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O porcentual de famílias endividadas recuou para 58,7% em maio, informou nesta terça-feira (24) a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mês passado, essa fatia era de 59,6%. Já em maio de 2015, os endividados eram 62,4% dos entrevistados. Para a entidade, a retração do consumo, observada nos últimos meses, e a redução da confiança do consumidor explicam o menor nível de endividamento.

A pesquisa, no entanto, mostra piora nos indicadores de inadimplência. O número de famílias endividadas com contas em atraso aumentou de 23,2% em abril para 23,7% neste mês. Esse índice era bem menor em maio de 2015, com 21,1%, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

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O número de famílias que declararam não ter condições de quitar as contas atrasadas (ou seja, permaneceriam inadimplentes) também aumentou no período. Essa fatia chegou a 9,0% neste mês, contra 8,2% em abril e 7,4% em maio do ano passado.

"As taxas de juros mais elevadas e o cenário menos favorável do mercado de trabalho impactaram negativamente os indicadores de inadimplência, a percepção das famílias em relação às suas dívidas e à sua capacidade de pagamento", avalia a economista da CNC Marianne Hanson.

Prazo

A proporção de famílias que se declararam muito endividadas cresceu de 14,5% em abril para 14,9% do total em maio. O tempo médio de comprometimento com as dívidas ficou em 7,3 meses, sendo que 35,1% dos 18 mil consumidores entrevistados estão comprometidos com dívidas por mais de um ano. Do total das famílias brasileiras, 23,5% têm mais da metade da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

"No mês de maio, observou-se redução do número de famílias endividadas pelo quarto mês consecutivo e estamos no menor patamar desde fevereiro de 2015. Entretanto, dentre as famílias endividadas, houve aumento do comprometimento mensal da renda com dívidas, interrompendo uma sequência de quatro quedas mensais consecutivas", afirma Marianne.

Os paulistanos seguem receosos em tomar empréstimos e o índice de intenção apurado pela Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), atingiu seu menor patamar desde 2012 em março: 15,5 pontos. Esse resultado foi decorrente da diminuição da quantidade de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses, de 9,9% em fevereiro para 7,5% em março. Ante março de 2015, a retração do indicador foi de 38,7%.

Conforme a assessoria econômica da FecomercioSP, o cenário macroeconômico e político atual não deixa os consumidores confortáveis em começarem um financiamento. "Ao mesmo tempo, houve redução da segurança de crédito após dois meses de melhora, indicando menor capacidade das famílias de poupar", explica, em nota.

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O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, registrou queda de 2,8% na comparação com fevereiro, passando de 84 para 81,6 pontos em março. Em relação a março de 2015, a retração foi de 1,7%. Entre os endividados, a queda mensal foi de 1,5%, enquanto entre os não endividados o índice recuou 3%. No comparativo anual, o índice de segurança de crédito dos endividados caiu 6%, enquanto o dos não endividados aumentou 5,9%.

Ainda segundo a FecomercioSP, a poupança se manteve como a principal aplicação dos consumidores paulistanos, representando 69,1% do total ante 70,2% em fevereiro e 76,9% em março de 2015. Mas a tendência é que, enquanto os juros se mantiverem muito altos, haja migração para aplicações de renda fixa. A opção pela renda fixa ficou em 18,8% frente a 18,6% em fevereiro e 10,4% de março do ano passado. Já os consumidores que usam a previdência privada como principal aplicação representaram 7,3% ante 6,6% de fevereiro e 4,3% de março de 2015.

O estudo da FecomercioSP tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro caiu de 45,8% em outubro para 45,6% em novembro, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Banco Central. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou uma queda em novembro, ficando em 26,5% da renda anual. Em outubro, estava em 26,8%.

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Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) caiu um pouco de outubro (22,5%) para novembro (22,4%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 20,0% em outubro para 19,9% em novembro.

Um dos poucos dados positivos da economia brasileira atualmente é a taxa de inadimplência permanecer "comportada" em meio à deterioração de outros indicadores. Esta é a avaliação do assessor econômico da FecomercioSP Vitor França a respeito das informações da Nota de Crédito do Banco Central (BC), sobre política monetária e operações de crédito do sistema financeiro.

"O único bastião da macroeconomia que nos deixa confortável em termos de segurança de crédito é a inadimplência. É um dos únicos que têm resistido à crise", resumiu. Segundo o especialista, este movimento é reflexo do fato de as famílias estarem mais cautelosas ao tomar empréstimos e os bancos, mais seletivos na concessão de crédito.

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Considerando este cenário, França estima que a taxa de inadimplência seguirá em uma tendência de alta, mas dificilmente subirá rapidamente nos próximos meses. "Não vejo possibilidade de estouro da inadimplência. O avanço deve ser gradual", projetou.

O assessor econômico da FecomercioSP destaca ainda que o detalhamento dos dados da autoridade monetária permite perceber que quem atrasa as contas tem conseguido quitar as dívidas em menos tempo. "A inadimplência para Pessoa Física entre 15 e 90 dias passou de 5,1% para 5,5% entre setembro de 2014 e 2015, mostrando uma tendência de alta. Já o atraso superior a 90 dias avançou bem menos, de 5,6% para 5,7%", observou.

O especialista ressalta ainda que pesquisas da FecomercioSP dão conta que o avanço da inadimplência tem sido mais intenso nas famílias com renda mais baixa. O reflexo deste movimento é que elas têm recorrido a crédito mais caro para quitar as contas em atraso.

"Pelo dados do BC, o que cresce em termos de concessão para pessoa física são os empréstimos emergenciais, das linhas de rotativo do cartão de crédito e de cheque especial, que já têm um limite pré-aprovado", observou. Ele destaca que a inadimplência das pessoas físicas no cartão de crédito passou de 7,2% para 8,0% entre setembro de 2014 e setembro de 2015.

O mesmo raciocínio, explica França, se aplica às empresas. "O tipo de concessão de crédito que sobe é a conta garantida. A empresa pega um recurso com crédito mais caro para garantir o fluxo de caixa", disse, ressaltando ser o equivalente às linhas de crédito emergenciais para os consumidores.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro subiu de 45,9% em junho para 46,0% em julho, conforme dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Banco Central, por meio da nota de crédito do mês de setembro. A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na nota de crédito pelo BC em agosto. Na nota passada, no entanto, não houve divulgação por causa de um descasamento das datas de publicação dos documentos do BC e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou uma leve queda em julho, ficando em 27,1% da renda anual. Em junho, estava em 27,2%. Esta taxa é a mais recente disponibilizada pelo BC.

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Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu um pouco de junho (22,1%) para julho (22,2%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 19,7% em junho para 19,8 % em julho.

O avanço do desemprego e a consequente diminuição da renda disponível das famílias, combinados com a alta das taxas de juros e com a inflação elevada, fizeram com que os brasileiros tivessem menos condições de acertar suas dívidas atrasadas em setembro. A quantidade de dívidas regularizadas caiu 5,74% no mês passado, na comparação com setembro de 2014, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Na comparação com agosto deste ano, houve uma melhora, de 2,19%. Segundo o SPC Brasil e a CNDL, o resultado do nono mês do ano "dá continuidade à tendência de piora do indicador verificada ao longo de 2015".

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Além disso, caiu pelo oitavo mês consecutivo o número de pessoas que limparam seus nomes. "A comparação do dado acumulado nos nove primeiros meses de 2015 com o mesmo período do ano passado revela queda de 5,71%", destaca a nota conjunta.

Para a CNDL, os indicadores negativos na comparação com o ano passado refletem as condições menos favoráveis da atividade econômica tanto para o consumo quanto para o pagamento de dívidas.

Já a melhora na comparação com agosto é reflexo do pagamento da primeira parcela do 13º salário e de dissídios de algumas categorias, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "Tradicionalmente, os últimos meses do ano são um período em que o consumidor busca regularizar suas pendências financeiras para voltar a consumir a prazo no período do Natal, ainda que neste ano o movimento esteja aquém de períodos anteriores", afirma.

A disparada do dólar, que atingiu na terça-feira (22) a maior cotação do Plano Real, agravou ainda mais a situação financeira da Petrobras. Desde de junho, a estatal já contabilizou uma alta de cerca de R$ 100 bilhões nas dívidas em moeda estrangeira. Diante do novo patamar do dólar, o endividamento da petroleira pode atingir R$ 513 bilhões ao final de setembro, cifra equivalente a 9,4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2014.

As estimativas foram feitas pela consultoria Economática, a pedido do Estado, e considera a cotação de R$ 4,04 para a moeda americana. Ontem, diante das incertezas sobre os rumos da política econômica brasileira, o dólar comercial fechou a R$ 4,05.

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Com mais de 70% de sua dívida em moeda estrangeira, a estatal é extremamente vulnerável à variação cambial. A reação dos mercados, ontem, foi imediata. As ações da Petrobras amargaram os menores preços desde 2004, fechando o pregão da BM&FBovespa com queda de 3,13% nas ordinárias e de 4,52% nas ações preferenciais.

As projeções sobre o endividamento da estatal consideram a manutenção da moeda americana no patamar médio de R$ 4,04 durante o terceiro trimestre do ano. Nesse caso, a dívida em dólar chegaria a R$ 442,3 bilhões - uma alta de 28% em relação ao último trimestre, quando a estatal contabilizou em seu balanço financeiro uma cotação média do dólar de R$ 3,10.

Confirmadas as estimativas, o endividamento da petroleira acumulará alta de 723% desde dezembro de 2010. Segundo analistas, a explosão da dívida no período decorre da ingerência política na estatal que, para conter a inflação, segurou o reajuste dos combustíveis. Entre 2011 e o meados de 2014, enquanto o consumo de gasolina e diesel crescia e o preço internacional do petróleo subia, a Petrobras era obrigada a importar combustíveis para atender o mercado interno, mas tinha de revendê-los aqui mais baratos, absorvendo a diferença. Para manter investimentos, a empresa recorreu a crédito externo.

O analista Flávio Conde, do blog WhatsCall, calcula que de R$ 60 bilhões a R$ 100 bilhões da dívida atual devem-se à política adotada no governo da presidente Dilma Rousseff. "O endividamento é a principal questão da Petrobras há muito tempo, e só tem uma solução, que é um aumento de capital", pontua o especialista, ressaltando que o momento não é bom para isso.

A empresa negou, reiteradas vezes, a opção por novo aumento de capital e venda de ações. A medida também divide opiniões. "Investidores privados teriam muito receio de colocar mais recursos na empresa com esse histórico de ingerência, corrupção e endividamento. E como um governo endividado, com uma situação fiscal delicada, vai colocar dinheiro?", questiona Walter De Vitto, da consultoria Tendências.

Para ele, a alta do dólar pressiona a empresa a adotar uma política mais clara de reajustes, com efetiva paridade com os preços internacionais. Dessa forma, ela poderia ampliar suas receitas com a exportação de combustíveis. "Não levar a cabo a paridade de preços é uma medida suicida nesse momento. Caso haja o compromisso de elevar preços de diesel e gasolina, a alta do dólar se anularia com a melhora das receitas", avalia.

Alavancagem

Com a alta da dívida, cresce a alavancagem da empresa, ou seja, o tamanho dos débitos em comparação com o porte da companhia. Analistas olham para indicadores de alavancagem para estimar a capacidade uma empresa pagar suas dívidas.

Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), com a alta do dólar, um desses indicadores, a relação entre o endividamento líquido e o patrimônio, chegaria a 58% - ante 51% no segundo trimestre. A estatal define como 35% patamar aceitável para esse índice. Outro indicador de alavancagem (dívida líquida em comparação com geração de caixa) subiu de 1 vez, no encerramento de 2010, para 4,64 vezes, no segundo trimestre.

A Petrobras poderia ter amargado números ainda piores de endividamento, não fosse a decisão de adotar "hedge" - operação financeira que "proteger" o resultado das companhias diante da variação cambial. Como desde maio de 2013 a moeda norte-americana está em trajetória de alta, esse tipo de proteção foi adotada para evitar maiores despesas financeiras. Segundo a empresa, cerca de 70% das dívidas em moeda estrangeiras são protegidas.

"Se uma empresa não adota alguma estratégia, o dólar em alta gera uma despesa de variação cambial", destaca o coordenador do Grupo de Estudos em Direito e Contabilidade da FGV-SP, Edison Fernandes.

(Colaborou André Magnabosco)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A proporção de paulistanos endividados caiu para 53,3% em julho, de 54% em junho, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em julho do ano passado, o índice estava em 50%. Em números absolutos, a capital paulista tem 1,936 milhão de famílias endividadas.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o consumidor está cada vez mais cauteloso e tem dado prioridade ao gasto com bens essenciais, o que ajuda a explicar a queda no endividamento nos últimos dois meses, após fortes altas entre março e maio. Já a alta na comparação com julho de 2014 é justificada pela inflação elevada, o aumento nos juros e a deterioração do mercado de trabalho.

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O principal tipo de dívida é o cartão de crédito, utilizado por 70,4% das famílias analisadas. Em seguida, estão financiamento de carro (18,9%), carnês (16,3%), financiamento de casa (12,6%), crédito pessoal (11,8%) e cheque especial (7,7%). Na comparação entre junho e julho, houve alta expressiva nos itens de carnês e financiamento de carro, ao subirem 2,1 pontos porcentuais e 1,4 ponto, respectivamente.

O endividamento é menor entre famílias com renda superior a dez salários mínimos, que passou para 42,8% em julho, de 41,5% em junho. Nas famílias com renda inferior a dez salários mínimos, o índice caiu para 57%, de 58,3%. Do total de endividados, 51,1% têm entre 11% a 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas. Para 23,2% dos consumidores, o comprometimento é menor que 10%, enquanto para 21,9% as dívidas superam 50% da renda total.

Das famílias endividadas da capital paulista, 14,5% estavam inadimplentes em julho, ou seja, possuíam contas em atraso. Em junho, esse nível era de 15,2%, enquanto em julho do ano passado estava em 13,5%. Em números absolutos, são 521 mil famílias nessa situação. Mais uma vez, a ocorrência de atraso é maior entre as famílias de renda mais baixa. Para as que ganham até dez salários mínimos, esse porcentual é de 18,2%, enquanto para as que ganham acima desse nível é de 5,9%.

Ainda de acordo com a FecomercioSP, 5,6% dos entrevistados acreditam que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês, o que aponta para um crescimento em relação à taxa apresentada em julho de 2014 (4,9%).

Cresceu a inadimplência dos consumidores, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira, 22, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 21,5%, ante 21,3% em junho e 18,9% em julho de 2014.

Segundo nota distribuída pela CNC, "apesar da moderação no crescimento do crédito, a alta das taxas de juros, a persistência inflacionária e a queda na renda real do trabalhador provocaram impactos negativos nos indicadores de inadimplência".

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A Peic mostrou que, em julho, o porcentual de famílias endividadas alcançou 61,9%, queda em relação aos 62,0% observados em junho e em relação aos 63,0% de julho de 2014. É a segunda queda consecutiva este ano, informou a CNC.

O porcentual das famílias que deverão permanecer inadimplentes atingiu 8,1% em julho - uma alta tanto na comparação com junho (7,9%) quanto na comparação com julho do ano passado (6,65). Segundo a CNC, é o maior patamar já registrado desde outubro de 2011. A proporção de famílias muito endividadas também aumentou nas comparações mensal e anual, alcançando 12,9% do total.

Segundo a Peic, o tempo médio de adiamento do pagamento de contas ou dívidas em atraso foi de 59,8 dias em julho - abaixo dos 61,3 registrados no mesmo período do ano passado. O período médio de comprometimento de renda com as dívidas foi de 7,1 meses.

A Peic considera todas as formas de endividamento e não apenas as dívidas financeiras, com bancos. O cartão de crédito, que é contabilizado como dívida mesmo quando pago em dia, é o principal motivo de débito para 77,4% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,3%) e, em terceiro, por financiamento de carro (13,5%).

A nova taxa Selic, divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), entra em vigor, mas como consequência disso, a população deve colocar um freio na sua movimentação financeira. Vendas, empréstimos e uso de cartões de crédito podem sofrer redução por medo de maior endividamento. 

Com a finalidade de controlar a inflação, a Selic foi reajustada em 0,5 pontos, alcançando os 13,75%, mesmo número alcançado há seis anos. Por conta desse aumento os consumidores sofrem um impacto diretamente, afinal, as taxas de juros também sofrem alteração para mais. 

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De acordo com o economista, Djalma Guimarães, como as alíquotas dos cartões de crédito, cheque especial, empréstimos pessoal e consignado, compras à vista e a prazo passam a ser maiores. Com isso, o custo fica ainda maior para os consumidores, o que pode levá-los a consumirem menos, consequentemente, a pouca circulação da moeda. “O aumento da Selic é uma faca de dois gumes, pois o governo faz frente lançando títulos públicos, no entanto, aumenta o endividamento da população”, explica.

Guimarães também explica que somente nos primeiros quatro meses de 2015 a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) já chegou a 4,52%, superando, a taxa central de 4,5% desejável para o ano, cabendo uma margem de tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo.   

O economista também lembra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estabelecido pelo governo federal para fechar este ano é de 8,26%, porém, no primeiro quadrimestre e 2015 este número já alcançou os 8%, porcentagem acima da esperada.

A bancada da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresentou, nesta quinta-feira (9), um balanço dos 100 primeiros dias da gestão do governador Paulo Câmara (PSB), que se completam nesta sexta-feira (10). Durante a reunião, o líder da bancada, deputado Silvio Costa Filho (PTB), elencou deficiências da administração na economia, educação e segurança pública, além de ressaltar os imbróglios criados pelas Parcerias Público Privadas (PPPs) firmadas pelo governo para construir, por exemplo, a Arena Pernambuco e o presídio de Itaquitinga. 

Um dos itens questionados pelo líder da oposição na questão econômica foi a atual divida do Estado que, segundo ele, é a maior do Nordeste. “Em 2011 a divida era de R$ 5,6 bilhões e em pouco mais de quatro anos dobrou para R$ 10,6 bilhões. O Estado está dentro do limite, mas não tem a capacidade de pagar o endividamento. A gente observa um quadro profundamente preocupante”, afirmou, justificando que por isso a gestão não consegue angariar novos empréstimos para investimentos.  

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No quesito segurança pública, a crise do sistema prisional e a situação do programa Pacto Pela Vida foram o mote da explanação. Para Costa Filho, as rebeliões nos presídios e unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) estão “anestesiadas”, “mas a qualquer momento pode estourar novamente”. Corroborando o líder, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) pontuou a falta de ações do governo para modificar o quadro.

“Estamos vivendo o tempo que a retórica tem que se confrontar com os fatos. O sistema prisional hoje é um fato. O administrador do Estado que aí está não consegue dar conta da crise e o nosso sistema prisional é motivo de vergonha nacional”, disparou o psolista. Tanto Silva, quanto Costa Filho pontuaram que o maior anseio da população para destravar o sistema prisional é a dissolução dos problemas criados em torno da PPP para a construção do presídio de Itaquitinga.

Na área de educação, o reajuste salarial para os professores passou pelo crivo dos deputados da bancada de oposição. Posicionando-se contra a matéria aprovada na última semana pela Casa, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) observou a falta de diálogo da gestão com os servidores e mencionou “engodos e falhas” da proposta. 

“Temos 14 estados com o piso implementado na forma da lei. O que veio para esta Casa foi o reajuste de salário de determinados cargos e não para todos os professores. O governo tenta enganar a população em relação a isso. Detectamos todas as falhas e engodos que ele tem”, disse a petista.  “A sinalização de aumento é zero no governo. A gestão não se preparou para a valorização dos servidores nos próximos anos... Atingiu o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e isso impossibilita novos contratos e o reajuste dos servidores”, completou Silvio Costa Filho.

Além de analisar os 100 primeiros dias do governo Câmara, a Nova Oposição, como eles mesmos se intitulam, também apresentou um balanço da atuação da bancada. De acordo com o líder, foram feitos 14 pedidos de informação; audiências públicas, entre elas a de esclarecimento da situação financeira do estado; o grande expediente para debater o sistema prisional; fiscalização em obras paralisadas; conversa com servidores públicos e sindicatos; cobranças sobre um novo Pacto Pela Vida e o pedido para a liberação da senha do E-fisco.

Análise da postura política

Na questão da condução política da gestão estadual comandada pelo governador Paulo Câmara, o líder da bancada de oposição observou que existe um “déficit de liderança e falta de diálogo nacional”. “É um governo que não tem falado do futuro do estado. Temos visto que não é mais do mesmo e sim menos do mesmo. Esta existindo em Pernambuco um déficit de lideranças e falta de diálogo nacional”, disse.

“Pernambuco estava transformando-se no verdadeiro Leão do Norte, tínhamos uma economia pujante, era o centro de excelência dos investimentos e do pioneirismo, mas hoje somos o terceiro estado mais endividado do Brasil e com uma queda imensa na capacidade dos investimentos públicos”, acrescentou o deputado.

Sob a ótica da deputada Teresa Leitão, a gestão socialista deveria ter mais criatividade. Segundo ela, como o PSB desembarcou da base de governo do PT em 2013 colocando a culpa na crise internacional, deveria ter se articulado para não deixar que ela atingisse como tem feito com Pernambuco.

“Tudo o que acontece de ruim em Pernambuco, a culpa é do governo federal. Se chove a culpa é do governo federal; se tem seca, a culpa é do governo federal... Um governo de continuidade deveria ter um pouco mais de criatividade”, frisou. “O que é que está falhando nesse contexto? A condução política do governo que é equivocada. Estamos diante de 100 dias, não de um governo, mas de uma administração. Ele foi lançado como alguém que tinha todas as condições para dar continuidade ao governo de Campos e Lyra, mas não tem feito isso”, concluiu a petista.

Os moradores das favelas brasileiras movimentam R$ 68,6 bilhões por ano, segundo uma pesquisa feita pelo instituto Data Favela, com apoio do Data Popular e da Central Única das Favelas (Cufa). O levantamento, realizado em fevereiro, considera que há 12,3 milhões de pessoas vivendo nessas comunidades em todo o País.

Houve evolução na aquisição de bens de consumo, a reboque do aumento real do salário mínimo e do emprego formal, diz o instituto. Atualmente, 67% dos lares já são equipados com televisões de plasma, LED ou LCD. Na pesquisa anterior, realizada em 2013, 46% dos domicílios das comunidades tinham esses aparelhos.

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A pesquisa também mostra elevação na aquisição de máquina de lavar roupas, carros e motocicletas. Hoje, 75% das casas têm máquina de lavar roupas, contra 69% em 2013. Além disso, 24% dos moradores possuem carro, ante uma fatia de 20% em 2013. No caso das motocicletas, a evolução foi menor: 14% dos habitantes em 2015, contra 13% em 2013.

Endividamento

No entanto, a pesquisa aponta que os moradores nas favelas estão mais endividados atualmente do que há dois anos: 35% das pessoas possuem dívidas atualmente, contra uma parcela de 27% de endividados em 2013. Já a fatia de inadimplentes permaneceu estável em relação ao levantamento anterior: 22% mantêm alguma conta atrasada há mais de 30 dias.

O levantamento conduzido pelo Data Favela ouviu dois mil moradores em 63 favelas de dez regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

Os brasileiros estão mais cautelosos em relação a novas compras ou novos empréstimos e financiamentos, o que mostra certo "aprendizado", na visão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Contudo, a contenção de gastos que alivia o orçamento familiar terá como reflexo negativo a continuidade de desaceleração nas vendas do varejo.

"As famílias estão demandando menos crédito não por inadimplência, mas por cautela. Existe um processo de aprendizado", afirmou a economista Marianne Hanson, da CNC. Nesta quinta-feira, 26, a Confederação anunciou que o endividamento das famílias ficou em 57,8% em fevereiro. A fatia é maior do que a verificado em janeiro (57,5%), mas bem menor do que em fevereiro de 2014 (62,7%).

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O aumento do endividamento na comparação mensal já era aguardado, segundo Marianne. "No primeiro trimestre incidem gastos diversos como IPTU, IPCA, matrícula escolar e materiais. Muitas famílias não se preparam e acabam recorrendo ao crédito", explicou a economista.

Na comparação anual, porém, a redução do endividamento demonstra a cautela dos consumidores. O incomum é que veio a despeito de um aumento na fatia dos que têm contas em atraso e devem permanecer inadimplentes - de 5,9% em fevereiro do ano passado para 6,4% neste mês.

"Não é comum, normalmente o endividamento sobe quando aumenta o número de famílias com contas em atraso. É um fator positivo que elas consigam fazer isso. Mas também é graças ao ano passado, já que houve em 2014, principalmente no segundo semestre, uma tendência de redução do endividamento", detalhou Marianne.

Como resultado, a parcela média da renda comprometida com dívidas entrou em queda livre na passagem do ano. De 30,6% em dezembro, esse indicador passou a 29,5% em janeiro e a 28,8% em fevereiro. O que aumentou foi o tempo médio de pagamento, de 6,9 meses em dezembro para 7,1 meses na pesquisa divulgada hoje.

Além do cenário econômico incerto, a economista da CNC apontou a elevação dos juros como o principal desestímulo ao consumo. Quem tem contas em atraso, por sua vez, encontra condições menos favoráveis para renegociar as dívidas. A despeito disso, ela lembrou que a inadimplência ainda está em níveis historicamente baixos.

Se por um lado toda essa cautela traz alívio ao orçamento das famílias, por outro derruba ainda mais a atividade. "O aspecto negativo é uma desaceleração no consumo das famílias", comentou a especialista. Recentemente, a CNC revisou sua projeção para o crescimento das vendas no varejo restrito (sem veículos e materiais de construção) este ano, para alta de apenas 1,7%.

O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso ficou em 17,5% em fevereiro, taxa inferior aos 17,8% do mês anterior e aos 19,7% de fevereiro de 2014. O dado, da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), foi divulgado hoje (26) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A pesquisa mostra que o tempo médio de demora para o pagamento das dívidas é de 60,5 dias. Já o número de famílias com dívidas (não necessariamente em atraso) ficou em 57,8% em fevereiro, acima dos 57,5% de janeiro mas abaixo dos 62,7% de fevereiro do ano passado. Do total das famílias, 9,7% se disseram muito endividadas, percentual abaixo do observado em fevereiro de 2014 (12,1%).

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Entre as dívidas, a maior parte (70,9%) continua sendo com cartão de crédito. Outras fontes de dívidas são carnês (18%), financiamentos de carro (14,5%), créditos pessoais (9,2%) e financiamentos de casas (8%).

Outro dado mostrado pela pesquisa da CNC é que 6,4% das famílias não terão condições de pagar suas dívidas ou contas, o mesmo percentual de janeiro deste ano, mas acima do patamar de fevereiro de 2014 (5,9%).

A trajetória de redução do endividamento das famílias deve continuar em 2015, mas não por razões virtuosas. O ritmo fraco da economia seguirá alimentando a cautela dos consumidores, diante do crédito mais caro e da renda crescendo menos, avalia o economista Bruno Fernandes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

"No começo do ano que vem, o endividamento pode ter leve alta, diante dos compromissos com impostos. Mas a trajetória (de queda) não vai mudar, pois os fatores que impactaram o endividamento este ano tendem a se manter", disse Fernandes. "A economia mais fraca bate no mercado de trabalho e na renda. Com o consumo mais devagar ao longo de 2015, o endividamento tende a cair."

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A CNC anunciou nesta segunda-feira, 22, que 59,3% das famílias tinham dívidas ou contas em dezembro deste ano, índice bem abaixo do registrado em igual período de 2013 (62,2%). Por outro lado, a fatia da renda comprometida com esses pagamentos ficou maior, enquanto o prazo está mais curto.

"Pode acontecer também de a inadimplência ter uma alta marginal. Mas não será uma explosão, pois temos um perfil diferente de dívida, com crédito habitacional e consignado. Em anos anteriores, a inadimplência era alimentada, por exemplo, pelo financiamento de veículos", afirmou o economista.

Para o próximo ano, a entidade aguarda expansão de 3,6% nas vendas do varejo restrito (sem veículos e materiais de construção), após alta de 3,1% estimada para 2014.

O deputado estadual, Silvio Costa Filho (PTB), discorda das considerações do governador eleito, Paulo Câmara (PSB), em relação ao possível crescimento econômico de Pernambuco. Em entrevista concedida a uma rádio, na última quarta-feira (19), o socialista declarou que os números do Governo do Estado garantem tranquilidade para sua futura administração. 

Mas o petebista não pensa desse jeito e defendeu que o endividamento pode bater a porta do estado, pois muitas empresas reclamam de atraso de pagamento por parte do governo. “Pernambuco cresceu além de sua capacidade e não tem capacidade de investimento”, Pontuou Silvio Costa Filho, ressaltando que o principal motivo do crescimento estadual foi por meio de empréstimos. “Uma hora a conta chega. Os investimentos que nós estamos vendo em Pernambuco não são frutos de recursos próprios. Há claramente hoje, uma dependência real do governo de Pernambuco. Para ter o equilíbrio financeiro, o governo do estado tem que fazer empréstimos a esses bancos (BNDES, BID)", cravou.

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O parlamentar ainda alfinetou o Executivo estadual, relatando que muitas obras no estado possuem pendências financeiras. "Não adianta você dizer que investiu, que fez um caixa, com muitos credores a receber", concluiu Silvio Costa Filho. 

Fatos inesperados, falta de planejamento e empréstimo para outra pessoa são os principais motivos citados por consumidores para início do endividamento excessivo. É o que apontam resultados preliminares de pesquisa divulgada hoje (19) pelo Banco Central (BC). Para o estudo, que tem caráter qualitativo e não quantitativo, foram formados oito grupos de discussão, tendo, cada um, de oito a dez pessoas em situação de endividamento. Os grupos debateram o assunto em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre.

Entre os fatos inesperados que levam ao endividamento, os participantes citaram perda de emprego, doença própria ou de alguém da família, morte do responsável pela renda da casa, gravidez não programada e separação conjugal. Com relação à falta de planejamento, os consumidores mencionaram a realização de compras ou abertura de crediário por impulso. Eles disseram acreditar que as linhas de crédito são benéficas, se utilizadas de forma consciente.

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De acordo com nota do BC, muitos entrevistados reconheceram ser os principais responsáveis pela situação de endividamento, mas consideram que as instituições financeiras também têm sua parcela de culpa. Alguns entrevistados mencionaram que a oferta de crédito esconde “armadilhas”. Entre elas, excesso de linhas com oferta ostensiva, falta de informações claras e de alerta sobre os riscos, concessão ou aumento do limite de crédito acima das condições e o recurso do pagamento mínimo.

Os entrevistados que reconheceram a própria responsabilidade pelo endividamento excessivo mostraram, ainda, mais propensão a adotar mudanças de comportamento com relação à organização financeira. Diversos consumidores alegaram que tentaram negociação com os credores. No entanto, na maioria das vezes, eles só ofereciam condições de renegociação consideradas viáveis quando o débito se aproximava do prazo de prescrição, que é de cinco anos.

O BC destacou que aguardar a prescrição não parece ser uma estratégia premeditada de pagamento das dívidas, já que os consumidores consideraram longo o prazo para que os débitos expirem, com consequências materiais e emocionais negativas. Eles também apontaram soluções para prevenir o endividamento excessivo. São elas controlar o orçamento por meio de planilha, manter no máximo um cartão de crédito, poupar e ter reserva financeira, não parcelar as compras em muitas vezes e aceitar propostas de renegociação apenas se o credor reduzir os juros.

Segundo o Banco Central, “os resultados preliminares já indicam possíveis caminhos para as ações de educação financeira da população”. O BC ressalta ainda que os dados podem ajudar no estímulo a boas práticas na concessão de crédito por bancos e outros credores. Os resultados também vão servir de base para uma pesquisa quantitativa sobre o assunto, já que as conclusões do estudo atual não têm valor estatístico.

Os grupos de discussão foram formados por homens e mulheres com idades entre 20 e 80 anos. Eles foram selecionados entre consumidores que procuraram o auxílio de Procons ou Defensoria Pública em razão de endividamento excessivo, cujos nomes têm restrições cadastrais junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa.

Também nesta quarta-feira, o BC divulgou nota com informações sobre o microcrédito no país, consolidadas a partir do Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR). Segundo o levantamento, a carteira de microcrédito soma R$ 5,3 bilhões, o equivalente a 0,2% do sistema financeiro nacional. A maior parte do valor da carteira identificada, 52%, está no Nordeste. Os recursos são tomados principalmente por pessoas físicas. Dessas, 35% ganham até um salário mínimo.

O endividamento da Embraer aumentou 9,45% entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, passando de R$ 5,313 bilhões para R$ 5,815 bilhões. Conforme a companhia, a mudança no total da dívida reflete, principalmente, o impacto das mudanças no valor dos empréstimos em reais devido à variação cambial. Ao final do terceiro trimestre, 30% da dívida total era denominada em reais.

As dívidas de longo prazo totalizaram R$ 5,607 bilhões, enquanto as de curto prazo foram de R$ 208,5 milhões, mantendo a relação de 4% no curto prazo e 96% no longo prazo. O prazo médio de endividamento teve um ligeiro recuo, de 5,7 anos para 5,6 anos entre julho e setembro.

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A Embraer comentou que o custo das dívidas em reais subiu de 5,79% para 6,32% ao ano, enquanto o custo das dívidas em dólar entre o segundo e o terceiro trimestres se manteve estável em 5,57% ao ano. No entanto, a relação do Ebitda nos últimos 12 meses versus as despesas sobre os juros no trimestre caiu de 8,33 para 7,94.

Lucro operacional

A queda da receita da Embraer no terceiro trimestre, combinada ao aumento nos salários, levou a companhia a registrar uma redução de 9,3% no lucro operacional, que passou de R$ 173,1 milhões entre julho e setembro do ano passado para os atuais R$ 157 milhões. A margem operacional perdeu 0,3 ponto porcentual, para 5,6%.

Conforme a Embraer, as despesas administrativas totalizaram R$ 117,6 milhões no terceiro trimestre de 2014, estáveis em relação aos R$ 117,4 milhões relatados um ano antes. Já as despesas comerciais no terceiro trimestre foram de R$ 225,5 milhões e tiveram leve queda quando comparadas aos R$ 255,6 milhões anotados entre julho e setembro do ano passado, em linha com a redução de receitas e o menor número de entregas ocorridas no período. Já as despesas com Pesquisa somaram R$ 21,9 milhões, ante R$ 21,0 milhões um ano antes.

A rubrica Outras receitas (despesas) operacionais líquidas, por sua vez, apresentou despesa de R$ 30,5 milhões no período, ante uma receita de R$ 2,9 milhões um ano antes. A companhia não informou, porém, em seu relatório de resultados, o motivo dessa variação.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro, que considera o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses, voltou a cair em agosto, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central. Segundo a instituição, a taxa passou de 46,01%, em julho, para 45,97%, em agosto. Antes disso, a taxa mais baixa havia sido registrada em maio, quando estava em 45,96%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, segundo o BC, o endividamento fica em 28,65% da renda anual em agosto ante 28,86% em julho. Esta taxa de dois meses atrás - a mais recente disponibilizada pelo BC - é a mais baixa desde setembro de 2009, quando os reflexos da crise internacional de um ano antes estavam mais latentes. Na ocasião, estava em 28,55%.

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Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 21,47% em agosto. O dado, apresentado com ajuste sazonal, também é o mais baixo desde março deste ano, quando ficou em 21,40%.

Mesmo com a elevação da taxa básica de juros da economia (Selic) no último ano, o brasileiro continuou a gastar e chegou ao maior nível de endividamento desde 2005, segundo dados do Banco Central. O índice passou de 45,73% em março, último dado divulgado até ontem, para 46% em julho.

Esses números não eram divulgados desde março por causa da greve dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A paralisação interrompeu a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), indicador usado pelo Banco Central para chegar ao número de endividamento.

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O peso do endividamento no orçamento das famílias brasileiras, um cálculo que considera o total das dívidas dividido pela renda no período de um ano, ficou relativamente estável, ao passar de 46,02% em junho para os 46% de julho.

Nesse período de ausência de dados, foi verificado o aumento do nível de endividamento. O índice estava em 45,73% em março, subiu para 45,85% em abril e chegou a 45,95% em maio, continuando a crescer até chegar aos 46% de julho.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, de acordo com as informações do Banco Central, o endividamento chega a 28,84% da renda anual em julho, uma queda em relação aos meses anteriores. Em março, a taxa era de 29,45%, em abril, passou a 29,39% e chegou a 29,23% em maio. Em junho, esse índice estava em 29,09%.

Parcela da renda

O comprometimento da renda dos brasileiros, que considera valores mensais para a renda e para as prestações pagas aos bancos, ficou em 21,84% em julho, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Em junho, estava em 21,85%.

A divulgação desses dados também estava suspensa desde março por causa da greve do IBGE. Em março, a taxa estava em 21,30%. Subiu para 21,69% em abril e avançou para 21,77% em maio. O recorde para esse indicador foi visto em janeiro de 2012, quando ficou em 22,96%.

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