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Morreu, nesta sexta-feira (29), o presidente da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe), Ettore Labanca (PSB), aos 74 anos. O pessebista estava internado no Hospital Português, mas não resistiu e veio a óbito. De acordo com a família, o velório ocorrerá no Velório Municipal e o sepultamento, no Cemitério Municipal às 11h deste sábado (30), ambos em São Lourenço da Mata.

Labanca assumiu a Arpe em 2015 por indicação do governador Paulo Câmara (PSB) e para isso precisou renunciar ao seu quarto mandato de prefeito de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. 

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Ettore Labanca começou a carreira política como chefe de gabinete do Secretária de Justiça de Pernambuco em 1972. Em 1988, ele foi eleito pela primeira vez prefeito de São Lourenço da Mata, cargo que ocupou até 1992, quando elegeu seu sucessor Antônio Cândido. Em 1996, Labanca voltou a administrar a cidade e depois venceu as eleições municipais de 2008 e 2012. 

Além disso, Ettore Labanca também foi deputado estadual de 2002 a 2006. E em 2008 ocupou o cargo de secretário-executivo de Relações Institucionais da gestão do então governador Eduardo Campos, de quem era considerado conselheiro político. Inclusive, a última agenda política de Campos em Pernambuco antes do acidente aéreo que o vitimou foi em São Lourenço da Mata, ao lado do ex-prefeito

Dono de um perfil político enérgico, Ettore era conhecido pelas suas avaliações polêmicas sobre a oposição a Eduardo Campos e sua atuação articuladora

Já na última quarta-feira (27), a notícia da morte dele corria pelos corredores do Congresso Nacional e, inclusive, foi anunciada pelo deputado federal Augusto Coutinho (SD) em sessão plenária, mas negada pelos familiares. 

Após o arquivamento do inquérito policial que apurava as causas do acidente aéreo que vitimou o ex-governador Eduardo Campos em 2014, na cidade de Santos, em São Paulo, o advogado e irmão de Eduardo, Antônio Campos, afirma que a investigação é “inconclusa e deixa dúvida no ar”. O caso foi arquivado pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira (27).

Em nota, Antônio Campos afirma que foi surpreendido pelo arquivamento do inquérito após quatro anos de apuração e classificou a investigação como inconclusiva. “Após mais de quatros anos de inquérito policial e acompanhamento do MPF, somos surpreendidos e ficamos perplexos com o pedido de arquivamento ante alegada impossibilidade de determinar a causa exata do acidente que vitimou Eduardo Campos e outros companheiros de trabalho e de voo. Uma investigação inconclusa, deixa mais ainda dúvida no ar”, ressaltou.

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O irmão do ex-governador destacou que não se pode descartar a possibilidade de homicídio e sabotagem no acidente. “Não podemos descartar a possibilidade de um acidente aéreo programado para acontecer, até porque o inquérito da Polícia Federal não é conclusivo e uma das hipóteses é de falha mecânica, que pode ser programada para ocorrer, o que caracterizaria sabotagem e homicídio”, enfatizou.

Antônio Campos pretende solicitar uma audiência com o ministro da Justiça, Sergio Moro e com a procuradora Geral da República, Raquel Dodge, para cobrar mais explicações sobre o caso e pedir a retomada das investigações. “Uma parte dos autores da ação de produção de provas, já citada, dentre elas eu, estaremos solicitando, diante da possibilidade do caso ficar sem ser esclarecido, uma audiência ao Ministro da Justiça, Sérgio Moro, como também a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, para expor e detalhar o caso, provas e pareceres já existentes e pedir que a mesma avoque o caso, requerendo o aprofundamento e a continuidade das investigações, sem arquivamento”, afirmou.

Confira a íntegra da nota divulgada por Antônio Campos nas redes sociais:

NOTA, UMA INVESTIGAÇÃO INCONCLUSA, DEIXA A DÚVIDA NO AR.

Com referência a cota do Ministério Público Federal, pelo arquivamento, da investigação sobre a morte de Eduardo Campos e outros companheiros, vítimas de “acidente aéreo”, sem determinar a causa exata do acidente, temos a expor o seguinte:

1. Após mais de quatros anos de inquérito policial e acompanhamento do MPF, somos surpreendidos e ficamos perplexos com o pedido de arquivamento ante alegada impossibilidade de determinar a causa exata do acidente que vitimou Eduardo Campos e outros companheiros de trabalho e de voo. Uma investigação inconclusa, deixa mais ainda dúvida no ar. 

2. Tecnicamente tal cota do MPF poderá ser acatada pelo Juiz Federal do caso ou o mesmo poderá solicitar esclarecimentos ou um complemento de investigação recorrendo ao Procurador Geral. Estaremos peticionando ao Juízo do caso nesse sentido. Tal acidente não pode ficar com causa inconclusa. Os familiares e o povo brasileiro merecem saber a verdade. A investigação merece continuar. 

3. Uma prova nova e relevante poderá reabrir o caso a qualquer momento, conforme faculta a lei. 

4. Estive presente na apresentação feita pelo Delegado Federal Rubens Maleiner, que presidiu a investigação, em Recife, na qual, na sua apresentação, restou claro a divergência quanto as conclusões do Cenipa, como também, no relatório fica evidente tais divergências, e que excluía algumas causas e permanecia a hipótese de outras. 

5. Na ocasião, indagado por mim sobre a causa da demora de 4 anos para “concluir” o inquérito, a resposta do Delegado, que esteve à frente de inquéritos de importantes acidentes aéreos, é que o acidente que vitimou Eduardo Campos e outros companheiros foi o mais complexo que ele investigou em sua vida profissional, dito em sua resposta.

6. Na leitura atenta do relatório, parte final, registra-se:

“Diante de tudo o que se expôs, evidencia-se em conclusão a impossibilidade de se determinar o que, com efeito, motivou as atitudes extremas e subida e descida da aeronave no seu minuto final de voo e, bem assim, o sinistro. 

Isso porque o trabalho pericial dedicado a tal esclarecimento, não obstante os diversos e complexos esforços apuratórios realizados, resultou na consideração de quatro hipóteses como, por um lado, não descartáveis, e, por outro, não comprovadas, nem possíveis de serem quantificadas probalisticamente.

Essas hipóteses (colisão com elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor), aliás, não são necessariamente excludentes e podem ter ocorrido até de forma combinada, embora tal possibilidade de ocorrência dote-se, em tese, de probabilidades ainda muito menores.”

7. É de se registrar que o inquérito desmonta a tese do Cenipa de falha humana e não podemos descartar a possibilidade de um acidente aéreo programado para acontecer, até porque o inquérito da Polícia Federal não é conclusivo e uma das hipóteses é de falha mecânica, que pode ser programada para ocorrer, o que caracterizaria sabotagem e homicídio.

8. Estamos promovendo uma ação de produção de provas, que tramita perante a 4ª Vara Federal de Santos, sob o nº 5001663-02.2017.4.03.6104, em que o foco é a causa do acidente, entre outras, aprofundando a questão, utilizando uma ação cível. 

9. Uma parte dos autores da ação de produção de provas, já citada, dentre elas eu, estaremos solicitando, diante da possibilidade do caso ficar sem ser esclarecido, uma audiência ao Ministro da Justiça, Sérgio Moro, como também a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, para expor e detalhar o caso, provas e pareceres já existentes e pedir que a mesma avoque o caso, requerendo o aprofundamento e a continuidade das investigações, sem arquivamento.

Recife/ Olinda, 27 de fevereiro de 2019.

Antônio Campos

Advogado

OAB/PE 12.310

O Ministério Público Federal arquivou o inquérito policial instaurado para apurar o acidente aéreo que vitimou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e mais outras seis pessoas. O caso aconteceu na cidade de Santos (SP), em agosto de 2014.

Apesar da Polícia Federal ter feito diversas diligências, não foi possível determinar a causa exata da queda do avião, nem definir os responsáveis por eventuais crimes cometidos na ocasião. Na época, Eduardo Campos era candidato à Presidência da República e viajava para cumprir agenda de campanha. Marina Silva era sua vice-candidata e assumiu a chapa após a morte do pernambucano.

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A impossibilidade de elucidar o caso se deu pela inoperância ou ausência de equipamentos na cabine de comando. O gravador de vozes da cabine não estava funcionando - e ele poderia registrar diálogos que ajudassem a esclarecer alguma falha mecânica ou humana no momento do acidente.

Esse tipo de gravador é obrigatório em aeronaves do modelo da que Campos viajava, porém, o dispositivo havia realizado sua última gravação em janeiro de 2013, mais de um ano antes da queda. Essa falha também interferiu negativamente no andamento das investigações.

O procurador da República Thiago Lacerda Nobre, responsável pelo caso, afirmou que “em razão da inexistência de meios técnicos, é provável que nunca saibamos o que ocorreu com a aeronave em seus últimos instantes e que acabou por determinar sua queda”.

De acordo com as investigações, quatro hipóteses podem ser consideradas entre as prováveis causas da queda do avião que transportava o ex-governador de Pernambuco: colisão com elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor. Inclusive, pode ter acontecido mais de uma possibilidade de uma única vez.

Agora, com o inquérito arquivado, o procurador explicou que, para que houvesse a responsabilização pena, era preciso a exata definição dos responsáveis, “não bastando indícios genéricos de autoria e materialidade”.

Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Marco Aurélio (PRTB) já mostrou que tem um discurso afiado diante do governo Paulo Câmara (PSB). Depois de chamar o pessebista de “geringonça”, o parlamentar foi à tribuna da Casa questionar os índices e os parâmetros de comparação dos números da violência do Estado.

Segundo Marco Aurélio, Paulo não fez o dever de casa deixado pelo seu antecessor e padrinho político, Eduardo Campos. No discurso, o integrante do PRTB criticou a decisão do governador de comparar os números de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) praticados em Pernambuco em 2018 com os registrados em 2017.

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O parlamentar ressaltou que, apesar de o recorte feito pelo gestor mostrar uma redução de 23,3% nas ocorrências, o ano de 2018 teve índices de violência superiores aos identificados no final do governo de Eduardo Campos (2014), antecessor de Câmara.

“O governador compara 2018 com 2017, ano em que o Estado assinalou o maior número de homicídios de toda a década. Por que ele não faz o comparativo usando como referência o início de sua gestão?”, indagou. “Porque ele não conseguiu fazer o dever de Casa e manter os índices alcançados na época de Eduardo Campos”, emendou o deputado, elogiando o trabalho desenvolvido pelo ex-governador, falecido em 2014.

Apoiado pelos colegas de bancada, Marco Aurélio garantiu que a oposição estará atenta ao tema da segurança pública, considerado ‘calo’ do governo. Os deputados Antônio Coelho (DEM), João Paulo Costa (Avante), William Brígido (PRB) e Priscila Krause (DEM), membros da bancada, fizeram apartes corroborando o discurso do líder.

“Uma oposição competente engrandece o Parlamento”, afirmou Coelho. “Os últimos quatro anos de Paulo Câmara registraram 33% mais assassinatos do que o segundo governo de Eduardo Campos. Por isso, a segurança pública será prioridade na pauta da bancada”, acrescentou Costa. “O Governo há de entender que a Oposição existe para fortalecer o Estado”, enfatizou Brígido. “Temos o compromisso de representar uma grande parcela da população que não escolheu Paulo Câmara”, disse Krause.

Investigações da Lava Jato afirmaram que a aeronave em que ocorreu o acidente aéreo que matou o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas em agosto de 2014 foi comprada, ao menos em grande parte, com dinheiro de propina. O jatinho estava sendo usado por Eduardo em sua campanha presidencial e foi comprada pelo valor de R$ 1 milhão 710 mil.

A afirmativa do Ministério Público Federal (MPF) surge junto com uma ação civil pública movida pela Lava Jato e a Petrobras, que acusam o PSB e o MDB de improbidade administrativa. A ação pede o pagamento de mais de R$ 3 bilhões ao erário público.

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A Lava Jato aponta que o responsável pela compra da aeronave foi o João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho que "desempenhou o papel de operador das propinas recebidas por Eduardo Campos", sendo ele também acusado de ter recebido subornos para o ex-governador por diversas vezes, segundo aponta os procuradores.

De acordo com as investigações, a compra da aeronave, o jato Cessna Citation, 560 XLS, prefixo PR-AFA, foi realizada mediante pagamento dividido de várias pessoas físicas e jurídicas, uma "típica lavagem de capitais". Até duas empresas "fantasmas" , em nome de "laranjas" estão no meio: a RM Construções Ltda. e a Geovane Pescados Eireli.

“As investigações revelaram que a aeronave em que ocorreu o acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos e mais seis pessoas, no dia 13 de agosto de 2014, foi comprada, pelo menos em grande medida, com dinheiro de propina. O jato Cessna Citation, 560 XLS, prefixo PR-AFA, era utilizado por Eduardo Campos em sua campanha presidencial e foi comprado por João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho pelo valor de R$ 1.710.297,03”, aponta a Lava Jato.

Em entrevista ao Estadão, o procurador da República Deltan Dallagnol salientou que "trata-se de propinas canalizadas para a campanha de um presidenciável que, se não tivesse falecido, poderia ter sido presidente do Brasil ou ocupado outra alta função pública na esfera federal." Dallagnol aponta a necessidade de "reformas no sistema político brasileiro".  

Defesa

O PSB emitiu uma nota afirmando que recebeu com supresa a ação pública ajuizada pelos procuradores da Lava Jato. No texto, eles também observam que "as campanhas do PSB sempre foram financiadas de acordo com as normas legais".

O partido também defendeu Eduardo Campos. "Quanto à citação, na mesma ação, do ex-governador e ex-presidente do partido Eduardo Campos, embora este não esteja mais entre nós para se defender, temos confiança plena de que nada haverá de ser comprovado que macule o nome e a honra de um homem público com tantos e tão relevantes serviços prestados a Pernambuco e ao Brasil", diz a nota, assinada pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.

Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) afirmou que desde o fim das eleições ainda não conseguiu conversar com o também derrotado na disputa e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Nos últimos momentos da corrida presidencial no segundo turno, onde procurou por apoio, principalmente de Ciro, Haddad não recebeu o esperado. 

Para ele, a explicação pode ser porque naquele momento o PDT tinha candidatos a governador disputando eleição e fazendo campanha para Jair Bolsonaro (PSL), que liderava as intenções de voto. 

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"O PDT é um partido de esquerda, 'pero no mucho'", alfinetou Haddad, em entrevista à Folha de São Paulo, fazendo alusão aos correligionários de Ciro que se alinharam à Bolsonaro, que trouxe para o pleito um discurso de extrema direita, contrário ao que - tradicionalmente - prega os partidos de esquerda, a fim de garimpar votos.

Fernando Haddad disse também que quando confirmado a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância no caso do triplex, Ciro Gomes foi sondado por ele e por todos os governadores do PT. "Eu sou amigo, gosto muito do Ciro, mas ele errou no diagnóstico e pode voltar a errar se entender que isolar o PT é a solução para o seu projeto pessoal", apontou, fazendo referência a estratégia que vem surgindo entre os partidos de oposição de deixar o PT fora do bloco que deve ser composto por PCdoB, PSB, PDT e Rede Sustentabilidade.

PT pretendia quebrar hegemonia no Palácio do Planalto

Fernando Haddad ainda falou da quebra da hegemonia do PT na Presidência da República. O ex-ministro da educação confirmou à Folha que isso só não aconteceu com o apoio do próprio partido porque o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto em uma tragédia de avião, não aceitou ser vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) em 2014.

Naquele ano, Eduardo preferiu se descolar do PT, partido ao qual por muito tempo foi aliado, para concorrer à Presidência pelo PSB. "O próprio Lula considerava Eduardo Campos como candidato natural para receber apoio do PT em 2018, se tivesse aceitado ser vice da Dilma", acentuou Fernando Haddad.  

Deputado federal mais votado em Pernambuco, com 400,3 mil votos, João Campos (PSB) está sendo cotado para assumir uma secretaria no segundo mandato do governador Paulo Câmara (PSB), reeleito no primeiro turno das eleições. A intenção, segundo informações de bastidores, é que no cargo estadual o filho do ex-governador Eduardo Campos possa pavimentar seu nome para disputar a Prefeitura do Recife em 2020.

Com o desempenho na primeira eleição, João começou a ser cotado como prefeiturável. Assim como a deputada estadual mais bem votada, Gleide Ângelo (PSB), é aventada para a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Ela também vem sendo cotada para integrar o governo. Apesar disso, há no PSB quem defenda que os dois assumam seus mandatos.

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João Campos já foi chefe de gabinete de Paulo Câmara. Ventila-se que ele possa ser titular da pasta das Cidades ou Turismo. O governador, contudo, já adiantou que deve fechar as articulações com os partidos aliados e concluir a montagem do novo primeiro escalão apenas em dezembro.

Outro ponto que Paulo deve ponderar para a montagem da equipe é a participação dos partidos na gestão, o PP deve perder espaços e o PT ganhar cargos.

Com apenas 24 anos, João Campos (PSB), filho de Eduardo Campos - que governou Pernambuco por dois mandatos e faleceu em 2014 -, enquanto concorria à Presidência da República pelo PSB, está em primeiro lugar na lista de deputados federais de Pernambuco. Ele obteve uma grande votação: 459.811 votos.

Outro membro da família Arraes, Marília Arraes (PT), obteve 192.628, e está em segundo lugar entre os mais votados. Os dois fazem parte da tradicional elite da política local. O bisavô do agora deputado eleito era o político Miguel Arraes, também governador do estado. Arraes combateu e foi perseguido pela ditadura militar, sendo responsável pela refundação do PSB após o período de abertura democrática.

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Após a morte do pai, João Campos ganhou notoriedade no partido e no cenário local. Enquanto ainda cursava a faculdade de Engenharia, o neto da ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, assumiu em 2016 a chefia de gabinete do governo de Pernambuco, comandado por Paulo Câmara, governador reeleito, aliado de Campos. A vaga no Congresso conquistada hoje é o primeiro cargo eletivo disputado por João Campos.

Já o filho do senador e ex- presidente Fernando Collor, Fernando James Braz Collor de Mello, teve 16.152 e ficou em 17° lugar. Foi a primeira vez que ele concorreu a um cargo em nível nacional. São apenas oito vagas para a Câmara dos Deputados em Alagoas.

Os filhos de políticos presos pela Lava Jato no Rio de Janeiro não conseguiram um bom resultado na disputa pela Câmara. Danielle Cunha, filha de Eduardo Cunha, e Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, ambos candidatos do MDB, ficaram mal posicionados no ranking e não conseguiram se eleger. Leonardo Picciani, filho de Jorge Picciani, também não conseguiu voltar a Brasilia. O filho do prefeito Marcelo Crivella não se elegeu deputado federal. A filha do candidato cassado Anthony Garotinho, Clarissa Garotinho, obteve a reeleição. Seu irmão, Wladimir Garotinho, também estará na Câmara dos Deputados em 2019. 

Cristiane Brasil (PTB) perdeu a reeleição. Ela não pode assumir o Ministério do Trabalho por ter sido alvo de uma série de acusações. Ao contrário dos filhos do presidenciável, campeões de votos em São Paulo para a Câmara e no Rio de Janeiro para o Senado, a ex-mulher de Bolsonaro Cristina Bolsonaro (Pode) não conseguiu se eleger deputada.

Ainda no Rio, o PSOL enviará para a Câmara dos Deputados Marcelo Freixo, deputado estadual e ex-candidato à Prefeitura do Rio, que foi o segundo mais votado no estado: 342.491. Em primeiro lugar, está Hélio Fernando Barbosa Lopes, do PSL - partido do presidenciável Jair Bolsonaro - com 345.234.

Dois senadores adversários, ambos envolvidos na Lava Jato, que optaram por tentar a Câmara, foram bem sucedidos: Aécio Neves (PSDB-MG), que recebeu mais de 50 milhões de votos para a Presidência em 2014, contabilizou agora modestos 106 mil votos. Já Gleisi Hoffmann (PT-PR) conquistou o dobro de Aécio, cerca de 212 mil.

Assim como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Gleisi Hoffmann optou por disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Ex-ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, um dos cargos mais importantes do governo, a senadora de 53 anos poderia se candidatar à reeleição este ano, mas nos últimos tempos viu a sua popularidade cair devido a denúncias de corrupção e à rejeição dos eleitores paranaenses ao PT.

Presidenta nacional do partido, ela assumiu a linha de frente da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba. Gleisi foi absolvida em junho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em processo relativo à candidatura ao Senado em 2010, mas ela ainda é alvo de outras investigações.

Junto de Lula e outros ex-integrantes do ministério, ela foi denunciada no último dia 30 de abril, com base em delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht. A acusação é de que a construtora teria fechado um acordo no qual seria beneficiada em troca de propina para a campanha de 2014. Criticando a atuação da Procuradoria-Geral da República, Gleisi e o PT negam as acusações. Ela diz que as denúncias não têm provas e foram obtidas a partir de delações "negociadas com criminosos" em busca de benefícios penais.

Assim como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Aécio Neves optou por disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Neto do ex-presidente eleito Tancredo Neves, Aécio foi governador de Minas Gerais por dois mandatos, depois de ocupar quatro mandatos seguidos como deputado, chegando a presidir a Câmara no início dos anos 2000.

Em maio do ano passado, após virem a público gravações de conversas com o dono do grupo JBS, Joesley Batista, o capital político do ex-governador de Minas Gerais caiu bastante. Nos áudios, o parlamentar se refere a colegas do Congresso Nacional com palavras de baixo calão. A principal acusação é de que o tucano teria recebido R$ 2 milhões em propina de Joesley. O inquérito em que é acusado de corrupção e obstrução de Justiça já foi recebido pelo STF, que ainda não julgou o tema.

Alvo de outros inquéritos no Supremo, o parlamentar nega as acusações. Segundo ele, o repasse do dinheiro era fruto de um empréstimo para pagar seus advogados. Na época, Aécio era presidente nacional do PSDB e se afastou do cargo. Em outubro do ano passado, o Senado decidiu reverter a decisão da Primeira Turma do STF que determinava seu afastamento parlamentar e recolhimento domiciliar noturno. 

Candidato à reeleição, o governador Paulo Câmara (PSB) cumpriu agenda nesse domingo (16) na Região Metropolitana do Recife (RMR). Após caminhar por Bonança, em Moreno, o pessebista fez questão de reforçar a tese de que ele está do “lado que desenvolveu Pernambuco” citando os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Somos o lado de Miguel Arraes, de Eduardo, de Lula e de Fernando Haddad. O outro lado é o da Turma do Temer, que aumentou a conta de luz, o gás de cozinha, a gasolina e ainda queria acabar com aposentadoria dos brasileiros", alfinetou o governador, aguçando ainda mais a polarização criada entre ele e o principal palanque adversário de Armando Monteiro (PTB). 

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O contato corpo a corpo da campanha continuou pelo Cabo de Santo Agostinho, no bairro de Ponte dos Carvalhos. A assessoria de imprensa disse que no ato, Paulo reuniu cerca de 10 mil pessoas. 

No local, o governador parou a caminhada para cumprimentar a dona Cibele da Silva, mãe do intercambista do Programa Ganhe o Mundo, Wollace Felipe da Silva, que está estudando nos Estados Unidos. 

"A gente governa esse Estado para as pessoas. É para dar oportunidade a jovens pernambucanos, como o Wollace, de realizar seus sonhos através do seus esforços. E uma caminhada tão grande como essa, com tanta gente só mostra que o povo entende o que estamos fazendo. Vamos ganhar as eleições porque não podemos deixar esse lindo caminho que construímos se perder. E temos as pessoas, como a dona Cibele, ao nosso lado", afirmou Paulo Câmara, que esteve acompanhado nas duas agendas do candidato a senador Humberto Costa (PT).

Nesta segunda-feira (17), o governador concede entrevista à Rádio Olinda, às 9h, e às 12h30 participa de um almoço com o Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (LIDE), na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. 

O primeiro guia eleitoral do candidato a governador Armando Monteiro (PTB), que será exibido nesta sexta-feira (31), reforça o tom crítico da campanha do petebista em relação a gestão do governador Paulo Câmara. Com 2 minutos e 40 segundos a seu favor, o petebista inicia o vídeo pontuando questões como a greve de professores, as obras inacabadas e o aumento da violência no Estado durante o mandato do pessebista e, para reforçar, aponta o pessebista como despreparado. 

Pincelando imagens e discursos de atos de campanha, o petebista se apresenta e diz que “todo dia a gente vê coisas que nos constrange, mas não podemos perder a esperança”. “A vida tem que ser de crença. Temos que acreditar. Temos uma boa causa, que é oferecer a Pernambuco neste momento um outro caminho… Ser novo é ser capaz de entender as mudanças e as transformações”, destaca na propaganda eleitoral.

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Além disso, Armando também ressalta que “Pernambuco não tem o direito de perder tempo” com o governo de grupos políticos. “Nós fomos experimentar alguém que não estava treinado e estamos pagando um custo alto”, dispara, mostrando a imagem de Paulo Câmara e pontuando que ele é despreparado e lento na gestão. 

Por fim, o candidato qualifica seu nome para a disputa, mostrando imagens de momentos da sua trajetória política ao lado, por exemplo, do ex-governador Eduardo Campos e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dizendo que se sente preparado para governar o Estado e pronto para mudar. 

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Nesta segunda-feira (13), quando se completa quatro anos do acidente aéreo que culminou na morte do ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas, o filho dele e candidato a deputado federal, João Campos (PSB), afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que decidiu decidiu assumir a responsabilidade de levar adiante o legado do pai desde aquele 13 de agosto de 2014. 

“Há quatro anos, no momento difícil das nossas vidas, decidi dar um passo à frente e assumir, junto com o povo de Pernambuco, a responsabilidade de levar adiante o legado do meu pai. Hoje, 13 de agosto de 2018, me encontro em mais uma etapa da Rota da Esperança percorrendo os caminhos que o meu pai percorreu”, declara o político. 

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João ainda completa que Eduardo está vivo entre os pernambucanos. “É minha gente, Eduardo vive em cada projeto que criou pela educação em Pernambuco. Vive em cada mãe beneficiada pelo mãe coruja, e em cada pai de família beneficiado pelo chapéu de palha. Eduardo vive em cada abraço que a gente recebe e em cada vida que ele inaugurou na vida dos pernambucanos. Ele está vivo aqui entre nós”, diz. 

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Além de João, outros políticos lembraram do ex-governador nesta segunda-feira. Na página do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que era amigo de Campos, foi lembrado o "futuro" que o pernambucano teria na área. "Há quatro anos perdíamos um grande companheiro de vida e da luta política. Com a promessa de um futuro brilhante e apesar de ter nos deixado tão cedo, Eduardo Campos semeou um importante legado ao povo pernambucano e brasileiro. Eduardo Campos presente", diz a puplicação. 

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A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), disse nas redes que sentia saudade do líder. “Já são 4 anos de saudade desse amigo e líder. Era bonito de ver sua paixão pela política e dedicação pelo povo. Saudades do futuro que não deu tempo de construirmos juntos, Eduardo”, ressaltou. 

Ex-secretário do governo de Eduardo Campos, o candidato a deputado federal Milton Coelho (PSB) lembrou também da trajetória política do avô de campos, Miguel Arraes, falecido em 13 de agosto de 2005. 

“Esse 13 de agosto é ingrato. Neste mesmo dia, há 13 anos, perdemos o saudoso Miguel Arraes e, há quatro, o ex-governador Eduardo Campos nos deixava. Embora não estejam mais presentes fisicamente, seus legados e exemplos permanecem vivos na mente daqueles que querem fazer de Pernambuco um local cada vez melhor e mais digno para nossa população. Doutor Miguel foi fundamental na minha formação política, me ensinando como devemos ouvir as pessoas e que temos a obrigação de sempre lutar por quem precisa”, declarou.

“Eduardo esteve comigo em diversas caminhadas. Fui seu coordenador de campanha, assessor e secretário. Duas referências máximas que tenho na vida. Seus exemplos seguem sendo referência”, completou Milton Coelho.

A Polícia Federal incluiu "colisão com pássaros" como uma das hipóteses para a queda do avião Cessna 560XL que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto de 2014, na cidade de Santos, litoral paulista. Em nota oficial, a PF informou que encerrou o inquérito sobre o acidente que matou sete pessoas ao todo, entre elas o então candidato à Presidência.

"O inquérito conclui que a queda da aeronave pode ter sido causada, isolada ou cumulativamente, pelos seguintes fatores: a colisão com pássaros, gerando uma atitude radical da aeronave; a desorientação espacial por parte dos pilotos; a possibilidade de disparo de compensador de profundor; ou uma pane/travamento de profundor em posições extremas", diz o texto da PF.

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Paralelamente à entrega do relatório ao Ministério Público, a PF realizou uma apresentação detalhada do inquérito às famílias dos cinco passageiros da aeronave Cessna 560XL, no Recife (PE). Nesta terça-feira, 7, foi realizada apresentação idêntica às famílias dos pilotos, em São Paulo.

Segundo a PF, com relação ao relatório apresentado anteriormente pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), "as investigações são independentes e voltadas a objetivos distintos, cada um com princípios e características peculiares".

"As conclusões do inquérito policial não confrontam com as do Comando da Aeronáutica", assinala a PF. "Diversos atos de investigação, inclusive, ocorreram de forma cooperada e harmônica entre os órgãos."

A nota informa, ainda, que "diante das conclusões apresentadas não permitirem a indicação de ter havido qualquer infração a legislação penal, a Polícia Federal recomendou ao Ministério Público o arquivamento do inquérito policial".

Nesta quarta-feira, 8, às 10h30, a PF vai apresentar o relatório detalhado à imprensa no setor de hangares do Aeroporto Internacional de Brasília.

O advogado e pré-candidato a deputado estadual Antônio Campos (Podemos), irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos - morto em um acidente aéreo durante a campanha eleitoral de 2014 - pede na Justiça que o relatório técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) seja retirado do inquérito que apura as causas do desastre. O laudo indica falhas humanas como o motivo da queda. Antônio, porém, reafirma que pode ter havido sabotagem.

Em um segundo requerimento, apresentados na quarta-feira passada, Antônio Campos pede também que a 4ª Vara da Justiça de Santos (SP) solicite as informações coletadas pela unidade de controle e armazenamento de dados (data collection unit - DCU, em inglês) da aeronave Cessna 560 XLS+ Prefixo PR-AFA que, segundo ele, foram negadas pelo Cenipa. O político também exige que a Polícia Federal informe "com urgência" o andamento do inquérito que se arrasta por quase quatro anos.

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De acordo com Antônio Campos, a Polícia Federal se antecipou ao pedido dele à Justiça e marcou para segunda-feira, 6, uma reunião com o advogado e familiares das vítimas da tragédia para apresentar a conclusão do inquérito. O encontro deve ocorrer no Aeroporto do Recife. Na terça-feira, a PF reapresenta o relatório para outros parentes nas dependências do órgão no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Como fato novo para sustentar as petições, Antônio anexou aos autos da ação movida contra a União e a empresa fabricante do avião, Cessna Aircraft Corporation, um parecer técnico independente elaborado pelo ex-comandante Carlos Camacho, especialista em acidentes aéreos. . No laudo de 86 páginas, o ex-comandante aponta que a causa da queda pode estar em um problema de aeronavegabilidade "que é comum" às aeronaves Cessna Citation, de modelos das séries 500 e 600.

No parecer, Camacho elenca nove acidentes que aconteceram em outras partes do mundo, como Suíça e Estados Unidos, com esse tipo de avião entre 2001 e 2016. Em todos, segundo ele houve "perda de controle da aeronave em voo, em especial da estabilidade longitudinal" por problemas de aeronavegabilidade do equipamento.

"Há um erro claro de projeto do avião que causa um problema operacional sério. A asa que existe na cauda produz movimentos aerodinâmicos que, em casos de voos em altura baixa, pode levar a um mergulho fatal e não existe (nesses modelos Cessna) um aviso sonoro para que a tripulação possa reagir a tempo de evitar a tragédia", explicou Camacho ao jornal O Estado de S. Paulo.

No dia 13 de agosto de 2014, o Cessna 560 XLS+, PR-AFA, decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo. Ao ser liberada para a descida, a tripulação informou, depois de se aproximar da pista, que iria arremeter e aguardar nova autorização para o pouso.

De acordo com o laudo do Cenipa, um observador no solo, que aguardava a chegada da aeronave e outra testemunha que estava posicionada no Porto de Santos, contaram que o avião sobrevoou toda a extensão da pista do aeródromo à baixa altura e, em seguida, curvou à esquerda, saindo do alcance visual devido às condições meteorológicas. Momentos após, a aeronave colidiu contra o solo.

Além de Eduardo Campos, do piloto Marcos Martins e do copiloto Geraldo Magela, estavam no avião o assessor Pedro Almeida Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Augusto Ramos Leal Filho, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva e o staff da campanha Marcelo de Oliveira Lyra.

No parecer do Cenipa, a atitude dos pilotos, as condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a indisciplina de voo são apontados como os fatores para a queda do avião. Camacho discordou e disse que o relatório "está condenado", pois ignora o fato de que as aeronaves desse modelo Cessna são sucetíveis à sabotagem e "não se pode descartar nenhuma hipótese, principalmente por se tratar da morte de um homem público, forte concorrente para as eleições deste ano se estivesse vivo".

"Aeronaves Cessna Citation, Séries 500 e 600, no transcurso de seu ciclo de vida operacional, vêm apresentando problemas, especificamente relacionados com a estabilidade longitudinal, que via de regra levam a consequências catastróficas. Esta desestabilização, dos eventos conhecidos, em sua grande maioria, se apresentou como um fenômeno de pitch down, não comandado, de forma abrupta e silenciosa", apontou o ex-comandante no relatório.

Antônio Campos sustenta o pedido de exclusão do relatório do Cenipa do inquérito argumentando, também, que dispositivos da lei 7.564 de 1986, especialmente, o artigo que estabelece que a investigação do Cenipa deve ter precedência sobre outros procedimentos e investigações do Cenipa deve ter precedência sobre outros procedimentos e em investigações, é alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5667/DF) protocolada no Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria Geral da República.

"Além disso, o Cenipa nega o acesso aos dados coletados e recuperados do data collection unit, extraídos nos motores da aeronave no dia 11 de novembro de 2015, nas dependeências da empresa Safran Eletronics no Canadá. O acesso a tal prova é fundamental para o inquérito. Alegar que não poderia expor o fabricante em respeito aos 'direitos autorais', demonstra que o Cenipa pretendeu e conseguiu esconder dados que esclareceriam se os pilotos perderam ou não, literalmente, o controle do avião", declarou Antônio na petição.

O pré-candidato não respondeu o porquê só agora, as portas do período eleitoral, resolveu entrar com esses requerimentos na Justiça.

"Eduardo Campos está fazendo falta. Politicamente o Brasil teria uma opção a mais, com histórico de competência e habilidade política, para apresentar-se como forte opção para conduzir nosso País após as eleições que se avizinham. Há uma dúvida cruel que possa não ter sido um simples acidente, mas um acidente tecnicamente provocado por sabotagem. Eduardo, pilotos e demais companheiros daquela trágica viagem, de onde encontram-se estão, certamente, apontando-nos os caminhos que devemos seguir para falar por eles", declarou Antônio.

A Força Aérea Brasileira não se manifestou sobre o pedido de retirada do relatório do Cenipa do processo nem respondeu sobre o sigilo em relação às informações coletadas pela unidade de controle e armazenamento de dados da Cessna. "O relatório final é o documento formal, destinado a divulgar a conclusão oficial da investigação conduzida pelo Cenipa", diz a nota. Procuradas pela reportagem, a Cessna Aircraft Corporation, empresa fabricante da aeronave, e a Polícia Federal não se pronunciaram.

A 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou o PSB e dois empresários a pagarem, solidariamente, indenização a uma moradora de um apartamento atingido pela aeronave em que estavam, em agosto de 2014, o então candidato à Presidência Eduardo Campos e outras seis pessoas. A quantia foi fixada em R$ 10 mil, a título de danos morais. As informações foram divulgadas no site do TJ-SP nesta sexta-feira, 13.

A Corte registrou que, como outro morador custeou os reparos no edifício, foi ajuizada ação diversa para ressarcimento dos danos materiais.

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De acordo com o processo, a moradora estava em seu apartamento quando escutou o barulho da queda do avião. Ao verificar o que havia acontecido, a idosa se deparou com os destroços da aeronave em sua garagem.

Ao analisar o recurso, o relator da apelação, desembargador Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho, afirmou que os empresários e o partido político tinham a posse e a exploração direta e indireta da aeronave, razão pela qual devem responder pelos danos a terceiros.

"No caso dos autos, o dano moral prescinde de provas, bastando comprovar o fato que gerou o susto, o medo, a angústia e os transtornos decorrentes do acidente, sentimentos íntimos que geram o dever de indenizar. É o que a doutrina e a jurisprudência denominam de dano moral in re ipsa, nos quais indiscutíveis os efeitos lesivos do fato em si. Diante do nexo de causalidade entre a conduta dos apelados e os danos morais suportados pela apelante, resta clara a obrigação de indenizá-la", afirmou o magistrado.

Silva Leme Filho ressaltou também que a autora à época do acidente possuía 76 anos de idade e "teve que ficar afastada de casa por alguns dias, transtorno ainda pior para uma pessoa idosa, sem falar, ainda, das imagens chocantes dos restos mortais dos tripulantes em sua garagem que presenciou".

O julgamento foi unânime. Participaram os desembargadores João Batista Silvério da Silva e Theodureto de Almeida Camargo Neto.

Defesa

A reportagem está tentando contato com os citados. O espaço está aberto para manifestação.

OBITUÁRIO DE ARQUIVO - NÃO LIBERAR O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PSC), 71 anos, morreu ----

Juiz aposentado, Guilherme Uchoa estava cumprindo o sexto mandato de deputado estadual e a sexta vez como presidente da Alepe, fato que o levou a assumir o Governo de Pernambuco por cinco vezes em razão de viagens dos ex-governadores Eduardo Campos e João Lyra Neto e do atual governador Paulo Câmara (PSB). Ele também foi responsável pela construção dos dois novos prédios do Legislativo Estadual.  

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Desde 1994, quando iniciou a trajetória como deputado estadual, Uchoa foi se consolidando como liderança política pela firmeza em seus discursos. Durante o governo de Eduardo Campos, de 2006 a abril de 2014, o espaço de atuação do social-cristão se tornou ainda mais amplo. Uchoa era considerado defensor ferrenho dos interesses de Campos na Alepe e um dos principais conselheiros políticos do então governador. 

O ritmo de defesa também se manteve com o início da gestão de Paulo Câmara. Quando a administração foi alvo de investigações da Polícia Federal em 2017, por exemplo, ele evitou que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) fosse instalada na Alepe e disparou críticas contra a ação policial. 

Trajetória

Guilherme Uchoa iniciou a hegemonia como presidente da Alepe em 2006, mas em 2015, quando assumiu o quinto mandato, ele chegou a ser afastado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) que expediu uma liminar determinando a suspensão do deputado do cargo, a partir de uma ação alegando a inconstitucionalidade da recondução ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele recorreu da decisão e não ficou longe da adiministração da Casa por muito tempo

Uchoa, antes de ser presidente, também migrou por outros cargos da Mesa Diretora da Alepe. Ele foi 1º vice-presidente no biênio de 1995/1996, 1º secretário nos anos de 1999 e 2000 e 2° secretário na legislatura seguinte.

Na última eleição dele, em outubro de 2014, recebeu 69.785 votos quase cinco vezes a mais do que na primeira vez que disputou um mandato parlamentar, em 1994, quando foi eleito pelo MDB com 16.137. Desde então, além do MDB, Uchoa também esteve filiado ao PDT e este ano tinha migrado para o PSC, depois de imbróglios com a legenda pedetista, visando o projeto de eleger o filho, Uchoa Júnior (PSC), para deputado federal.

Guilherme Uchoa é formado em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e história pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru. O deputado também foi escrivão da Polícia Civil, antes de iniciar a carreira política.

Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Sílvio Costa Filho (PRB) comentou a pesquisa feita pela Vox Populi, a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), sobre o cenário político-eleitoral no Estado. De acordo com o parlamentar, os números registrados pelo estudo mostram que o governador Paulo Câmara (PSB), tem um “alto índice de reprovação” entre os pernambucanos. 

“Os números revelam um governo sem rumo, sem direção e cujas conquistas estão ficando para trás”, comentou Silvio Filho. “Este é um governo que não sinaliza uma reação. Pensávamos que ele fosse capaz de continuar o trabalho de Eduardo Campos, mas o tempo da emoção passou e o tempo da razão está batendo à porta”, completou o deputado, defendendo que uma candidatura de oposição pelo PT seria “boa para a democracia”.

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Os dados da pesquisa não podem ser divulgados porque foi uma consulta interna feita pelo PT, sem registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para basear a tese de candidatura própria da legenda ao Governo de Pernambuco. Segundo informações extraoficiais, o levantamento eleitoral aponta Paulo Câmara em terceiro lugar na disputa, perdendo para o senador Armando Monteiro (PTB) - nome que deve ser confirmado na próxima segunda-feira (11), como líder da chapa do movimento Pernambuco Quer Mudar - e a vereadora Marília Arraes (PT) - pré-candidata mais forte do PT. 

A candidatura ou não do PT será definida a partir de tratativas nacionais. A legenda quer consolidar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência da República, mas para isso tem pleiteado o apoio do PSB. Caso consiga, a postulação de Marília seria preterida, uma vez que os partidos se uniriam no mesmo palanque também em Pernambuco, fortalecendo a reeleição de Paulo Câmara. A definição oficial deve sair até julho. 

O deputado Edilson Silva (PSOL) também se manifestou em defesa de uma candidatura de Marília. “Qualquer tipo de manobra truculenta para tolher a possibilidade de uma candidatura do PT seria prejudicial não apenas ao campo de esquerda, mas à política”, analisou. Já o petista Odacy Amorim considerou que há interesse da legenda em se lançar à disputa pelo Governo do Estado, mas que o “interesse maior é de levar o ex-presidente Lula de volta à Presidência da República”.

Com o PT e o PSB ensaiando uma reaproximação eleitoral, o filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos (PSB), afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “pode ter cometido equívocos durante a vida”, ao comentar a prisão do líder-mor petista, desde o dia 7 de abril, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Apesar disso, o pré-candidato a deputado federal afirmou estar triste com a prisão do ex-presidente e lamentou a 'seletividade da Justiça'. 

“A gente está muito triste com a prisão do Lula por tudo o que ele fez no Pernambuco, no Nordeste e por tudo que ele construiu. Ele pode ter cometido alguns equívocos ao longo da vida, mas vemos isso com tristeza. Espero que a Justiça não seja seletiva: há muitos que devem ir presos também”, salientou, em entrevista à Revista GQ Brasil. 

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Lula e o pai de João Campos eram amigos, mas se afastaram após Eduardo romper a aliança nacional com o PT, em 2013, para concorrer ao Palácio do Planalto em 2014. O ex-governador pernambucano faleceu no início da campanha daquele ano, vítima de um acidente aéreo. 

Disputa eleitoral e legado de Arraes e Eduardo

Durante a entrevista, João Campos, que disputará o primeiro cargo eletivo este ano, também deixou claro como se portará diante da disputa familiar para a defesa política do legado do pai e do bisavô, Miguel Arraes, uma vez que outros nomes da família - como o tio, Antônio Campos (Podemos), que deve concorrer ao Senado, e a prima, Marília Arraes (PT), que busca uma candidatura ao governo - vão participar do pleito. Para João, tal legado não pertence a uma família ou pessoa.

“O legado de Arraes e de Eduardo Campos pertence ao povo de Pernambuco, não pertence a uma família nem a uma pessoa. Qualquer um pode disputar uma eleição. Agora, estou onde eles sempre estiveram. O único partido que meu pai disputou eleição na vida foi pelo PSB, e o Arraes foi presidente do PSB por dez anos, participou da recriação do partido depois da ditadura. Estou no projeto onde eles sempre estiveram, onde está o conjunto de apoiadores deles”, argumentou, tanto Antônio quanto Marília deixaram o PSB.

João vai concorrer a um a vaga na Câmara dos Deputados e a expectativa diante do nome dele é grande dentro do PSB. A participação na disputa, segundo o filho de Eduardo, é para “renovar” a classe política em Brasília. Caso seja eleito, o jovem disse que tentará dar maior transparência para o Congresso.

“O Congresso hoje, muitas vezes, não discute a pauta da sociedade – é como se estivesse em outro tempo. Em 2013, as pessoas foram às ruas e o Congresso ganhou velocidade. Se ele rodou naquele período, por que não sempre? O Congresso deve ter mais transparência e representar mais as pessoas”, salientou.

João Campos também confirmou que em 2014 Eduardo gostaria que ele já tivesse concorrido a algum cargo, mas ele preferiu esperar. “Não era o momento. Era a eleição dele, do meu pai para presidente. Nossas energias estavam todas voltadas para isso”, disse. 

E negou já ter pretensões para a Prefeitura do Recife em 2020. “Não penso nisso. Meu foco é enfrentar bem esse ano. Enfrentar, que eu digo, é dizer a verdade ao povo. Nosso desafio é ‘reencantar’ a política, pois ela foi uma das responsáveis por colocar o Brasil nessa crise”, destacou na entrevista.

Dono de uma postura em geral mais discreta, João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, teve que utilizar o stories do seu Instagram para alertar aos pernambucanos sobre um golpe envolvendo o nome da sua família. 

Ele pediu “atenção” ao relatar que há pessoas ligando se passando pela sua mãe, Renata Campos, pedindo dinheiro ou doação. “Quero esclarecer: isso é um golpe usando o nosso nome. Fica o recado”, expôs.

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João Campos, ex-chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), é a promessa do PSB na eleição deste ano. João deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Aos 24 anos, ele é mais novo do que qualquer um dos parlamentares que atuam no Congresso Nacional.

O governador Paulo Câmara (PSB) refutou, nesta terça-feira (3), a tese de que o avião do ex-governador Eduardo Campos teria sido sabotado. O assunto foi levantado nesta segunda (2), pelo advogado e irmão do ex-governador Antônio Campos, que disse ter sido procurado por peritos que acompanham a investigação do acidente ocorrido em 2014 e que eles teriam relatado que o Speed Sensor da aeronave foi desligado. 

Questionado sobre como avaliava a questão abordada por Antônio, Paulo Câmara disse que não vai 'entrar neste tipo de declaração'. “Estou aguardando o pronunciamento das autoridades competentes. Temos que confiar nas polícias, estamos esperando resultados oficiais, é isso que vale”, salientou o governador. 

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Nesta segunda, Antônio protocolou uma petição nos autos do inquérito da Polícia Federal sobre a suspeita e relatou que vai dar conhecimento a outros órgãos da Justiça sobre o que chamou de “fato novo”.

“O Speed Sensor da aeronave a toda evidência foi desligado, intencional ou não intencionalmente, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso. Tal fato é grave e relevante na investigação da causa do acidente podendo mudar o curso da investigação”, destaca um trecho do documento apresentado pelo advogado. 

Assim que Eduardo Campos faleceu, em 2014, iniciou-se uma série de especulações sobre qual dos filhos seguiria os passos políticos do ex-governador de Pernambuco. Em fevereiro de 2016, o caminho para a ocupação do posto começou a ser trilhado por João Campos, filho mais velho do líder pessebista, ao assumir a chefia de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) - mesmo cargo ocupado por Eduardo durante o segundo governo de Miguel Arraes, de 1987 a 1990. 

Neste fim de semana, em ritmo de pré-campanha, João deu mais sinais de que seguirá o caminho de Eduardo ao fazer um giro pelo Sertão de Pernambuco e ser claramente ligado aos feitos do pai pelo Estado. Pré-candidato a deputado federal, ele visitou 11 cidades de sexta (17) a domingo (18), onde encontrou lideranças políticas, participou de eventos municipais e visitou feiras públicas.  

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“Encontrei com uma turma de peso e história política, lideranças que mantêm uma relação que vem desde Doutor Arraes. O meu pai, Eduardo Campos, deu continuidade a essas parcerias, e agora eu faço questão de manter essas amizades”, afirmou João, em publicação no Instagram. 

“Visitei 11 cidades desde a sexta-feira: Limoeiro, São José do Egito, Itapetim, Santa Terezinha, Quixaba, Ingazeira, Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Buíque, Arcoverde e a própria Belém de Maria. Foram 1.300 km rodando as estradas, indo às feiras, encontrando os amigos, conversando com as pessoas e ouvindo delas quais são as principais demandas das regiões”, acrescentou em outro comentário sobre o giro pela região sertaneja.

O filho de Campos tem aproveitado essas andanças, inclusive, para fazer imagens que devem ser usadas na campanha. A candidatura de João vem sendo encarada como um dos trunfos do PSB para o pleito. A participação dele na disputa, esperam socialistas, também deve contribuir com a reeleição de Paulo Câmara com a ausência de Eduardo. João deve se desincompatibilizar da gestão em abril, prazo limite para quem ocupa cargo público se tornar apto a concorrer mandatos eletivos. 

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