer as leis de privacidade do continente, que entraram em vigor no ano passado. A corte europeia estava analisando o caso da varejista alemã Fashion ID, que tinha o plugin do botão "curtir" instalado em seu website.  Dessa forma, os dados dos visitantes eram transferidos para o Facebook sem o conhecimento ou a permissão deles, inclusive sem que os usuários tivessem clicado no botão ou ainda, não fizessem parte da rede social.

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Em seu relatório trimestral sobre as perspectivas para a economia da Europa, a Comissão Europeia reduziu suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2020 de 1,5% para 1,4%, mas manteve as expectativas inalteradas para este ano em 1,2%.

No entanto, a Comissão advertiu que o crescimento econômico poderia ser ainda mais lento tanto neste ano quanto em 2020 se os Estados Unidos e a China impuserem tarifas adicionais a produtos um do outro. De acordo com o braço executivo da União Europeia, as crescentes tensões entre as duas maiores economias do globo levaram a uma desaceleração do comércio e da indústria, o que minou a expansão econômica da zona do euro desde o início de 2018.

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"Qualquer nova escalada nas tensões comerciais e um aumento na incerteza política podem prolongar a atual desaceleração do comércio global e da indústria e desencadear uma mudança acentuada no sentimento de risco mundial e um rápido aperto das condições financeiras", disse a Comissão Europeia. De acordo com a comissão, a queda do desemprego na zona do euro ajudou a apoiar o crescimento em face das tensões comerciais, mas um desaquecimento prolongado da indústria poderia se espalhar para o resto da economia.

A Comissão Europeia reduziu sua expectativa de crescimento da Alemanha em 2020 de 1,5% para 1,4% e também cortou a projeção de expansão da França no próximo ano de 1,5% para 1,4%. A previsão de crescimento da Espanha, contudo, foi elevada de 2,1% para 2,3% em 2020. Ja as projeções de inflação na zona do euro também foram reduzidas tanto neste ano quanto em 2020 e, agora, a Comissão Europeia espera que os índices de preços ao consumidor subam 1,3% ante 1,4% na projeção anterior. Fonte: Dow Jones Newswires.

Ao elogiar o acordo firmado entre Mercosul e União Europeia, o presidente Jair Bolsonaro comparou a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao ex-jogador de futebol Pelé. O comentário do presidente foi feito nesta quinta-feira, 4, durante transmissão ao vivo em sua página no Facebook. Ele estava ao lado dos ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura.

"Obrigado, Ernesto. (Ernesto é) Nosso Garrincha. O Pelé foi a Tereza Cristina. O Nilton Santos foi o Paulo Guedes", brincou o presidente.

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Minutos antes, Araújo voltou a dizer que o País só tem a ganhar com o acordo. Ele citou que os produtos brasileiros terão acesso a novos mercados. "Na pauta industrial, toda abertura do mercado industrial europeu e, na pauta agrícola, setores importantíssimos para o nosso agro: suco de laranja, frutas, café, carne bovina, açúcar, etanol, frango."

O ministro também destacou que será possível observar um barateamento de custos em produtos. Disse ainda que o acordo vai atrair novos investimentos ao País. "O Brasil vai passar a estar no centro da estrutura das cadeias globais de valor."

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, neste domingo, que "espera" que o Parlamento brasileiro seja o primeiro a aprovar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. O acordo foi assinado na sexta-feira e depende de aprovação dos parlamentos dos países membros dos dois blocos.

"Missão cumprida. Atingimos todos os objetivos. No meio do evento, houve a concretização (do acordo) do Mercosul. As informações que eu tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor daqui a uns dois anos ou três, depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui...Talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero.", afirmou o presidente.

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O processo de aprovação e ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia deve demorar cerca de dois a cinco anos, avaliam especialistas. Formalmente, o processo poderia ocorrer em dois anos, mas como se exige a aprovação do acordo em cada um dos parlamento a previsão é que a discussão se estenda por mais tempo.

Após as aprovações e ratificações, a redução de tarifas entre os blocos entra em vigor, mas de forma gradativa, ao longo de dez anos. Um dos primeiros entraves para a sua aprovação definitiva ocorrerá no Parlamento Europeu, onde os "verdes" ganharam poder de influência e podem dificultar a aprovação do texto em represália à política ambiental do governo brasileiro.

Em nota, o bloco dos verdes no Parlamento Europeu afirmou que o acordo Mercosul-UE "é um mau compromisso e vem no momento errado, quando há uma demanda crescente por desenvolvimento sustentável". O grupo também critica a abordagem da UE sobre o Acordo de Paris, dizendo que falar o que se quer ouvir sobre o tratado climático está fazendo nada mais do que "servir a imagem do presidente Jair Bolsonaro".

Os integrantes do bloco parlamentar são conhecidos pelos compromissos voltados para preservação ambiental e questões climáticas. Eles surpreenderam na última eleição e vão ocupar 75 dos 751 lugares do Parlamento europeu, representando o quarto maior grupo da legislatura que vai de 2019 a 2024.

Depois de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos dos quatro membros do bloco sul-americano, o acordo ainda terá de passar pelo crivo dos 27 países do bloco europeu (já considerando a saída do Reino Unido, pelo Brexit). A expectativa do Brasil e da Argentina é que o processo dure até dois anos. Integrantes do governo do ex-presidente Michel Temer, por outro lado, estimavam que o processo poderia levar até cinco anos.

Avião da FAB

O presidente voltou a lamentar a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica detido com cocaína na Espanha após desembarcar do avião reserva da Presidência. Segundo ele, o sargento jogou "na lama" o nome das instituições brasileiras, mas disse que situações como essa podem "ocorrer em qualquer lugar do mundo".

"Isso está sendo investigado. Ele jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições e prejudicou o Brasil um pouco. Mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição", afirmou o presidente.

Bolsonaro voltou a usar a Indonésia como exemplo para insinuar a punição que o segundo-sargento Manuel Silva Rodrigues. No país do sudoeste asiática, casos de tráfico de drogas são punidos com a pena de morte, que não existe no direito brasileiro.

"Eu lamento todo o ocorrido. Meu grande lamento é que não foi na Indonésia que seria mais um exemplo", afirmou o presidente que voltou a fazer referência ao brasileiro Marco Archer que foi preso no país asiático por tráfico de drogas e executado após ser condenado a pena de morte.

Bolsonaro não tem agenda oficial neste domingo em Brasília. O presidente anunciou a intenção de ir a Belo Horizonte na terça-feira acompanhar o jogo entre Brasil e Argentina.

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