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A Casa de Recuperação Feminina Jovens Resgate funcionava em uma chácara. Era uma casa colorida, com vasta área verde, área para culto evangélico e piscina. Quem via o local à distância, não poderia imaginar que lá funcionava uma verdadeira casa dos horrores. Tortura, agressão, abuso e violência das mais diversas seriam praticadas por um pastor evangélico que administrava o abrigo, localizado em Engenho Novo, Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O fato foi constatado em uma fiscalização realizada na segunda-feira (14) envolvendo prefeitura, conselho tutelar, polícia e Guarda Municipal

Segundo a conselheira tutelar Vanessa Roberta, que esteve no local, a casa abrigava três adolescentes, oito adultas e uma criança de cinco anos filha de uma das mulheres. As vítimas estavam lá por serem usuárias de drogas. A denúncia foi feita na sexta-feira (11) pela família de uma das adolescentes. No mesmo dia, conselheiros tutelares foram averiguar de perto. O pastor, identificado pela Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho como Edy de Jesus, demonstrou nervosismo na ocasião, não permitindo que os conselheiros tivessem acesso às acolhidas.

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O grupo se organizou e, na segunda-feira, voltou ao local com a prefeitura e a polícia. Lá, as vítimas estavam apavoradas, chorando e com hematomas. Uma das denúncias mais graves feitas pelas jovens é de que elas eram colocadas em um quarto escuro, onde ficavam sem comida por dias. Além disso, como o abrigo fica em uma área de mata, o pastor capturava cobras e jogava dentro do quarto.

De acordo com Vanessa Roberta, uma adolescente de 12 anos teria sido mordida pela cobra, que ficou com os dentes cravados no braço da jovem por mais de dez minutos. Outra vítima estava com o nariz quebrado por um soco e já estaria com sangramento nasal há três dias.

As abrigadas também eram agredidas com golpes de mangueiras e fios, deixadas algemadas e acorrentadas. No local, os fiscais foram informados que o pastor teria engravidado uma adolescente. "Recebemos essa informação no local, de que ele engravidou uma jovem. Disseram que ele a retirou da casa, pois já estava com muita divulgação no local. Vamos analisar melhor essa denúncia em uma reunião que realizaremos nesta manhã", explica Vanessa.

A casa, que já estaria funcionando há cinco anos, era administrada apenas pelo pastor. Em uma postagem do Facebook, ele pede a doação de um freezer para armazenar as frutas que são em abundância na área. A chácara não possuía regularização para funcionar como casa de recuperação.

O Conselho Tutelar descarta se tratar de uma armação contra o pastor, tanto pela riqueza de detalhes, convergência dos relatos, hematomas nas vítimas e da denúncia ter sido feita pela família de uma das acolhidas, visto que o acolhimento gratuito para um usuário de droga é bem visto pelo seu parente.

Tanto o pastor quanto as vítimas foram encaminhadas para a Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. As adolescentes estão recebendo atendimento do conselho tutelar, enquanto as adultas, do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS). Após o boletim de ocorrência e exame traumatológico, uma jovem voltou para casa da família e outras duas foram encaminhadas a um abrigo municipal. As mulheres foram conduzidas aos seus respectivos municípios. Uma mulher que possui medida protetiva por ser ameaçada pelo ex-companheiro foi direcionada também para um abrigo municipal.

"Era crueldade mesmo", resume a conselheira tutelar. O LeiaJá tentou entrar em contato com Edy de Jesus, mas ele não atendeu aos telefonemas. Durante a operação, ele permaneceu em silêncio. Em uma entrevista concedida para uma imprensa comunitária, ele explica a rotina do local. Conforme Edy de Jesus, elas acordavam às 5h30, iam para a consagração às 6h e ficam até as 8h. Depois, iam para o café da manhã e seguiam para as atividades da casa. Ele acrescentou: "Não usamos medicamento. O medicamento aqui é Jesus Cristo. São seis meses de tratamento, mas o tratamento é espiritual. Nós temos 75% de aproveitamento dentro dessa casa".

Uma semana após o tsunami que atingiu a costa da Indonésia, o país ainda vive sob a sombra de uma nova tragédia. Há alerta para um segundo tsunami e houve tremores de terra recentes. Diante do cenário, o governo indonésio determinou a retirada dos moradores da região do Estreito de Sunda próxima ao vulcão Anak Krakatau que está em atividade.

O porta-voz da Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, afirmou que foi identificado um total de 40.386 moradores retirados de suas residências nas  províncias de Banten e Lampung.

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Especialistas em vulcões no país e autoridades de desastres aconselharam moradores e turistas a não realizar atividades em um raio de 1 km da costa, ao longo do estreito entre as ilhas de Java e Sumatra, por medo de um novo tsunami.

Uma força-tarefa conjunta tem conduzido a busca e resgate das vítimas do tsunami ainda sob os escombros após o tsunami provocado pelo vulcão na noite do dia 22. O número de feridos subiu para 7.202 pessoas.

Detalhes

No tsunami do último sábado, ondas de até 5 metros de altura destruíram pelo menos 1.296 casas, 78 hotéis e vilas, além de 434 navios nas regiões de Pandeglang. Mais de 490 mortes foram confirmadas nas áreas de Serang, Panawaraan e Tenggamus, além da de Lampung.

De acordo com os agentes oficiais, os números das vítimas podem subir ainda mais pois as buscas permanecem. Mais de 2 mil soldados e policiais, além de equipes de busca e resgate, assim como voluntários estão envolvidos em ajuda de emergência com a prioridade de buscar e resgatar as vítimas.

Vulcão

Desde julho, o vulcão Anak Krakatau está em atividade com freqüentes erupções moderadas. Cinzas vulcânicas caíram sob a província de Banten, obrigando as autoridades de aviação a redirecionar os vôos.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, afirmou que vai comprar os dispositivos para o sistema de alerta. A região onde está o vulcão é uma das principais áreas turísticas do país. O tsunami de sábado devastou 312,75 km de áreas costeiras ao longo do Estreito de Sunda.

Uma imagem de satélite mostrou que a maioria das áreas no sudoeste do vulcão Anak Krakatau desmoronou pouco antes do tsunami. O Anak Krakatau é um dos 129 vulcões ativos na Indonésia, uma vasta nação arquipelágica que abriga 17.500 ilhas, que fica em uma vulnerável zona de terremoto do chamado "Anel de Fogo do Pacífico".

*Com informações da Xinhua, agência pública de notícias da China.

Em todo o mundo, o número de refugiados e migrantes que deixaram a Venezuela nos últimos anos devido à crise político-econômica atingiu a soma de 3 milhões de pessoas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (8) pelas agências das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e para Migrações (OIM).

Segundo o levantamento, baseado em dados enviados pelas autoridades nacionais de imigração, a maior parte dos migrantes (2,4 milhões) se deslocou para países da América Latina e do Caribe. Também há registro de chegada dos refugiados da Venezuela a países da América Central, como o Panamá, onde vivem 94 mil venezuelanos.

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A Colômbia é o país vizinho que tem mais venezuelanos abrigados: mais de 1 milhão de migrantes. Os outros países com maior número de venezuelanos são: Peru (meio milhão), Equador (220 mil), Argentina (130 mil), Chile (100 mil) e Brasil (85 mil).

No comunicado, as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) ressaltam que a política de fronteira aberta para os refugiados é louvável, mas lembram que o intenso o fluxo migratório aumenta significativamente também as necessidades dos migrantes e compromete a capacidade de recepção dos países acolhedores.

As organizações destacam que a resposta humanitária está sendo liderada pelos governos da região por meio do processo de Quito, que visa no âmbito regional a ampliar e harmonizar as políticas de acolhimento dos países. Os governos dos países envolvidos no movimento de migração dos venezuelanos vão se reunir nos dias 22 e 23 de novembro.

Plano regional

O comunicado das agências da ONU informa ainda que, em dezembro, será lançado um Plano Regional de Resposta Humanitária para Refugiados e Migrantes da Venezuela (RMRP) pela Plataforma Regional de Coordenação Interagencial, que atua desde setembro no fortalecimento à resposta operacional por meio do apoio de 40 parceiros e participantes, incluindo agências da ONU, organizações internacionais, sociedade civil e organizações religiosas.

O plano se concentrará em quatro áreas estratégicas: assistência emergencial direta, proteção, integração socioeconômica e cultural e capacitação para os governos dos países de acolhida.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) interdita, na manhã desta terça-feira (23), uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a pasta, o estabelecimento funcionava de forma precária.

Foi verificada no Abrigo Oiúma alimentação escassa, retenção de cartão de aposentadoria, medicamentos fora da validade e suspeita de maus tratos. Uma idosa do abrigo estava com necessidade de cuidados médicos e possível remoção para unidade hospitalar.

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A ação é realizada pela SJDH em parceria com a Polícia Civil, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (Ciappi), além de Vigilância Sanitária e centros de assistência social.

 

Espalhar o amor e contribuir com quem precisa faz um bem enorme para quem ajuda. Neste sábado (21), o evento Samba Solidário 2018, que acontece no Clube dos Servidores Municipais do Recife, no bairro Caxangá, a partir das 14h, será mais uma oportunidade para fazer o bem.

A festa, que está na sua sétima edição, tem como objetivo arrecadar alimentos e materiais de higiene pessoal que serão doados a dez abrigos de idosos espalhados no Recife e na Região Metropolitana do Recife (RMR).

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A entrada é gratuita, basta apenas levar, no dia do evento, três quilos de alimentos não perecíveis ou um pacote fralda geriátrica. A expectativa é que cerca de 5.000 kg de materiais sejam arrecadados esse ano.

A festa será regada a muita animação com diversas atrações como a Banda Luará, Grupo Amizade S/A, Banda Lapada, Pretos Básicos, Forró do Bbzão, Condinho, Johnnie Chik e As Zamigas da Farra. O projeto social Samba Solidário foi formado por um grupo de amigos para levar amor e música a idosos carentes.

 

 

As câmeras de segurança de um abrigo da cidade de Brusque, em Santa Catarina, flagraram o momento em que uma idosa de 63 anos é abandonada por familiares, na noite da última quarta-feira (11).

As imagens, gravadas pouco antes da meia noite, mostram um carro vermelho parando em frente ao Lar dos Idosos Lions Clube, no bairro Cedrinho, deixar a idosa com algumas malas e partir.

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A mulher vai até a porta do abrigo em busca de atendimento. Funcionários do local também filmaram a idosa, confirmando que ela havia sido deixada no local pelos familiares. O abrigo acionou à Polícia Militar.

Segundo o portal Ric Mais, a vítima foi levada ao 18° Batalhão de Polícia Militar e depois à Praça da Cidadania onde ficou aos cuidados do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

A família dela foi localizada em Tijucas (SC). Os parentes alegaram que ela sofre alguns problemas e eles não estariam mais dando conta de atendê-la. O Creas assumiu o caso e vai fazer o acompanhamento da idosa e da família.

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Moradores em situação de rua sofrem com a falta de vagas em abrigos nos dias frios e reclamam de falhas no Plano de Contingência da Prefeitura de São Paulo nos dias de baixas temperaturas. Nesta sexta-feira (13) a capital bateu recorde de frio, com 9,1ºC.

A administração da cidade informou que está verificando com a Assistência Social se houve falha no atendimento aos moradores em situação de rua na última madrugada. Nos dias em que a temperatura fica abaixo de 13ºC, os assistentes sociais devem orientar os desabrigados a procurar centros de acolhida.

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O desempregado Cleber Cavalcanti conta que para se proteger do frio é uma grande espera. “Você vai nos lugares, nos albergues, aí você vê fila de pessoas dormindo na rua, assim, na calçada. O máximo que eu consigo é um ali na Luz que eu vou lá, entro, tomo um banho, como alguma coisa no meio-dia e depois saio”, afirma.

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, para conseguir vaga nos abrigos o morador em situação de rua precisa apenas aceitar o acolhimento oferecido pela prefeitura. “Nessa primeira abordagem é preenchida somente uma ficha simples de identificação com os dados básicos da pessoa. Chegando ao abrigo o morador pode tomar banho, comer, dormir e apenas no dia seguinte ele preenche um cadastro mais completo para controle das equipes de atendimento”, informa a pasta. 

Em dias frios, para ajudar os moradores  em situação de rua em dias frios é só ligar 156, dar o endereço e descrever a pessoa que precisa de ajuda.

O garoto de 9 anos é o único brasileiro entre as 200 crianças e adolescentes que estão em um abrigo para imigrantes menores no Texas. Separado da mãe há 23 dias quando eles cruzavam a fronteira entre México e EUA, ele já fala português entremeado de espanhol, língua usada por colegas e professores.

Na quinta-feira, 21, ele conseguiu conversar por telefone pela primeira vez com a mãe, libertada da prisão no dia anterior. "Agora, o abrigo tenta encerrar o processo dele, com a obtenção de documentos que comprovem que a brasileira é mesmo sua mãe", disse o cônsul honorário do Brasil em Houston, Texas, Felipe Santarosa, que visitou o menino na sexta-feira, 22.

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Segundo ele, a mãe do garoto está em Massachusetts, onde tem parentes. O Estado é um dos principais destinos de brasileiros que imigram para os EUA e se instalam em comunidades na região de Boston. Muitos seguem passos de parentes.

Santarosa disse que está montando um "quebra-cabeças", no qual tenta identificar os brasileiros em abrigos no Texas e localizar seus pais, detidos em prisões federais. Até a sexta-feira, , ele havia determinado a identidade de quatro menores. Faltam quatro.

Um dos oito não estava incluído no número de 49 crianças e adolescentes brasileiros em abrigos de diferentes Estados americanos informado pelas autoridades do país ao consulado de Houston. Com isso, subiu para pelo menos 50 o total de menores que foram separados de seus pais na fronteira. A maioria deles, 29, está em abrigos de Chicago, a cerca de 2,5 mil quilômetros da fronteira com o México.

A diretora do Departamento Consular de Brasileiros no Exterior do Itamaraty, a embaixadora Luiza Lopes, disse que três irmãos de 8, 10 e 16 anos mantidos no abrigo Estrella del Norte, no Arizona, serão soltos nos próximos dias. Presa no mesmo Estado, a mãe deu autorização para que os menores fiquem sob a guarda de parentes que vivem nos EUA. "Eles ficarão na casa de parentes até que saia uma decisão sobre a situação da mãe", afirmou a embaixadora. "Esperamos que nos próximos dias outros casos sejam encaminhados para uma solução."

Santarosa observou que o contato dos filhos com os pais nem sempre é imediato, já que os adultos estão em prisões federais e enfrentam uma série de restrições para se comunicar por telefone. Em sua visita de sexta, ele se encontrou com o garoto de 9 anos em uma sala de reuniões. "Ele disse que estava sendo bem tratado e tinha aulas em espanhol. Na conversa, ele misturava palavras em português e espanhol", observou Santarosa. Segundo ele, o menino também tem aulas de inglês.

A separação das famílias decorre da política de "tolerância zero" adotada pelo governo Donald Trump em abril. Desde então, todos os imigrantes que entram ilegalmente no país e são apreendidos passaram a ser processado por violações criminais, o que exige seu envio a prisões federais, onde não há estrutura para menores. Antes, eles eram alvo de procedimento de deportação. Os que estavam acompanhados de filhos costumavam ser libertados sob fiança e respondiam em liberdade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma fiscalização identificou diversas irregularidades em um abrigo para idosos de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), nesta quinta-feira (26). O Lar Para Idosos Nossa Senhora da Conceição poderá ser fechado em definitivo ou ficar temporariamente interditado. 

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Entre as irregularidades identificadas estão alimentos e remédios vencidos, falta de equipe especializada, estrutura precária, portas quebradas, móveis improvisados e até a presença de papagaios, que são animais silvestres e não podem ser criados como bichos de estimação sem a devida licença. Um casal de idosos também dormia junto em uma cama de solteiro.

O abrigo diz cuidar de 47 idosos. Na fiscalização desta manhã, entretanto, foram encontrados 23 homens e 12 mulheres sendo atendidos. 

Participam da ação Secretaria Executiva de Direitos Humanos, Ministério Público de Abreu e Lima, Vigilância Sanitária, Procon e Centro de Referência de Assistência Social.  Os proprietários não estavam no momento da fiscalização.

Manuel e a mulher não param de tossir, mas sorriem, porque seu bebê não está mais com sarampo.

Há anos eles faziam parte da classe média em sua Venezuela natal, mas agora compartilham o solo e as doações brasileiras em um abrigo insalubre de Boa Vista com centenas de compatriotas que, como eles, fugiram da fome e da crise.

A família vive há um mês no ginásio Tancredo Neves, na capital de Roraima, a 200 km da fronteira com a Venezuela.

O ginásio foi declarado abrigo para os venezuelanos em 2017, quando o fluxo migratório explodiu e ocupou praças, parques e esquinas da tranquila cidade de 330.000 habitantes.

Barracas, redes, pedaços de papelão: as pessoas dormem como podem em Tancredo Neves. Um ou outro privilegiado tem um colchão. As roupas ficam penduradas por toda parte.

O espaço deveria abrigar no máximo 180 pessoas, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). Mas as estimativas oficiais dizem que há mais de 600 refugiados. A prefeitura de Boa Vista calcula que são cerca de 40.000 venezuelanos em todo o estado.

A maioria procede do leste da Venezuela, menos povoado. Pelo oeste, mais de meio milhão já fugiu para a Colômbia, buscando melhores horizontes, já que seu país está mergulhado numa terrível crise econômica e o governo está cada vez mais isolado do cenário continental.

- Sobrevivência -

Os dois pátios do ginásio estão impregnados com o cheiro de madeira queimada. Muitos cozinham em fogareiros improvisados com latas. Sopa, macarrão ou arroz com algumas verduras ajudam a matar a fome, e isso para os mais afortunados.

Quem não consegue alimentos depende da cozinha comunitária, um pequeno espaço mal acondicionado, onde alguns voluntários se revezam para preparar refeições com produtos doados.

"Não se pode comer isso", lamenta Katiuska, de 43 anos, que questiona a higiene da cozinha e não olha com bons olhos o ensopado com arroz e verduras feito dentro de uma lata de óleo suja.

Há quatro meses ela deixou a Venezuela com seu marido e dois filhos "para mudar de vida". Mas, no abrigo improvisado, "não se vive e sim sobrevive", comenta.

Eles dormem em uma tenda de papelão, sob uma árvore. Uma localização privilegiada em uma cidade onde as temperaturas chegam a 36ºC, mas que de pouco servirá quando começarem as chuvas amazônicas.

"A situação dos venezuelanos está piorando neste tipo de refúgio porque é insalubre e promove o aumento de doenças como sarna, dermatites, gripe, asma e alergias", afirma o médico da rede municipal, Raimundo de Sousa.

Em um Estado dominado pelas florestas tropicais, doenças contagiosas como o sarampo estão reaparecendo e, segundo o dr. Sousa, a lotação do refúgio agrava a situação.

- Não é a Venezuela -

No fundo do pátio, uma galinha corre em torno de uma fogueira onde jovens fervem água para fazer café.

"Essa galinha só está viva porque aqui não é a Venezuela", afirma Luis, de 19 anos. "Não sabemos quando chegou aqui, apenas apareceu; ela é como a gente, sem casa, por isso cuidamos dela", acrescenta Maikel, de 17. Eles riem e a comparam com a galinha que foge na primeira cena do filme "Cidade de Deus".

Os voluntários começam a trabalhar na cozinha. A equipe diz que faz de tudo para que a comida dê para todos. Até onde podem, respeitam a ordem de crianças primeiro, depois as mulheres e os homens. Se sobra algo, podem repetir, mas nunca sobra.

A poucos metros, Mónica Becker, de 31 anos, faz o asseio de seu filho mais novo, um bebê ainda de colo.

Vendedora ambulante em Puerto La Cruz, no Caribe venezuelano, a mais de 1.000 km de distância, foi embora com seus dois filhos e ficou sem dinheiro na fronteira, mas conseguiu chegar a Boa Vista com passagens dadas pela igreja.

A mulher está grata por ter onde dormir, mas lamenta o estado dos banheiros, apenas um para os homens e outro para mulheres e crianças. Neste último, há cinco vasos sanitários e o mau cheiro chega até a entrada.

As mulheres fazem o asseio com a água que recolhem em latas de torneiras que ficam à altura dos joelhos. As duas pias servem de estantes para colocar toalhas e mudas de roupa. O chão está inundado.

Mónica chora por ter deixado sua mãe e seu irmão na Venezuela. "Não queria que meus filhos morressem de fome, por isso vim para cá", explica.

Mas espera que a crise acabe para poder voltar pra seu país.

- Futuro -

O ginásio Tancredo Neves fica em um bairro de classe baixa na populosa zona oeste de Boa Vista. Forças de segurança tomam conta da entrada e acabam de instalar câmeras e um sistema de pulseiras para controlar o acesso.

"Isso é horrível. Não quero isso para minhas filhas", diz Norbelys Linares, que trabalha em um mercado em troca de comida e algum dinheiro. Em uma boa semana, envia para casa 20 reais para ajudar na educação de suas filhas. "Prefiro que não comam, mas que estudem. Que sejam alguém na vida".

Magro, pele curtida pelo sol e aparentando ter mais que seus 33 anos, Norbelys, que estudava contabilidade, espera alcançar uma situação financeira para poder trazer suas filhas, de 9 e 12 anos. Ela tem apenas uma manta e uma mochila de onde tira uma boneca de pano.

"Comprei para elas", explica, embora não saiba quando poderá dar o brinquedo para as filhas, e essa incerteza a faz chorar. Ela aperta a boneca nos braços. "Ao menos sinto que as tenho aqui comigo", conclui.

O Ministério Público de Pernambuco enviou uma recomendação para um lar de idosos de Itapissuma, no Litoral Norte de Pernambuco. Após vistoria no local, em dezembro de 2017, foram constatados problemas como alimentos em condições irregulares, notícias de maus-tratos, agressões e negligências com os idosos.

O estabelecimento investigado é o Centro de Assistência ao Idoso, de nome fantasia 'Lar dos Idosos Filhos de Asaff'. Além dos problemas citados, a vistoria constatou ainda a ausência de inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social, alvará do Corpo de Bombeiros, Alvará Sanitário, registro nos Conselhos do Idoso, Plano de atendimento individualizado ao idoso e plano de atenção integral à saúde do idoso.

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Ainda foi percebida a ausência de atividades, por exemplo, lazer, integração na comunidade, educacionais; além da falta de profissionais como educador físico, assistente social, cuidadores, fisioterapeutas, psicológicos e terapeuta ocupacional. O abrigo também retém documentos e cartões de aposentadoria e benefício dos idosos.

Na recomendação, o MPPE solicita que o Lar dos Idosos Filhos de Asaff providencie, em 60 dias, os alvarás necessários e que pare imediatamente de reter documentos e cartões dos pacientes, devolvendo os que já possui aos titulares.

O MPPE também recomenda que a Vigilância Sanitária, Secretaria de Saúde, Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Conselho Municipal do Idoso fiscalizem o local e adotem medidas administrativas. À Delegacia de Polícia de Itapissuma foi solicitado que instaure um inquérito policial para apurar a retenção de documentos e as notícias de maus-tratos, agressões e negligências. O LeiaJa.com telefonou para o abrigo, mas não obteve retorno.

O que você pediria de presente de Natal se pudesse escolher? Muitos ficariam empolgados com a possibilidade de fazer grandes pedidos. Esse não é o caso dos 41 idosos abrigados na Pousada Geriátrica Lar Vovó Cilene, uma casa de repouso sem fins lucrativos localizada em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), fundada por dona Rose, uma enfermeira que tem uma história de amor por esses velhinhos, muito deles abandonados pela própria família. 

Os desejos dos idosos do Lar Vovó Cilene faz com que qualquer um pare um pouco, pense e reflita. No primeiro momento, em conversa ao LeiaJá, eles pediram por amor e zelo. Não em palavras, mas em gestos nas tentativas de abraços constantes e frases carinhosas durante o tempo em que a reportagem ali se encontrou. No segundo momento, extasiados com a possibilidade de suas vontades se tornarem realidade, aos poucos foram se abrindo. Os pedidos foram simples a exemplo de dona Lindinalva, 90 anos, que pediu por um lençol novo; dona Maria Júlia, 68 anos, um colar; Maria Cecília, 78 anos, uma colônia; Lindalva, 89, uma camisola. 

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Dona Zumira, 92 anos, uma das idosas do lar que a acolheu, é portuguesa e foi incentivada a fazer o seu pedido já que não queria nada “grandioso”, palavra dela. “A senhora não gosta de sapatos? Peça um sapato bege que tanto queria”, disse uma cuidadora. Ela respondeu: “Mas vou pedir tudo isso? Eu estava pensando em pedir alguma coisa bem pequena, isso é muito. Muito mesmo”, respondeu. Mas Zumira aceitou a sugestão. “Estou muito feliz. Eu escolhi até a cor, isso é para quem pode, eu só não tenho nada para oferecer de volta”, disse. 

Os pedidos se seguiram: dona Etelvina, aos 85 anos, pediu um bonito vestido para usar no dia da festa de Natal, que será realizada no dia 13 de dezembro, onde serão entregues todos os presentes e doações arrecadadas para a pousada. 

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As idealizadoras da ação solidária, a digital influencer Elayne Karina e a sua sogra Ana Cláudia, pedem a contribuição dos pernambucanos. Além das lembranças, qualquer um pode entrar em contato e ajudar na festa que vai ficar marcada na lembrança de cada um. “Não podemos esquecer do mais importante que é ajudar, servir. Não importa qual seja a doação, mas quem faz o bem tem como resultado uma sensação inexplicável. Eu sempre falo uma frase de que a felicidade não está em bens materiais, não se precisa de muito para ser feliz. O que sinto em poder ajudar agora não tem preço, limpa a alma e nos traz uma alegria imensa”, declarou. 

Ana Cláudia, fundadora do Grupo Mãos que Servem, também falou sobre a importância da solidariedade. “Não imagino viver sem ajudar a quem precisa. Vamos servir mais e fazer acontecer de verdade e não apenas ficando nas palavras. Vamos ter atitude de verdade”, ressaltou. Quem quiser ajudar de alguma forma ou saber mais detalhes pode entrar em contato com Ana Cláudia por meio do número de telefone (81) 9.8576.4379.

A fundora do Grupo Mãos que Servem e a digital influencer Elayne Karina idealizaram a ação

Amor ao próximo

A fundadora da pousada geriátrica Rose Maria define o próprio lar como a história de sua vida. “Cuidei da minha mãe a vida inteira. Foram quase 30 anos onde morávamos mais dentro do hospital do que dentro de casa, mas dona Cilene, a minha mãe, sempre estava com um largo sorriso, o que me dava forças. Daí fui estudar enfermagem. Depois que ela faleceu, eu tive a oportunidade de trabalhar na área de geriatria”, contou. 

Foi o início de tudo. O amor por dona Cilene foi repassado para outros idosos. Rose conta que começou a cuidar de um e outro idoso e, há cinco anos, conseguiu fundar o lar, que conta com um anexo em uma área perto, mas as dificuldades para sustentar as duas casas são muitas e pesam o pagamento do aluguel, alimentação, energia e funcionários, que no total são 14. 

“Não temos ajuda de governo e nos sustentamos com algumas doações que conseguimos, bem como com os valores de alguns familiares dos idosos. É tudo muito complicado, se fosse por questão da minha sobrevivência, eu já tinha fechado, o que eu quero é ver todos eles bens. Não haveria como tudo isso se sustentar se não fosse por amor”, ressaltou. 

Rose pousa ao lado do desenho da sua mãe Cilene, que virou um quadro e nome do lar que ajuda diversos idosos

Tudo isso não a desanima. Rose tem um sonho ainda maior: montar uma ONG para cuidar de pessoas que não têm onde ficar. “Aqui é a minha vida, é o meu foco. Me sinto completa em tudo e vou lutar sempre. Eu costumo dizer que a gente não tem que ter amor pelo dinheiro, mas tem que ter amor pelo que faz. Eu digo a eles todos os dias o quanto os amo”, contou.

Karla Pensado, enfermeira e responsável pela parte técnica, afirmou que o sentimento é de gratidão por eles. “Às vezes, estamos chateadas por algum motivo, aí chegamos aqui e escutamos ‘você é linda’, ‘Eu te amo’, ‘você é a minha neta’ e tudo isso não tem preço. Eu corro atrás e peço ajuda como posso porque eles nos tornam pessoas melhores”. 

Além de adotar um idoso para fazer a alegria com os pedidos para o Natal, qualquer tipo de ajuda é bem-vinda no Lar Vovó Cilene: alimentos como leite, legumes e produtos de higiene pessoal como desodorantes, colônias e fraldas fazem toda a diferença. Profissionais voluntários também podem entrar em contato por meio dos telefones (81) 9.8481-5579 e (81) 9.8322.0252 e falar com Rose ou Theodoro. O endereço do abrigo é: Avenida Ulisses Montarroyos, nº 5848, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. 

Parte da equipe do Lar Vovó Cilene pedem a colaboração dos pernambucanos 

Doações também podem ser feitas por meio do Banco do Brasil:

Agência: 29.88 – 2

Conta-Corrente: 43460-4 

Um perfume, um vaso de planta e até um pen drive com canções de brega. Dos mais simples aos mais inusitados, pelo segundo ano consecutivo, desejos dos idosos da Casa Beneficente Vicente Soares da Silva e Maria Alice, localizada em Gravatá, no agreste pernambucano, estão expostos nos registros da fotógrafa Vanessa Bastos.

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Ela é integrante da campanha de fim de ano “Um presente solidário”. Organizada por residentes da cidade, a ação busca sensibilizar a sociedade para arrecadar doações de fim de ano para os residentes do abrigo.

“Iniciamos a campanha no ano passado porque vi uma matéria a respeito de uma ação no mesmo estilo em Minas Gerais. Como sou fotógrafa, me encarreguei de produzir as fotos. Um grupo de amigos logo se formou em torno da causa”, conta Vanessa. De acordo com ela, todos os idosos já tem um doador certo para este ano, mas, além dos objetos solicitados individualmente nos registros, o grupo também arrecada produtos para uso coletivo. “Eles precisam de massa para papa, maizena, leite, roupa de cama, bolachas doces e salgadas, além de materiais de limpeza e higiene pessoal”, completa.

Para o presidente do abrigo, Reginaldo Soares, no entanto, o principal ganho da campanha vai além dos objetos fornecidos. “É a alegria proporcionada a eles, porque esses idosos são pessoas que não tem nada, pobres na forma da lei. Muitos estavam passando fome e a polícia trás para cá, outros são abandonados. De repente, alguém desconhecido demonstrar que se importa com eles, levar um presente e ouvir suas lamúrias é algo que não tem preço”, comenta.

Quem estiver em Gravatá, pode deixar as doações na Padaria Engenho do Trigo, na rua Estevão Câmara, 120. O material será recebido até o dia 28 de dezembro e entregue aos idosos no dia 14 de janeiro. “Os doadores que desejarem encontrar com as pessoas beneficiadas por ele, poderão comparecer ao abrigo e fazer a entrega pessoalmente”, explica Vanessa Bastos.

Dificuldades estruturais

De acordo com Reginaldo, o abrigo foi fundado há 58 anos, sem fins lucrativos, por um comerciante gravataense chamado Otávio Soares da Silva. Atualmente, a instituição privada de utilidade pública é gerida pela família do fundador, acolhe 75 idosos e funciona graças às doações da população. “O governador Paulo Câmara cancelou o Todos com a Nota, que era uma forma que tínhamos de manter as coisas funcionando. Além disso, com o fim do Projeto Conviver, do Governo Federal, todos os abrigos perderam convênio. Agora o abrigo está se canibalizando para não fechar: vez por outra, é preciso vender um lote do terreno”, lamenta Reginaldo.

Assim, embora não falte comida, remédio nem material de limpeza, as contas do abrigo não estão fechando. “Vendendo nosso terreno nesse ritmo, em 10 anos é capaz de a casa fechar as portas. A gente conta com a boa vontade das pessoas, mas temos muitas despesas hospitalares, lavagem, gasolina, assim como contas de água e luz para pagar. Dizem que as crianças são o futuro do país, mas os velhos, que passam a vida trabalhando, mas não dão voto, o governo não ajuda em nada”, desabafa.

Casa Beneficente Vicente Soares da Silva e Maria Alice

Endereço: Av Cícero Batista de Oliveira, 2315, Gravatá-PE

Fone: (81) 3533-1039/ 3533-2138

Doações: Banco do Brasil SA

Ag: 0922-9

Conta: 2000-1

Nicole foi obrigado a passar nove meses trancado em casa quando seus pais ficaram sabendo que ele queria ser mulher, mas conseguiu fugir, e encontrou abrigo no primeiro abrigo para homossexuais e transexuais da Rússia.

"Quando cheguei aqui não aguentava ficar em pé, meus músculos estavam atrofiados", conta à AFP. "Lutava contra mim, contra meu eu interior, contra minha aparência". Nicole escolheu este nome feminino, mas fala de si no masculino. Toma hormônios femininos e se submeteu a uma operação de extirpação dos testículos.

É um dos residentes do primeiro refúgio para jovens LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) na Rússia, onde a homofobia é expressada abertamente, sobretudo desde a adoção, em 2013, de uma lei contra a "propaganda" homossexual dirigida a menores de idade.

Este centro se encontra em um complexo sob segurança nos arredores de Moscou e tem capacidade para acolher 14 pessoas. Abriu suas portas em abril de 2016 para receber homossexuais procedentes da Chechênia, pouco depois do jornal de oposição Novaïa Gazeta revelar as perseguições contra os gays nesta república russa do Cáucaso, muito conservadora, que provocaram indignação internacional.

Desde outubro, o local acolhe "todos os LGBT que sofrem", os que foram rejeitados por suas famílias, perderam o emprego, ou sofreram agressões, explica Olga Baranova, a diretora do Moscow Community Center, o grupo de apoio que o administra.

'Uma nova vida'

Seus residentes vêm de toda a Rússia, e no caso de Nicole, do Azerbaijão, uma ex-república soviética do Cáucaso. Nicole conta que sua família o trancou em seu apartamento quando ele quis deixar o cabelo crescer e tomar hormônios femininos. Foram longos meses em um sofá, atormentado por ideias suicidas.

Seus pais acabaram cedendo e o ajudaram a comprar uma passagem para a Rússia, mas com uma advertência: se voltasse, eles o matariam - e se matariam. Nicole quer viver na Holanda. "Ainda tenho que passar por várias operações, quero construir uma nova vida e obter documentos de identidade novos. Aqui não é possível".

Outro residente do refúgio, Grigori Chibirov, vem de Vladikavkaz, na Ossétia do Norte, no Cáucaso russo. "Me sinto em segurança (neste abrigo), com gente como eu. Todos são simpáticos e apoiamos uns aos outros", explica o jovem de 22 anos, loiro e com as unhas pintadas de azul.

Ele conta que foi embora da sua região porque seus pais e irmãos tinham vergonha dele. "Não posso viver lá por quem eu sou", diz. Grigori lembra ter sofrido assédio desde criança. Sua família o obrigou a raspar o cabelo quando ele o descoloriu. Foi despedido de vários trabalhos e insultado nas ruas.

'Uma segunda família'

Grigori espera se mudar para a França e trabalhar no setor de moda. Sobre a tolerância na Rússia, é pessimista. "Talvez dentro de 50 ou 100 anos? Mas é pouco provável enquanto (Vladimir) Putin estiver no poder", estima, citando a lei sobre a "propaganda" da homossexualidade, símbolo dos "valores tradicionais" defendidos pelas autoridades.

Quase nenhuma personalidade pública expressa sua homossexualidade na Rússia, e a polícia proíbe manifestações como a Parada Gay. O refúgio permite que os residentes fiquem por seis semanas, em quartos de duas ou três camas. Eles recebem comida, conselhos e assessoramento jurídico.

Há um mês, recebeu 37 solicitações. O centro dá prioridade aos projetos realistas e tenta ajudar os demais. A maioria dos residentes é de homens homossexuais, mas também há transexuais e mulheres.

Uma transexual de 31 anos, Nika, quer ir à França para ser operada. Ela também é do Cáucaso e está encantada com o centro. O abrigo "nos proporciona um teto e segurança. Ganhei uma segunda família aqui".

Um abrigo de idosos na Iputinga, Zona Oeste do Recife, foi interditado por maus tratos pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, através da Executiva de Direitos Humanos (SEDH). A Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) tem oito dias para encerrar as atividades.

Entre as irregularidades encontradas, ferimentos na pele dos idosos, falta de acompanhamento médico, alimentos e remédios vencidos, alimentação insuficiente e falta de ventilação. Ao todo, 21 idosos viviam no local. 

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A entidade funcionava no bairro do Cordeiro, também na Zona Oeste, e ao longo de dois anos foi alvo de três ações integradas de fiscalizações com orientações, vistorias e avaliações. Em maio deste ano, a casa foi interditada e deveria fechar as portas no prazo de um mês. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, na tentativa de driblar as fiscalizações, a proprietária transferiu o estabelecimento para a Iputinga, sem comunicar os órgãos competentes.

Os idosos estavam há oito dias sem sair do primeiro andar do imóvel, o que configura cárcere privado. Um inquérito será instaurado contra a proprietária na Delegacia do Idoso. 

O abrigo de animais Au Family, localizado no distrito de Outeiro, em Belém, recentemente foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Pará por danos ambientais, com prazo até dia 12 de setembro para se enquadrar na legislação ambiental. Caso contrário, o Centro de Zoonoses irá recolher os animais do local. A acusação contra o abrigo partiu dos vizinhos que moram próximo à região que reclamavam do mau cheiro e ruídos vindos do espaço. A exigência é que o abrigo faça um sistema de saneamento de esgoto.

A fundadora e atual proprietária do abrigo, Raquel Viana, explica que o Au Family possui fossas sépticas. “As nossas fossas são esvaziadas por empresas autorizadas pela prefeitura. Porém, a água que cai no pátio quando chove não tem pra onde ser canalizada, porque Outeiro não tem saneamento básico. Então essa água que cai no pátio, não tem nada a ver com dejetos, também vai para rua, e por conta dessa água estamos sendo processados pelo Ministério Público”, afirma.

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Atualmente, o abrigo tem cerca de 500 animais, entre cães e gatos, e uma média de despesa de R$ 30 mil por mês. Raquel explica que os custos são altos e que não tem condições de fazer o saneamento básico. “Isso é injusto, eu não tenho como fazer o saneamento, mas o Ministério Público não enxerga isso, só enxerga que o abrigo tá poluindo o meio ambiente. O trabalho social que nós fazemos de cuidar do animal, de evitar acidente, evitar que esses animais estejam procriando na rua, contraindo e proliferando doenças, mordendo, não é levado em consideração”, diz.

Raquel conta que sempre foi apaixonada por animais, e desde criança tinha esse amor por cuidar deles, principalmente aqueles que encontrava na rua. “Eu cresci convivendo com animais domésticos e não domésticos. Quando comecei a adquirir minha independência financeira, eu comecei a alimentar animais de rua. Minha casa tinha um quintal grande e à medida que eu tinha condições, eu pegava, colocava no quintal e adotava” revela Raquel.

A proprietária do Au Family explica que o abrigo surgiu após os vizinhos que moravam perto de sua casa ameaçarem envenenar os gatos abandonados na rua. “Eu tinha começado uma empresa com o meu irmão e no desespero dos gatos começarem a ser envenenados, eu contei pro meu irmão e nós compramos uma casa em Outeiro e levamos esses 22 gatos que eu alimentava na rua”, diz. O abrigo já existe há mais de 10 anos. No início, a casa era só para abrigar os gatos que estavam sendo ameaçados, mas depois de uns dias Raquel e o irmão começaram a acolher animais machucados na rua também.

Em 2013, após o episódio de Santa Cruz do Arari (PA), em que centenas de cachorros de rua foram mortos por ordem da prefeitura do município, Raquel conta que muitas pessoas procuraram o abrigo pedindo que os animais sobreviventes fossem acolhidos pelo local. Por isso, ela e o irmão tiveram que comprar mais dois terrenos. “Já tinham cerca de 360 animais nessa casa, e quando recebemos os de Santa Cruz do Arari passamos para 460, então compramos a segunda casa, e depois compramos um terreno. Já eram três imóveis abrigando os nossos animais e todos mantidos pela nossa empresa”, afirma a proprietária.

Um ano depois do episódio de Santa Cruz do Arari, a empresa de transporte coletivo de Raquel foi cassada pela prefeitura e o abrigo ficou sem recursos para manutenção. “Comunicamos ao órgão competente, mas nada foi feito. Então, meu irmão decidiu ir embora do Brasil e eu fiquei responsável pelos animais sozinha, porque não tive coragem de abandoná-los”, conta Raquel.

A repercussão nas redes sociais a favor do abrigo foi intensa. Raquel explica que grande parte dessa notoriedade deve-se pelo caso de Santa Cruz do Arari, que foi divulgado nas mídias em nível internacional. “Quando recebemos os animais da chacina, acabou que ganhamos espaço nas redes sociais, recebi imprensa, foi uma divulgação de nível mundial porque a notícia do crime chegou a outros países”, conta a dona do abrigo.

Raquel diz que o apoio recebido na internet é essencial para manter o abrigo. “A gente recorre às redes sociais, buscando apoio na população. Nós conseguimos no final do ano comprar um terreno através de uma vaquinha que foi uma doação nas redes sociais, realmente não esperávamos”, afirma.

Na próxima semana o Au Family irá começar uma arrecadação para a construção do novo abrigo que será sediado em Santa Bárbara (PA). O valor que se espera arrecadar é de R$ 180-200 mil. Esse abrigo será projetado com base na legislação para que não ocorram mais problemas. Nos dias 2 e 3 de setembro, das 10 às 17 horas, no shopping Boulevard, ocorrerá uma feira de doações para ajudar na construção do abrigo. Veja vídeo abaixo.

Por Letícia Aleixo.

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A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as 14 mortes registradas em um mês nos sítios da Missão Belém em Jarinu, no interior de São Paulo.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira (19), a maioria das vítimas teve quadro de diarreia, desnutrição ou intoxicação. Embora as causas dos óbitos estejam relacionadas a outros problemas de saúde, como insuficiência cardíaca e doenças respiratórias, a polícia quer apurar se o suposto surto de infecção gastrointestinal pode ter agravado o quadro de doentes crônicos.

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"Temos de apurar com rigor se elas não têm origem em maus-tratos ou negligência dos responsáveis da Missão Belém", disse Elias Ribeiro Evangelista Júnior, delegado titular de Campo Limpo Paulista. Os policiais fizeram vistorias nos sítios anteontem e solicitaram perícia.

Em depoimento prestado ontem, representantes da Missão declararam ter prestado toda a assistência aos residentes que adoeceram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia 16 de dezembro deste ano, Jeferson Eduardo de Freitas completa 18 anos. Em um abrigo da Prefeitura do Recife desde os 14, ele se prepara para encarar uma nova fase da vida que poucos jovens da sua idade costumam enfrentar: morar sozinho. "Não estou nervoso, penso em cursar engenharia, arquitetura ou designer, gosto de desenhar", conta, almejando o melhor futuro possível. Jeferson é estagiário do Detran há cinco meses e o salário que recebe está sendo guardado para ajudar nas futuras despesas.

Segundo o Cadastro Nacional de Adoção, existem, em Pernambuco, 214 crianças e adolescentes disponíveis. Assim, como em todo o país, a preferência é pelos menores de três anos. A partir dessa idade, a "adoção tardia", como é chamada, é mais difícil e deixa de lado muitos outros brasileiros. Quanto mais velho, mais difícil ainda ser escolhido. "A maior parte dos casais que adotam é porque não podem ter filhos, por isso querem bebês para acompanhar todas as fases do desenvolvimento. Tem o mito de que se for adolescentes, eles irão pular etapas", conta Luciene Freitas, chefe do setor de acolhimento do abrigo onde Jeferson vive.

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Quando ela percebeu que o garoto não sairia de lá pelo processo de adoção, começaram os preparativos para que ele tivesse as mínimas condições de sustento. O estágio foi o primeiro passo, a procura por um lugar para morar será o próximo. Jeferson até esteve perto de ganhar um lar, através do contato de um tio, porém o processo não andou. "Eu tinha conversado com ele que só iria com a minha irmã, mas ele não quis levar ela, disse que daria muito trabalho", conta. A menina, que mora no mesmo abrigo, tem nove anos e é autista.

Os municípios disponibilizam o Aluguel Social, programa com verba do Governo Federal para pessoas de baixa renda. No Recife, o valor é de R$ 200, mas Jeferson só poderá dar entrada no benefício quando completar 18 anos. Outra opção de assistência são os abrigos municipais, porém a independência é sempre o melhor caminho. "Para um jovem que passou a vida rodeado de outros adolescentes e crianças, é complicado se relacionar com adultos desconhecidos assim do nada", explica Luciene.

A voz da experiência 

Josivaldo da Silva Medeiros, hoje com 19 anos, viveu o mesmo caso em 2016. Ele também completou a maioridade em um abrigo. Foi mais um que contou com alguém para lhe ajudar na transição. Micheline Sales, gerente da casa de acolhimento onde o jovem estava, fez uma feijoada para arrecadar dinheiro e lhe matriculou em um curso profissionalizante. "Quando uma pessoa quer ter um filho, é como se ela quisesse uma folha em branco para preencher", diz Micheline, explicando a dificuldade que é a adoção tardia.

 

Hoje casado e empregado graças à capacitação que fez quando ainda era de menor, Josivaldo tem muitas histórias para contar e algumas ilustram a dificuldade de conseguir um lar adotivo. Ele fugiu de casa, no bairro dos Coelhos, Centro do Recife, aos 7 anos, porque o pai bebia e batia nele e nas duas irmãs mais novas. A mãe não reagia. A saída foi deixar todos para trás. Não viu nenhum deles até hoje, nem as garotas.

Entre um abrigo e outro, o tempo foi passando. Através do Cadastro Nacional de Adoção, surgiu a primeira chance de uma nova família. A esperança, porém, esbarrou no racismo. "A mulher que queria me adotar pediu uma foto. Pouco tempo depois, o juíz me chamou e disse que os parentes dela não tinham gostado porque eu era preto", conta. Ele tinha 10 anos de idade e essa foi a primeira decepção.

A segunda foi mais traumática. Josivaldo chegou a passar um anos e seis meses com um casal, mas a realidade foi dura mais uma vez. "Eles (os pais adotivos) queriam que eu tomasse conta dos filhos mais novos e que trabalhasse no negócio deles. Eu não me sentia parte da família, não era tratado da mesma forma. Pedi para voltar ao abrigo e eles me devolveram. Depois disso, desisti. Era melhor não arriscar a passar de novo por essa situação", relembra. 

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O vínculo com o antigo lar não foi perdido. Josivaldo ainda visita o abrigo, conversa com os velhos colegas, passa para eles sua experiência e mantém a amizade com Micheline, a quem chama de "segunda mãe". O mesmo sentimento de não perder o contato com o passado tem Jeferson, principalmente pela irmã que ainda ficará por lá. "No futuro, vou levar ela para morar comigo. Prefiro até do que ela ser adotada", revela.

No início da manhã desta quarta-feira (12), na cidade de Simão Dias, em Sergipe, um homem fez um funcionário público de refém na sede da Secretaria de Ação Social do município. Armado com uma faca ele entrou no prédio e colocou a arma no pescoço da vítima. Segundo a polícia, o homem conhecido como "Vandinho" era funcionário de um abrigo que funcionava no mesmo local. O desfecho ocorreu por volta das 11h50, quando policiais conseguiram se aproximar e acabaram atirando no agressor, que chegou a ser socorrido, mas morreu.

'Vandinho' havia sido acusado de estupro por meninas que ficavam no abrigo e queria que as mesmas fossem ao local para desmentir as denúncias, que de acordo com ele, eram falsas. A vítima não se feriu e foi encaminhada a delegacia do município para prestar depoimento.

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Confira um vídeo postado no youtube que mostra a situação:

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No início da manhã desta quarta-feira (12), na cidade de Simão Dias, em Sergipe, um homem fez um funcionário público de refém na sede da Secretaria de Ação Social do município. Armado com uma faca ele entrou no prédio e colocou a arma no pescoço da vítima. Segundo a polícia, o homem conhecido como "Vandinho" era funcionário de um abrigo que funcionava no mesmo local. O desfecho ocorreu por volta das 11h50, quando policiais conseguiram se aproximar e acabaram atirando no agressor, que chegou a ser socorrido, mas morreu.

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