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O ex-deputado federal Pedro Corrêa confirmou ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 23, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sabia" do esquema de arrecadação de recursos na Petrobras por partidos da base aliada, em especial o PT, PMDB e o PP.

Corrêa foi ouvido em audiência tomada por discussões entre a defesa de Lula e Moro, no processo em que o petista é réu pelo recebimento de R$ 3,7 milhões em propinas da OAS, no caso do apartamento tríplex do Guarujá (SP).

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"Em 2006 eu fui procurar o presidente Lula para tratar de assunto financeiro, de dinheiro, de ajuda de campanha. E ele disse que nós não precisávamos de dinheiro porque estávamos muito bem atendidos financeiramente pelo senhor Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), que ele sabia, porque o Paulinho dizia isso a ele. Ele foi muito claro, nessa posição", afirmou Corrêa.

A audiência não pode ser concluída integralmente em decorrência de "inúmeros incidentes levantados pela defesa", conforme registrou o juiz federal Sérgio Moro. Das quatro testemunhas de acusação inscritas pela força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, contra Lula, para serem ouvidos nesta quarta-feira, foram ouvidos ainda o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco - ambos, delatores. O quarto interrogado, será ouvido nesta sexta-feira, 25.

"Em vista dos inúmeros incidentes levantados pela Defesa de Luiz Inácio e Marisa Letícia que impediram normal colheita do depoimento da testemunha Pedro Corrêa, não foi possível encerrar as oitivas na presente data", registrou Moto, no termo de audiência.

Alta tensão

Na mesma linha da primeira audiência do processo contra Lula, em Curitiba, marcada por 29 embates entre defesa, juiz e procuradores, as oitivas desta quarta foram tomadas por interrupções dos depoimentos. Em pelo menos dois momentos, Moro determinou a interrupção da audiência.

"É inapropriado esse comportamento processual da defesa, é inadequado. Eu peço que voltem às questões a serem colocadas à testemunha, e parem de tumultuar a audiência", afirmou Moro.

O depoimento de Corrêa foi o primeiro, mais longo e mais tumultuado do dia. Em processo de delação premiada, o ex-deputado - preso desde 10 de abril de 2015, em Curitiba - acusa Lula de envolvimento no esquema de divisão de cargos na Petrobras entre partidos da base aliada para arrecadação de propinas.

Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins, José Roberto Batochio e José Cirino dos Santos, interromperam o interrogatório da testemunha e bateram boca com o juiz. A audiência de Corrêa chegou a ser interrompida por duas vezes por Moro, na mais tensa oitiva de testemunhas da Lava Jato nesses 2 anos e 8 meses de investigações.

Eles questionaram a validade das declarações de Pedro Corrêa, que foi chamado de "meia testemunha" pela defesa de Lula.

O ex-deputado está preso em Curitiba, desde que foi capturado na 11ª etapa da Lava Jato denominada "A Origem". Ele foi condenado por Moro em outro processo pelo recebimento de propina de R$ 11,7 milhões, 72 crimes de corrupção passiva, e 328 operações de lavagem de dinheiro.

"Eu sou bi preso, fui preso no mensalão e na Lava Jato", afirmou Corrêa. Desde o final de 2015, ele negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, que ainda não foi homologado pelo ministro Teori Zavascki que relata os processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

O papel do então vice-presidente Michel Temer na chapa que reelegeu Dilma Rousseff à Presidência em 2014 foi destacado em depoimentos prestados na segunda-feira (21) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declarações foram realizadas por Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha, e por Giles Azevedo, ex-assessor especial da petista, ambos testemunhas de defesa da ex-presidente.

Segundo Edinho, Temer assumiu um "protagonismo importante" na eleição. Já Giles afirmou que o então candidato a vice-presidente teve, inclusive, despesas de transporte pagas pela campanha. "A estrutura de campanha era uma só. Então, a estrutura de quem tava (sic) trabalhando na campanha do vice-presidente, eram todos contratados pela campanha da presidenta Dilma, porque a campanha era uma só. É a campanha da chapa majoritária - legalmente não existe essa divisão. O vice-presidente até tem uma conta, mas efetivamente, as despesas... as grandes despesas da campanha, elas são unificadas", disse o ex-tesoureiro ao TSE.

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Os depoimentos expõem a estratégia da defesa de Dilma de tratar a chapa Dilma/Temer como indissolúvel, enquanto o peemedebista pede a separação de suas contas no julgamento do processo que investiga supostas irregularidades cometidas na campanha de 2014. Nos bastidores, petistas argumentam que "ou os dois morrem juntos ou os dois se salvam juntos".

De acordo com Edinho, Michel Temer teve um "papel político importante" na campanha, participando ativamente de reuniões onde foram discutidas questões estratégicas. "O vice-presidente tinha um papel fundamental por ser um articulador político de muito respeito. Na preparação das primeiras iniciativas da campanha, quando se avaliou a política de alianças também, no segundo turno, em alguns momentos. Eu não poderia aqui enumerar todas as vezes", comentou.

Fretado

Já Giles Azevedo, que atuou como coordenador de agenda da campanha, disse que Temer fez comícios sem a petista, representando a chapa, e visitou "poucas vezes" o comitê de campanha. Além disso, afirmou que o peemedebista teve despesas de transporte pagas pela campanha.

"Até no início do processo eleitoral, nós buscamos na legislação ver se a legislação amparava o vice-presidente nas viagens da FAB, mas o Jurídico da Casa Civil e da Vice-Presidência também viram que não tinha esse respaldo, então as viagens dele foram todas com avião fretado e os carros alugados pela campanha, pela chapa Dilma/Temer", destacou.

Giles negou que a campanha presidencial se preocupava com os desdobramentos da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e a Petrobras. A primeira fase da Lava Jato foi deflagrada em março de 2014, antes do início oficial da campanha eleitoral.

"Eu não me lembro exatamente quando é que se desencadeou a Lava Jato, mas não era uma preocupação da campanha. A campanha estava em andamento. Quer dizer, isso era uma coisa, em tese, referente ao passado. Não havia nenhuma preocupação de que isso pudesse atingir a campanha", comentou.

Das 25 testemunhas de acusação ouvidas pelo TSE, estão também delatores da Lava Jato, como o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o executivo Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.

Em depoimento na quinta-feira, 17, Azevedo negou que a campanha à reeleição de Dilma Rousseff e Michel Temer tenha recebido dinheiro de propina da Andrade Gutierrez. Confrontado com documentos que contradiziam o seu depoimento anterior, o executivo apresentou uma nova versão dos fatos e afirmou que a contribuição de R$ 1 milhão feita ao diretório do PMDB foi voluntária, sem nenhuma origem irregular.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro ouve nesta segunda-feira, 17, depoimentos de cinco testemunhas na Operação Pripyat, desdobramento da Operação Lava Jato que investiga indícios de corrupção nas obras de construção da usina nuclear de Angra 3.

Todas as testemunhas são consideradas colaboradores com as investigações: Fernando Carlos de Carvalho Júnior, Fernando Antônio Faria Vasconcellos, Lauro Antônio Tiradentes de Oliveira Júnior, Elmio Rosa Vieira e Clorivaldo Bisinoto.

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Na quarta-feira, dia 19, serão ouvidos como testemunhas convocadas pela acusação Ronaldo Ferreira da Silva, João Campos Júnior, Jorge Luiz Guerra e Carlos Roberto da Silva.

Na sexta, dia 21, a Justiça toma o depoimento de Rafael Carneiro Di Bello, Verônica Hartmann, Lucélia Marília Bella Pacheco e Marco Ferreira Gomes, também testemunhas da acusação.

Mais depoimentos estão marcados para a semana que vem, entre eles o de Flávio David Barra, ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez, como colaborador.

A Andrade Gutierrez fechou este ano acordo de leniência com o Ministério Público Federal que previa pagamento de uma indenização de R$ 1 bilhão. A Justiça também homologou delação premiada de 11 ex-executivos da construtora, incluindo depoimentos como colaboradores do ex-presidente Otávio Marques de Azevedo e de Flávio Barra.

Mais dois delatores da Operação Lava Jato vão depor à Justiça Eleitoral para instruir as investigações contra a chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer em 2014. O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró vão depor ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação proposta pelo PSDB que apura se houve abuso de poder político e econômico na última eleição presidencial.

Os dois não faziam parte das oito testemunhas inicialmente convocadas para prestar esclarecimentos à Justiça eleitoral, mas a lista de depoimentos cresceu durante as últimas semanas, conforme as audiências têm sido realizadas.

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Cerveró e Delcídio foram incluídos como testemunhas em despacho da terça-feira, 27. "Determino a oitiva, na condição de testemunhas do Juízo, dos Senhores Delcídio do Amaral Gomes e Nestor Cuñati Cerveró, cujos endereços devem ser levantados pela Secretaria da Corregedoria-Geral deste Tribunal Superior Eleitoral", escreveu o juiz auxiliar Bruno Lorencini, que trabalha com o relator do caso, ministro Herman Benjamin, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.

Os depoimentos de Cerveró e Delcídio ainda serão agendados. Em delação premiada, Delcídio afirmou ao Ministério Público Federal que um esquema de desvio de dinheiro nas obras de Belo Monte abasteceu campanhas eleitorais do PT e do PMDB de 2010 e 2014.

Herman Benjamin tem viajado para diversos Estados para colher os depoimentos. Foi ele quem ouviu, por exemplo, o testemunho de dois executivos da Andrade Gutierrez - também delatores da Operação Lava Jato. O ex-presidente do grupo, Otávio Azevedo, afirmou ao ministro que houve pagamento de propina disfarçado de doação oficial à campanha de 2014 que elegeu Dilma. Segundo ele, a Andrade repassou R$ 15 milhões oriundos de propina pelas obras da construção de Belo Monte ao diretório do PT e parcela desse valor, cerca de R$ 1 milhão, foi repassado à campanha petista.

Se os ministros do TSE entenderem que houve desequilíbrio nas eleições, podem tornar Dilma inelegível - já que o Senado, no processo de impeachment, manteve a aptidão da petista para concorrer em eleições. Já para o presidente Michel Temer, as investigações podem causar ainda a cassação do mandato. Os advogados do peemedebista defendem na corte eleitoral que as condutas de Temer e Dilma sejam analisadas de forma separada.

A investigação está na fase de oitiva de testemunhas. Estão previstas para esta quinta-feira oitivas da esposa do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, e do empresário Cláudio Augusto Mente. Já estão previstos para os próximos dias os depoimentos de Giles Azevedo, ex-assessor pessoal de Dilma, e Marcelo Neri, ex-presidente do Ipea.

Perícia

A fase anterior à oitiva de testemunhas foi a realização de perícia sobre a contabilidade de empresas que prestaram serviços à campanha que elegeu Dilma. Os técnicos do TSE encontraram irregularidades nos documentos. A suspeita de investigadores é de que as empresas sejam de fachada.

A defesa de Dilma, no entanto, encaminhou um relatório divergente ao TSE, questionando as informações analisadas. O documento tem mais de 8 mil páginas. A Corregedoria-Geral Eleitoral pediu que os advogados da petista indiquem qual documento querem que seja levado em consideração pela corte, considerando o tamanho do documento.

Mesmo com a liberação de uma testemunha de defesa e o depoimento de outras duas como informantes, o advogado da presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, acredita que o julgamento, até o momento, está favorável à tese contra o impeachment. Para ele, o “processo está num ponto delicadíssimo para acusação”.

“As duas testemunhas de acusação pareciam mais testemunhas de defesa. Os depoimentos foram mais para desqualificar a tesa da acusação que qualquer testemunho que nós pudéssemos trazer aos autos”, avaliou. “Está ficando feio para a acusação o que está acontecendo aqui. A posição da acusação neste momento de absoluta fragilidade pelas próprias testemunhas que chamaram para depor”, comentou.

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Segundo ele, não é um problema para a defesa a dispensa da ex-secretária de Orçamento Federal, Esther Dweck. “Não há nenhuma suspeição sobre ela. Mas é evidente que ela seria atacada pessoalmente. Não vou deixar testemunha de defesa ser exposta àquilo que não condiz com a sua atuação. As testemunhas de defesa são importantes, mas não são a espinha dorsal da defesa”, justificou.

Cardozo considera ainda que o depoimento dos professores Luiz Gonzaga Belluzzo e Ricardo Lodi como informantes, e não mais como testemunhas, não traz prejuízo para a defesa, mas evita “desgaste e situações de confusão”.

Depois de acompanhar, na segunda-feira (1) os depoimentos dos ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa e do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não voltou nesta terça-feira (2) à 9ª Vara Criminal Federal para ouvir as outras três testemunhas de acusação chamadas a depor no Rio de Janeiro. Os depoimentos fazem parte da ação penal do Supremo Tribuna l Federal (STF) em que Cunha á acusado de receber US$ 5 milhões em propina de um contrato da Petrobras.

Ao deixar a Justiça Federal, na noite de segunda-feira, Cunha disse que decidiu assistir pessoalmente aos depoimentos para ajudar seu advogado a questionar as testemunhas. "Posso orientar o advogado em perguntas que acho que devam ser feitas, porque o advogado pode não ter tido a perspicácia dos detalhes. Houve muitas contradições entre todos eles, muitas mentiras", afirmou.

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Na manhã desta terça-feira prestaram depoimento Sérgio Roberto Weyne Ferreira da Costa, sócio de Fernando Baiano da empresa Hawk Eyes, e os primos Paulo Roberto Cavalheiro da Rocha e João Luiz Cavalheiro Soares, motoristas do lobista Júlio Camargo, que, em delação premiada, detalhou o esquema de desvio de recursos de US$ 10 milhões do contrato firmado entre a Petrobras e a empresa sul coreana Samsung para a compra, pela estatal, de dois navios-sonda, no valor de US$ 1,2 bilhão.

Sérgio disse não se lembrar, mas que "pode" ter emprestado uma sala comercial no Leblon, em 2011, para Baiano. O local, segundo Júlio Camargo, foi usado para um encontro entre ele próprio, Baiano e Eduardo Cunha. Em delação, Camargo disse que, nesta reunião, Cunha cobrou pagamentos de propinas devidos a Fernando Baiano e se disse "merecedor de US$ 5 milhões".

"Não me lembro, faz muito tempo, mas posso ter emprestado a sala, sim. Não sei para que foi usada", disse Sérgio Roberto Costa ao deixar a sala de audiência. Antes, havia dito que não conhece Cunha.

O motorista Paulo Roberto confirmou que, também em 2011, levou Camargo à base aérea do aeroporto Santos Dumont, aguardou nas imediações e depois levou o lobista de volta para casa. Camargo disse aos procuradores da Operação Lava Jato que se reuniu na base aérea com o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão. Na ocasião, o lobista disse a Lobão que tinha sido surpreendido com requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para que fosse investigada a atuação da Samsung em contratos com a Petrobras. Segundo Camargo, que trabalhava para a empresa sul coreana, os requerimentos eram uma forma de pressão de Cunha para que a Samsung pagasse a parte da propina devida.

"Eu nem sabia que tinha base aérea no Santos Dumont, mas ele (Camargo) me disse para leva-lo lá, uma noite. Esperei um pouco e ele saiu. É só isso que eu sei, não sei o que foi fazer na base aérea", disse o motorista. Paulo Roberto afirmou ter sido questionado, durante a audiência, se entregava pacotes para pessoas indicadas por Camargo. "Eu não levava encomenda nenhuma, só levava ele para os lugares. Só conheço Eduardo Cunha da imprensa", declarou.

A Comissão Especial do Impeachment agendou para o dia 6 de julho, às 11h, o depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A petista não é obrigada a comparecer a oitiva do colegiado, podendo mandar o seu advogado, José Eduardo Cardozo. A nova data foi estabelecida nessa quarta-feira (22), após os membros da comissão aprovarem um novo cronograma de trabalho. A fase de depoimentos deve ser encerrada no dia 4 de agosto, já que até agora foram ouvidas 31 testemunhas, sendo seus de acusação e o restante da defesa. 

Nesta quinta-feira (23), às 11h, a comissão ouve os depoimentos do subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Lozi da Rocha; do diretor da Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Planejamento e Orçamento, Leandro Freitas Couto; e da ex-secretária de Orçamento Federal, Esther Dweck. A comissão reúne-se na sala 2 da ala Nilo Coelho.

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Já na sexta (24), às 10h, depõem o ex-secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco José Pontes Ibiapina; e o diretor de Programas Especiais da Secretaria de Orçamento Federal, Marcos de Oliveira Ferreira.

Na próxima segunda (27), às 15h, serão ouvidos ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Patrus Ananias; a ex-secretária-executiva do mesmo ministério, Maria Fernanda Ramos Coelho, e o diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção da pasta, João Luiz Guadagnin.

Ainda no dia 27, pela manhã, deverá ser entregue na comissão o laudo da perícia dos documentos do processo de impeachment. Na terça (28), será apresentado pedido de esclarecimento do laudo pelas partes, com prazo de 72 horas. No dia 1º de julho (sexta), haverá a entrega dos esclarecimentos para laudos dos assistentes, que deverão apresentar suas conclusões no dia 4 (segunda). Na terça (5), haverá audiência da junta de perito e dos assistentes das partes.

A acusação e a defesa terão um prazo de 15 dias para apresentação de suas alegações finais. O relator do processo do impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), terá o prazo de 28 de julho a 1º de agosto para elaborar seu parecer, a ser lido na comissão em 2 de agosto, seguido da concessão de vista coletiva. No dia seguinte, a comissão fará a discussão do parecer, a ser votado em 4 de agosto. No dia 5, será feita a leitura do parecer em Plenário, onde a matéria deverá ser discutida e votada no dia 9 de agosto. Se for aprovado em Plenário, serão concedidas 48 horas para manifestações da acusação e defesa. Após esse período, haverá um prazo de dez dias para a marcação da data do julgamento definitivo.

*Com informações da Agência Senado

O presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), confirmou que a fase de depoimentos de testemunhas no processo se estenderá até a próxima quarta-feira, 29. São quase duas semanas de atraso em relação ao calendário previsto inicialmente.

O atraso foi necessário para acomodar a quantidade de testemunhas da defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, que teve o direito de trazer até 40 depoentes. Com isso, a fase prevista para terminar em 17 de junho se estenderá por 12 dias a mais.

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Além dos depoimentos, a fase probatória vai contar ainda com uma perícia, que também deve se encerrar na próxima semana. Quando o laudo feito por técnicos do Senado for entregue, entretanto, uma reunião da comissão deve ser realizada para que a equipe da perícia esclareça dúvidas. O procedimento pode resultar em mais atrasos.

Apesar da comissão já ter extrapolado a previsão de cronograma do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), os senadores da base do presidente em exercício, Michel Temer, estão confiantes de que será possível compensar o atraso mais adiante. Uma das estratégias é abrir mão do prazo de alegações finais da acusação, de 15 dias.

Os senadores da base aliada de Temer indicaram funcionários de carreira do Tesouro Nacional como testemunhas de acusação na comissão do impeachment. Os depoimentos, entretanto, foram vistos de forma positiva pelos aliados de Dilma, que elogiaram os servidores.

Já era madrugada desta quinta-feira quando o coordenador-geral de operações de crédito (Copec) do Tesouro Nacional, Adriano Pereira de Paula, pôde responder às questões dos senadores.

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Adriano afirmou que toda a quitação do passivo de 2015 foi feita até 28 de dezembro, ou seja, dentro do exercício e em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O funcionário do Tesouro disse que houve restos a pagar em 2016, mas que eram tecnicamente possíveis.

Adriano também afirmou ser plausível dizer que o valor do Plano Safra não seja definido por um único integrante do governo federal, ou seja, retirando a autoria da presidente afastada Dilma Rousseff da operação de crédito chamada de pedalada fiscal.

As declarações do servidor do Tesouro foram tão satisfatórias para a defesa que o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, parabenizou a testemunha da acusação e não quis fazer a ele nenhuma outra pergunta.

O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, foi a última testemunha do dia. Ele confirmou que, em 2013, a equipe do órgão identificou problemas fiscais, mas não fez nenhum encaminhamento especial para a presidente Dilma.

Ladeira afirmou ainda que, em 2015, ano que é analisado no processo de impeachment, houve "inflexão" em relação aos anos anteriores, no sentido de que o governo se esforçou em fazer pagamentos atrasados e quitar débitos. Dessa forma, "todos os pagamentos foram realizados até dezembro", inclusive as pedaladas.

"É importante comentar que em abril foi criado um comitê de subsecretários para evitar atrasos nos pagamentos - ou, se houvesse, que fosse uma decisão colegiada", afirma Ladeira.

Mais uma vez, Cardozo abriu mão de fazer perguntas à testemunha, satisfeito com as declarações que caracterizou como "técnicas". Ladeira se despediu da comissão sob elogios de senadores petistas, que disseram que a testemunha trouxe declarações "verdadeiras", independentes de posicionamentos políticos.

Adiamento

Por causa da longa duração da sessão que ouviu as primeiras testemunhas e que durou mais de 14 horas, os senadores optaram por cancelar a reunião desta quinta-feira. A comissão do impeachment voltará a se reunir na segunda-feira, às 16h, e na terça-feira, às 11h, também para ouvir testemunhas.

O chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, e a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Cristiana Bento, disseram hoje (30) à imprensa que já há elementos que permitem afirmar que a adolescente de 16 anos, que teve um vídeo em que aparece nua e desacordada divulgado nas redes sociais, foi vítima de estupro coletivo.

"A gente não tem mais o que falar sobre isso. Essa menina foi vítima de violência sexual, ela foi vítima, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, da divulgação das imagens e está sendo vitimizada pela população, que fica julgando o que ela foi ou deixou de ser. Essa menina precisa de proteção, de cuidado", disse a delegada. "Houve estupro, sim. Agora, o que pretendo fazer é descobrir a extensão desse estupro, quantas pessoas estupraram essa jovem", acrescentou Cristiana.

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Segundo a Polícia Civil, o vídeo que circulou nas redes sociais já é prova suficiente de estupro coletivo. Nas imagens, um homem manipula o corpo da jovem, aparentemente desacordada, na presença de mais duas pessoas. "Se um abusa, e o outro está olhando, ele é partícipe e vai responder pelo mesmo crime", disse a delegada.

O grupo, segundo a polícia, menciona no vídeo que 30 pessoas teriam violentado a jovem, versão que é confirmada pela vítima. No entanto, disse Veloso, essa informação ainda precisa de maior "robustez", para que se defina quantas pessoas participaram do crime.

Seis pessoas já são consideradas suspeitas dos crimes de estupro de vulnerável e produção e divulgação de material pornográfico com menores de idade. Cinco estão foragidas e uma se apresentou à polícia na tarde de hoje.

Entre os foragidos, há suspeitos que já haviam comparecido à polícia para prestar depoimento, quando o caso ainda estava com a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. De acordo com o chefe da Polícia Civil, a avaliação de que eles deveriam ter sido presos antes, ou não, é subjetiva, e as prisões decretadas hoje são resultado do trabalho realizado antes.

Laudo

Sem citar detalhes, a Polícia Civil disse que o laudo que o Instituto Médico-Legal produziu após examinar a jovem não foi capaz de apontar provas materiais do crime. Para os delegados, tal resultado já era esperado pelo fato de o material ter sido colhido cinco dias após o crime.

A perita Adriane Rego explicou que o corpo humano destrói os vestígios de espermatozoides a partir de 72 horas depois da ejaculação. 

A ausência dessa prova material, no entanto, não muda a convicção da delegada responsável pelo caso. "Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não é determinante do fato. Às vezes, há lesão, e a vítima quis, e pode ocorrer que não tenha lesão e tenha sido forçado. Se ela estava desacordada, não vai ter lesao, porque ela não ofereceu resistência."

O inquérito corre em segredo de Justiça, por envolver uma vítima adolescente.

Mudança de delegacia

Veloso explicou por que a investigação do caso passou da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e para a da Criança e Adolescente Vítima porque esta é especializada em lidar com crianças e adolescentes vítimas de crimes. Ele mencionou ainda que o "estresse" entre o delegado Alessandro Thiers e a advogada Eloisa Samy, que deixou ontem (29) a defesa da jovem, poderia prejudicar a investigação.

A advogada tinha dito ue Thiers tentou culpabilizar a vítima pelo estupro em depoimento prestado na última sexta-feira (27) e chegou a afirmar que iria fazer uma representação contra ele na corregedoria.

De acordo com Veloso, ainda será avaliada a atuação de Thiers à frente da investigação. "Não vamos deixar de responsabilizar, caso seja essa a situação", disse o chefe de Polícia. Veloso ressaltou que o delegado já mostrou competência ao conduzir outros casos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 7, que o depoimento do doleiro Leonardo Meirelles hoje, no Conselho de Ética da Casa, foi "absolutamente desnecessário". Segundo o peemedebista, Meirelles não trouxe nenhum fato novo.

"Não existe ali nem um fato que dirá prova. É sempre uma tentativa de tentar me atribuir coisas as quais eu não sou partícipe. Então, não vejo nem como comemoração nem como derrota. Vejo que esse depoimento é absolutamente desnecessário", afirmou Cunha em entrevista coletiva.

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Em depoimento, Meirelles disse que o doleiro Alberto Youssef confirmou informalmente para que teria repassado cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara em 2012, a pedido do lobista Júlio Camargo. Segundo Meirelles, o dinheiro foi entregue em espécie em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio.

O doleiro afirmou, no entanto, não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias de contas de suas empresas para contas do presidente da Câmara no exterior, nem saber se Cunha tem contas secretas fora do País, objetivo principal da investigação no Conselho de Ética.

Cunha afirmou que a acusação de Meirelles já foi desmentida durante sua campanha para presidência da Câmara. O peemedebista disse que comprovou que a casa no condomínio onde um emissário de Youssef disse ter entregado o dinheiro não pertence a ele e sim a um funcionário do governo do Estado do Rio.

Cunha é alvo de processo no Conselho e Ética sob acusação de ter mentido que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Operação Lava Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da estatal.

A defesa de Cunha reitera que o parlamentar não mentiu. Ele não possui contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores. Os advogados insistem que os valores que o presidente da Câmara tem no exterior foram transferidos para trustes no passado.

O doleiro Leonardo Meirelles afirmou nesta quinta-feira, 7, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que sua delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O doleiro depôs como testemunha de acusação no processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No início do depoimento, a defesa de Meirelles também confirmou a informação. Ao justificar o motivo pelo qual ele não assinaria o termo de compromisso de falar a verdade na oitiva, o advogado citou que o acordo de delação já foi homologado pelo ministro do STF Teori Zavascki. Após a reclamação de deputados, o doleiro voltou atrás e decidiu assinar o termo.

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Meirelles faz parte do rol de testemunhas sugeridas pelo PSOL e Rede, partidos que apresentaram a representação contra o peemedebista no colegiado em outubro do ano passado, e que devem ser ouvidas na fase de instrução probatória (coleta de provas e depoimentos) do processo de Cunha. Essa fase começou em 22 de março e pode durar até 40 dias.

Ontem, em mais uma ação para tentar adiar a análise do processo, que se arrasta há mais de cinco meses, a defesa de Cunha ingressou com recurso no STF para tentar impedir a oitiva de delatores arrolados como testemunhas, entre Meirelles. O Supremo, contudo, negou o pedido nesta quinta-feira.

Advogados de Cunha sustentam que os delatores da Operação Lava Jato não podem contribuir com o objeto central do processo, que analisa se o presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar ao, segundo a representação, mentir na CPI da Petrobrás.

Cunha disse que não possuía contas secretas no exterior, ao contrário do que sugerem as investigações da Polícia Federal. Os advogados dizem ainda que os delatores querem se "beneficiar" dos depoimentos.

No depoimento há pouco, Meirelles confirmou que repassou cerca de US$ 5 milhões a Cunha a mando do lobista Júlio Camargo. O doleiro disse, contudo, que o montante foi repassado ao peemedebista em espécie e afirmou não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias para contas do peemedebista no exterior.

Os juristas Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores do pedido que culminou no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, terão nesta quarta-feira (30) trinta minutos cada um, para falar sobre as motivações do documento que tramita na Câmara. Os depoimentos estão marcados para às 16h30 na comissão que analisa a admissibilidade do pedido. “Depois, o relator [Jovair Arantes (PTB-GO)] vai ter 15 minutos para fazer perguntas e líderes e demais integrantes da comissão terão três minutos para indagações”, disse nesta quarta-feira o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

Ele liderou uma nova reunião com líderes dos partidos na Câmara nesta quarta-feira (30) para definir as regras e evitar mais tumulto, que tem sido a marca das reuniões da comissão especial. As lideranças acertaram, desde ontem, que ouviriam duas pessoas de cada um dos lados. Os juristas foram indicados pelos parlamentares que defendem o afastamento de Dilma. “Vamos tentar acertar para evitar mais briga”, explicou o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), ao entrar na reunião.

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Tudo igual

Do lado governista, serão ouvidos, na tarde de amanhã (31), o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor de Direito Tributário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro. As regras e tempos são os mesmos que os definidos para os juristas.

Apesar do consenso em torno dos depoimentos, a base aliada levantou questionamentos sobre o momento, criticando as oitivas antes da entrega da defesa da presidenta. Rosso e Arantes tentaram tranquilizar e convencer o colegiado explicando que a intenção é de esclarecimentos, e garantiram que nenhum fato novo seria incluído nas análises da comissão. O que Arantes pretende é antecipar ao máximo informações que possam contribuir para seu relatório e que ajudem os poucos indecisos entre 65 integrantes da comissão a se decidir.

Prazos

Parlamentares a favor do impeachment têm tentado manter um ritmo acelerado dos trabalhos, evitando que prazos e manobras retardem o processo. Diante disto, a aposta de líderes, como Imbassahy, é que o relator será rápido e deve apresentar o parecer até dia 8, antes do prazo. Arantes tem cinco sessões, a partir da entrega da defesa de Dilma, para elaborar o texto. Como a Câmara tem realizado sessões diariamente, o prazo da petista termina no próximo dia 4 e o relator teria até dia 11 para entregar o texto que será submetido a voto e precisa de maioria simples para ser aprovado.

Ainda que sejam apresentados pedidos de vista, o atual Regimento Interno da Câmara estipula em duas sessões da comissão o vencimento dessa medida. Ou seja, se a base apresentar um pedido para analisar melhor o relatório de Arantes, o texto será votado, no mais tardar, no dia 14 de abril e seguirá, independente do resultado, para o plenário da Câmara onde precisa de 2/3 dos votos dos 513 deputados para avançar para o Senado.

Uma questão de ordem apresentada pela líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), pode alterar a data de início dos primeiros depoimentos na comissão que analisa o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O relator da comissão, Jovair Arantes (PTB-GO), marcou para quarta-feira (30) e quinta-feira (31), os depoimentos de indicados pela oposição e pela base aliada para falar sobre o processo. Segundo Jandira, não há dúvida sobre os nomes convidados, mas sobre a data dos depoimentos ser anterior à defesa de Dilma.

“Há concordância de que sejam consolidados os requerimentos [de convite]. A discussão é quando, e em que momento. Quando fazemos a oitiva, olhando apenas as 6 mil páginas do pedido, não há uma única página escrita, não garantimos simetria e equilíbrio”, disse. Ela defendeu os argumentos sejam baseados em artigos do Regimento Interno da Câmara e na Lei do Impeachment.

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Baseado nas mesmas legislações, o primeiro vice-presidente da comissão, Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que há equívoco na interpretação da parlamentar que citou como exemplo o processo de impeachment do presidente Fernando Collor. Segundo ele, na época, não foram feitas oitivas nem antes e nem após a apresentação de defesa do representado. “O exercicio pleno da defesa se dá no momento do julgamento, e esta Casa não faz julgamento algum. Aqui, há única e exclusivamente o juízo de admissibilidade das denúncias”, argumentou.

Sampaio disse que a diferença entre os dois momentos é que, desta vez, o relator fez uma espécie de homenagem à defesa. “Não que tenhamos adotado uma postura diferente. Há uma condescendência, longe de afrontar o princípio da ampla defesa e do contraditório”, afirmou.

Um acordo foi costurado na manhã de hoje para que oposição e governo indicassem pessoas para falar à comissão. O relator do processo marcou para quarta-feira (30) os depoimentos dos juristas Miguel Reale Jr. e de Janaína Paschoal; e para quinta-feira (31), os do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e do professor de Direito Tributário da Uerj Ricardo Lott.

O presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve responder ao questionamento ainda hoje. A sessão da comissão foi suspensa para ceder o plenário para a última reunião da Comissão Mista do Orçamento, com a atual composição. As discussões só serão retomadas no final da tarde, caso consigam um novo local para as deliberações sobre os trabalhos do colegiado.

Tanto Arantes quanto Rosso garantiram que o acordo foi para que a comissão esclareça fatos, sem qualquer interferência sobre a defesa de Dilma ou sobre o relatório final, que tem que ser apresentado até 5 sessões depois que receber a posição da presidente, prevista para a próxima segunda-feira (4). Isso, caso a Câmara mantenha o ritmo de uma sessão por dia. O prazo é contado por 10 sessões plenárias da Casa.

O parecer de Arantes precisa ser submetido à votação na comissão, sendo exigido maioria simples para aprovar ou rejeitar o texto, para depois seguir para o plenário da Casa, onde precisa de 2/3 dos votos pela admissibilidade ou não do processo.

A Polícia Federal de Pernambuco (PF-PE) cumpre, nesta terça-feira (22), seis mandados judiciais da 26ª fase da Operação Lava Jato. Dois deles, inclusive, são de condução coercitiva e de acordo com o que o LeiaJá apurou estão sendo ouvidos pelos delegados pernambucanos o empresário e sócio da Agência Arcos, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e o executivo da Odebrecht, Alexandre Biselli. 

Biselli teria supostamente pago propina para agentes públicos, mas ainda não se sabe quem poderia ter recebido os valores. Já Antônio Carlos seria ligado ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenado em 2013 no processo do mensalão.

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A assessoria de imprensa da PF não confirmou os nomes e informou que não poderia dar detalhes sobre a identidade deles. Os dois estão depondo na sede da PF, no bairro do Recife, e serão liberados após realizarem exames de corpo de delito. 

Além das duas conduções coercitivas, também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo três no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife, em residências de dois suspeitos e em um estabelecimento comercial, e outro numa casa de câmbio do bairro de Santo Antônio, na área central da capital.

“Esta fase aqui é um desdobramento da 23º que teve o nome de Acarajé. Analisando os documentos se identificou outras pessoas que tinham envolvimento dentro da Lava Jato. Foram cumpridos seis mandatos, dois de condução coercitiva e essas pessoas estão aqui prestando esclarecimentos e depois serão liberadas, quando fizerem exames de corpo de delito”, afirmou o assessor da PF-PE, Giovani Santoro. 

De acordo com Santoro, todos os materiais recolhidos serão encaminhados para o Paraná, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato. 

Operação Xepa – Em todo o Brasil, estão sendo efetuados 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva. As diligências tem foco na Odebrecht e estão ocorrendo em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal e Minas Gerais.

*Com informações da repórter Eduarda Esteves 

A Polícia Civil do Estado de Pernambuco (PCPE) começa nesta quarta-feira (9) a colher os depoimentos de funcionários do Recife Monte Hotel, localizado na Avenida Navegantes, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde o turista Bruno Guilherme Ribeiro, natural de São Paulo, morreu no fim da tarde do último domingo (6). 

À frente do caso, o delegado Carlos Couto, titular da Delegacia de Boa Viagem, já iniciou as investigações, mas só começa a ouvir quem esteve em contato com o rapaz a partir da quarta-feira (9). Ele contou que a família de Bruno ainda não conversou com a polícia. "No momento, já instaramos o procedimento e nossa prioridade é ouvir os trabalhadores do hotel porque são as pessoas que tiveram contato com o turista", explica.

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O turista estava hospedado sozinho há cerca de três dias no Recife Monte Hotel e testemunhas afirmam tê-lo visto pela última vez com vida seguindo para a área da piscina. De acordo com o laudo preliminar da perícia, o jovem morreu por asfixia por afogamento. 

O corpo do paulista, de 20 anos, foi encontrado por outro hóspede na área da piscina por volta das 17h do domingo. Ao ser localizada, a vítima já estava boiando sem vida na área mais profunda da piscina, cerca de 2,60 m. 

O delegado Carlos Couto, no entanto, não descarta outras opções, além do afogamento. "Embora tudo indique que foi um acidente, o trabalho da polícia é identificar a causa jurídica do fato. Se foi um suicídio, fatalidade ou homicídio. Por isso, nada está sendo descartado e nossa investigação deve seguir contemplando todas as possibilidades", concluiu Carlos Couto.

Munido de habeas corpus, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto não prestou juramento prometendo falar a verdade e anunciou que permanecerá em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3).

"Agradeço a disponibilidade do tempo, mas exercerei o direito de ficar calado", afirmou o ex-tesoureiro do PT aos membros da comissão, no início da sessão, sendo vaiado por beneficiários de fundos de pensão que estão presentes à reunião da CPI.

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O presidente dado colegiado, deputado Efraim Filho (DEM-PB), também protestou. "Se não quiser falar, o senhor vai ouvir. Seu silêncio será ensurdecedor para muitos dos beneficiários que aqui estão", afirmou o parlamentar. "Poderá ser presunção de culpa diante das graves acusações que o relatório final trará", emendou.

Nesta terça-feira, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, pediu a dispensa de seu cliente, para evitar os gastos com a vinda dele de Curitiba, onde está preso pelo seu envolvimento na Operação Lava Jato, para Brasília. O presidente da CPI, contudo, negou o pedido.

"Ficaríamos extremamente prejudicados se sua presença não ocorresse. Não é de bom senso um relatório de CPI indiciar uma pessoa sem dar a ela o direito de defesa", justificou Efraim Filho. "Nunca vi aqui ninguém que veio para CPI e ficou calado ser inocente. Quem veio para ficar calado é porque tinha culpa", acrescentou.

A autorização para que Vaccari fosse trazido a Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos envolvidos da Operação Lava Jato na primeira instância.

Na CPI dos Fundos de Pensão, Vaccari foi convocado após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta manipulação na gestão dessas instituições. O doleiro Alberto Youssef, por exemplo, disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro era um dos operadores de alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).

De acordo com Efraim Filho, a CPI investiga Vaccari teria exercido tráfico de influência junto a fundos de pensão para desviar recursos e atender a interesses políticos e partidários.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto permanecerá calado durante depoimento à CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3) informou a defesa do petista. A oitiva de Vaccari estava prevista para às 10 horas, mas foi adiada para o início da tarde, pois o voo particular que o traz de Curitiba, onde está preso, atrasou por causa da neblina e da greve dos aeroviários.

A autorização para que Vaccari fosse trazido a Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos envolvidos da Operação Lava Jato na primeira instância. No despacho, o magistrado pediu que a defesa do ex-tesoureiro do PT se manifestasse para, caso Vaccari fosse permanecer em silêncio, o presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), pudesse dispensar o petista.

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Ontem, contudo, Efraim Filho negou o pedido de dispensa feito pelo advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso. O ex-tesoureiro do PT está preso em Curitiba pelo seu envolvimento na Lava Jato. Ele já foi condenado em primeira instância a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além disso, terá de pagar multa de R$ 4,3 milhões.

Na CPI dos Fundos de Pensão, Vaccari foi convocado após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta manipulação na gestão dessas instituições. Um desses depoimentos foi o do doleiro Alberto Youssef. À CPI, o doleiro disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro do PT era um dos operadores de alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica).

Além de Vaccari, estava previsto para esta quarta-feira o depoimento à CPI dos Fundos de Pensão de Lício da Costa Raimundo, diretor de investimentos da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). O executivo, contudo, apresentou atestado médico, alegando problemas de saúde para não comparecer. Ainda não foi marcada nova data para a oitiva.

O ex-senador pela Bahia e atual vice-presidente de Serviços, Infraestrutura e Operações do Banco do Brasil, César Borges (PR), negou com veemência nesta terça-feira (2) ter recebido propina de acusados de "comprar" medidas provisórias no governo federal.

O ex-congressista não é investigado por participação no suposto esquema, apurado na Operação Zelotes, mas respondeu a questionamentos formulados por advogados de defesa dos réus de ação penal sobre o caso, que corre na 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília.

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Borges foi arrolado como testemunha de defesa de Eduardo Valadão, acusado de integrar o esquema de corrupção. Ele comandava a Bahia entre 1999 e 2002, quando os primeiros incentivos fiscais para montadoras instaladas no Nordeste foram concedidos, ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Entre 2009 e 2010, quando foi editada e aprovada a MP 471, que prorrogou os benefícios e está sob suspeita de "encomenda" pelo setor privado, era senador por seu Estado. Na época, participou da mobilização política para viabilizar a norma, que teria sido fundamental para manter a Ford na Bahia.

Questionado pelo advogado Marcelo Leal, que atua para o lobista Alexandre Paes dos Santos, se recebeu propina relacionada à MP ou soube de pagamento de vantagens a parlamentares, Borges reagiu: "Absolutamente. Nunca recebi. Nunca soube no parlamento. Me admira muito que uma MP como essa tenha saído de algum tipo de acordo", disse.

Borges destacou que a medida foi importante para o desenvolvimento econômico de seu Estado, tanto que em dez anos, exemplificou, o Produto Interno Bruto (PIB) baiano dobrou. Ele disse que a norma foi aprovada mediante consenso de lideranças do governo e da oposição, em votação simbólica e sem emendas.

Para esta terça-feira, estão previstos os depoimentos de ao menos 13 testemunhas, além da ré Cristina Mautoni.

Dois dos réus presos por envolvimento no esquema de "compra" de medidas provisórias confrontaram o procurador da República Frederico Paiva ao deixarem sala de audiências na Justiça Federal em Brasília, na manhã desta segunda-feira (25). Os lobistas Alexandre Paes dos Santos, conhecido como 'APS', e Mauro Marcondes, presos desde outubro, deixavam a sala sem qualquer escolta quando se depararam com o procurador, que conversava com jornalistas.

Com semblante fechado, APS encarou o representante do Ministério Público diretamente e parou para ouvir a entrevista. Desconfortável ao ver os réus, o procurador comentou: "Vamos ter plateia?".

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O lobista perguntou: "A defesa pode dar entrevista?". "Pode, pode fazer as perguntas", respondeu. O lobista continuou: "Eu só conhecia o senhor pela denúncia, não sabia quem era o senhor. Só tinha visto no processo seu nome e nunca tinha visto o senhor". "E gostou?", rebateu o procurador. "É bom saber quem me acusa, né?", disse APS. Paiva encerrou o diálogo: "Eu não acuso, eu sou Ministério Público, eu sou um servidor público. Represento uma instituição."

Os dois réus foram embora juntos, ainda sem a escolta policial. Os réus acompanham os depoimentos sem uso de algemas, por decisão do juiz Vallisney Oliveira, que conduz o caso na 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília. O magistrado também definiu que não são os agentes penitenciários os acompanhantes dos presos dentro da sala, o que importaria na escolta de dois agentes armados para cada preso.

No caso, quem faz a segurança da sala são integrantes da Polícia Federal. Segundo pessoas que trabalham na Corte, o juiz costuma usar medidas mais rigorosas apenas quando os réus são acusados de crimes como tráfico e roubo.

Outro encontro inusitado das audiências nesta manhã foi o do procurador com o ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Sem reconhecer o ex-ministro, que aguardava o momento de seu depoimento na antessala do juiz, Frederico Paiva questionou: "o senhor trabalha aqui?". Depois de apresentados, procurador e ex-ministro se cumprimentaram.

A 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília começou a ouvir nesta manhã o depoimento de testemunhas e informantes em ação penal sobre a "compra" de medidas provisórias no governo, caso investigado num desdobramento da Operação Zelotes. Estão previstos os depoimentos de ao menos 16 pessoas nesta segunda-feira, indicadas pelas defesas dos réus.

Entre os presentes estão o ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Gilberto Carvalho e o atual secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira. Os depoimentos foram suspensos e serão retomados ainda nesta segunda.

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