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O ex-vice-governador de Eduardo Campos, João Lyra Neto, também compareceu ao ato "Pernambuco Quer Mais", que aconteceu neste sábado (3), em Caruaru. Lyra se mostrou confiante ao falar que o próximo governador do estado será um dos parlamentares que compõe o bloco da oposição. "Cada dia que passa, esse movimento cresce e daqui sairá o próximo governador de Pernambuco", disse enfático.

Joao Lyra Neto também falou que o grupo "Pernambuco Quer Mais" não tem projetos pessoais e que por isso a decisão é que apenas um seja o candidato que irá disputar contra o governador Paulo Câmara na próxima eleição. Ele também fez críticas dizendo que está acontecendo "uma grande mentira" na publicidade do Governo. "E também pela falta de liderança é que, no próximo dia 7 de abril, vamos anunciar o candidato. Tenho certeza que, após esse anúncio, vamos compor o projeto ao candidato".

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O também ex-prefeito de Caruaru recordou que foi no mesmo local no qual discursou em prol do grupo "Pernambuco Quer Mais", hoje Arena Caruaru, em 2006, que iniciou um trabalho ao lado de Eduardo Campos. "Começamos e chegamos vitoriosos. Começamos esse novo movimento com a certeza que o povo vai eleger um novo candidato para Pernambuco voltar a ter uma eficiente gestão e reconquistar a posição de liderança de Pernambuco. Só tenho uma palavra: muito obrigado e até a vitória em Outubro de 2018".

Aguardando uma definição judicial sobre sua eventual prisão, após ser condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira (1º), que este ano poderia estar discutindo a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos à Presidência da República e não a dele.

“Se o Eduardo Campos tivesse aceitado a proposta que eu fiz para ele e para Renata em Bogotá, em julho de 2011, de ele ser vice da Dilma [em 2014] e ser nosso candidato em 2018, a gente agora estaria gostosamente discutindo a campanha dele à Presidência da República. E não a minha”, afirmou o líder-mor petista ao ser questionado se era favorável a uma hegemonização do PT no Poder e à frente da esquerda. 

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“Sou contra a tese de hegemonização. Em algum momento pode ter candidato de outro partido e o PT apoiar”, ponderou, deixando claro que uma chapa majoritária tendo o PSB na liderança era o plano eleitoral dele para este ano.

Até meados de 2013, Eduardo era cogitado como vice na proposta de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas ele desembarcou da base governista em setembro daquele ano para concorrer à Presidência. Em agosto de 2014, Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo em Santos, quando se locomovia para cumprir agenda de campanha. 

Lutar até o fim

Com a ausência de Campos, Lula tem articulado uma nova candidatura ao comando do Palácio do Planalto, mas esbarrou na condenação em segunda instância em um dos sete processos que é réu na Lava Jato. Ainda na entrevista à Folha, o ex-presidente disse que não quer discutir uma candidatura alternativa dele, o famoso “plano B do PT”, e  mostrou disposição para “brigar até o fim”. “Não vou me matar nem fugir do Brasil. Vou brigar até o fim”, salientou. 

O ex-presidente pode ser preso quando os recursos que ele apresentou ao Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) forem esgotados. Além da prisão, ele também ficará enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Para evitar a reclusão, a defesa de Lula apresentou um pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que está para ser julgado na próxima terça (6). 

Falecido há quase quatro anos, o ex-governador Eduardo Campos é lembrado constantemente em Pernambuco ao nominar empreendimentos que vão desde ruas à órgãos públicos. A nova estrutura que presta homenagem ao líder pessebista é um estádio em Ibimirim, no Sertão, inaugurada na manhã desta quinta-feira (22) pelo governador Paulo Câmara (PSB). 

No estado, Eduardo já deu nome a uma lista de locais. São eles: o plenário da Assembleia Legislativa, ao complexo turístico do Porto do Recife, à Adutora do Agreste, à Barragem de Serro Azul, à Ferrovia Transnordestina, ao Compaz do Alto Santa Terezinha, no Recife; ao um teleférico que está em fase de finalização em Bonito e um anel viário que será construído em Sertânia. 

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Além da sede da prefeitura de Serrita, no Sertão; uma praça em Panelas, no Agreste; e teve o nome acrescido ao Instituto de Gestão Pública de Pernambuco e a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Sem contar as escolas municipais e estaduais, uma destas em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana. 

Fora das mudanças e denominações já concretas, também há projetos de lei que ampliam as homenagens ao neto de Miguel Arraes, como o acréscimo do nome dele para a Refinaria Abreu e Lima e o Aeroporto Internacional do Recife. As modificações aguardam a aprovação da Câmara dos Deputados. A proposta que diz respeito ao aeroporto aguarda a designação de um relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). 

Principal líder do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, nesta terça-feira (6), para uma reabertura de diálogo entre a legenda e o PSB em Pernambuco. Lula disse não acreditar que dentro da legenda pessebista tenha apenas adversários e ponderou que o PT precisa pensar se quer se aliar a alguém capaz de construir um programa para o Estado ou disputar sozinho. 

“Cada aliança é feita sob as circunstâncias da política do momento. Você sabe da relação que eu tinha com Eduardo Campos, todo mundo sabe que eu gostava muito do Eduardo Campos e ele de mim, com a morte dele, obviamente, houve fissuras e problemas. O PSB, em alguns lugares, rompeu com o PT, em outros não. Tudo isso faz parte do cenário político local”, disse, em entrevista à Rádio Jornal. 

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“Agora está chegando uma nova eleição e os partidos precisam pensar o que é melhor para o povo de Pernambuco. Se é a gente continuar brigando com uma possível aliado capaz de se construir um programa para o Estado ou se a gente vai simplesmente fazer sozinho uma eleição sem fazer aliança com ninguém. Nós temos que discutir com muita maturidade”, acrescentou.  

Para Lula, “o PT pode voltar a conversar com o PSB, conversar com o Armando Monteiro ou por ter candidatura própria”. “O problema é que eu não quero precipitar os fatos… Tem muita coisa na política que ainda vai acontecer. Toda a briga que nós tivemos com o PSB, não me faz crer que o PSB só tenha adversários”, salientou. 

Em Pernambuco, o PT tem três pré-candidaturas. Uma delas é a da vereadora Marília Arraes, mas nos bastidores algumas lideranças anseiam um realinhamento com o PSB.

Diante da resistência de lideranças do PT de Pernambuco para o lançamento de uma candidatura própria ao comando do Estado, apesar da resolução interna que indica postulação, diretórios petistas de municípios do Sertão se reúnem neste sábado (27), em Serra Talhada, às 15h para defender o nome da vereadora do Recife, Marília Arraes, para a disputa.

Apesar de ser considerada uma candidata forte, Marília vem sendo rifada por caciques de legenda que preferem um alinhamento junto ao PSB, em troca do apoio pessebista para a corrida nacional pela Presidência da República. 

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À frente do movimento que endossa a postulação de Marília, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), disse que “seria uma insensatez [do partido] não participar da eleição como protagonista”. 

“Marília tem o povo. Incorpora o sentimento histórico da família de Arraes, que sempre foi ligada ao movimento popular. Vejo ela com a mesma garra de Eduardo. Eduardo saiu sem nada, sem grandes apoios, e ela está da mesma forma”, equiparou o prefeito. 

A intenção do ato, que segundo Duque “encontrou ressonância no PT”, é “tentar sensibilizar a direção do partido e as lideranças para dizer que a unidade vai fortalecer”.  “Há um desejo nacional de aliança, mas nós aqui enxergamos de forma diferente. Marília tem crescido nas pesquisas internas”, apontou. 

Luciano Duque disse ainda que “todos os parceiros históricos do PT enxergam nela um projeto novo para Pernambuco, não só eles, mas também as correntes do partido e cerca de 70 diretórios”. Além de Marília Arraes, que deve desembarcar em Serra Talhada amanhã de manhã, também confirmaram presença no evento o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, o líder do MST, Jayme Amorim, e mais três prefeitos.

Um desejo antigo. É assim que pode ser definida a pré-candidatura do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ao cargo de governador de Pernambuco a partir, inclusive, dos argumentos dele mesmo: “nunca neguei a minha vontade de poder servir a Pernambuco como seu governador, já de algum tempo a gente alimenta esta possibilidade e expectativa”. Em 2014, ele chegou a ser cotado como o nome que sucederia o ex-governador Eduardo Campos, mas foi preterido por um chamado quadro técnico, o atual governador Paulo Câmara (PSB). Este, na análise de Bezerra Coelho, conseguiu interromper o projeto de desenvolvimento instalado no estado por Eduardo e “é um fracasso”.

“Nos aliamos a Eduardo lá atrás, em 2006, para fazer dele governador quando muitos acreditavam que era uma campanha impossível de ganhar, depois reelegemos Eduardo em 2010 e é obvio que em 2014 tínhamos a expectativa de poder dar sequência ao projeto que Eduardo tinha implantado em Pernambuco, mas nos coube por decisão do próprio PSB e de Eduardo a vaga do Senado, confesso que estou satisfeito com o meu trabalho no Senado”, admitiu em entrevista ao LeiaJá.

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“Agora, sinto que o projeto que Eduardo tinha para Pernambuco foi interrompido, por esta atual administração, e quero me colocar como alternativa no sentido de recuperar o desenvolvimento e o protagonismo. Acho que temos as condições dadas para isso, estamos formando uma grande frente política, nesse sentido me apresento”, complementou.

Para endossar o seu nome, FBC pretende aproveitar o recesso legislativo para visitar alguns municípios pernambucanos visando, segundo ele, “conhecer a realidade, ouvir as propostas e conhecer aqui que ainda não andou”. Para assim que for definida a candidatura já apresentar as principais diretrizes do seu programa de governo.

Apesar de se dizer preparado, Fernando Bezerra pontuou que a frente ‘Pernambuco quer mudar’ também pode contar com ele para “apoiar, eventualmente, algum outro nome que se firme para iniciar um novo ciclo”. Isto porque, ele não é o único pré-candidato do movimento oposicionista, o senador Armando Monteiro (PTB) também quer disputar o cargo com o apoio do grupo. Eles já estudam, inclusive, a lançar duas chapas com o mesmo propósito, desbancar o PSB.

“Não sabemos ainda como será a disputa em Pernambuco. Temos o PT, que não sabemos se terá uma candidatura própria ou se vai recuperar a aliança que teve no passado com o PSB, é uma definição importante. Na sequência, estamos trabalhando para manter essa frente unida, mas possa ser que lá na frente, final de abril início de maio, [o cenário] aponte que seja importante a apresentação de duas candidaturas com a mesma estratégia de mudar o que está posto aí em Pernambuco”, salientou.

Durante a entrevista, FBC também fez uma avaliação da gestão de Paulo Câmara, que está no início do quarto ano de mandato. Ele a classificou como “fracassada”. “O que aí está fracassou. Fracassou pelo lado da economia, do emprego, dos investimentos públicos, da violência que é um escândalo para o nosso estado. E é evidente que Pernambuco vai querer um outro caminho e alternativa”, previu.

A saída do PSB

Depois de ter sido preterido em 2014 e com a falta de espaço para liderar uma chapa este ano acrescido com o posicionamento da legenda diante da gestão do presidente Michel Temer, da qual Fernando Bezerra é aliado, o senador decidiu deixar o partido. Questionado se teria ficado algum desconforto com a legenda e sobre qual seria o real motivo do desembarque, ele disse que era “um momento superado”.

“Não ficou nenhuma questão. Quando tomei a decisão de sair do PSB fiz uma visita ao presidente Carlos Siqueira, conversei com Paulo Câmara reforçando a decisão a partir de atitudes que foram tomadas pelo PSB, não esperava, por exemplo, o fechamento de questão, digamos assim, uma disputa política de apoiar ou não apoiar o presidente Michel Temer, de votar ou não a reforma da previdência, baseado em argumentos que com o tempo ficou caracterizado que não se sustentavam”, observou, dando como exemplo a justificativa de que a reforma da Previdência retirava direitos dos trabalhadores rurais.

O Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou 468 propostas em 2017, de autoria do Executivo e dos deputados estaduais. Além delas, durante as 264 reuniões do ano os parlamentares também apresentaram outras 668 matérias.

Entre os projetos do Legislativo aprovados estão o que institui o Dia do Combate ao Feminicídio; transforma em feriado o dia 6 de março, Data Magna da Revolução Pernambucana de 1817; inclui a cidade de Goiana na Região Metropolitana do Recife e muda o comitê gestor da área; e regulamenta o funcionamento dos food trucks, com o objetivo de fomentar o empreendedorismo, proteger o consumidor e garantir o atendimento a regras ambientais e de trânsito.

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Dos apresentados pelo governo de Paulo Câmara foram aprovados o reajuste salarial da Polícia Militar e a criação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), dois textos que causaram grande discussão na Casa. Fora as proposições, outros temas foram discutidos durante 2017 na Casa. A Reforma da Previdência, a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e o esvaziamento da Hemobrás também foram debatidos.

Já os textos que ainda estão em discussão na Alepe, mas foram protocolados em 2017 está o polêmico Projeto de Lei nº 1774/2017, de autoria do deputado Ricardo Costa (PMDB), que dispõe sobre a proibição de exposições artísticas ou culturais com teor pornográfico em espaços públicos no estado. Outra matéria que chamou a atenção, diante de casos de abusos sexuais nos ônibus, foi o de autoria do deputado Vinicius Labanca (PSB) que obriga as empresas de transporte público a oferecer cursos aos motoristas, cobradores, fiscais e atendentes para que eles prestem assistência às mulheres vítimas de assédio nos coletivos.

Outro ponto que marcou o ano na Alepe foi a inauguração do novo prédio que funciona o Legislativo. O Edifício Governador Miguel Arraes de Alencar foi inaugurado em junho e passou a ser utilizado pelos parlamentares no segundo semestre deste ano. O Plenário da nova Casa, inclusive, recebeu o nome do ex-governador Eduardo Campos.

“Finalizamos um ano de muito trabalho, que resultou em ações importantes para a Assembleia e a população. Ainda temos muito por fazer, 2018 se aproxima com novos projetos e investimentos”, destacou o primeiro-secretário da Alepe, deputado Diogo Moraes (PSB).

O lema “2018 apenas em 2018”, sempre citado entre os políticos quando o assunto é eleição, foi deixado de lado pelo presidente nacional do PSB Carlos Siqueira ao anunciar a candidatura do chefe de gabinete do Governo de Pernambuco e filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos, a deputado federal. Durante o encerramento do Congresso Estadual da legenda, neste domingo (27), Siqueira chamou João de “deputado” e disse que ele dará seguimento à “linhagem” política do pai. 

“Eu já chamo de deputado porque haverá de dar sequência a essa linhagem que tem compromisso com o Estado”, cravou o presidente. Desde que Campos morreu, em agosto de 2014, João é apontado como o seu “sucessor” da política estadual. Toda vez que é indagado pela imprensa sobre candidatura,  o chefe de gabinete desconversa e diz que “no momento certo” tratará do assunto. Apesar disso, ele iniciou nos últimos meses uma série de visitas a diversas cidades do Estado. Os registros são sempre expostos nas redes sociais do jovem. 

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Durante o Congresso, pouco antes de ser chamado de deputado, João disse que o PSB tem que continuar transformando o Estado. “Temos força para transformar Pernambuco e fazer com que Pernambuco continue no caminho certo. Que nossas cidades que são governadas por prefeitos, vice-prefeitos e com vereadores do PSB possam trabalhar levantando as causas socialistas e o legado de Arraes, Ariano e Eduardo, podendo honrar cada um de nós”, salientou. Além disso, ele também comandou um coro entre os pessebistas em defesa da candidatura à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). 

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Partido reelege Sileno Guedes para o comando

O congresso estadual do PSB reelegeu o presidente Sileno Guedes para o comando da sigla para o próximo triênio (2017-2020), além dos delegados aptos ao congresso nacional previsto para outubro. Mesmo com os discursos festivos, o evento expôs ainda mais uma celeuma interna entre a atual direção e o grupo comandado pelo senador Fernando Bezerra Coelho; o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho; e o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. 

Eles não participaram do congresso e, em nota, justificaram que não haveria “clima”. "Com processos tramitando na executiva nacional solicitando a expulsão do partido de 16 parlamentares, inclusive 4 de Pernambuco, embora convidados, consideramos não haver clima para participar de eventos partidários até o desfecho desta questão", declararam em nota. 

O grupo ensaia deixar o PSB, e Fernando Bezerra até já admitiu a possibilidade de procurar  “novas alternativas partidárias”.

Em meio a especulações de uma reaproximação entre o PT e o PSB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na casa da viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, na noite dessa quinta-feira (24). O encontro durou cerca de duas horas e Lula chegou ao local sem nenhuma das lideranças petistas que o acompanha na caravana que faz por Pernambuco. Apenas a vice-prefeita de Aracaju, Eliane Aquino (PT) – viúva do ex-governador Marcelo Déda (PT), estava com ele.

Na casa de Renata, além dos filhos que comemoravam o aniversário de Maria Eduarda, também estavam a mãe de Campos e ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, todos do PSB. 

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De acordo com informações oficiais, o encontro foi de caráter pessoal. Segundo lideranças próximos a Lula, o ex-presidente ficou "extremamente tocado" com a visita feita por Renata a ele quando sua esposa, Marisa Letícia, estava internada em São Paulo. Ela morreu vítima de um AVC. Quando Campos faleceu, em 2014, apesar de já estarem politicamente distantes, Lula também fez questão de participar do velório do ex-governador e prestar solidariedade. Eduardo foi ministro de Ciência e Tecnologia na gestão do petista e foi um dos governadores mais próximos ao ex-presidente na época. 

Mesmo que simbolicamente, a visita de Lula a Renata é dotada de um teor político, já que nos últimos dias iniciou-se uma série de rumores de reaproximação do PT com o PSB, que romperam a aliança em 2013, quando Campos decidiu disputar a presidência da República. 

Ao comentar sobre o encontro, o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, chegou a criticar a aspereza impregnada atualmente entre os políticos e disse que apesar das divergências as relações pessoais entre as forças devem ser mantidas. Ribeiro já descartou uma reaproximação com o PSB. Apesar disso, outros petistas, como o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também vem pregando um realinhamento. De passagem pelo Recife, no último dia 11, ele se reuniu com Paulo Câmara para conversarem sobre 2018.

Discrição e simplicidade são características impressas pela ex-primeira dama de Pernambuco, Renata Campos, desde quando aparecia ao lado do ex-governador Eduardo Campos em eventos públicos. Apesar dos poucos discursos, ela é considerada uma militante nata dentro do PSB, inclusive com uma atuação mais incisiva após a morte do marido em agosto de 2014, o que tem feito com que vez ou outra o nome dela surja como opção da sigla para compor uma chapa presidencial em 2018 e até mesmo seja citada como influenciadora crucial para as decisões partidárias. 

O protagonismo de Renata no PSB, de acordo com uma fonte ex-pessebista em reserva, ficou “maior ainda” depois que Eduardo faleceu. Nos bastidores, conta-se que a participação se dá pelo desejo de manter a atuação dos Campos no partido. O que nitidamente vem se concretizando com o filho João Campos, que tomou as rédeas da defesa do legado do pai e vem preparando o caminho para uma candidatura a deputado federal no próximo ano.  

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“Renata é bastante influente, afinal tem João Campos aí mirando numa candidatura e querendo levar adiante o legado de Eduardo. Algumas vezes esta influência deixa até rachas no partido, mas ela tem vez e voz sim”, declarou a fonte, que preferiu não ser identificada, ao LeiaJá.

A atuação de Renata seria um reforço a promessa feita em um dos seus poucos discursos de não deixar os principais feitos do marido caírem no esquecimento. "Seus sonhos também são nossos e vamos levar seu ideal adiante. Só assim construiremos um melhor Brasil para os brasileiros", disse durante uma homenagem aos 50 anos de Eduardo em 2015.

A meta de "levar o ideal" de Eduardo adiante fez, entretanto, com que a família do ex-governador se dividisse e dentro do PSB tivesse espaço apenas para Renata, os filhos e a mãe de Campos e ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. A prima e vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), foi uma das primeiras a reclamar da falta de espaço e mudar de partido. Já o irmão dele, Antônio Campos, hoje filiado ao Podemos (ex-PTN), expôs a celeuma logo após a eleição de 2016

Depois de perder a disputa pela Prefeitura de Olinda, Antônio disse que foi "traído" pela cunhada. “Renata não foi grata comigo”, disparou na ocasião. Segundo ele, a viúva do irmão tem receio que outra candidatura da família faça “sombra” a do filho, João Campos. “Ela acha que qualquer candidatura, mesmo que não seja antagônica, pode fazer sombra a João. Renata finge não mandar [no PSB], numa pretensa imagem de frágil, enquanto manda nos bastidores o tempo todo”, acrescentou em uma coletiva depois do pleito. 

Viúva tornou-se conselheira 

Secretário-geral do PSB em Pernambuco, Adilson Gomes negou ao LeiaJá intervenções diretas da ex-primeira-dama e disse que Renata dá “conselhos” ao partido. “Ela é ouvida, nós escutamos. Agora se a influência é maior ou menor é da análise de cada um. Escutamos e admiramos o comportamento dela enquanto militante do nosso partido e as nossas decisões políticas são sempre consensuais e coletivas”, argumentou, pontuando que convive com Renata Campos desde a militância do MDB, quando ela conheceu Eduardo. 

“Ela sempre foi uma figura importante dentro deste processo [governo de Eduardo Campos e no PSB]. Evidente que o passado dela, a militância e a convivência, fazem com que, as vezes, ela seja consultada. Ela sempre nos aconselha. Eu mesmo já recebi vários conselhos para buscar a unidade e hegemonia do nosso partido”, acrescentou. 

Influente ou não, o que é unânime no discurso dos pessebistas é que Renata tornou-se uma espécie de “conselheira” da legenda até para definições estratégicas. “Tem uma presença sim dentro do partido, não diria das decisões, mas das discussões. Como não ocupa nenhuma função deliberativa é uma pessoa que você liga como um companheiro seu, para ouvir uma opinião, trocar uma ideia e bolar uma estratégia”, salientou o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. 

Mesmo corroborando a linha de pensamento de Sileno Guedes, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, disse que não sabe se o “título de conselheira agradaria” a Renata Campos, mas ponderou sua contribuição na sigla. “Na medida em que discutimos os temas nacionais, ela sempre deu sua contribuição e mesmo depois da morte de Eduardo continuou bem atuante”, frisou.

Quanto às especulações que vez ou outra surgem de que Renata seria uma opção do PSB para a majoritária pela presidência da República, Siqueira deixou claro que a decisão é da própria ex-primeira-dama. “Claro que ela tem todas as credenciais para ser uma candidata. Porém, Renata sempre atuou como militante política no PSB, mas nunca quis se candidatar. Isso antes e depois da morte de Eduardo. Agora mais ainda, pois ela se sente muito responsável pela condução da família, o que é natural. Só ela pode, por mais incentivada que seja, decidir por uma candidatura ou não”, disse. 

A última vez que apareceu entre os cotados a uma eventual candidatura foi em julho. Ela foi citada como um “nome forte do Nordeste” para reforçar uma chapa liderada pelo PSDB, que tem como opções de candidatos o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria. 

Em entrevista dada ao jornalista José Trajano em seu canal no youtube nessa quinta (10), o presidenciável Ciro Gomes criticou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e o ex-presidente Lula, que segundo ele, o teriam enganado em 2010.

"Em 2010, ele (Lula) mais o Eduardo Campos me deram uma rasteira. Passaram quatro anos dizendo os dois que eu era o candidato. Eu rodando o País feito um louco para me legitimar, me viabilizar... chega na véspera, eles vendem meu pescoço", disse Ciro Gomes.

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Questionado sobre a fala de Lula - no mesmo programa - quando disse que o PSOL precisava governar uma cidade, Ciro voltou a disparar contra o ex-presidente. "Lula virou um cara arrogante, que não dá bola para ninguém. Ele pensa que é Deus ainda", afirmou o provável candidato do PDT.

Ainda sobrou para Marina Silva, da REDE. "Ela (Marina) é isso. Esse moralismo difuso, esse ambientalismo difuso, que não se obriga a explicar onde será a base energética do País ou como vai resolver o problema do financiamento da previdência. A única coisa que sabemos e que ela entregaria o Banco Central para o Itaú", alfinetou.

Num misto de análise com campanha pela própria candidatura, Ciro disse que acredita que tem chances de ser o próximo presidente do Brasil. "Essa eleição tá para mim. Porque dos caras que estão aí, só quem sabe o tamanho da m... sou eu. E não é mérito meu, é o desastre do País. Estamos no fundo do poço. E as pessoas na hora de votar, vão precisar de respostas concretas para os problemas", previu.

Bolsonaro - Sobre Jair Bolsonaro, com quem Ciro revelou ter tido boa relação quando era deputado federal, o provável candidato do PDT disse que não acredita que o deputado do Rio de Janeiro vá longe na disputa eleitoral. Para ele, a falta de experiência em gestão vai ser crucial para o fracasso da candidatura. "Quem vai votar em uma pessoa que nunca administrou uma bodega", questionou.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) celebra, na próxima quinta (10) e sexta-feira (11), os 70 anos de fundação da legenda com shows, seminário e homenagem ao ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do partido, Eduardo Campos. O evento será em Brasília, no Hotel Nacional. 

A homenagem a Campos, que morreu em um acidente aéreo em agosto de 2014 enquanto fazia campanha presidencial, será na quarta, dia em que ele faria 51 anos. Já a conferência magna Desafios da Esquerda Democrática no Brasil e no Mundo será às 19h e terá como convidados o deputado do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE), Ignácio Sánchez Amor, e o pós-doutor em Ciência Política pela Universidade de Oxford (Inglaterra), Oscar Vilhena Vieira.

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Já na sexta, o cientista político, jornalista e secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, César Benjamim, e o pesquisador e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, falarão sobre a realidade e a perspectiva atual e política do país pela manhã. À tarde, a discussão será sobre os partidos políticos e os excluídos do Brasil. A conferência terá o comando do sociólogo e professor da Universidade Federal Fluminense, Jessé José Freire de Souza.

O ato cultural de encerramento do evento está marcado para às 20h, e contará com apresentações do cantor, violinista e compositor João Bosco e do MPB 4.

Um evento realizado na semana passada marcou um novo ciclo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com a inauguração da nova sede legislativa que leva o nome do ex-governador Miguel Arraes. Já o plenário da nova Casa homenageia o ex-governador Eduardo Campos. Chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) e filho de Eduardo, João Campos disse que o reconhecimento “é grande e bonito”. 

João ressaltou que Campos e Arraes foram “homens à frente do seu tempo”. “Eles sempre lutaram para que as desigualdades sociais fossem diminuídas e para poder levar políticas públicas efetivas para todo o povo de Pernambuco. Então essas homenagens que são recebidas só nos faz ter mais esperança e a certeza de que a vida deles foram muito bem dedicadas ao povo de Pernambuco e que, daqui para a frente, também poderemos juntos com tanta gente no estado dar continuidade a esse trabalho”, declarou.

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Ele, que participou da inauguração do prédio, afirmou que foi uma emoção muito grande. “Tenho certeza que os parlametares poderão exercer muito bem suas funções aqui dentro sendo vistos e monitorados por todo o povo do estado. Esse plenário que leva o nome dele [Eduardo] é uma grande e bonita homenagem a esse pernambucano que foi governador e a Miguel Arraes”. 

Sobre o que Arraes e Eduardo achariam da atual crise política e econômica no país, João Campos declarou que os dois sempre tinham uma capacidade de diálogo, de unir e de conversar com os contraditórios. “Por meio do respeito buscaram um entendimento a favor do estado, da cidade e do país. É um momento de muita dificuldade que o país ultrapassa. Acontece a confluência de várias crises ao mesmo tempo e eu não tenho dúvidas de que todas elas são puxadas, principalmente, pela crise política”, lamentou.

 

A nova sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), denominada de edifício Governador Miguel Arraes, será inaugurado na tarde desta quinta-feira (29), às 15h. Após 142 anos funcionando no Palácio Joaquim Nabuco, as sessões do Legislativo pernambucano vão passar a ser realizadas em um novo plenário que, conforme aprovado pelos deputados nessa quarta-feira (28), véspera da inauguração, prestará homenagem ao ex-governador Eduardo Campos.

O governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio, ambos do PSB, participam do evento. De acordo com nota divulgada no site da Assembleia, acontece, também nesta quinta-feira, a última reunião plenária no Museu Palácio Joaquim Nabuco. 

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Eduardo Campos, que denomina mais de dez órgãos e obras no estado, faleceu em agosto de 2014, em um acidente de avião enquanto era candidato à presidência pelo PSB. A proposta de homenagear o pessebista foi divulgada no Diário Oficial de Pernambuco, no dia 25 de maio. Somente os deputados Teresa Leitão (PT) e Edilson Silva (PSOL) manifestaram ressalvas à homenagem e registraram voto contrário à proposta.

As homenagens vão desde praças à órgãos públicos. O nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos já batiza mais de 10 equipamentos e instituições, tanto em seu estado de origem quanto em outras cidade Brasil afora. A mais nova estrutura a ser nomeada em sua honraria é o novo plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A proposta foi publicada no Diário Oficial e passará por três comissões, antes de seguir para votação.

Alguns parlamentares são contrários à homenagem. "Daqui a pouco os deputados vão mudar o próprio nome para Eduardo Campos. Acho que já passou dos limites. Há um exagero sem propósito e descuidado, pois vivemos um período de investigações e acho que eles deveriam ter cautela. Eu, inclusive, protocolei uma emenda ao projeto para substituir o nome do plenário para Mulheres de Tejucupapo", conta o deputado estadual Edilson Silva (PSOL).

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O Livres, movimento ligado ao PSL, promove uma petição online contrária ao projeto da Alepe e que já coletou mais de 7 mil assinaturas. "Primeiro, queremos preservar o nome de Joaquim Nabuco (denominação do atual plenário)", diz Karla Falcão, liderança do Livres no Recife. Ela, porém, esclarece que as queixas do movimento se estendem às demais honrarias. "Querem tornar Eduardo Campos um herói, sem uma consulta popular para nomear os lugares. Quando isso é imposto, perde a ligitimidade. É uma postura autoritária e uma tentativa do PSB de se manter referência no estado", completa.

A reportagem entrou em contato com as assessorias de Waldemar Borges, Isaltino Nascimento e Vinícius Labanca (todos do PSB) para ouvir suas opiniões, mas não obteve respostas. Na Câmara Federal, tramitam projetos para dar o nome de Eduardo à Ferrovia Transnordestina e para alterar o nome de obras pelo dele, como a Refinaria Abreu e Lima e o Aeroporto Internacional do Recife.

O neto de Miguel Arraes já deu nome ao complexo turístico do Porto do Recife, à Adutora do Agreste, à Barragem de Serro Azul, ao Compaz do Alto Santa Terezinha, a um teleférico em Bonito e a um anel viário que será construído em Sertânia. Em Serrita, a nova sede da Prefeitura foi batizada de Palacete Governador Eduardo Campos. Em Panelas, no Agreste, tem uma praça com seu nome.

A lista segue até com órgãos públicos. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) teve o acréscimo do seu nome e o Instituto de Gestão PE mudou para Instituto de Gestão Pública de Pernambuco Governador Eduardo Campos. Fora de estado, Eduardo batiza um viaduto e uma escola municipal em Salvador e outro viaduto em João Pessoa.

O novo plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) levará o nome do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014. A nova instalação passará a ser utilizada a partir do mês de agosto, no edifício Miguel Arraes de Alencar, e vai substituir o atual plenário Joaquim Nabuco. 

A proposta de homenagem foi publicada no Diário Oficial de Pernambuco da quinta-feira (25) e deve passar pelas comissões de Constitução, Justiça, Educação e Cultura, antes de seguir para votação na Alepe. Na publicação oficial, uma série de justificativas foram elencadas, dentre elas a trajetória de Campos como governador de Pernambuco. 

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"Em 2006, Eduardo Campos lançou-se candidato ao governo do estado de Pernambuco saindo vitorioso, reelegendo-se em 2010. Ocupou o Governo de Pernambuco durante sete anos (2007–2014). Na primeira gestão, destacam-se a atração de projetos e obras estruturadoras do governo Federal como a ferrovia Transnordestina, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a fábrica e hemoderivados Hemobrás e a recuperação da BR-101", conforme informações do texto do Diário Oficial Legislativo. 

Ex-governador é citado em esquemas de corrupção

Apesar da homenagem póstuma ao ex-governador ter se tornado uma constante no estado, tendo seu nome batizado em prédios e centros administrativos, Eduardo Campos tem tido seu nome ligado à esquemas de corrupação no último ano. 

Em 2016, a Polícia Federal investigou um esquema de lavagem de dinheiro, a partir da Operação Turbulência, formado por uma rede de empresas e cerca de 30 pessoas que pode ter atuado no financiamento irregular das campanhas do ex-governador.

Recentemente, Campos também teve seu nome envolvido em outro cenário de corrupção direta. O diretor de Relações Institucionais da Holding J&F, Ricardo Saud, relatou, no anexo 36 de sua delação premiada, a ligação da JBS com o então candidato à Presidência da República pelo PSB, em 2014. Em seu depoimento, ele cita que o grupo empresarial tratou de recursos que seriam direcionados para a campanha do pessebista e demais candidatos socialistas naquele ano, mas após a sua morte teria beneficiado apenas aliados.  

Segundo dados da prestação de contas oficial registrada pelo site do Tribunal Superior Eleitoral, a empresa JBS não aparece na lista de empresas que doaram para a campanha de Paulo Câmara (PSB) ao cargo de governador de Pernambuco, em 2014. Naquele ano, de acordo com o registro, o governador declarou ter recebido pouco mais de R$ 17,9 milhões para custear as despesas eleitorais. 

Apesar disso, o diretor da empresa Ricardo Saud declarou em delação premiada que o grupo colaborou financeiramente com as despesas do pessebista no pleito. Segundo ele, inicialmente estava sendo negociado para o benefício do ex-governador Eduardo Campos, que era candidato à presidência, mas morreu vítima de um acidente aéreo em agosto daquele ano.

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Após o incidente, o empresário disse ter sido  procurado pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) para que "o trato" fosse cumprido. “Ele me pediu para que honrássemos o acordo. Nós chegamos ao meio termo que íamos pagar para não atrapalhar a campanha do Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco”, contou. O acerto com Campos teria sido de quase R$ 15 milhões. 

Campos recebeu doação da JBS

Ainda de acordo com o site do TSE, o ex-governador e então candidato a presidente recebeu doações oficiais da JBS para a campanha daquele ano, inclusive, após a sua morte em 13 de agosto. Entre os dias 4 de agosto e 2 de setembro foi registrado o repasse de pouco mais de R$3,5 milhões ao financeiro do pessebista por meio do Comitê Financeiro Nacional para Presidência da República do PSB.

O empresário Marcelo Odebrecht, em seu depoimento para o juiz Sérgio Moro, contou sofrer pressão para a participação da empresa no plano da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de construir as sondas da Petrobras em território brasileiro. Para Marcelo, o projeto, que buscava alavancar a indústria naval brasileira e gerar empregos, era “coisa de maluco”. 

Foi entre 2008 e 2009, segundo o empresário, que a Petrobras planejou o lançamento de licitação para o fretamento de 40 sondas coreanas. “A Dilma ficou chateada quando descobriu e ‘po, não tem nenhum sentido, quer dizer que a Petrobras vai fazer licitação e todas as sondas vão ser compradas no exterior?’. O governo aceitou em deixar 12 sondas serem licitadas, com o compromisso que outras 28 seriam depois licitadas para serem construídas no Brasil”, disse ele ao juiz.

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Segundo o empresário, começou a haver uma pressão enorme, principalmente de Jacques Wagner, à época governador da Bahia, e Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, o último que, para Marcelo, tinha potencial. “Tinha uma pressão enorme [...] pra gente construir um estaleiro na Bahia e em Pernambuco, pra fazer as sondas e participar, e a gente querendo cair fora”, recorda. 

O depoente também lembrou ter levado uma “bronca” de Dilma Rousseff. “Ela me deu uma bronca porque o Lula foi visitar Suape e Eduardo Campos comentou com ele que a Odebrecht estaria indo pra lá e ele falou ‘po, você quer tudo, deixa o estaleiro com eles lá, pra fazer na Bahia”. 

Para Odebrecht, a empresa possuía interesse em participar do fretamento das sondas estrangeiras, mas não da produção no Brasil. “Quase todas as sondas do mundo eram feitas na Coreia, talvez algumas poucas foram feitas em Cingapura e o Brasil queria inventar de construir sondas aqui. Inclusive, com conteúdo nacional absurdo, que era uma briga que eu tinha, porque para você ter uma ideia, a sonda feita na Coreia, que construiu quase todas as sondas do mundo, a informação que eu tive é que 35% do conteúdo é coreano. E o Brasil queria construir uma sonda com 60% de conteúdo brasileiro”, destacou. Foi criado o modelo da Sete Brasil, que o depoente disse que nunca entendeu e que, em conversas com acionistas da Sete Brasil, eles diziam que a conta não fechava.

O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, rebateu, nesta segunda-feira (3), a análise do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, sobre a primeira sondagem do Instituto de Pesquisas Uninassau, divulgada pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, que afere intenções de votos para a disputa pela gestão estadual em 2018 e a avaliação do governo Paulo Câmara (PSB). No texto, Ribeiro ironiza a legenda socialista e diz que Sileno “proferiu ataques desfocados contra tudo e contra todos” após a indicação de “uma enorme rejeição popular” pelos resultados da  amostra. 

Na nota do PSB, divulgada no último sábado (1º), Sileno Guedes diz que as dificuldades enfrentadas atualmente por Paulo Câmara “foram criadas pelas políticas equivocadas dos governos do PT”. Refutando o argumento, Bruno Ribeiro diz que “com esse tipo de justificativa falsa” a legenda “manipula a história” e  “ingressa de vez no terreno da ingratidão”. 

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“Como é notório, as políticas e as prioridades dos governos petistas de Lula e Dilma colocaram Pernambuco e o Nordeste em novos patamares sociais e econômicos,  apontando rumos estruturadores para o país e para o seu povo, que ascendeu socialmente e saiu da fome aos milhões. Sob o abrigo das políticas do PT, o nosso Estado afinal concluiu Suape e passou a refinar petróleo, a fabricar automóveis, a construir navios, a ter um novo parque industrial, a transpor águas, a construir a Transnordestina, a enfrentar a maior seca dos últimos 100 anos sem fome, sem saques e sem mortes de pessoas, dentre muitas outras transformações”, enumera o presidente petista.

Bruno Ribeiro também diz que “sob o abrigo do PT”, os pernambucanos reconheceram positivamente a gestão do ex-governador Eduardo Campos, que foi ministro da Ciência e Tecnologia durante o mandato de Lula. E pontua que depois de se afastar do PT em 2013, o PSB “mergulhou na conspiração para desestabilizar o Governo Dilma e para construir um ambiente de respaldo ao golpe parlamentar, desfechado com o apoio de todos os votos dos parlamentares do PSB e lançando a nossa democracia e o nosso país num abismo político e econômico, cujas consequências nefastas ficam visíveis cada vez mais”.

Para o presidente estadual do PT, a “real causa da rejeição popular e do precoce fracasso da gestão do PSB em Pernambuco” é a participação no governo do presidente Michel Temer (PMDB), indicando ministros e votando nas “suas medidas de supressão de direitos e de conquistas de nosso povo”. 

“Envolvido pelas disputas internas de suas lideranças em conflito, geradoras de muitas manchetes desde que a eleição de 2016 se encerrou, o PSB deve se preocupar e responder pelos altos índices de violência do Estado; pela  falência dos programas de segurança pública; pelo sucateamento que promove na saúde; pelo desprezo aos profissionais de educação; pelo acelerado desmonte dos programas sociais que foram conquistas históricas do povo pernambucano e pelas obras inacabadas que o seu governo vem deixando”, argumentou Bruno Ribeiro.

PSB dispara contra a oposição 

No texto divulgado no sábado, Sileno Guedes disse que enquanto os adversários fazem campanha 24 horas por dia, “o governador Paulo Câmara vai continuar trabalhando 24 horas por dia para resolver os problemas dos pernambucanos”.

“Temos a tranquilidade de saber que Pernambuco não quer voltar ao passado. A oposição representa setores ultrapassados que a sociedade já colocou em posição secundária. As dificuldades do presente não podem apagar os grandes avanços que o atual ciclo político conseguiu. O trabalho e a verdade vencerão o oportunismo, a irresponsabilidade e a ganância dos que colocam seus próprios interesses econômicos acima do bem comum”, ressalta. 

O presidente do PSB ainda citicou os resultados apresentados pelo Uninassau. “Lamentamos que se dê guarida a um instituto que nunca acertou nada em Pernambuco. Neste caso, faz barulho em torno de intenção de voto espontânea, conceito que não tem significado especialmente quando ainda falta tanto tempo para eleição”. 

Entretanto, ao contrário do que ele disse, nas últimas eleições (2012, 2014 e 2016) o Intituto foi o que mais se aproximou dos resultados das urnas, inclusive apontando resultados positivos para o PSB. Em 2016, por exemplo, enquanto outros institutos de pesquisas diziam que o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), seria reeleito em primeiro turno o UNINASSAU previa vitória no segundo turno, como veio a acontecer. 

Enquanto o atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), é considerado o “pior da história”, o seu padrinho político, Eduardo Campos, é lembrado por 35,9% dos pernambucanos como o melhor gestor que o estado já teve. O dado faz parte de um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio e divulgado neste sábado (1º).

Ausente do cenário político desde 2014, após um acidente aéreo, o número se justifica pelo alto índice de aprovação com que Campos encerrou a gestão em abril daquele ano para concorrer à presidência do país e vem persistindo, apesar do suposto envolvimento do político na Lava Jato.

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A classificação positiva, entretanto, não reflete na avaliação da gestão do afilhado que vem vendo reprovado por 74% dos pernambucanos. “Os eleitores comparam o atual governador com Eduardo Campos e o que transparece é que eles sentem falta deste último”, ponderou  o coordenador da pesquisa e cientista político, Adriano Oliveira.  

Ainda na lista dos “melhores governadores”, o avô de Campos, Miguel Arraes, é lembrado por 16,5% dos entrevistados e Jarbas por 10,3%. Roberto Magalhães é mencionado por 1,9% e Paulo Câmara aparece por último, com apenas 1,2% da preferência. Neste caso, 18,1% preferiram não responder. 

Já no quesito admiração, em Pernambuco o descrédito da classe é grande. De acordo com a pesquisa, 54,8% dos entrevistados não admiram nenhum político. Entre os citados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o primeiro lugar com 8,6%, Campos aparece com 5%, Jarbas 3,8% e Arraes 1,6%. O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM) é admirado por 1,1% dos que participaram da pesquisa e o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT) também.

O Instituto UNINASSAU foi a campo nos dia 23 e 24 de março. Foram ouvidas 2.014 pessoas a partir de 16 anos de todas as regiões do estado. O nível de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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