Em um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU no Recife, 93% dos entrevistados disseram respeitar homossexuais. Um número semelhante, 92%, disse também respeitar transexuais.
Apesar de grande parte se considerar respeitosa com relação à questão de gênero, algumas opiniões emitidas vão de encontro às demandas dos grupos LGBT. Por exemplo, quando perguntados sobre qual banheiro a pessoa transexual deveria usar, 49% disseram pra usar aquele do sexo que nasceu contra 37% que disse que transexuais deveriam utilizar o banheiro do sexo pelo qual ele se reconhece.
##RECOMENDA##
[@#video#@]
Além disso, 61% dos pesquisados concordaram com a afirmação de que o casamento deve existir apenas entre homem e mulher. A pesquisa ainda questionou o que a pessoa faria caso descobrisse que seu filho homem estaria namorando outro homem. A maioria (33,6%) alegou que aceitaria o relacionamento, mas parcelas expressivas disseram que dariam conselhos “do que é certo” (11,9%), não aceitariam (11,3%), colocariam para fora de casa (6,8%) e bateriam no filho (2,9%).
Opinião: 93% dizem respeitar os homossexuais
Thiago Rocha, representante gay na coordenadoria do Fórum LGBT de Pernambuco: "o contexto de respeitar ou não é muito amplo. Se for dividir isso em vários outros tópicos, a gente vai ver que de fato não é tão real essa porcentagem alta. Por exemplo, se perguntar a alguém próximo da família, irmãos, pais, primos, se respeitam, vão dizer que sim, que até têm parente gay. Mas o que é respeitar? É quando a gente priva o outro de ser ele mesmo? 'Eu aceito você com sua orientação, mas...'. Tem sempre um 'mas', a gente tem que saber se portar, não andar de mãos dadas com o namorado no shopping, não trocar carinhos com meu namorado e não ter direitos como o de me casar".
Opinião: 92% dizem respeitar os transexuais
Robeyoncé Lima, advogada, primeira trans aprovada no exame da OAB em Pernambuco: "Acho que esse número é um tanto forçado. No meu caso especifico, como eu vejo que não estou tão exposta como trans e travestis que fazem programa, que vivem na noite, percebo que existe uma descriminação meio que velada. Talvez o fato de ter sido aprovada na OAB e ter atualmente status de advoga, você se impõe para as pessoas, que passam a te ver com certa respeitabilidade. Mas acredito que esses números sejam bem contraditórios realmente. A gente tem a questão da descriminação institucional, nome social, forma de tratamento... Na própria Câmara Municipal, onde trabalho, a gente sabia que tinham muitas pessoas lá contra eu utilizar meu nome social. Mas quando a gente estava no plenário, elas ficaram caladas, eu só via os cochichados de alguns vereadores".
STF – Na última quinta-feira (20), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar se transexuais podem mudar seu gênero no registro civil sem ter realizado a cirurgia de mudança de sexo. A decisão, entretanto, foi adiada.
Durante a sessão, subiram à tribuna advogados do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis) e da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). O julgamento foi suspenso porque os ministros optaram por julgar o caso em conjunto com outra ação sobre o mesmo tema que está sob a relatoria do ministro Marco Aurélio. Não há data para a discussão ser retomada.
LeiaJá também
--> Especial NE10: Raízes da Intolerância